Governança Corporativa PDF

Fazer download em pptx, pdf ou txt
Fazer download em pptx, pdf ou txt
Você está na página 1de 44

Finanças Corporativas

Princípios de Governança Corporativa

Prof. Luciel Henrique de Oliveira


Prof. Dr. José Roberto Savoia

18/11/2016
1
Governança Corporativa - Conceito
 Conjunto de processos, costumes, políticas, leis, regulamentos e
instituições que regulam a maneira como uma empresa é dirigida,
administrada ou controlada.

 O termo inclui também o estudo sobre as relações entre os


stakeholders e os objetivos pelos quais a empresa se orienta.

 Principais atores: acionistas, a alta administração e o conselho de


administração.

18/11/2016
2
Governança Corporativa - Conceito
 Pretende garantir a aderência dos principais atores a códigos de conduta
pré-acordados, através de mecanismos que tentam reduzir ou eliminar os
conflitos de interesse e as quebras do dever fiduciário.
 Ênfase em maximizar valor para os acionistas.
 Outros temas em governança corporativa:
 como a preocupação com o ponto de vista dos outros stakeholders que não os
acionistas;
 estudo dos diversos modelos de governança corporativa ao redor do mundo.

18/11/2016
3
Governança Corporativa: definição

 Sistema pelo qual as organizações são dirigidas e


monitoradas;
 Envolve relacionamentos entre os chamados “agentes
da governança”, ou seja: acionistas/cotistas, conselho
de administração, diretoria, auditoria independente e
conselho fiscal;
 As boas práticas de governança corporativa têm a
finalidade de preservar e aumentar o valor das
organizações, facilitar seu acesso ao capital e
contribuir para sua longevidade.

18/11/2016 4
Governança Corporativa: importância

 Tem havido um renovado interesse no assunto de


governança corporativa devido aos colapsos de grandes
corporações dos EUA como a Enron Corporation e
Worldcom.

 Em 2002, o governo federal dos EUA aprovou a Lei


Sarbannes-Oxley, com o propósito de restaurar a
confiança do público em geral na governança
corporativa.

18/11/2016 5
Princípios básicos

 Transparência

 Equidade

 Prestação de Contas

 Responsabilidade Corporativa

18/11/2016 6
Transparência

 Mais que a obrigação de informar, a


administração deve cultivar o desejo de
disponibilizar informações relevantes e não
apenas aquelas impostas por disposições de leis
ou regulamentos;

 Ou seja, a comunicação deve contemplar todos


os fatores (inclusive intangíveis) que conduzem
à criação (ou destruição) de valor.

18/11/2016 7
Eqüidade

 Caracteriza-se pelo tratamento justo de todos


os sócios e demais "partes interessadas" .
Atitudes ou políticas discriminatórias, sob
qualquer pretexto, são totalmente inaceitáveis.

18/11/2016 8
Prestação de Contas (accountability)

 Os agentes da Governança (ai incluídos os


Conselhos Fiscal e de Administração) devem dar
conhecimento e assumir integralmente as
consequências dos atos e omissões praticados
no exercício dos mandatos

18/11/2016 9
Responsabilidade Corporativa

 Conselheiros e executivos devem zelar pela


longevidade das organizações, incorporando
considerações de ordem social e ambiental de
longo prazo na definição dos negócios e
operações (sustentabilidade)

18/11/2016 10
Evolução do Modelo de Governança Corporativa

Modelo anterior Modelo emergente

• Empresa • Empresa controlada • Maior qualidade na


gerenciada por poucos acionistas discussão estratégica
por poucos ou de capital
acionistas pulverizado, com • Maior eficiência na
controladores, com governança formal e tomada de decisões
práticas informais acesso a capital para
de governança executar suas • Melhor relacionamento
estratégias com o mercado de
capitais e órgãos
reguladores

• Maior consideração dos


Profissionalização interesses dos acionistas
minoritários

18/11/2016 11
Evolução do Modelo de Governança Corporativa

MODELO ANTERIOR MODELO EM TRANSIÇÃO


 Conselheiros passivos – amigos  Conselheiros treinados e
do Presidente maioria de profissionais
 Acionista controlador com poder externos
absoluto  Investidores institucionais
 Minoritários passivos  Minoritários exigentes
 Concentração do poder  Fragmentação da composição
acionário acionária
 Acumulação de cargos  Presidente profissional
Presidente do Conselho -Diretor contratado
Presidente  Separação das funções

18/11/2016 12
“Governança Corporativa é uma jornada”

Crescimento
IPO ADR
IPO Bovespa

Gerenciamento de Riscos
Conselho de Família e
Conselho deAdministração Family Office

Conselho Consultivo Novos sócios

Auditoria Independente
Sucessão
Acordo de Acionistas

Início da Profissionalização
Start up

Complexidade

Abertura de capital depende da estratégia de cada organização

18/11/2016 13
“Conflito de agência” e Governança Corporativa

PRINCIPAL AGENTE
CONFLITO
Outorga “procuração” Recebe “procuração”
1 Sócios (controle Administradores
pulverizado)
2 Minoritários (controle Controlador
definido)
3 Credores Empresa

 Boas práticas de Governança Corporativa visam:


 Minimizar o conflito de agência
 Alinhar interesses
 Aperfeiçoar “como decidir” (eficiência e eficácia)

18/11/2016 14
Exemplos de expropriação
 transferência de recursos (venda de ativos, preços de
transferência) e resultados entre empresas (tunneling);
 Gastos pessoais excessivos (salários, benefícios);
 Empreendimento de projetos devido ao gosto pessoal;
 Designação de membros da família para posições
gerenciais (sem qualificação adequada);
 Crescimento excessivo;
 Diversificação excessiva;
 Resistência à liquidação ou fusão desvantajosa para os
gestores;
 Resistência à substituição;
 Roubo dos lucros.
18/11/2016 15
As melhores práticas
de Governança Corporativa

18/11/2016 16
Gestão

CEO

Comercial Apoio Operações

18/11/2016 17
Administradores

Sócios

Auditoria Conselho
Externa

Auditoria C. Auditoria Comitês


Interna

CEO

Diretores
Diretor

18/11/2016 18
Monitoramento da Gestão

Sócios

Auditoria
Externa Conselho

Auditoria
Interna

Gestores

18/11/2016 19
Apoio à Gestão

Sócios

Auditoria
Externa Conselho
 Estratégia
Auditoria
Interna  Talentos
 Estrutura de capital
 Riscos
Gestores

18/11/2016 20
Conselho Fiscal

Sócios

Auditoria Conselho
Externa Conselho Fiscal

Auditoria
Interna

Gestores

18/11/2016 21
Monitoramento da Administração

Sócios

Auditoria Conselho
Externa Conselho Fiscal

Auditoria
Interna

Gestores

18/11/2016 22
Prestação de contas aos sócios

Sócios

Auditoria Conselho
Externa Conselho Fiscal

Auditoria
Interna

Gestores

18/11/2016 23
Princípios, pilares e práticas

6
Práticas

Conselho Fiscal
Conselho de
Administraçã

Auditoria
Gestão
Sócios

Pilares da
Governança
Corporativa
o

1 2 3 4 5

Transparência - Eqüidade - Prestação de Contas - Princípios


Responsabilidade Corporativa Básicos

18/11/2016 24
Casos de Ativismo e atuação nos Conselhos
 No Brasil, não são incomuns operações envolvendo
partes relacionadas, havendo, portanto, latente “conflito
de interesses” entre companhias abertas e
controladores.

 A atuação diligente de conselheiros ou de “minoritários


ativistas” tem grande potencial de agregar valor, em
termos de preço e qualidade, agregando valor para o
negócio.

 Nesses casos, o exercício do direito de voto por parte


dos controladores viola as boas práticas de Governança
Corporativa e pode causar perdas significativas para os
acionistas minoritários.
18/11/2016 25
Casos

 Caso 1 - Aquisições empresas do mesmo grupo

 Caso 2 - Contrato TSA (telecom)

18/11/2016 26
Caso 1: Aquisições de empresas do mesmo grupo
 O grupo controlador, visando maior alinhamento de
interesses, propôs à sociedade realizar duas aquisições
de empresas (X e Y).

 No Conselho de Administração (CA) da sociedade, os


conselheiros representantes dos controladores se
declararam conflitados e, portanto, os administradores
da empresa passaram a tratar o assunto apenas com os
conselheiros eleitos por minoritários (FP) e sem conflito
de interesses no âmbito do assunto em análise.

18/11/2016 27
Caso 1: Aquisições de empresas do mesmo grupo
 Caso Empresa X (distribuição)
 Diretores apresentaram avaliação realizada por
banco contratado pela companhia;

 Conselheiros representando os minoritários


criticaram avaliação e acertaram com os executivos a
adoção de premissas mais conservadoras para
prêmio de risco soberano;

 Novas premissas se basearam em cenários


elaborados por consultor independente de “notório
saber”;
 Resultado Final: Preço de compra foi reduzido em
cerca de R$ 98 milhões.
18/11/2016 28
Caso 1: Aquisições de empresas do mesmo grupo
 Caso Empresa Y (geração)
 Problema similar - primeira análise apresentada pelo
banco foi considerada superavaliada pelos Fundos de
Pensão envolvidos no processo.
 Minoritários contrataram avaliação independente.
 Principais discordâncias das premissas utilizadas:
1)fator X (aumento fator redução apropriação
pela empresa do ganho de produtividade);
2) crescimento do consumo de energia na região
da empresa;

•Resultado Final - Preço de compra reduzido em R$ 67


milhões.
18/11/2016 29
Caso 2: Contrato TSA (telecom)

 Tentativa do acionista majoritário de encaminhar, para


aprovação da AGE, contrato de prestação de serviços
e transferência de tecnologia (TSA) tal como previsto
no Edital de Privatização;

 Devido às características do acordo de acionistas, o


envio da proposta à AGE deveria ser previamente
aprovado pelos signatários do acordo.

18/11/2016
30
Caso 2: Contrato TSA (telecom)
 Equipe técnica dos Fundos de Pensão (minoritários no
bloco de controle) avaliou detalhadamente as
características desse tipo de contrato, tais como:

 países em que se permite esta prática;

 taxas praticadas;

 remuneração associada à receita versus


remuneração associada ao EBITDA e
comportamento do preço da ação em bolsa.

18/11/2016
31
Caso 2: Contrato TSA (telecom)
1)por duas vezes os Fundos de Pensão (FP), em reunião prévia,
vetaram o envio da proposta à AGE;
2)a análise da experiência comparada permitiu observar que
esse tipo de contrato só havia sido praticado em privatizações do
setor de telecom em países não desenvolvidos (América Latina,
Europa Oriental, Ásia) e com tarifa modal inferior àquela em
pauta;
3)a proposta era muito desfavorável à companhia, já que estava
muito baseada em percentual (2%) da receita e não do resultado
da empresa;
Resultado: a economia para as companhias, pelo não
pagamento de TSA, foi de cerca de R$ 20 milhões ao ano,
perfazendo um total de R$ 60 milhões desde 1999.
18/11/2016
32
Principais características da boa governança

1. Participação
2. Estado de direito
3. Transparência
4. Responsabilidade
5. Orientação por consenso
6. Igualdade e inclusividade
7. Efetividade e eficiência
8. Prestação de conta (accountability)

18/11/2016
33
Participação

Significa que homens e mulheres devem participar igualmente das


atividades de governo.
A participação deve contemplar a possibilidade de participação
direta ou participação indireta através de instituições ou
representantes legítimos.
A participação implica a existência de liberdade de expressão e
liberdade de associação de um lado, e uma sociedade civil
organizada de outro lado.
Apesar de parecer utópico, é perfeitamente possível desde que:
1 Existam leis claras e específicas que garantam os termos
propostos;
2 Exista iniciativas do Estado visando a sustentação dos termos.

18/11/2016 34
Estado de Direito

•A boa governança requer uma estrutura legal justa que se aplica a


todos os cidadãos do Estado independentemente de sua riqueza
financeira, de seu poder político, de sua classe social, de sua
profissão, de sua raça e de seu sexo.
•A boa governança deve garantir total proteção dos direitos

humanos, pertençam as pessoas a maiorias ou a minorias sociais,


sexuais, religiosas ou étnicas.
•A boa governança deve garantir que o poder judiciário seja

independente do poder executivo e do poder legislativo.


•A boa governança deve garantir que as forças policiais sejam

imparciais e incorruptíveis.

18/11/2016 35
Transparência
 Mais do que "a obrigação de informar", a administração deve
cultivar o "desejo de informar", sabendo que da boa comunicação
interna e externa, particularmente quando espontânea, franca e
rápida, resulta um clima de confiança, tanto internamente, quanto
nas relações da empresa com terceiros.
 A comunicação não deve restringir-se ao desempenho econômico-
financeiro, mas deve contemplar também os demais fatores
(inclusive intangíveis) que norteiam a ação empresarial e que
conduzem à criação de valor.
 No Brasil existe a Lei de Responsabilidade Fiscal, que induz o
gestor público à transparência de seus atos.
 Essa transparência pode ser melhorada, significativamente, com
instrumentos como a Demonstração do Resultado Econômico e o
balanço social.

18/11/2016
36
Responsabilidade

 As instituições governamentais e a forma com que elas


procedem são desenhadas para servir os membros da
sociedade como um todo e não apenas pessoas
privilegiadas.
 Os processos das instituições governamentais são
desenhados para responder as demandas dos
cidadãos dentro de um período de tempo razoável.

18/11/2016
37
Decisões orientadas para um Consenso
 As decisões são tomadas levando-se em conta que os diferentes
grupos da sociedade necessitam mediar seus diferentes
interesses.
 O objetivo da boa governança na busca de consenso nas relações
sociais deve ser a obtenção de uma concordância sobre qual é o
melhor caminho para a sociedade como um todo.
 As decisões também devem ser tomadas levando em conta a
forma como tal caminho pode ser trilhado.

 Essa forma de obter decisões requer uma perspectiva de longo


prazo para que ocorra um desenvolvimento humano sustentável.
 Essa perspectiva também é necessária para conseguir atingir os
objetivos desse desenvolvimento.

18/11/2016
38
Igualdade e inclusividade

 A boa governança deve assegurar igualdade de todos


os grupos perante os objetivos da sociedade.
 O caminho proposto pelo governante deve buscar
promover o desenvolvimento econômico de todos os
grupos sociais.
 As decisões devem assegurar que todos os membros
da sociedade sintam que façam parte dela e não se
sintam excluídos em seu caminho para o futuro.
 Esta abordagem requer que todos os grupos,
especialmente os mais vulneráveis, tenham
oportunidade de manter e melhorar seu bem –estar.

18/11/2016
39
Efetividade e eficiência

 A boa governança deve garantir que os processos e


instituições governamentais devem produzir resultados
que vão ao encontro das necessidades da sociedade
ao mesmo tempo em que fazem o melhor uso possível
dos recursos à sua disposição.
 Isso também implica que os recursos naturais sejam
usados sustentavelmente e que o ambiente seja
protegido

18/11/2016
40
Suporte à auditoria fiscalizadora

 As instituições governamentais, as instituições do setor


privado e as organizações da sociedade civil deveriam
ser fiscalizáveis pelas pessoas da sociedade e por seus
apoiadores institucionais.
 De forma geral, elas devem ser fiscalizáveis por todas
aquelas pessoas que serão afetadas por suas
decisões, atos e atividades.

18/11/2016
41
www.ibgc.org.br
www.ibgc.org.br
18/11/2016
44

Você também pode gostar