Os Aparelhos de Reprodução Da Sociedade
Os Aparelhos de Reprodução Da Sociedade
Os Aparelhos de Reprodução Da Sociedade
TEXTO VII
LIVRO:
GUARESCHI, Pedrinho. Sociologia crtica: alternativas de mudana. 60. ed. Porto Alegre: Mundo Jovem, 2007. Cap. XII Os aparelhos de reproduo da sociedade; Cap. XIII O aparelho ideolgico do Direito; Cap. XIV O aparelho ideolgico da escola; Cap. XV O aparelho ideolgico da famlia; Cap. XVI O aparelho ideolgico das igrejas; Cap. XVII O aparelho ideolgico dos sindicatos; Cap. XVIII O aparelho ideolgico das cooperativas; Cap. XIX O aparelho ideolgico da comunicao.
Aparelhos repressivos
Exrcito
Polcias
As polticas voltadas segurana As prises Os tribunais O direito
Aparelhos ideolgicos
So os aparelhos que usam a persuaso, usam as ideias para manter e reproduzir as relaes numa sociedade; So mais difceis de serem identificados, so mais sofisticados em sua ao, diferentemente dos aparelhos repressivos, cuja funo est clara; Vamos agora analisar os 7 (sete) aparelhos ideolgicos discutidos por Guareschi.
VISO POSITIVISTA-FUNCIONALISTA
* Analisa apenas a funo das leis, e de forma esttica, no buscando explicaes em seu surgimento; * Trata a leis de forma natural, pois supe que devem ser assim, sempre foram assim e sero assim sempre em todas as sociedades; * No busca entender que as leis foram criadas por alguns com o objetivo e contemplar seus interesses.
VISO HISTRICO-CRTICA
Este enfoque busca em primeiro lugar a origem das leis, quem as fez, e entende que elas so assim por que algum quis, mas poderia ser diferente; Concebe as leis como criaes culturais, so relativas, parciais, respondem a interesses de grupos ou pessoas. Para quem as leis so feitas? Eis a questo.
As leis so feitas para grupos ou pessoas que possuem mais poder e prestgio para fazer valer sua vontade, que colocada como leis para os demais.
A escola uma instituio obrigatria na maioria das vezes e controlada pelos que detm o poder;
Quando a escola se desvia dos interesses do grupo no poder, ela censurada, reformulada, e at mesmo fechada.
Funes da escola
A escola hoje desempenha duas funes principais:
1) Preparar mo-de-obra para o capital o ensino nas ltimas trs dcadas teve o objetivo de preparar mo-de-obra para a indstria; 2) Reproduzir relaes de dominao e de explorao formar um cidado passivo, acrtico, cumpridor das leis e dos bons costumes, obediente, submisso.
A famlia recebe grande influncia do modo de produo em que vive, logo, as relaes bsicas de uma sociedade iro influenciar direta ou indiretamente a estrutura familiar. Na famlia h duas prticas educativas prticas: 1) Condicionadora - que forma para a dominao; 2) Dialogal que forma para a liberdade. H tambm as relaes de poder: 1) Marido sobre a mulher; (critrio de gnero) 2) Mulher sobre os filhos; (critrio de idade e tradio) 3) Filho mais velho sobre os mais novos (critrio de idade) 4) Filho homem sobre a filha. (critrio de gnero)
Critrio de idade: quem mais velho, pode mais e sabe mais. Na verdade o saber no definido pela idade, o que h so saberes diferentes;
Critrio de gnero: o homem manda mais que a mulher. Para os homens so permitidos certos comportamentos, certas regalias, que de nenhuma maneira so permitidos mulher.
O menino criado para ser o chefe, para decidir, tomar a iniciativa;
A menina criada para cuidar da casa, servir ao marido, cuidar das crianas.
Essa religio estatal, que endeusa, fetichiza e absolutiza o sistema, a religio acrtica, domesticadora, alienadora, instrumento ideolgico do imperialismo, que usa o nome de Deus para poder melhor dominar e explorar, o pio do povo. Quando um regime autoritrio e dominador se sente bem com um determinado grupo religioso, e vice-versa, pode-se comear a suspeitar que tal religio esteja servindo aos interesses dos poderosos.
2) Religio infra estrutural reconhece a relatividade das coisas; uma posio crtica diante do modo de produo da formao social atual e da que vir; anti-fetichista, pois mostra a transitoriedade de tudo o que histrico, que no absoluto, eterno, divino; Desmistifica e relativiza os imprios e os ditadores
Os sindicados devem zelar pelo bem comum, a justia; e para isso lutam com manifestaes e greves;
Muitas vezes os sindicatos no esto livres nem autnomos, pois ficam sob o domnio das pessoas ligadas ao capital; No incio do sculo XX os sindicatos eram realmente autnomos, mas, a partir de 1930, com Vargas, foram atrelados ao Estado, e somente em 1988, com a nova Constituio, a legislao foi modificada;
A partir dos anos 70, com as greves do ABC, houve uma formao de um sindicalismo mais autntico e autnomo;
Princpios de Rochdale
1) Adeso livre
2) Gesto democrtica
3) Distribuio das sobras 4) Juros limitados ao capital
5) Vendas vista
6) Neutralidade religiosa, poltica, social, sexual e racial
7) Educao cooperativista
8) Integrao cooperativista
Assim deveria ser uma cooperativa, no entanto, a interferncia ideolgica do estado capitalista muda tal situao; De acordo com Guareschi, havia distino entre scios que contriburam mais e menos, quando os primeiros passaram a se julgar, de certa maneira, donos da cooperativa, com direito a tomar decises em nome de todos;
Assim, a ideia capitalista de quem tem mais manda mais, j se tornou comum entre os scios de cooperativas.
A comunicao faz a realidade uma coisa passa a existir quando comunicada, e deixa de existir quando no comunicada;
A comunicao no constri a realidade com neutralidade - faz de forma valorativa, mantendo a ideologia da classe dominante;
Exemplo: as greves; A comunicao dita os assuntos a serem falados pelas pessoas pesquisas mostram que 80 % de tudo o que as pessoas falam na rua, em casa, no trabalho, nas viagens, etc. so assuntos divulgados pelos meios de comunicao; 2) Quem tem a comunicao tem o poder Quem detm a comunicao constri uma realidade de acordo com seus interesses; Quando uma pessoa est dominada na alma, nunca vai questionar os de cima;
Quem detm o poder, detm a comunicao e quem detm a comunicao, procura deter o poder;