Aula 16 (IS-LM-BP) 1

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11.6.

O modelo IS-LM-BP
(Sachs e Larrain, 2004, cap.13.3)

Economia A1

Frederico G. Jayme Jr (Cedeplar/UFMG) Joo Prates Romero (Cedeplar/UFMG)

11.6. Introduo
O modelo IS-LM-BP o modelo macroeconmico bsico para se analisar uma economia aberta. O modelo IS-LM-BP tambm chamado de Mundell-Fleming, que so os nomes dos economistas que desenvolveram o modelo. Mundell recebeu o prmio Nobel de economia em 1999 em funo desse modelo. O modelo de economia aberta parte da mesma equao da IS para uma economia fechada (Y = C + I + G), incluindo a Balana Comercial (X-M). A LM tambm apresenta a mesma forma. Recapitulando: IS Y = C(+Y) + I(-r) + G + X(+E, +Yf) M(-E, +Yd). onde E denota a taxa de cmbio, Yf a renda externa, e Yd a renda domstica. LM M = L(+Y) + L(-r)

Economia A1

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11.7. Equilbrio Interno e Externo


Resta ento definir a equao do Balano de Pagamentos. Como j vimos, o BP composto (resumidamente) da Balana Comercial e da Conta de Capitais. BP = X(+E, +Yf) M(-E, +Yd) + CK(+r, -r*) = 0 onde r denota a taxa de juros domstica, e r* a taxa de juros internacional.
r LM

r = r*

BP

A economia se encontrar em equilbrio interno e externo simultaneamente no ponto em que as curvas IS, LM e BP se cruzam.
IS

Ye

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11.7. Equilbrio Interno e Externo


No ponto de equilbrio a taxa de juros interna igual internacional. A inclinao da BP indica o nvel de mobilidade de capitais. A BP horizontal, portanto, indica plena mobilidade de capitais, enquanto uma inlcinao positiva indica que a mobilidade no completa. Para simplificar, trataremos apenas do caso mais simples de plena mobilidade.
r LM

r = r*

BP

IS

Ye

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11.7. Equilbrio Interno e Externo


preciso ressaltar que, apesar da balana comercial compor o BP, uma vez que no sabemos os nveis de importao e exportao, no possvel determinar se a balana comercial est em equilbrio ou no. Conforme discutido, sabemos os fatores que motivam variaes nas improtaes e exportaes, e o sentido dessas variaes, mas no sabemos seus nveis exatos, pois exportaes e importaes tambm possuem outros determinantes exgenos (como o caso da renda internacional para as exportaes, a necessidade de importao de produtos essenciais, etc). No modelo, portanto, os efeitos de entrada e sada de capitais predominam na determinao do equilbrio do BP.
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11.8. Modelo com cmbio FIXO


Como j discutido anteriormente, so possveis dois tipos de polticas cambiais: (i) cmbio fixo; (ii) cmbio flexivel. Sabemos que com cmbio fixo, o Banco Central se compromete a comprar e vender moeda estrangeira ao preo fixado para o cmbio. Vejamos agora quais implicaes esse tipo de poltica tem no equilbrio de uma economia aberta. No caso de cmbio fixo, portanto, o governo escolhe controlar e cmbio, e para tanto aceita que a oferta de moeda varia livremente, de acordo com a vontade dos agentes domsticos de trocar dlares por reais. Ou seja, o governo no controla a oferta de moeda. Dessa forma, o equilbrio externo de uma economia com cmbio fixo se encontrar na interseo da curva IS com a BP. A curva LM se deslocar automaticamente para esse equilbrio. Vejamos porque.
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11.8.1 Os desequilbrios externos com cmbio FIXO


So possveis dois tipos de desequilbrios no BP: (i) supervit quando o saldo do BP positivo. (ii) dficit quando o saldo do BP negativo.

r r < r* r = r* r > r*

LM BP (Dficit) BP BP (Supervit) IS

Graficamente, o BP se encontra em supervit quando a curva BP se encontra abaixo do equilbrio interno IS-LM. Quando a BP se encontra acima do equilbrio interno IS-LM o BP se encontra em dficit.

Ye

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11.8.2. Supervit no BP
Quando a BP se encontra abaixo do equilbrio interno h suprvit. Esse supervit causado pela entrada de capitais externos na economia domstica. Ataxa de juros interna (r) se encontra acima da internacional (r*), de forma que os investidores preferem investir no brasil do que no exterior. H, portanto, entrada de capitais, gerando um supervit na conta de capitais. Essa entrada gera um saldo positivo no BP.

LM

r r* BP (Supervit) IS

Ye

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11.8.2. Supervit no BP
Com cmbio fixo, o ajuste da LM automtico: Com a entrada de capitais, h maior troca de dolares por reais, ou seja, expande-se a base monetria, de forma que a LM desloca-se para a direita at o ponto em que a BP e a IS se cruzam. Nesse ponto, a taxa de juros domstica igual internacional, no havendo mais a entrada de capitais. assim eliminado o supervit do BP. Com relao balana comercial, o que se observa que a elevao da renda aumenta as importaes.
Y

LM1 LM2 r r* BP IS

Ye

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11.8.3. Dficit no BP
Quando a BP se encontra acima do equilbrio interno h dficit. Esse dficit causado pela sada de capitais externos da economia domstica. A taxa de juros interna (r) se encontra abaixo da internacional (r*), de forma que os investidores preferem investir no exterior do que no Brasil. H, portanto, sada de capitais, gerando um dficit na conta de capitais. Gera-se, portanto, um saldo negativo no BP.

LM r* r BP (Dficit)

IS

Ye

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11.8.3. Dficit no BP
Com cmbio fixo, o ajuste da LM automtico: Com a sada de capitais, h maior troca de reais por dolares, ou seja, retrai-se a base monetria, de forma que a LM desloca-se para a esquerda at o ponto em que a BP e a IS se cruzam. Nesse ponto, a taxa de juros domstica igual internacional, no havendo mais sada de capitais. assim eliminado o dficit do BP. Com relao balana comercial, o que se observa uma reduo das importaes, resultado da reduo da renda.
Y

LM2 LM1 r* r BP

IS

Ye

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Conforme se observa, portanto, com cmbio fixo o governo perde a capacidade de utilizar a poltica monetria. Isso ocorre pois, se o gover reduzir ou elevar a taxa de juros visando algum objetivo de poltica (seja elevar a renda, seja reduzir a inflao), o desequilbrio externo resultante dessa poltica faz com que haja entrada ou sada de capitais, de forma que a LM volta posio inicial.
r LM2 LM1 r r* BP

11.8.4. Poltica Monetria com cmbio FIXO

IS

Ye

No grfico est representado o exemplo de uma poltica monetria de aumento de juros, visando reduzir a inflao. O aumento dos juros gera a entrada de capitais (supervit no BP), aumentando a oferta de moeda, de forma que a LM se desloca de volta para a posio inicial.

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11.8.5. Poltica Fiscal com cmbio FIXO

Falta agora analisar qual o resultado de uma poltica fiscal quando h cmbio fixo. Suponhamos uma poltica fiscal expansionista (por exemplo resultado de um aumento de G). A IS se desloca para a direita, estabelecendo um novo equilbrio interno (Y), no qual a taxa de juros mais elevada que a internacional. H, portanto, um supervit no BP.
LM1 LM2

r r* BP

IS1 Ye1 Y Ye2

IS2

Esse supervit indica a entrada de capitais, de forma que expande-se a base monetria, deslocando a LM para a direita, at o ponto de equilbrio IS-LMBP (Ye2). Nesse ponto eliminado o desequilbrio externo. A taxa de juros a mesma do inicio do processo, mas a renda agora mais elevada.

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