Animais Peçonhentos

Fazer download em ppt, pdf ou txt
Fazer download em ppt, pdf ou txt
Você está na página 1de 50

Animais Peonhentos

Prof. Fernanda Maria

1. Introduo
Animais peonhentos so aqueles cujo organismo produz veneno. Em geral, tm um ferro com o qual injetam o veneno nas suas vtimas. So animais peonhentos as cobras, as aranhas, os escorpies e as lacraias. No Brasil, existem milhares de espcies desses animais. A maioria no oferece perigo ao homem, mas algumas delas podem causar envenenamento. Tambm podem oferecer perigo: aranha de grama, caranguejeira, viva-negra, lacraia ou centopia. Os acidentes causados por animais peonhentos podem ser fatais, principalmente para as crianas.

Ofdios
Para sabermos se uma serpente peonhenta, observam-se trs caractersticas fundamentais: presena de fosseta loreal; presena de guizo ou chocalho no final da cauda; presena de anis coloridos (vermelho, preto, branco ou amarelo). A fosseta loreal um rgo termossensorial situado entre o olho e a narina, que permite serpente detectar variaes mnimas de temperatura no ambiente.

Ofdios
So quatro grupos de serpentes que podem causar acidentes ofdicos no Brasil - Grupo I (jararacas, caissaca, urut-cruzeiro, jararacussu, etc, pertencentes aos gneros Bothrops); - Grupo II (cascavis, pertencentes ao gnero Crotalus); - Grupo III (surucucu-bico-de-jaca, pertencente ao gnero Lachesis); - Grupo IV (corais-verdadeiras, pertencentes ao gnero Micrurus).

Ofdios - Gneros
Gnero Bothrops
Jararaca, urutu, cruzeira, cotiara, jararacuu etc. Possuem fosseta loreal ou lacrimal e escamas na extremidade da cauda; de cor geralmente parda, vivem em locais midos, atingindo na idade adulta o tamanho de 40 cm a 2 m. Agressivas so responsveis por 70% dos acidentes ofdicos no estado.Seu veneno tem ao proteoltica, coagulante e hemoragicas.

Ofdios - Gneros
Gnero Bothrops

JARARACA

Ofdios - Gneros
Gnero Bothrops Manifestaes clnicas
Pode haver manifestaes locais (edema, eritema, dor) de instalao precoce e carter evolutivo, com aparecimento de equimose, bolhas, sangramento no local da picada e necrose.
Nos acidentes causados por filhotes, as manifestaes locais podem estar ausentes. Como manifestaes sistmicas (gerais) pode-se observar: nuseas, vmitos, sudorese, hipotermia, hipotenso arterial, choque, hemorragias a distncia (epistaxes, sangramento gengival, digestivo, hematria) e insuficincia renal aguda.

Ofdios - Gneros
Gnero Crotalus Refere-se ao grupo das cascavis. Sua caracterstica mais importante a presena de guizo ou chocalho na ponta da cauda. Possuem fosseta loreal, atingem na idade adulta 1,6 m de comprimento, vivem em lugares secos, regies pedregosas e pastos, no sendo encontradas nas regies litorneas. Menos agressivas que as jararacas mas os acidentes costumam ser de maior gravidade.

Ofdios - Gneros
Gnero Crotalus

Cascavel

Ofdios - Gneros
Gnero Crotalus Manifestaes clnicas Seu veneno possui ao neurotxica, miotxica (leso da musculatura esqueltica) e coagulante, causando manifestaes muitas vezes pouco intensas: edema e parestesias (formigamentos) discretas, pouca dor.

Manifestaes sistmicas: cefalia, nusea, prostrao, sonolncia; DIPLOPIA (viso dupla), viso turva, MIDRASE, PTOSE PALPEBRAL ("queda da plpebra"), dificuldade para deglutir, MIALGIAS (dores musculares) e urina escura.

Ofdios - Gneros
Gnero Lachesis Constituem serpentes de grande porte. Apresentam cabea triangular, fosseta loreal e cauda com escamas arrepiadas e presa inoculadora de veneno. Com duas subespcies, a maior serpente peonhenta das Amricas. Poucos relatos de acidente onde o animal causador foi trazido para identificao. Tambm conhecida como pico-de-jaca. A cauda apresenta escamas eriadas como uma escova. a maior das serpentes peonhentas das Amricas, atingindo at 3,5m. So encontradas apenas em reas de floresta tropical densa, como a Amaznia, pontos da Mata Atlntica e alguns enclaves de matas midas do Nordeste

Ofdios - Gneros
Gnero Lachesis

Coral verdadeira

Ofdios - Gneros
Gnero Lachesis Manifestaes clnicas Semelhante ao acidente causado por jararacas (Bothrops), acrescido de bradicardia, hipotenso arterial e distrbios digestivos (diarria). A vtima poder falecer por insuficincia renal aguda.

Ofdios - Gneros
Gnero Micrurus Refere-se ao grupo das corais verdadeiras. So serpentes peonhentas que no possuem fosseta loreal (isto uma exceo) nem um aparelho inoculador de veneno to eficiente quanto o de jararacas e cascavis. O veneno inoculado atravs de dentes pequenos e fixos. Padro de cor: vermelho (ou alaranjado), branco (ou amarelo) e preto. Habitam preferencialmente buracos, tornando os acidentes raros, mas muito graves, pela caracterstica de seu veneno de provocar parada respiratria.

Ofdios - Gneros
Gnero Micrurus

Coral verdadeira

Ofdios - Gneros
Gnero Bothrops Manifestaes clnicas
O veneno deste gnero possui elevada toxicidade neurotxica e miotxica.
Os acidentes com este gnero de ofdios geralmente no causam manifestaes locais significativas, porm so graves as sistmicas: vmitos, salivao, ptose palpebral, sonolncia, perda de equilbrio, fraqueza muscular, midrase, paralisia fi cida que pode evoluir, comprometendo a musculatura respiratria, com apnia e insuficincia respiratria aguda. Todos os casos devem ser considerados graves.

Ofdios Prmeiros socorros


Manter a vtima calma. Evitar esforos fsicos, como correr por exemplo. Procurar um hospital o mais rpido possvel, procurando tentar saber antes se o mesmo possui soros anti-ofdicos. Lavar o local da picada. No fazer torniquete ou garrote no membro picado, pois poder agravar o acidente, aumentando a concentrao do veneno no local. No fazer perfuraes ou cortes no local da picada, porque podero aumentar a chance de haver hemorragia ou infeco por bactrias. Evitar curandeiros e benzedores, lembrando que o rpido atendimento em um hospital fundamental para a reverso do envenenamento. No ingerir bebidas alcolicas.

Ofdios - Tratamento
A soroterapia com o devido atendimento em um hospital o tratamento recomendvel. Para cada gnero de serpente, haver um soro especfico: - Jararacas - Bothrops e Porthidium (soro anti-botrpico, soro-anti-botrpico-crotlico ou soro anti-botrpicolaqutico). - Surucucu-bico-de-jaca - Lachesis muta (soro antilaqutico ou soro anti-botrpico-laqutico). No caso da ausncia de soro para uma vtima picada por esta espcie, a administrao do soro anti-botrpico pode reverter cerca de 40% do envenenamento. - Cascavel - Crotalus durissus (soro anti-crotlico ou soro anti-botrpico-crotlico). - Corais-verdadeiras - Micrurus (soro anti-elapdico).

Aranhas
- Aranha Marrom

- Aranha Armadeira

- Aranha Caranguejeira

- Tarntula

Aranhas - Gneros
Gnero Loxosceles Aranha Marrom Pequena (4 cm), pouco agressiva, de hbitos noturnos; encontrada em pilhas de tijolos, telhas e no interior das residncias, atrs de mveis, cortinas e eventualmente nas roupas. A picada ocorre em geral quando a aranha comprimida contra o corpo (ao vestir-se ou ao deitar-se), no produzindo dor imediata.

Aranhas - Gneros
Gnero Loxosceles

Aranha Marrom

Aranhas - Gneros
Gnero Loxosceles Manifestaes clnicas

A evoluo mais freqente para a forma "cutnea", evoluindo para eritema (vermelhido), edema duro e dor local (6 a12 h); entre 24 h e 36 h aparece um ponto de necrose central (escuro) circundado por um halo isqumico (claro) Leso em lvo;; at 72 h, febre, mal-estar e ulcerao local. Na forma "cutneo-visceral" (mais grave), alm do quadro acima, entre 12h e 24h aps a picada, surgem febre, cefalia, nuseas, vmitos, urina escura (cor de lavado de carne), anria e insuficincia renal aguda.

Aranhas - Gneros
Gnero Phoneutria Aranha Armadeira

Muito agressiva, encontrada em bananeiras, folhagens, entre madeiras e pedras empilhadas e no interior das residncias. Tem colorao marrom escura com manchas claras e atingem 12 cm de dimetro.

Aranhas - Gneros
Gnero Phoneutria

Aranha Armadeira

Aranhas - Gneros
Gnero Phoneutria Manifestaes clnicas
Nos acidentes com as armadeiras, predominam as manifestaes locais.
A dor imediata e em geral intensa, podendo irradiar para a raiz do membro acometido. Ocorrem edema, eritema, parestesia e sudorese no local da picada, onde podem ser encontradas duas marcas em forma de pontos. Especialmente em crianas, registram-se sudorese, nuseas, vmitos, hipotenso e choque.

Aranhas - Gneros
Gnero Scaptocosa Iycosa Tarntula Causa acidentes leves sem necessidade de tratamento especfico. Aranha pouco agressiva, com hbitos diurnos, encontrada beira de barrancos, em gramados, jardins e residncias.

No faz teia.

Aranhas - Gneros
Gnero Scaptocosa Iycosa

Tarntula

Aranhas - Gneros
Gnero Scaptocosa Iycosa Manifestaes clnicas

Geralmente sem sintomas; pode haver pequena dor local, com possibilidade de evoluir para necrose.

Aranhas - Gneros
Gnero Mygalomorphae Caranguejeira Aranha grande, peluda, agressiva e de hbitos noturnos; encontrada em quintais, terrenos baldios e residncias. Quando ameaada ou manipulada, esfrega suas patas posteriores no abdmen e lana plos com farpas em grande quantidade ao seu redor. Acidentes pouco freqentes. As aranhas atingem grandes dimenses e algumas so muito agressivas; possuem ferres grandes, responsveis por ferroadas dolorosas.

Aranhas - Gneros
Gnero Mygalomorphae

Caranguejeira

Aranhas - Gneros
Gnero Mygalomorphae Manifestaes clnicas
As manifestaes mais comuns so irritao da pele, dor e alergia.

Aranhas - Tratamento
Utilizam-se analgsicos atravs de infiltrao local, ao redor da picada, de aproximadamente 4 ml de anestsico do tipo lidocana a 2%, sem vasoconstritor. Se necessrio, repetir a mesma dose uma e duas horas aps. Se a dor persistir, fazer uso do soro antiaracndeo polivalente por via endovenosa. A soroterapia est sempre indicada quando estiver presente o choque neurognico, em crianas menores de sete anos de idade e adultos com dor persistente aps tratamento sintomtico. O tratamento complementar da dor local com banho de imerso, analgsicos e sedativos pode ser utilizado.

Escorpies
- Tityus serrulatus Escorpio Amarelo

- Tityus bahiensis Escorpio Marrom


- Tityus stigmurus - Tityus cambridgei

- Tityus trivittatus

Escorpies
Os escorpies possuem uma quantidade muito pequena de veneno na glndula, mas de grande atividade txica.
A maior parte dos acidentes em adultos benigna, mas em crianas e idosos quase sempre fatal, se no forem tomadas as devidas providncias em curto espao de tempo. O veneno rapidamente absorvido pela pele e msculos, deslocando-se para o sangue, rins, pulmo e sistema nervoso. A maior ao ocorre no sistema nervoso, com efeitos locais e sistmicos.

Escorpies
O envenenamento por estes animais causa dor local intensa, que se irradia por todo o corpo, podendo ainda ocorrer inchao e vermelhido leves no local da picada.
A dor causada se torna to intensa que o paciente entra em choque neurognico, o que pode lev-lo morte. Outros efeitos visveis, alm da dor, so: aumento de todas as secrees; perturbaes respiratrias; paralisia respiratria; choque devido ao aumento da presso sangunea; alteraes cardacas; vmitos; clicas intestinais; diarria; aumento da urina com emisso involuntria desta; tremores musculares; convulses; paralisias musculares e outros.

Escorpies - Gneros
Gnero - Tityus serrulatus Escorpio Amarelo Tambm chamado escorpio amarelo, podendo atingir at 7cm de comprimento. Apresenta o tronco escuro, patas, pedipalpos e cauda amarelos sendo esta serrilhada no lado dorsal. Considerado o mais venenoso da Amrica do Sul, o escorpio causador de acidentes graves, principalmente no Estado de Minas Gerais. Distribuio geogrfica: Minas Gerais, Bahia, Esprito Santo, Rio de Janeiro e So Paulo.

Escorpies- Gneros
Gnero Tityus serrulatus Escorpio Amarelo

Escorpies - Gneros
Tityus bahiensis Escorpio Marrom Apresenta colorido geral marrom-escuro, s vezes marromavermelhado, pernas amareladas com manchas escuras. Fmures e tbias dos pedipalpos com mancha escura. A mo do macho bem dilatada. o escorpio que causa os acidentes mais freqentes no Estado de So Paulo. Distribuio geogrfica: Bahia at Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

Escorpies- Gneros
Tityus bahiensis Escorpio Marrom

Escorpies - Gneros
Tityus stigmurus Apresenta colorido geral amarelo-claro com um tringulo negro na cabea e uma faixa longitudinal mediana e manchas laterais no tronco. Distribuio geogrfica: Nordeste do Brasil.

Escorpies- Gneros
Tityus stigmurus

Escorpies - Gneros
Tityus cambridgei
Apresenta colorido geral castanho-avermelhado, com pontos de cor clara. O macho apresenta uma cauda mais longa que a fmea. Distribuio geogrfica: Regio Amaznica.

Escorpies- Gneros
Tityus cambridgei

Escorpies - Gneros
Tityus trivittatus
Apresenta colorido amarelo-escuro, com trs faixas longitudinais quase negras, podendo haver pequenas variaes na cor. Atinge cerca de 7cm de tamanho. Distribuio geogrfica: Rio Grande do Sul, Paran, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Gois, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Escorpies- Gneros
Tityus trivittatus

Escorpies - Tratamento
O tratamento na maioria dos casos consiste na infiltrao local de anestsico do tipo lidocana a 2% sem vasoconstritor. Repete-se este procedimento mais duas vezes se necessrio, com intervalo de uma hora. Caso a dor persista, est indicada a soroterapia especfica com soro antiescorpinico ou antiaracndico. A soroterapia est sempre indicada em crianas menores de sete anos e em adultos com dor persistente.

Cuidados de Enfermagem Gerais

- Receber o paciente; - Providenciar a limpeza do local, verificar os sinais vitais, puncionar uma veia de grosso calibre e a coleta de exames laboratoriais (TS/TC/Plaquetas); - Verificar com o paciente ou o acompanhante se o mesmo trouxe o animal agressor ou se conseguiu identifica-lo para fornecer as caractersticas; - Observar a presena de leso em membros inferiores ou superiores se constatado este dever ser mantido elevado; - Iniciar a soroterapia especifica diluda em aproximadamente 250 ml de soluo fisiolgica 0,9% ou glicosada 5% a critrio mdico, infundindo de 8 a 12 ml/minuto, observando-se os sinais e sintomas; - Manter o paciente hidratado com diurese entre 30 a 40 ml/hora no adulto e 1 a 2 ml/kg de peso/hora em crianas; - Verificar o estado vacinal quanto a vacina anti-tetnica, se o mesmo no recebeu a dose, dever ser administrado; - Registrar em pronturio o controle de diurese (volume e aspecto).

- Realizar a notificao do caso em ficha apropriada para acidentes com animais peonhentos, devendo todos os campos da mesma ser preenchidos e encaminha-la a Vigilncia Epidemiolgica local com os respectivos frascos vazios do soro utilizado para a substituio; - Realizar a SAE e providenciar a vaga para a internao do paciente, o mesmo dever permanecer internado no perodo mnimo de 48 horas; - Estar atento ao estoque de soro do Hospital, onde diariamente dever conferir os mesmos, para saber a necessidade de suprir o estoque. Caso seja necessrio, o suprimento o enfermeiro dever entrar em contato com a Vigilncia Epidemiolgica Municipal imediatamente.

* A via de administrao do soro a via intravenosa, a dose indicada de acordo com a gravidade da leso

Obrigada

Você também pode gostar