Notas de Topologia, Mujica
Notas de Topologia, Mujica
Notas de Topologia, Mujica
Sumrio a
1. Teoria de conjuntos................................................................1 2. Espaos mtricos....................................................................4 c e 3. Espaos topolgicos................................................................7 c o 4. Aderncia e interior de um conjunto......................................9 e 5. Sistemas de vizinhanas........................................................12 c 6. Bases para os abertos............................................................16 7. Subespaos............................................................................18 c 8. Funes cont co nuas.................................................................20 9. Produtos innitos e o axioma da escolha.............................23 10. O espao produto...............................................................25 c 11. O espao quociente.............................................................29 c 12. Convergncia de seqncias................................................32 e ue 13. Convergncia de redes........................................................34 e 14. O lema de Zorn e o teorema de Zermelo............................38 15. Convergncia de ltros.......................................................42 e 16. Espaos de Hausdor..........................................................47 c 17. Espaos regulares................................................................50 c 18. Espaos normais.................................................................52 c 19. Espaos completamente regulares.......................................58 c 20. Primeiro e segundo axioma de enumerabilidade.................63 21. Espaos compactos.............................................................69 c 22. Espaos localmente compactos...........................................76 c 23. A compacticao de Alexandro......................................79 ca 24. A compacticao de Stone-Cech.......................................81 ca 25. Espaos metrizveis............................................................84 c a 26. Espaos conexos..................................................................87 c 27. Componentes conexas.........................................................91 28. Espaos conexos por caminhos............................................93 c 29. Homotopia...........................................................................96 30. O grupo fundamental..........................................................99 31. O grupo fundamental do c rculo unitrio..........................103 a Bibliograa..............................................................................108
1. Teoria de conjuntos Dados dois conjuntos A e B, diremos que A subconjunto de B, e escrevere emos A B, se cada elemento de A pertence a B, ou seja se x A implica x B. Diremos que A igual a B, e escreveremos A = B, se A e B tem os mesmos e elementos, ou seja se A B e B A. A unio, a interseo, e a diferena de dois conjuntos A e B denida por a ca c e A B = {x : x A ou x B}, A B = {x : x A e x B}, A \ B = {x : x A e x B}. / Se estamos considerando subconjuntos de um conjunto xo X, ento o conjunto a X \ A chamado de complementar de A em X, e denotado por Ac . e e A unio e a interseo de uma fam de conjuntos Ai (i I) denida por a ca lia e Ai = {x : x Ai para algum i I},
iI
Dado um conjunto X, P(X) denota o conjunto formado pelos subconjuntos de X, ou seja P(X) = {A : A X}. denota o conjunto vazio. N denota o conjunto dos nmeros naturais, ou u seja o conjunto dos inteiros positivos. Z denota o conjunto dos inteiros. Q denota o conjunto dos nmeros racionais. R denota o conjunto dos nmeros u u reais. C denota o conjunto dos nmeros complexos. u O produto cartesiano X Y de dois conjuntos X e Y o conjunto dos pares e ordenados (x, y) tais que x X e y Y . O produto cartesiano X1 ... Xn de n conjuntos X1 ,...,Xn o conjunto das n-tuplas (x1 , ..., xn ) tais que xi Xi e para i = 1, ..., n. Escreveremos X n em lugar de X ... X (n vezes). Uma funo ou aplicao f de X em Y , denotada por f : X Y , ca ca e uma regra que associa a cada elemento x X um unico elemento f (x) Y . O conjunto X chamado de dom e nio de f . O conjunto Y chamado de e contradom nio de f . f dita injetiva se f (x1 ) = f (x2 ) implica x1 = x2 . f dita sobrejetiva se e e para cada y Y existe x X tal que f (x) = y. f dita bijetiva se injetiva e e e sobrejetiva. Se f : X Y bijetiva, a funo inversa f 1 : Y X denida e ca e por f 1 (y) = x se f (x) = y. O grco de f o conjunto a e Gf = {(x, y) X Y : y = f (x)}.
Dados A X e B Y , a imagem de A e a imagem inversa de B so os a conjuntos f (A) = {y Y : y = f (x) para algum x A}, f 1 (B) = {x X : f (x) B}. Dadas duas aplicaes f : X Y e g : Y Z, a aplicao composta co ca g f : X Z denida por g f (x) = g(f (x)) para todo x X. e Uma relao R num conjunto X um subconjunto R de X X. Com ca e freqncia escreveremos xRy se (x, y) R. ue Uma relao R em X dita reexiva se xRx para todo x X. R dita ca e e simtrica se xRy implica yRx. R dita transitiva se xRy e yRz implicam e e xRz. Diremos que R uma relao de equivalncia se R reexiva, simtrica e ca e e e e transitiva. Exerc cios 1.A. Se Ai X para cada i I, prove las leis de De Morgan: (a) X\
iI
Ai =
iI
(X \ Ai ). (X \ Ai ).
iI
(b)
X\
iI
Ai =
1.B. Seja f : X Y uma aplicao. Dados B Y e Bi Y para cada ca i I, prove que: (a) f 1 ( Bi ) = f 1 (Bi ).
iI iI
(b) (c)
(
iI
Bi ) =
iI
f 1 (Bi ).
f 1 (Y \ B) = X \ f 1 (B).
1.C. Seja f : X Y uma aplicao. Dados A X e Ai X para cada ca i I, prove que: (a) f ( Ai ) = f (Ai ).
iI iI
(b)
f(
iI
Ai )
iI
(c) (c )
1.D. (a) D exemplo de uma aplicao f : X Y e conjuntos A1 , A2 X e ca tais que f (A1 A2 ) = f (A1 ) f (A2 ). (b) D exemplo de uma aplicao f : X Y e um conjunto A X tal que e ca f (X \ A) = Y \ f (A). 1.E. Seja f : X Y uma aplicao. Dados A X e B Y , prove que: ca (a) (b) A f 1 (f (A)), com igualdade se f for injetiva. f (f 1 (B)) B, com igualdade se f for sobrejetiva.
1.F. (a) D exemplo de uma aplicao f : X Y e um conjunto A X tal e ca que A = f 1 (f (A)). (b) D exemplo de uma aplicao f : X Y e um conjunto B Y tal que e ca f (f 1 (B)) = B. 1.G. Sejam f : X Y e g : Y X aplicaes tais que g f (x) = x para co todo x X. Prove que f injetiva e g sobrejetiva. e e
2. Espaos mtricos c e 2.1. Denio. Seja X um conjunto. Uma funo d : X X R ca ca e chamada de mtrica se verica as seguintes propriedades para x, y, z X: e (a) d(x, y) 0; (b) d(x, y) = 0 se e s se x = y; o (c) d(x, y) = d(y, x); (d) d(x, z) d(x, y) + d(y, z); A desigualdade (d) chamada de desigualdade triangular. O par (X, d) e e chamado de espao mtrico. Com freqncia falaremos do espao mtrico X em c e ue c e lugar do espao mtrico (X, d). c e 2.2. Exemplos. (a) X = R, d(x, y) = |x y|. (b) X = Rn , d(x, y) = (c) X = Rn , d(x, y) =
n n j=1 (xj n j=1
|xj yj |.
(d) X = R , d(x, y) = max{|x1 y1 |, ..., |xn yn |}. Em (b),(c) e (d), x = (x1 , ..., xn ), y = (y1 , ..., yn ). (e) Se X um conjunto qualquer, ento a mtrica d : X X R denida e a e por d(x, y) = 1 se x = y e d(x, y) = 0 se x = y, chamada de mtrica discreta. e e (f) Seja (X, d) um espao mtrico, e seja S X. Ento S um espao c e a e c mtrico com a mtrica induzida dS , ou seja dS (x, y) = d(x, y) para todo x, y S. e e 2.3. Denio. Seja X um espao mtrico. Dados a X e r > 0, ca c e consideremos os conjuntos B(a; r) = {x X : d(x, a) < r}, B[a; r] = {x X : d(x, a r}. O conjunto B(a; r) chamado de bola aberta de centro a e raio r. O conjunto e B[a; r] chamado de bola fechada de centro a e raio r. e 2.4. Denio. Seja X um espao mtrico. Um conjunto U X dito ca c e e aberto em X se para cada a U existe r > 0 tal que B(a; r) U . Um conjunto F X dito fechado em X se X \ F aberto. e e 2.5. Exemplos. (a) Cada bola aberta um subconjunto aberto. e (b) Cada bola fechada um subconjunto fechado. e Demonstrao. (a) Seja x B(a; r). Usando a desigualdade triangular ca e fcil vericar que a B(x; r d(x, a)) B(a; r), e portanto B(a; r) aberto. e 4
(b) Para provar que B[a; r] fechado, basta provar que X \ B[a; r] aberto. e e Seja x X \ B[a; r]. Usando a desigualdade triangular no dif provar, por a e icil absurdo, que B(x; d(x, a) r) X \ B[a; r], e portanto X \ B[a; r] aberto. e 2.6. Proposio. Seja X um espao mtrico. Ento: ca c e a (a) e X so abertos. a (b) A unio de uma fam arbitrria de abertos um aberto. a lia a e (c) A interseo de uma fam nita de abertos um aberto. ca lia e Demonstrao. (a) claro. ca e (b) Seja Ui aberto em X para cada i I, e seja a iI Ui . Ento a Ui0 a para algum i0 I. Como Ui0 aberto, existe r > 0 tal que B(a; r) Ui0 . Logo e B(a; r) iI Ui e iI Ui aberto. e (c) Seja Ui aberto em X para cada i I, sendo I nito. Seja a iI Ui , ou seja a Ui para cada i I. Para cada i I existe ri > 0 tal que B(a; ri ) Ui . Seja r = miniI ri . Segue que B(a; r) iI Ui e iI Ui aberto. e 2.7. Corolrio. Seja X um espao mtrico. Ento: a c e a (a) X e so fechados. a (b) A interseo de uma fam arbitrria de fechados um fechado. ca lia a e (c) A unio de uma fam nita de fechados um fechado. a lia e Demonstrao. Basta aplicar a Proposio 2.6 e as leis de De Morgan. ca ca 2.8. Denio. Seja f : X Y , sendo X e Y espaos mtrico. Diremos ca c e que f cont e nua num ponto a X se dado > 0, podemos achar > 0 tal que dX (x, a) < implica dY (f (x), f (a)) < , ou seja f (BX (a; )) BY (f (a); ). Diremos que f cont e nua se for cont nua em cada ponto de X. Denotaremos por C(X; Y ) o conjunto de todas as funes cont co nuas f : X Y . Se Y = R, escreveremos C(X) em lugar de C(X; R). 2.9. Proposio. Seja f : X Y , sendo X e Y espaos mtricos. Ento ca c e a f cont e nua num ponto a X se e s se, para cada aberto V de Y contendo o f (a), existe um aberto U de X contendo a tal que f (U ) V . Demonstrao. (): Seja V um aberto de Y contendo f (a). Seja > 0 ca tal que BY (f (a); ) V . Por hiptese existe > 0 tal que f (BX (a; )) o BY (f (a); ). Logo basta tomar U = BX (a; ). (): Dado > 0, seja V = BY (f (a); ). Por hiptese existe um aberto U o de X contendo a tal que f (U ) V . Seja > 0 tal que BX (a; ) U . Segue que f (BX (a; )) BY (f (a); ).
2.10. Proposio. Seja f : X Y , sendo X e Y espaos mtricos. Ento ca c e a as seguintes condies so equivalentes: co a (a) f cont e nua. (b) f 1 (V ) aberto em X para cada aberto V de Y . e (c) f 1 (B) fechado em X para cada fechado B de Y . e Demonstrao. (a) (b): Seja V um aberto de Y . Pela Proposio 2.9, ca ca para cada a f 1 (V ), existe um aberto Ua de X contendo a tal que f (Ua ) V , ou seja Ua f 1 (V ). Segue que f 1 (V ) = {Ua : a f 1 (V )}
aberto em X. e (b) (a): Basta provar que f cont e nua em cada a X. Seja a X, e seja V um aberto de Y contendo f (a). Por hiptese f 1 (V ) um aberto de o e cio 1.G. Pela Proposio 2.9 f ca e X contendo a, e f (f 1 (V )) V pelo Exerc cont nua em a. A equivalncia (b) (c) conseqncia direta do Exerc 1.B(c). e e ue cio Exerc cios 2.A. Prove que as seguintes funes so mtricas em C[a, b]: co a e (a) d(f, g) = sup{|f (x) g(x)| : a x b}. b (b) d(f, g) = a |f (x) g(x)|dx. 2.B. Seja X um espao mtrico. c e (a) Prove a desigualdade |d(x, a) d(y, a)| d(x, y) para todo x, y, a X. (b) Prove que, para cada a X a funo x X d(x, a) R cont ca e nua. (c) Prove que a esfera S(a; r) = {x X : d(x, a) = r} um subconjunto fechado. e 2.C. Seja X um espao mtrico, e seja S X, com a mtrica induzida. c e e (a) Dados a S e r > 0, prove que BS (a; r) = S BX (a; r). (b) Prove que um conjunto U S aberto em S se e s se existe um aberto e o V de X tal que U = S V . 2.D. Seja X = R, e seja S = Z, com a mtrica induzida. Prove que cada e subconjunto de S aberto em S. e 2.E. (a) D exemplo de uma seqncia de abertos de R cuja interseo no e ue ca a seja um aberto. (b) D exemplo de uma seqncia de fechados de R cuja unio no seja um e ue a a fechado.
3. Espaos topolgicos c o 3.1. Denio. Seja X um conjunto. Chamaremos de topologia em X ca uma fam de subconjuntos de X com as seguintes propriedades: lia (a) e X pertencem a . (b) A unio de uma fam arbitrria de membros de pertence a . a lia a (c) A interseo de uma fam nita de membros de pertence a . ca lia Os membros de so chamados de abertos. O par (X, ) chamado de a e espao topolgico. Com freqncia diremos que X um espao topolgico. c o ue e c o 3.2. Exemplos. (a) Se (X, d) um espao mtrico, ento segue da Proposio 2.6 que os e c e a ca abertos de (X, d) formam uma topologia d em X. (b) Se X = Rn , ento a topologia d dada pela mtrica euclideana a e
n
d(x, y) =
j=1
(xj yj )2
chamada de topologia usual. e (c) Seja X um conjunto qualquer, e seja a fam de todos os subconjuntos lia de X. Claramente uma topologia em X, chamada de topologia discreta. e (d) Seja X um conjunto qualquer, e seja = {, X}. Claramente uma e topologia em X, chamada de topologia trivial. 3.3. Denio. Diremos que um espao topolgico (X, ) metrizvel se ca c o e a existir uma mtrica d em X tal que = d . e Notemos que a topologia discreta sempre metrizvel, e vem dada pela e a mtrica discreta. e 3.4. Denio. Dadas duas topologias 1 e 2 num conjunto X, diremos ca que 1 mais fraca que 2 , ou que 2 mais forte que 1 , ou que 2 mais na e e e que 1 se 1 2 . A topologia trivial em X mais fraca que qualquer outra topologia em X. e A topologia discreta em X mais na que qualquer outra topologia em X. e 3.5. Denio. Seja X um espao topolgico. Diremos que um conjunto ca c o F X fechado se X \ F aberto. e e 3.6. Proposio. Seja X um espao topolgico. Ento: ca c o a (a) X e so fechados. a (b) A interseo de uma fam arbitrria de fechados um fechado. ca lia a e (c) A unio de uma fam nita de fechados um fechado. a lia e Demonstrao. Basta aplicar as leis de de Morgan. ca
Reciprocamente temos: 3.7. Proposio. Seja X um conjunto, e seja F uma fam de subconca lia juntos de X com as seguintes propriedades: (a) X e pertencem a F. (b) A interseo de uma fam arbitrria de membros de F pertence a F. ca lia a (c) A unio de uma fam nita de membros de F pertence a F. a lia Seja = {X \ F : F F}. Ento uma topologia em X, e F coincide a e com a fam dos fechados de (X, ). lia Demonstrao. Basta aplicar as leis de De Morgan. ca Exerc cios 3.A. Prove que as mtricas dos Exemplos 2.2(b), 2.2(c) e 2.2(d) denem a e mesma topologia em Rn . 3.B. Seja X = {a, b}, com a = b, e seja = {, {a}, X}. Prove que uma topologia em X. O espao (X, ) chamado de espao de e c e c Sierpinski. 3.C. Seja X um conjunto, e seja F = {X} {F X : F nito}. e Prove que F a fam de fechados de uma topologia em X, conhecida como e lia topologia conita. Voc reconhece esta topologia quando X nito? e e 3.D. Seja X um conjunto, e seja F = {X} {F X : F enumervel}. e a Prove que F a fam de fechados de uma topologia em X, conhecida como e lia topologia coenumervel. Voc reconhece esta topologia quando X enumea e e rvel? a 3.E. Seja X um conjunto, seja A X, e seja A = {} {U : A U X}. (a) Prove que A uma topologia em X. e (b) Descreva os fechados de (X, A ). (c) Voc reconhece A quando A = e quando A = X? e
4. Aderncia e interior de um conjunto e 4.1. Denio. Seja X um espao topolgico, e seja A X. Chamaremos ca c o de aderncia de A o conjunto e A= {F X : F fechado e F A}. e
Claramente A o menor subconjunto fechado de X que contm A. e e 4.2. Proposio. Seja X um espao topolgico. Ento a aplicao A A ca c o a ca tem as seguintes propriedades: (a) A A. (b) A = A. (c) = . (d) A B = A B. (e) A fechado se e s se A = A. e o Demonstrao. (a) bvio. ca eo e (b) Por (a) A A. E como A um fechado contendo A, segue que A A. (c) Como um fechado contendo , segue que . e (d) Antes de provar (d) notemos que A B implica A B. Como A A B e B A B, segue que A A B e B A B. Logo A B A B. Por outro lado A B um fechado contendo A B. Logo e A B A B. (e) bvio. eo Reciprocamente temos: 4.3. Proposio. Seja X um conjunto, e seja A P(X) A P(X) ca uma aplicao com as seguintes propriedades: ca (a) A A. (b) A = A. (c) = . (d) A B = A B. Seja F = {A X : A = A}. Ento F a fam de fechados de uma a e lia topologia em X. A a aderncia de A para cada A X. e e Demonstrao. Utilizaremos a Proposio 3.7. E claro que X F. E ca ca segue de (c) que F. Segue de (d) que a unio de dois membros de F pertence a F. a
Antes de provar que qualquer interseo de membros de F pertence a F, ca provemos que () A B implica A B. De fato usando (d) vemos que: A B B = A (B \ A) B = A (B \ A) B A. Seja Ai F para cada i I. Ento a Ai = Ai para cada i I. Logo iI Ai
iI
Assim F a fam de fechados para uma topologia em X. Para provar e lia que A a aderncia de A com relao a , xemos A X. Segue de (*) que e e ca A F = F para cada F F tal que F A, e portanto A {F F : F A}.
Por outro lado segue de (a) e (b) que A F e A A. Logo {F F : F A} A. Isto prova que A a aderncia de A. e e 4.4. Denio. Seja X um espao topolgico, e seja A X. Chamaremos ca c o de interior de A o conjunto A =
{U X : U aberto e U A}. e
Claramente A o maior subconjunto aberto de X que est contido em A. As e a vezes escreveremos A em lugar de A . 4.5. Proposio. Seja X um espao topolgico, e seja A X. Ento: ca c o a X \ A = (X \ A) e X \ A = (X \ A).
Deixamos como exerc as demonstraes das duas proposies seguintes. cio co co Elas podem ser demonstradas diretamente, ou podem ser deduzidas das Proposies co 4.2 e 4.3 utilizando a Proposio 4.5 e as leis de De Morgan. ca 4.6. Proposio. Seja X um espao topolgico. Ento a aplicao A A ca c o a ca tem as seguintes propriedades: (a) A A. (b) A = A . (c) X = X. (d) (A B) = A B . 10
(e) A aberto se e s se A = A . e o 4.7. Proposio. Seja X um conjunto, e seja A P(X) A P(X) ca uma aplicao com as seguintes propriedades: ca (a) A A. (b) A = A . (c) X = X. (d) (A B) = A B . Seja = {A X : A = A }. Ento uma topologia em X. A o a e e interior de A para cada A X. Exerc cios 4.A. Seja X um espao topolgico, com a topologia conita do Exerc c o cio 3.C. (a) Descreva A para cada A X. (b) Descreva A para cada A X. 4.B. Seja X um conjunto, seja A X, e seja A a topologia do Exerc cio 3.E. (a) Descreva B para cada B X. (b) Descreva B para cada B X. 4.C. Seja X um espao topolgico. c o (a) Prove que (A B) A B para todo A, B X. (b) D exemplo de conjuntos A, B R tais que (A B) = A B. e 4.D. Seja X um espao topolgico. c o (a) Prove que (A B) A B para todo A, B X. (b) D exemplo de conjuntos A, B R tais que (A B) = A B . e 4.E. Dado A X, chamaremos de fronteira de A o conjunto A = A (X \ A). (a) Prove que A = A A. (b) Prove que A = A \ A. 4.F. Para cada A N seja A = {kn : n A, k N}. (a) Prove que a aplicao A A tem as propriedades da Proposio 4.3, e ca ca dene portanto uma topologia em N. (b) Descreva os fechados de (N, ). (c) Descreva os abertos de (N, ).
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5. Sistemas de vizinhanas c 5.1. Denio. Seja X um espao topolgico no vazio, e seja x X. ca c o a Diremos que um conjunto U X uma vizinhana de x se x U . Ux denota e c o conjunto de todas as vizinhanas de x. c 5.2. Proposio. Seja X um espao topolgico no vazio. Ento os conca c o a a juntos Ux tem as seguintes propriedades: (a) x U para cada U Ux . (b) Se U, V Ux , ento U V Ux . a (c) Dado U Ux , existe V Ux , V U , tal que U Uy para cada y V . (d) Se U Ux e U V X, ento V Ux . a (e) Um conjunto U X aberto se e s se U Ux para cada x U . e o Demonstrao. (a) Se U Ux , ento x U U . ca a (b) Se U, V Ux , ento x U V = (U V ) . Logo U V Ux . a (c) Dado U Ux , seja V = U . Se y V = U , ento U Uy . a (d) Se U Ux e U V X, ento x U V . Logo V Ux . a (e) Se U aberto, ento U = U . Segue que U Ux para cada x U . e a Reciprocamente suponhamos que U Ux para cada x U . Segue que U = U . Logo U aberto. e Reciprocamente temos: 5.3. Proposio. Seja X um conjunto no vazio. Para cada x X seja ca a Ux uma fam no vazia de subconjuntos de X com as seguintes propriedades: lia a (a) x U para cada U Ux . (b) Se U, V Ux , ento U V Ux . a (c) Dado U Ux , existe V Ux , V U , tal que U Uy para cada y V . (d) Se U Ux e U V X, ento V Ux . a Seja = {U X : U Ux para cada x U }. Ento uma topologia em X, e Ux o sistema de vizinhanas de x em (X, ) a e e c para cada x X. Demonstrao. Primeiro provaremos que uma topologia em X. ca e E claro que . Para provar que X , seja x X, e seja U Ux . Como U X, segue de (d) que X Ux . Logo X . Seja Ui para cada i I, e seja x iI Ui . Ento x Ui para algum a i I. Como Ui , temos que Ui Ux . Como Ui iI Ui , segue de (d) que iI Ui Ux . Logo iI Ui . Sejam U, V , e seja x U V . Ento U, V Ux , e segue de (b) que a U V Ux . Logo U V .
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A seguir provaremos que cada vizinhana de x pertence a Ux . Seja U uma c vizinhana de x. Ento x U . Como U , segue que U Ux . Como c a U U , segue de (d) que U Ux . Finalmente provaremos que cada U Ux uma vizinhana de x. Seja e c U Ux , e seja V = {y U : U Uy }. Segue de (a) que x U , e como U Ux , vemos que x V . A seguir veremos que V . Dado y V , temos que U Uy . Por (c) existe W Uy , W U , tal que U Uz para todo z W . Segue ento de (a) que a W V . Segue de (d) que V Uy . Logo V . Como x V e V , segue que x U . Logo U uma vizinhana de x. e c 5.4. Denio. Seja X um espao topolgico no vazio, e seja x X. ca c o a Diremos que uma fam Bx Ux uma base de vizinhanas de x se cada lia e c U Ux contm algum V Bx . e 5.5. Exemplos. (a) Seja X um espao topolgico, seja x X, e seja c o Bx = {U Ux : U aberto}. e Ento Bx uma base de vizinhanas de x. a e c (b) Seja X um espao mtrico, seja x X, e seja c e Bx = {B(x; r) : r > 0}. Ent ao Bx uma base de vizinhanas de x. e c (c) Seja X um espao mtrico, seja x X, e seja c e Bx = {B[x; r] : r > 0}. Ento Bx uma base de vizinhanas de x. a e c 5.6. Proposio. Seja X um espao topolgico no vazio, e seja Bx uma ca c o a base de vizinhanas de x, para cada x X. Ento: c a (a) x U para cada U Bx . (b) Dados U, V Bx , existe W Bx tal que W U V . (c) Dado U Bx , existe V Bx , V U , tal que para cada y V existe W By tal que W U . (d) Um conjunto U X aberto se e s se para cada x U existe V Bx e o tal que V U . Demonstrao. As arma oes (a), (b), (c) e (d) seguem diretamente das ca c armaes (a), (b), (c) e (e) na Proposio 5.2. co ca Reciprocamente temos: 5.7. Proposio. Seja X um conjunto no vazio. Para cada x X seja ca a Bx uma fam no vazia de subconjuntos de X com as seguintes propriedades: lia a 13
(a) x U para cada U Bx . (b) Dados U, V Bx , existe W Bx tal que W U V . (c) Dado U Bx , existe V Bx , V U , tal que para cada y V existe W By tal que W U . Seja = {U X : para cada x U existe V Bx tal que V U }. Ento uma topologia em X e Bx uma base de vizinhanas de x em a e e c (X, ) para cada x X. Demonstrao. Para cada x X seja ca Ux = {U X : U V para algum V Bx }. E claro que as fam lias Ux vericam as propriedades (a), (b), (c) e (d) da Proposio 5.3, e que ca = {U X : U Ux para cada x U }. Pela Proposio 5.3 uma topologia em X e Ux o sistema de vizinhanas ca e e c de x em (X, ) para cada X X. Segue que Bx uma base de vizinhanas de e c x em (X, ) para cada x X. A proposio seguinte muito util. Ela caracteriza abertos, fechados, aderncia ca e e de um conjunto e interior de um conjunto em termos de bases de vizinhanas. c 5.8. Proposiao. Seja X um espao topolgico no vazio, seja A X, e c c o a seja Bx uma base de vizinhanas de x, para cada x X.Ento: c a (a) A aberto se e s se para cada x A existe V Bx tal que V A. e o (b) A fechado se e s se para cada x A, existe V Bx tal que V A = . e o / (c) A = {x X : V A = para cada V Bx }. (d) A = {x X : V A para algum V Bx }. Demonstrao. J vimos (a) na Proposio 5.6(d). (b) conseqncia cca a ca e ue imediata de (a). (c) Lembremos que A= {F X : F fechado, F A}.
Se x A, ento por (b) existe V Bx tal que V A = . Reciprocamente / a suponhamos que exista V Bx tal que V A = . Ento x V e A X \ V a / X \ V . Como X \ V fechado, segue que A X \ V . Logo x A. e (d) Pela Proposio 4.5, X \ A = (X \ A). Se B denota o conjunto da ca direita em (d), ento usando (c) segue que a x A x (X \ A) V (X \ A) = para cada V Bx /
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V A para cada V Bx x B. /
5.9. Denio. Seja X um espao topolgico. Diremos que X satisfaz ca c o o primeiro axioma de enumerabilidade se cada x X admite uma base de vizinhanas Bx que enumervel. c e a 5.10. Exemplo. Cada espao mtrico satisfaz o primeiro axioma de enuc e merabilidade. Exerc cios 5.A. Seja X um espao topolgico, seja A X, e seja Bx uma base de c o vizinhanas de x para cada x X. Prove que c A = {x X : V A = e V (X \ A) = para cada V Bx }. 5.B. Dados f C[a, b] e r > 0, seja U (f, r) = {g C[a, b] : |g(x) f (x) < r para todo x [a, b]}. Prove que os conjuntos U (f, r), com r > 0 formam uma base de vizinhanas de c f no espao mtrico C[a, b] do Exerc 2.A(a). c e cio 5.C. Dados f C[a, b], A [a, b], A nito, e r > 0, seja V (f, A, r) = {g C[a, b] : |g(x) f (x)| < r para todo x A}. Prove que os conjuntos V (f, A, r), com A [a, b], A nito, e r > 0, formam uma base de vizinhanas de f para uma certa topologia em C[a, b]. Esta topologia c e mais fraca que a topologia do exerc anterior. cio 5.D. Seja X um espao topolgico e seja A X. Diremos que um ponto c o x X um ponto de acumulao de A se dado U Ux existe a U A, e ca com a = x. A denota o conjunto dos pontos de acumulao de A. Prove que ca A=AA. 5.E. D exemplo de um conjunto A R tal que os seguintes conjuntos e sejam todos diferentes entre si: A, A, A, A, A, A, A .
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6. Bases para os abertos 6.1. Denio. Seja (X, ) um espao topolgico. Diremos que uma ca c o fam B uma base para se dado U existe C B tal que lia e U= {V : V C}.
6.2. Exemplos. (a) Os intervalos (a, b), com a < b em R, formam uma base para a topologia usual em R. (b) Se (X, d) um espao mtrico, ento as bolas B(a; r), com a X e e c e a r > 0, formam uma base para a topologia d . (c) Se (X, ) um espao topolgico discreto, ento B = {{x} : x X} e c o a e uma base para . 6.3. Proposio. Seja (X, ) um espao topolgico. Uma fam B ca c o lia uma base para se e s se, dados U e x U , existe V B tal que e o x V U. Esta proposio conseqncia imediata da denio. ca e ue ca 6.4. Proposio. Seja (X, ) um espao topolgico. Uma fam B ca c o lia e uma base para se e s se, para cada x X, a fam o lia Bx = {V B : x V } uma base de vizinhanas de x. e c Esta proposio conseqncia fcil da proposio anterior. ca e ue a ca 6.5. Proposio. Seja (X, ) um espao topolgico, e seja B uma base ca c o para . Ento: a (a) X = {V : V B}. (b) Dados x X e U, V B tais que x U V , existe W B tal que xW U V. Demonstrao. (a) conseqncia imediata da denio de base. (b) ca e ue ca e conseqncia da Proposio 6.4, junto com a Proposio 5.6. ue ca ca Reciprocamente temos: 6.6. Proposio. Seja X um conjunto, e seja B uma fam de subconca lia juntos de X com as seguintes propriedades: (a) X = {V : V B}. (b) Dados x X e U, V B tais que x U V , existe W B tal que xW U V. Seja a fam de todos os conjuntos da forma lia U= {V : V C}, com C B. 16
Ento uma topologia em X, e B uma base para . a e e Demonstrao. E claro que = {V : V } . E X por (a). ca Seja Ui para cada i I, ou seja Ui = para cada i I. Ento a Ui =
iI
{V : V Ci }, com Ci B
{V : V
iI
Ci } .
Segue de (b) que cada interseo V1 V2 unio de membros de B. Segue que ca e a U1 U2 . Temos provado qur uma topologia em X. E claro que B uma base para e e . 6.7. Denio. Seja (X, ) um espao topolgico. Diremos que (X, ) ca c o satisfaz o segundo axioma de enumerabilidade se existe uma base B para que enumervel. e a 6.8. Exemplo. R satisfaz o segundo axioma de enumerabilidade: os intervalos (a, b) com a < b racionais, formam uma base para os abertos. Exerc cios 6.A. Prove que o segundo axioma de enumerabilidade implica o primeiro. 6.B. Prove que os intervalos (a, ), com a R, formam uma base para uma topologia 1 em R, mais fraca que a topologia usual. Prove que (R, 1 ) satisfaz o segundo axioma de enumerabilidade. 6.C. Prove que os intervalos [a, b), com a < b em R, formam uma base para uma topologia 2 em R, mais na que a topologia usual. (R, 2 ) conhecido e como a reta de Sorgenfrey. 6.D. Seja (X, ) um espao topolgico. Diremos que uma fam C c o lia e uma subbase para se as intersees nitas de membros de C formam uma base co para . Prove que os intervalos (a, ), com a R, junto com os intervalos (, b), com b R, formam uma subbase para a topologia usual em R.
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7. Subespaos c 7.1. Denio. Seja (X, ) um espao topolgico, e seja S X. E claro ca c o que a fam lia S = {S U : U } uma topologia em S, que chamaremos de topologia induzida. Diremos que e (S, S ) um subespao de (X, ), ou simplesmente que S um subespao de X. e c e c 7.2. Exemplos. (a) Z, com a topologia induzida por R, um espao topolgico discreto. e c o (b) R um subespao de R2 . e c 7.3. Proposio. Seja S um subespao de um espao topolgico X. Ento: ca c c o a (a) U aberto em S se e s se U = S U1 , sendo U1 aberto em X. e o (b) F fechado em S se e s se F = S F1 , sendo F1 fechado em X. e o S X (c) Se A S, ento A = S A . a (d) Se x S, ento U vizinhana de x em S se e s se U = S U1 , sendo a e c o U1 uma vizinhana de x em X. c Demonstrao. (a) a prpria denio. ca e o ca (b) Usando (a) vemos que: F fechado em S S \ F aberto em S e e S \ F = S U1 , com U1 aberto em X F = S (X \ U1 ), com U1 aberto em X F = S F1 , com F1 fechado em X. (c) Usando (b) vemos que: A = =
S
{F : F fechado em S, F A}
X
{S F1 : F1 fechado em X, F1 A} = S A .
(d) Seja U1 uma vizinhana de x em X. Ento existe um aberto V1 em X c a tal que x V1 U1 . Logo x S V1 S U1 . Como S V1 aberto em S, e segue que S U1 uma vizinhana de x em S. e c Reciprocamente seja U uma vizinhana de x em S. Ento existe um aberto c a V de S tal que x V U . Ento V = S V1 , com V1 aberto em X. Seja a U1 = V1 (U \ V ). Ento a S U1 = V (U \ V ) = U. Como x V1 U1 , segue que U1 uma vizinhana de x em X. e c
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Exerc cios 7.A. Seja X um espao topolgico, e seja S um subespao de X. c o c (a) Se X tem a topologia discreta, prove que S tambm tem a topologia e discreta. (b) Se X tem a topologia trivial, prove que S tambm tem a topologia trivial. e 7.B. Seja X um espao topolgico, e seja S um subespao de X. Se X c o c e metrizvel, prove que S metrizvel tambm. a e a e Sugesto: Use o Exerc 2.C. a cio 7.C. Seja X um espao topolgico, seja S um subespao de X, e seja x S. c o c (a) Se Bx uma base de vizinhanas de x em X, prove que a fam {S U : e c lia U Bx } uma base de vizinhanas de x em S. e c (b) Se X satisfaz o primeiro axioma de enumerabilidade, prove que S satisfaz o mesmo axioma. 7.D. Seja X um espao topolgico, e seja S um subespao de X. c o c (a) Se B uma base para a topologia de X, prove que a fam {S U : e lia U B} uma base para a topologia de S. e (b) Se X satisfaz o segundo axioma de enumerabilidade, prove que S satisfaz o mesmo axioma.
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8. Funes cont co nuas 8.1. Denio. Seja f : X Y , sendo X e Y espaos topolgicos. Diremos ca c o que f cont e nua num ponto a X se para cada aberto V de Y contendo f (a), existe um aberto U de X contendo a tal que f (U ) V . Diremos que f e cont nua se for cont nua em cada pontos de X. Denotaremos por C(X; Y ) o conjunto de todas as funes cont co nuas f : X Y . Se Y = R, escreveremos C(X) em lugar de C(X; R). 8.2. Proposio. Seja f : X Y , sendo X e Y espaos topolgicos. ca c o Seja Ba uma base de vizinhanas de um ponto a X, e seja Bf (a) uma base de c vizinhanas de f (a). Ento as seguintes condies so equivalentes: c a co a (a) f cont e nua em a. (b) Para cada V Uf (a) , existe U Ua tal que f (U ) V . (c) Para cada V Bf (a) , existe U Ba tal que f (U ) V . Demonstrao. (a) (b): Seja V Uf (a) . Seja V1 um aberto de Y ca contendo f (a) tal que V1 V . Por (a) existe um aberto U1 de X contendo a tal que f (U1 ) V1 V . E claro que U1 Ua . (b) (c): Seja V Bf (a) . Por (b) existe U Ua tal que f (U ) V . Seja U1 Ba tal que U1 U . Ento f (U1 ) f (U ) V . a (c) (a): Seja V um aberto de Y contendo f (a). Seja V1 Bf (a) tal que V1 V . Por (c) existe U1 Ba tal que f (U1 ) V1 . Seja U um aberto de X contendo a tal que U U1 . Ento f (U ) f (U1 ) V1 V . a 8.3. Proposio. Seja f : X Y , sendo X e Y espaos topolgicos. ca c o Ento as seguintes condies so equivalentes: a co a (a) f cont e nua. (b) f 1 (V ) aberto em X para cada aberto V de Y . e (c) f 1 (B) fechado em X para cada fechado B de Y . e Demonstrao. Basta repetir a demonstrao da Proposio 2.10. ca ca ca 8.4. Proposio. Sejam f : X Y e g : Y Z, sendo X, Y e Z espaos ca c topolgicos. Se f cont o e nua num ponto a X e g cont e nua em f (a), ento a g f cont e nua em a. Demonstrao. Utilizaremos a Proposio 8.2. Seja W Ugf (a) . Como ca ca g cont e nua em f (a), existe V Uf (a) tal que g(V ) W . Como f cont e nua em a, existe U Ua tal que f (U ) V . Segue que g(f (U )) g(V ) W . 8.5. Corolrio. Sejam f : X Y e g : Y Z, sendo X, Y e Z espaos a c topolgicos. Se f e g so cont o a nuas, ento g f cont a e nua tambm. e 8.6. Proposio. Sejam X e Y espaos topolgicos, e seja S um subespao ca c o c de X. Se f : X Y cont e nua, ento a restrio f |S : S Y cont a ca e nua tambm. e
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Demonstrao. Seja V um aberto de Y . Como f cont ca e nua, f 1 (V ) e 1 1 aberto em X. Segue que (f |S) (V ) = S f (V ) aberto em S. e 8.7. Proposio. Sejam X e Y espaos topolgicos. Suponhamos que X = ca c o S1 S2 , onde S1 e S2 so ambos abertos ou ambos fechados. Seja f : X Y a uma funo tal que f |S1 : S1 Y e f |S2 : S2 Y so cont ca a nuas. Ento f a e cont nua. Demonstrao. Suponhamos S1 e S2 abertos. Seja V um aberto de Y . ca Como f |S1 cont e nua, (f |S1 )1 (V ) = S1 f 1 (V ) aberto em S1 . Como f |S2 e cont e nua, (f |S2 )1 (V ) = S2 f 1 (V ) aberto em S2 . Segue que e S1 f 1 (V ) = S1 U1 e S2 f 1 (V ) = S2 (V ) U2 ,
sendo U1 e U2 abertos em X. Como X = S1 S2 , segue que f 1 (V ) = (S1 f 1 (V )) (S2 f 1 (V )) = (S1 U1 ) (S2 U2 ) aberto em X. e Deixamos como exerc a demonstrao do caso em que S1 e S2 so fechacio ca a dos. 8.8. Denio. Sejam X e Y espaos topolgicos. ca c o (a) Diremos que f : X Y um homeomorsmo se f bijetiva e f e f 1 e e so cont a nuas. (b) Diremos que f : X Y um mergulho se f um homeomorsmo entre e e X e o subespao f (X) de Y . c (c) Diremos que f : X Y aberta se f (U ) aberto em Y para cada aberto e e U de X. (d) Diremos que f : X Y fechada se f (A) fechado em Y para cada e e fechado A de X. O resultado seguinte conseqncia fcil das denies e resultados anterie ue a co ores. 8.9. Proposio. Sejam X e Y espaos topolgicos, e seja f : X Y ca c o uma funo bijetiva. Ento as seguintes condies so equivalentes: ca a co a (a) f um homeomorsmo. e (b) f cont e nua e aberta. (c) f cont e nua e fechada. Exerc cios X e Y denotam espaos topolgicos. c o 8.A. Seja B uma base para a topologia de Y . Prove que uma funo f : ca X Y cont e nua se e s se f 1 (V ) aberto em X para cada V B. o e 8.B. Prove que uma funo f : X Y cont ca e nua se e s se f (A) f (A) o para cada A X. 21
8.C. Prove que cada funo constante f : X Y cont ca e nua. 8.D. Prove que se f : X R e g : X R so cont a nuas num ponto a X, ento as funes f + g e f g so tambm cont a co a e nuas em a. 8.E. Dado A X, a funo caracter ca stica A : X R denida por e A (x) = 1 se x A e A (x) = 0 se x A. Prove que a funo A cont / ca e nua se e s se A aberto e fechado. o e 8.F. Seja X = N, com a topologia do Exerc 4.F. Prove que uma funo cio ca f : X X cont e nua se e s se, cada vez que m divide n, tem-se que f (m) o divide f (n). 8.G. Diremos que um conjunto D X denso em X se D = X. Seja e f : X R uma funo cont ca nua tal que f (x) = 0 para todo x num subconjunto denso D X. Prove que f (x) = 0 para todo x X. 8.H. Prove que os seguintes pares de intervalos so homeomorfos entre si: a (a) (a, b) e (0, 1). (b) (1, ) e (0, 1). (c) (/2, /2) e (, ). Use (a), (b) e (c) para provar que todos os intervalos abertos de R so a homeomorfos entre si. 8.I. Seja f : X R. Diremos que f semicont e nua inferiormente se f 1 (a, ) aberto em X para cada a R. Diremos que f semicont e e nua e e superiormente se f 1 (, b) aberto em X para cada b R. Prove que f cont nua se e s se f semicont o e nua inferiormente e semicont nua superiormente. 8.J. Seja A X. (a) Prove que A : X R semicont e nua inferiormente se e s se A o e aberto. (b) Prove que A : X R semicont e nua superiormente se e s se A o e fechado.
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9. Produtos innitos e o axioma da escolha 9.1. Denio. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de conjuntos. ca lia a Chamaremos de produto cartesiano da fam {Xi : i I} o conjunto lia Xi = {x : I
iI iI iI
Xi xj Xj .
Cada x
iI
Mesmo que cada Xi seja no vazio, no claro que o produto a a e no vazio. Isto conseqncia do axioma seguinte. a e ue
Xi seja
9.2. Axioma da escolha. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de lia a conjuntos disjuntos no vazios. Ento existe uma funo f : I iI Xi tal a a ca que f (i) Xi para cada i I. A funo f chamada de funo escolha. ca e ca 9.3. Proposio. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de conjuntos ca lia a no vazios. Ento o produto cartesiano iI Xi no vazio. a a e a Demonstrao. Se os conjuntos Xi fossem disjuntos, a concluso seria ca a conseqncia imediata do axioma da escolha. No caso geral denamos Yi = ue Xi {i} para cada i I. E claro que {Yi : i I} uma fam no vazia de e lia a conjuntos disjuntos no vazios. Pelo axioma da escolha existe uma funo f : a ca I iI Yi tal que f (i) Yi para cada i I. Podemos escrever f (i) = (xi , i), com xi Xi para cada i I. Se denimos x(i) = xi para cada i I, ento a x iI Xi . Temos provado que o axioma da escolha implica a Proposio 9.3. Mas ca e claro que a Proposio 9.3 implica o axioma da escolha. Assim o axioma da ca escolha e a Proposio 9.3 so equivalentes. ca a Vamos ilustrar o uso do axioma da escolha com um exemplo do dia a dia. Seja I um conjunto innito, e seja Xi um par de sapatos para cada i I. Neste caso no precisamos do axioma da escolha para garantir que o produto iI Xi a no vazio. Se denimos x(i) como sendo aquele sapato em Xi que corresponde e a ao p direito para cada i I, ento claro que a funo x : I iI Xi assim e a e ca denida pertence a iI Xi . Por outro lado seja Yi um par de meias para cada i I. Como em geral no h como distinguir entre as duas meias de um a a mesmo par, no temos como denir uma funo y : I iI Yi que pertena a ca c ao produto iI Yi sem usar o axioma da escolha.
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Exerc cios 9.A. Prove que o axioma da escolha equivalente ` armaao seguinte: Seja e a c {Xi : i I} uma fam no vazia de conjuntos disjuntos no vazios. Ento lia a a a existe um conjunto Y iI Xi tal que Y Xi contm um unico elemento para e cada i I. O exerc cio seguinte mostra como conciliar a denio usual de produtos ca cartesianos nitos, que vimos na Seo 1, com a denio de produtos carteca ca sianos innitos. 9.B. Sabemos que, dados n conjuntos X1 , ..., Xn , o produto cartesiano X1 ... Xn dado por e X1 ... Xn = {(x1 , ..., xn ) : xi Xi para i = 1, ..., n}. Seja (X1 ... Xn ) = {x : {1, ..., n} X1 ... Xn : x(i) Xi para i = 1, ..., n}. Ache uma aplicao bijetiva entre X1 ... Xn e (X1 ... Xn ) . ca
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10. O espao produto c 10.1. Proposio. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de espaos ca lia a c topolgicos no vazios, e seja X = iI Xi . Seja o a B={
iI
Ento B base para uma topologia em X, que chamaremos de topologia das a e caixas. Demonstrao. E claro que B verica as condies (a) e (b) da Proposio ca co ca 6.6. Se I = {1, ..., n} e Xi = R para cada i I, ento claro que a topologia a e das caixas coincide com a topologia usual em Rn . Mas se I um conjunto e innito, ento a topologia das caixas, mesmo sendo bastante natural, pouco a e conveniente. Mais adiante veremos vrias propriedades P tais que, embora cada a Xi tenha a propriedade P, o produto iI Xi , com a topologia das caixas, no a tem a propriedade P. Por essa razo a topologia usual no produto iI Xi vem a dada pela proposio seguinte. ca 10.2. Proposio. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de espaos ca lia a c topolgicos no vazios, e seja X = iI Xi . Seja B a fam de todos os o a lia produtos iI Ui tais que: (a) Ui aberto em Xi para cada i I; e (b) Ui = Xi para cada i I \ J, com J I, J nito. Ento B base para uma topologia em X, que chamaremos de topologia a e produto. a Demonstrao. E fcil vericar que B verica as condies (a) e (b) da ca co conveniente notar que cada U B pode ser escrito na forma Proposio 6.6. E ca U =(
jJ
Uj ) (
iI\J
Xi ) =
jJ
1 j (Uj ).
10.3. Proposio. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de espaos ca lia a c topolgicos no vazios, e seja X = iI Xi . A topologia produto a topologia o a e mais fraca em X tal que todas as projees j : X Xj so cont co a nuas. Demonstrao. Seja p a topologia produto. Se Uj aberto em Xj , ento ca e a 1 j (Uj ) pertence a B, e portanto aberto em (X, p ). Logo j : X Xj e e cont nua para cada j I. Seja uma topologia em X tal que j : (X, ) Xj cont e nua para cada j I. Provaremos que p . Para isso basta provar que cada U B pertence a . Se U B, ento a 1 U= j (Uj ),
jJ
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1 com J nito e Uj aberto em Xj para cada j J. Segue que j (Uj ) aberto e em (X, ) para cada j J, e dai U aberto em (X, ). e
A menos que digamos o contrrio, sempre consideraremos o produto cartea siano iI Xi com a topologia produto. 10.4. Proposio. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de espaos ca lia a c topolgicos, e seja X = iI Xi . Seja Y um espao topolgico, e seja g : Y o c o X. Ento a funo g cont a ca e nua se e s se a funo composta j g : Y Xj o ca cont e nua para cada j I. Demonstrao. A implicao imediata. ca ca e () Suponhamos que j g : Y Xj seja cont nua para cada j I. Para provar que g : Y X cont e nua, basta provar que g 1 (U ) aberto em Y para e cada U B. Se U B, ento a U=
jJ 1 j (Uj ),
(j g)1 (Uj ).
Como j g : Y Xj cont e nua para cada j, segue que g 1 (U ) aberto em e Y. Os resultados anteriores motivam o conceito seguinte: 10.5. Proposio. Seja X um conjunto, seja {Xi : i I} uma fam de ca lia espaos topolgicos, e seja fi : X Xi para cada i I. Seja c o B={
jJ 1 fj (Uj ) : J nito, Uj aberto em Xj }.
Ento: a (a) B base para uma topologia w em X. e (b) w a topologia mais fraca em X tal que fi : X Xi cont e e nua para cada i I. (c) Se Y um espao topolgico, ento uma funo g : Y X cont e c o a ca e nua se e s se fi g : Y Xi cont o e nua para cada i I. Diremos que w a topologia fraca em X denida pela fam de funes e lia co {fi : i I}. Demonstrao. No dif adaptar as demonstraes dos resultados ca a e cil co anteriores. 10.6. Proposio. Seja X um espao topolgico, que tem a topologia ca c o fraca denida por uma fam de funes fi : X Xi (i I). Seja S um lia co 26
subespao topolgico de X. Ento S tem a topologia fraca denida pela fam c o a lia de restries fi |S : S Xi (i I). co Demonstrao. Ns sabemos que ca o BX = {
jJ 1 fj (Uj ) : J nito, Uj aberto em Xj }
vemos que S tem a topologia fraca denida pela fam de restries fi |S : S lia co Xi (i I). 10.7. Denio. Seja fi : X Xi para cada i I. Diremos que a fam ca lia {fi : i I} separa os pontos de X se dados x = y em X, existe i I tal que fi (x) = fi (y). A proposio seguinte da condies necessrias e sucientes para que um ca co a espao topolgico seja homeomorfo a um subespao de um espao produto. c o c c 10.8. Proposio. Seja fi : X Xi para cada i I, sendo X e cada Xi ca espaos topolgicos. Seja c o : x X (fi (x))iI
iI
Xi .
Ento um mergulho se e s se se vericam as seguintes condies: a e o co (a) A fam {fi : i I} separa os pontos de X. lia (b) X tem a topologia fraca denida pela fam {fi : i I}. lia A aplicao chamada de avaliao. ca e ca Demonstrao. Notemos que i = fi , para cada i. ca () Por hiptese um homeomorsmo entre X e o subespao (X) de o e c Xi . iI Como injetivo, claro que {fi : i I} separa os pontos de X. e e Pela Proposio 10.6 (X) tem a topologia fraca denida pela fam de ca lia restries co i | (X) : (X) Xi . Como : X (X) um homeomorsmo, segue que X tem a topologia fraca e denida pela fam de funes lia co (i | (X)) = fi : X Xi . 27
() Como {fi : i I} separa os pontos de X, claro que injetivo. e e Segue de (b) que i = fi : X Xi cont e nua para cada i I. Logo e nua. Para provar que um mergulho provaremos que e : X iI Xi cont : X (X) aberta. Por (b) a fam e lia B={
jJ 1 fj (Uj ) : J nito, Uj aberto em Xj }
jJ
(j )1 (Uj ) =
Como
injetiva, e (
jJ 1 1 (j (Uj ))) = jJ 1 (X) j (Uj ) = (X) jJ 1 j (Uj ).
(U ) =
Logo (U ) aberto em (X), como queriamos. e Exerc cios 10.A. Seja {Xi : i I} uma fam de espaos topolgicos, e seja X = lia c o Xi . Prove que cada projeo i : X Xi uma funo aberta. ca e ca iI 10.B. Prove que as projees cannicas em R2 no so funes fechadas. co o a a co 10.C. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de espaos topolgicos no lia a c o a vazios, e seja X = iI Xi . Prove que cada Xi homeomorfo a um subespao e c de X. 10.D. Um espao topolgico X dito no trivial se tiver pelo menos dois c o e a pontos, e trivial em caso contrrio. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de a lia a espaos topolgicos no vazios. Suponhamos que exista J, = J I tal que c o a Xi trivial para todo i I \ J. Prove que iI Xi homeomorfo a jJ Xj . e e 10.E. Se i < i para cada i I, prove que o produto homeomorfo ao produto [0, 1]I .
iI [i , i ]
10.F. Seja S um subespao de um espao topolgico X. Prove que a topoloc c o gia de X coincide com a topologia fraca denida pela incluso S X. a
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11. O espao quociente c 11.1. Proposio. Seja X um espao topolgico, seja Y um conjunto, e ca c o seja : X Y uma aplicao sobrejetiva. Ento a coleo ca a ca = {V Y : 1 (V ) aberto em X} e uma topologia em Y , que chamaremos de topologia quociente denida por . e A demonstrao simples e deixada como exerc ca e e cio. 11.2. Denio. Diremos que : X Y uma aplicao quociente se ca e ca X um espao topolgico, : X Y uma aplicao sobrejetiva e Y tem a e c o e ca topologia quociente denida por . 11.3. Proposio. Seja : X Y uma aplicao quociente. Ento ca ca a a topologia quociente a topologia mais na em Y tal que a aplicao e ca e cont nua. A proposio conseqncia imediata da denio de . ca e ue ca 11.4. Proposio. Seja : X Y uma aplicao quociente e seja Z um ca ca espao topolgico. Ento uma funo g : Y Z cont c o a ca e nua se e s se a funo o ca composta g : X Z cont e nua. Demonstrao. A implicao imediata. Para provar a implicao ca ca e ca oposta, seja W um aberto de Z. Como g cont e nua, temos que (g)1 (W ) = 1 (g 1 (W )) aberto em X. Segue que g 1 (W ) aberto em Y . e e 11.5. Proposio. Sejam X e Y espaos topolgicos, e seja : X Y ca c o uma aplicao sobrejetiva e cont ca nua. Se aberta ou fechada, ento a topologia e a de Y coincide com a topologia quociente . Demonstrao. Suponhamos que seja aberta. Como cont ca e nua, e claro que . Para provar que , seja V . Ento 1 (V ) aberto a e em X. Como aberta e sobrejetiva, segue que V = ( 1 (V )) . e Quando fechada, a demonstrao parecida. e ca e 11.6. Exemplo. Seja S 1 = {(x, y) R2 : x2 + y 2 = 1} e seja : t [0, 2] (cost, sent) S 1 . Claramente sobrejetiva e cont e nua. Usando resultados de compacidade em Rn no dif provar que fechada. Logo S 1 tem a topologia quociente a e cil e denida por . 11.7. Proposio. Seja X um espao topolgico. Seja D uma fam de ca c o lia subconjuntos disjuntos de X cuja unio X. Seja a e D = {A D : {A : A A} aberto em X}. e 29
Ento D uma topologia em D. Diremos que D uma decomposio de X. a e e ca Dado x X seja P (x) o unico elemento de D que contm x. A aplicao e ca P : X D assim denida chamada de aplicao decomposio. e ca ca Demonstrao. E claro que , D D . ca Se Ai D para cada i I, ento iI Ai D , pois a {A : A
iI
Ai } =
iI
{A : A Ai }
aberto em X. Para provar a igualdade anterior necessrio observar que se e e a A, B D e A B = , ento A = B. a 11.8. Proposio. Toda aplicao decomposio P : X D uma ca ca ca e aplicao quociente. ca Demonstrao. Se A D, claro que ca e P 1 (A) = {x X : P (x) A} = Segue que D = {A D : P 1 (A) aberto em X}. e Logo D a topologia quociente denida por P . e Reciprocamente temos o resultado seguinte. 11.9. Proposio. Seja : X Y uma aplicao quociente. Ento existe ca ca a uma aplicao decomposio P : X D e existe um homeomorsmo f : Y D a ca tal que f = P . Demonstrao. Seja ca D = { 1 (y) : y Y }. Como sobrejetiva, claro que D uma decomposio de X. Seja P : X D e e e ca a aplicao cannica. Seja f : Y D denida por f (y) = 1 (y) para cada ca o y Y . E claro que f bijetiva. Como f ((x)) = 1 ((x)) contm x, segue e e que f ((x)) = P (x) para cada x X. Como f = P cont e nua, segue que f cont e nua. E como f 1 P = e 1 cont nua, segue que f cont e nua. 11.10. Denio. Seja X um espao topolgico, e seja uma relao de ca c o ca equivalncia em X. A decomposio D formada pelas classes de equivalncia e ca e denidas pela relao denotada por X/ e chamada de espao de idenca e e c ticao de X mdulo . ca o 30 {A : A A}.
11.11. Exemplos. (a) J vimos que o c a rculo unitrio S 1 um quociente do intervalo [0, 2]. a e Aqui D = {{x} : 0 < x < 2} {{0, 2}}. Para x, y [0, 2], tem-se que x y se x y um mltiplo inteiro de 2. e u (b) Seja X = [0, 2] [0, 2]. Dados (x1 , y1 ), (x2 , y2 ) X, denamos (x1 , y1 ) (x2 , y2 ) se x1 x2 um mltiplo inteiro de 2 e y1 = y2 . Ento e u a uma relao de equivalncia em X e o espao de identicao X/ e ca e c ca e homeomorfo ao cilindro S 1 [0, 2]. A aplicao quociente vem dada por ca : (x, y) [0, 2] [0, 2] ((cosx, senx), y) S 1 [0, 2]. (c) Seja X = [0, 2][0, 2]. Dados (x1 , y1 ), (x2 , y2 ) X denamos (x1 , y1 ) (x2 , y2 ) se x1 x2 um mltiplo inteiro de 2 e y1 = y2 ou se x1 = x2 e y1 y2 e u um mltiplo inteiro de 2. Neste caso X/ homeomorfo ao toro S 1 S 1 . e u e A aplicao quociente vem dada por ca : (x, y) [0, 2] [0, 2] ((cosx, senx), (cosy, seny)) S 1 S 1 . (d) Seja X = [0, 2] [0, 2]. Dados (x1 , y1 ), (x2 , y2 ) X denamos (x1 , y1 ) (x2 , y2 ) se x1 x2 um mltiplo inteiro de 2 e y1 + y2 = 2. e u Neste caso X/ homeomorfo ` ta de Mbius. e a o Exerc cios 11.A. Sejam X e Y espaos topolgicos, e seja : X Y uma aplicao c o ca sobrejetiva. Prove que condio necessria e suciente para que seja uma e ca a aplicao quociente que B seja fechado em Y se e s se 1 (B) fechado em ca o e X. 11.B. Sejam X e Y espaos topolgicos, e seja : X Y uma aplicao c o ca cont nua. Se existir uma aplicao cont ca nua : Y X tal que (y) = y para todo y Y , prove que uma aplicao quociente. e ca 11.C. Sejam X e Y espaos topolgicos, e seja : X Y uma aplicao c o ca quociente. (a) Prove que aberta se e s se 1 ((U )) aberto em X para cada e o e aberto U de X. (b) Prove que fechada se e s se 1 ((A)) fechado em X para cada e o e fechado A de X. 11.D. Seja X = [0, 1], com a topologia induzida por R. Seja Y = {0, 1}, e seja : X Y a funo caracter ca stica do intervalo [1/2, 1]. (a) Prove que a topologia quociente em Y vem dada por = {, Y, {0}}. Y o espao de Sierpinski, que encontramos no Exerc 3.B. e c cio (b) Prove que no aberta nem fechada. a e
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12. Convergncia de seqncias e ue 12.1. Denio. Seja X um espao mtrico. Diremos que uma seqncia ca c e ue (xn ) X converge a um ponto x X se dado > 0 existe n0 N tal que n=1 d(xn , x) < para todo n n0 . Neste caso escreveremos xn x. 12.2. Proposio. Seja X um espao mtrico, e sejam A X e x X. ca c e o ue Tem-se que x A se e s se existe uma seqncia (xn ) A que converge a n=1 x. Demonstrao. Pela Proposio 5.8 x A se e s se A B(x; ) = para ca ca o cada > 0. () Se x A, ento existe xn A B(x; 1/n) para cada n N. Segue que a xn x. () Suponhamos que exista (xn ) A tal que xn x. Ento, dado > 0 a n=1 existe n0 N tal que d(xn , x) < para todo n n0 . Segue que A B(x; ) = para todo > 0. Logo x A. 12.3. Corolrio. Seja X um espao mtrico, e seja A X. Ento A a c e a e fechado se e s se, cada vez que (xn ) A e xn x, ento x A. o a n=1 12.4. Proposio. Seja f : X Y , sendo X e Y espaos mtricos. Ento ca c e a f cont e nua num ponto a X se e s se, cada vez que xn a em X, ento o a f (xn ) f (a) em Y . Demonstrao. () Se f cont ca e nua em a, ento, dado > 0, existe > 0 a tal que f (B(a; )) B(f (a); ). Se xn a, existe n0 N tal que d(xn , a) < para todo n n0 . Segue que d(f (xn ), f (a)) < para todo n n0 . Logo f (xn ) f (a). () Se f no cont a e nua em a, ento existe > 0 tal que para cada > 0 a tem-se que f (B(a; )) B(f (a); ). Em particular para cada n N existe xn B(a; 1/n) tal que f (xn ) B(f (a); ). Segue que xn a em X, mas / f (xn ) f (a) em Y . 12.5. Denio. Seja X um espao topolgico. Diremos que uma seqncia ca c o ue (xn ) X converge a um ponto x X se dado U Ux existe n0 N tal n=1 que xn U para todo n n0 . Neste caso escreveremos xn x. Na denio anterior podemos trocar o sistema de vizinhanas Ux por qualca c quer base de vizinhanas Bx . c 12.6. Denio. Seja (xn ) uma seqncia em X. Chamaremos de ca ue n=1 subseqncia de (xn ) qualquer seqncia da forma (xnk ) , sendo (nk ) ue ue n=1 k=1 k=1 uma seqncia estritamente crescente em N. ue Exerc cios X e Y denotam espaos topolgicos. c o 12.A. Se (xn ) converge a x, prove que qualquer subseqncia (xnk ) ue n=1 k=1 32
tambm converge a x. e 12.B. Seja A X. (a) Prove que, se existir uma seqncia (xn ) A tal que xn x, ento ue a n=1 x A. (b) Suponhamos que X verique o primeiro axioma de enumerabilidade. Prove que, se x A, ento existe uma seqncia (xn ) A tal que xn x. a ue n=1 12.C. Seja f : X Y , e seja a X. (a) Prove que, se f cont e nua em a, ento, cada vez que xn a em X, a tem-se que f (xn ) f (a) em Y . (b) Suponhamos que X verique o primeiro axioma de enumerabilidade. Prove que, se cada vez que xn a em X tem-se que f (xn ) f (a) em Y , ento a f cont e nua em a. 12.D. Seja X = iI Xi o produto cartesiano de uma fam de espaos lia c topolgicos. Prove que xn x em X se e s se i (xn ) i (x) em Xi para o o cada i I. 12.E. Seja X = RR . Prove que f f em X se e s se f (t) f (t) em o
n n
R para cada t R. 12.F. Seja X = RR e seja M = {A : A R, A nito} X. (a) Prove que R M . (b) Prove que no existe nenhuma seqncia (An ) M tal que An a ue n=1 R . (c) Prove que X no satisfaz o primeiro axioma de enumerabilidade. a 12.G. Seja (xn ) uma seqncia em X e seja x X. Se cada subseqncia ue ue n=1 de (xn ) admite uma subseqncia que converge a x, prove que (xn ) ue n=1 n=1 converge a x.
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13. Convergncia de redes e 13.1. Denio. Um conjunto , junto com uma relao , chamado de ca ca e conjunto dirigido se verica as seguintes propriedades: (a) para todo . (b) Se e , ento . a (c) Dados , , existe tal que e . 13.2. Exemplos. (a) N, com a relao de ordem usual, um conjunto dirigido. ca e (b) Seja X um espao topolgico, e seja x X. Se denimos U V quando c o U V , ento o sistema de vizinhanas Ux um conjunto dirigido. De maneira a c e anloga, qualquer base de vizinhanas Bx um conjunto dirigido. a c e 13.3. Denio. Seja X um espao topolgico. ca c o (a) Chamaremos de rede em X qualquer funo da forma x : X, sendo ca um conjunto dirigido. Escreveremos x em lugar de x(), e falaremos da rede (x ) . (b) Diremos que a rede (x ) converge a um ponto x X se dada U Ux , existe 0 I tal que x U para todo 0 . Neste caso escreveremos x x. E claro que a denio em (b) no muda se trocamos o sistema de vizinhanas ca a c Ux por qualquer base de vizinhanas Bx . c 13.4. Exemplos. Seja X um espao topolgico. c o (a) Qualquer seqncia em X uma rede, e a convergncia de redes generue e e aliza a convergncia de seqncias. e ue (b) Seja x X. Se escolhemos xU U para cada U Ux , ento (xU )U Ux a uma rede em X que converge a x. e (c) Seja x X, e seja Bx uma base de vizinhanas de x. Se escolhemos c xU U para cada U Bx , ento (xU )U Bx uma rede em X que converge a x. a e Notemos que, nos Exemplos 13.4(b) e 13.4(c) estamos usando a Proposio ca 9.3, ou seja o axioma da escolha. O resultado seguinte generaliza a Proposio 12.2. ca 13.5. Proposio. Seja X um espao topolgico, e sejam A X e x X. ca c o o Tem-se que x A se e s se existe uma rede (x ) A que converge a x. Demonstrao. Pela Proposio 5.8, x A se e s se U A = para cada ca ca o U Ux . () Se x A, podemos escolher xU U A para cada U Ux . Ento a a rede (xU )U Ux est contida em A e converge a x. a
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() Seja (x ) uma rede em A que converge a x. Dado U Ux , existe 0 tal que x U para todo 0 . Em particular x0 U A. Segue que x A. O resultado seguinte generaliza a Proposio 12.4. ca 13.6. Proposio. Seja f : X Y , sendo X e Y espaos topolgicos. ca c o Ento f cont a e nua num ponto x X se e s se, para cada rede (x ) que o converge a x em X, a rede (f (x )) converge a f (x) em Y . Demonstrao. Pela Proposio 8.2, f cont ca ca e nua em x se e s se, dado o V Uf (x) , existe U Ux tal que f (U ) V . () Suponhamos que f seja cont nua em x. Seja (x ) uma rede em X que converge a x. Ento, dada V Uf (x) , existe U Ux tal que f (U ) V . a Seja 0 tal que x U para todo 0 . Ento f (x ) f (U ) V para a todo 0 . Logo f (x ) f (x). () Suponhamos que f no seja cont a nua em x. Ento existe V Uf (x) tal a que f (U ) V para todo U Ux . Se escolhemos xU U tal que f (xU ) V / para cada U Ux , ento xU x, mas f (xU ) f (x). a 13.7. Proposio. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de espaos ca lia a c topolgicos no vazios, e seja X = iI Xi . Ento uma rede (x ) converge o a a a x em X se e s se a rede (i (x )) converge a i (x) em Xi para cada i I. o Demonstrao. () Se x x em X, ento i (x ) i (x) em Xi , para ca a cada i I, pois cada i cont e nua. () Suponhamos que i (x ) i (x) para cada i I. Seja U uma vizinhana aberta bsica de x em X, ou seja c a xU =
jJ 1 j (Uj ), com J nito, Uj aberto em Xj .
Para cada j J j (x) Uj . Logo existe j tal que j (x ) Uj para todo j . Como um conjunto dirigido existe 0 tal que 0 j para cada j J. e Segue que 1 x j (Uj ) para todo 0 .
jJ
Logo x x. 13.8. Denio. Seja X um espao topolgico, e seja (x ) uma rede ca c o em X. Diremos que x X um ponto de acumulao de (x ) se dados e ca U Ux e 0 , existe , 0 , tal que x U . Se (x ) converge a x, claro que x ponto de acumulao de (x ) . e e ca
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13.9. Denio. Seja X um espao topolgico, e seja x : X uma ca c o rede em X. Chamaremos de subrede de x : X qualquer rede da forma x : M X, sendo M um conjunto dirigido, e sendo : M uma funo ca com as seguintes propriedades: (a) 1 2 implica (1 ) (2 ) ( crescente); e (b) dado , existe M tal que () ( conal ). e A subrede x : M X ser denotada por (x() )M . a 13.10. Proposio. Seja X um espao topolgico, e seja (x ) uma ca c o rede em X. Ento x X um ponto de acumulao de (x ) se e s se a e ca o existe uma subrede de (x ) que converge a x. Demonstrao. () Seja (x() )M uma subrede de (x ) que conca verge a x. Sejam U Ux e 0 dados. Por um lado existe 1 M tal que (1 ) 0 . Por outro lado existe 2 M tal que x() U para todo 2 . Seja M tal que 1 e 2 . Segue que () (1 ) 0 e x() U . Logo x ponto de acumulao de (x ) . e ca () Seja x um ponto de acumulao de (x ) . Seja ca M = {(, U ) Ux : x U }. Denamos (1 , U1 ) (2 , U2 ) se 1 2 e U1 U2 . Claramente M um e conjunto dirigido. Denamos : M por (, U ) = . Claramente (x() )M uma subrede de (x ) . Provaremos que x() x. Seja e U0 Ux . Como x ponto de acumulao de (x ) , existe 0 tal que e ca x0 U . Ento (0 , U0 ) M e claro que x U0 para todo (, U ) M tal a e que (, U ) (0 , U0 ). Ou seja x() x. 13.11. Denio. Diremos que uma rede (x ) em X uma rede ca e universal ou ultrarede se dado A X existe 0 tal que {x : 0 } A ou {x : 0 } X \ A.
E claro que toda rede constante uma rede universal, chamada de rede e universal trivial. 13.12. Proposio. Seja X um espao topolgico, e seja (x ) uma rede ca c o universal em X. Se x um ponto de acumulao de (x ) , ento (x ) e ca a converge a x. Demonstrao. Seja U Ux . Como (x ) rede universal, existe ca e 0 tal que {x : 0 } U ou {x : 0 } X \ U.
Logo x x. Exerc cios 13.A. Se uma rede (x ) converge a x, prove que qualquer subrede de (x ) tambm converge a x. e 13.B. Se x ponto de acumulao de uma subrede de (x ) , prove que x e ca ponto de acumulao de (x ) . e ca 13.C. Seja x um ponto de acumulao de uma rede (x ) no produto ca X = iI Xi . Prove que i (x) ponto de acumulao da rede (i (x )) em e ca Xi para cada i I. 13.D. Seja (x ) uma rede em X, e seja x X. Se cada subrede de (x ) admite uma subrede que converge a x, prove que (x ) converge a x. 13.E. Prove que cada subrede de uma rede universal uma rede universal. e 13.F. Seja f : X Y . Se (x ) uma rede universal em X, prove que e (f (x )) uma rede universal em Y . e
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14. O lema de Zorn e o teorema de Zermelo 14.1. Denio. Chamaremos de relao de ordem parcial num conjunto ca ca X uma relao em X com as seguintes propriedades: ca (a) x x para todo x X ( reexiva); e (b) se x y e y x, ento x = y ( antisimtrica); a e e (c) se x y e y z, ento x z ( transitiva). a e Neste caso diremos que X um conjunto parcialmente ordenado. e Diremos que uma relao de ordem total se alm de vericar (a), (b) e e ca e (c), tambm verica e (d) dados x, y X, tem-se que x y ou y x. Neste caso diremos que X um conjunto totalmente ordenado. e 14.2. Exemplos. (a) Se X um conjunto, ento a relao de incluso uma relao de ordem e a ca a e ca parcial em P(X). (b) A relao de ordem usual em R uma relao de ordem total. ca e ca 14.3. Denio. Seja X um conjunto parcialmente ordenado, e seja A ca X. (a) Se existir a0 A tal que a0 a para todo a A, diremos que a0 o e elemento m nimo de A. De maneira anloga denimos elemento mximo. a a (b) Se existir a0 A tal que a = a0 sempre que a A e a a0 , diremos que a0 um elemento minimal de A. De maneira anloga denimos elemento e a minimal. (c) Se existir c X tal que c a para todo a A, diremos que A limitado e inferiormente e que c uma cota inferior de A. De maneira anloga denimos e a conjunto limitado superiormente e cota superior. (d) Diremos que A uma cadia em X se A totalmente ordenado sob a e e e relao de ordem parcial induzida por X. ca (e) Diremos que A bem ordenado se cada subconjunto no vazio de A e a possui um elemento m nimo. 14.4. Exemplos. (a) N, com a ordem usual, um conjunto bem ordenado. e (b) R, com a ordem usual, um conjunto totalmente ordenado, que no e a e bem ordenado: o intervalo aberto (a, b) no possui elemento m a nimo. 14.5. Lema de Zorn. Seja X um conjunto parcialmente ordenado no a vazio tal que cada cadia em X limitada superiormente. Ento X possui pelo e e a menos um elemento maximal. 14.6. Teorema de Zermelo. Cada conjunto no vazio pode ser bem a ordenado.
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Teorema. As seguintes armaes so equivalentes: co a axioma da escolha. lema de Zorn. teorema de Zermelo.
Demonstrao. (b) (c): Seja X um conjunto no vazio. Seja F a fam ca a lia de todos os pares (A, A ) tais que = A X e (A, A ) um conjunto bem e a ordenado. E fcil vericar que F um conjunto parcialmente ordenado no e a vazio se denimos (A, A ) (B, B ) quando: (i) A B; (ii) se x, y A, ento x A y se e s se x B y; a o (iii) se x A e y B \ A, ento x B y. a Provaremos que cada cadia em F limitada superiormente. De fato, seja e e {(Ai , Ai ) : i I} uma cadia em F, e seja A = iI Ai . Dados x, y A e a denamos x A y se x, y Ai e x Ai y. E fcil vericar que a relao A est ca a bem denida, e uma relao de ordem parcial em A. Armamos que (A, A ) e ca um conjunto bem ordenado. Seja = B A, e seja e J = {j I : B Aj = }. Notemos que A coincide com Ai em Ai para cada i I. Como (Ai , Ai ) bem ordenado para cada i I, segue que todos os conjuntos B Aj , com e j J, tem o mesmo elemento m nimo, que denotaremos por b0 . Segue que b0 e o elemento m nimo de B. Logo (A, A ) bem ordenado, ou seja pertence a F. e Agora claro que (A, A ) uma cota superior da cadia {(Ai , Ai ) : i I}. e e e Pelo lema de Zorn, F possui pelo menos um elemento maximal (A, A ). Segue da maximalidade de (A, A ) que A = X. Logo (X, X ) um conjunto e bem ordenado. (c) (a): Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de conjuntos no vazios. lia a a Pelo teorema de Zermelo, existe uma boa ordenao para iI Xi . Para cada ca i I seja f (i) o elemento m nimo de Xi . Ento f iI Xi . a (a) (b): Esta a implicao mais dif de provar. Seja X um conjunto e ca cil parcialmente ordenado no vazio no qual cada cadia limitada superiormente. a e e Seja X a fam de todas as cadias de X. Ento X um conjunto parciallia e a e mente ordenado no vazio, por incluso de conjuntos. a a A estratgia da demonstrao trabalhar com a fam de conjuntos X , que e ca e lia parcialmente ordenada por incluso, em lugar de trabalhar com o conjunto e a parcialmente ordenado abstrato X. Depois de provar que X possui um elemento maximal, ser fcil provar que X possui um elemento maximal. a a O primeiro passo caracterizar os elementos maximais de X . Para cada e C X seja C = {x X : C {x} X }. E claro que C C. Alm disso, C maximal em X se e s se C = C. e e o
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Pelo axioma da escolha, existe uma funo f : P(X) \ {} X tal que ca f (A) A para cada A P(X) \ {}. Seja g : X X denida por: g(C) = C g(C) = C {f (C \ C)} se C = C, se C = C.
A funo g est bem denida, pois se C = C, ento f (C \C) C \C, e portanto ca a a C {f (C \ C)} X . Alm disso, C maximal em X se e s se g(C) = C. e e o Diremos que uma fam T X uma torre se: lia e (i) T ; (ii) se C T , ento g(C) T ; a (iii) se C uma cadia em T , ento C T . e e a E claro que X uma torre. E claro que a interseo de uma fam de torres e ca lia uma torre. Seja T0 a interseo de todas as torres de X . Ento T0 a menor e ca a e torre de X . Nosso prximo objetivo provar que T0 uma cadia em X . Isto o e e e vai nos dar muito trabalho. Diremos que C T0 comparvel se dado D T0 , tem-se que C D ou e a D C. Para provar que T0 cadia, basta provar que cada C T0 comparvel. e e e a Para provar que cada C T0 comparvel, basta provar que os conjuntos e a comparveis em T0 formam uma torre. a E claro que comparvel. E claro tambm que se C uma cadia de e a e e e conjuntos comparveis, ento C comparvel. O mais dif vai ser provar a a e a cil que se C comparvel, ento g(C) comparvel tambm. e a a e a e Fixemos C T0 , C comparvel. a Armamos que se D T0 e D C, D = C, ento g(D) C. Como T0 a e torre, g(D) T0 . Como C comparvel, tem-se que g(D) C ou C g(D), e a C = g(D). Mas C g(D), C = g(D) imposs e vel, pois D C, D = C e g(D) = D ou g(D) = D {x}. Seja U = {D T0 : D C ou g(C) D}. Armamos que U uma torre. E claro que U. E claro tambm que e e se D uma cadia em U, ento D U. Falta provar que se D U, ento e e a a g(D) U. H tres possibilidades: a (i) D C, D = C. Neste caso j sabemos que g(D) C, e portanto a g(D) U. (ii) D = C. Neste caso g(D) = g(C), e portanto g(D) U. (iii) g(C) D. Neste caso g(D) D g(C), e portanto g(D) U. Como U torre e U T0 , segue que U = T0 . Logo, dado D T0 = U, e tem-se que D C g(C) ou g(C) D. Logo g(C) comparvel. e a 40
Temos provado assim que os conjuntos comparveis de T0 formam uma torre. a Segue que cada C T0 comparvel, e dai T0 uma cadia em X . e a e e Como T0 torre, temos que C0 := T0 T0 . Como T0 torre, temos que e e g(C0 ) T0 , e portanto g(C0 ) = C0 . Logo C0 maximal em X . e Por hiptese existe m X tal que c m para todo c C0 . Como C0 uma o e cadia maximal, claro que m C0 . e e Armamos que m um elemento maximal em X. De fato seja n X, com e m n. Como C0 uma cadia maximal, segue que n C0 . Logo n m, e e e portanto n = m. Isto completa a demonstrao. ca Exerc cios. 14.A. Seja X = {n N : n 2}. Dados m, n X, denamos m n se m divide n. (a) Prove que uma relap de ordem parcial em X. e ca (b) Prove que, dada uma cadia C X e um elemento n C, existe apenas e um nmero nito de elementos n1 , ..., nk C que dividem n. u (c) Prove que cada cadia C X limitada inferiormente. e e (d) Identique os elementos minimais de X. 14.B. Seja (X, ) um conjunto totalmente ordenado com pelo menos dois elementos. Dados x, y X, escreveremos x < y se x y e x = y. (a) Prove que os conjuntos {x X : a < x}, com a X, junto com os conjuntos {x X : x < b}, com b X, formam uma sub-base para uma topologia em X, chamada de topologia da ordem. (b) Prove que a topologia usual em R coincide com a topologia da ordem usual em R. 14.C. Seja E um espao vetorial, E = {0}. Usando o lema de Zorn prove c que cada subconjunto linearmente independente de E est contido em alguma a base de E. 14.D. Sejam E e F espaos vetoriais sobre o mesmo corpo, seja E0 um c subespao vetorial de E, e seja T0 : E0 F uma aplicao linear. Use o lema c ca de Zorn para provar a existncia de uma aplicao linear T : E F tal que e ca T x = T0 x para todo x E0 . 14.E. Seja A um anel comutativo com elemento unidade. Um conjunto I A chamado de ideal se verica as seguintes condies: e co (a) x y I para todo x, y I; (b) xy I para todo x I, y A. Um ideal I = A chamado de ideal prprio. Um ideal prprio que no est e o o a a contido em nenhum outro ideal prprio chamado de ideal maximal. Use o lema o e de Zorn para provar que cada ideal prprio de A est contido em algum ideal o a maximal.
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15. Convergncia de ltros e 15.1. Denio. Seja X um conjunto no vazio. Diremos que uma fam ca a lia no vazia F P(X) um ltro em X se verica as seguintes condies: a e co (a) A = para todo A F; (b) se A, B F, ento A B F; a (c) se A F e A B X, ento B F. a 15.2. Denio. Seja X um conjunto no vazio. Diremos que uma fam ca a lia no vazia B P(X) uma base de ltro em X se a fam a e lia F = {A X : A B para algum B B} um ltro em X. Neste caso diremos que F o ltro gerado por B. e e E claro que todo ltro em X uma base de ltro em X. e 15.3. Proposio. Seja X um conjunto no vazio. Uma fam no ca a lia a vazia B P(X) uma base de ltro em X se e s se se vericam as seguintes e o condies: co (a) A = para todo A B; (b) dados A, B B, existe C B tal que C A B. Demonstrao. () Suponhamos que a fam ca lia F = {A X : A B para algum B B} seja um ltro em X. E claro que B F, e portanto (a) vale. Para provar (b) sejam A, B B F. Ento A B F, e dai A B C para algum C B. a () Supondo (a) e (b) queremos provar que a fam lia F = {A X : A B para algum B B} um ltro em X. e Seja A F. Ento A B para algum B B. Como B = , segue que a A = . Sejam A1 , A2 F. Ento A1 B1 e A2 B2 , com B1 , B2 B. Existe a B3 B tal que B3 B1 B2 . Segue que A1 A2 B1 B2 B3 , e portanto A1 A2 F. Finalmente sejam A1 F e A1 A2 X. A1 B1 para algum B1 B. Segue que A2 A1 B1 , e portanto A2 F. 15.4. Exemplos. (a) Seja X um conjunto, seja = B X, e seja B = {B}. E claro que B e uma base de ltro em X. O ltro gerado por B a fam F = {A : B A e lia X}. (b) Seja X um espao topolgico, e seja x X. Ento o sistema de vizinc o a hanas Ux um ltro em X. Qualquer base de vizinhanas Bx uma base de c e c e ltro em X que gera o ltro Ux . 42
(c) A fam B = {(a, ) : a R} uma base de ltro em R. lia e se 15.5. Denio. Uma base de ltro B em X dita xa se ca e B = . B = , e livre
Seja F o ltro gerado por B. E claro que F xo se e s se B xa. e o e Os ltros ou bases de ltro dos Exemplos 15.4 (a) e 15.4 (b) so xos. A a base de ltro do Exemplo 15.4 (c) livre. e 15.6. Denio. Seja X um espao topolgico, e seja B uma base de ltro ca c o em X. Diremos que B converge a um ponto x X, e escreveremos B x, se dado U Ux , existe B B tal que B U . E claro que um ltro F converge a x se e s se Ux F. E claro tambm que o e uma base de ltro B converge a x se e s se o ltro gerado por B converge a x. o Trabalhar com ltros ou com bases de ltro equivalente. Em geral, escolhere emos um ou outro, de maneira que os enunciados quem mais simples. 15.7. Exemplos. Seja X um espao topolgico, e seja x X. Ento c o a o sistema de vizinhanas Ux converge a x. Qualquer base de vizinhanas Bx c c converge a x. 15.8. Proposio. Seja X um espao topolgico, e sejam E X e x X. ca c o o Tem-se que x E se e s se existe um ltro F em X tal que E F e F x. o Demonstra o. Sabemos que x E se e s se U E = para todo c a U Ux . () Seja F um ltro em X tal que E F e F x. Como F x, tem-se que Ux F. Segue que U E F, e portanto U E = para todo U Ux . Logo x E. () Suponhamos que x E. Seja B = {U E : U Ux }. E claro que B uma base de ltro em X, e que B x. Seja F o ltro gerado e por B. E claro que E F e F x. 15.9. Proposio. Seja B uma base de ltro em X, e seja f : X Y uma ca funo qualquer. Ento a fam ca a lia f (B) = {f (B) : B B} uma base de ltro em Y . e Demonstrao: exerc ca cio. 15.10. Proposio. Sejam X e Y espaos topolgicos, e seja f : X Y . ca c o Ento f cont a e nua num ponto x X se e s se f (B) f (x) para cada base o de ltro B em X que converge a x. 43
Demonstrao. Sabemos que f cont ca e nua em x se e s se, dado V Uf (x) , o existe U Ux tal que f (U ) V . () Suponhamos que f seja cont nua em x, e seja B uma base de ltro em X que converge a x. Dada V Uf (x) , existe U Ux tal que f (U ) V . Como B x, existe B B tal que B U . Segue que f (B) f (U ) V , e portanto f (B) f (x). () Suponhamos que f (B) f (x) para cada base de ltro B que converge a x. Como em particular Ux x, tem-se que f (Ux ) f (x). Logo, dada V Uf (x) , existe U Ux tal que f (U ) V . Logo f cont e nua em x. 15.11. Proposio. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de espaos ca lia a c topolgicos no vazios, seja X = iI Xi , e seja B uma base de ltro em X. o a Ento B converge a x em X se e s se i (B) converge a i (x) em Xi para cada a o i I. Demonstrao. () Se B x em X, ento i (B) i (x) em Xi , para ca a cada i I, pois cada i cont e nua. () Suponhamos que i (B) i (x) em Xi para cada i I. Seja U uma vizinhana aberta bsica de x em X, ou seja c a xU =
jJ 1 j (Uj ), com J nito, Uj aberto em Xj .
Como j (B) j (x), existe Bj B tal que j (Bj ) Uj , para cada j J. Seja B B tal que B jJ Bj . Ento a B
jJ
Bj
jJ
1 j (Uj ) = U.
Logo B x. 15.12. Denio. Seja X um espao topolgico, e seja B uma base de ca c o ltro em X. Diremos que x X um ponto de acumulao de B se U B = e ca para todo U Ux e B B, ou seja se x {B : B B}. Se B converge a x, claro que x ponto de acumulao de B. E claro que x e e ca ponto de acumulao de B se e s se x ponto de acumulao do ltro gerado e ca o e ca por B. 15.13. Proposio. Seja X um espao topolgico, e seja F um ltro em ca c o X. Ento x um ponto de acumulao de F se e s se existe um ltro G F a e ca o que converge a x. Demonstrao. () Seja G um ltro em X tal que G F e G x. Ento ca a Ux G, e dai segue que U A = para todo U Ux e A F. Logo x ponto e de acumulao de F. ca () Suponhamos que x seja ponto de acumulao de F. Seja ca B = {U A : U Ux , A F}. 44
E claro que B uma base de ltro em X que converge a x. Seja G o ltro gerado e por B. E claro que G F e G x. 15.14. Denio. Diremos que F um ultraltro em X se F um ltro ca e e maximal em X, ou seja, cada vez que existir um ltro G em X tal que F G, tem-se que F = G. 15.15. Proposio. Um ltro F em X um ultraltro se e s se, dado ca e o E X, tem-se que E F ou X \ E F. Demonstrao. () Suponhamos que, dado E X, tem-se que E F ca ou X \ E F. Suponhamos que exista um ltro G em X tal que F G e F = G. Seja E G \ F. Segue que X \ E F G. Logo = E (X \ E) G, absurdo. () Seja F um ultraltro em X, e seja E X. Dado A F, claro que e A E = ou A (X \ E) = . Consideremos dois casos. Primeiro suponhamos que A E = para todo A F. Seja B = {A E : A F}. E claro que B uma base de ltro em X. Seja G o ltro gerado por B. E claro e que F G e E G. Como F ultraltro, tem-se que F = G. Segue que E F. e A seguir suponhamos que A0 E = para algum A0 F. Ento A0 X \E, a e segue que X \ E F. 15.16. Proposio. Seja X um espao topolgico, e seja F um ultraltro ca c o em X. Se x um ponto de acumulao de F, ento F converge a x. e ca a Demonstrao. Suponhamos que x seja ponto de acumulao de F, ou ca ca seja U A = para todo U Ux e A F. Armamos que Ux F. De fato, suponhamos que exista U Ux , com U F. Teriamos que X \ U F, e portanto U (X \ U ) = , absurdo. Logo / Ux F, e portanto F x. 15.17. Proposio. Cada ltro em X est contido em algum ultraltro. ca a Demonstrao. Seja P a fam de todos os ltros G em X tais que ca lia G F. P um conjunto parcialmente ordenado por incluso de conjuntos. e a Seja {Gi : i I} uma cadia em P. E claro que iI Gi um ltro em X, e e e portanto uma cota superior para a cadia {Gi : i I}. Pelo lema de Zorn P e e possui pelo menos um elemento maximal G. Segue que G um ultraltro em X e que contm F. e Exerc cios 15.A. Seja B uma base de ltro em X e seja f : X Y uma funo ca qualquer. Prove que a fam lia f (B) = {f (B) : B B} 45
uma base de ltro em Y . e 15.B. Seja A uma base de ltro em X e seja B uma base de ltro em Y . (a) Prove que a fam lia C = {A B : A A, B B} uma base de ltro em X Y . e (b) Prove que C (x, y) se e s se A x e B y. o 15.C. Seja B = {(a, ) : a R}. Pelo Exerc 6.D B base para uma topologia em R. Pelo Exemplo 15.4 B cio e uma base de ltro em R. Prove que B x para cada x R. e 15.D. Seja X um conjunto innito, com a topologia conita do Exerc cio 3.C. Seja G = {A X : X \ A nito}. e (a) Prove que G um ltro em X. e (b) Prove que G x para cada x X. 15.E. Seja (x ) uma rede em X, e seja B = {B : }, onde B = {x : } para cada . (a) Prove que B uma base de ltro em X, que chamaremos de base de ltro e gerada por (x ) . (b) Prove que x x se e s se B x. o (c) Prove que x ponto de acumulao de (x ) se e s se x ponto de e ca o e acumulao de B. ca (d) Prove que (x ) uma rede universal se e s se o ltro gerado por B e o um ultraltro. e 15.F. Seja B uma base de ltro em X, e seja = {(a, A) : a A B}. (a) Prove que um conjunto dirigido se denimos (a, A) (b, B) quando e A B. A rede x : X denida por x(a, A) = a chamada de rede gerada e por B, e denotada por (x ) . e (b) Prove que B x se e s se x x. o (c) Prove que x ponto de acumulao de B se e s se x ponto de acue ca o e mulao de (x ) . ca (d) Prove que o ltro gerado por B um ultraltro se e s se (x ) uma e o e rede universal.
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16. Espaos de Hausdor c 16.1. Denio. Diremos que um espao topolgico X um espao T0 se ca c o e c dados dois pontos distintos em X, existe uma vizinhana de um deles que no c a contm o outro. e 16.2. Exemplos. (a) Cada espao topolgico discreto um espao T0 . c o e c (b) Seja X um espao topolgico trivial, com pelo menos dois pontos. Ento c o a X no um espao T0 . a e c 16.3. Proposio. Um espao topolgico X um espao T0 se e s se, ca c o e c o dados a, b X, com a = b, tem-se que {a} = {b}. Demonstrao. () Seja X um espao T0 , e sejam a, b X, a = b. Se ca c existir U Ua tal que b U , ento a {a}, mas a {b}. Se existir V Ub tal / a / que a V , ento b {b}, mas b {a}. Em ambos casos {a} = {b}. / a / () Suponhamos que X no seja um espao T0 . Ento existem a, b X, a c a com a = b, tais que b U para cada U Ua , e a V para cada V Ub . Logo a {b} e b {a}. Segue que {a} = {b}. 16.4. Denio. Diremos que um espao topolgico X um espao T1 se ca c o e c dados dois pontos distintos em X, existe uma vizinhana de cada um deles que c no contm o outro. a e E claro que cada espao T1 um espao T0 . c e c 16.5. Exemplos. (a) Cada espao topolgico discreto um espao T1 . c o e c (b) O espao de Sierpinski um espao T0 , mas no um espao T1 . c e c a e c 16.6. Proposio. Um espao topolgico X um espao T1 se e s se cada ca c o e c o subconjunto unitrio de X fechado. a e Demonstrao. () Seja X um espao T1 , e seja a X. Para cada b X, ca c com b = a, existe V Ub tal que a V . Segue que X \ {a} aberto, ou seja / e {a} fechado. e () Suponhamos que {a} seja fechado para cada a X. Dados a, b X, com a = b, sejam U = X \ {b} e V = X \ {a}. Ento U e V so abertos, a U , a a b U, b V , a V . / / 16.7. Denio. Diremos que um espao topolgico X um espao de ca c o e c Hausdor ou um espao T2 se dados a, b X, com a = b, existem U Ua e c V Ub , com U V = . E claro que cada espao T2 um espao T1 . c e c 16.8. Exemplos. (a) Cada espao topolgico discreto um espao de Hausdor. c o e c (b) Cada espao mtrico um espao de Hausdor. c e e c
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(c) Seja X um conjunto innito, com a topologia conita. Ento X um a e espao T1 , mas no um espao T2 . Deixamos a demonstrao como exerc c a e c ca cio. 16.9. Proposio. Para um espao topolgico X as seguintes condies ca c o co so equivalentes: a (a) X Hausdor. e (b) Cada rede convergente em X tem um limite unico. (c) Cada ltro convergente em X tem um limite unico. Demonstrao. (a) (b): Suponhamos que X seja Hausdor, e seja ca (x ) uma rede em X que converge a x e a y, com x = y. Sejam U Ux e V Uy , com U V = . Como x x, existe 1 tal que x U para todo 1 . Como x y, existe 2 tal que x V para todo 2 . Seja tal que 1 e 2 . Ento x U V , contradio. a ca (b) (a): Suponhamos que X no seja Hausdor. Ento existem x, y X, a a com x = y, tais que U V = para todo U Ux e V Uy . Seja xU V U V para cada U Ux e V Uy . Segue que (xU V )(U,V )Ux Uy uma rede em X e que converge a x e a y, com x = y. (a) (c): Suponhamos que X seja Hausdor, e seja F um ltro em X que converge a x e a y, com x = y. Sejam U Ux e V Uy , com U V = . Como F x, tem-se que U Ux F. Como F y, tem-se que V Uy F. Logo U V F, absurdo, pois U V = . (c) (a): Suponhamos que X no seja Hausdor. Ento existem x, y X, a a com x = y, tais que U V = para todo U Ux e V Uy . Seja B = {U V : U Ux , V Uy }. E claro que B uma base de ltro em X. Seja F o ltro gerado por B. E claro e que Ux F e Uy F. Logo F converge a x e a y, com x = y. 16.10. Proposio. Cada subespao de um espao de Hausdor um ca c c e espao de Hausdor. c Demonstrao. Seja X um espao de Hausdor, e seja S um subespao ca c c de X. Sejam a, b S, com a = b. Como X Hausdor, existem abertos U1 e e V1 em X tais que a U1 , b V1 e U1 V1 = . Sejam U = S U1 e V = S V1 . Ento U e V so abertos em S, a U , b V e U V = . a a 16.11. Proposio. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de espaos ca lia a c topolgicos no vazios. Ento o produto X = iI Xi Hausdor se e s se o a a e o cada Xi Hausdor. e Demonstrao. () Esta implicao segue da Proposio 16.10 e do ca ca ca Exerc 10.C. cio () Suponhamos que cada Xi seja Hausdor, e sejam a, b X, com a = b. Escrevamos a = (ai )iI , b = (bi )iI . Como a = b, existe i I tal que ai = bi . Como Xi Hausdor, existem abertos Ui e Vi em Xi tais que ai Ui , bi Vi e e
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16.12. Proposio. Sejam X e Y espaos topolgicos, com Y Hausdor. ca c o Sejam f e g duas funes cont co nuas de X em Y tais que f (x) = g(x) para todo x num subconjunto denso D X. Ento f (x) = g(x) para todo x X. a Demonstrao. Como X = D, para cada x X, existe uma rede (xi )iI ca D tal que xi x. Como f e g so cont a nuas, segue que f (xi ) f (x) e g(xi ) g(x). Como f (xi ) = g(xi ) para todo i I, e Y Hausdor, a Proposio 16.9 e ca garante que f (x) = g(x). Exerc cios 16.A. Seja X = N, com a topologia do Exerc cio 4.F. Prove que X um e espao T0 , mas no um espao T1 . c a e c 16.B. Prove que cada subespao de um espao T0 (resp. T1 ) um espao c c e c T0 (resp. T1 ). 16.C. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de espaos topolgicos no lia a c o a vazios. Prove que o produto X = iI Xi um espao T0 (resp. T1 ) se e s se e c o cada Xi um espao T0 (resp. T1 ). e c 16.D. Sejam X e Y espaos topolgicos, e seja f : X Y uma aplicao c o ca sobrejetiva e fechada. Prove que se X um espao T1 , ento Y tambm um e c a e e espao T1 . c 16.E. Seja X um conjunto innito, com a topologia conita. Prove que X um espao T1 , mas no um espao T2 . e c a e c 16.F. Seja X um espao de Hausdor. Dados n pontos distintos x1 , ..., xn c X, prove que existem n abertos disjuntos U1 , ..., Un X tais que xj Uj para j = 1, ..., n. 16.G. Seja X um espao topolgico. c o (a) Prove que X um espao T1 se e s se, para cada a X tem-se que e c o {U : U Ua } = {a}. (b) Prove que X um espao T2 se e s se, para cada a X tem-se que e c o {U : U Ua } = {a}. 16.H. Prove que um espao topolgico X Hausdor se e s se o conjunto c o e o D = {(x, x) : x X} fechado em X X. e 16.I. Sejam X e Y espaos topolgicos, com Y Hausdor. Sejam f e g duas c o funes cont co nuas de X em Y . (a) Prove que o conjunto {x X : f (x) = g(x)} fechado em X. e (b) Use (a) para dar outra demonstrao da Proposio 16.12. ca ca
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17. Espaos regulares c 17.1. Denio. Diremos que um espao topolgico X regular se dados ca c o e um fechado A em X e um ponto b A, existem abertos disjuntos U , V em X / tais que A U e b V . Diremos que X um espao T3 se X um espao T1 e c e c que regular. e E claro que cada espao T3 um espao T2 . c e c 17.2. Exemplos. (a) Cada espao discreto um espao T3 . c e c (b) Cada espao mtrico um espao T3 . A demonstrao deixada como c e e c ca e exerc cio. (c) Seja X um espao topolgico trivial, com pelo menos dois pontos. Ento c o a X regular, mas no um espao T3 . e a e c (d) O espao de Sierspinski no regular. A demonstrao deixada como c a e ca e exerc cio. 17.3. Proposio. Para um espao topolgico X as seguintes condies ca c o co so equivalentes: a (a) X regular. e (b) Dados um aberto U X e um ponto a U , existe um aberto V X tal que a V V U . (c) Cada ponto de X admite uma base de vizinhanas fechadas. c Demonstrao. (a) (b): Seja a U , sendo U aberto em X. Ento ca a a X \ U , e X \ U fechado. Como X regular, existem abertos disjuntos V , / e e W em X tais que a V e X \ U W . Logo a V X \ W U . Como X \ W fechado, segue que e a V V X \ W U. (b) (c): imediato. (c) (a): Seja b A, sendo A fechado em X. Ento b X \ A, e X \ A / a e aberto. Por (c) existe V Ub , V fechado, tal que b V X \ A. Segue que A X \ V, b V , (X \ V ) V = .
17.4. Proposio. Cada subespao de um espao regular um espao ca c c e c regular. Demonstrao. Seja X um espao regular e seja S um subespao de X. ca c c Seja A um subconjunto fechado de S, e seja b S \ A. Sabemos que A = S A1 , sendo A1 um subconjunto fechado de X. Como b A1 e X regular, existem / e abertos disjuntos U1 , V1 em X tais que A1 U1 e b V1 . Sejam U = S U1 e V = S V1 . Ento U e V so dois abertos disjuntos de S, A U e b V . a a 17.5. Corolrio. Cada subespao de um espao T3 um espao T3 . a c c e c
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17.6. Proposio. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de espaos ca lia a c topolgicos no vazios. Ento o produto X = iI Xi regular se e s se cada o a a e o Xi regular. e Demonstrao. () Esta implicao segue da Proposio 17.4 e do Exca ca ca erc 10.C. cio () Suponhamos que cada Xi seja regular, e sejam a X e U Ua . Ento a U
jJ 1 j (Uj ),
sendo J I, J nito, e Uj aberto em Xj para cada j J. Como Xj regular e cada Uj contm uma vizinhana fechada Vj de j (a). Segue que e c a
jJ 1 j (Vj ) jJ 1 j (Uj ) U.
Logo X regular. e 17.7. Corolrio. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de espaos a lia a c topolgicos no vazios. Ento o produto X = iI Xi um espao T3 se e s o a a e c o se cada Xi um espao T3 . e c Exerc cios 17.A. Prove que cada espao mtrico um espao T3 . c e e c 17.B. Prove que o espao de Sierpinski no regular. c a e 17.C. Seja X um conjunto innito, com a topologia conita. Prove que X no regular. a e 17.D. Prove que a reta de Sorgenfrey do Exerc 6.C um espao T3 . cio e c 17.E. (a) Prove que a fam lia B = {(a, b) : a, b R, a < b} {(a, b) Q : a, b R, a < b} uma base para uma topologia em R. e (b) Prove que (R, ) Hausdor. e (c) Prove que (R, ) no regular. a e 17.F. Seja X um espao regular. Prove que, dados um fechado A em X c e um ponto b A, existem abertos U e V em X tais que A U , b V e / U V = .
51
18. Espaos normais c 18.1. Denio. Diremos que um espao topolgico X normal se dados ca c o e dois fechados disjuntos A e B em X, existem dois abertos disjuntos U e V em X tais que A U e B V . Diremos que X um espao T4 se X um espao e c e c T1 que normal. e E claro que cada espao T4 um espao T3 . c e c 18.2. Exemplos. (a) Cada espao discreto um espao T4 . c e c (b) Cada espao mtrico um espao T4 . A demonstrao deixada como c e e c ca e exerc cio. (c) O espao de Sierpinski normal, mas no regular nem Hausdor. A c e a e demonstrao deixada como exerc ca e cio. 18.3. Proposio. Um espao topolgico X normal se e s se, dados um ca c o e o fechado A e um aberto U , com A U , existe um aberto V tal que A V V U. Demonstrao. () Suponhamos que A U , sendo A fechado e U aberto. ca Ento A e X \ U so dois fechados disjuntos de X. Como X normal, existem a a e abertos disjuntos V e W tais que A V e X \ U W . Logo V X \ W . Como X \ W fechado, segue que e A V V X \ W U. () Sejam A e B dois fechados disjuntos de X. Ento A X \ B, e X \ B a aberto. Por hiptese existe um aberto U tal que e o A U U X \ B. Segue que A U, B X \ U, U (X \ U ) = .
18.4. normal.
Proposio. ca
Demonstrao. Seja X um espao normal, e seja S um subespao fechado ca c c de X. Sejam A e B dois subconjuntos fechados disjuntos de S. Ento A = SA1 a e B = SB1 , sendo A1 e B1 dois subconjuntos fechados de X. Como S fechado e em X, vemos que A e B so fechados em X. Como X normal, existem abertos a e U1 e V1 em X tais que A U1 , B V1 , U1 V1 = .
18.5. Corolrio. Cada subespao fechado de um espao T4 um espao a c c e c T4 . 18.6. Proposio. A imagem cont ca nua e fechada de um espao normal c e normal. Demonstrao. Seja X um espao normal, seja Y um espao topolgico, e ca c c o seja f : X Y uma aplicao sobrejetiva, cont ca nua e fechada. Provaremos que Y normal. Sejam B1 e B2 dois fechados disjuntos de Y . Como f cont e e nua, f 1 (B1 ) e f 1 (B2 ) so dois fechados disjuntos de X. Como X normal, existem a e dois abertos disjuntos U1 e U2 de X tais que f 1 (B1 ) U1 e f 1 (B2 ) U2 . Sejam V1 e V2 denidos por Vi = Y \ f (X \ Ui ) para i = 1, 2.
Como f fechada, vemos que cada Vi aberto em Y . e e Notemos que f 1 (Vi ) = X \ f 1 (f (X \ Ui )) X \ (X \ Ui ) = Ui para i = 1, 2.
Como U1 e U2 so disjuntos, vemos que f 1 (V1 ) e f 1 (V2 ) so disjuntos tambm. a a e Dai segue que V1 e V2 so disjuntos. a Finalmente provaremos que B1 V1 e B2 V2 . Suponhamos que exista y Bi tal que y Vi . y Vi implica que y f (X \ Ui ), ou seja y = f (x), com / / x Ui . Por outro lado f (x) = y Bi implica que x f 1 (Bi ) Ui , absurdo. / Isto completa a demonstrao. ca 18.7. Corolrio. A imagem cont a nua e fechada de um espao T4 um c e espao T4 . c Demonstrao. Basta aplicar a Proposio 18.6 e o Exerc 16.E. ca ca cio Em um espao normal, dois fechados disjuntos podem ser separados por meio c de abertos. A seguir veremos que dois fechados disjuntos podem ser separados por meio de funes cont co nuas. 18.8. Lema de separao de Urysohn. Um espao topolgico X ca c o e normal se e s se, dados dois fechados disjuntos A e B de X, existe uma funo o ca cont nua f : X [0, 1] tal que f (A) {0} e f (B) {1}. Demonstrao. () Sejam A e B dois fechados disjuntos de X, e seja ca f : X [0, 1] uma funo cont ca nua tal que f (A) {0} e f (B) {1}. Sejam U = f 1 ([0, 1/2)), V = f 1 ((1/2, 1]).
Ento U e V so abertos, A U , B V e U V = . Logo X normal. a a e () Seja X um espao normal, e sejam A e B dois fechados disjuntos de X. c Como A X \ B, existe um aberto U1/2 tal que A U1/2 U1/2 X \ B. 53
Logo existem abertos U1/4 e U3/4 tais que A U1/4 U1/4 U1/2 U1/2 U3/4 U3/4 X \ B. Seja D = {k/2n : n N, k = 1, 2, ..., 2n 1}. Notemos que D denso em [0, 1]. Procedendo por induo podemos achar, para e ca cada r D um aberto Ur tal que A U1/2n U1/2n U2/2n U2/2n ... U(2n 1)/2n U(2n 1)/2n X \ B. Notemos que: A Ur para todo r D, B X \ Us para todo s D, Us Ur para todo s, r D com s < r. Seja f : X [0, 1] denida por f (x) = inf{r D : x Ur } f (x) = 1 Notemos que: f (x) r f (x) s s f (x) r E claro que 0 f (x) 1 f (x) = 0 f (x) = 1 para todo x X, para todo x A, para todo x B. se x Ur , se x Us , / se x Ur \ Us . se x se x / {Ur : r D}, {Ur : r D}.
Para completar a demonstrao provaremos que f cont ca e nua em cada ponto a X. Seja > 0 dado. Se f (a) = 0, ento a Ur para todo r D. Seja r D tal que r < . Ento a a para cada x Ur tem-se que f (x) r < . Se f (a) = 1, ento a Us para todo s D. Seja s D tal que s > 1 . a / Ento para cada x Us tem-se que f (x) s > 1 . a / Se 0 < f (x) < 1, sejam r, s D tais que f (a) < s < f (a) < r < f (a) + . a E fcil ver que a Ur \ Us . Alm disso, para cada x Ur \ Us tem-se que e f (a) < s f (x) r < f (a) + . 54
Logo f cont e nua em cada ponto de X. 18.9. Teorema de extenso de Tietze. Para um espao topolgico X a c o as seguintes condies so equivalentes: co a (a) X normal. e (b) Dados um conjunto fechado A X e uma funo cont ca nua f : A [c, d], com c < d, existe uma funo cont ca nua F : X [c, d] tal que F |A = f . (c) Dados um conjunto fechado A X e uma funo cont ca nua f : A R, existe uma funo cont ca nua F : X R tal que F |A = f . Demonstrao. (a) (b): Como [c, d] homeomorfo a [1, 1], podemos ca e supor que f : A [1, 1]. Sejam A1 = {x A : f (x) 1/3}, B1 = {x A : f (a) 1/3}.
Pelo Lema de Urysohn existe uma funo cont ca nua f1 : X [1/3, 1/3] tal que f1 (A1 ) {1/3}, Ento a |f (x) f1 (x)| 2/3 Seja g1 = f f1 : X [2/3, 2/3], e sejam A2 = {x A : g1 (x) 2/32 }, B2 = {x A : g1 (x) 2/32 }. para todo x A. f1 (B1 ) {1/3}.
Pelo Lema de Urysohn existe uma funo cont ca nua f2 : X [2/32 , 2/32 ] tal que f2 (A2 ) {2/32 }, Ento a |f (x) f1 (x) f2 (x)| (2/3)2 Seja g2 = f f1 f2 : X [(2/3)2 , (2/3)2 e sejam A3 = {x A : g2 (x) 22 /33 }, B3 = {x A : g2 (x) 22 /33 }. para todo x A. f2 (B2 ) {2/32 }.
Pelo Lema de Urysohn existe uma funo cont ca nua f3 : X [22 /33 , 22 /33 ] 55
tal que f3 (A3 ) {22 /33 }, Ento a |f (x) f1 (x) f2 (x) f3 (x)| (2/3)3 para todo x A. f3 (B3 ) {22 /33 }.
Procedendo por induo vamos achar uma seqncia de funes cont ca ue co nuas fk : X [2k1 /3k , 2k1 /3k ] tais que
n
() Seja
|f (x)
k=1
fk (x)| (2/3)n
para todo x A, n N
F (x) =
k=1
fk (x)
para todo x X.
Notemos que
|fk (x)|
k=1
1 2
k=1
2 ( )k = 1 3
para todo x X.
Segue do Exerc 18.D que F : X [1, 1] est bem denida e cont cio a e nua. E segue de (*) que f (x) = F (x) para todo x A. (b) (c): Como R homeomorfo a (1, 1), podemos supor que f : A e (1, 1). Por (b) existe uma funo cont ca nua G : X [1, 1] tal que G|A = f . Seja B = {x X : |G(x)| = 1}. Ento A e B so dois fechados disjuntos de X. Seja h : A B [0, 1] denido a a por h(x) = 1 para todo x A, h(x) = 0 para todo x B.
Pela Proposio 8.7 h cont ca e nua. Por (b) existe uma funo cont ca nua H : X [0, 1] tal que H|A B = h. Seja F (x) = G(x)H(x) para todo x X.
Ento F uma funo cont a e ca nua de X em (1, 1) e F |A = f . (c) (a): Sejam A e B dois fechados disjuntos de X. Seja f : A B [0, 1] denida por f (x) = 0 para todo x A, f (x) = 1 para todo x B. 56
Pela Proposio 8.7 f cont ca e nua. Por (c) existe uma funo cont ca nua F : X R tal que F |A B = f . Seja G : X [0, 1] denida por G = (F 0) 1. Pelo Exerc 18.E G cont cio e nua, e claramente G|A B = f . Logo G(x) = 0 para todo x A e G(x) = 1 para todo x B. Exerc cios 18.A. Prove que cada espao mtrico um espao T4 . c e e c 18.B. Prove que o espao de Sierpinski normal, mas no regular nem c e a e Hausdor. 18.C. Seja X um espao normal. Prove que, dados dois fechados disjuntos c A e B em X, existem dois abertos U e V em X tais que A U , B V e U V = . 18.D. Seja X um espao topolgico, e seja (fn ) uma seqncia em C(X) c o ue n=1 que converge uniformemente a uma funo f . Prove que f cont ca e nua. 18.E. Seja X um espao topolgico. Dadas f : X R e g : X R, sejam c o f g : X R e f g : X R denidas por (f g)(x) = max{f (x), g(x)} (f g)(x) = min{f (x), g(x)} para todo x X, para todo x X.
Prove que, se f e g so cont a nuas, ento f g e f g so cont a a nuas tambm. e 18.F. Prove que um espao topolgico X normal se e s se, dados dois c o e o fechados disjuntos A e B em X, existe uma funo cont ca nua f : X R tal que f (A) {} e f (B) {}, com = . 18.G. Seja X um espao mtrico, e seja A um subconjunto no vazio de X. c e a Para cada x X, seja d(x, A) = infaA d(x, a). (a) Prove que d(x, A) = 0 se e s se x A. o (b) Prove que |d(x, A) d(y, A)| d(x, y) para todo x, y X.
(c) Prove que a a funo x X d(x, A) R cont ca e nua. 18.H. Seja X um espao mtrico, e sejam A e B dois subconjuntos fechados c e disjuntos de X. Usando o Exerc 18.G ache uma funo cont cio ca nua f : X [0, 1] tal que f (x) = 0 para todo x A e f (x) = 1 para todo x B. Isto da outra demonstrao de que cada espao mtrico normal. ca c e e
57
19. Espaos completamente regulares c O Lema de Urysohn motiva a seguinte denio. ca 19.1. Denio. Diremos que um espao topolgico X completamente ca c o e regular se dados um fechado A em X e um ponto b A existe uma funo / ca cont nua f : X [0, 1] tal que f (A) {0} e f (b) = 1. Diremos que X um e espao de Tychono se X um espao T1 que completamente regular. c e c e 19.2. Proposio. Cada espao T4 um espao de Tychono. ca c e c Demonstrao. Basta aplicar o lema de Urysohn. ca 19.3. Proposio. Cada espao completamente regular regular. ca c e Demonstrao. Seja X um espao completamente regular. Dados um ca c fechado A em X e um ponto b A, seja f : X [0, 1] uma funo cont / ca nua tal que f (A) {0} e f (b) = 1. Sejam U = f 1 ([0, 1/2)), V = f 1 (1/2, 1]).
Ento U e V so dois abertos disjuntos de X, A U e b V . Logo X regular. a a e 19.4. Corolrio. Cada espao de Tychono um espao T3 . a c e c 19.5. Exemplos. (a) Cada espao discreto um espao de Tychono. c e c (b) Cada espao mtrico um espao de Tychono. c e e c (c) O espao de Sierpinski no completamente regular. c a e 19.6. Proposio. Cada subespao de um espao completamente regular ca c c e completamente regular. Demonstrao. Seja X um espao completamente regular, e seja S um ca c subespao de X. Seja A um fechado de S, e seja b S \ A. Sabemos que c A = S A1 , sendo A1 un fechado de X. Como b A1 , e X completamente / e regular, existe uma funo cont ca nua g : X [0, 1] tal que g(A1 ) {0} e g(b) = 1. Seja f = g|S : S [0, 1]. Ento f cont a e nua, f (A) {0} e f (b) = 1. 19.7. Corolrio. Cada subespao de um espao de Tychono um espao a c c e c de Tychono. 19.8. Proposio. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de espaos ca lia a c topolgicos no vazios. Ento o produto X = iI Xi completamente regular o a a e se e s se cada Xi completamente regular. o e Demonstrao. () Esta implicao segue da Proposio 19.7 e do Exca ca ca erc 10.C. cio 58
para cada j J,
Como Xj completamente regular, para cada j J existe uma funo cont e ca nua gj : Xj [0, 1] tal que gj (Xj \ Uj ) {0}, Seja f = minjJ gj j : X [0, 1]. Ento f cont a e nua, f (A) {0} e f (b) = 1. 19.9. Corolrio. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de espaos a lia a c topolgicos no vazios. Ento o produto X = iI Xi um espao de Tychono o a a e c se e s se cada Xi um espao de Tychono. o e c Lembremos que, se X um espao topolgico, ento C(X) denota o conjunto e c o a de todas as funes cont co nuas f : X R. Denotaremos por Cb (X) o subconjunto de todas as f C(X) que so limitadas, ou seja supxX |f (x)| < . a 19.10. Teorema. Um espao topolgico X completamente regular se e c o e s se X tem a topologia fraca denida por Cb (X). o Demonstrao. Denotemos por a topologia de X e por w a topologia ca fraca em X denida por Cb (X). A incluso w vale sempre. Devemos a provar que X completamente regular se e s se w . e o () Sejam U e a U . Como X completamente regular, existe uma e funo cont ca nua fa : X [0, 1] tal que fa (a) = 0 e fa (x) = 1 para todo x X \ U . Seja Va = {x X : fa (x) < 1}. Ento Va w e a Va U . Segue que a U= {Va : a U } w . gj (j (b)) = 1.
onde V =
n 1 fj (Wj ), j=1
com fj Cb (X) e Wj aberto em R para j = 1, ..., n. Como cada aberto de R uma unio de intervalos abertos, podemos supor que Wj = (j , j ) para e a j = 1, ..., n. Notemos que
1 fj (Wj ) = {x X : j < fj (x) < j }
= {x X : fj (x) > j } {x X : fj (x) > j }. Logo podemos supor que Wj = (j , ) para j = 1, ..., n. Seja gj = (fj j ) 0 Ento gj Cb (X), gj 0 e a
1 1 1 fj (Wj ) = fj ((j , )) = gj ((0, )).
para j = 1, ...n.
Logo
n n 1 fj (Wj ) = j=1 j=1 1 gj ((0, )) X \ A.
bV =
Seja g = g1 g2 ...gn . Ento g Cb (X) e g 0. Alm disso, a e g(b) = g1 (b)g2 (b)...gn (b) > 0, g(x) = g1 (x)g2 (x)...gn (x) = 0 para todo x A. Logo X completamente regular. e 19.11. Teorema. Para um espao topolgico X as seguintes condies so c o co a equivalentes: (a) X um espao de Tychono. e c (b) X homeomorfo a um subespao do produto [0, 1]Cb (X) . e c (c) X homeomorfo a um subespao do produto [0, 1]I , para algum I. e c Demonstrao. ca (a) (b): Seja X um espao de Tychono. Para cada f Cb (X) seja If c um intervalo fechado e limitado que contm f (X). Consideremos a aplicao e ca avaliao ca If . X : x X (f (x))f Cb (X)
f Cb (X)
E claro que Cb (X) separa os pontos de X. Pelo Teorema 19.10 X tem a topologia fraca denida por Cb (X). Pela Proposio 10.8 a aplicao X um mergulho. ca ca e Pelo Exerc 10.E o produto f Cb (X) If homeomorfo ao produto [0, 1]Cb (X) . cio e Segue que X homeomorfo a um subespao do produto [0, 1]Cb (X) . e c 60
(b) (c): bvio. o (c) (a): O produto [0, 1]I um espao de Tychono, e qualquer subespao e c c de [0, 1]I um espao de Tychono. e c Mais adiante vamos precisar de uma verso mais renada do teorema antea rior. Com esse propsito introduzimos a seguinte denio. o ca 19.12. Denio. Sejam X e Xi (i I) espaos topolgicos, e seja ca c o fi : X Xi para cada i I. Diremos que a fam {fi : i I} separa pontos lia de fechados se dados um fechado A X e um ponto b X \ A, existe i I tal que fi (b) fi (A). / 19.13. Proposio. Sejam X e Xi (i I) espaos topolgicos, e seja ca c o nua para cada i I. Ento a fam {fi : i I} separa a lia fi : X Xi cont pontos de fechados se e s se os conjuntos fi1 (Vi ), com i I e Vi aberto em o Xi , formam uma base para a topologia de X. Demonstrao. () Seja U aberto em X, e seja a U . Como a X \ U , ca / existe i I tal que fi (a) fi (X \ U ). Se denimos / Vi = Xi \ fi (X \ U ), ento fcil ver que a e a a fi1 (Vi ) U. () Seja A fechado em X, e seja b X \ A. Por hiptese temos que o b fi1 (Vi ) X \ A, sendo i I e Vi aberto em Xi . Segue que fi (b) Vi e Vi fi (A) = . Logo fi (b) fi (A). / 19.14. Corolrio. Sejam X e Xi (i I) espaos topolgicos, e seja a c o fi : X Xi cont nua para cada i I. Se a fam {fi : i I} separa pontos lia de fechados, ento X tem a topologia fraca denida pela fam {fi : i I}. a lia Demonstrao. Basta aplicar as Proposies 19.13 e 10.5. ca co 19.15. Corolrio. Sejam X e Xi (i I) espaos topolgicos, e seja a c o fi : X Xi cont nua para cada i I. Suponhamos que X seja um espao T1 e c que a fam {fi : i I} separe pontos de fechados. Ento a avaliao lia a ca : x X (fi (x))iI
iI
Xi
61
Exerc cios 19.A. Se X um espao topolgico, prove que as seguintes condies so e c o co a equivalentes: (a) X completamente regular. e (b) Dados um fechado A X e um ponto b A, existe uma funo cont / ca nua f : X R tal que f (A) {} e f (b) = {}, sendo < . (c) Dados um fechado A em X e um ponto b A, existe uma funo cont / ca nua f : X R tal que f (x) para todo x A e f (b) , sendo < . 19.B. Seja X um espao mtrico, e seja A X. Use a funo distancia c e ca x X d(x, A) R para provar diretamente que cada espao mtrico c e e completamente regular. 19.C. Sejam X e Y dois espaos de Tychono. Para cada f Cb (X) seja If c um intervalo fechado e limitado que contm f (X). Dada uma funo cont e ca nua h : X Y , prove que existe uma funo cont ca nua H:
f Cb (X)
If
gCb (Y )
Ig
Y
Y
If
H
Ig
gCb (Y )
f Cb (X)
62
20. Primeiro e segundo axioma de enumerabilidade Lembremos que um espao topolgico X satisfaz o primeiro axioma de enuc o merabilidade se existe uma base enumervel de vizinhanas de x para cada a c x X. Lembremos que X satisfaz o segundo axioma de enumerabilidade se existe uma base enumervel para os abertos de X. Nesta seo estudarea ca mos os espaos que satisfazem estes axiomas. Estudaremos tambm os espaos c e c separveis e os espaos de Lindelf, que deniremos a seguir. a c o 20.1. Denio. Um espao topolgico X dito separvel se existir em X ca c o e a um subconjunto denso enumervel. a 20.2. Denio. Seja X um espao topolgico. Diremos que {Ui : i I} ca c o uma cobertura aberta de X se {Ui : i I} uma fam de abertos de X e e lia tal que {Ui : i I} = X. Diremos que X um espao de Lindelf se cada e c o cobertura aberta de X admite uma subcobertura enumervel, ou seja, para a cada cobertura aberta {Ui : i I} de X, existe J I, J enumervel, tal que a {Ui : i J} = X. 20.3. Proposio. Seja X um espao topolgico que satisfaz o segundo ca c o axioma de enumerabilidade. Ento: a (a) X satisfaz o primeiro axioma de enumerabilidade. (b) X separvel. e a (c) X um espao de Lindelf. e c o Demonstrao. Seja B uma base enumervel para os abertos de X. ca a (a) Para cada x X seja Bx = {V B : x V }. E claro que Bx uma base enumervel de vizinhanas de x. e a c (b) Seja xV V para cada V B, e seja D = {xV : V B}. E claro que D um conjunto enumervel que denso em X. e a e (c) Seja U uma cobertura aberta de X. Para cada x X seja Ux U tal que x Ux , e seja Vx B tal que x Vx Ux . Seja B = {Vx : x X}. Como B B, B enumervel. Escrevamos e a B = {Vn : n N}. Para cada n N, seja Un U tal que Vn Un . Seja U = {Un : n N}. 63
Un
n=1 n=1
Vn = X.
Logo U uma subcobertura enumervel de U. e a 20.4. Proposio. Para um espao mtrico X, as seguintes condies so ca c e co a equivalentes: (a) X satisfaz o segundo axioma de enumerabilidade. (b) X separvel. e a (c) X Lindelf. e o Demonstrao. J sabemos que (a) (b) e (a) (c). ca a (b) (a): Seja D = {xm : m N} um subconjunto enumervel denso de X, e seja a B = {B(xm ; 1/n) : m, n N}. B enumervel. Provaremos que B uma base para os abertos de X. Seja U e a e um aberto no vazio de X, e seja x U . Como U aberto, existe n N tal que a e B(x; 1/n) U . Como D denso em X, existe m N tal que xm B(x; 1/2n). e Segue que x B(xm ; 1/2n) B(x; 1/n) U. Logo B uma base para os abertos de X. e (c) (a): Para cada n N seja Un = {B(x; 1/n) : x X}. Ento Un uma cobertura aberta de X. Como X Lindelf, Un admite uma a e e o subcobertura enumervel Vn . Seja a B= {Vn : n N}.
B enumervel. Provaremos que B uma base para os abertos de X. Seja U e a e um aberto no vazio de X, e seja x U . Como U aberto, existe n N tal que a e B(x; 1/n) U . Como V2n uma cobertura de X, existe B(a; 1/2n) V2n B e tal que x B(a; 1/2n). Segue que x B(a; 1/2n) B(x; 1/n) U. Logo B uma base para os abertos de X. e
64
Vimos nos Exerc cios 7.A e 7.B que se um espao topolgico X satisfaz o c o primeiro ou o segundo axioma de enumerabilidade, ento cada subespao de X a c satisfaz o mesmo axioma. Veremos nos Exerc cios 20.A e 20.B que a imagem cont nua e aberta de um espao topolgico que satisfaz o primeiro ou o segundo axioma de enumerabilic o dade, tambm satisfaz o mesmo axioma. e 20.5. Proposio. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de espaos ca lia a c T1 no triviais. Ento o produto X = iI Xi satisfaz o primeiro axioma de a a enumerabilidade se e s se cada Xi satisfaz o mesmo axioma e I enumervel. o e a Demonstrao. () Suponhamos que X satisfaz o primeiro axioma de ca enumerabilidade. Como cada Xi homeomorfo a um subespao de X, segue e c que cada Xi tambm satisfaz o mesmo axioma. e Suponhamos que I no seja enumervel. Seja a = (ai )iI X, e seja a a {Un : n N} uma base enumervel de vizinhanas de a em X. Para cada a c n N temos que 1 a Vn = j (Vnj ) Un ,
jJn
sendo Jn I, Jn nito, e sendo Vnj uma vizinhana aberta de aj em Xj para c cada j Jn . E claro que {Vn : n N} tambm uma base de vizinhanas de e e c a em X. Seja J = {Jn : n N}, e seja k I \ J. Seja bk = ak , seja bi = ai para cada i = k, e seja b = (bi )iI . Como Xk um espao T1 , existe um aberto e c 1 Wk em Xk tal que ak Wk , mas bk Wk . Seja W = k (Wk ). Notemos / que b Vn para cada n N, mas b W . Logo Vn W para cada n N, / contradio. Logo I enumervel. ca e a () Suponhamos que Xi satisfaz o primeiro axioma de enumerabilidade para cada i I, e que I seja enumervel. Sem perda de generalidade podemos a supor que I = N. Seja a = (an )nN X, e seja {Vnk : k N} uma base enumervel decrescente de vizinhanas de an em Xn para cada n N. Segue a c que os conjuntos da forma
N 1 n (Vn,kn ) (N N, kn N) n=1
formam uma base enumervel de vizinhanas de a em X. a c De maneira anloga podemos provar o resultado seguinte. a demonstrao detalhada como exerc ca cio. Deixamos a
20.6. Proposio. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de espaos ca lia a c T1 no triviais. Ento o produto X = iI Xi satisfaz o segundo axioma de a a enumerabilidade se e s se cada Xi satisfaz o mesmo axioma e I enumervel. o e a
65
Veremos no Exerc 20.C que cada subespao aberto de um espao topolgico cio c c o separvel separvel. Veremos no Exerc 20.E que a imagem cont a e a cio nua de cada espao topolgico separvel separvel. c o a e a 20.7. Proposio. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de espaos de ca lia a c Hausdor no triviais. Ento o produto X = iI Xi separvel se e s se a a e a o cada Xi separvel e |I| |R|. e a Demonstrao. () Suponhamos que X seja separvel. Como Xi = i (X) ca a para cada i I, segue que cada Xi separvel. e a Para provar que |I| |R|, seja D um subconjunto denso enumervel de X. a Para cada i I sejam Ui e Vi dois abertos disjuntos no vazios em Xi , e seja a 1 Di = D i (Ui ). Como D denso em X, segue que cada Di no vazio. e e a Armamos que Di = Dj sempre que i = j. De fato, se i = j, claro que e
1 1 i (Ui ) j (Vj ) = ,
e portanto
1 1 D i (Ui ) j (Vj ) = .
Seja
1 1 a D i (Ui ) j (Vj ) Di .
provando a armao. ca Logo a aplicao ca f : i I Di P(D) injetiva, e portanto e |I| |P(D)| 2|N| = |R|. () Suponhamos que cada Xi seja separvel, e que |I| |R|. Seja Di = a {xin : n N} um subconjunto denso enumervel de Xi para cada i I. Como a |I| |R|, podemos supor que I R. Para cada conjunto {T1 , ..., Tp } de intervalos fechados disjuntos com extremos racionais, e cada conjunto {n1 , ..., np } N, denamos um ponto y = y(T1 , ..., Tp , n1 , ..., np ) X da maneira seguinte: yi = xink yi = xi1 se se i Tk , i T1 ... Tp . /
Seja D o conjunto formado pelos pontos y = y(T1 , ..., Tp , n1 , ..., np ). E claro que D enumervel. Provaremos que D denso em X. Seja U um aberto bsico e a e a em X, ou seja 1 U= j (Uj ),
jJ
66
com J I, J nito, e Uj aberto no vazio em Xj para cada j J. Para a cada j J seja xjnj Dj Uj , e seja Ti um intervalo fechado, com extremos racionais, contendo j. Se escrevemos J = {i1 , ..., ip }, ento a y = y(Ti1 , ...Tip , ni1 , ..., nip ) U, pois ik (y) = yik = xik ,nik Uik para k = 1, ..., p. Logo DU = , completando a demonstrao. ca Veremos no Exerc cio 20.F que cada subespao fechado de um espao de c c Lindelf um espao de Lindelf. Veremos no Exerc o e c o cio 20.G que a imagem cont nua de cada espao de Lindelf um espao de Lindelf. c o e c o 20.8. Teorema. Cada espao de Lindelf regular normal. c o e Demonstrao. Seja X um espao de Lindelf regular, e sejam A e B dois ca c o fechados disjuntos no vazios de X. Como X regular, para cada a A existe a e um aberto Ua tal que a Ua e Ua B = . De maneira anloga, para cada a e o b B existe um aberto Vb tal que b Vb e Vb A = . Como A Lindelf, a cobertura aberta {Ua : a A} de A admite uma subcobertura enumervel a {Uaj : j N}. De maneira anloga, a cobertura aberta {Vb : b B} de B a admite uma subcobertura enumervel {Vbk : k N}. a Sejam (Cj ) e (Dj ) duas seqncias de abertos denidos da maneira ue j=1 k=1 seguinte: C1 = Ua1 , D1 = Vb1 \ C1 , C2 = Ua2 \ D1 , C3 = Ua3 \ (D1 D2 ),
j=1
.............................................................. Sejam C = Cj e D = k=1 Dk . Para completar a demonstrao provareca mos que A C, B D e C D = . Para provar que A C, seja a A. Ento a Vbk , e portanto a Dk para a / / cada k. Seja j tal que a Uaj . Ento a Cj C, e portanto A C. De a maneira anloga podemos provar que B D. a Para provar que C D = , suponhamos que exista x Cj Dk . Se j > k, ento x Cj implica que x Dk , contradio. E se j k, ento x Dk a / ca a implica que x Cj , contradio tambm. Logo C D = . / ca e Exerc cios 20.A. Prove que a imagem cont nua e aberta de um espao topolgico que c o satisfaz o primeiro axioma de enumerabilidade, tambm satisfaz o mesmo axe ioma. 20.B. Prove que a imagem cont nua e aberta de um espao topolgico que c o satisfaz o segundo axioma de enumerabilidade, tambm satisfaz o mesmo axe ioma. 67
20.C. Prove que cada subespao aberto de um espao topolgico separvel c c o a separvel. e a 20.D. Prove que cada subespao de um espao mtrico separvel separvel. c c e a e a 20.E. Prove que a imagem cont nua de cada espao topolgico separvel c o a e separvel. a 20.F. Prove que cada subespao fechado de um espao de Lindelf um c c o e espao de Lindelf. c o 20.G. Prove que a imagem cont nua de cada espao de Lindelf um espao c o e c de Lindelf. o
68
21. Espaos compactos c 21.1. Denio. Seja X um espao topolgico, e seja K X. Diremos ca c o que X um espao topolgico compacto se cada cobertura aberta de X admite e c o uma subcobertura nita. Diremos que K um subconjunto compacto de X se e K, com a topologia induzida por X, um espao topolgico compacto. Diremos e c o que K um subconjunto relativamente compacto de X se K um subconjunto e e compacto de X. 21.2. Exemplos. (a) R no compacto. Deixamos a demonstrao como exerc a e ca cio. (b) Se X um espao topolgico qualquer, ento cada subconjunto nito de e c o a X compacto. Deixamos a demonstrao como exerc e ca cio. 21.3. Proposio. Cada intervalo fechado e limitado em R compacto. ca e Demonstrao. Seja U uma cobertura aberta de [a, b], com a < b. Seja C ca o conjunto dos pontos c [a, b] tais que [a, c] V para alguma fam nita lia V U. Para completar a demonstrao basta provar que b C. ca Seja Ua U tal que a Ua , e seja > 0 tal que a + 2 < b e [a, b] (a 2, a + 2) Ua . Isto implica que [a, a + ] Ua , e portanto a + C. Seja s = supC. Ento s a + > a. Seja Us U tal que s Us , e seja a > 0 tal que s 2 > a e [a, b] (s 2 , s + 2 ) Us . Seja c C (s 2 , s], e seja V U, V nita, tal que [a, c] Segue que [a, s] [a, c] (s 2 , s] ( V) Us . Isto prova que s C. Se fosse s < b, poderiamos supor que s+2 < b e teriamos que [0, s + ] [a, c] (s 2 , s + 2 ) ( V) Us . Mas isto implicaria que s + C, e s no seria o supremo de C. Logo s = b, e a portanto b C. 21.4. Denio. Seja X um conjunto no vazio, e seja A uma fam no ca a lia a vazia de subconjuntos de X. Diremos que A tem a propriedade da interseo ca nita se F = para cada fam nita F A. lia 21.5. Exemplos. Seja X um conjunto no vazio. a (a) Cada ltro em X tem a propriedade da interseo nita. ca (b) Cada base de ltro em X tem a propriedade da interseo nita. ca 69 V.
O teorema seguinte da vrias caracterizaes de espaos compactos. a co c 21.6. Teorema. Seja X um espao topolgico no vazio. Ento as c o a a seguintes condies so equivalentes: co a (a) X compacto. e (b) Cada fam de fechados de X com a propriedade da interseo nita lia ca tem interseo no vazia. ca a (c) Cada ltro em X tem pelo menos um ponto de acumulao. ca (d) Cada ltro em X est contido em algum ltro convergente. a (e) Cada ultraltro em X convergente. e (f ) Cada rede em X tem pelo menos um ponto de acumulao. ca (g) Cada rede em X admite uma subrede convergente. (h) Cada rede universal em X convergente. e Demonstrao. (a) (b): Seja X compacto, e seja {Ai : i I} uma ca fam de fechados de X com a propriedade da interseo nita. Suponhamos lia ca que iI Ai = . Ento X = iI (X \ Ai ), e X \ Ai aberto para cada i I. a e Como X compacto, existe um conjunto nito J I tal que X = iJ Ai . e Segue que iJ Ai = , contradio. Isto prova que iI Ai = . ca (b) (a): Seja {Ui : i I} uma cobertura aberta de X, e suponhamos que e iJ Ui = X para cada conjunto nito J I. Segue que {X \ Ui : i I} uma fam de fechados de X tal que iJ (X \ Ui ) = para cada conjunto lia nito J I. Segue de (b) que iI (X \ Ui ) = . Isto implica que iI Ui = X, contradio. Logo existe um conjunto nito J I tal que iJ Ui = X. ca e lia (b) (c): Seja F um ltro em X. Ento {A : A F} uma fam a de fechados de X com a propriedade da interseo nita. Segue de (b) que ca a e ca {A : A F} = . Ento cada x {A : A F} um ponto de acumulao de F. (c) (b): Seja A uma fam de fechados de X com a propriedade da lia interseo nita. Seja B a fam de todas as intersees nitas de membros ca lia co de A. E claro que B uma base de ltro em X. Seja F o ltro gerado por e B. Segue de (c) que F tem pelo menos um ponto de acumulao, ou seja ca e {A : A F} = . Como A B F, e cada A A fechado, segue que A = {A : A A} = . (c) (d): Basta aplicar a Proposio 15.13. ca (d) (e): A implicao (d) (e) imediata, e a implicao (e) (d) ca e ca segue da Proposio 15.17. ca (b) (f ): Seja (x ) uma rede em X. Seja A = {x : } para cada , e seja A = {A : }. Ento A uma fam de fechados a e lia de X com a propriedade da interseo nita. Segue de (b) que A = . Se ca x A = {A : }, ento, para cada U Ux tem-se que U A = a para cada . Logo x um ponto de acumulao da rede (x ) . e ca
70
(f ) (b): Seja A uma fam de fechados de X com a propriedade da lia interseo nita. Seja B a fam de toas as intersees nitas de membros de ca lia co A. E claro que B um conjunto dirigido se denimos A B quando A B. e Seja xB B para cada B B. Segue de (f) que a rede (xB )BB tem pelo menos um ponto de acumulao x. Logo, dados U Ux e A B, existe B B, B A, ca tal que xB U , e portanto xB U B U A. Como A B, segue que x {A : A B} = B A.
(f ) (g): Basta aplicar a Proposio 13.10. ca (f ) (h): Basta aplicar a Proposio 13.12. ca (h) (e): Seja F um ultraltro em X, e seja = {(a, A) : a A F}. E claro que um conjunto dirigido se denimos (a, A) (b, B) quando A B. e Denotaremos por (x ) a rede x : X denida por x(a, A) = a para cada (a, A) . Armamos que (x ) uma rede universal. De fato, como F e e um ultraltro, dado E X, tem-se que E F ou X \ E F. Se E F, seja e E. Ento a {x(a, A) : (a, A) (e, E)} E. De maneira anloga, se X \ E F, seja d X \ E. Ento a a {x(a, A) : (a, A) (d, X \ E)} X \ E. Logo (x ) uma rede universal. Segue de (h) que (x ) converge a um e ponto x. Logo dado U Ux , existe (a, A) tal que b = x(b, B) U para todo (b, B) (a, A). Segue que U A, e portanto F converge a x. 21.7. Proposition. (a) Cada subespao fechado de um espao compacto c c e compacto. (b) Cada subespao compacto de um espao de Hausdor fechado. c c e Demonstrao. (a) Seja X um espao compacto e seja S um subespao ca c c fechado de X. Seja {Ui : i I} uma cobertura aberta de S. Para cada i I existe um aberto Vi de X tal que Ui = S Vi . Segue que {Vi : i I} {X \ S} uma cobertura aberta de X. Como X compacto, existe um conjunto nito e e J I tal que X = {X \ S} iJ Vi . Segue que S = iJ Ui , e portanto S e compacto. (b) Seja X um espao de Hausdor e seja S um subespao compacto de c c a X. Para provar que S fechado em X, seja x S. Ento existe uma rede e (x ) S que converge a x. Como S compacto, a rede (x ) admite e uma subrede (x() )M que converge a um ponto y S. Como (x() )M converge a x tambm, e X Hausdor, segue que x = y S. Logo S fechado e e e em X. 71
21.8. Proposio. A imagem cont ca nua de um espao compacto compacto. c e Demonstrao. Sejam X e Y espaos topolgicos, com X compacto, e ca c o seja f : X Y uma aplicao sobrejetiva e cont ca nua. Para provar que Y e compacto, seja {Vi : i I} uma cobertura aberta de Y . Ento {f 1 (Vi ) : i I} a uma cobertura aberta de X. Como X compacto, existe um conjunto nito e e J I tal que X = iJ f 1 (Vi ). Como f sobrejetivo, segue que Y = iJ Vi . e Logo Y compacto. e 21.9. Corolrio. Seja X um espao compacto, seja Y um espao de Hausa c c dor, e seja f uma aplicao cont ca nua. Ento: a (a) f fechada. e (b) Se f sobrejetiva, ento f uma aplicao quociente. e a e ca (c) Se f bijetiva, ento f um homeomorsmo. e a e Demonstrao. (a) Seja A fechado em X. Pela Proposio 21.8 f (A) ca ca e compacto em Y . Pela Proposio 21.7 f (A) fechado em Y . ca e (b) segue de (a) pela Proposio 11.5. ca (c) segue de (a) pela Proposio 8.9. ca 21.10. Teorema de Tychono. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia lia a de espaos topolgicos no vazios. Ento o produto X = iI Xi compacto se c o a a e e s se cada Xi compacto. o e Demonstrao. () Se X compacto, ento Xi = i (X) compacto para ca e a e cada i I, pela Proposio 21.8. ca () Suponhamos que cada Xi seja compacto, e seja (x ) uma rede universal em X. Pelo Exerc cio 13.F (i (x )) uma rede universal em Xi , e para cada i I. Pelo Teorema 21.6, a rede (i (x ) converge a um ponto xi Xi para cada i I. Seja x = (xi )iI X. Ento (x ) converge a x. a Pelo Teorema 21.6 X compacto. e 21.11. Corolrio. O produto [0, 1]I compacto para cada conjunto no a e a vazio I. 21.12. Corolrio. Um conjunto K Rn compacto se e s se K a e o e fechado e limitado. Demonstrao. () Suponhamos K compacto. Como Rn Hausdor, K ca e fechado em Rn , pela Proposio 21.7. Por outro lado e ca
K Rn =
j=1
B(0; j).
K
j=1
72
Logo K limitado. e () Suponhamos K fechado e limitado. Sendo K limitado, existe k N tal que K B(0; k) [k, k]n . Sendo K fechado em Rn , segue que K fechado em [k, k]n . Pelo Corolrio e a 21.11 [k, k]n compacto. Pela Proposio 21.7 K compacto. e ca e 21.13. Teorema. Cada espao de Hausdor compacto um espao T4 . c e c Demonstrao. Sabemos que cada espao de Lindelf regular normal. ca c o e Como cada espao compacto claramente Lindelf, basta provar que cada c e o espao de Hausdor compacto regular. c e Seja X um espao de Hausdor compacto. Seja A um fechado de X, e seja c b A. Para cada a A sejam Ua e Va dois abertos disjuntos de X tais que / a Ua e b Va . Como A aA Ua e A compacto, existem a1 , ..., an A e tais que
n
A
j=1
Uaj .
Sejam
n n
U=
j=1
Uaj ,
V =
j=1
Vaj .
Ento U e V so abertos disjuntos em X, A U e b V . a a 21.14. Corolrio. O produto [0, 1]I um espao T4 para cada conjunto a e c no vazio I. a Agora podemos complementar o Teorema 19.11 da maneira seguinte. 21.15. Teorema. Para um espao topolgico X as seguintes condies so c o co a equivalentes: (a) X um espao de Tychono. e c (b) X homeomorfo a um subespao do produto [0, 1]I , para algum I. e c (c) X homeomorfo a um subespao de um espao de Hausdor compacto. e c c (d) X homeomorfo a um subespao de um espao T4 . e c c Demonstrao. A implicao (a) (b) segue do Teorema 19.11. A imca ca plicao (b) (c) segue do Corolrio 21.11. A implicao (c) (d) segue do ca a ca Teorema 21.13. E a implicao (d) (a) segue do Corolrio 19.7. ca a Exerc cios 21.A. Seja X um espao topolgico, e seja K X. Prove que K compacto c o e se e s se, dada uma fam {Ui : i I} de abertos de X tal que K {Ui : o lia i I}, existe uma fam nita J I tal que K {Ui : i J}. lia
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21.B. Prove que R no compacto. a e 21.C. Prove que cada subconjunto nito de um espao topolgico qualquer c o compacto. e 21.D. Prove que um espao topolgico discreto X compacto se e s se X c o e o nito. e 21.E. Usando a Proposio 21.8 prove que o c ca rculo unitrio a S 1 = {(x, y) R2 : x2 + y 2 = 1} compacto. e 21.F. Seja X um espao compacto, e seja f : X R uma funo cont c ca nua. Prove que existem a, b X tais que f (a) f (x) f (b) para todo x X. 21.G. Sejam X e Y espaos topolgicos, e seja f : X Y . c o (a) Se Y Hausdor, e f cont e e nua, prove que o grco de f fechado em a e X Y. (b) Se Y compacto, e o grco de f fechado em X Y , prove que f e a e e cont nua. 21.H. Seja X um espao de Hausdor. c (a) Seja K um subconjunto compacto de X, e seja b K. Prove que existem / abertos disjuntos U e V de X tais que K U e b V . (b) Sejam K e L dois subconjuntos compactos disjuntos de X. Prove que existem abertos disjuntos U e V de X tais que K U e L V . 21.I. Seja X um espao de Hausdor, seja K um subconjunto compacto de c X, e sejam U1 e U2 dois abertos de X tais que K U1 U2 . Prove que existem dois subconjuntos compactos K1 e K2 de X tais que K = K1 K2 , K1 U1 e K2 U2 . Sugesto: Primeiro prove que existem abertos disjuntos V1 e V2 de X tais a que K \ U1 V1 e K \ U2 V2 . A seguir dena K1 = K \ V1 e K2 = K \ V2 . 21.J. Sejam X e Y espaos topolgicos, sejam K e L subconjuntos comc o pactos de X e Y , respectivamente, e seja W um aberto de X Y tal que K L W . Prove que existem abertos U X e V Y tais que K U , L V e U V W. 21.K. Sejam X, Y e Z espaos topolgicos, e seja f : X Y Z uma c o aplicao cont ca nua. Sejam K e L subconjuntos compactos de X e Y , respectivamente, e seja W um aberto de Z tal que f (K L) W . Prove que existem abertos U X e V Y tais que K U , L V e f (U V ) W . 21.L. Seja X um espao compacto. c (a) Prove que a funo ca d(f, g) = sup{|f (x) g(x)| : x X}
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uma mtrica em C(X). e e (b) Prove que uma seqncia (fn ) converge a f no espao mtrico (C(X), d) ue c e se e s se (fn ) converge a f uniformemente sobre X. Por essa razo a topologia o a d denida pela mtrica d chamada de topologia da convergncia uniforme. e e e 21.M. Seja X um espao topolgico qualquer. Dados f C(X), A X c o nito e > 0, seja V (f, A, ) = {g C(X) : |g(x) f (x)| < para todo x A}.
(a) Prove que os conjuntos V (f, A, ), com A X nito e > 0, formam uma base de vizinhanas de f para uma topologia em C(X), que denotaremos c por p . (b) Prove que uma seqncia (fn ) converge a f em (C(X), p ) se e s se ue o fn (x) f (x) para cada x X. Por essa razo a topologia p chamada de a e topologia da convergncia pontual. e (c) Prove que a incluso (C(X), p ) RX um mergulho. a e 21.N. Seja X um espao topolgico qualquer, e seja F C(X). Diremos c o que F equicont e nua num ponto a X se dado > 0, existe U Ua tal que |f (x) f (a)| < para todo f F e x U . Diremos que F equicont e nua se for equicont nua em cada ponto de X. p e nua tambm. e (a) Se F equicont e nua, prove que F equicont (b) Se F equicont e nua e X compacto, prove que as topologias p e d e coincidem em F. 21.O. Seja X um espao topolgico qualquer, e seja F C(X). Diremos c o que F pontualmente limitada se sup{|f (a)| : f F} < para cada a X. e Diremos que F localmente limitada se para cada a X existe U Ua tal que e sup{|f (x)| : f F, x U } < . p (a) Se F pontualmente limitada, prove que F pontualmente limitada e e tambm. e (b) Se F equicont e nua e pontualmente limitada, prove que F localmente e limitada. 21.P. Seja X um espao compacto, e seja F C(X) equicont c nua e pontualmente limitada. Prove que F um subconjunto relativamente compacto de e (C(X), d ). Este o teorema de Arzela-Ascoli. e
75
22. Espaos localmente compactos c 22.1. Denio. Diremos que um espao topolgico X localmente comca c o e pacto se cada x X admite uma base de vizinhanas compactas. c 22.2. Proposio. Um espao de Hausdor X localmente compacto se e ca c e s se cada x X tem pelo menos uma vizinhana compacta. o c Demonstrao. Para provar a implicao no trivial, seja x X, e seja U0 ca ca a uma vizinhana compacta de x. Seja U Ux , e seja V = (U0 U ) . Ento V c a e uma vizinhana aberta de x em X e V U0 . Logo V uma vizinhana aberta c e c de x em U0 . Notemos que U0 um espao de Hausdor compacto, e portanto e c regular. Logo existe um subconjunto aberto W de U0 tal que xW W
U0
V U.
Temos que W = U0 W1 , sendo W1 aberto em X. Segue que W = V W = V U0 W1 = V W1 . Logo W aberto em X. Segue que W e U0 X e W U.
U0
22.3. Exemplos. (a) Cada espao de Hausdor compacto localmente compacto. c e (b) Rn um espao de Hausdor localmente compacto que no compacto. e c e (c) Seja X um conjunto innito, com a topologia discreta. X um espao e c de Hausdor localmente compacto que no compacto. a e Segue da denio que cada espao de Hausdor localmente compacto ca c e regular. Mas podemos provar mais. 22.4. Teorema. Cada espao de Hausdor localmente compacto um c e espao de Tychono. c Demonstrao. Seja X um espao de Hausdor localmente compacto. ca c Provaremos que X completamente regular. Seja A um fechado de X, e seja e b X \ A. Por hiptese X \ A contm uma vizinhana compacta U de b. o e c Seja V = U . Temos que U um espao de Hausdor compacto, e portanto e c completamente regular. Como V aberto em U , e b V , existe uma funo e ca cont nua : U [0, 1] tal que (U \ V ) {0} e (b) = 1. Notemos que X = U (X \ V ). Seja f : X [0, 1] denida por f = em U e f = 0 em X \ V . A funo f est bem denida, pois = 0 em U (X \ V ) = U \ V . A ca a funo f cont ca e nua, pois U e X \ V so fechados. E como A X \ V , segue a que f (A) {0} e f (b) = 1. Nos exerc cios veremos que a interseo de um subespao aberto e um subeca c spao fechado de um espao de Hausdor localmente compacto um subespao c c e c localmente compacto. Reciprocamente temos o resultado seguinte.
76
22.5. Proposio. Seja C um subespao localmente compacto de um espao ca c c de Hausdor X. Ento existem subespaos A e B de X, com A aberto e B a c fechado, tais que C = A B. A demonstrao est baseada no lema seguinte. ca a 22.6. Lema. Seja C um subespao localmente compacto de um espao de c c X Hausdor X. Ento C aberto em C . a e Demonstrao. Seja c C, e seja U uma vizinhana aberta de c em C tal ca c C e a que U compacto. Seja V um aberto de X tal que U = C V . Ento C C V
X
=C U
=U .
Esse conjunto compacto, e portanto fechado em X. Esse conjunto contm e e X U = C V , e portanto C V . Logo C V Armamos que C
X X X
C C V V C.
C.
De fato seja x C V . Logo existe uma rede (x ) C que converge a x. Como x V , existe 0 tal que x V para todo 0 . Logo x C V X para todo 0 , e dai x C V C. X X X Como C V aberto em C , segue que C uma vizinhana de c em C . e e c X Logo C aberto em C . e Demonstrao da Proposio 22.5. Pelo Lema 22.6 C aberto em C . ca ca e X X Logo existe um aberto A de X tal que C = AC . Assim basta tomar B = C para completar a demonstrao. ca No Exerc cio 22.F veremos que a imagem cont nua e aberta de um espao c localmente compacto um espao localmente compacto. e c 22.7. Proposio. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de espaos ca lia a c topolgicos no vazios. Ento o produto X = iI Xi localmente compacto se o a a e e s se se vericam as seguintes condies: o co (a) Cada Xi localmente compacto. e (b) Existe um conjunto nito J I tal que Xi compacto para cada i I \J. e Demonstrao. () Suponhamos que X seja localmente compacto. Ento ca a Xi = i (X) localmente compacto para cada i I, pelo Exerc 22.F. Isto e cio prova (a). Para provar (b) seja x X e seja U uma vizinhana compacta de x em X. c Ento U contm uma vizinhana bsica V , ou seja a e c a U V =
jJ X
Vj
iI\J
Xj ,
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sendo J I, J nito, e sendo Vj uma vizinhana aberta de j (x) em Xj , para c cada j J. Segue que i (U ) = Xi para todo i I \ J, e (b) segue. () Suponhamos que cada Xi seja localmente compacto, e que Xi seja compacto para cada i I \J, com J nito. Seja x X, e seja U uma vizinhana c bsica de x em X. Sem perda de generalidade podemos supor que a U=
jJ1
Uj
iI\J1
Xi ,
sendo J J1 I, J1 nito, e sendo Uj uma vizinhana aberta de j (x) em Xj c para cada j J1 . Para cada j J1 seja Vj uma vizinhana compacta de j (x) c em Xj , com Vj Uj , e seja V =
jJ1
Vj
iI\J1
Xi .
Ento V uma vizinhana compacta de x em X, contida em U . a e c 22.8. Corolrio. RI localmente compacto se e s se I nito. a e o e Exerc cios 22.A. Prove que o conjunto Q dos nmeros racionais, com a topologia inu duzida por R, no localmente compacto. a e 22.B. Prove que o conjunto R \ Q dos nmeros irracionais, com a topologia u induzida por R, no localmente compacto. a e 22.C. Seja X um espao localmente compacto. Prove que cada subespao c c aberto de X localmente compacto. e 22.D. Seja X um espao localmente compacto. Prove que cada subespao c c fechado de X localmente compacto. e 22.E. Seja X um espao de Hausdor. Prove que a interseo de dois c ca subespaos localmente compactos de X localmente compacto. c e 22.F. Prove que a imagem cont nua e aberta de um espao localmente comc pacto um espao localmente compacto. e c 22.G. Seja X um espao localmente compacto, seja Y um espao de Hausc c dor, e seja f : X Y uma funo sobrejetiva, cont ca nua e aberta. Prove que, dado um compacto L Y , existe um compacto K X tal que f (K) = L. 22.H. Seja X um espao localmente compacto. Prove que um conjunto c A X aberto em X se e s se A K aberto em K para cada compacto e o e K X.
78
23. A compacticao de Alexandro ca 23.1. Denio. Seja X um espao de Hausdor. Chamaremos de comca c pacticao de X um par (Y, ) tal que: ca (a) Y um espao de Hausdor compacto; e c (b) um homeomorsmo entre X e um subespao denso de Y . e c 23.2. Teorema. Seja X um espao de Hausdor localmente compacto, que c no compacto. Seja p X, e seja X = X {p}. Para cada x X seja a e / Bx (X) uma base de vizinhanas abertas de x em X, e seja Bx (X ) = Bx (X). c Seja Bp (X ) = {{p} (X \ K) : K compacto em X}. e Ento: a (a) As fam ilias Bx (X ) (x X) e Bp (X ) denem uma topologia em X que induz em X a sua topologia original. (b) X um espao de Hausdor compacto. e c (c) X um subespao aberto denso de X . e c Demonstrao. (a) Para provar (a) devemos vericar as condies da ca co Proposio 5.7: ca (i) x U para cada U Bx (X ). (ii) Dados U, V Bx (X ), existe W Bx (X ) tal que W U V . (iii) Dado U Bx (X ), existe V Bx (X ), V U , tal que para cada y V existe W By (X ) tal que W U . Se x X, ento Bx (X) satisfaz (i), (ii) e (iii), pela Proposio 5.6. Logo a ca Bx (X ) satisfaz (i), (ii) e (iii). Veriquemos que Bp (X ) satisfaz (i), (ii) e (iii). (i) Se U = {p} (X \ K), ento p U . a (ii) Se U = {p}(X\K), e V = {p}(X\L), ento U V = {p}(X\(KL)). a (iii) Seja U = {p} (X \ K), e seja V = U . Se y = p, seja W = U . Ento a W Bp (X ) e W U . Se y V , com y = p, ento y X \ K. Como X \ K a e aberto em X, existe W By (X) = By (X ) tal que y W X \ K U . Se U aberto em X, claro que U aberto em X . Em particular X e e e e aberto em X . E se V aberto em X , claro que X V aberto em X. e e e (b) Provemos que X Hausdor. Dados x, y X, com x = y, existem U e e V abertos em X, e portanto em X , tais que x U , y V e U V = . Dado x X, seja U uma vizinhana compacta de x em X, e seja V = c {p} (X \ U ). Ento U Ux (X ), V Up (X ) e U V = . Logo X a e Hausdor. Para provar que X compacto, seja U uma cobertura aberta de X . Seja e U0 U tal que p U0 . Ento existe um compacto K X tal que a {p} (X \ K) U0 . K compacto em X, e portanto em X . Logo existem U1 , ..., Un U tais que e K U1 ... Un . 79
Segue que X = U0 U1 ... Un . Logo X compacto. e (c) J sabemos que X aberto em X . Para provar que X denso em X , a e e seja U = {p} (X \ K) Bp (X ). Como X no compacto, X \ K = . Logo a e U X X \ K = . Logo X compacto. e 23.3. Denio. Seja X um espao de Hausdor localmente compacto ca e c que no compacto. Ento o espao X construido no teorema anterior a e a c e chamado de compacticao de Alexandro de X. ca Exerc cios 23.A. Seja X um espao de Hausdor. Suponhamos que exista uma comc pacticao (Y, ) de X tal que Y \ (X) contm um unico ponto. Prove que ca e X localmente compacto, mas no compacto. e a e 23.B. (a) Prove que o intervalo (0, 1] um espao de Hausdor localmente e c compacto, que no compacto. a e (b) Prove que o intervalo [0, 1] a compacticao de Alexandor do intere ca valo (0, 1]. 23.C. (a) Prove que N, com a topologia discreta, um espao de Hausdor e c localmente compacto, que no compacto. a e (b) Prove que a compacticao de Alexandro de N homeomorfa ao ca e subespao S = {1/n : n N} {0} de R. c 23.D. Seja
n+1
x2 = 1}, j
e sejam C = (0, ..., 0, 1/2) e N = (0, ..., 0, 1). (a) Prove que a projeo estereogrca ca a 1 (x1 , ..., xn+1 ) (C + S n ) \ {N } 2 x1 xn , ..., 1 xn+1 1 xn+1 Rn
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24. A compacticao de Stone-Cech ca Se um espao topolgico X admite uma compacticao, segue do Teorema c o ca 21.15 que X um espao de Tychono. A seguir veremos que vale a rec e c proca. Seja X um espao de Tychono. Para cada f Cb (X) seja If um intervalo c fechado e limitado que contm f (X). Segue da demonstrao do Teorema 19.11 e ca que a aplicao ca
X
: x X (f (x))f Cb (X)
f Cb (X)
If
um mergulho. e 24.1. Denio. Dado um espao de Tychono X, denotaremos por X ca c a aderncia do conjunto X (X) no produto f Cb (X) If . E claro que o par e (X, X ) uma compacticao de X. Diremos que X a compacticao de e ca e ca Stone-Cech de X. A compacticao de Stone-Cech tem a seguinte propriedade: ca 24.2. Teorema. Seja X um espao de Tychono, e seja Y um espao de c c Hausdor compacto. Ento, para cada funo cont a ca nua h : X Y , existe uma funo cont ca nua h : X Y tal que h = h X , ou seja o seguinte diagrama e comutativo: h X Y
X
h X
: y Y (g(y))gCb (Y )
gCb (Y )
Ig
If (gh )gCb (Y )
gCb (Y )
Ig .
a E fcil ver que g H = gh para todo g Cb (Y ), a e portanto H cont e nua. E fcil ver que H(
X (x))
81
X
X
Y
Y
If
H
Ig
gCb (Y )
f Cb (X)
Em particular H( Como X =
X (X) X (X))
(h(X))
(Y ).
H(X) = H(
H(
X (X))
(Y ) = Y =
(Y ).
Y
Y
H|X
Y =
(Y )
1 Y
(H|X) : X Y,
= h.
24.A. Seja X um espao de Tychono. Prove que, para cada f Cb (X), c existe f Cb (X) tal que f = f X . 24.B. Considerando a funo f (t) = sen(1/t) (0 < t 1), prove que o ca intervalo [0, 1] no a compacticao de Stone-Cech do intervalo (0, 1]. a e ca ue a 24.C. Seja o conjunto de todas as seqncias (xn ) em R que so limitadas. Dadas x = (xn ) e y = (yn ) em , seja d(x, y) = supn |xn yn |. (a) Prove que um espao vetorial sobre R, e que d uma mtrica em e c e e
(b) Prove que existe um isomorsmo entre os espaos vetoriais e C(N), c que tambm uma isometria, ou seja d(T (x), T (y)) = d(x, y) para todo x, y e e . 24.D. Seja X um espao de Tychono, e seja (Y, ) uma compacticao de c ca X. (a) Se (X) aberto em Y , prove que X localmente compacto. e e (b) Se x X, e se U uma vizinhana compacta de x em X, prove que e c (U ) uma vizinhana de (x) em Y . e c (c) Prove que (X) aberto em Y se e s se X localmente compacto. e o e
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24.E. Identiquemos N com sua imagem cannica em N. o (a) Prove que N aberto em N. e (b) Prove que cada n N um ponto isolado de N, ou seja {n} aberto e e em N. (c) Prove que os unicos pontos isolados de N so os pontos de N. a 24.F. Seja X um espao de Tychono, e seja (Y, ) uma compacticao de c ca X tal que, dados um espao de Hausdor compacto Z, e uma funo cont c ca nua h : X Z, existe uma funo cont ca nua h : Y Z tal que h = h. Prove que existe um homeomorsmo : X Y tal que X = . Isto nos diz que a compacticao de Stone-Cech est caracterizada pela propriedade de extenso ca a a dada pelo Teorema 24.2.
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25. Espaos metrizveis c a Lembremos que um espao topolgico X metrizvel se existe uma mtrica c o e a e em X que dene a topologia de X. E claro que cada subespao de um espao c c metrizvel metrizvel. a e a 25.1. Proposio. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de espaos ca lia a c topolgicos no triviais. Ento o produto X = iI Xi metrizvel se e s se o a a e a o cada Xi metrizvel e I enumervel. e a e a Demonstrao. () Suponhamos que X seja metrizvel. Como cada Xi ca a homeomorfo a um subespao de X, segue que cada Xi metrizvel. Como X e c e a satisfaz o primeiro axioma de enumerabilidade, I enumervel, pela Proposio e a ca 20.5. () Suponhamos que cada Xi seja metrizvel, e que I seja enumervel. a a Sem perda de generalidade podemos supor que I = N. Para cada n N seja dn uma mtrica em Xn que dene a topologia de Xn . Pelo Exerc e cio 25.B podemos supor que cada dn limitada por 1. Dados x = (xn ) e y = (yn ) e n=1 n=1 em X = n=1 Xn , denamos
d(x, y) =
n=1
2n dn (xn , yn ).
E claro que d uma mtrica em X. Provemos que d dene a topologia de X. e e Por um lado, dado > 0, seja N N tal que
2n <
n=N +1
e seja
N
V =
n=1
Bdn (xn ;
2N
)
n=N +1
Xn .
Ento V uma vizinhana de x em X e fcil ver que V Bd (x; ). a e c e a Por outro lado, seja U uma vizinhana aberta bsica de x em X, ou seja c a
N
U=
n=1
Bdn (xn ; n )
n=N +1
Xn .
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25.2. Teorema de metrizabilidade de Urysohn. Para um espao T1 c as seguintes condies so equivalentes: co a (a) X metrizvel e separvel. e a a (b) X regular e satisfaz o segundo axioma de enumerabilidade. e (c) X homeomorfo a um subespao do produto [0, 1]N . e c Demonstrao. As implicaes (a) (b) e (c) (a) so imediatas. A ca co a primeira segue da Proposio 20.4, e a segunda segue das Proposies 25.1 e ca co 20.7. Para provar que (b) (c), seja B uma base enumervel para a topologia de a X, e seja C = {(U, V ) B B : U V }. Pela Proposio 20.3 X um espao de Lindelf. Pelo Teorema 20.8 X ca e c o e um espao normal. Dai para cada (U, V ) C existe uma funo cont c ca nua fU V : X [0, 1] tal que fU V (U ) {0} e fU V (X \ V ) {1}. Seja F = {fU V : (U, V ) C}. Armamos que F separa pontos de fechados. De fato seja A um fechado em X, e seja b X \ A. Seja V B tal que b V X \ A. Como X regular, existe e um aberto U1 em X tal que b U1 U1 V X \ A. Seja U B tal que b U U1 . Segue que bU U V X \A e portanto (U, V ) C. Segue que fU V (b) fU V (U ) {0} e fU V (A) fU V (X \ V ) {1}. Pelo Corolrio 19.15 a avaliao a ca : x X (f (x))f F [0, 1]F um mergulho. Como F enumervel, temos provado (c). e e a 25.3. Corolrio. A imagem cont a nua de um espao mtrico compacto em c e um espao de Hausdor metrizvel. c e a Demonstrao. Seja X um espao mtrico compacto, seja Y um espao ca c e c de Hausdor, e seja f : X Y cont nua e sobrejetiva. Ento Y compacto a e e portanto regular. Pelo Teorema 25.2, para provar que Y metrizvel, basta e a provar que Y satisfaz o segundo axioma de enumerabilidade.
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Seja B uma base enumervel para a topologia de X. Seja C a fam das a lia unies nitas de membros de B, e seja o D = {Y \ f (X \ U )}. D uma fam enumervel de abertos de Y . Provaremos que D uma base para e lia a e a topologia de Y . Seja V aberto em Y , e seja y V . Ento f 1 (y) f 1 (V ), a f 1 (y) compacto, e f 1 (V ) aberto em X. Usando a compacidade de f 1 (y) e e podemos achar U1 , ..., Un B tais que f 1 (y) U1 ... Un f 1 (V ). Seja U = U1 ... Un . Ento U C e fcil vericar que a e a y Y \ f (X \ U ) V. Logo D uma base enumervel para a topologia de Y . e a O teorema de Urysohn caracteriza os espaos topolgicos que so metrizveis c o a a e separveis. H outro teorema, mais geral, que caracteriza os espaos topolgicos a a c o que so apenas metrizveis. No veremos esse teorema aqui. a a a Exerc cios 25.A. Prove que as seguintes funes so crescentes: co a (a) f (t) = t/(1 + t) (b) g(t) = t/(1 t) (t 0). (0 t < 1).
25.B. Seja d uma mtrica em um conjunto X, e seja d1 : X X R e denida por d(x, y) . d1 (x, y) = 1 + d(x, y) (a) Prove que d1 uma mtrica em X. e e (b) Prove que as mtricas d e d1 denem os mesmos abertos em X. e Sugesto: Use o exerc anterior. a cio 25.C. Seja X um espao mtrico localmente compacto, e seja X a c e compacticao de Alexandro de X. Prove que as seguintes condies so ca co a equivalentes: (a) X separvel. e a (b) X = n=1 Kn , com Kn compacto e Kn (Kn+1 ) para cada n. e a (c) X metrizvel.
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26. Espaos conexos c 26.1. Denio. Um espao topolgico X dito desconexo se existem dois ca c o e abertos disjuntos no vazios A e B em X tais que X = A B. Caso contrrio a a X dito conexo. Um conjunto S X dito desconexo se S, com a topologia e e induzida por X, um espao desconexo. Caso contrrio S dito conexo e c a e 26.2. Exemplos. (a) Cada espao topolgico discreto, com pelo menos dois pontos, c o e desconexo. (b) O espao de Sierpinski conexo. c e 26.3. Proposio. Cada intervalo fechado e limitado em R conexo. ca e Demonstrao. Suponhamos que [a, b] seja desconexo, sendo a < b. Ento ca a [a, b] = A B, sendo A e B dois abertos disjuntos no vazios de [a, b]. Sem a perda de generalidade podemos supor que b B. Como B aberto, segue que e (b , b] B para algum > 0. Seja c = supA. Ento c < b e (c, b] B. Se a c A, ento, como A aberto, existiria > 0 tal que [c, c+ ) A, absurdo, pois a e c = supA. Logo c B. Se c > a, ento, como B aberto, existiria > 0 tal que a e (c , c] B, absurdo, pois c = supA. Logo c = a, e portanto [a, b] = [c, b] B, absurdo de novo. Logo [a, b] conexo. e Deixamos como exerc as demonstraes dos dois resultados seguintes. cio co 26.4. Proposio. Um espao topolgico X conexo se e s se X e so ca c o e o a os unicos subconjuntos de X que so abertos e fechados. a 26.5. Proposio. A imagem cont ca nua de um espao conexo conexo. c e 26.6. Proposio. Seja X um espao topolgico, e seja S um subconjunto ca c o conexo de X. Ento S tambm conexo. a e e Demonstrao. Suponhamos que ca S = A B, sendo A e B dois subconjuntos abertos no vazios de S. Segue que a S = (S A) (S B), sendo S A e S B dois subconjuntos abertos no vazios de S. Isto absurdo, a e pois S conexo. e 26.7. Corolrio. Seja X um espao topolgico, seja S um subconjunto a c o conexo de X, e seja S T S. Ento T conexo. a e Demonstrao. Basta aplicar a proposio anterior com X = T . ca ca 26.8. Denio. Seja X um espao topolgico. Diremos que dois conjuntos ca c o A, B X so mutuamente separados se A B = A B = . a
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26.9. Proposio. Um espao topolgico X desconexo se e s se existem ca c o e o dois conjuntos mutuamente separados no vazios A e B tais que X = A B. a Demonstrao. () Se X desconexo, ento existem dois abertos disjunca e a tos no vazios A e B tais que X = A B. Como A e B so abertos e fechados, a a claro que A e B so mutuamente separados. e a () Suponhamos que X = A B, sendo A e B dois conjuntos mutuamente separados no vazios. Como a X = A B e A B = , e a e vemos que B = X \ A aberto. De maneira anloga segue que A aberto. Logo X desconexo. e 26.10. Corolrio. Seja X um espao topolgico. Um subconjunto S X a c o desconexo se e s se existem dois conjuntos no vazios A e B, mutuamente e o a separados em X, tais que S = A B. Demonstrao. () Suponhamos que S = A B, sendo A e B dois ca conjuntos no vazios, mutuamente separados em X. Ento claro que A e B a a e so mutuamente separados em S. a () Suponhamos que S = A B, sendo A e B dois conjuntos no vazios, a mutuamente separados em S. Ento a A B = A S B = A B = . De maneira similar podemos provar que A B mente separados em X.
X X X S
= . Logo A e B so mutuaa
26.11. Corolrio. Seja X um espao topolgico, sejam A e B dois conjuna c o tos mutuamente separados, e seja S um subconjunto conexo de A B. Ento a S A ou S B. Demonstrao. E claro que ca S = (S A) (S B), e os conjuntos S A e S B so mutuamente separados em X. Como S a e conexo, segue da proposio anterior que S A = ou S B = . Logo S B ca ou S A. 26.12. Proposio. Seja X um espao topolgico. Suponhamos que X = ca c o Si , onde cada Si conexo e iI Si = . Ento X conexo. e a e iI Demonstrao. Suponhamos que X = A B, sendo A e B dois conjuntos ca mutuamente separados. Segue do corolrio anterior que Si A ou Si B para a cada i I. Seja s iI Si . Se s A, ento Si A para cada i I, e portanto a B = . De maneira anloga, se s B, ento A = . Logo X conexo. a a e
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26.13. Proposio. Seja X um espao topolgico. Suponhamos que cada ca c o par de pontos x, y X pertence a um conjunto conexo Sxy X. Ento X a e conexo. Demonstrao. Fixemos a X. Segue da hiptese que ca o X=
xX
Sax e a
xX
Sax .
Pela proposio anterior X conexo. ca e 26.14. Proposio. Seja X um espao topolgico. Suponhamos que X = ca c o Sn , onde cada Sn conexo e Sn Sn+1 = para cada n N. Ento X e a conexo. e
n=1
ca Demonstrao. Seja Tn = k=1 Sk para cada n N. Usando a Proposio ca 26.12 e induo segue que cada Tn conexo. Como ca e
X=
n=1
Tn e
n=1
Tn = ,
outra aplicao da Proposio 26.12 implica que X conexo. ca ca e 26.15. Exemplos. (a) R conexo pela Proposio 26.12, pois e ca
R=
n=1
[n, n] e
n=1
(b) Rn conexo pela Proposio 26.12, pois Rn a unio de todas as retas e ca e a que passam pela origem. 26.16. Proposio. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de espaos ca lia a c topolgicos no vazios. Ento o produto X = iI Xi conexo se e s se cada o a a e o Xi conexo. e Demonstrao. () Se X conexo, ento Xi = i (X) conexo para cada ca e a e i I. () Fixemos a X e denotemos por S o conjunto de todos os x X tais que existe um conjunto conexo Sax X contendo a e x. Como S=
xS
Sax e a
xS
Sax ,
vemos que S conexo., pela Proposio 26.12. Pela Proposio 26.5, para provar e ca ca a que X conexo basta provar que X = S. Seja b X e seja U um aberto bsico e contendo b, ou seja
n
U=
k=1
1 ik (Uik ),
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com Uik aberto em Xik para k = 1, ..., n. Seja T1 ,...,Tn denidos da maneira seguinte. Tk o conjunto dos x = (xi )iI X tais que: e xik Xik arbitrrio; e a xij = bij se j < k; xij = aij se j > k; xi = ai se i = i1 , ...in . E claro que Tk homeomorfo a Xik , que conexo, e Tk Tk+1 = para e e n e k = 1, ..., n1. Pela Proposio 26.14 T = k=1 Tk conexo. Como a T1 T , ca segue que T S. Por outro lado S U T U Tn U = . Isto prova que b S, e portanto X = S. Exerc cios 26.A. Prove que um espao topolgico X conexo se e s se X e so os c o e o a unicos subconjuntos de X que so abertos e fechados. a 26.B. Prove que a imagem cont nua de um espao conexo conexo. c e 26.C. Seja S um subconjunto conexo de R. Prove que, dados a < b em S, tem-se que [a, b] S. 26.D. Prove que cada subconjunto enumervel de R, com pelo menos dois a pontos, desconexo. e 26.E. Seja X um conjunto innito, com a topologia conita. Prove que X conexo. e 26.F. Seja f : [0, 1] [0, 1] uma funo cont ca nua. Prove que existe x [0, 1] tal que f (x) = x. . e 26.G. Prove que o c rculo unitrio S 1 conexo. a 26.H. Prove que a esfera
n+1
x2 = 1} j
90
27. Componentes conexas 27.1. Denio. Seja X um espao topolgico. Dado x X, denotaremos ca c o por Cx a unio dos subconjuntos conexos de X que contm x. Ento Cx o a e a e maior subconjunto conexo de X que contm x. Diremos que Cx a componente e e conexa de X que contm x. e 27.2. Proposio. Seja X um espao topolgico. Dados x, y X, tem-se ca c o que Cx = Cy ou Cx Cy = . Demonstrao. Se Cx Cy = , ento Cx Cy conexo, e portanto ca a e Cx = Cx Cy = Cy . 27.3. Proposio. As componentes conexas de um espao topolgico so ca c o a sempre fechadas. e e Demonstrao. Como Cx conexo, segue que Cx conexo tambm. Logo ca e Cx = Cx . 27.4. Denio. Um espao topolgico X dito localmente conexo se cada ca c o e x X admite uma base de vizinhanas abertas e conexas. c 27.5. Exemplo. O espao [0, 1) (1, 2] localmente conexo, mas no c e a e conexo. 27.6. Proposio. Um espao topolgico X localmente conexo se e s se ca c o e o as componentes conexas de cada aberto de X so abertas em X. a Demonstrao. () Suponhamos que X seja localmente conexo. Seja U ca um aberto de X, e seja C uma componente conexa de U . Por hiptese para cada o x C existe um aberto conexo V tal que x V U . Segue que x V C, e portanto C aberto em X. e () Suponhamos que as componentes conexas de cada aberto de X sejam abertas em X. Seja x X, e seja U uma vizinhana aberta de x em X. Seja c C a componente conexa de U que contm x. Como por hiptese C aberto em e o e X, concluimos que X localmente conexo. e 27.7. Corolrio. As componentes conexas de um espao localmente conexo a c so abertas e fechadas. a 27.8. Proposio. Cada quociente de um espao localmente conexo ca c e localmente conexo. Demonstrao. Seja X um espao localmente conexo e seja : X Y ca c uma aplicao quociente. Provaremos que as componentes conexas de cada ca aberto de Y so abertas em Y . a Seja V um aberto no vazio em Y , e seja D uma componente conexa de a V . Para provar que D aberta em Y basta provar que 1 (D) aberto em e e X. Seja x 1 (D), e seja Cx a componente conexa de 1 (V ) que contm x. e 91
(Cx ) conexo e (x) (Cx ) V . Como (x) D, segue que (Cx ) D, e e portanto Cx 1 (D). Como Cx aberto em X, segue que 1 (D) aberto e e em X, como queriamos. Exerc cios 27.A. Se X = Q, prove que Cx = {x} para cada x Q. 27.B. Seja X um espao topolgico discreto, com pelo menos dois pontos. c o (a) Prove que X localmente conexo, mas no conexo. e a e (b) Prove que Cx = {x} para cada x X. 27.C. Prove que um espao topolgico X localmente conexo se e s se a c o e o topologia de X admite uma base formada por conjuntos abertos e conexos. 27.D. Se um espao topolgico X compacto e localmente conexo, prove c o e que X tem apenas um nmero nito de componentes conexas. u 27.E. Sejam X e Y espaos topolgicos, e seja f : X Y uma aplicao c o ca cont nua. Prove que a imagem de cada componente conexa de X est contida a numa componente conexa de Y . 27.F. Se X e Y so homeomorfos, prove que cada componente conexa de X a homeomorfa a uma componente conexa de Y . e
92
28. Espaos conexos por caminhos c 28.1. Denio. Um espao topolgico X dito conexo por caminhos se ca c o e dados a, b X, existe uma funo cont ca nua f : [0, 1] X tal que f (0) = a e f (1) = b. Diremos que f um caminho em X entre a e b. e 28.2. Proposio. Cada espao conexo por caminhos conexo. ca c e Demonstrao. Seja X um espao conexo por caminhos. Suponhamos que ca c existam dois abertos disjuntos no vazios A e B tais que X = A B. Sejam a a A e b B, e seja f : [0, 1] X um caminho em X entre a e b. Segue que [0, 1] = f 1 (A) f 1 B, e [0, 1] no seria conexo. a 28.3. Exemplos. (a) Rn conexo por caminhos. De fato, dados a, b Rn , seja f : [0, 1] Rn e denida por f (t) = (1 t)a + tb. (b) R2 \ E conexo por caminhos para cada conjunto enumervel E R2 . e a De fato, para cada a R2 \ E, existe uma fam no enumervel de retas em lia a a R2 \ E que passam por a. Dai, dados a, b R2 \ E, existem duas retas L1 e L2 em R2 \ E que passam por a e b, respectivamente, e que tem interseo no ca a vazia. Essa retas fornecem um caminho em R2 \ E entre a e b. (c) Se n 2, ento Rn \ E conexo por caminhos para cada conjunto a e enumervel E Rn . De fato, dados a, b Rn \ E, seja S um subespao a c vetorial de Rn de dimenso 2 que contm a e b. Segue de (b) que existe um a e caminho em S (Rn \ E) = S \ (S E) entre a e b. 28.4. Denio. Seja X um espao topolgico, seja f : [0, 1] X um ca c o caminho entre a e b, e seja g : [0, 1] X um caminho entre b e c. Seja f g : [0, 1] X o caminho entre a e c denido por (f g)(t) = f (2t) (f g)(t) = g(2t 1) (0 t ( 1 ), 2
1 t 1). 2 28.5. Denio. Um espao topolgico X dito localmente conexo por ca c o e caminhos se cada x X admite uma base de vizinhanas abertas e conexas por c caminhos. 28.6. Proposio. Se X conexo e localmente conexo por caminhos, ento ca e a X conexo por caminhos. e Demonstrao. Seja a X, e seja S o conjunto dos x X tais que existe ca um caminho em X entre a e x. Claramente a S. Para provar que S = X, basta provar que S aberto e fechado. e 93
Para provar que S aberto, seja b S, e seja U uma vizinhana aberta de b e c que conexa por caminhos. Seja f um caminho em X entre a e b, e seja g um e caminho em X entre b e c U . Ento f g um caminho em X entre a e c, e a e portanto U S. Logo S aberto. e c Para provar que S fechada, seja c S, e seja U uma vizinhana aberta de e c que conexa por caminhos. Seja b U S, seja f um caminho em X entre e a e b, e seja g um caminho em X entre b e c. Ento f g um caminho em X a e entre a e c, e portanto c S. Logo S fechado. e Exerc cios 28.A. Um conjunto S Rn dito convexo se (1 t)a + tb S para todo e a, b S e t [0, 1]. Prove que cada conjunto convexo em Rn conexo por e caminhos. 28.B. Prove que a imagem cont nua de um espao conexo por caminhos c e conexo por caminhos. 28.C. Seja {Xi : i I} uma fam no vazia de espaos topolgicos no lia a c o a vazios. Prove que o produto X = iI Xi conexo por caminhos se e s se e o cada Xi conexo por caminhos. e 28.D. (a) Prove que S 1 conexo por caminhos. e (b) Prove que S n conexo por caminhos para cada n N. e 28.E. Prove que os espaos R e Rn no so homeomorfos se n 2. c a a 28.F. Prove que os espaos [0, 1] e S 1 no so homeomorfos. c a a 28.G. Prove que os espaos S 1 e S n no so homeomorfos se n 2. c a a 28.H. Prove que cada subconjunto aberto e conexo de Rn conexo por e caminhos. 28.I. Consideremos os conjuntos S = {(x, y) R2 : 0 < x 1, y = sen(1/x)}, T = S {(0, y) : 1 y 1}. (a) Prove que S conexo. e (b) Prove que T conexo. e (c) Prove que S conexo por caminhos. e (d) Prove que T no conexo por caminhos. a e Sugesto: Para provar (d) suponha que f = (f1 , f2 ) : [0, 1] T seja um a caminho em T entre (0, 0) e (1/, 0). Prove que f1 toma todos os valores 1/n, com n N. A seguir prove que, em cada vizinhana de 0 em [0, 1] f2 toma os c valores 1 e 1. Conclua que f2 no cont a e nua em 0.
94
28.J. Seja X um espao topolgico, e sejam f , g e h caminhos em X entre c o a e b, entre b e c, e entre c e d, respectivamente. (a) Prove que [(f g) h](t) = f (4t) [(f g) h](t) = g(4t 1) [(f g) h](t) = h(2t 1) (b) Prove que [f (g h)](t) = f (2t) [f (g h)](t) = g(4t 2) [f (g h)](t) = h(4t 3) (0 t ( 1 ), 2 (0 t ( 1 ), 4
1 1 t ), 4 2 1 ( t 1). 2
1 3 t ), 2 4 3 ( t 1). 4
95
29. Homotopia 29.1. Denio. Sejam X e Y espaos topolgicos, e sejam f, g C(X; Y ). ca c o Diremos que f e g so homotpicas, e escreveremos f g, se existir uma funo a o ca cont nua H : X [0, 1] Y tal que H(x, 0) = f (x) H(x, 1) = g(x) (x X), (x X). g.
Diremos que H uma homotopia entre f e g, e escreveremos H : f e Se denimos ft (x) = H(x, t) (x X, 0 t 1).
vemos que H representa uma fam de funes cont lia co nuas ft : X Y (0 t 1) tais que f0 = f e f1 = g. 29.2. Exemplo. Seja X um espao topolgico qualquer, e seja Y um c o subconjunto convexo de Rn . Ento qualquer par de funes f, g C(X; Y ) so a co a homotpicas entre si. Basta denir o H(x, t) = (1 t)f (x) + tg(x) 29.3. Proposio. A relao f ca ca C(X; Y ). (x X, 0 t 1).
(x X, 0 t 1).
(x X, 0 t 1). h, onde (x X, 0 t (x X, 1 ), 2
1 t 1). 2 29.4. Proposio. Sejam X, Y , Z espaos topolgicos, e sejam f1 , g1 ca c o C(X; Y ) e f2 , g2 C(Y ; Z). Se f1 g1 e f2 g2 , ento f2 f1 g2 g1 . a Demonstrao. Sejam ca H1 : f1 g1 , H2 : f2 g2 ,
Ento a H3 (x, 0) = H2 (H1 (x, 0), 0) = H2 (f1 (x), 0) = f2 f1 (x) H3 (x, 1) = H2 (H1 (x, 1), 1) = H2 (g1 (x), 1) = g2 g1 (x) e portanto H3 : f2 f1 g2 g1 . (x X), (x X),
29.5. Denio. Um espao topolgico X dito contrtil se a funo ca c o e a ca identidade iX (x) = x homotpica a uma funo constante c(x) = x0 . e o ca 29.6. Proposio. Um espao topolgico X contrtil se e s se, para cada ca c o e a o espao topolgico Y , qualquer par de funes f, g C(Y ; X) so homotpicas c o co a o entre si. Demonstrao. Para provar a implicao no trivial, suponhamos que ca ca a X seja contrtil, ou seja iX a c, e sejam f, g C(Y ; X). Ento, usando a a proposio anterior, segue que ca f = iX f cf =cg i g = g.
29.7. Exemplo. Segue do Exemplo 29.2 que cada subconjunto convexo de Rn contrtil. e a Sabemos que dois espaos topolgicos X e Y so homeomorfos se e s se c o a o existem f C(X; Y ) e g C(Y ; X) tais que g f = iX e f g = iY . 29.8. Denio. Diremos que dois espaos topolgicos X e Y so hoca c o a motopicamente equivalentes se existem f C(X; Y ) e g C(Y ; X) tais que g f iX e f g iY . Se X e Y so homeomorfos, claro que X e Y so homotopicamente equiva e a alentes, mas a rec proca falsa em geral. e 29.9. Proposio. Um espao topolgico X contrtil se e s se X ca c o e a o e homotopicamente equivalente a um espao unitrio. c a Demonstrao. () Suponhamos que a identidade em X seja homotpica ca o a uma funo constante c(x) = x0 . Seja Y = {x0 }, e seja j : Y X a aplicao ca ca incluso. Ento j c = c iX e c j = iY . a a () Suponhamos que X seja homotopicamente equivalente a Y = {y0 }. Sejam f C(X; Y ) e g C(Y ; X) tais que g f iX e f g iY . Como g f uma funo constante, vemos que X contrtil. e ca e a Na prxima seo precisaremos de uma variante da noo de homotopia, o ca ca conhecida como homotopia relativa. 29.10. Denio. (a) Diremos que (X, A) um par topolgico se X um ca e o e espao topolgico, e A X. c o 97
(b) Diremos que f : (X, A) (Y, B) uma funo cont e ca nua se f : X Y uma funo cont e ca nua tal que f (A) B. (c) Diremos que (X, A) e (Y, B) so homeomorfos se existem funes cont a co nuas f : (X, A) (Y, B) e g : (Y, B) (X, A) tais que g f = iX e f g = iY . Notemos que neste caso f : X Y um homeomorsmo e f (A) = B. e (d) Diremos que duas funes cont co nuas f, g : (X, A) (Y, B) so hoa motpicas se existir uma funo cont o ca nua H : X [0, 1] Y tal que H(x, 0) = f (x) H(x, 1) = g(x) H(x, t) = f (x) = g(x) (x X), (x X), (x A, 0 t 1).
Neste caso diremos que H uma homotopia entre f e g relativa a A, e escrevere emos H : f g[A]. (e) Diremos que (X, A) e (Y, B) so homotopicamente equivalentes se existem a funes cont co nuas f : (X, A) (Y, B) e g : (Y, B) (X, A) tais que g f iX [A] e f g iY [B]. Exerc cios 29.A. Prove que cada espao contrtil conexo por caminhos. c a e 29.B. Prove que a relao f ca g[A] uma relao de equivalencia no cone ca junto de todas as funes cont co nuas f : (X, A) (Y, B). 29.C. Prove que, se (X, A) e (Y, B) so homotopicamente equivalentes, ento a a X e Y so homotopicamente equivalentes. a 29.D. Prove que, se (X, A) e (Y, B) so homotopicamente equivalentes, ento a a A e B so homeomorfos. a 29.E. Seja X um espao topolgico, e sejam a, b, c X. Sejam f1 e g1 dois c o caminhos em X entre a e b, e sejam f2 e g2 dois caminhos em X entre b e c. Se f1 prove que f1 f2 g1 g2 [{0, 1}]. g1 [{0, 1}] e f2 g2 [{0, 1}],
98
30. O grupo fundamental 30.1. Denio. Seja X um espao topolgico, e seja x0 X. ca c o (a) Diremos que f : [0, 1] X um lao com base em x0 se f cont e c e nua e f (0) = f (1) = x0 . Denotaremos por (X, x0 ) o conjunto de todos os laos em c X com base em x0 . (b) Diremos que f, g (X, x0 ) so homotpicos se f a o g[{0, 1}]. Neste caso escreveremos f x0 g. Denotaremos por 1 (X, x0 ) o conjunto das classes de equivalncia em (X, x0 ) sob a relao x0 . e ca 30.2. Teorema. O conjunto 1 (X, x0 ), com a operao ca [f ] [g] = [f g], um grupo, chamado de grupo fundamental de X, com base em x0 . e Demonstrao. Se f1 ca
x0
f2 e g1
x0
x0
f2 g2 .
f (g h)
para todo f, g, h (X, x0 ). Pelo Exerc 28.G, por um lado temos que cio [(f g) h](s) = f (4s) [(f g) h](s) = g(4s 1) [(f g) h](s) = h(2s 1) E por outro lado [f (g h)](s) = f (2s) [f (g h)](s) = g(4s 2) [f (g h)](s) = h(4s 3) Denamos 4s ) 1+t H(s, t) = g(4s 1 t) H(s, t) = f ( (0 4s 2), (2 4s 3), (3 4s 4). (0 4s 1 + t), (1 + t 4s 2 + t), (0 4s 1), (1 4s 2), (2 4s 4).
4s 2 t H(s, t) = h( ) (2 + t 4s 4). 2t No dif vericar que H cont a e cil e nua e que H(s, 0) = [(f g) h](s) 99 (0 s 1),
H(s, 1) = [f (g h)](s) H(0, t) = [(f g) h](0) = [f (g h)](0) H(1, t) = [(f g) h](1) = [f (g h)](1) Isto prova (1).
Seja e(s) = x0 para todo s [0, 1]. Para provar que [e] o elemento e identidade de 1 (X, x0 ), basta provar que (2) e (3) ef
x0
f e
x0
para todo f (X, x0 ). Notemos que (f e)(s) = f (2s) (f e)(s) = x0 Denamos H(s, t) = f ( 2s ) 1+t (0 2s 1), (1 2s 2). (0 2s 1 + t), (1 + t 2s 2).
H(s, t) = x0
No dif vericar que H cont a e cil e nua e que H(s, 0) = (f e)(s) H(s, 1) = f (s) H(0, t) = (f e)(0) = f (0) H(1, t) = (f e)(1) = f (1) (0 s 1), (0 s 1), (0 t 1), (0 t 1).
Isto prova (2). A demonstrao de (3) anloga. ca e a Dado f (X, x0 ), seja f 1 (X, x0 ) denido por f 1 (s) = f (1 s) para todo s [0, 1]. Para provar que [f 1 ] o inverso de [f ] basta provar que e (4) e (5) Notemos que (f f 1 )(s) = f (2s) (f f 1 )(s) = f (2 2s) Denamos H(s, t) = f (t) 100 (0 2s 2t), (0 2s 1), (1 2s 2). f 1 f
x0
f f 1
x0
No dif vericar que H cont a e cil e nua e que H(s, 0) = (f f 1 )(s) H(s, 1) = e(s) H(0, t) = (f f
1
(0 s 1), (0 s 1),
)(0) = e(0)
(0 t 1), (0 t 1).
30.3. Proposio. Seja : [0, 1] X um caminho em X entre x0 e x1 . ca Ento a funo a ca : [f ] 1 (X, x0 ) [1 f ] 1 (X, x1 ) um isomorsmo de grupos. e Demonstrao. Usando o Exerc 29.E segue que, se f1 ca cio 1 f1
x0 x0
f2 , ento a
1 f2 .
a Isto prova que est bem denida. E fcil ver que um homomorsmo de a e grupos, e que (1 ) seu inverso. Deixamos a demonstrao detalhada como e ca exerc cio. 30.4. Corolrio. Se X conexo por caminhos, ento todos os grupos a e a 1 (X, x0 ), com x0 X, so isomorfos entre si. a 30.5. Denio. Um espao topolgico X dito simplesmente conexo se ca c o e X conexo por caminhos e o grupo 1 (X, x0 ) trivial para algum, e portanto, e e para todo x0 X. 30.6. Exemplo. Cada subconjunto convexo de Rn simplesmente conexo. e Com efeito basta provar que f H : [0, 1] [0, 1] X denida por g para todo f, g (X, x0 ). Seja
x0
H(s, t) = (1 t)f (s) + tg(s). Ento a H(s, 0) = f (s) H(s, 1) = g(s) H(0, t) = x0 H(1, t) = x0 101 (0 s 1), (0 s 1), (0 t 1), (0 t 1).
x0
g.
30.A. Sejam X e Y espaos topolgicos, e seja : (X, x0 ) (Y, y0 ) uma c o funo cont ca nua. Prove que a funo ca : [f ] 1 (X, x0 ) [ f ] 1 (Y, y0 ) um homomorsmo de grupos. e 30.B. Se a identidade em X, prove que a identidade em 1 (X, x0 ). e e 30.C. Sejam X, Y e Z espaos topolgicos, e sejam : (X, x0 ) (Y, y0 ) e c o : (Y, y0 ) (Z, z0 ) funes cont co nuas. Prove que ( ) = . 30.D. Se : (X, x0 ) (Y, y0 ) um homeomorsmo, prove que a funo e ca : 1 (X, x0 ) 1 (Y, y0 ) um isomorsmo de grupos. e 30.E. Sejam X e Y espaos topolgicos, e sejam , : (X, x0 ) (Y, y0 ) c o funes cont co nuas tais que [{x0 }]. Prove que f y0 f para todo f (X, x0 ), ou seja = . 30.F. Se (X, x0 ) e (Y, y0 ) so homotopicamente equivalentes, prove que os a grupos 1 (X, x0 ) e 1 (Y, y0 ) so isomorfos. a 30.G. Sejam X e Y espaos topolgicos, e sejam x0 X e y0 Y . Prove c o que o grupo 1 (X Y, (x0 , y0 )) isomorfo ao grupo (X, x0 ) (Y, y0 ). e
102
31. O grupo fundamental do c rculo unitrio a Consideremos o c rculo unitrio a S 1 = {(x, y) R2 : x2 + y 2 = 1} = {z C : |z| = 1}. Nesta seo provaremos o teorema seguinte. ca 31.1. Teorema. O grupo 1 (S 1 , 1) isomorfo a Z. e Para provar este teorema vamos precisar de dois lemas auxiliares. Antes de enunciar esses lemas, consideremos a funo ca p : t R e2ti S 1 . E claro que: (a) p sobrejetiva, cont e nua e aberta, com p(0) = 1. e (b) A restrio p|( 1 , 1 ) : ( 1 , 1 ) S 1 \ {1} um homeomorsmo, com ca 2 2 2 2 inversa q. (c) p(s + t) = p(s)p(t) para todo s, t R. (d) p(t) = 1 se e s se t Z. o E claro que R um grupo abeliano sob adio de nmeros reais, S 1 um e ca u e grupo abeliano sob multiplicao de nmeros complexos, e p : R S 1 um ca u e homomorsmo de grupos cujo ncleo Z. u e 31.2. Lema. Seja g um caminho em S 1 , com g(0) = 1. Ento existe um a unico caminho f em R tal que f (0) = 0 e p f = g. R f [0, 1] g p S1
Demonstrao. Como [0, 1] compacto, a funo g : [0, 1] S 1 ca e ca e uniformemente cont nua. Logo existe > 0 tal que se |s t| < , ento a |g(s) g(t)| < 2. Ento g(s)/g(t) = 1 e q(g(s)/g(t)) est bem denida. a a Seja n N tal que 1/n < , e seja f : [0, 1] R denida por
n
f (t) =
k=1
k g( n t)
g( k1 t) n
103
p f (t) =
k=1
k g( n t)
g( k1 t) n
= g(t),
provando existncia. Para provar unicidade, suponhamos que exista uma funo e ca cont nua f1 : [0, 1] R tal que f1 (0) = 0 e p f1 = g. Ento a p (f1 f )(t) = 1 e portanto (f1 f )(t) Z Como [0, 1] conexo, segue que e (f1 f )(t) = 0 (0 t 1). (0 t 1). (0 t 1),
31.3. Lema. Sejam g1 e g2 caminhos em S 1 tais que g1 (0) = g2 (0) = 1, e sejam f1 e f2 os unicos caminhos em R tais que f1 (0) = f2 (0) = 0, p f1 = g1 e p f2 = g2 . (a) Dada uma funo cont ca nua G : [0, 1] [0, 1] S 1 tal que G(0) = 1, existe uma unica funo cont ca nua F : [0, 1] [0, 1] R tal que F (0) = 0 e p F = G. (b) Se G : g1 g2 [{0, 1}], ento F : f1 f2 [{0, 1}]. a R F [0, 1] [0, 1] G p S1
Demonstrao. (a) A demonstrao de (a) similar ` demonstrao do ca ca e a ca lema anterior. Como G uniformemente cont e nua, existe > 0 tal que se |z w| < , ento |G(z) G(w)| < 2, e portanto q(G(z)/G(w)) est bem a a denida. Seja n N tal que 1/n < , e seja F : [0, 1] [0, 1] R denida por
n
F (z) =
k=1
k G( n z)
G( k1 z) n
Ento F cont a e nua, F (0) = 0 e p F = G. Se existir uma funo cont ca nua F1 : [0, 1] [0, 1] R tal que F1 (0) = 0 e p F1 = G, ento podemos provar a como antes que F1 = F .
104
p F (s, 0) = G(s, 0) = g1 (s) = p f1 (s) Pela unicidade no lema anterior, segue que F (s, 0) = f1 (s) De maneira anloga podemos provar que a F (s, 1) = f2 (s) Por outro lado temos que (0 s 1). (0 s 1).
p F (0, t) = G(0, t) = g1 (0) = g2 (0) = p f1 (0) = p f2 (0) Pela unicidade do lema anterior segue que F (0, t) = f1 (0) = f2 (0) De maneira anloga podemos provar que a F (1, t) = f1 (1) = f2 (1) Logo F : f1 f2 [{0, 1}]. (0 t 1). (0 t 1).
(0 t 1).
Demonstrao do Teorema 31.1. Se g (S 1 , 1), ento segue do Lema ca a 31.2 que existe um unico caminho f : [0, 1] R tal que f (0) = 0 e p f (1) = g(1) = 1. Ento f (1) Z. Denamos a : [g] 1 (S 1 , 1) f (1) Z. Dados g1 , g2 (S 1 , 1), sejam f1 e f2 os unicos caminhos em R tais que f1 (0) = f2 (0) = 0, p f1 = g1 e p f2 = g2 . Se G : g1 g2 [{0, 1}], ento segue do Lema a 31.3 que F : f1 f2 [{0, 1}]. Em particular F (1, t) = f1 (1) = f2 (1). Isto prova que a funo est bem denida. ca a Para provar que um homomorsmo de grupos, sejam g1 , g2 (S 1 , 1), e e sejam f1 e f2 os unicos caminhos em R tais que f1 (0) = f2 (0) = 0, p f1 = g1 e p f2 = g2 . Sejam n1 = f1 (1), n2 = f2 (1). Seja f : [0, 1] R denido por f (s) = n1 + f2 (s) Ento a f (0) = n1 + f2 (0) = n1 = f1 (1), f (1) = n1 + f2 (1) = n1 + n2 , (0 s 1). (0 s 1).
Assim f1 f o unico caminho em R tal que (f1 f )(0) = 0 e (f1 f ) = g1 g2 . e Segue que ([g1 ] [g2 ]) = ([g1 g2 ]) = (f1 f )(1) = n1 + n2 = f1 (1) + f2 (1) = ([g1 ]) + ([g2 ]). Isto prova que um homomorsmo de grupos. e Para provar que sobrejetiva, seja n Z, e sejam f : [0, 1] R e e g : [0, 1] S 1 denidos por f (s) = ns (0 s 1), g = p f.
Ento f (0) = 0 e g(0) = g(1) = 1, e dai segue que a ([g]) = f (1) = n. Para provar que injetiva, seja g (S 1 , 1) tal que ([g]) = 0. Seja f o e unico caminho em R tal que f (0) = 0 e f = g. Ento f (1) = ([g]) = 0, a e portanto f (R, 0). Como R simplesmente conexo, temos que f 0 0, e e dai segue que g = p f 1 p(0) = 1. Isto completa a demonstrao. ca Exerc cios 31.A. Usando o Exerc cio 30.G prove que o grupo 1 (S 1 S 1 , (1, 1)) e isomorfo a Z Z. 31.B. Seja B 2 = {(x, y) R2 : x2 + y 2 1}, e seja j : S 1 B 2 a incluso. Usando o Exerc 30.C prove que no existe a cio a uma aplicao cont ca nua r : B 2 S 1 tal que r j seja a identidade. 31.C. Seja f : B 2 B 2 uma funo cont ca nua. Usando o exerc anterior cio prove que existe x B 2 tal que f (x) = x. Sugesto: Se f (x) = x para cada x B 2 , seja r(x) o ponto onde a reta de a f (x) a x intercepta S 1 . 31.D. Prove que o homomorsmo de grupos p : R S 1 induz um isomorsmo de grupos p : R/Z S 1 que tambm um homeomorsmo. e e 31.E. Seja G um grupo topolgico, ou seja G um grupo, G tambm um o e e e espao topolgico, e a aplicao (x, y) G G xy 1 G cont c o ca e nua. 106
(a) Prove que a aplicao (x, y) G G xy G cont ca e nua. (b) Prove que a aplicao x G x1 G um homeomorsmo. ca e (c) Prove que a aplicao y G xy G um homeomorsmo para cada ca e x G. (d) Prove que U uma vizinhana aberta de 1 em G se e s se xU uma e c o e vizinhana aberta de x em G. c 31.F. Seja G um grupo topolgico abeliano, e seja H um subgrupo de G. o Prove que a aplicao quociente : G G/H aberta. ca e 31.G. Seja G um grupo topolgico abeliano, e seja H um subgrupo discreto o de G. Seja : G G/H a aplicao quociente, e seja g : [0, 1] G/H um ca caminho com g(0) = 1. (a) Prove que existe uma vizinhana aberta U de 1 em G tal que (U ) c e uma vizinhana aberta de 1 em G/H e a restrio |U : U (U ) um c ca e homeomorsmo. (b) Adaptando a demonstrao do Lema 31.2 prove que existe um unico ca caminho f : [0, 1] G tal que f (0) = 1 e f = g. De maneira anloga podemos adaptar as demonstraes do Lema 31.3 e do a co Teorema 31.1 para provar o teorema seguinte: Teorema. Seja G um grupo topolgico abeliano simplesmente conexo, e seja o H um subgrupo discreto de G. Ento o grupo 1 (G/H, 1) isomorfo a H. a e 31.H. Sejam E e X espaos topolgicos, e seja p : E X uma funo c o ca cont nua. Diremos que p : E X um espao de recobrimento se cada x X e c admite uma vizinhana aberta V tal que p1 (V ) e uma unio disjunta de abertos c a Ui tais que a restrio p|Ui : Ui V um homeomorsmo para cada i. ca e Se p(t) = e2ti para cada t R, prove que p : R S 1 um espao de e c recobrimento. 31.I. Seja p : E X um espao de recobrimento. Seja G o conjunto de c todos os homeomorsmos : E E tais que p = p. (a) Prove que p sobrejetiva e aberta, em particular p uma aplicao e e ca quociente. (b) Prove que p1 (x) um subconjunto discreto de E para cada x X. e (c) Prove que G um grupo sob composio, que chamaremos de grupo de e ca transformaes do recobrimento. co 31.J. Prove que o grupo de transformaes do recobrimento p : R S 1 co e isomorfo a Z. Adaptando as demonstraes dos Lemas 31.2 e 31.3 e do Teorema 31.1, co podemos provar o teorema seguinte: Teorema. Seja p : E X um espao de recobrimento, e seja G o grupo c de transformaes do recobrimento. Se E simplesmente conexo e localmente co e conexo por caminhos, ento o grupo 1 (X, x0 ) isomorfo a G para cada x0 X. a e
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Bibliograa
[1] J. Dugundji, Topology, Allyn and Bacon, Boston, 1966. [2] M. Greenberg, Lectures on Algebraic Topology, Benjamin, New York, 1967. [3] J. Kelley, General Topology, Van Nostrand, New York, 1955. Traduo ca ao espanhol: Topolog General, Editorial Universitaria de Buenos Aires, a 1962. [4] S. Willard, General Topology, Addison-Wesley, Reading, Massachusetts, 1970. Reimpresso por Dover, Mineola, New York, 2004.
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