Turbo-Expansão - Almir Cândido
Turbo-Expansão - Almir Cândido
Turbo-Expansão - Almir Cândido
PROCESSO TURBO-EXPANSO
Processo Turbo-expanso
Trabalho desenvolvido durante a disciplina de processamento do gs natural, como parte da primeira avaliao da segunda unidade. Professor (a): Vimaria da Cruz Victor
Mossor/2010
Introduo O seguinte trabalho tem por objetivo mostrar a importncia e eficincia do processo de turbo-expanso utilizado nas unidades de processamento de gs natural. Demonstrando a fundamentao termodinmica, s principais caractersticas do processo, assim como a descrio bsica do procedimento, cada uma de suas etapas e os principais problemas operacionais que podem acarretar falhas durante o processo.
Processo Turbo-Expanso
O processo turbo-expanso o mais eficiente processo termodinmico atualmente utilizado em unidades de processamento de gs natural. Possui excelente rendimento na recuperao do propano, sendo capaz de praticamente zerar o teor desse componente no gs processado. Tambm o nico processo capaz de separar etano petroqumico, tendo um alto rendimento na recuperao desse componente, de forma que o gs processado gerado constitudo basicamente por metano. Possui alto custo, necessitando, dessa forma, de uma vazo elevada que garanta o retorno do investimento. Esse tipo de unidade necessita ter capacidade nominal igual ou acima de 2.500,000 m/d para que se tenha retorno adequado. Fundamento Termodinmico A liquefao dos componentes mais pesados do gs natural neste processo garantida pela expanso do gs natural em uma turbina, a qual libera energia que utilizada para acionar um compressor auxiliar (booster) do sistema principal de compresso de gs processado ou gs carga da unidade. Um conjunto turbo-expansor responsvel por essa etapa de expanso isentrpica (expanso mantendo entropia constante, com gerao de trabalho). Devido reduo de temperatura proporcionada pela expanso isentrpica com a realizao de trabalho, o processo consegue atingir temperaturas abaixo de -95c. No caso de processamento de gs com alto teor de pesados, a unidade recebe um ciclo de refrigerao a propano para propiciar a liquefao das fraes mais pesadas, sem comprometer o desempenho da etapa de expanso do gs natural no turbo-expansor. Principais Caractersticas Expanso isentrpica (s = 0), com realizao de trabalho; Proporciona a temperatura mais baixa de todos os processos; Maior eficincia (riqueza residual do gs processado tende a zero); nico com possibilidade de gerar etano para petroqumica; Total recuperao de propano; Alta recuperao de etano; Necessita de alto investimento. Descrio bsica do processo O gs natural previamente separado da fase liquida (condensado de gs natural) e da gua livre presente na corrente de hidrocarbonetos comprimido para fazer a carga da unidade. Essa compresso inicial assegura a presso necessria para a etapa de expanso posterior. Aps a compresso, o gs tratado para retirada de compostos sulfurados, normalmente em reatores com leitos de compostos base de xidos de ferro
ou zinco. O isento de componentes que geram corroso passa, ento, para a etapa de desidratao, por meio da utilizao de um sistema de peneiras moleculares. O gs desidratado refrigerado, primeiro pelas correntes de sada e, depois, pelo sistema de refrigerao a propano, quando ocorre a condensao das fraes mais pesadas do gs. Aps essa etapa de refrigerao, o gs sofre expanso isentrpica, com gerao de trabalho, por meio de uma turbina de expanso, quando, ento, a temperatura abaixa o suficiente para que ocorra a liquefao de todos os mais pesados que o componente metano, gerando uma corrente bifsica. Aps a etapa de expanso, a mistura bifsica entra na torre desmetanizadora, que d o corte final entre o gs processado (basicamente metano puro que sai pelo topo da torre pronto para venda aps troca trmica) e o produto de fundo, composto pela frao C2++, que segue para fracionamento. O produto de fundo da torre desmetanizadora, basicamente LGN etanizado de alta presso de vapor, ento, fracionado nos produtos de interesse nas torres fracionadas subseqentes. Os produtos gerados a partir do LGN etanizado dependem sobretudo da demanda dos consumidores locais, sendo, inclusive, possvel a gerao de uma corrente de etano pura, se houver demanda comercial para esse produto. O trabalho gerado durante a etapa de expanso do gs utilizado, normalmente, por um compressor conjugado ao turbo-expansor, o qual tem a funo de aumentar a presso do gs processado antes da compresso final para transporte, aproveitando a energia gerada pela expanso do gs que est sendo resfriado. Essa energia tambm pode ser aproveitada em um compressor booster do sistema de compresso do gs carga da unidade, de acordo com a experincia do projetista. As etapas do processo podem sofrer alguma alterao, em funo de especialidades de cada projeto, porm, de uma forma geral, atendem as seguintes premissas: Compresso inicial aumento do nvel de presso para processamento; Dessulfurizao remoo de compostos de enxofre do gs natural; Desidratao remoo de umidade do gs natural; Regenerao remoo de umidade das peneiras moleculares; Pr-resfriamento recuperao de energia por troca trmica em permutadores; Ciclo de refrigerao a propano utilizado para resfriamento do gs natural; Expanso do gs natural liquefao das fraes pesadas do gs natural; Desmetanizao separao das fases liquida e gasosa, com liberao do metano; Compresso do gs residual aumento do nvel de presso para escoamento; Fracionamento do LGN separao do liquido de gs natural em correntes puras de produtos especificados.
Existem vrias configuraes que podem ser utilizadas em um projeto de processamento de gs por turbo-expanso. As etapas do processamento que mais apresentam possibilidades de configuraes diversas so a desmetanizao e o prresfriamento da carga de gs natural. Existem vrios projetos operando com configuraes diferentes de troca trmica entre as correntes de carga da torre desmetanizadora com o gs frio j processado. Cada qual procura ser o mais eficiente possvel, otimizando ao mximo o aproveitamento energtico do processo. A criatividade e experincia da equipe de projeto permitem a criao de vrias solues para esses sistemas. Esquema do processo turbo-expanso Apresentamos esquematicamente uma possvel soluo para um projeto turboexpanso que visa a produo de etano petroqumico. Mesmo nesse projeto, vrias pequenas alteraes podem ser desenvolvidas para atender melhor um ou outro propsito especfico de um empreendimento para aproveitamento de gs natural de uma ou outra rea produtora. Para melhor entendimento sero apresentadas apenas as principais correntes do processo.
Etapa de compresso inicial Para garantir a presso mnima de operao da unidade, pode ser necessria a compresso inicial do gs natural, que a carga da unidade. O valor mnimo da presso de projeto deve ser atendido para que a expanso do gs no turbo-expansor consiga
gerar as temperaturas baixas previstas no projeto e, com isso, seja garantida a gerao dos produtos na quantidade e qualidade esperadas. Principal malha de controle Devido necessidade de garantia de presso mnima, esta a varivel mais importante dessa etapa. O controle de presso ocorre pela atuao na descarga do compressor, permitindo uma estabilizao do fluxo de carga e garantindo o grau de expanso adequado para o processo. As outras malhas dessa etapa so as referentes ao controle operacional do compressor de carga, visto que os valores das variveis dependem das presses existentes e do grau de expanso necessrio para a garantia da qualidade dos produtos gerados. Os valores usuais de presso de descarga do gs natural proveniente da estao de compresso so da ordem de 6,9 MPa a 7,9 MPa (70,0 kgf/cm2 a 80,0 kgf/cm2). Etapa de dessulfurizao O gs natural com alta presso e saturado em gua alimenta os vasos de remoo de H2S, constitudos por um leito fixo de xidos sintticos metlicos (ferro ou zinco). O teor de H2S na sada desse processo de, no mximo, 0,10cm/m. Essa etapa necessria devido ocorrncia de concentrao de H2S na corrente liquida formada pela frao C2+ produzida pela unidade. De outra forma, a movimentao dessa corrente com altos teores de H2S poderia gerar graves problemas. O gs necessariamente deve estar saturado em gua, para que as reaes de neutralizao ocorram com a eficincia desejada. Principais malhas de controle As principais malhas de controle operacional do sistema de dessulfurizao e os valores usualmente praticados em sua operao so os seguintes: Vazo de alimentao de cada vaso de sulfatreat esta varivel no controlada diretamente por ao de vlvulas de controle; Presso diferencial dos leitos sulfatreat monitora a perda de carga em cada leito da unidade; Nvel de fundo do vaso separador de lquido controla o nvel do vaso responsvel por drenar o excesso de gua (gua livre) injetado no gs para a garantia da saturao em gua; Teor de H2S no gs de entrada na unidade de tratamento monitora o teor de H2S no gs que ser tratado; Teor de H2S no gs tratado monitora o teor de H2S no gs tratado.
Etapa de desidratao O gs proveniente da unidade de tratamento de gs natural chega ao vaso separador de lquido para separao de condensado e gua livre arrastada. O gs livre de lquido enviado para os vasos secadores de gs natural. Cada secador contm um leito fixo de peneira molecular para adsoro do vapor dgua em equilbrio com o gs natural (umidade do gs natural). A altura do leito calculada para conferir a autonomia de, no mnimo 15 horas de operao. Aps um ciclo de operao de aproximadamente 15 horas, o leito da peneira fica saturado em gua, sendo necessrio, ento iniciar a etapa de regenerao da peneira, a qual dura aproximadamente 6 horas.
Aps a regenerao, ainda necessria a de resfriamento do leito, antes que este entre em operao normal. O resfriamento se completa em quatro horas, no mximo, podendo ser concludo assim que a temperatura do gs atingir 50c. Enquanto um leito esta sendo regenerado, outro est em operao normal, desidratando o gs natural carga da unidade (pode tambm ser utilizado para controle do tempo de regenerao, um limite de tempo para que o decrscimo de temperatura do leito seja inferior a 1c). As peneiras moleculares constituem-se de um complexo de compostos, formados por alumnio, silcio, oxignio e sdio. Esses componentes so combinados a fim de formar uma mistura de cermica estvel. Durante o processo de fabricao so formadas cavidades rgidas na estrutura, em que a molcula de gua fica armazenada aps o processo de adsoro que ocorre durante a passagem do gs mido pelo leito da peneira. As molculas de uma peneira molecular se unem naturalmente, formando uma estrutura semelhante a um cristal, o qual contm uma rede de cavidades formadas pelas paredes das molculas da peneira. Podem ser fabricados vrios tipos de cristais diferentes, com grande variao de tamanho e configurao dos poros (cavidades), conforme for o objetivo do processo (qual o tipo de molcula dever ser retida pela peneira). Os cristais das peneiras utilizados nos sistemas de desidratao de gs natural so normalmente ligados com um tipo de argila, para formar pequenas esferas de tamanho controlado (pellets ou pelotas). O processo de fabricao da peneira a tecnologia que o fabricante guarda com cuidado, pois est a o valor agregado do processo. Exemplo de maquete do leito fixo das peneiras moleculares: --->
Caractersticas principais da peneira molecular Dimetro da partcula 3,2mm; Massa especfica 640 kg/m a 700 kg/m; Capacidade de reteno de gua 22,5 kg/100 kg; Suporte esfera cermica inerte; Grades de reteno do leito metlicas; Mecanismo adsoro de gua; Material das partculas zelitos sintticos; Alumino silicatos metlicos.
Principais malhas de controle Teor de gua do gs desidratado valor normal: ponto de orvalho do gs abaixo de -100c; Controle de nvel do vaso separador de lquido separar lquidos eventualmente arrastados da etapa de dessulfurizao; Controle de presso do vaso separador de lquido mantm sob controle a presso dos vasos das peneiras; Presso diferencial dos filtros das peneiras garante a integridade dos elementos filtrantes (cartuchos) da peneira. Regenerao das peneiras moleculares A regenerao feita por uma corrente de gs seco a cerca de 250c, que injetada no leito saturado da peneira. A alta temperatura do gs vaporiza e retira a gua do leito da peneira. utilizado um forno para aquecimento do gs utilizado na regenerao. Os equipamentos auxiliares filtro de poeira, compressor de gs regenerado, resfriador de gs de regenerao e vaso separador completam o sistema de regenerao das peneiras. O gs utilizado na regenerao, aps o tratamento nesses equipamentos auxiliares, retorna corrente principal de carga da unidade. Principais malhas de controle Controle de temperatura do gs de regenerao Controla a eficincia da etapa de regenerao e a concluso dessa etapa; Controle de nvel do vaso decantador de gua controla o descarte da gua separada do gs natural nas peneiras; Controle de presso do retorno de gs usado na regenerao esta varivel controla a presso de descarga do compressor que permite o retorno da corrente de gs utilizada na regenerao corrente principal; Vazo de gs para o forno controla a vazo do gs utilizado na regenerao.
Etapa de pr-resfriamento Esta etapa permite economia do projeto, traduzida em menores equipamentos de refrigerao e menor custo com eletricidade. As fraes frias trocam calor com a carga de gs natural mais quente em permutadores de alumnio tipo trocadores de placas (ou originalmente chamados plate fin heat exchanger). Antes de sair da unidade para destinao final.
Os permutadores tipo plate fin heat exchanger so constitudos por placas de alumnio fundido, formadas por blocos de camadas alternadas entre passagens estreitas e alertas corrugadas. As camadas so separadas umas das outras por chapas seladas ao longo das extremidades por meio de barras laterais. Esse tipo de permutador possui uma grande rea de transferncia trmica por volume, devido s placas ser dispostas muito prximas entre si e o alumnio permitir uma alta taxa de transferncia de calor entre as correntes. O gs natural seco submetido a cinco estgios de pr-resfriamento, por meio do aproveitamento da corrente fria de gs residual proveniente da torre desmetanizadora e de um ciclo de refrigerao a propano. A seqncia de passagem pelos permutadores a seguinte: Primeiro permutador gs-gs, primeiro resfriador de gs a propano, segundo permutador gs-gs. Nota-se que os permutadores de aproveitamento de energia esto misturados com os permutadores a propano, de forma a aperfeioar o resfriamento do gs natural, com o menor gasto de energia. Principal malha de controle Para monitorao do estado dos filtros na entrada dos permutadores, so instalados medidores de presso diferencial a montante e a jusante do filtro. Etapa de refrigerao a propano As unidades de turbo-expanso podem utilizar resfriamento apenas a partir da expanso do gs turbo-expansor ou ainda utilizar uma etapa de resfriamento da carga, por meio de um ciclo de refrigerao a propano em regime fechado. O calor latente da vaporizao do propano a fonte de refrigerao do gs natural.
Dentro dos resfriadores ocorre a etapa de vaporizao do ciclo. O vapor de propano oriundo do resfriador de gs natural do segundo estgio encaminhado para o vaso economizador de propano e da para a suco do segundo estgio do compressor. O vapor oriundo do resfriador do primeiro estgio encaminhado para o vaso separador de gs do turbo-expansor (vaso de topo de torre desmetanizadora). Principais malhas de controle Controle de nvel do vaso do segundo estgio do compressor; Controle de nvel do resfriador a propano do primeiro estgio esta varivel controla a taxa de condensao de pesados do gs. Quanto mais alto for o nvel de propano, mais fraes pesadas so condensadas; Controle de nvel do resfriador a propano do segundo estgio esta varivel tambm controla a taxa de condensao de pesados do gs. A contrapartida o que o nvel alto do resfriador tende a aumentar a presso da descarga do compressor de propano; Controle de presso do primeiro estgio do compressor esta varivel controla a temperatura do primeiro estgio do compressor; Controle de presso do vaso do primeiro estgio do compressor esta varivel controla a presso de suco do compressor; Controle de presso do vaso do segundo estgio do compressor est varivel controla a presso interestgio do compressor; Controle de presso do vaso acumulador esta varivel controla a presso de descarga do compressor. Etapa de expanso isentrpica o sistema mais importante e mais complexo da unidade, sendo responsvel pelas baixas temperaturas necessrias liquefao da frao C2+ do gs natural. A correta operao do turbo-expansor, principal equipamento da unidade, define, em ultima instncia, se a unidade obter os produtos desejados, na quantidade e qualidade esperadas.
A partir do vaso de suco do turbo-expansor, o gs natural dividido em duas correntes, a primeira enviada para resfriamento no condensador de topo da torre
desmetanizadora, transformando-se no refluxo desta a partir da injeo na bandeja mais alta da torre. A outra corrente enviada para o turbo-expansor, no qual ocorre um forte resfriamento do gs, com condensao das fraes mais pesadas do que o metano. A expanso do gs natural alm de gerar o efeito do resfriamento, fornece energia para a compresso do gs seco no compressor auxiliar (booster) do sistema de compresso de gs residual. O lquido contido no fundo do vaso de suco do turbo-expansor direcionado para a torre desmetanizadora, aps resfriamento no permutador lquidolquido que utiliza a corrente fria desta. Principais malhas de controle Controle de rotao do turbo-expansor esta varivel controlada pela vazo de alimentao de gs do expansor; Controle de presso da suco do expansor esta varivel controlada indiretamente pelo controle de presso do vaso de entrada do turbo-expansor. Etapa de desmetanizao do LGN A torre desmetanizadora um dos principais equipamentos da unidade, constituda por seo de topo e de fundo. Na seo de topo ocorre a formao do gs seco basicamente composto de metano, e na seo de fundo verifica-se a formao lquida de gs natural (LGN), constitudo por componentes mais pesados do que o metano, os quais so condensados durante o resfriamento do gs natural. A etapa de fracionamento do LGN, com gerao dos produtos finais lquidos da unidade (GLP, etano petroqumico, C5+), pode ser realizada no mesmo local da etapa de recuperao de lquido ou em local distinto, como o caso do projeto Cabinas no estado do Rio de Janeiro, e do projeto MEGA na Argentina. Nesses dois exemplos a unidade de recuperao de lquidos interligada por um duto transportador de LGN a unidade de fracionamento de lquido. A torre desmetanizadora tambm pode ser utilizada para operar como uma desetanizadora rejeitando etano para o gs disponibilizado para venda. Com essa finalidade, as principais variveis de controle de processo precisam ter seus valores alterados. Condies de operao da torre desmetanizadora Primeira alternativa operao com produo de etano petroqumico A corrente de gs de sada do vaso de alimentao do turbo-expansor dividida em duas correntes. A primeira segue para o condensador, onde resfriada e parcialmente condensada para entrar na torre como o refluxo interno desta. A outra corrente de gs vai para o turbo-expansor, onde o gs expandido, resfriado e parcialmente condensado, entrando na torre algumas bandejas abaixo da primeira corrente.
Principais malhas de controle para produo de etano Controle de nvel do vaso de topo; Controle de presso da torre desmetanizadora; Controle de vazo de refluxo da torre; Controle de temperatura do fundo da torre; Controle de vazo do refervedor da torre; Controle da razo entre as vazes de alimentao intermedirias da torre.
Segunda alternativa operao com rejeio de etano para o gs Nesta alternativa, a corrente de gs de sada do vaso de alimentao do turboexpansor dividida em trs correntes: a primeira segue para o condensador, onde resfriada e parcialmente condensada para entrar na torre como refluxo interno desta, nesse caso, opera como uma desetanizadora. A terceira corrente vai para o turboexpansor, onde o gs expandido, resfriado e parcialmente condensado na torre, compondo o refluxo interno desta. Principais malhas de controle para rejeio de etano Controle de temperatura do topo da torre (para rejeio de etano); Controle de temperatura do fundo da torre (para rejeio de etano); Controle de presso para torre desmetanizadora. Etapa de compresso de gs seco O gs de sada da torre desmetanizadora troca calor nos permutadores plate fin da unidade e flui para o vaso separador de gs seco, no qual ocorre a remoo eventual de lquido. O gs seco segue para o compressor auxiliar (compressor acoplado ao turboexpansor) e, ento, para o compressor principal de gs residual, sendo resfriado no permutador de gs seco antes de ser, finalmente, encaminhado para o gasoduto de transferncia.
Principais malhas de controle Controle de presso de descarga do compressor esta varivel controla a presso de entrada do gs na malha de transporte para entrega ao consumidor final;
Controle anti-surge do compressor feito por uma vlvula de controle de fluxo, o controle garante a vazo mnima necessria que impede a ocorrncia do fenmeno chamado surge no compressor. Etapa de fracionamento do LGN O LGN etanizado segue para a rea de fracionamento para ser separado nas fraes de hidrocarbonetos de interesse comercial, por meio da passagem do LGN por uma seqncia em srie de torres destiladores. A seqncia de fracionamento de fracionamento do LGN : Torre desetanizadora separa a corrente de etano do LGN; Torre despropanizadora separa a corrente de propano do LGN; Torre desbutanizadora separa a corrente de butano do LGN; Torre deisopentanizadora separa a corrente de isopentano pelo topo e a corrente C5+ pelo fundo.
Existe apenas uma bomba, chamada bomba de carga da rea de fracionamento, que alimenta a primeira torre da srie, a desetanizadora. Para a alimentao das demais torres da seqncia, as presses de operao so definidas de forma a permitir o escoamento seqencial do LGN apenas por diferena de presso, sem necessidade de bombas intermedirias. Principais malhas de controle Controle de presso das torres; Controle de temperatura de topo das torres; Controle de temperatura de fundo das torres; Controle de nvel dos vasos de topo; Vazo de refluxo.
Processo turbo-expanso para produo de etano Exemplos de aplicao Projeto Cabinas Os objetivos principais do projeto Cabinas so ampliar a capacidade de transporte de gs natural produzido na Bacia de Campos e garantir o fornecimento de insumos ao plo Gs-Qumico do Rio de Janeiro. O aumento da produo de gs natural da Bacia de Campos exigiu um proporcional aumento da capacidade de escoamento deste para possibilitar o seu aproveitamento nos grandes centros consumidores. O projeto Cabinas, por meio de um complexo industrial de processamento de gs natural, veio proporcionar as condies tcnicas ideais para a movimentao de gs a partir dos campos produtores at a entrega de produtos acabados aos consumidores finais de gs e ao plo Gs Qumico. Concepo bsica do projeto
O projeto constitudo por um gasoduto que interliga barra do furado a Cabinas, para escoamento do gs produzido pelas plataformas da bacia de campos (Gascab II); um sistema de compresso de gs natural, localizado em Cabinas; dois mdulos da unidade de recuperao de lquido (URL), tambm localizados em Cabinas; um duto de transferncia de lquido de gs natural (Osduc II), interligando Cabinas Reduc; e uma unidade de fracionamento de lquido (UFL), localizada na Reduc, Rio de Janeiro. Principais problemas operacionais do processo turbo-expanso Falha do sistema supervisrio de controle Devido ao alto nvel de complexidade, a unidade possui um sistema de controle bastante automatizado. Dessa forma, opera com baixo nvel de interveno manual, o que facilita o controle, reduz a rotina operacional e minimiza riscos e erros, porm, torna o sistema mais sensvel, em caso de falha do sistema supervisrio. Normalmente, falhas na rede dos controladores lgicos programveis (CLPs) ou na rede dos computadores de controle significam parada total da unidade pelo tempo necessrio correo do problema. Formao de hidrato Para uma unidade que chega a atingir -96c, a formao de hidratos um problema bastante crtico, obrigando a parada geral dos sistemas a frio da unidade por vrias horas para desfazer o hidrato formado. A melhor e a nica soluo eficaz a preveno, e esta tem como princpio bsico a medio continua da unidade residual do gs processado, por meio de medidores em linha para propiciar as correes necessrias a tempo de evitar o processo de formao de hidrato. Os principais fatores que podem ocasionar formao de hidrato nesse tipo de unidade so os seguintes: Leito da peneira saturado (tempo de campanha esgotado); Falha do compressor de gs quente; Aumento do teor de gua no gs natural; Regenerao deficiente (temperatura baixa por falha do forno, baixa vazo de gs quente ou falha no controlador da programao da regenerao).
Parada do turbo-expansor Como principal equipamento da unidade, a falha do turbo-expansor causa perda de eficincia na obteno de baixas temperaturas, porm a unidade permanece operando por meio da vlvula de desvio do turbo-expansor, obtendo-se a expanso isentlpica por efeito Joule-Thomson, o qual menos eficiente do que a expanso isentrpica promovida pelo turbo-expansor.
Parada dos compressores de propano A parada do compressor de propano normalmente est relacionada qualidade do propano do ciclo. Altos teores de etano presentes no propano refrigerante acarretam presses altas na descarga da mquina, o que pode determinar a queda do compressor. Falha do forno da desmetanizadora Os principais problemas envolvendo a rea quente dessa unidade esto relacionados de alguma forma falha do forno, sendo a mais comum causada por falha da instrumentao de controle e segurana do equipamento. Problemas, como m qualidade do combustvel, queda de refratrio, furo da serpentina e travamento do abafador, tambm podem gerar paradas do equipamento. Isolamento trmico frio danificado Quando ocorre algum fato que impacta o nvel de isolamento trmico dos sistemas a frio da unidade, a perda de eficincia imediata, implicando, muitas vezes, a necessidade de paradas no programadas para recuperao do isolamento.
Concluso Concluiu-se que o processo de turbo-expanso de grande importncia e apresenta-se bastante eficiente no procedimento de tratamento do gs natural utilizado nos dia atuais pelas unidades de tratamento do gs. Para o bom desempenho deste procedimento necessrio ainda que a equipe possua o bom entendimento do processo termodinmico apresentado durante a operao, e que conhea bem a cada uma das etapas que envolvem o procedimento.
Referncia VAZ, Clio Eduardo Martins. Tecnologia da industria do gs natural / Clio Eduardo Martins Vaz, Joo Luiz Ponce Maia, Walmir Gomes dos Santos. 1 ed. So Paulo: Blucher, 2008.