Museu Romântico Da Quinta Da Macieirinha

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Museu Romntico da Quinta da Macieirinha

Tambm designado por Quinta do Sacramento ou Quinta das Macieirinhas. Nesta casa de campo que pertenceu a Antnio Ferreira Pinto Basto, onde se plantavam flores raras e se cuidavam os jardins com grande gosto e sabedoria, viveu durante dois meses o Rei Carlos Alberto do Pie monte. Figura romntica, que a cidade do Porto recebeu com o corao, veio a morrer, triste, olhando as nvoas da barra e lendo sem descanso, doente e exilado de uma Ptria em lutas que no conseguiu vencer.

Qual a sua especialidade? O Museu da vida romntica, criado neste espao escondido e quase intacto. Como comeou? Adquirida pela Cmara Municipal do Porto, marcou profundamente uma gerao portuense. Nele se recriam ambientes de pocas, salas, saletas, e aposentos do Rei. um discurso no lgico de casa vivida, mas em cada aposento vive por si, falando da sua histria, do seu uso, independentemente da vida que decorre ao mesmo tempo em todos eles. Inaugurado em 1972.

A Casa
A Quinta do Sacramento ou da Macieirinha, antiga casa de campo de Antnio Ferreira Pinto Basto ficou por sua morte para o seu filho Eugnio Ferreira Pinto Basto. A casa dos finais do sc. XVIII, um edifcio simples, de trs pisos, pousada sobre dois socalcos, com uma vista ampla sobre o rio, cercado de pequenos bosques, atravessados por caminhos estreitos, e semeados de tanques de gua corrente. um edifcio de propores equilibradas, sem luxo, que desenvolve, a sua zona de habitao, num piso trreo e andar nobre, com sete janelas na frontaria. O braso dos Pinto Basto aparece colocado sobre a porta de entrada, o que no lhe confere a categoria de casa solarenga, mas sim uma casa de campo, com uma pequena quinta, com fcil acesso para o Porto, destinado ao repouso familiar. Aquela que seria uma zona de lojas e cavalarias, num piso inferior, est hoje ocupado pelo Solar de Vinho do Porto.

O Lugar
Massarelos, na margem direita do rio Douro, pouco antes da foz, foi uma zona procurada sobretudo por famlias estrangeiras, para a se instalarem em pequenas quintas de recreio. Em 1871, Arnaud descrevia assim os Jardins da Quinta do Sacramento: O lugar da casa spero e acidentado. Socalcos divididos em canteiros com limoeiros, laranjeiras, cedros, loureiros, flores e arbustos. Magnlias, carvalhos, sobreiros e camlias luxuriantes.

O primeiro raio de sol que desaponta vem logo bater na janela do edifcio, que d para nascente e donde se v grande parte da cidade e os montes longnquos.

Museu, s. M. (gr. Mouseion-templo das musas) Museu o lugar onde se guardam objectos, que assim transpostos se constituem em base de memria colectiva e de interpretao do sentido da humanidade. () Os museus classificam-se de acordo com as obras que abrigam.() () Os fins dos museus so: reunir, guardar, conservar, beneficiar e essencialmente expor objectos relativos histria da humanidade. So mltiplas as funes que desenhadas pelos museus na sociedade contempornea. ()
Vocabulrio tcnico e critico de arquitectura M. Joo Madeira Rodrigues, Pedro Fialho de Sousa, Horcio Manuel Pereira Bonifcio Pag. 188 Quimera

Museu significa diferentes coisas para diferentes pessoas. Muitas pessoas vo ao museu simplesmente para ver volta para ver novamente, para ter uma hora simptica escolheu para descobrir alguma coisa nova. Museu uma porta que leva ao passado, ou uma janela, onde est o mundo.

Os Ambientes Em 1972 inaugurado este Museu de ambientes e de recordaes do sculo XIX, ligado ao romantismo e cidade do Porto. Os ambientes a recriar tinham de estar de acordo com a simplicidade da casa. Ao percorrer os seus interiores, percebemos que no comportariam grandes mveis. Os compartimentos so pequenos, e toda a configurao interior da casa no de aparato.

Temos no rs-do-cho a Entrada, em pedra, sbria, despojada de mobilirio. De um lado uma sala onde est um meio de transporte uma cadeirinha, e uma pintura a leo sobre tela, que representa o Porto em 1881, de Charles Napier Hemy.

Do outro lado a Sala de Visitas cuja ornamentao consiste quase s em grandes telas que forram as paredes, representando cenas da vida campestre. O mobilirio desta sala do 2 metade do sculo XIX., Estilo Imprio. Sobre o fogo, um relgio e dois vasos, do mesmo estilo, em metal e bronze dourado. Sala de Bilhar decorada com quatro grandes painis pintados sobre estuque, representando vrios portos martimos com os quais havia intercmbios comerciais.

Passa-se Sala de Jantar, que no sculo XIX, era um local de reunio familiar, aqui sobressai, uma mesa, posta para oito pessoas, com um servio de porcelana ingls, e est mobilado, com armrios de dois corpos, e um aparador. O tapete aubussom, datado da mesma poca tem decorao floral e vegetal, em tons vermelho verdes e beijes.

Segue-se a Sala Romntica, com mobilirio tipicamente romntico, ao centro da sala, a conversadeira de trs lugares, tambm denominada indiscreta. Um piano, uma gaiola com um autmato. Entrando depois no Gabinete do Coleccionador, aposentos de caractersticas masculinas, o espao do dono da casa que se interessa por coleccionar, pela cincia, pele descoberta de mundos exticos, revelando o esprito curioso de uma poca de grandes mudanas.

Escada Sobe-se a escadaria onde est o grande retrato do Rei Carlos Alberto, pintado em 1852 por Capisani, oferecido Cidade do Porto pela Cmara de Turim, em agradecimento pela forma como o Rei aqui foi recebido.

Patamar do 1 Andar Um par de consolas em madeira entalhada, encimada por leos sobre tela, floreiras. Um guarda-costas armoriado, em baeta de l, com o braso dos Brito e Cunha

Aposento do Rei

Caminhando sobre a direita entramos nos Aposentos do Rei: A Capela, o Quarto de Vestir, o Quarto de Dormir, a Capela e o Quarto do Rei foram reconstitudos segundo aguarelas e litografias de Enrico Gonin que esteve no Porto em 1849.

No tecto da Capela representam-se os smbolos da Paixo, moldados em estuque. Esta Capela uma reconstituio da que existiu no tempo em que a casa foi ocupada pelo Rei Carlos Alberto, de acordo com uma gravura de Gonin, que vemos na parede junto porta. No Quarto de Vestir salienta-se um, armrio roupeiro, e no centro uma mesa, sobre a mesa est um estojo de viajem de homem em couro.

Quarto de Dormir do Rei o mobilirio do Quarto de Dormir uma rplica do autntico, que est em Turim, e nos foi oferecido por um Trine to do Rei, altura ele prprio residente em Portugal Humberto de Sabia.

Sala do Rei, ter sido destinada a receber, pela sua dimenso, o maior aposento da casa, poca. O carcter mais aparatoso -lhe dado pelo par de altos trems dourados, colocados ao fundo, com pinturas a leo na parte inferior. Conjunto de canaps e cadeiras, em madeira envernizada. Numa das paredes um espelho dourado, e na parede da frente, um trabalho conventual realizado com conchas, penas e tecido, ao centro duas bandeiras com armas das casas de Bragana e de Sabia, tendo a data de 1865.

O percurso do Rei termina na Sala das Batalhas, que evoca a vida militar do Rei Carlos Alberto, atravs das gravuras.

Salo de Baile

O Salo de Baile voltado sobre o terreiro, ensombrado de Pltanos, resulta de uma demolio de trs quartos e embora constitua, um espao de grande simbolismo nesta poca, uma casa destas passaria sem ele, at porque as reunies ntimas de parentes ou sesses musicais, poderiam ter lugar na outra sala da casa. Dois pianos, um de cada parede do salo, aos quais se sobrepem os espelhos, moveis vitrinas com objectos de adorno e coleco, cadeiras e canaps ao longo das paredes, ao centro um borne. Os Dois Quartos Do Hall para onde se sai deste salo, entra-se num corredor estreito, que d acesso a outros dois aposentos; um Quarto Romntico, claramente feminino. Alcatifa vermelha com desenhos de folha de louro formando crculos, uma cama pesada de um imprio tardio e modesto. Em frente, foi montado um Quarto de Crianas, no de dormir, mas antes o stio onde as crianas esto durante o dia com as criadas. Entre o quarto de brincar, de dormir a sesta de comer, um pouco de tudo ali se passa.

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