Resenha Do Livro O Que É Sociologia
Resenha Do Livro O Que É Sociologia
Resenha Do Livro O Que É Sociologia
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A presente obra visa fazer uma reflexo sobre o que seria a sociologia debatendo duas caractersticas comuns nessa cincia que contraditria que manter a ordem social e modificar a ordem estabelecida, e debate sobre essa relao na dimenso poltica dessa cincia. E esse escrito se desdobra em trs captulos: Na Introduo (p. 07 a 09) vai apresentando o que seria a sociologia, e interpreta como um projeto intelectual cheio de lutas e contraditrias, pois ora esta servindo aos interesses das grandes elites, como tambm pode ajudar na revoluo dos grupos mais oprimidos chegarem ao poder. E diz que essa cincia surgiu como uma resposta a questes que a histria ignorou e situa essa cincia como um conjunto de conceitos e mtodos de investigao para poder explicar a vida social. E conclui essa primeira parte dizendo que a sociologia uma tentativa de compreenso das situaes sociais existente tanto no meio urbano e rural que teve como motor do seu surgimento a revoluo industrial e explica como alguns tericos dessa cincia produziram teorias que contribuem para manter ou alterar as relaes de poder existente na sociedade. O primeiro captulo, O Surgimento (p.10-33), diz que o embrio da sociologia iniciou nas manifestaes do pensamento moderno que era uma crtica ao pensamento feudal, e essa estava entrado em decadncia, e isso mostrava uma profunda mudana da mentalidade europia. Essas revolues mexeram profundamente no imaginrio do povo europeu do sculo XVIII e reforo a crise com o surgimento da revoluo industrial. Em que a mquina ia substituindo pouco a pouco o labor humano, e as conseqncia era um monte de homens e mulheres que ficavam sem poder produzir nada, pois seu trabalho no podia concorrer com a mquina, pois est produzia em larga escala, enquanto o arteso precisa de mais tempo para poder produzir, e assim passando necessidade, pois no podia concorrer com a mquina. Na Inglaterra ocorre a transformao da atividade artesanal para manufaturada, e em seguida para fabril desencadeou um grande xodo dos camponeses para as grandes cidades urbanas que foram engajadas no somente pelos homens, mas as mulheres e crianas e estes se submetiam a ganhar um salrio inferior aos dos homens. Essas cidades tiveram um grande crescimento demogrfico que suas estruturas de moradia e sade no tiveram como acolher esses migrantes que vinham do meio rural. Com isso houve o aumento da prostituio, do alcoolismo, infanticdio, da criminalidade, da violncia. Por causa da falta de saneamento houve a proliferao dos surtos de epidemia de tifo e clera. No esquecendo que com a revoluo industrial surge o capitalista como uma nova classe que emergia. Com essas transformaes surgidas na sociedade abre uma possibilidade de analise, ou seja, surgimento de um objeto a ser investigado. A sociologia constitui em certa medida de uma resposta intelectual diante das novas situaes colocada pela revoluo industrial. Graas s discusses metodolgicas e filosficas sobre a poltica com os iluministas abriu possibilidade para que o "homem comum" da sociedade europia no visse mais as instituies sociais com fenmenos sagrados e imutveis, mas algo que criao humana passvel de transformaes. Na concepo dos seus fundadores de um modo especial Comte que chama de fsica social deveria ser aquela cincia que estuda as leis imutveis, ou seja, seu pensamento fazer a sociologia uma cincia aos moldes das cincias fsico-naturais. E com a inspirao positivista a sociologia procurou construir uma cincia no somente separado da filosofia, como tambm da economia e da poltica como base do conhecimento da realidade social. Com esse debate inicia o desejo de modificar o rumo da civilizao para poder alterar o funcionamento da sociedade. O segundo captulo, A formao (p.10-33), apesar de muitas crticas feitas sociologia, no se pode negar que houve um avano nos resultados alcanados por essa cincia, mas os socilogos no entraram em consenso sobre o que seria a sociologia, pois isso reflexo da formao da sociedade em vrios grupos sociais. O carter antagnico da sociedade capitalista impede que se tenha um entendimento em comum da parte dos socilogos em torno do mtodo e da investigao criou margem para o surgimento de diferentes tradies sociolgicas ou diversas vises de sociolgicas. Uma dessas vises que influenciou a teoria sociolgica foi o pensamento conservador, que queria manter a sua estabilidade social e acentuar sua hierarquia, a reflexo dos conservadores iniciou com o impacto da Revoluo Francesa, que esses viam como um castigo de Deus para com a humanidade, e no cansavam de criticar os iluministas por serem responsvel em desencadear a Revoluo Francesa em 1789. As idias conservadores se tornaram uma referncia para os primeiros socilogos que estavam interessados em preservar uma nova ordem poltica, econmica e social na sociedade europia do final do sculo XIX. Essa idia influenciou trs tericos da sociologia como Saint-Simon, Auguste Comte e mile Durkheim. Saint-Simon acreditava que o progresso econmico acabaria com os conflitos sociais
por isso era a favor no desenvolvimento da indstria e da produo. Para Comte as idias iluministas na revoluo industrial iriam levar os homens desunio, no entanto para que isso no ocorra necessrio restabelecer a ordem tanto da idias como no conhecimento e dessa maneira criando uma crena comum entre os homens. Nesse sentido a filosofia positiva era uma reao clara em oposio filosofia iluminista, pois o esprito positivista estava preocupado em reorganizar a realidade. A maneira de chegar a esse objetivo fazer uma reconciliao da ordem com o progresso. Pois a sociologia positivista considerava que a ordem o ponto de partida para a construo de uma nova sociedade. J Durkheim tambm estava preocupado com a ordem social, e discordava das teorias socialistas que explicavam a realidade social somente pelo vis econmico, pois para ele precisava encontra novas idias morais para guiar as condutas dos indivduos. Durkheim possua uma viso positiva da sociedade industrial. Pois a diviso social do trabalho iria provocar uma relao de cooperao de solidariedade entre os homens. Acreditava que todas as aes que um individuo tm no era criado por ele, mas criada por um grupo social que era transmitido de gerao em gerao, por meio da educao. J o pensamento socialista, diferente do positivista, no acreditava na bondade da sociedade industrial, e criticava essa sociedade colocando em evidncia o antagonismo de classe. A sociologia marxista surge socialismo utpico, a principal critica feita aos socialistas utpicos que esses apesar de criticar a burguesia no criaram um meio capaz de promover aes radicais para uma mudana profunda na sociedade, segundo a avaliao de Marx e Engels. Pois par Marx a filosofia no sculo XIX tinha em Hegel como o principal representante e a dialtica como o mtodo usado para interpretar a realidade. Marx e Hegel vendo que a sociedade estava passando por profundas transformaes graas revoluo industrial, e consideravam esse fenmeno como motor da histria dos conflitos sociais. E reinterpretando o mtodo hegeliano aplicaram a dialtica como materialismo histrico dialtico. Segundo esses tericos a burguesia tem em suas posses os meios de produo e compram a fora de trabalho dos trabalhadores para ganharem mais-valia (lucro) sobre esse trabalho. A sociologia com essa teoria encontrou mais uma vertente de pensamento que se tornara militante e crtico, e dessa maneira desmitificando o pensamento burgus. E outro terico que contribuiu para a sociologia a ter uma reputao mais cientifica foi o socilogo alemo Max Weber que fez uma distino clara entre o conhecimento cientifico e o julgamento da realidade. Pois a busca de uma neutralidade cientifica levou a Weber estabelecer uma rigorosa fronteira entre o cientista e o poltico. O primeiro um homem de saber que sistematiza o conhecimento, j o segundo um homem de ao. A sociologia desenvolvida por Weber considerava o individuo e a sua ao como ponto chave da investigao, por isso que ele colocou o nome de sociologia da compreenso. a compreenso da ao dos indivduos, pois no concordava com o pensamento dos conservadores em estuda a sociedade a partir das instituies, mas compreendia que havia necessidade de compreender as intenes e as motivaes que os indivduos tm para viverem as situaes sociais. No entanto sua viso sociolgica dos tempos modernos desemboca numa apreciao melanclica e pessimista da realidade social. Dessa maneira os clssicos da sociologia independente de suas tendncias ideolgicas procuram explicar s grandes transformaes em que passava a sociedade europia, principalmente as causas provocadas pelo desenvolvimento do capitalismo. O terceiro captulo, O desenvolvimento (p.72-98), o desenvolvimento da sociologia teve como pano de fundo a existncia da burguesia que apossava dessa nova cincia com o interesse de utilizar os seus aparatos repressivos e ideolgicos com o intuito de assegurar sua dominao. A pesquisa dos socilogos foi incorporada cultura e a prtica das grandes empresas do Estado e dos partidos polticos. Nesse sentido o socilogo moderno foi absorvido como um novo burocrata do Estado que ajuda na manuteno da ordem. Apesar da burocratizao do trabalho intelectual do socilogo no era essa realidade que prendia a imaginao dos socilogos. A escola francesa os discpulos de Durkheim buscavam pesquisar sobre as chamadas sociedades primitivas a troca de produtos com um significado diferente de uma simples transao comercial que tinha relao com a moral e o religioso. J escola alem ligada a Weber trabalhava na investigao sobre as origens e a natureza do capitalismo moderno. Durante esse perodo vrios socilogos tentaram identificar diferentes tipos de relaes sociais que se manifestavam na sociedade de acordo com tempo e lugar. Na dcada de 30 surge uma nova escola sociolgica nos EUA na Universidade de Chicago. Esses socilogos estudavam o estilo de vida do meio urbano dessa poca, pois o grande crescimento populacional estava surgindo novos problemas sociais que ainda no eram visto nos EUA. Outra escola que ajudo na analise crtica da sociedade capitalista foi a escola de Frankfurt, apoiada em uma vertente marxista analisavam a indstria cultural. E o autor conclui dizendo que o socilogo deve se libertar das amarras do poder burgus e trabalhar para ser um instrumento de transformao social. A leitura da obra um subsidio importante para todos os professores de sociologia que ministram aula no ensino mdio e graduandos (as) do curso de Cincias. No plano estrutural do texto o autor utiliza o mtodo histrico dialtico para descrever o surgimento da sociologia pegando dados histricos e teorias sociolgicas para defender a idia que a sociologia uma cincia com diversas possibilidades dependendo da viso ideolgica do pesquisador das cincias sociais. E o autor defende a idia marxista de como os socilogos devem interpretar a realidade. A linguagem do autor simples e acessvel para qualquer estudante que pretende pesquisa sobre o conceito de sociologia. Assim, a obra uma leitura importante para todos os estudantes de Cincias Sociais como todos os socilogos como tambm os estudantes do ensino mdio que tem a disciplina sociologia na grade curricular. Tem uma viso marxista do que deveria ser o socilogo que tenta fugir das estruturas, e que abre possibilidade para a construo de uma nova sociedade, no entanto a nica limitao do livro que o autor v o surgimento da sociologia segundo o vis marxista e limita um pouco a apresentao dos contedos defendidos pelas outras vertentes da sociologia. Tirando essa limitao o livro de uma grande valia para o estudo sobre o estudo da sociologia.