Feira Literária- O Cortiço

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Feira Literária:

"O Cortiço" de Aluísio de Azevedo aborda de forma detalhada a


degradação urbanística e social da cidade do Rio de Janeiro no final do
século XIX, focando principalmente na vida dos moradores de um
cortiço chamado "Casa do Botas."O livro descreve vividamente o
cenário de um cortiço superlotado, insalubre e precário, onde as
condições de moradia são extremamente degradantes. Também
abordando sobre a estratificação social, mostrando como diferentes
classes sociais se amontoam no cortiço, criando um ambiente de
conflito e desigualdade.
O romance é fortemente influenciado pelo movimento naturalista, que
acreditava que o ambiente e a hereditariedade determinavam o destino
humano. Isso é evidente na forma como os personagens são moldados
pelo ambiente do cortiço, reforçando a visão naturalista do
determinismo.

“Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os


olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.
Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete
horas de chumbo. Como que se sentiam ainda na indolência de neblina
as derradeiras notas da última guitarra da noite antecedente,
dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora, que nem um suspiro de
saudade perdido em terra alheia.

"Rita Baiana, as suas noitadas acabavam sempre em pagode de dança


e cantarola, mas tudo de portas adentro, que ali já se não adimitiam
sambas e chinfrinadas ao relento."

O que é um cortiço?

Eram grandes casarões no centro comercial da cidade do Rio, que


pertenciam a membros da elite.Com a forte migração da população
pobre para a cidade e a procura de habitação,os cômodos dos casarões
foram transformados em pequenos quartos para alugar. Essas moradias
eram insalubres e os alugueis eram abusivos.
Outras habitações do século XIX

Sobrados

Nas primeiras décadas do século XIX, parte das construções do Rio de


Janeiro correspondia a sobrados feitos de granito ou tijolo, com paredes
revestidas de cal de marisco. No interior desses sobrados tinham
varanda, alcovas e cozinha . Após a chegada da Corte, o sobrado
passou a apresentar detalhes neoclássicos e sua paisagem se
transformou em edifícios públicos, escolas, bancos , e teatros .

Chácaras e Solares

As pessoas que habitavam esses lugares eram os portugueses e


brasileiros ricos e por outras pessoas com riquezas, como latifundiários,
donos de fazenda e etc.

Com o crescimento urbano, esse tipo de habitação passou a ser a


preferida, deixando o sobrado um pouco "de lado", por causa das
condições de vida ou pelas áreas ao seu redor (áreas ajardinadas,
melhor iluminação e ventilação nos cômodos internos).

A Reurbanização do Rio de Janeiro

No inicio do século XX, houve um plano de reforma na cidade que


envolvia a modernização do porto, a reforma urbana e o saneamento
básico. A cidade sofria de doenças e epidemias, como surtos de febre
amarela, peste bubônica, malária e varíola, devido a má qualidade
sanitária.

A reforma “Bota Abaixo” realizada pelo prefeito Pereira Passos demoliu


os cortiços e abriu largas avenidas.Ela desalojou do centro da cidade os
antigos moradores dos cortiços, as demolições dos casarões foram
realizadas sem o consentimento dos habitantes e sem o pagamento de
indenizações, obrigando os moradores a encontrarem novos locais para
a construção de suas habitações, que migraram em duas direções: para
a periferia e para os morros,dando origem às favelas cariocas
A modernização da cidade, como construção da Avenida Central, dos
grandes boulevares, do Teatro Municipal, entre outros, no lugar dos
antigos cortiços visavam atender aos interesses da acumulação
capitalista e da especulação imobiliária quanto à valorização do espaço
urbano – e o consequente aumento dos aluguéis –, e modernizar a
cidade seguindo o modelo dos países europeus ocidentais. Nesse
processo, as grandes indústrias tem sua chegada no Brasil, em
meados da década de 1930, tendo sua concentração principalmente na
Região Sudeste.

A industrialização acelerou a migração campo-cidade, conhecida como


êxodo rural, em que as pessoas partiam das áreas rurais em busca de
empregos e possíveis melhorias de vida.

Essa migração acelerada, entretanto, não acompanhou a geração de


empregos, o que trouxe grande competitividade em várias áreas:
moradia, trabalho, alimentação, lazer e, principalmente, o uso dos
espaços públicos. Com isso, a mobilidade urbana, ao longo dos anos,
ganhou evidência, gerando graves problemas urbanos.

Favelização

A favelização é derivada desses graves problemas urbanos.Sem o


devido planejamento e com infraestrutura inadequada para atender a
todos os novos moradores, as pessoas se viram obrigadas a ir para as
regiões periféricas e mais afastadas do centro. A população carente,
que não possui condições para comprar ou alugar terrenos e casas em
áreas centrais, passou a se instalar e construir as suas moradias em
encostas de morros e outros terrenos de risco, muitos deles irregulares,
onde a infraestrutura básica é precária ou inexistente. O adensamento
de moradias nessas regiões deu origem, portanto, às favelas.

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