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impedir que estas hormonas atuem sobre as células

Química Clínica II – T6 neoplásicas.

Marcadores Tumorais • Antigénios Oncofetais (AFP, CEA…)


Os marcadores tumorais são macromoléculas
São antígenos de diferenciação presentes durante o
produzidas pelo tumor ou pelo organismo em resposta
desenvolvimento fetal, mas que normalmente não são
ao tumor. Eles estão presentes no sangue ou noutros
expressos na vida adulta, mas são expressos por
líquidos biológicos, cujo aparecimento e/ou alterações
células tumorais.
das suas concentrações estão relacionados com o
aparecimento de células neoplásicas. • Glicoproteínas (Mucinas)

Classificação de Marcadores Tumorais Determinados antígenos presentes na superfície da


célula neoplásica, tais como CA 125, CA 15.3 e CA
Podem ser:
19.9, podem ser utilizados como marcadores tumorais
• Proteínas e Enzimas/Isoenzimas (β2- e, em geral, apresentam melhor sensibilidade e
microglobulina, HER-2/neu, Peptido C, PSA, especificidade do que os antígenos oncofetais. O
Fosfatase Ácida…) aumento na produção destas mucinas ocorre em

As enzimas e isoenzimas produzidas pelo tumor estão muitos adenocarcinomas, incluindo os cancros do

em maior quantidade no interior da célula e dentro de pâncreas, pulmão, mama, Classificação de Marcadores

organelos, no qual quando ocorre necrose tumoral ou Tumorais muitos adenocarcinomas, incluindo os

alteração da permeabilidade celular eles são libertados cancros do pâncreas, pulmão, mama, ovário, cólon e

na Classificação de Marcadores Tumorais tumoral ou outros tecidos.

alteração da permeabilidade celular eles são libertados • Genes:


na corrente sanguínea. o Oncogenes (RAS, HER2, c-myc,

• Hormonas (β-HCG, Calcitonina, ACTH, BCL2)

Gastrina, HC…) o Genes Supressores Tumorais (BRCA1


e 2 , p21, Rb)
O envolvimento das hormonas como marcadores
tumorais pode ocorrer de duas maneiras distintas: por Estes genes por norma estão relacionados com a

produção aumentada pelo próprio tecido endócrino ou proliferação, regulação, diferenciação e mortalidade

pela produção ectópica, ou seja, por tecido celular, onde mutações adquiridas ou herdadas levam:

normalmente não produtor de hormonas. • Aumento das taxas de proliferação e

A ACTH é produzida tanto no de tumor da hipófise diferenciação celular desregulada

quanto no tumor de células pequenas do pulmão. (Oncogenes)


• Inativação dos processos da reparação do
• Recetores (Estrogénio e Progesterona - ER e
DNA ou de quando as células devem morrer
PR, Fator de Crescimento Epitelial - EGFR)
(Genes supressores tumorais)

Conhecer quais os recetores hormonais do tumor é


importante para definir o tipo de tratamento. Um bom
exemplo disso é no cancro da mama, onde se o tumor
tiver um ou mais recetores hormonais positivos, a
medicação Classificação de Marcadores Tumorais se o
tumor tiver um ou mais recetores hormonais positivos,
a medicação hormonal é direcionada para diminuir os
níveis de Estrogénio e Progesterona ou então pode
Marcador Tumoral Ideal Exemplos: Em indivíduos com elevado risco de cirrose
a medição da AFP em conjunto com exames de
O marcador ideal reúne as seguintes características:
imagem (TC, ultrassonografia ou RM) são os
• Diagnóstico precoce instrumentos usados para o diagnóstico do Carcinoma
• Determina a origem Hepatocelular.
• Avalia a extensão extensão da doença
• Monitoriza a terapêutica
• Deteta precocemente as recidivas
• Específico de um único órgão/neoplasia
• Tempo de semi-vida curto

Exemplo: outra combinação usada é a medição do


CA125 juntamente com a Ultrassonografia (para
suspeita em estádios iniciais) ou TC/RM (para
suspeita em estádios mais avançados) na deteção de
Cancro do Ovário.

Exemplo: a medição do PSA no rastreio de homens


com idade entre os 50-75 anos em conjunto com
exame físico/biopsia para deteção do cancro da
próstata.

A maioria peca pela falta de especificidade e


• Prognóstico
sensibilidade.
No doente oncológico, o prognóstico baseia-se na
Utilidade Clínica
determinação do grau de agressividade do tumor que,

• Diagnóstico e Rastreio por sua vez, determina o tratamento que o doente


deve receber (cirurgia, quimioterapia, radioterapia…)
Portanto para fazer o diagnóstico não se deve usar
apenas os marcadores tumorais. No momento do diagnóstico, os níveis plasmáticos
dos marcadores tumorais são particularmente
Porque grande parte deles:
importantes pois parecem refletir o grau de
Não são específicos de um determinado tipo agressividade do tumor → ↑↑↑ Marcadores Tumorais
de cancro ou órgão Utilidade Clínica são indicativos de tumor num estadio
Encontram-se elevados em diferentes tipos de avançado/metastático e estão associados a pior
cancro e doenças não-malignas prognóstico

Para aumentar a sensibilidade e especificidade: Apresenta uma correlação positiva com o volume e
extensão do tumor.
Combinar múltiplos marcadores
Combinar marcadores tumorais com Outros • Monitorização/Avaliação em resposta ao
Procedimentos (ex: Biópsias; Exames físicos; tratamento
Exames de imagem – Ecografias,
Marcadores tumorais normalmente aumentam com
Ultrassonografia, TC, RM…)
progressão da doença, diminuem em caso de
remissão e não se alteram significativamente em caso • Monitorização da eficiência terapêutica
de doença estável → Pode atingir valores máximos • Deteção precoce da recorrência/recidivas
quando atinge um estadio metastático • Prognóstico clínico
• Determinação de Risco de desenvolvimento
A utilização clínica mais comum de marcadores
de neoplasias
tumorais

Fatores que influenciam a concentração dos


Após tratamento (cirurgia, quimio/radioterapia):
Marcadores Tumorais
Os marcadores tumorais são determinados por rotina
Falsos positivos podem ocorrer:
ao longo do acompanhamento do doente.

Medições seriadas são realizadas para monitorizar a • Condições Inflamatórias

resposta ao tratamento e recorrência → É • Condições Benignas/Condições fisiológicas

recomendada a utilização de um marcador tumoral • Doenças Hepáticas (podem causar distúrbios

extremamente sensível para deteção de no metabolismo e excreção de alguns

recorrência/recidivas tão cedo quanto possível → marcadores tumorais)

Elevação dos marcadores tumorais permitem deteção • Distúrbios na função renal (acabam por afetar
da recidiva antes que evidência clínica ou imagiológica os níveis dos marcadores tumorais –

seja aparente depuração)


• Consequências do diagnostico e/ou
De uma forma geral, o intervalo de tempo entre
terapêutica (exame retal, mamografias,
medições deve ser de 3 meses → Porque o
cirurgia, quimio/radioterapia) → Medição dos
aparecimento da maioria dos marcadores tumorais em
marcadores tumorais após cirurgia e
circulação tem lugar entre os 3-6 meses antes do
quimio/radioterapia nunca deve ser inferior a
tumor atingir um estadio em que é passível de ser
5-6 tempos de semi-vida, de forma a permitir
estudado por outras metodologias
que os níveis possam regressar a valores
Desta forma é possível solicitar uma nova medição normais
dentro de 2-4 semanas no caso de haver resultados • Insuficiente expressão do marcador ou
anormais produção de marcadores somente em
algumas células neoplásicas
• Determinação do Risco
• Insuficiente circulação sanguínea no tumor
Marcadores tumorais como os oncogenes e/ou genes • Produção de autoanticorpos contra o
supressores tumorais conseguem avaliar marcador tumoral
anormalidades genéticas ou mutações que indicam • Rápida degradação e/ou depuração do
um maior o risco para o desenvolvimento neoplásico. marcador tumoral

Exemplos: Portadores do Cromossoma Philadelphia é


indicativo de leucemia mielóide crónica. Portadores
dos genes BRCA 1 e 2 conferem um maior risco de
contrair cancro da Mama e do Ovário.

Resumindo a utilidade clínica:

• Auxilio no Diagnóstico e Rastreio


• Progressão da doença e estadiamento clínico
• Monitorização da eficiência terapêutica
Resumindo Utilidade Clínica
Validação de um Marcador Tumoral

No caso de evidência preliminar de que o marcador


tem potencial clínico, existem seis requisitos para
validação antes da sua introdução no laboratório
clínico:

1) Protocolos para recolha e processamento de


amostras
4) Demonstração da utilidade clínica
Disponibilidade de amostras biológicas (soro, plasma,
tecidos) que tenham sido recolhidas, processadas e A existência de forte evidência de que o teste
armazenadas segundo procedimentos padronizados e beneficiará o paciente (p.e., aumento da sobrevida,
validados diminuição de procedimentos invasivos ou visitas
hospitalares) é obrigatória para introdução de novos
2) Validação analítica/técnica
testes na maioria dos sistemas de saúde.
Deve obedecer a requisitos específicos aplicados a
5) Aprovação regulamentar
qualquer metodologia analítica. E pode incluir a
avaliação do efeito da variação biológica. Requisitos variam em diferentes países (Infarmed em
Portugal, EMA na UE, FDA nos EUA).
3) Validação clínica
6) Monitorização pós-comercialização
Quando um novo exame de diagnóstico é
desenvolvido é necessário estabelecer um ponto de Desempenho analítico do teste na rotina clínico-
corte (cut-off), a partir do qual se define se o resultado laboratorial deve estar sujeito a avaliação contínua
será positivo ou negativo. Aqui entram a sensibilidade (p.e., implementação de rigorosos padrões de controlo
e a especificidade, duas variáveis importantes para de qualidade interno, auditorias)
mensurar e identificar a precisão diagnóstica de um
teste.

Sensibilidade → corresponde ao percentual de


doentes com resultados positivos de uma determinada
doença ou condição clínica.

Especificidade → é a capacidade do mesmo teste ser


negativo nos indivíduos que não apresentam a doença
ou condição clínica.

As curvas ROC são uma forma de representar a


relação entre a sensibilidade e a especificidade de um
teste de diagnóstico quantitativo ao longo de um
contínuo de valores de cut-off.

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