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RESUMO

Este trabalho tem como objetivo realizar uma reflexão sobre a importância do ensino
de Arte no currículo do ensino formal, em especial a educação Infantil. Tal pesquisa
revela uma tentativa de compreender como a arte contribui para o desenvolvimento
integral da criança, estimulando de forma lúdica a criatividade, a imaginação,
construção de conhecimento e como a arte permite que a criança explore seus
sentimentos e identidade de maneira única, abordando também as formas de
intervenção que envolvem essa disciplina. Adotou-se como metodologia de pesquisa
o modelo de revisão bibliográfica examinando diversas fontes acadêmicas, artigos e
estudos que discutem sobre o tema aqui proposto. A revisão demonstra que o
ensino da arte na educação infantil, vai muito além de pintar e desenhar, revelando-
se como uma poderosa ferramenta para estimular o desenvolvimento cognitivo das
crianças oferecendo um ambiente rico e estimulante para a aprendizagem,
contribuindo para a formação de indivíduos mais autônomos e capazes de enfrentar
os desafios do mundo contemporâneo. Os resultados demonstram que apesar das
dificuldades a implementação desta disciplina, este trabalho ainda tem muito há
avançar, e que o papel do professor é de fundamental importância para o bom
desempenho para o ensino desta disciplina.

Palavras chave: Ensino de Arte. Educação Infantil. Desenvolvimento cognitivo.


Criatividade. Resolução de problemas. Pensamento crítico.

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INTRODUÇÃO

Nos primeiros anos de vida, as crianças são especialmente receptivas a


novas experiências e aprendizados, tornando essa fase essencial para o
desenvolvimento de habilidades cognitivas, sociais e emocionais. Nesse cenário, a
arte assume um papel crescente e valioso. Através de atividades artísticas, as
crianças têm a oportunidade de explorar sua criatividade, expressar suas emoções
e desenvolver uma percepção mais sensível do mundo ao seu redor. A valorização
da arte na educação infantil não apenas enriquece o aprendizado, mas também
promove habilidades fundamentais, como a resolução de problemas e o
pensamento crítico, contribuindo para a formação de indivíduos mais completos e
preparados para os desafios futuros.

Este trabalho procura refletir sobre a importância do ensino de Artes na


Educação Infantil, bem como, demonstrar sua contribuição no desenvolvimento
cognitivo da criança. Neste sentindo as discussões aqui propostas buscam a
valorização da disciplina de Artes na educação formal, além de destacar sua
relevância, não apenas como área de conhecimento, mas como uma importante
ferramenta para a formação integral da criança, fornecendo os requisitos
necessários para suas vidas acadêmicas e pessoais, desmistificando a ideia de
que o ensino de artes na escola é apenas um “passatempo” ou somente um
momento de descanso para as crianças.

[...] ainda é comum as aulas de arte serem confundidas com lazer, terapia,
descanso das aulas “sérias”, o momento para fazer a decoração da escola,
as festas, comemorar determinada data cívica, preencher desenhos
mimeografados, fazer o presente do Dia dos Pais, pintar o coelho da
Páscoa e a árvore de Natal. (MARTINS 1998, p.12)

Este estudo foi desenvolvido com base em uma metodologia de revisão


bibliográfica, utilizando autores que discutem a respeito do tema aqui proposto.
Tem como objetivo realizar uma reflexão sobre a importância do ensino de Arte no
currículo do ensino formal, em especial a Educação Infantil, na tentativa de
compreender como o ensino da Artes contribui para o desenvolvimento da criança
como um todo, permitindo que este indivíduo explore seus sentimentos e
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identidade de maneira única, abordando também as formas de intervenção que
envolvem essa disciplina.

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1. REVISÃO DA LITERATURA

1.1. Conceito de Educação Infantil


O psicólogo suíço Piaget (1973), propôs uma teoria do desenvolvimento
cognitivo que descreve como as crianças constroem seu entendimento do mundo
em quatro fases principais. A primeira fase, chamada de sensório-motora (do
nascimento até os 2 anos), é caracterizada pela exploração do ambiente através
dos sentidos e das ações motoras. A segunda fase, pré-operatória (dos 2 aos 7
anos), é marcada pelo desenvolvimento da linguagem e da imaginação, mas ainda
carece de lógica e raciocínio abstrato. A terceira fase, operatória concreta (dos 7
aos 11 anos), envolve o início do pensamento lógico, onde as crianças começam a
entender conceitos de conservação e classificação, mas ainda dependem de
situações concretas para resolver problemas. Por fim, a fase operatória formal (a
partir dos 12 anos), permite o desenvolvimento do raciocínio abstrato e a
capacidade de formular hipóteses e pensar de maneira crítica. Essas fases
destacam a importância da interação entre a criança e seu ambiente, evidenciando
que o aprendizado ocorre através de experiências ativas e de um processo
contínuo de construção do conhecimento.

Para este estudo daremos ênfase na segunda fase, pré-operatória (dos 2


aos 7 anos), marcada por um desenvolvimento significativo nas habilidades de
linguagem e pensamento simbólico. Durante essa fase, as crianças começam a
usar palavras e imagens para representar objetos e experiências, o que é um
avanço crucial na sua capacidade de comunicação e expressão.

Esta fase também se insere de maneira significativa no contexto da


educação Infantil a qual abrange o atendimento de crianças de 0 (zero) a 5 (cinco)
anos, e é reconhecida como a primeira etapa da educação básica, conforme
definido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e pela Base
Nacional Comum Curricular (BNCC). Essa etapa é fundamental para o
desenvolvimento integral da criança, englobando aspectos físicos, emocionais,
sociais e cognitivos.

O conceito de Educação Infantil vai além da simples preparação para o


ensino fundamental; trata-se de um espaço de aprendizagem que valoriza a
8
ludicidade e a exploração do ambiente. Nesse contexto, as crianças são
incentivadas a brincar, criar e interagir, o que contribui para o desenvolvimento de
habilidades sociais e emocionais. O brincar é visto como a principal forma de
expressão e aprendizado nesta fase, permitindo que as crianças construam
conhecimentos de maneira ativa e significativa.

É de fundamental que os alunos sejam incentivados a pensar e criar, para


que possam agir de maneira consciente em sociedade, compreendendo seus
direitos e deveres, e se preparando para transformar o ambiente em que vivem
(SAVIANI, 2002).

Além disso, a Educação Infantil deve ser inclusiva, respeitando a diversidade


cultural, étnica e social das crianças. É um momento em que se estabelece a base
para a formação da identidade, promovendo o respeito pelo outro e a valorização
das diferenças. O papel dos educadores é crucial, pois eles devem criar um
ambiente acolhedor e estimulante, onde cada criança possa se sentir segura para
explorar e aprender.

A BNCC reafirma a importância da Educação Infantil como um direito de


todas as crianças e destaca a necessidade de uma abordagem pedagógica que
integre diferentes linguagens e manifestações artísticas, favorecendo a expressão
criativa e o desenvolvimento integral. Assim, a Educação Infantil não é apenas um
espaço de cuidado, mas um ambiente rico em oportunidades de aprendizagem, que
prepara as crianças para os desafios futuros e para a convivência em sociedade.

Em suma, a Educação Infantil é um período essencial na formação do


indivíduo, onde se constrói a base para o desenvolvimento emocional, social e
cognitivo, preparando as crianças para uma vida de aprendizado contínuo.

1.2. Importância da arte na Educação Infantil.


No contexto da educação infantil, a arte é muito mais do que uma atividade
lúdica: é uma forma de expressão e comunicação. As crianças, ainda em processo
de construção da linguagem verbal, encontram na arte uma maneira de
compartilhar seus sentimentos e pensamentos. Por meio do desenho, da pintura,
9
da modelagem ou da música, elas externalizam o que muitas vezes não
conseguem verbalizar, transformando suas experiências internas em criações
tangíveis. Esse processo não apenas promove a autoestima, como também
fortalece habilidades importantes, como a resolução de problemas e a criatividade.

De acordo com autores como Lev Vygotsky e Howard Gardner, a arte é


uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento das múltiplas inteligências e
para o estímulo da imaginação. Vygotsky, em especial, destaca o papel da
interação social no aprendizado, e a arte, ao ser trabalhada em grupo, promove
atividades colaborativas que ampliam o repertório cultural e social das crianças.
Esse aspecto evidencia como a arte, além de ser um meio individual de
expressão, também é um canal de integração e compartilhamento.

O Parâmetro Curricular Nacional (PCNs) mostra a contribuição desta


disciplina no âmbito social ao compreender as artes de outras culturas, permitindo
aos alunos compreender “a relatividade dos valores enraizados em sua forma de
pensar e agir, que pode criar um campo de significado para seus próprios valores
e é propício para a riqueza e diversidade da imaginação humana”.

Sem o conhecimento da arte, abre-se a perspectiva para os alunos


compreenderem o mundo da dimensão poética: a arte ensina ser possível
mudar constantemente a existência, e é preciso mudar a referência a cada
momento para manter a flexibilidade. Isso significa que a criatividade e o
conhecimento são inseparáveis e a flexibilidade é a condição básica para o
aprendizado. (BRASIL, 1997, p. 19)

1.3. Desenvolvimento Cognitivo e Emocional na Infância


O desenvolvimento cognitivo e emocional na infância é um processo
complexo e interligado, que abrange desde os primeiros anos de vida até a idade
escolar. Durante essa fase, as crianças passam por diversas transformações que
moldam sua capacidade de pensar, aprender e se relacionar com o mundo ao seu
redor.

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1.3.1. Desenvolvimento Cognitivo
O desenvolvimento cognitivo refere-se à maneira como as crianças
adquirem, processam e aplicam o conhecimento. Segundo a teoria de Jean Piaget,
esse desenvolvimento ocorre em estágios, sendo a fase pré-operatória, que vai
dos 2 aos 7 anos, um período crucial. Nessa etapa, as crianças começam a usar a
linguagem e o pensamento simbólico, permitindo-lhes representar objetos e
experiências mentalmente. Essa capacidade é fundamental para a aprendizagem,
pois possibilita a construção de conceitos e a resolução de problemas.

Além disso, o ambiente em que a criança se desenvolve tem um papel vital


em seu aprendizado. A interação com adultos e colegas, bem como a exposição a
experiências ricas e diversificadas, contribui para a expansão de suas habilidades
cognitivas. Atividades lúdicas, jogos e práticas artísticas são particularmente
eficazes, pois estimulam a curiosidade e incentivam a exploração.

1.3.2. Desenvolvimento Emocional


O desenvolvimento emocional, por sua vez, envolve a capacidade da
criança de reconhecer, expressar e regular suas emoções, além de desenvolver
empatia e habilidades sociais. Desde os primeiros meses de vida, as interações
com os cuidadores são fundamentais para a formação de vínculos afetivos
seguros. Essas relações afetam diretamente a autoestima e a autoconfiança da
criança, influenciando sua capacidade de se relacionar com os outros.

Durante a infância, é comum que as crianças experimentem uma ampla


gama de emoções, e é através de experiências lúdicas que elas aprendem a lidar
com essas emoções de maneira saudável. Atividades artísticas, por exemplo,
oferecem um espaço seguro para a expressão emocional, permitindo que as
crianças explorem seus sentimentos e desenvolvam sua identidade.

1.3.3. Interconexão entre o Desenvolvimento Cognitivo e Emocional


O desenvolvimento cognitivo e emocional está intimamente interligado.
Crianças que têm um ambiente emocionalmente seguro tendem a se sentir mais
11
confiantes em explorar e aprender, enquanto aquelas que desenvolvem
habilidades cognitivas robustas são mais capazes de entender e regular suas
emoções. Essa interdependência destaca a importância de uma abordagem
educacional que considere ambos os aspectos, promovendo um ambiente de
aprendizado que valorize a expressão emocional e a curiosidade intelectual.

Em suma, o desenvolvimento cognitivo e emocional na infância é essencial


para a formação de indivíduos saudáveis e competentes. Ao apoiar as crianças
nesse processo, educadores e cuidadores podem ajudá-las a se tornarem
aprendizes autônomos, capazes de se adaptar e prosperar em diversas situações
ao longo da vida.

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CAPÍTULO 2 - O CONTEXTO DA EDUCAÇÃO ARTÍSTICA NO BRASIL

2.1. Breve Resumo da Trajetória do ensino de Arte no Brasil.


Para uma melhor compreensão do tema proposto, torna-se indispensável
conhecer mesmo que de forma simplificada um pouco sobre o ensino de Arte no
Brasil, no intuito de avultar o conhecimento desta disciplina, bem como compreender
como ocorre o seu ensino na escola.

A trajetória do ensino da arte no Brasil é marcada por transformações


significativas ao longo dos anos, refletindo as mudanças sociais, culturais e políticas
do país. No período colonial, a arte estava principalmente ligada à religião e à
formação das elites, com foco em técnicas europeias. Com a independência, no
século XIX, buscou-se uma identidade cultural própria, promovendo o ensino de
artes em academias, como a Academia Imperial de Belas Artes, fundada em 1820.

Durante o século XX, especialmente nas décadas de 1930 e 1940,


movimentos modernistas e a influência de educadores como Anísio Teixeira e Paulo
Freire impulsionaram a inclusão da arte nas escolas, enfatizando a importância da
expressão criativa.

o cenário educacional do Brasil seria fruto de uma perspectiva dualista da


educação que, tendo em vista a formação de uma “elite de privilegiados”,
resguardava exclusivamente a esses uma educação de qualidade. As
propostas de Anísio Teixeira para o combate à situação diagnosticada na
conferência de 1953 tomariam corpo no Plano Nacional de Educação (PNE)
elaborado em 1962, para o período de sete anos (1963-1970). (Amâncio,
2021/ p. 725).

Em 1971 a Arte foi introduzida no currículo escolar pela Lei de Diretrizes e


Bases da Educação Nacional (LDB), porém ainda enfrentando muita dificuldade com
a falata de professores qualificados e enxergando o ensino da disciplina de uma
forma muito tecnicista. A partir da década de 1980, com a redemocratização do
Brasil, o ensino da arte passou a ser reconhecido como um direito fundamental,
sendo incorporado nas diretrizes curriculares de forma mais sistemática.

Neste período o movimento Arte-Educação se constrói, formado por


professores de Arte da educação formal e não formal com a finalidade de

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buscar a valorização dos mesmos, conscientização, e qualidade do ensino
de arte. ( BRASIL, MEC,1997,p. 25)

Ainda na década de 1980 o movimento arte e educação passou a ganhar


força tendo como uma das principais influências a pesquisadora Ana Mae Barbosa,
uma importante referência no campo da educação artística no Brasil, destaca em
seus estudos a relevância do ensino de artes nas escolas como um meio
fundamental para o desenvolvimento integral das crianças. Em suas obras, ela
argumenta que a educação artística não deve ser vista apenas como uma atividade
extracurricular, mas como uma parte essencial do currículo escolar, que contribui
significativamente para a formação do indivíduo.

Sabemos que a arte na escola não tem como objetivo formar artistas, como
a matemática não tem como objetivo formar matemático, embora artistas,
matemáticos e escritores devam ser igualmente bem-vindos numa
sociedade desenvolvida. O que a arte na escola principalmente pretende é
formar o conhecedor, fruidor, decodificador da obra de arte. (1991, p.32)

Um outro marco que proporcionou mudanças significativas no processo de


ensino de Arte no Brasil se deu com a publicação da constituição Federal de 1988
que expôs a necessidade de mudanças educacionais o que resultou na A Lei nº
9.394/96 – LDB em 20 de dezembro de1996, tornando a disciplina de Arte
componente curricular obrigatório conforme descrito em seu artigo 26, § 2º, “o
ensino de arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da
educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”.

A necessidade e a obrigação de o Estado elaborar parâmetros claros no


campo curricular capazes de orientar as ações educativas do ensino
obrigatório, de forma a adequá‐lo aos ideais democráticos e à busca da
melhoria da qualidade do ensino nas escolas brasileiras. (BRASIL, 1997, p.
14).

Ao longo do tempo foi se tornando mais claro a importância do ensino de


Arte na escola tornando-se necessárias consecutivas mudanças nos planos e
programas educacionais e elaboração de Leis que venha garantir a qualidade do
ensino da disciplina.

14
A criação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em 2017 reforçou
essa tendência, estabelecendo a educação artística como componente essencial da
formação escolar, promovendo o desenvolvimento da criatividade, da sensibilidade e
da identidade cultural das crianças. Contudo, desafios persistem, como a falta de
formação específica de educadores e a escassez de recursos, que ainda limitam a
efetividade do ensino da arte nas escolas. A trajetória do ensino da arte no Brasil,
portanto, é um reflexo contínuo da busca por uma educação mais inclusiva e
integral.

2.2. Desafios e Oportunidades na Implementação do Ensino de Artes


A implementação do ensino de artes na educação infantil é um tema que
traz à tona uma série de desafios e oportunidades. Um dos principais obstáculos é a
capacitação dos educadores, já que muitos professores não possuem formação
específica em educação artística. Isso pode resultar em aulas que não conseguem
engajar as crianças de maneira eficaz, limitando seu potencial criativo.

Sobre este aspecto, Martins (1998) enfatiza a importância da presença da


mediação, por parte do professor: “Para isso, é fundamental que o educador atue
em sala de aula como o mediador dos conhecimentos dando o suporte necessário
na aprendizagem.” (MARTINS 1998 p.141). A insegurança dos educadores em suas
próprias habilidades artísticas pode refletir na experiência dos alunos, podendo
resultar em declínio de aproveitamento dos mesmos de explorar plenamente sua
criatividade.

Além disso, as escolas frequentemente enfrentam limitações em termos de


recursos e infraestrutura adequados para o ensino de artes. A escassez de
materiais, como tintas, papéis e instrumentos, bem como a falta de espaços
apropriados para atividades artísticas, pode restringir as oportunidades de
aprendizado. Essa situação é ainda mais crítica em instituições localizadas em áreas
menos favorecidas, onde o acesso a recursos educacionais é frequentemente
limitado.

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Outro desafio é a desvalorização da arte dentro do currículo escolar. Em
muitos contextos, a educação artística é vista como uma disciplina secundária, em
comparação com matérias como matemática e ciências. Essa percepção pode levar
a uma redução do tempo dedicado à arte nas escolas, comprometendo o
desenvolvimento integral das crianças. A rigidez dos currículos também pode
dificultar a inclusão de práticas artísticas que se adaptem às necessidades e
interesses dos alunos, limitando a criatividade e a inovação nas abordagens
pedagógicas.

Entretanto, apesar desses desafios, há oportunidades promissoras para a


implementação do ensino de artes. A crescente conscientização sobre a importância
da educação artística para o desenvolvimento das crianças tem levado a uma
valorização da arte como um componente essencial da educação básica. Diretrizes
como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) enfatizam a inclusão da arte no
currículo, reconhecendo seu papel fundamental na formação integral dos alunos.

A integração da arte com outras disciplinas é outra oportunidade


significativa. Projetos interdisciplinares que conectam a arte a temas de ciências,
história e literatura podem enriquecer a experiência de aprendizagem, tornando-a
mais dinâmica e envolvente. Além disso, as parcerias com artistas locais, ONGs e
centros culturais podem trazer novos recursos e experiências práticas para o ensino
da arte, conectando os alunos à sua comunidade e ampliando seus horizontes.

O uso de tecnologias também se apresenta como uma poderosa ferramenta


na educação artística. Ferramentas digitais e plataformas online permitem que as
crianças explorem novas formas de expressão, aumentando seu engajamento e
acesso a diferentes mídias artísticas. Essa ampliação das possibilidades de criação
pode despertar o interesse dos alunos e incentivá-los a experimentar diferentes
linguagens artísticas.

Por fim, as atividades artísticas oferecem um espaço seguro para que as


crianças desenvolvam habilidades sociais e emocionais. O trabalho em grupo em
projetos artísticos promove a colaboração, a empatia e o respeito por diferentes
pontos de vista, fundamentais para a formação de cidadãos conscientes e
engajados. Assim, ao abordar os desafios de maneira criativa e colaborativa, é
16
possível garantir que a educação artística desempenhe um papel central no
desenvolvimento das crianças, preparando-as para um futuro mais rico e
diversificado.

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CAPÍTULO 3 - A ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A arte desempenha um papel fundamental na educação, contribuindo de


maneira significativa para o desenvolvimento integral dos alunos. Ao longo da
história, diversas correntes pedagógicas têm reconhecido a importância das
linguagens artísticas como ferramentas essenciais para o aprendizado. A educação
artística não se limita apenas ao ensino de técnicas e habilidades específicas, mas
envolve a promoção da criatividade, da expressão individual e da capacidade de
pensar criticamente.

Uma das principais contribuições da arte na educação é a estimulação da


criatividade. Ao se envolver em atividades artísticas, os alunos são incentivados a
explorar novas ideias e a encontrar soluções inovadoras para problemas. Essa
liberdade de expressão permite que eles desenvolvam uma visão única do mundo,
o que é particularmente valioso em um contexto educacional que valoriza a
diversidade de pensamentos e culturas.

Arte-educação é uma área de estudos extremamente propícia à fertilização


interdisciplinar e o próprio termo que é designo de nota pelo seu binarismo a
ordenação de duas áreas num processo que se caracterizou no passado
por um acentuado dualismo, quase que uma colagem das teorias da
educação ao trabalho com material de origem artística na escola, ou vice e
versa, numa alternativa de subordinação (BARBOSA, 2006, p. 12 e 13)

Além disso, a arte também promove o desenvolvimento emocional e social


das crianças. Participar de atividades artísticas, como teatro, dança ou artes
visuais, proporciona oportunidades para que os alunos expressem suas emoções,
construam empatia e aprendam a trabalhar em colaboração com os outros. Esses
aspectos são cruciais para a formação de indivíduos mais conscientes e
engajados socialmente.

A educação artística também favorece o desenvolvimento de habilidades


cognitivas. Estudos indicam que a prática de atividades artísticas está relacionada
ao aprimoramento do raciocínio lógico, da concentração e da memória. A arte
estimula a observação crítica e a análise, habilidades que são transferíveis a
outras áreas do conhecimento, como ciências e matemática.

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Por fim, a inclusão da arte no currículo escolar é um passo importante para
a promoção de uma educação mais inclusiva e abrangente. Ao valorizar as
diferentes expressões artísticas e culturais, a educação artística contribui para a
formação de uma sociedade mais justa e plural, onde a diversidade é respeitada e
celebrada.

Em suma, a arte na educação é uma ferramenta poderosa que não apenas


enriquece o aprendizado, mas também desempenha um papel vital na formação
de indivíduos criativos, empáticos e críticos. Portanto, é essencial que educadores
e gestores escolares reconheçam e promovam a importância da educação artística
como um componente integral do currículo.

3.1. As Cinco Linguagens Artísticas Segundo a BNCC.


A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) reconhece a importância da Arte como
área de conhecimento indispensável na formação integral dos estudantes. No
contexto da educação infantil e do ensino fundamental, a BNCC organiza o ensino
de Arte em cinco linguagens artísticas: Artes Visuais, Música, Dança, Teatro e, no
ensino fundamental, Audiovisual. Essas linguagens são integradas ao processo
pedagógico e visam desenvolver a expressão, a criatividade, a sensibilidade e o
pensamento crítico nos estudantes por meio de experiências artísticas significativas.

Estar no mundo sem fazer história, sem por ela ser feito, sem fazer cultura,
sem “tratar” sua própria presença no mundo, sem sonhar, sem cantar, sem
musicar, sem pintar, sem cuidar da terra, das águas, sem usar as mãos,
sem esculpir, sem filosofar, sem pontos de vista sobre o mundo, sem fazer
ciência ou tecnologia, sem assombro em face do mistério, sem aprender,
sem ensinar, sem ideias de formação, sem politizar, não é possível.
(FREIRE, 1996 p.24).

3.1.1. Artes Visuais


As Artes Visuais englobam práticas relacionadas à criação e apreciação de
imagens, formas e objetos. Elas incluem atividades como desenho, pintura,
colagem, escultura, fotografia e outras formas de expressão visual. Na educação
infantil, a prática das Artes Visuais permite que as crianças explorem diferentes
materiais, texturas, cores e técnicas, estimulando o desenvolvimento da

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coordenação motora, da percepção espacial e da capacidade de observar o
mundo ao seu redor.

As experiências em Artes Visuais também promovem a expressão de


sentimentos e ideias, possibilitando que as crianças criem representações
simbólicas de suas vivências. Além disso, elas contribuem para o desenvolvimento
da imaginação e da criatividade, respeitando as particularidades e os processos
individuais de cada criança.

3.1.2. Música
A música, como linguagem artística, é uma das formas mais universais de
expressão humana. Ela está presente em diferentes culturas e desempenha um
papel importante no desenvolvimento sensorial, emocional e cognitivo das
crianças. Na educação infantil, a música é trabalhada por meio de cantigas, jogos
musicais, exploração de sons e instrumentos, permitindo que os pequenos
desenvolvam habilidades como ritmo, melodia, harmonia e percepção auditiva.

Além de estimular a criatividade, a música também contribui para o


desenvolvimento da memória, da linguagem e da coordenação motora. As práticas
musicais em grupo incentivam a socialização, o trabalho em equipe e o respeito às
diferenças, promovendo um ambiente de aprendizado inclusivo e colaborativo.

3.1.3. Dança
A dança é uma linguagem artística que utiliza o corpo como principal meio
de expressão. Por meio do movimento, as crianças exploram ritmos, gestos e
formas, desenvolvendo a coordenação motora, a consciência corporal e a
percepção espacial. Na educação infantil, a dança é uma prática lúdica que integra
música, ritmo e criatividade, possibilitando que as crianças se expressem de
maneira espontânea e criativa.

Além de seu valor expressivo e estético, a dança também contribui para o


desenvolvimento social e emocional, promovendo a interação entre as crianças e
fortalecendo habilidades como cooperação, disciplina e autoconfiança. Ela

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também amplia o repertório cultural dos pequenos, ao apresentar danças de
diferentes estilos e tradições.

3.1.4. Teatro
O teatro, como linguagem artística, envolve a criação e a representação de
histórias, personagens e situações. Na educação infantil, o teatro é trabalhado por
meio de jogos dramáticos, brincadeiras de faz de conta, contação de histórias e
improvisações, permitindo que as crianças explorem sua imaginação e
criatividade.

O teatro contribui para o desenvolvimento da expressão verbal e corporal,


estimulando habilidades como comunicação, empatia e trabalho em equipe. Por
meio da vivência teatral, as crianças aprendem a lidar com emoções, a respeitar
diferentes pontos de vista e a compreender melhor o mundo ao seu redor. Além
disso, o teatro oferece oportunidades para que as crianças desenvolvam a
autoconfiança e a capacidade de se expressar em público.

3.1.5. Audiovisual (Ensino Fundamental)


No ensino fundamental, a BNCC introduz o audiovisual como uma
linguagem artística que integra elementos das artes visuais, da música e do teatro.
Essa linguagem abrange a produção e a apreciação de filmes, vídeos, animações
e outras formas de expressão audiovisual. Embora não seja trabalhada de forma
estruturada na educação infantil, o audiovisual pode ser explorado indiretamente,
por meio do uso de tecnologias e mídias que ampliem o repertório cultural das
crianças.

Essas cinco linguagens artísticas propostas pela BNCC são fundamentais


para promover a formação integral dos estudantes, valorizando a diversidade
cultural e incentivando a expressão criativa. Na educação infantil, elas se
entrelaçam de forma lúdica e significativa, respeitando o ritmo e as
particularidades de cada criança. Dessa forma, a arte se torna uma ferramenta

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essencial para o desenvolvimento cognitivo, emocional, social e cultural dos
pequenos.

3.2. Benefícios da Arte no Desenvolvimento Infantil


A prática artística durante a primeira infância contribui significativamente
para o crescimento cognitivo, emocional, social e motor, promovendo experiências
enriquecedoras que acompanham a criança em todas as dimensões de sua
formação.

Entre os principais benefícios, destacam-se o estímulo à criatividade, o


desenvolvimento social e emocional e a melhoria da autoestima e da
autoconfiança. A seguir, cada um desses aspectos será detalhado.

3.2.1. Estímulo à Criatividade


Um dos benefícios mais evidentes do ensino de Artes é o estímulo à
criatividade. A criatividade é uma habilidade fundamental que permite às crianças
explorar novas ideias, encontrar soluções para problemas e expressar sua
singularidade por meio de diferentes linguagens artísticas, como o desenho, a
pintura, a dança, a música e o teatro.

Ao trabalhar com atividades artísticas, as crianças desenvolvem a


capacidade de experimentar, imaginar e criar algo “novo”, sem medo de errar ou
de serem julgadas. O ambiente artístico favorece a liberdade de expressão e a
exploração de materiais e técnicas, permitindo que as crianças descubram suas
preferências e habilidades. Segundo Vygotsky (2007), a criatividade é um
processo construído a partir das interações sociais e das experiências vividas, e o
ensino de Artes oferece um espaço seguro e estimulante para que isso aconteça.

Além disso, essa habilidade não se limita ao campo artístico. Crianças


criativas tendem a apresentar maior facilidade para resolver problemas em
diferentes áreas e adaptar-se a novas situações. Assim, o ensino de Artes não
apenas contribui para a expressão artística, mas também prepara as crianças para
enfrentar os desafios do cotidiano.

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3.2.2. Desenvolvimento Social e Emocional
Outro benefício fundamental do ensino de Artes é o impacto positivo no
desenvolvimento social e emocional das crianças. As atividades artísticas
oferecem um espaço de interação e cooperação, onde as crianças aprendem a
trabalhar em grupo, respeitar as ideias dos colegas, compartilhar materiais e lidar
com diferenças. Essas experiências são essenciais para a construção de
habilidades sociais, como empatia, comunicação e trabalho em equipe.

No campo emocional, a Arte proporciona às crianças uma maneira de


expressar sentimentos e emoções que, muitas vezes, não conseguem verbalizar.
Por meio do desenho, da música ou da dramatização, elas podem externalizar
suas alegrias, medos, frustrações e sonhos, o que contribui para o
autoconhecimento e para o equilíbrio emocional. Segundo Gardner (1995), a
inteligência emocional é uma das múltiplas inteligências que podem ser
desenvolvidas por meio das práticas artísticas, ajudando as crianças a
compreender e gerenciar suas próprias emoções e a se relacionar melhor com os
outros.

Além disso, o ensino de Artes promove um ambiente inclusivo, onde todas


as crianças, independentemente de suas habilidades ou origens culturais, podem
se expressar e participar de forma ativa. Isso reforça a importância da diversidade
e da valorização das diferenças, contribuindo para a formação de cidadãos mais
sensíveis e respeitosos.

3.2.3. Melhoria da Autoestima e da Autoconfiança


O ensino de Artes também desempenha um papel crucial na construção da
autoestima e da autoconfiança das crianças. Participar de atividades artísticas
permite que elas vejam o resultado de seu esforço por meio de criações únicas e
significativas, promovendo uma sensação de realização e orgulho. Ao perceberem
que suas produções são valorizadas pelos professores, colegas e familiares, as
crianças desenvolvem uma imagem positiva de si mesmas, o que fortalece sua
autoestima.

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Além disso, o ambiente artístico encoraja as crianças a experimentar e a
explorar, sem medo de errar ou de serem julgadas. Essa liberdade criativa
estimula a autoconfiança, pois elas aprendem que são capazes de enfrentar
desafios, testar novas ideias e superar dificuldades. Como aponta Freire (1996), a
educação deve ser um processo de descoberta e emancipação, e a Arte
desempenha um papel essencial nesse processo, ao oferecer um espaço onde as
crianças podem ser autênticas e desenvolver sua autonomia.

Outro aspecto importante é que a Arte instiga as crianças a lidarem com


críticas e feedback de maneira construtiva. Quando as atividades artísticas são
conduzidas com sensibilidade, os professores podem usar o processo de criação
como uma oportunidade para ensinar resiliência e incentivar as crianças a
persistirem diante de dificuldades.

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CAPÍTULO 4 - METODOLOGIA

Neste capítulo, busca-se apresentar os métodos empregados nesta


investigação a fim de levantar informações que aprofundem o debate sobre a
relevância do ensino de Arte na Educação Infantil, abordando o tipo de pesquisa
realizada e as etapas de construção da pesquisa.

A pesquisa em questão se classificou como qualitativa uma vez que utilizou


as diversas concepções de autores que pesquisam sobre o ensino de arte, para
discutir e aprofundar entendimentos sobre os dados coletados.

A metodologia utilizada na realização da pesquisa que resultou a elaboração


deste artigo, foi a revisão bibliográfica, que se mostrou adequada aos objetivos da
pesquisa, permitindo um estudo crítico e sistemático do tema.

No contexto deste trabalho, a utilização da revisão bibliográfica foi


fundamental para construir uma base teórica consistente e aprofundada. Por meio
da análise de diferentes autores e perspectivas, foi possível identificar as principais
discussões e contribuições relacionadas ao tema, além de apontar lacunas e
possibilidades de estudos futuros. Foram realizadas leituras e fichamentos de artigos
e livros de alguns teóricos sobre o Ensino de Arte. Na pesquisa, utilizou-se tanto
material impresso quanto materiais obtidos em meio virtual, em plataformas com
confiabilidade científica.

Em suma, a metodologia de revisão bibliográfica se mostrou adequada aos


objetivos da pesquisa, permitindo um estudo crítico e sistemático do tema. A partir
dessa abordagem, o presente trabalho busca contribuir para o avanço do
conhecimento acadêmico na área, promovendo reflexões que possam ser úteis tanto
para a teoria quanto para a prática.

Para uma análise critica a respeito do tema foi feito a escolha dos autores
baseado na relevância dos estudos dos mesmos para a construção de discussões a
cerca do tema, neste aspecto podemos

25
CAPÍTULO 5 - RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo, apresentamos os resultados obtidos a partir da revisão


bibliográfica e da análise das práticas pedagógicas relacionadas ao ensino da arte
na educação infantil. A discussão gira em torno da importância da arte como
ferramenta de desenvolvimento cognitivo e emocional, considerando as
contribuições teóricas de autores como Ana Mae Barbosa, Jean Piaget e Lev
Vygotsky.

5.1. Desenvolvimento Cognitivo através da Arte


Os estudos revelam que a inclusão da arte no currículo da educação infantil
favorece o desenvolvimento cognitivo das crianças, especialmente na fase pré-
operatória, conforme descrito por Piaget. As atividades artísticas, como desenho,
pintura e teatro, estimulam o pensamento simbólico e a criatividade, permitindo que
as crianças expressem suas emoções e compreendam melhor o mundo ao seu
redor. Observou-se que, ao engajar-se em projetos artísticos, as crianças
desenvolvem habilidades de observação, análise e resolução de problemas,
essenciais para a formação de um pensamento crítico.

5.2. Impacto Emocional e Social


A arte também desempenha um papel crucial no desenvolvimento emocional
das crianças. As práticas artísticas proporcionam um espaço seguro para a
expressão de sentimentos, promovendo a autoestima e a autoconfiança. Além disso,
as interações sociais que ocorrem durante as atividades artísticas ajudam as
crianças a desenvolverem empatia e habilidades de colaboração. Esses aspectos
são fundamentais para a construção de relações saudáveis e para a formação de
cidadãos conscientes e respeitosos.

26
5.3. Inclusão e Diversidade Cultural
A análise das práticas pedagógicas revela que a arte na educação infantil é
uma poderosa ferramenta de inclusão. A abordagem de Ana Mae Barbosa enfatiza a
importância de valorizar a diversidade cultural nas atividades artísticas, permitindo
que as crianças reconheçam e respeitem diferentes identidades. As experiências
artísticas que refletem a cultura local e as vivências dos alunos promovem um senso
de pertencimento e identidade, essenciais para o desenvolvimento social.

5.4. Desafios e Oportunidades


Apesar dos benefícios evidentes, a implementação eficaz do ensino de arte
nas escolas enfrenta desafios significativos. A falta de formação específica para
educadores, recursos limitados e a percepção de que a arte é uma disciplina
secundária ainda são barreiras que precisam ser superadas. No entanto, as
oportunidades de transformação são promissoras. A crescente valorização da
educação artística, especialmente com as diretrizes estabelecidas pela BNCC,
oferece caminhos para revitalizar as práticas pedagógicas e integrar a arte de
maneira mais significativa no currículo.

Em síntese, os resultados obtidos confirmam que a arte é uma componente


vital na educação infantil, contribuindo para o desenvolvimento cognitivo, emocional
e social das crianças. Ao adotar uma abordagem que valorize a expressão artística e
a diversidade cultural, educadores podem preparar as crianças para serem não
apenas aprendizes competentes, mas também cidadãos críticos e engajados. Este
capítulo reforça a necessidade de uma reflexão contínua sobre as práticas
pedagógicas, visando sempre a promoção de uma educação mais inclusiva e
transformadora.

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CONCLUSÃO

A análise da importância do ensino da arte na educação infantil revela um


panorama rico e complexo, que integra contribuições de diversos autores, como Ana
Mae Barbosa, Jean Piaget e Lev Vygotsky. A partir das reflexões de Barbosa,
compreendemos que a educação artística não é apenas uma disciplina, mas uma
poderosa ferramenta de formação integral, que estimula a criatividade, a expressão
e a inclusão cultural. Sua abordagem destaca a necessidade de um ensino que
valorize as diferentes linguagens artísticas e as identidades culturais das crianças,
promovendo um ambiente de aprendizado diversificado e acolhedor.

Os conceitos de desenvolvimento cognitivo de Piaget, especialmente na fase


pré-operatória, ressaltam a relevância do pensamento simbólico e da linguagem na
aprendizagem infantil. Durante essa fase, as crianças exploram o mundo ao seu
redor por meio do brincar e da imaginação, o que se alinha perfeitamente com as
práticas artísticas. Ao integrar a arte na educação, proporcionamos às crianças
oportunidades de desenvolverem suas habilidades cognitivas de maneira lúdica e
significativa.

Além disso, a perspectiva de Vygotsky sobre a importância da interação


social e do contexto cultural no aprendizado complementa essa discussão,
enfatizando que o desenvolvimento das crianças é potencializado por meio de
experiências compartilhadas. A arte, como prática social, não apenas conecta as
crianças a seus pares, mas também as sensibiliza para a diversidade de culturas e
pontos de vista, promovendo uma educação mais inclusiva e crítica.

Portanto, a análise mostrou que inclusão da arte no currículo da educação


infantil é essencial para a formação de indivíduos criativos, críticos e socialmente
engajados. Ao adotar uma abordagem que valorize a expressão artística e a
interatividade, educadores e gestores escolares podem contribuir para o
desenvolvimento integral das crianças, preparando-as para se tornarem agentes
transformadores de suas realidades. Este estudo reforça a ideia de que a educação
artística deve ser um componente central na formação educacional, garantindo que
todas as crianças tenham acesso a experiências enriquecedoras que favoreçam seu
crescimento emocional, social e cognitivo.
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REFERÊNCIAS

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