Solucoes negociadas de justica penal
Solucoes negociadas de justica penal
Solucoes negociadas de justica penal
1
Doutorando em Direito, Ciências Jurídico-Criminais, pela Faculdade de Direito
da Universidade de Coimbra; Mestre em Direito, Ciências Jurídico-Criminais,
pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra; Especializado em Direito
Penal, Económico Internacional e Europeu pelo Instituto de Direito Penal,
Económico e Europeu.
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Revista Brasileira de Direito Processual Penal, vol. 3, n. 1, 2017, 2525-510X
abstRact: The ideas of procedural consensus and cel erity increasingly shape
the Criminal Procedural Law of Democratic countries. Negotiated criminal
justice solutions have been multiplying in the last years, posing a mul-
tiplicity of challenges to the pure and traditional procedural doctrine, to
the rights traditionally assured to the procedural actors, being important
to question if the (even more) organized criminality and the transnational
and technological methods of crime did not shift the center of the con-
frontation between the efficient administration of justice and the rights
of the accused. The Portuguese Republic is no exception: without a leg-
islative framework explicitly guarantying a way to benefit those who col-
laborate with Justice, one must first question if the Criminal Procedural
Code allows or may allow criminal Justice negotiated solutions; we will
analyze some foreseen legal solutions of consensualism, not forgeting the
Portuguese doctrine and courts decisions.
KeywoRds: Negotiated Criminal Justice; Portuguese Criminal Procedure
Law; Consensus.
Introdução
No início de Outubro de 2016 a Ministra da Justiça portuguesa
afirmou que “o debate sobre a justiça negociada é importante e possível
no que respeita à criminalidade grave que tem muitas vezes reflexos a
nível da economia nacional”.2
As declarações levantaram uma onda de choque no universo
jurídico português: se juízes e procuradores de processos mediáticos se
apressaram a louvar as vantagens de soluções de colaboração premiada,
mobilizando o exemplo do processo brasileiro apelidado de Lava-Jato, a
advocacia portuguesa mostrou-se discordante - a Bastonária da Ordem
dos Advogados, recordou que “as investigações são feitas à base de con-
fissões e escutas. Temo que se essa lei for para a frente, se passe a inves-
tigar com base em confissões e delações”3 e o advogado José António
2
Jornal I, edição de 03/10/2016. Disponível em: <http://ionline.sapo.
pt/525543>. Acesso em: 13 dez. 2016.
3
Jornal Expresso, edição de 03/10/2016. Disponível em: <http://expresso.
sapo.pt/dossies/diario/2016-10-03-Advogados-contra-delacao-premiada>.
Acesso em: 13 dez. 2016.
72
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v3i1.39 – FerreirA De OliveirA, André.
1. Quadro JurídIco-crImInal
4
Jornal PÚBLICO, edição de 09/10/2016, apud Ordem dos Advogados
Portugueses. Disponível em: https://portal.oa.pt/comunicacao/impren-
sa/2016/10/09/delacao-premiada-pode-violar-convencao-europeia-dos-
direitos-humanos/. Acesso em: 13 dez. 2016
5
ANDRADE, Manuel da Costa. Consenso e oportunidade, p. 334-336.
73
Revista Brasileira de Direito Processual Penal, vol. 3, n. 1, 2017, 2525-510X
6
COSTA, José de Faria. Diversão (desjudiciarização) e mediação, p. 93, 94 e
153.
7
RODRIGUES, Anabela Miranda. A celeridade no processo penal, p. 234.
8
Ibidem, p. 236.
9
RODRIGUES, Anabela Miranda. A celeridade no processo penal, p. 236.
10
Conselho da Europa, sobretudo o Ponto II, alíneas b) e c). Disponível em:
<https://wcd.coe.int/ViewDoc.jsp?p=&Ref=Rec(87)18&Sector=sec-
CM&Language=lanEnglish&Ver=original&BackColorInternet=eff2fa&Ba-
ckColorIntranet=eff2fa&BackColorLogged=c1cbe6&direct=true>. Acesso
em: 13 dez. 2016.
11
Gabinete de Documentação e Direito Comparado, Ponto 5.1. Disponível em:
<http://www.gddc.pt/direitos-humanos/textos-internacionais-dh/tidhuni-
versais/dhaj-NOVO-regrastoquio.html>. Acesso em: 13 dez. 2016.
74
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v3i1.39 – FerreirA De OliveirA, André.
12
Gabinete de Documentação e Direito Comparado. Disponível em: <http://
www.gddc.pt/siii/im.asp?id=1710>. Acesso em: 13 dez. 2016.
13
“1. Cada Estado Parte adoptará as medidas adequadas para encorajar as pes-
soas que participem ou tenham participado em grupos criminosos organi-
zados: a) A fornecerem informações úteis às autoridades competentes para
efeitos de investigação e produção de provas, nomeadamente: i) A identida-
de, natureza, composição, estrutura, localização ou actividades dos grupos
criminosos organizados; ii) As ligações, incluindo à escala internacional,
com outros grupos criminosos organizados; iii) As infracções que os grupos
criminosos organizados praticaram ou poderão vir a praticar; b) A presta-
rem ajuda efectiva e concreta às autoridades competentes, susceptível de
contribuir para privar os grupos criminosos organizados dos seus recursos
ou dos produtos do crime.
14
Cujo artigo 10º nº 1 estatui que “Cada Estado-Membro esforça-se por pro-
mover a mediação nos processos penais relativos a infracções que considere
adequadas para este tipo de medida”.
15
Aqueles cujo procedimento não depende de queixa (crimes semipúblicos) ou
de acusação particular [além de queixa, crimes particulares]: obtida a notícia
do crime o Ministério Público obrigatória e oficiosamente promove o proces-
so (artigos 48º, 241º e 262º CPP), tendo plena autonomia para decidir se o
Arguido será ou não sujeito a julgamento. São exemplos de crimes públicos o
homicídio (artigo 131º CP), sequestro (artigo 158º CP), roubo (artigo 210º
CP), extorsão (artigo 223º), entre outros.
75
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São suscetíveis de Mediação Penal as ofensas à integridade física simples ou
por negligência (crimes contra a integridade física); o crime de ameaça (cri-
me contra a liberdade pessoal); os crimes de difamação e injúria (crime con-
tra a honra); a violação de domicílio ou perturbação da vida privada (crimes
contra a reserva da vida privada); os crimes de furto, abuso de confiança,
dano, alteração de marcos, burla, burla para obtenção de alimentos, bebidas
ou serviços e usura (crimes patrimoniais).
17
Nos termos do artigo 4º nº 2, “terceiro imparcial (…) que promove a aproxi-
mação entre o arguido e o ofendido e os apoia na tentativa de encontrar ac-
tivamente um acordo que permita a reparação dos danos causados pelo facto
ilícito e contribua para a restauração da paz social”. Face ao artigo 10º “deve
observar os deveres de imparcialidade, independência, confidencialidade e
diligência”, não impondo qualquer acordo, antes conciliando (…) vontades e
procurando uma solução confortável e mutuamente benéfica.
18
Pode o acordo consistir, por exemplo, no pagamento de quantia pecuniária
(diretamente ao Ofendido ou a entidade por si indicada), apresentação de
pedido de desculpas (publicitado ou não), reconstrução ou reparação do
bem danificado.
76
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v3i1.39 – FerreirA De OliveirA, André.
19
Vide também, na temática da mediação penal, MELO, Helena Pereira de e
BELEZA, Teresa Pizarro. A Mediação Penal em Portugal. Lisboa: Almedina,
2012; LEITE, André Lamas. Alguns claros e escuros no tema da mediação
penal de adultos. Revista Portuguesa de Ciência Criminal, Coimbra, Vol. 24, 4,
p. 577-513, ou./dez. 2014.
20
DIAS, Jorge de Figueiredo. Acordos Sobre a sentença em processo penal, 21.
21
“O tribunal suspende a execução da pena de prisão aplicada em medida não
superior a cinco anos”.
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Revista Brasileira de Direito Processual Penal, vol. 3, n. 1, 2017, 2525-510X
anos, impõe o artigo 16º nº 3 CPP que será o mesmo julgado por tribu-
nal singular “quando o Ministério Público (…) entender que não deve
ser aplicada, em concreto, pena de prisão superior a 5 anos” - não po-
dendo o tribunal aplicar pena superior aos 5 anos, nº 4.
Existem ganhos de celeridade na realização do julgamento, no
processo de tomada de decisão, sendo que a postura do Arguido, mais
ou menos colaborante, pode ser determinante na decisão do Ministério
Público - na prática, pode o Ministério Público premiar a postura “proati-
va” do Arguido, numa solução que, em última linha, se poderá configurar
como uma barganha, uma verdadeira negociação da sentença (pois que o
limite máximo é suscetível de ser alterado por negociação, sendo o míni-
mo legalmente determinado pelo concreto tipo legal de crime em causa).
A confissão dos fatos, em fase de julgamento, está regulada no ar-
tigo 344º CPP: a confissão (de livre vontade e sem coação, integral e sem
reservas22) determina a renúncia à produção de prova e consideração dos
fatos como provados, sendo determinada de imediato a sanção a aplicar -
diferentemente quando o Tribunal suspeite do carácter livre da confissão
(por exemplo, por dúvidas sobre a “veracidade dos factos confessados”)
ou se for o crime “punível com pena de prisão superior a 5 anos”.
Interligando com o segmento prévio, percebemos quão “maleá-
vel” se pode tornar o processo penal português, sobretudo em processos
mais complexos, nos quais o Ministério Público pode “utilizar” agentes
secundários mais “prestativos” para obtenção de informações de outra
forma dificilmente conseguíveis, oferecendo como contrapartida a acu-
sação sob intervenção de tribunal singular e, com a confissão integral e
22
Nos termos do Acórdão do Tribunal da Relação de Évora no Processo 718/06-
1, 20/06/2006: “A confissão integral e sem reservas implica, por parte de
quem confessa, a aceitação de todos os factos que lhe são imputados e não
admite condições ou alterações aos factos admitidos, tal como constam da
acusação (…) É contraditório afirmar-se que o arguido confessou integral-
mente e sem reservas os factos que lhe são imputados na acusação e, depois,
considerar-se como não provado um dos factos que lhe eram imputados”.
Nos termos do Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra de 18/04/2012:
“Quando o arguido nas suas declarações, embora reconhecendo os factos objeti-
vos, invoca para a sua prática uma causa de exclusão da ilicitude e da culpa e, por
conseguinte não confessa o facto subjetivo imputado, não podem ter-se por con-
fessados integralmente os factos da acusação que integram a prática do crime”.
78
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v3i1.39 – FerreirA De OliveirA, André.
23
RODRIGUES, Anabela. A celeridade no processo penal, p. 240.
24
MARTINHO, Helena Gaspar. O direito à não auto-incriminação no Direito da
Concorrência, p. 276, 277.
79
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25
MENDES, Paulo de Sousa Mendes. Lições de Direito Processual Penal, p. 209.
26
DINGELDEY, Thomas. Das Prinzip der Aussagefreiheit im Strafprozessrecht,
p. 407 ss, Apud ANDRADE, Manuel da Costa. Sobre as proibições de prova em
processo penal.
27
ANDRADE, Manuel da Costa. Sobre as proibições de prova em processo penal,
p. 131.
28
Nos termos do artigo 58º nº 5 CP “A omissão ou violação das formalidades
previstas nos números anteriores implica que as declarações prestadas pela
pessoa visada não podem ser utilizadas como prova”.
80
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v3i1.39 – FerreirA De OliveirA, André.
29
Limitação legal ao direito ao silêncio decorre do artigo 61º nº 3 alínea b)
CPP (“Responder com verdade às perguntas feitas por entidade competente
sobre a sua identidade”). No que concerne à segunda das vertentes do Nemo
Tenetur, está prevista legalmente uma limitação no artigo 172º CPP: pode o
Arguido ser compelido, “por decisão da autoridade judiciária competente”, a
ser examinado ou a facultar coisa para exame.
30
Vide também, na temática do Nemo Tenetur: DIAS, Augusto Silva, e RAMOS,
Vânia Costa. O direito à não auto-inculpação (nemo Tenetur se Ipsum Accusare) no
processo penal e contra-ordenacional português. Coimbra: Coimbra Editora, 2009.
31
A Lei 17/2006, 23 Maio (Lei-Quadro de Política Criminal), no seu artigo 6º
(“Orientações sobre a pequena criminalidade”) nº 1, dispõe que “As orienta-
ções de política criminal podem compreender a indicação de tipos de crimes
ou de fenómenos criminais em relação aos quais se justifique especialmente
a suspensão provisória do processo, o arquivamento em caso de dispensa de
pena, o processo sumaríssimo, o julgamento por tribunal singular de proces-
sos por crimes puníveis com pena de prisão superior a 5 anos ou a aplicação
de outros regimes legalmente previstos para a pequena criminalidade” (ana-
lisaremos as menções legais).
32
Arquivamento do Inquérito (artigo 277º CPP, quando a prova cabalmente de-
monstrar que o Arguido não praticou o crime, que é “legalmente inadmissível
o procedimento” ou se o Ministério Público não obteve “indícios suficientes
da verificação de crime ou de quem foram os agentes”) ou Acusação (artigo
283º CPP, se recolher “indícios suficientes de se ter verificado crime e de
quem foi o seu agente” - nos crimes públicos e semipúblicos, na sequência
da Acusação do Ministério Público, poderá haver Acusação pelo Assistente
(artigo 284º CPP) e nos crimes particulares o Ministério Público notifica o
Assistente para que este deduza Acusação [artigo 285º CPP: nestes quem tem
que promover o andamento dos autos é o Assistente, deduzindo Acusação
Particular e se o não fizer em prazo tem o Ministério Público que arquivar os
autos para falta de legitimidade, artigo 69º nº 2 a) e b) 2ª parte CPP].
81
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33
Também expressamente prevista a dispensa de pena nos artigos 35º nº 2,
143º nº 3, 148º nº 2, 186º, 250º nº 6, 286º, 294º nº 3, 364º, 374º-B nº 1 CP.
34
Os Acórdão do Tribunal da Relação do Porto (Processo 278/14.2GDGDM.
P1, 14/10/2015), da Relação de Évora (Processo 3/10.7GCRDD.E1,
27/03/2012) e da Relação de Lisboa (Processo 819/14.5PAAMD-3, de
22/06/2016) decidiram não ser possível ao Assistente requerer a abertura da
instrução face ao arquivamento nos termos do artigo 280º nº 1 CPP.
O Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra (Processo 148/13.1GCVIS.C1,
22/01/2014) decidiu pela irrecorribilidade do despacho (de concordância com
o arquivamento) do Juiz de instrução porquanto não é um ato decisório, antes
constituindo uma “mera formalidade essencial de controlo da legalidade”.
35
Artigos 143º, 151º, 153º, 158º nº 1, 180º, 203º e 217º CP.
36
Inexistindo concordância, seguem os autos os trâmites normais. O Acórdão
do Supremo Tribunal de Justiça de Fixação de Jurisprudência 16/2009
(Processo 270/09.9YFLSB, 18/11/2009) determinou que “A discordância
do Juiz de Instrução (…) não é passível de recurso”.
37
O Assistente é um sujeito processual que intervém como colaborador do
Ministério Público, subordinando a sua intervenção à autoridade daquele; nos
crimes particulares é obrigatória a sua constituição, sob pena de findar a ação
penal (artigos 50º nº 1, 68º nºs 1 e 2 e 246º nº 4 CPP. Obrigatoriamente têm
que estar representados em juízo por Advogado, que os pode acompanhar
nas diligências em que intervierem, artigo 70º CPP e 20º nº 2 CRP). O artigo
68º CPP discrimina quem se poderá constituir Assistente.
82
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v3i1.39 – FerreirA De OliveirA, André.
38
Relativo ao mesmo bem jurídico.
83
Revista Brasileira de Direito Processual Penal, vol. 3, n. 1, 2017, 2525-510X
39
Ministério Público, separador Procuradoria-Geral da República. Disponível em:
<https://simp.pgr.pt/circulares/mount/files/1389784021_directiva_1_2014.
pdf>. Acesso em: 13 dez. 2016.
40
Deve o despacho do Ministério Público conter todos os elementos necessá-
rios que permitam a sua plena compreensão, com uma narração sintética mas
clara dos “factos e sua qualificação jurídico-penal”, a justificação no caso dos
pressupostos de aplicação do instituto, “as obrigações impostas ao arguido e
respectiva duração”.
41
Vide também, na temática da suspensão provisória do processo: ALMEIDA,
Carlota Pizarro de, Diferentes versões do consenso: suspensão provisória do pro-
cesso e mediação penal. Revista do CEJ, Lisboa, nº 16, p. 101-112, 2º semestre
2011; CORREIA, João Conde. Bloqueio judicial à suspensão provisória do processo.
Porto: Universidade Católica, 2012; NARCISO, Francisco Mendonça, Papéis pinta-
dos com tinta: a aplicação da suspensão provisória do processo pelos magistrados
do M.º P.º. Revista do Ministério Público, Lisboa, Ano 31, nº 123, p. 83-107, 2010.
42
Forma especial de processo prevista nos artigos 392º e seguintes CPP.
43
CAEIRO, Pedro. Legalidade e oportunidade, p. 36-37.
84
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v3i1.39 – FerreirA De OliveirA, André.
44
Disponível em: <http://www.ministeriopublico.pt/destaque/diretiva-no-
12016-da-procuradora-geral-da-republica>. Acesso em: 13 dez. 2016.
45
Vide também, na temática do processo sumaríssimo: FIDALGO, Sónia, O
processo sumaríssimo na revisão do código do processo penal. Separata da
Revista do CEJ. Lisboa, 9, p. 297-319, 1º semestre 2009; SILVA, Júlio Barbosa
e. Dores de crescimento: algumas dúvidas à volta do processo especial su-
maríssimo e contributos para uma clarificação prática. Revista do Ministério
Público. Ano 34, nº 133, p. 137-166, 2013.
85
Revista Brasileira de Direito Processual Penal, vol. 3, n. 1, 2017, 2525-510X
46
O que poderá configurar, in concreto, uma violação dos princípios da plena
defesa e da culpa, com acolhimento constitucional.
47
CAEIRO, Pedro. Legalidade e oportunidade, p. 31 e seguintes.
48
DIAS, Jorge de Figueiredo. Acordos Sobre a Sentença Em Processo Penal, p. 14.
86
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v3i1.39 – FerreirA De OliveirA, André.
49
SIMAS SANTOS, Manuel; LEAL-HENRIQUES, Manuel; SIMAS SANTOS,
João. Noções de Processo Penal, p. 35-36.
50
DIAS, Jorge de Figueiredo. Direito Processual Penal I, p. 131.
51
RODRIGUES, Anabela M. A celeridade no processo penal. Uma visão de di-
reito comparado, p. 240.
52
LEITE, Inês Ferreira. “Arrependido”, p. 4: “se a figura do “arrependido” pode
surgir no âmbito de crimes de execução singular, já a figura do arguido “co-
87
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58
Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, Ministério Público. Disponível em:
<http://www.pgdlisboa.pt/docpgd/doc_mostra_doc.php?nid=153&doc=fi-
les/doc_0153.html>. Acesso em: 13 dez. 2016.
59
Disponível em: <www.oa.pt/upl/%7Bee0e9275-cf60-4420-a2f4-840bd-
0c0bb2b%7D.pdf>. Acesso em: 13 dez. 2016.
60
Disponível em: <www.pgdlisboa.pt/docpgd/files/acordos%20souto%20
moura.pdf>. Acesso em: 13 dez. 2016.
90
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v3i1.39 – FerreirA De OliveirA, André.
61
Bases Jurídico-Documentais, IGFEJ, Disponível em: <http://www.dgsi.pt/jstj.
nsf/954f0ce6ad9dd8b980256b5f003fa814/533bc8aa516702b980257b4e-
003281f0?OpenDocument>. Acesso em: 13 dez. 2016.
91
Revista Brasileira de Direito Processual Penal, vol. 3, n. 1, 2017, 2525-510X
62
DIAS, Jorge de Figueiredo. Acordos Sobre a Sentença Em Processo Penal,
p. 112 e 111.
63
Ibidem, pp. 14 e 17.
64
Black’s Law Dictionary, 9ª edição, West, Eagan, 2009.
65
ALBERGARIA, Pedro. Plea Bargaining, p. 20.
92
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v3i1.39 – FerreirA De OliveirA, André.
66
ALBERGARIA, Pedro. Plea Bargaining, p. 22 e 23.
67
Vide também, na temática do pela bargaining: RAUXLOH, Regina. Plea bar-
gaining in national and International law: a comparative study. Abingdon:
Rotledge, 2016.
68
DIAS, Jorge de Figueiredo. Acordos Sobre a Sentença Em Processo Penal, p. 38.
69
Vide, a respeito da matéria contraordenacional: BRANDÃO, Nuno. Acordos
sobre a Decisão Administrativa e sobre a sentença no processo contra-orde-
93
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O máximo da pena a acordar tem que ser um tal que não exceda
a medida da culpa nem as exigências ótimas de prevenção geral
positiva, enquanto o mínimo tem de ser bastante para dar guari-
da às necessidades de defesa da ordem jurídica e de prevenção
especial positiva. 71
71
DIAS, Jorge de Figueiredo. Acordos Sobre a Sentença Em Processo Penal, p. 62.
95
Revista Brasileira de Direito Processual Penal, vol. 3, n. 1, 2017, 2525-510X
72
Artigo 1º b) CPP, “o juiz, o juiz de instrução e o Ministério Público, cada um
relativamente aos atos processuais que cabem na sua competência”.
73
Artigo 141º nº 1 b) CPP.
74
DIAS, Jorge de Figueiredo. Acordos Sobre a Sentença Em Processo Penal, p. 79.
96
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v3i1.39 – FerreirA De OliveirA, André.
75
DIAS, Jorge de Figueiredo. Acordos Sobre a Sentença Em Processo Penal, p. 95.
76
Nos termos do artigo 262º CPP o Inquérito engloba as diligências que visam
“investigar a existência de um crime, determinar os seus agentes e a respon-
sabilidade deles e descobrir e recolher as provas, em ordem à decisão sobre
a acusação”, tendo inicio com a notícia do crime e cabendo e sendo dirigido
pelo Ministério Público, artigo 263º CPP.
77
A Instrução é uma fase processual facultativa, apenas admissível na forma
comum de processo, visando “a comprovação judicial da decisão de deduzir
acusação ou de arquivar o inquérito em ordem a submeter ou não a causa a
julgamento”, artigo 286º CPP. Nos termos do artigo 287º CPP a Instrução
pode ser requerida pelo Arguido (se o Ministério Público, ou o Assistente
nos crimes particulares, tiver deduzido Acusação) ou pelo Assistente (sendo
o crime semipúblico ou público, se o Ministério Público não tiver deduzido
Acusação).
78
DIAS, Jorge de Figueiredo. Acordos Sobre a Sentença Em Processo Penal, p.. 103.
97
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conclusões
79
COSTA, Eduardo Maia. Justiça Negociada, p. 93 e 97.
98
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v3i1.39 – FerreirA De OliveirA, André.
80
i) «Terrorismo»: crimes de organizações terroristas, terrorismo, terrorismo
internacional e financiamento do terrorismo; j) ‘Criminalidade violenta’: cri-
mes dolosos contra a vida, a integridade física, a liberdade pessoal, a liberda-
de e autodeterminação sexual ou a autoridade pública, puníveis com pena de
prisão de máximo igual ou superior a 5 anos; l) ‘Criminalidade especialmente
violenta’: crimes puníveis com pena de prisão de máximo igual ou superior
a 8 anos; m) ‘Criminalidade altamente organizada’: crimes de associação cri-
minosa, tráfico de pessoas, tráfico de armas, tráfico de estupefacientes ou
de substâncias psicotrópicas, corrupção, tráfico de influência, participação
económica em negócio ou branqueamento.
81
Defendemos também, que terá que ser feita uma interpretação redutora tele-
ológica: parece-nos que o campo por excelência de mecanismos processuais
desta índole se situa no domínio da criminalidade organizada, tráfico de estu-
pefacientes e terrorismo (latu sensu considerado).
99
Revista Brasileira de Direito Processual Penal, vol. 3, n. 1, 2017, 2525-510X
referêncIas BIBlIográfIcas
ALBERGARIA, Pedro. Plea Bargaining: Aproximação à Justiça Negociada nos
E.U.A. Coimbra: Almedina, 2007.
ALMEIDA, Carlota Pizarro de, Diferentes versões do consenso: suspensão
provisória do processo e mediação penal. Revista do CEJ, Lisboa, nº 16, p. 101-
112, 2º semestre 2011.
ANDRADE, Manuel da Costa. Consenso e Oportunidade (Reflexões a propósito
da suspensão provisória do processo e do processo sumaríssimo). In: O Novo
Código do Processo Penal. Coimbra: Almedina, 1995.
ANDRADE, Manuel da Costa. Sobre as proibições de prova em processo penal.
Coimbra: Coimbra Editora, 2013.
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