Autismo _ Vendo o Mundo de Forma Diferente - Camilla Gomes
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TEA
Diagnóstico
Autismo e seus vários graus
Autismo leve
Autismo moderado
Autismo severo
Autistas severos também podem aprender
Comportamento agressivo de um autista
O que é o tratamento
Como lidar com o autismo: 7 comportamentos indicados
Como os pais podem ajudar a criança com autismo
Como lidar com o Autismo: tornando a escola o ambiente
ideal
Confira os direitos da pessoa com Transtorno do Espectro
Autista
Identificação
Saúde
Terapia
Medicamento
Educação
A história do autismo
Ao que tudo indica, uma das primeiras e mais
importantes menções as características do autismo teria
vindo dos estudos do psiquiatra austríaco, Leo Kanner,
quando este observava crianças exibindo
comportamentos atípicos com relação à necessidade,
capacidade e procura por relações sociais comuns.
Em seus estudos, realizados no ano de 1943, Kanner
apontaria também para as respostas incomuns dadas
pelas crianças ao ambiente, dessa forma, cunhando o
nome “distúrbio autístico do contato afetivo” como sendo
a origem das dificuldades apresentadas.
Durante os anos 50 e 60 do mesmo século, novas
pesquisas seriam feitas com base nas descobertas de
Kanner, no entanto, aparentando terem trazido ainda
mais dúvidas e confusão para algo que naquela altura
ainda pouco se conhecia.
Como exemplo, alguns pesquisadores chegaram a
constatar que o comportamento autista seria originado
por relações pobres entre pais e filhos, na medida em
que pais e mães ao tratar seus descendentes de maneira
pouco emocionalmente afetiva, seriam responsáveis por
sua causa.
No início dos anos 60, no entanto, com novos estudos
sendo realizados, constatou-se pelo número de
evidências surgidas ao redor do mundo todo que o
autismo seria um transtorno cerebral presente desde a
infância de seus acometidos, não escolhendo lugar e
nem situação socioeconômica para acontecer ou se
manifestar.
TEA
Autismo leve
No nível1, a maior dificuldade enfrentada por um autista
é uma inabilidade de desenvolver suas relações
com as outras pessoas em determinados
contextos. Pode ser que ele se dê muito bem com as
pessoas que vivem na mesma casa ou na mesma rua,
mas na escola ou no trabalho, apresente
um distanciamento maior.
Também, ainda no começo da infância, indivíduos com
autismo leve apresentam atraso no desenvolvimento da
linguagem, como atrasos para falar e um repertório
restrito de palavras. Isso costuma ser um dos primeiros
sinais notados pela família.
No planejamento do dia a dia, suas diversas atividades
estão comprometidas por uma tendência ao isolamento
e a dificuldade de flexibilidade com ordens e
regras. O problema é que essas características são
facilmente confundidas com hiperatividade. E como, na
maioria dos casos, os primeiros sinais aparecem nos
primeiros anos de vida, muitas pessoas não reconhecem
a possibilidade de haver o autismo na criança e tratam
como apenas uma fase.
Entretanto, são crianças que alcançam a independência
facilmente e não precisam de um ambiente adaptado.
Essas crianças podem estudar num colégio regular e
utilizar os mesmos materiais e grade curricular que os
demais.
Outras características do autismo leve:
Autismo severo
O autista de nível severo é completamente dependente
de um adulto para realizar as atividades da vida diária. E
aqui não estamos falando de alguém que se nega a
responder um chamado, mas de uma pessoa que não
tem autonomia para, por exemplo, comer ou ir ao
banheiro e outros hábitos de higiene. Além disso,
acumulam-se os problemas dos graus 1 e 2, como
dificuldade de fala, isolamento e irritação.
Identificação
Há dois anos foi criada a Carteira de Identificação da
Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea). O
documento garante atenção integral, pronto atendimento
e prioridade nos serviços públicos e privados, em
especial nas áreas de saúde, educação e assistência
social.
A Ciptea foi criada pela norma batizada de Lei Romeo
Mion, que é filho do apresentador de televisão Marcos
Mion e tem TEA.
Segundo Fabricio Posocco, a carteira é expedida pelos
órgãos estaduais, distritais e municipais que executam a
Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com
Transtorno do Espectro Autista. “Para tirar o documento,
a família deve apresentar um requerimento
acompanhado de relatório médico com a indicação do
código da Classificação Estatística Internacional de
Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID). A
identidade deve ser renovada a cada cinco anos”.
Saúde
A pessoa com transtorno do espectro autista tem direito
ao acesso às ações e serviços de saúde, oferecidos pelo
Sistema Único de Saúde (SUS) e pelo plano privado de
assistência à saúde, com vistas à atenção integral às
suas necessidades.
“A Lei 12.764/12 garante o acesso ao diagnóstico
precoce, ao atendimento multiprofissional, à nutrição
adequada, aos medicamentos e as informações que
auxiliem no tratamento”, explica o professor.
Terapia
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
divulgou, recentemente, uma resolução normativa que
regulamenta a cobertura mínima obrigatória de sessões
com psicólogos, terapeutas ocupacionais e
fonoaudiólogos, para o tratamento e manejo do
transtorno do espectro autista.
“O beneficiário de plano de saúde tem direito a cobertura
mínima obrigatória de fonoaudiologia, que pode variar
entre 12 a 96 sessões por ano, dependendo do seu
critério clínico. Já a cobertura obrigatória com sessão de
psicólogo e terapeuta ocupacional pode ser ilimitada
para pacientes com diagnóstico primário ou secundário
de transtornos globais do desenvolvimento (CID F84) ou
de no mínimo 40 sessões anuais para os demais casos”,
revela o advogado.
Fabricio Posocco orienta que o médico tem autonomia
para prescrever o tratamento mais adequado ao
paciente. “Quando a enfermidade necessita de
procedimento específico e prolongado, como no caso do
autismo, a operadora de saúde deve fornecer ou custear.
O beneficiário que recebe negativa pode buscar seus
direitos na Justiça a fim de melhorar a sua qualidade de
vida e a sua idependência”.
Medicamento
A rede pública de saúde disponibiliza inúmeros fármacos
gratuitos para ajudar a controlar alguns sintomas
relacionados ao autismo. Todavia, quando a receita
aponta um remédio de alto custo ou que não é
encontrado nas farmácias das Unidades Básicas de
Saúde do SUS, a pessoa deve fazer um pedido judicial.
“O interessado pode contratar um advogado de sua
confiança ou comparecer ao fórum mais próximo com
comprovante de residência, documentos pessoais
da pessoa com TEA e do responsável legal, junto com o
pedido médico da medicação”, ensina o professor.
Educação
Todas as escolas do país devem aceitar a matrícula da
pessoa com transtorno do espectro autista, ou qualquer
outro tipo de deficiência. O gestor escolar que recusar
pode ser punido com multa de 3 a 20 salários-mínimos.
“Além disso, a criança, adolescente ou adulto com TEA,
que esteja matriculada em classe comum de ensino
regular, tem direito a acompanhante especializado se
comprovar esta necessidade”, explica o professor e
advogado Fabricio Posocco, do escritório Posocco &
Advogados Associados.