Plano Diretor Macaiba Corrigido

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PLANO DIRETOR DE MACAÍBA

LEI COMPLEMENTAR nº 02/2021

Dispõe sobre o Plano Diretor Participativo do


Município de Macaíba e dá outras providências.

TÍTULO I

Da Política Territorial

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Em atendimento às disposições do Art. 182 da Constituição Federal, do Capítulo
III da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade, do Capítulo IV da Lei n°
13.089, de 12 de Janeiro de 2015 – Estatuto da Metrópole e do Título I, Capítulo II, art. 11, da
Lei Orgânica do Município de Macaíba, fica aprovado, nos termos desta Lei, o Plano Diretor
Participativo do Município de Macaíba.
Art. 2º O Plano Diretor Participativo de Macaíba é o instrumento básico da política de
desenvolvimento territorial sustentável do Município e integra o processo de planejamento
municipal, devendo o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento Anual
incorporarem as diretrizes, as metas e as prioridades nele contidas.
Art. 3º O Plano Diretor Participativo do Município de Macaíba deve ser determinante
para todos os agentes público e privado que atuam conjuntamente na construção, no
planejamento e na gestão do território.

CAPÍTULO II

DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS E OBJETIVOS


Art. 4º São princípios fundamentais que orientam a política de desenvolvimento
territorial no Município de Macaíba:
I – função socioambiental da cidade e da propriedade;
II – desenvolvimento Sustentável;
III – gestão democrática e participativa;
IV – equidade e inclusão Social e Territorial.
§ 1º A função socioambiental da cidade, no Município de Macaíba, corresponde ao
direito à cidade para todos, o qual compreende o acesso à terra urbanizada, à habitação, ao
saneamento ambiental, à infraestrutura urbana aos serviços públicos, ao transporte coletivo, à
mobilidade urbana e à acessibilidade ao trabalho, à cultura e ao lazer.
§ 2º A propriedade cumprirá sua função socioambiental, quando atendidas as exigências
fundamentais de ordenação da cidade expressas neste Plano Diretor, assegurando o atendimento
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das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social e ao desenvolvimento
das atividades econômicas, tendo como base os princípios do desenvolvimento sustentável.
§ 3º Para efeitos desta Lei, entende-se como Desenvolvimento Sustentável o
desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a
capacidade de atender às necessidades das futuras gerações.
§ 4º A gestão democrática e participativa tem como objetivo garantir a participação
direta dos cidadãos individualmente, ou por suas organizações representativas, na elaboração,
na execução e no controle da política urbana.
Art. 5º A política de desenvolvimento territorial do Município de Macaíba terá como
principais objetivos:
I – orientar, promover e direcionar o desenvolvimento do Município, assegurando a
proteção e o uso sustentável dos ecossistemas e recursos naturais;
II – garantir o desenvolvimento sustentável, priorizando a função socioambiental da
propriedade e visando assegurar ao cidadão o atendimento aos princípios fundamentais da
Constituição Federal e legislações correlatas;
III – promover o desenvolvimento econômico local, priorizando o uso racional dos
recursos naturais em prol do bem-estar social e a garantia de um crescimento econômico
ambientalmente sustentável, necessário para suprir as demandas atuais e as necessidades das
futuras gerações;
IV – garantir o direito universal à moradia digna, democratizando o acesso a terra e aos
serviços públicos de qualidade;
V – mitigar o processo de segregação socioespacial na cidade, através do combate à
especulação imobiliária, do cumprimento da função socioambiental da propriedade e do
combate à exclusão social ,por meio de políticas para a produção imobiliária, sobretudo para a
população de baixa renda, inclusive em áreas centrais, e da urbanização e regularização
fundiária em áreas ocupadas por população de baixa renda, visando à inclusão social de seus
habitantes e ao direito à cidade;
VI – garantir a justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de
urbanização, recuperando e transferindo para a coletividade a valorização imobiliária
decorrente da ação do Poder Público;
VII – prevenir distorções e abusos na utilização econômica da propriedade, coibindo o
uso especulativo de imóveis urbanos como reserva de valor, resultante na sua subutilização, e
assegurando o cumprimento da função socioambiental da propriedade;
VIII – adequar o uso e ocupação do solo à capacidade de suporte da infraestrutura urbana
instalada, compatibilizando as condições do meio ambiente, considerando-se áreas onde a
ocupação pode ser intensificada e outras onde deve ser limitada;
IX – melhorar a qualidade de vida da população;
X – garantir a acessibilidade universal, entendida como o acesso de todos a qualquer
ponto do território municipal, por intermédio da rede viária e do sistema de transporte público;
XI – estimular parcerias entre os setores público e privado em projetos de urbanização,
ampliação e transformação dos espaços públicos do Município, mediante o uso de instrumentos
para o desenvolvimento urbano, atendendo às funções socioambientais da cidade;

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XII – estimular parcerias com instituições de ensino e pesquisa, visando à produção de
conhecimento científico e à formulação de soluções tecnológica e ambientalmente adequadas
às políticas públicas;
XIII – garantir a inclusão social, dando acesso a bens e serviços públicos com políticas
sociais para todos os munícipes;
XIV – promover a integração e a cooperação com os governos federal, estadual e com
os Municípios da região metropolitana de Natal, no processo de planejamento e gestão das
funções públicas de interesse comum;
XV – adotar medidas de adaptação às mudanças climáticas;
XVI – estimular parcerias entre os setores público e privado na área de Inovação
Tecnológica, com a finalidade de fomentar a atração de empresas ou a implantação de projetos
dessa natureza no município;
XVII – ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade
urbana;
XVIII – fomentar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e da Nova Agenda
Urbana Mundial;
XIX – priorizar a proteção dos recursos hídricos e a sua utilização sustentável;
XX – priorizar, no sistema viário, o transporte coletivo e modos não motorizados;
XXI – estabelecer uma política habitacional, contemplando a produção de novas
habitações, em localizações e condições dignas, incluindo os aspectos socioambientais, a
regularização fundiária e a urbanização dos assentamentos informais e parcelamentos
irregulares, priorizando o interesse social;
XXII – conceder incentivos especiais à produção de habitação de interesse social,
mediante o aumento da oferta e disponibilidade de utilização do solo urbano;
XXIII– aplicar instrumentos que permitam regularizar os assentamentos informais e
parcelamentos irregulares ocupados preferencialmente por população de baixa renda,
permitindo a diversidade de formas de ocupação na cidade.

CAPÍTULO III

DAS DIRETRIZES BÁSICAS DA POLÍTICA TERRITORIAL


Art. 6º Constituem-se diretrizes básicas da política territorial:
I – compatibilizar o uso e a ocupação do solo com a proteção ao meio-ambiente,
reduzindo a especulação imobiliária e orientando a distribuição de infraestrutura básica e
equipamentos urbanos;
II – incentivar a construção e a permanência de habitação de interesse social, definindo
instrumentos que permitam regularizar os assentamentos informais e parcelamentos irregulares
ocupados, preferencialmente, por população de baixa renda, observando o que dispõe a Política
Nacional de Habitação e Regularização Fundiária;
III – definir critérios de controle do impacto urbanístico dos empreendimentos público
e privado;
IV – promover e incentivar o turismo como forma de desenvolvimento econômico e
social, respeitando e priorizando a proteção ao meio ambiente, o patrimônio histórico-cultural,
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observando, no entanto, as peculiaridades locais, tendo o cuidado especial com a população
nativa;
V – definir o sistema de planejamento como processo participativo, através de conselhos
ou colegiados, assegurando e estimulando a participação da comunidade;
VI – promover convênios e consórcios com entidades pública e privada que possam
desenvolver estudos específicos sobre o planejamento, notadamente, com suas atribuições
comprometidas com a continuidade dos estudos e diagnósticos das peculiaridades locais, as
quais deverão orientar as revisões do Plano Diretor, mantendo-o sempre atual, participativo e
democrático;
VII – definir operações consorciadas com Municípios vizinhos e com a iniciativa
privada, visando à qualidade do transporte coletivo e do saneamento ambiental, conforme
estabelece a Lei n° 13.089, de 12 de Janeiro de 2015 – Estatuto da Metrópole;
VIII – promover a distribuição dos serviços públicos de forma socialmente justa e
espacialmente equilibrada;
IX – estimular e possibilitar as condições de autonomia para o deslocamento dos
portadores de deficiência;
X – garantir suficiente reserva de terras públicas municipais, adequadas para
implantação de áreas verdes, de programas habitacionais e regularização fundiária, de
equipamentos urbanos e comunitários;
XI – adotar o “bairro” como unidade territorial do planejamento urbano, utilizando
referenciais conhecidos pela população;
XII – definir áreas ou locais que deverão ser objetos de tratamento especial, em função
de condições de fragilidade ambiental, do valor cênico-paisagístico, histórico-cultural e do
interesse social;
XIII – incentivar a convivência e múltiplos usos em todo o território municipal,
observando-se as diferentes características e funções do sistema viário, as condições ambientais
e de salubridade, considerando os impactos negativos provenientes dessa implantação no
entorno;
XIV – criar procedimentos operacionais, garantindo o controle e a revisão sistemática
deste Plano e da política de desenvolvimento urbano sustentável, levando em consideração a
integração do Município de Macaíba à região metropolitana de Natal.
§ 1° O Município poderá celebrar convênios, contratos, consórcios e parcerias, tanto
com entidades governamentais, quanto com a iniciativa privada, com a finalidade precípua de
atingir os objetivos e as diretrizes previstas nesta Lei.
§ 2° A reserva de terras públicas municipais, de que trata o inciso X deste artigo, será
implementada a partir da fiscalização, levantamento e criação de um banco de dados que
regularizem todas essas áreas, para fins de mapeamento e melhor atuação na escolha da proposta
a ser executada no local, a partir da real necessidade da localidade e seus habitantes.

CAPÍTULO IV

DOS CONCEITOS E DOS TERMOS URBANÍSTICOS


Art. 7º Para os fins desta Lei, serão adotados os seguintes termos e conceitos:
I – adensamento: intensificação do uso do solo;
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II – área construída: é a soma das áreas de todos os pavimentos de uma edificação;
III – área permeável: área do lote onde é possível infiltrar no solo as águas pluviais;
IV – área não computável: área construída não considerada para efeito de cálculo do
coeficiente de aproveitamento, tais como pergolados, beirais, caramanchões, guaritas, garagens,
depósitos de lixo ou gás, casas de máquinas ou subestações;
V – área de risco: área passível de ser atingida por processos naturais ou antrópicos,
causadores de efeitos adversos, situada em vertentes e em torno destas, áreas suscetíveis de
inundação ou alagamento, baixos topográficos, faixas de domínio de linhas ferroviárias, faixas
de servidão de linhas de transmissão de energia elétrica de alta tensão, áreas sob linhas de
canalização de gás, encostas e áreas de instabilidade sujeitas a desabamentos ou soterramentos;
VI – área especial: porção do território municipal, delimitada por Lei, que se sobrepõe
às zonas em função de peculiaridades que exigem tratamento especial;
VII – área especial de interesse social (AEIS): são definidas pelas características
socioeconômicas e culturais da população, com renda familiar predominante de até 3 (três)
salários mínimos, e pelos atributos morfológicos dos assentamentos;
VIII – área útil: a área interna total dos compartimentos, com exceção das ocupadas
pelas paredes;
IX – área verde: espaço livre onde há o predomínio de vegetação arbustiva e arbórea,
cuja impermeabilização artificial do solo não exceda o prescrito para cada zona ou área, com
relação a área total da Gleba;
X – coeficiente de aproveitamento: índice obtido, quando se divide a área construída
pela área do lote;
XI – coeficiente de aproveitamento básico: é o coeficiente de aproveitamento do solo
para todos os terrenos estabelecidos na área urbana e de expansão urbana do Município, sendo
considerada 1,5 para Macaíba;
XII – coeficiente de aproveitamento máximo: é o coeficiente máximo de aproveitamento
do solo, permitido nas zonas urbanas, através do pagamento de outorga onerosa ou da
transferência do potencial construtivo;
XIII – compensação ambiental: é a contrapartida do empreendedor, destinada a retribuir
e compensar a coletividade pelos danos não mitigáveis causados ao meio ambiente, decorrentes
da implantação de empreendimentos e atividades de interesse social ou de utilidade pública, ou
no caso de empreendimentos e atividades privadas de destinação coletiva, de forte impacto ao
meio ambiente, sem prejuízo de responsabilização civil, penal e administrativa por eventual
dano ambiental;
XIV – condomínio: é a edificação ou conjunto de edificações com elemento de
separação (muro, cerca etc.), com acesso controlado, composto de unidades autônomas,
implantadas sobre terreno comum, dotado de instalações comuns, nos termos da legislação
específica, podendo ser resumido como um espaço dividido por diversos proprietários
compartilhadores de áreas afins, podendo ser de usos múltiplos, nos termos da legislação
específica; condomínio;
XV – condomínio de lotes: é um condomínio edilício sem edificação, dotado de obras
de infraestrutura mínima, contendo: vias de circulação, escoamento de águas pluviais, rede de
abastecimento d'água, soluções para esgotamento sanitário e energia elétrica domiciliar, onde

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cada proprietário é dono da sua parte individual exclusiva e, também, de uma fração das áreas
em comum;
XVI – condomínio urbano simples: usado apenas na zona urbana, não se restringindo a
uso habitacional e se caracterizando, quando o proprietário possui um terreno e nele edifica
unidades de áreas e formatos diferentes, com acessos independentes para todas as unidades, tais
como: vilas e núcleos urbanos informais;
XVII – condomínio Rural –é um tipo de condomínio de lotes a ser instalado na Zona
Rural do Município, onde a parcela mínima do lote é de 2.000,00 m² com testada mínima de
30,00 m;
XVIII – conservação ambiental: compreende a proteção, a manutenção, a restauração e
a recuperação do ambiente natural, garantindo algumas características originais de determinado
ecossistema, sendo possível a utilização humana sob regime de manejo sustentável;
XIX – desenvolvimento sustentável: é o desenvolvimento local socialmente justo,
ambientalmente equilibrado e economicamente viável, assegurando qualidade de vida para
presentes e futuras gerações;
XX – densidade habitacional: é a relação entre o número total de unidades habitacionais
construídas e a área total do terreno no qual estão situadas, expressa em unidades habitacionais
por hectare (UHs/ha);
XXI – desmembramento: subdivisão de área em lotes na qual seja aproveitado o sistema
viário oficial, sem que se abram novas vias ou logradouros públicos, e sem que se prolonguem
ou se modifiquem os já existentes;
XXII – fachada ativa: é toda a ocupação localizada no alinhamento de passeios públicos,
espaço onde não há o uso residencial e com acesso à população
XXIII – gabarito: distância vertical medida entre o meio-fio e um plano horizontal
tangente à parte superior do ponto mais alto da edificação, contabilizando a caixa d’água, a casa
de máquina, as circulações verticais ou qualquer volume construtivo;
XXIV – habitabilidade: qualidade da habitação adequada ao uso humano, com
salubridade, segurança e acessibilidade de serviços e infraestrutura urbana;
XXV – habitação de interesse social: é aquela destinada a famílias que auferem
renda inferior ou igual a 3 (três) salários mínimos, vivendo em loteamentos irregulares e frações
urbanas, apresentando fragilidade em termos de habitabilidade;
XXVI – imóvel rural: é a área contínua formada de uma ou mais parcelas de terras
confrontantes, do mesmo titular, localizada na zona rural do Município;
XXVII – infraestrutura básica: são os equipamentos urbanos de escoamento das águas
pluviais, de iluminação pública, de redes de esgoto sanitário e abastecimento de água potável,
e de energia elétrica pública e domiciliar;
XXVIII – logradouro público: é o espaço livre destinado, pelo Município, à circulação,
à parada ou ao estacionamento de veículos, ou à circulação exclusiva de pedestres ou de
ciclistas, tais como calçadas, praças, parques e áreas de lazer;
XXIX – lote: é o terreno servido de infraestrutura básica, destinado à edificação de
qualquer natureza, possuindo, obrigatoriamente, ao menos uma testada voltada para uma via de
circulação;

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XXX – loteamento: é a subdivisão de área em lotes destinados à edificação de qualquer
natureza, que implique em abertura de novas vias de circulação, logradouros públicos, ou
prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes;
XXXI – loteamento clandestino: é o parcelamento do solo não aprovado pelo Município
e não registrado em cartório;
XXXII – loteamento irregular: é o parcelamento do solo aprovado ou não pelo
Município, com ou sem registro – loteamento de acesso controlado: é um tipo de loteamento
com cercamento nos seus limites e com guarita controlada, no entanto, não podendo haver
impedimento para o acesso às áreas públicas;
XXXIII – lote não conforme: é qualquer tipo de lote, apresentando área e testada menor
que o previsto para as zonas e áreas especiais delimitadas nesta Lei;
XXXIV – mobilidade urbana: é o conjunto de serviços, visando ao deslocamento de
pessoas, bens e mercadorias em todos os níveis, coordenados pelo Poder Público;
XXXV – nascente: é o afloramento natural do lençol freático, apresentando perenidade
e dando início a um curso d’água;
XXXVI – olho d’água: é o afloramento natural do lençol freático, mesmo que
intermitente;
XXXVII – parcelamento: é a divisão da terra em unidades juridicamente independentes,
com objetivo de edificação, por iniciativa do titular do domínio, obrigatoriamente integradas à
estrutura urbana e conectadas ao sistema viário municipal e às redes de serviços públicos
existentes ou projetados;
XXXVIII – localidades rurais: são comunidades conceituadas como todo lugar do
território municipal onde exista um aglomerado populacional permanente em área rural;
XXXIX – preservação ambiental: é o conjunto de métodos, de procedimentos e de
políticas, visando à proteção, a longo prazo, das espécies, do hábitat e dos ecossistemas,
garantindo suas características originais, sendo incompatível com a ocupação humana;
XL – recuo: é a menor distância entre a divisa do terreno e o limite externo da projeção
horizontal da construção em cada um dos seus pavimentos, não sendo considerada a projeção
de beirais e marquises, denominando-se recuo frontal, quando se referir aos limites com
logradouros ou vias públicas e recuos de fundos e laterais, quando se referir às divisas com
outros lotes;
XLI – sistema viário: é o conjunto de vias, logradouros, acessos e travessias, destinados
à circulação de veículos e pedestres, operacionalizado com elementos de fiscalização,
sinalização e controle de tráfego;
XLII – taxa de ocupação: é o índice obtido, quando divide a área correspondente à
projeção horizontal da construção pela área total do lote ou gleba, não sendo considerada a
projeção de beirais e marquises;
XLIII – unidade de conservação da natureza: é o espaço territorial e seus recursos
ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes,
legalmente instituídas pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos,
sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção;
XLIV – uso sustentável: é a exploração do ambiente, garantindo a perenidade dos
recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os
demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável;
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XLV – zonas: são porções do território do Município delimitadas por Lei e
caracterizadas por suas funções social e físico-ambiental diferenciadas.

TÍTULO II

Do Uso e Ocupação Do Solo

CAPÍTULO I

DO MACROZONEAMENTO
Art. 8º O macrozoneamento municipal de Macaíba condicionará o uso e a ocupação do
solo em seu território, dividindo-se nas seguintes macrozonas, conforme delimitação no Anexo
I mapa nº 01:
I – Zona Urbana – ZU;
II – Zona de Expansão Urbana – ZEU;
III – Zona Rural – ZR;
IV – Zona de Proteção Ambiental – ZPA.
§ 1º A Zona Urbana corresponde à área do território municipal ocupada, decorrente do
processo de urbanização, com características propícias a diversos usos, com infraestrutura
básica já instalada e sistema viário definido, permitindo a intensificação controlada do uso do
solo.
§ 2º O perímetro urbano do Município de Macaíba tem o seu limite definido no Anexo
I mapa nº 01 e compreenderá toda a Zona Urbana e de Expansão do município.
§ 3º Os limites dos bairros urbanos do Município de Macaíba, compreendidos por:
Lagoa das Pedras, Campo da Mangueira, Augusto Severo, Fabrício Pedrosa, São José, Alfredo
Mesquita, Centro, Tavares de Lira, Auta de Souza, Campinas, Vilar, Ferreiro Torto, Campo da
Santa Cruz, Liberdade, Bela Macaíba e Mangabeira ficam delimitados conforme Anexo I, mapa
nº 01.
§ 4º A Zona Urbana será considerada, em sua totalidade, como Zona Adensável,
conforme Anexo I mapa nº 01, sendo adotado o coeficiente de aproveitamento básico igual a
1,5. As demais prescrições estão estabelecidas no Anexo II, quadros 01 a 09.
§ 5º A Zona de Expansão Urbana corresponde à área do território municipal ainda não
submetida a processo de urbanização, com baixa densidade e com sistema viário projetado,
permitindo a instalação de infraestrutura ou possuindo programas e projetos voltados a essa
finalidade, conforme Anexo I mapa nº 01.
§ 6º A Zona Rural corresponde à área do território do Município que, por suas
características naturais, destina-se ao uso e à ocupação do solo por populações rurais, dedicadas
exclusivamente à produção agropecuária, à segurança alimentar e nutricional e a outras
atividades correlatas à produção, como comercialização, beneficiamento, armazenamento e
transformação de suas produções e que, por sua importância estratégica, deve ter suas dinâmicas
e identidade cultural e ambiental garantidas.
§ 7º A Zona de Proteção Ambiental corresponde à área na qual as características do
meio físico restringem o uso e a ocupação, visando à proteção, à manutenção e à recuperação
dos aspectos ambientais, ecológicos, paisagísticos, históricos, arqueológicos, turísticos,
culturais, arquitetônicos e científicos.
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Seção I
Das Zonas de Proteção Ambiental
Art. 9° A Zona de Proteção Ambiental (ZPA) representada no Anexo I mapa nº 01,
compõe o patrimônio ambiental da porção territorial do Município, sendo classificadas da
seguinte forma:
I – Zona de Proteção Ambiental I – ZPA I;
II – Zona de Proteção Ambiental II – ZPA II;
III – Zona de Proteção Ambiental III – ZPA III.
§ 1º A Zona de Proteção Ambiental I (ZPA I) – constitui-se de áreas de domínio público
ou privado, destinadas à recuperação ambiental urbana, à proteção dos mananciais, à proteção
das áreas estuarinas e seus ecossistemas associados, e às várias formas de vegetação natural de
preservação permanente, inclusive manguezais, sendo incluídas as margens dos rios e bacias
fechadas de águas pluviais naturais ou artificiais, onde não serão permitidas quaisquer
atividades modificadoras do meio ambiente natural ou atividades geradoras de pressão
antrópica, e quaisquer atividades modificadoras do meio ambiente natural só serão permitidas,
mediante licenciamento ambiental e autorização expressa dos órgãos de controle urbanístico e
ambiental do Município.
§ 2º A Zona de Proteção Ambiental II (ZPA II) – constitui-se de áreas de domínio
público ou privado, destinadas à proteção dos recursos ambientais, especialmente os
ecossistemas lacustres associados a afloramentos do aquífero sob os tabuleiros costeiros, a
vegetação de transição da Mata Atlântica para a caatinga e demais formas de vegetação natural
de preservação permanente, sendo permitido o uso com restrições que não modifique os
sistemas ecológicos.
§ 3º A Zona de Proteção Ambiental III (ZPA III) – constitui-se de áreas de domínio
público ou privado, classificadas como áreas de risco, sujeitas aos eventos ambientais, que
possam trazer riscos aos assentamentos humanos e ao patrimônio natural, histórico, turístico e
cultural ou que apresentem espécies ameaçadas ou em risco de extinção, aí compreendendo os
locais com declividades acima de 40%, os riachos urbanos sazonais, as áreas com potencial de
inundação, os locais de riscos onde existam atividades perigosas, como explosivos, para
utilização destes locais, deve ser apresentado um RIV , apresentando todos os elementos de
impacto e suas medidas mitigadoras .com respectiva reposição florestal no entorno da área
afetada, nos casos de Interesse social, Utilidade Pública e, Baixo Impacto Ambiental, de acordo
com lei Federal 12.651/2012.
§ 4º Para os casos especiais de modificação, envolvendo o meio ambiente, deverá ser
consultado CONDEPA, com apresentação dos estudos específicos sobre os procedimentos e
medidas mitigadoras, com respectiva reposição florestal no entorno da área afetada nos casos
de Interesse social, de Utilidade Pública e, de Baixo Impacto Ambiental, de acordo com lei
Federal 12.651/2012.
Art. 10. O Município, através de seu órgão competente, concederá especial proteção às
áreas verdes urbanas, fazendo com que as ações, atividades ou implantação e expansão de
empreendimentos, que tenham impacto direto ou indireto sobre as mesmas, apenas sejam
realizadas mediante licenciamento ambiental.
§ 1º Fica proibida a supressão de vegetação arbórea ou arbustiva, nas áreas verdes e
logradouros públicos do Município, exceto em caso de emergência fitopatológica ou de
iminente perigo à saúde ou à segurança da população, devendo, nestes casos, serem
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expressamente autorizadas pelo órgão municipal responsável pela gestão ambiental do
Município, e com programada substituição de espécie adequada, a fim de se manter níveis de
arborização, ressalvado o limite estabelecido no inciso IX, Art. 7º, quando aplicado aos
logradouros públicos.
§ 2º As alterações, resultantes em impacto negativo sobre as áreas verdes do Município,
estarão sujeitas à compensação ambiental por parte da pessoa física ou jurídica, causadora do
impacto, sem prejuízo da responsabilidade administrativa, penal e civil em razão do dano
causado ao meio ambiente, nos termos dispostos na legislação pertinente
§ 3º Fica o proprietário do loteamento urbano, originário da área verde, obrigado a
arborizá-la, quando ela estiver desprovida de cobertura vegetal arbórea, em conformidade com
as diretrizes para arborização do município.
Art. 11. Na zona de proteção ambiental I, de que trata o §1º do Art. 9º desta seção, a
Administração Municipal só permitirá atividades modificadoras do meio ambiente natural,
mediante licenciamento ambiental, com respectiva reposição florestal no entorno da área
afetada, nos casos de Interesse social, de Utilidade Pública e de Baixo Impacto Ambiental, nos
termos da lei Federal nº12.651/2012;
Parágrafo único. Para os casos especiais de modificação, envolvendo o meio ambiente,
e nos casos classificados como baixo impacto, deverá ser consultado o Conselho Municipal da
Defesa e Proteção do Meio Ambiente- CONDEPA, com apresentação dos estudos específicos
sobre os procedimentos e medidas mitigadoras.

CAPÍTULO II

DAS ÁREAS S ESPECIAIS


Art. 12. Áreas Especiais são porções da Zona Urbana, da Zona de Expansão Urbana, da
Zona Rural e da Zona de Proteção Ambiental, com destinação específica ou normas próprias
de uso e ocupação do solo, e cujos parâmetros urbanísticos prevalecem sobre os demais índices,
definidos nesta Lei, compreendendo:
I – Áreas Especiais de Interesse Social – AEIS;
II – Áreas e Locais Especiais de Interesse Histórico e Cultural – AELIHC;
III – Áreas Especiais de Interesse Agrofamiliar – AEIA;
IV – Áreas Especiais de Interesse Habitacional – AEIH;
V – Áreas Especiais de Interesse Industrial – AEII;
VI – Áreas Especiais de Controle de Gabarito – ARCG;
VII – Áreas Especiais de Segurança Alimentar e Nutricional AESAN;
VIII – Áreas Especiais de Interesse Econômico, Comercial e Serviços – AEIECS;
IX – Áreas Especiais de Estruturação Viária – AEEV;
X – Áreas Especiais de Localidades Rurais e Núcleos Urbanos Informais – AELRNUI;
Seção I
Das Áreas Especiais de Interesse Social
Art. 13. As Áreas Especiais de Interesse Social – AEIS são definidas pelas
características socioeconômicas e culturais da população e pelos atributos morfológicos dos
assentamentos, e constituem-se das áreas que abrigam população com renda predominante de
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até 03 (três) salários mínimos, situadas em terrenos públicos ou particulares, destinadas à
produção, à manutenção e à recuperação de habitações ou à regularização do solo urbano e da
edificação, compreendendo:
I – terrenos ocupados por favelas, vilas, loteamentos irregulares ou assentamentos que,
mesmo não possuindo as características das tipologias citadas, evidenciam fragilidades quanto
aos níveis de habitabilidade, objetivando-se a implantação de programas de urbanização e
regularização fundiária;
II – terrenos ocupados por assentamentos de comunidades tradicionais, que se
encontram em áreas de implantação ou de influência de empreendimentos econômicos, e
submetidos a processos de valorização imobiliária, com impactos negativos sobre as condições
socioeconômicas e culturais da população residente;
III – glebas ou lotes urbanos, isolados ou contíguos, não edificados, subutilizados ou
não utilizados, com área superior 400,00 m² (quatrocentos) metros quadrados, necessários para
implantação de programas de habitação de interesse social;
IV – os prédios desocupados, subutilizados ou aqueles que possam causar risco ao
entorno pela sua condição de degradação, localizado em áreas centrais da cidade, cujos projetos
terão tratamento diferenciado, resguardando as características próprias de cada imóvel e sua
importância histórica.
Art. 14. Comporão as áreas de interesse social do Município de Macaíba as localidades
relacionadas e delimitadas conforme Anexo I mapa nº 02.
Art. 15. As Áreas Especiais de Interesse Social – AEIS demarcadas no Anexo I mapa nº
02 e elencadas no Anexo II Quadros 14 ficam, desde já, criadas, e aquelas demarcadas
posteriormente após a data da publicação desta Lei serão criadas por Decreto Municipal, a partir
de aprovação prévia do Conselho Municipal da Defesa e Proteção do Meio Ambiente –
CONDEPA.
Parágrafo único. Nas Áreas Especiais de Interesse Social – AEIS, prevalecerão os
parâmetros urbanísticos estabelecidos no Anexo II Quadros 03-A, 05 e 06.
Seção II
Das Áreas e Locais Especiais de Interesse Histórico Cultural
Art. 16. As edificações e espaços de interesse histórico e cultural são aquelas situadas
em terrenos públicos ou particulares, destinadas à produção, à manutenção e à recuperação de
edifícios e sítios de valor histórico e cultural, pertencentes ao patrimônio arquitetônico e
urbanístico municipal, identificadas a seguir:
I – Busto de Augusto Severo;
II – Casarão Véu de Noiva;
III – Capela da Soledade;
IV – Capela São José;
V – Casa da Cultura;
VI – Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição;
VII – Obelisco a Augusto Severo;
VIII – Ruínas do Solar Guarapes;
IX – Solar Caxangá;
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X – Solar da Madalena;
XI – Solar Ferreiro Torto;
XII – Solar Jundiaí
XIII – Solar Mourisco;
XIV – Vila Operária.
§ 1º Outras edificações e locais de significativo valor histórico e cultural deverão ser
identificados no território municipal, podendo haver licença para modificação do seu interior,
no entanto, a parte externa deverá permanecer com suas características o mais aproximado
possível da época da sua utilização plena.
§ 2º Fica garantida a proteção dos locais dos sítios arqueológicos, surgidos em
decorrência de obras, devendo ser apresentados estudos específicos da área, ouvindo o
CONDEPA.
§ 3º O município poderá instituir incentivos fiscais, ou mecanismo de outra natureza,
aos imóveis restaurados e /ou recuperadas as suas características originais.
Seção III
Das Áreas Especiais de Interesse Agrofamiliar
Art. 17. As Áreas Especiais de Interesse Agrofamiliar são áreas destinadas à produção
agropecuária em unidades familiares ou assentamentos, oriundos da reforma agrária no
Município, voltadas ao abastecimento de alimentos de primeira necessidade e à produção
comercial de produtos agropecuários.
§ 1º As Áreas Especiais de Interesse Agrofamiliar correspondem às porções do território
do Município, excluídas as macrozonas Urbana, de Expansão e de Proteção Ambiental, além
das áreas especiais de localidades rurais, conforme Anexo I mapa nº 01( Zona Rural);
§ 2º As atividades de produção agropecuária familiar são aquelas realizadas em áreas
rurais, cuja prevalência do imóvel seja de propriedades familiares ou minifúndios, e sejam
destinadas à dinamização da agropecuária familiar e ao estabelecimento de assentamentos
produtivos e projetos associativos, com fins sociais de moradia rural e de produção
agropecuária, especialmente aqueles organizados em arranjos produtivos locais ou cadeias
produtivas.
§ 3º As atividades de produção familiar deverão dar prioridade à produção agrícola e/ou
à pecuária, mediante a adoção de tecnologias ambientalmente saudáveis, especialmente aquelas
que utilizem formas de energia limpa, oriundas de aerogeradores, biodiesel, biodigestores e
energia solar, e também à produção voltada ao fornecimento de matéria energética para a
geração de tais fontes alternativas de energia limpa.
Art. 18. As áreas destinadas à produção agrofamiliar não poderão ser parceladas em
glebas com dimensões inferiores a 01 (uma) fração de parcelamento de 02 (dois) hectares.
Art. 19. A oportunidade de acesso à propriedade da terra, cumprida sua função
socioambiental, é garantida nos termos dispostos na legislação pertinente e na forma prevista
nesta Lei.
Parágrafo único. Em atendimento ao disposto no caput deste artigo, incumbe ao Poder
Executivo Municipal:

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I – promover e buscar as condições de acesso do trabalhador rural à propriedade da terra
economicamente útil, de preferência nas regiões onde habita, e nas demais áreas voltadas à
agricultura familiar;
II – zelar para que a propriedade da terra rural desempenhe sua função socioambiental,
estimulando planos para a sua racional utilização, promovendo a justa remuneração e o acesso
do trabalhador aos benefícios do aumento da produtividade e ao bem-estar coletivo.
III – promover a Regularização Fundiária Rural nos termos da Lei Federal lei
13.465/2017.
Art. 20. As atividades agropecuárias devem ser prioritariamente destinadas ao
fortalecimento da matriz econômica do Município e da Região Metropolitana, devendo ter as
dinâmicas e identidade cultural das populações rurais preservadas e garantindo não haver
desequilíbrios entre as áreas destinadas ao agronegócio, à agricultura familiar e à segurança
alimentar de sua população.
Seção IV
Das Áreas Especiais de Interesse Habitacional
Art. 21. As áreas especiais de interesse habitacional são aquelas ocupadas por população
de baixa renda ou área não edificada, subutilizada e não utilizada, necessária à implantação de
programas habitacionais para população de baixa renda, ou destinados à regularização fundiária
nos casos de interesse público.
§ 1º As Áreas Especiais de Interesse Habitacional estão definidas conforme Anexo I
Mapa nº 02.3 constante no Anexo II Quadros 03-A, 05 e 0 6
I – Bairro Bela Macaíba
II – Bairro Mangabeira.
§ 2º Nas áreas de que trata o caput deste artigo, o lote mínimo permitido aos novos
parcelamentos será de 125,00 m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e testada mínima de
8,00 m (oito metros).
§ 3º Não poderá ser efetuada doação pública de terreno que não esteja dentro do
programa de interesse habitacional, obedecida à legislação vigente.
§ 4º Para efeitos de Regularização Fundiária, os terrenos, inseridos nas áreas especiais
de que trata o caput deste artigo, poderão ter área mínima da parcela de 80,00 m² e, em casos
específicos, poderão ter áreas menores, como forma de garantir a permanência da comunidade
no seu próprio local de ocupação.
Art. 22. Poderá o Município estabelecer outras áreas de interesse habitacional em
regulamento específico, proposto pelo órgão municipal de planejamento urbano e ambiental do
Município, voltadas à execução da sua política habitacional.
Seção V
Das Áreas Especiais de Interesse Industrial
Art. 23. As Áreas Especiais de Interesse Industrial são áreas destinadas à produção
industrial do Município, ao desenvolvimento de sua matriz econômica e à fixação de suas
unidades produtivas, como geradoras de expressiva parcela do produto interno bruto do
Município, conforme o Anexo I Mapa nº 02.4 e prescrições constantes no Anexo II Quadros
03-A, 06 e 07 assim definidas:
I – Distrito Industrial de Macaíba I – DIM 1;
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II – Distrito Industrial de Macaíba II – DIM 2;
III – Distrito Industrial de Macaíba III – DIM 3,
IV – Distrito Industrial de Macaíba IV – DIM 4.
§ 1º Será permitido uso residencial unifamiliar ou multifamiliar nas áreas tratadas no
caput deste artigo, desde que submetido aos estudos de avaliações ambientais e de Impacto de
Vizinhança – EIV, assegurando que o usos industriais não provocarão danos ambientais à
população.
§ 2º Nos casos dos empreendimentos já instalados com conflitos de usos, deverão ser
realizados estudos específicos para mitigação dos efeitos negativos existentes.
Art. 24. As atividades industriais deverão ser prioritariamente destinadas ao
fortalecimento econômico do Município, o qual se obriga a adotar medidas que:
I – estimulem a instalação dos endereços sede das indústrias, com fins de garantir a
arrecadação de impostos e taxas no âmbito do Município;
II – coíbam a evasão de divisas decorrentes de atos ilícitos ou danosos ao erário público;
III – garantam a livre concorrência no âmbito municipal;
IV – estimulem a utilização de tecnologias pelas indústrias instaladas no Município,
com vistas ao aproveitamento do potencial econômico dos produtos por elas produzidos,
especialmente quanto à verticalização da produção, aprofundando os níveis de manufatura de
seus produtos para elevarem o valor agregado deles, no mercado;
V – estimulem a instalação de indústrias, privilegiando a adoção de tecnologias
absorvedoras do maior número de empregados possível do Município de Macaíba;
VI – promovam o uso de tecnologias ambientalmente sustentáveis;
VII – ofereçam benefícios fiscais às indústrias que empregam moradores do município;
VIII – incentivem a instalação de empresas nas áreas disponíveis do Centro Industrial
Avançado.
Seção VI
Das Áreas Especiais de Controle De Gabarito
Art. 25. As Áreas Especiais de Controle de Gabarito são aquelas que, mesmo passíveis
de adensamento, visam proteger o valor histórico e a visão cênica paisagística identificados no
Anexo I Mapa nº 02.6.
Parágrafo único. Fica definida uma área de controle de Gabarito em frente ao Solar do
Guarapes, no sentido do antigo Porto, sendo limitado a 3,00 m (três metros) de altura, a partir
das ruínas em direção à foz do Rio Jundiaí, conforme prescrições definidas no Anexo II Quadros
03-A, 06 e 07 e no restante do município o gabarito máximo de 81,25 m (oitenta e um vírgula
vinte e cinco metros), ou 25 (vinte e cinco) pavimentos.
Seção VII
Das Áreas Especiais de Segurança Alimentar e Nutricional
Art. 26. Os locais considerados como de Segurança Alimentar e Nutricional são aqueles
destinados à produção de alimentos prioritariamente tradicionais de primeira necessidade,
constituindo-se em melhoria ao acesso a alimentos de boa qualidade e de redução do estado de
insegurança alimentar, a ser assegurado com água de qualidade e suficiente para projetos de

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irrigação, preferencialmente para a população mais carente do Município, e também para
hospitais, creches e merenda escolar
§ 1º As áreas localizadas no entorno de assentamentos humanos, especialmente aqueles
qualificados como assentamentos precários, em Zonas Urbanas, em Zona de Expansão Urbana
ou em Área Especial de Interesse Agrofamiliar, cuja aptidão seja a produção agropecuária,
poderão ser consideradas pelo Município, através de regulamento específico, como Área
Especial de Segurança Alimentar e Nutricional, possuindo as seguintes características:
I – do domínio público ou privado, correspondentes à porção do território adjacente aos
assentamentos humanos, inseridas ou não em áreas urbanas ou de expansão urbana, conforme
estabelecido nesta Lei;
II – são áreas voltadas a garantir espaços de produção de alimentos, destinados ao
abastecimento prioritário da cesta básica alimentar em quantidade e qualidade suficientes, para
promover o estado de segurança alimentar e nutricional, especialmente à população de baixa
renda, residente no Município;
III – não inferior a 0,5 (zero vírgula cinco) hectare, para uso misto, sendo vedado o
parcelamento do solo abaixo desse limite;
IV – lote mínimo não inferior a 0,25 (zero vírgula vinte e cinco) hectares, para uso não
residencial, sendo vedado o parcelamento do solo abaixo desse limite.
§ 2º As parcelas de solo, lotes ou glebas, localizadas na área mencionada no caput deste
artigo, que se mantiverem com mais de 70% (setenta por cento) de sua área total, utilizada para
a produção agropecuária de alimentos de primeira necessidade, poderão ser consideradas pelo
Município, através de regulamento específico, como área especial de segurança alimentar e
nutricional.
§ 3º As áreas localizadas nas zonas urbana e de expansão urbana, cuja atividade
preponderante seja a produção agropecuária e atenda às características referidas anteriormente
nos parágrafos 1° e 2° deste artigo, poderão receber do Município incentivos fiscais para a
manutenção da prática de agricultura urbana, através de regulamento específico a ser inserido
no Código Tributário do Município, com vistas a reduzir as disparidades entre os valores
cobrados pelo Imposto Predial e Territorial e Urbano – IPTU e aqueles cobrados a título de
Imposto Territorial Rural – ITR, incidentes respectivamente sobre a Zona Urbana e a Zona
Rural.
Seção VIII
Das Áreas Especiais de Interesse Econômico, Comercial e Serviços;
Art. 27. A Área Especial de Interesse Econômico, Comercial e Serviços localizada na
parte central da cidade, constante no Anexo I Mapa nº 02.5, em função das atividades
predominantemente comerciais e de prestação de serviço, apresentam dimensões e áreas
diferenciadas e indicam para aplicação de padrões urbanísticos próprios, conforme Quadro de
Prescrições Anexo II Quadros 02, 03-A, 06 e 09.
Seção IX
Das Áreas Especiais de Estruturação Viária
Art. 28. As Áreas Especiais de Estruturação Viária são aquelas localizadas em um raio
de 500,00 m no entorno dos terminais de integração de ônibus e estações de trem ou Veículos
Leves sobre trilhos, que venham a ser implantados, visando otimizar o uso dos terrenos,
induzindo a ocupação dessas áreas, sendo permitido um coeficiente de aproveitamento de 3,0 e
com o fator de planejamento igual a 0,1 na aplicação de sua fórmula.
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§ 1º Serão isentas da Outorga Onerosa, nas áreas de que trata o caput deste artigo, as
novas construções com adoção do uso misto, fachada ativa, espaço para fruição pública e
calçadas maiores que 2,50 metros.
§ 2º O traçado existente ou projetado de linha férrea de trens ou Veículos Leves,
considerados para efeitos desta lei como vias estruturantes, deverá implantar terminais de
integração prioritariamente nos locais a seguir:
I – Parque Tecnológico;
II – Zona de Processamento de Exportação;
III – Centro de Neurociências;
IV – Centro Industrial Avançado;
V – Bairro Bela Macaíba.[C10]
§ 3º O município de Macaíba poderá, através de consórcios de direito público ou
convênios de cooperação, associar-se com os municípios circunvizinhos com o objetivo de
integrar o arco metropolitano de extensão do traçado ferroviário, com a interligação dos
diversos sistemas modais de transporte (ferroviário, rodoviário, fluvial, marítimo e aéreo),
estabelecendo uma faixa de 300,00 metros de cada lado da extensão desta via, prevendo a
adoção do instrumento “ Operação Urbana Consorciada “conforme seção X, Lei 10.257/2001
– Estatuto da Cidade.
Seção X
Das Áreas Especiais de Localidades Rurais e dos Núcleos Urbanos Informais
Art. 29. As Localidades Rurais são conceituadas como sendo todo lugar do território
municipal onde exista um aglomerado populacional permanente em área rural.
§ 1º Considerar-se-ão como sendo Distritos:
I – Cajazeiras;
II – Cana Brava;
III – Traíras.
§ 2º Considerar-se-ão como sendo Comunidades Rurais:
I – As Marias;
II – Betúlia;
III – Cajarana;
IV – Capoeira;
V – Curral das Juntas;
VI – Curralinho;
VII – Félix Lopes;
VIII – Guarapes;
IX – Japecanga;
X – Jundiaí;
XI – Lagoa dos Currais;

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XII – Lagoa do Lima;
XIII – Lagoa do Mato;
XIV – Lagoa dos Pinheiros;
XV – Lagoa do Sítio I;
XVI – Lagoa do Sítio II;
XVII – Lagoa Seca;
XVIII – Lamarão;
XIX – Mata Verde;
XX – Periperi;
XXI – Porteiras;
XXII – Riacho do Feijão;
XXIII – Riacho do Sangue;
XXIV – Sucavão dos Gomes;
XXV – Tabatinga;
XXVI – Tapará;
XXVII – Várzea;
XXVIII – Lagoa Nova;
XXVIX – Lagoa do Peixe;
XXX – Lagoa do Espinho;
XXXI – Lagoa do Embu;
XXXII – Macambira;
XXXIII – Baixa Grande.
§ 3º Considerar-se-ão como sendo Assentamentos Rurais:
I – Eldorado dos Carajás;
II – Quilombo dos Palmares;
III – José Coelho da Silva;
IV – Margarida Alves;
V – Caracaxá;
VI – Zumbi dos Palmares,
VII – Libertação;
VIII – Chico Mendes III.
§ 4º As prescrições urbanísticas, para as localidades rurais, são aquelas definidas no
Anexo II Quadros 2 e 4.
§ 5º Serão implementadas medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais,
destinadas à incorporação dos núcleos urbanos informais, ao ordenamento territorial urbano e
à titulação de seus ocupantes.
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§ 6º os núcleos urbanos informais existentes, sem oposição há mais de cinco anos e cuja
área total dividida pelo número de possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta metros
quadrados por possuidor, são suscetíveis de serem usucapidos coletivamente, desde que os
possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.
§ 7º Para efeito da Regularização Fundiária, a Reurb, promovida mediante legitimação
fundiária, somente poderá ser aplicada para os núcleos urbanos informais comprovadamente
existentes, na forma desta Lei, até 22 de dezembro de 2016.

CAPÍTULO IV

DOS PADRÕES DE OCUPAÇÃO DO SOLO


Seção I
Das Prescrições Urbanísticas da Zona Urbana
Art. 30. Os padrões urbanísticos para a zona Urbana serão definidos, conforme Anexo
II Quadro 02, 04, 04-A, pelos seguintes parâmetros:
I – coeficiente de aproveitamento básico: 1,5 (um vírgula cinco);
II – taxa de permeabilização: 30% (trinta por cento);
III – gabarito máximo de 81,25m (oitenta e um vírgula vinte e cinco metros), ou 25
(vinte e cinco) pavimentos.
Art. 31. O coeficiente de Aproveitamento máximo para a Zona Urbana, constante no
Anexo II Quadro 3, poderá ser redefinido pelo órgão municipal de planejamento urbano e meio
ambiente, a partir de informações da capacidade de suporte da infraestrutura básica fornecida
pelas entidades pública e privada, homologado pelo Conselho Municipal da Defesa e Proteção
do Meio Ambiente – CONDEPA.
§ 1º As concessionárias de serviços públicos, especialmente de água e esgotamento
sanitário e de energia elétrica, ficam obrigadas a fornecer os dados referentes à capacidade de
suporte das respectivas infraestruturas, por bairro, a cada 12 (doze) meses.
§ 2º Os índices que comporão o acompanhamento da capacidade de suporte dos serviços
públicos estão definidos no Anexo II Quadro 2, desta Lei, e serão reavaliados a cada ano, sendo
passível de modificação dos índices das localidades, onde houver mudança ou utilização da
infraestrutura analisada.
§ 3º O órgão municipal de planejamento urbano e meio ambiente manterá o
monitoramento do coeficiente de aproveitamento máximo e disponibilizará os dados acessíveis
pelo Sistema Municipal de Informações urbana e ambiental.
§ 4º Nos casos de saturação da infraestrutura instalada ou disponível, deverão ser
realizados estudos e projetos específicos para atendimento às demandas de adensamento.
§ 5º O controle dos coeficientes de aproveitamento será avaliado no ato do
licenciamento para a obra.
§ 6º As licenças para edificar, nos lotes consolidados não conformes para a localidade
onde o mesmo está inserido, terão análises dos índices urbanísticos e vistorias específicas,
apresentando parecer com base na localidade onde o imóvel está inserido, observando a forma
e compatibilizando com a de ocupação existente no seu entorno.

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Seção III
Do Parcelamento do Solo
Art. 32. O parcelamento do solo observará os padrões urbanísticos definidos para as
zonas e áreas especiais estabelecidas neste Plano Diretor, conforme Anexo II Quadro 1,
§ 1º Fica estabelecido o percentual de reserva de áreas para uso público, destinadas ao
arruamento e à implantação de equipamentos comunitário e urbano constantes no Anexo II
Quadro 1, observando as demais diretrizes definidas em Lei Específica de Parcelamento do solo
vigente.
§ 2º É vedado o parcelamento do solo em áreas impróprias à edificação, até que sejam
asseguradas as condições permitindo a ocupação, devendo o interessado anexar ao projeto
respectivo, proposta de soluções técnicas de correção das condições do terreno para análise.
§ 3º Os projetos de parcelamento do solo devem abranger o imóvel em sua totalidade,
atentando para seu entorno, de modo que não venha a causar prejuízo a terceiros.
§ 4º Para a aprovação de parcelamento do solo, o Município, a critério do órgão
competente, poderá exigir avaliação de impacto urbano e ambiental, levando em conta a
disponibilidade e repercussão sobre o transporte público, acesso aos equipamentos urbanos, ao
saneamento, às condições físico-ambientais e a outros aspectos técnicos relevantes.
§ 5º As áreas destinadas a sistemas de circulação, à implantação de equipamento urbano
e comunitário, bem como a espaços livres de uso público, serão proporcionais à densidade de
ocupação prevista pelo plano diretor ou aprovada por lei municipal para a zona em que se
situam.
Art. 33. Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos:
I – manter faixa vegetada com matas ciliares ao longo das águas correntes e dormentes,
sendo obrigatória uma faixa não inferior à estabelecida pela Lei 12.651/2012, e 15,00 metros
em rios efêmeros (drenagens naturais ocasionais em grandes pluviosidades) ou temporários e
em reservatórios naturais ou artificiais menores que 1(um) hectare.
II – ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das
rodovias, será obrigatória a reserva de uma faixa non-aedificandi de no mínimo 15m (quinze
metros) de cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica;
III – as vias de loteamento deverão, necessariamente, se articular com as vias adjacentes
oficiais, existentes ou projetadas, e harmonizar-se com a topografia local.
IV – Os loteamentos, com área acima de 5 ha, deverão ser dotados de 01 via estruturante
em seu partido urbanístico, além de ser de responsabilidade do empreendedor implantar o
acesso aos novos parcelamentos.
Parágrafo único. A implantação e melhoria adequada com pavimentação, sinalização,
passeio de pedestre, abrigo de transporte coletivo das vias existentes e de acesso aos novos
parcelamentos sob responsabilidade do empreendedor
Art. 34. Para aprovação de loteamento pelo Município, o interessado deverá apresentar
requerimento e planta do imóvel contendo, pelo menos:
I – projeto dos componentes de infraestrutura de abastecimento de água, esgoto,
drenagem, energia elétrica, iluminação pública e memorial descritivo;

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II – declaração das concessionárias de serviços de água, esgotos e energia elétrica,
definindo a viabilidade de fornecimento dos serviços ou a compatibilidade de implantação de
sistemas independentes, com avaliação dos respectivos projetos.
Parágrafo único. O projeto urbanístico deverá contemplar o disposto na Lei Municipal
nº. 1.222/2005 – Lei do Parcelamento do Solo de Macaíba e legislações complementares e
sucedâneas, observando as diretrizes estabelecidas na presente lei.
Art. 35. Fica vedado o parcelamento do solo, para fins urbanos:
I – em terrenos situados fora do alcance dos equipamentos urbanos, nomeadamente das
redes públicas de abastecimento de água potável e de energia elétrica, salvo se atendidas
exigências específicas dos órgãos competentes;
II – em terrenos ou parcelas de terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta
por cento).
§ 1º Excetuam-se, das condições referidas neste artigo, os projetos de regularização
fundiária de assentamentos em área especial de interesse social.
§ 2º Fica vedado o parcelamento do solo, pela iniciativa privada, que acarrete danos
irreversíveis ao meio ambiente, além da área específica do projeto de parcelamento.
§ 3º Nas áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações
bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos, a aprovação do projeto de
loteamento ficará vinculada ao atendimento dos requisitos constantes da carta geotécnica de
aptidão à urbanização.
§ 4º É vedada a aprovação de projeto de loteamento e desmembramento em áreas de
risco definidas como não edificáveis, nesta Lei ou em outra legislação pertinente
Art. 36. No parcelamento do solo, serão destinadas áreas ao arruamento e à implantação
de equipamentos urbanos e comunitários, obedecendo ao traçado e ao regime urbanístico
estabelecido por esta Lei.
§ 1º Os equipamentos públicos urbanos são os equipamentos que compõem as redes de
abastecimento de água e esgotamento sanitário, redes pluviais, de energia elétrica,
comunicação, iluminação pública, arruamento e guias.
§ 2º Os equipamentos públicos comunitários são os de lazer, cultura, educação, esporte,
saúde e segurança.
§ 3º Será também reservada faixa, nos fundos de vales, denominada planície de
inundação] onde não se permitirá qualquer tipo de construção, com a finalidade de amortecer
as vazões que ultrapassam o limite de escoamento das águas pluviais e permitir a implantação
de equipamentos urbanos de infraestrutura.
§ 4º As áreas de manguezal ficam classificadas como áreas de preservação permanente,
ficando vedadas a qualquer tipo de ocupação ou exploração comercial, exceto a pesca
tradicional. Fica também vedada a concessão de licenciamento ambiental, bem como a
renovação das já existentes.
§ 5° Poderá o município recusar ou propor modificação no partido urbanístico, para
atender e compatibilizar o sistema viário e os equipamentos urbanos.
Art. 37. O Município poderá recusar ou alterar, total ou parcialmente, qualquer projeto
de parcelamento do solo, tendo em vista:
I – os objetivos e diretrizes desta Lei;
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II – o desenvolvimento urbano e econômico do Município;
III – a defesa do meio ambiente e das reservas naturais ou turísticas;
IV – a localização, configuração topográfica e características físicas do solo e do
subsolo.
Art. 38. Poderá haver parcelamento rural do solo, desde que atendidos os requisitos de
área mínima exigidos pelo INCRA, conforme Art. 5º da Lei Federal 4.504/64 – Estatuto da
Terra e demais normas pertinentes.
§ 1º O Município poderá fixar diretrizes urbanísticas adicionais, como o traçado viário,
escoamento das águas pluviais e solicitar a implantação de equipamentos urbanos de
infraestrutura e medidas para a proteção da mata ciliar e outros que julgar necessário.
§ 2º Os parcelamentos destinados a Condomínios rurais em Zona de Expansão Urbana,
deverão atender ao estabelecido no Quadro I do Anexo II.
Art. 39. Não será permitido o parcelamento na Zona rural do solo:
I – em terrenos alagadiços e sujeitos às inundações;
II – em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública;
III – em terreno com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se
atendidas exigências específicas das autoridades competentes;
IV – em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação;
V – em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições
sanitárias suportáveis, até a sua correção.
Parágrafo único. Fica vedado o parcelamento rural do solo que acarrete danos
irreversíveis ao meio ambiente, além da área específica do projeto de parcelamento.

CAPÍTULO V

DA MOBILIDADE
Seção I
Dos Objetivos e Diretrizes Gerais
Art. 40. A organização do território municipal deverá ser disciplinada, de modo a
assegurar a mobilidade em seu interior e a compatibilidade necessária com a região
metropolitana de Natal, onde se insere o Município de Macaíba.
Parágrafo único. Por mobilidade, compreende-se o direito de todos os cidadãos ao
acesso aos espaços públicos em geral, aos locais de trabalho, aos equipamentos e serviços
sociais, culturais e de lazer, através dos meios de transporte coletivos, individuais e dos veículos
não motorizados, de forma segura, eficiente, socialmente inclusiva e ambientalmente
sustentável.
Art. 41. A implantação de qualquer projeto, público ou privado, deverá, na respectiva
área, considerar:
I – a articulação e complementaridade com as legislações pertinentes;
II – princípios de acessibilidade previstos na legislação federal aplicável;

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III – critérios e parâmetros urbanísticos estabelecidos nesta Lei, na legislação municipal
de parcelamento e uso e ocupação do solo e no Plano de Mobilidade Urbana (Lei municipal nº
1.752/2015).
Art. 42. São diretrizes gerais para a implementação da política de mobilidade no
Município de Macaíba:
I – prioridade aos pedestres, ao transporte coletivo e de massa e ao uso de bicicletas;
II – integração das medidas e ações municipais, voltadas para a mobilidade com os
programas e projetos estaduais e federais, no que couber;
III – estruturação do transporte coletivo de passageiros para potencializar as funções
urbanas e atender aos desejos e às necessidades de deslocamentos da população, nas áreas
urbana e rural;
IV – desenvolvimento e diversificação dos meios de transporte municipal e
intermunicipal para pessoas e cargas, com aproveitamento do potencial de infraestrutura
hidroviária, rodoviária e cicloviário;
V – minimização dos conflitos entre os meios de transporte de cargas e de pessoas no
sistema rodoviário e cicloviário;
VI – redução dos custos operacionais do sistema de transporte.
Parágrafo único. Todos os equipamentos ou instalações de grande porte, da iniciativa
privada ou governamental, tais como terminais de carga, campos de pouso (aeroportos),
shopping centers, distritos industriais, grandes conjuntos habitacionais e loteamentos (acima de
cem unidades), repartições públicas e vias regionais etc., terão sua localização e relocalização
determinadas pelas diretrizes gerais da infraestrutura viária e de política urbana desta Lei.
Seção II
Do Sistema Viário Urbano
Art. 43. São diretrizes para a infraestrutura física do sistema viário urbano:
I – integrar a política de mobilidade urbana com o Plano Diretor Municipal (Lei
Complementar nº 001, de 19 de dezembro de 2008) e com as demais normas municipais
atinentes ao uso e ocupação do solo, bem como com a Lei Federal nº 10.098 de 19 de dezembro
de 2000 – normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com
deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências;
II – priorizar projetos de transporte coletivo;
III – priorizar os serviços de transporte coletivo sobre o transporte individual
motorizado;
IV – priorizar os meios não-motorizados sobre os motorizados;
V – proporcionar a complementaridade entre meios de mobilidade urbana e os serviços
de transporte coletivo;
VI – diminuir os custos ambientais, sociais e econômicos dos deslocamentos de pessoas
e bens na cidade;
VII – incentivar o desenvolvimento tecnológico e o uso de energias renováveis e não
poluentes;
VIII – promover o desenvolvimento socioeconômico em bases sustentáveis.

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Parágrafo único. O sistema viário estruturante do município atenderá à hierarquização
constante no Anexo II Quadro 11.

TÍTULO III

Dos Instrumentos da Política Urbana

Art. 44. Para promoção, planejamento, controle e gestão do desenvolvimento urbano,


o Município de Macaíba adotará os instrumentos contidos no art. 4º da Lei Federal nº. 10.257,
de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade.
Parágrafo único – Caberá ao órgão municipal de planejamento urbano coordenar as
ações contínuas no acompanhamento da operacionalização dos instrumentos relacionados à
política urbana, a ser apresentado anualmente ao CONDEPA através de um relatório de
implementação.

CAPÍTULO I

DO FUNDO DE URBANIZAÇÃO
Art. 45. Fica criado o Fundo de Urbanização e Meio Ambiente (FURBAM), constituído
das receitas a seguir:
I – valores em dinheiro correspondentes à outorga onerosa do direito de construir área
superior à correspondente aos coeficientes básicos estabelecidos nesta Lei;
II – quaisquer outros recursos ou rendas que lhe sejam destinados;
III – rendas provenientes da aplicação de seus próprios recursos;
IV – 30% (trinta por cento) dos recursos provenientes do licenciamento urbanístico e
ambiental
V – recursos provenientes da aplicação do IPTU progressivo, previsto nesta Lei.
§ 1º Os recursos do FURBAM atenderão aos seguintes critérios de gestão:
I- serão utilizados segundo plano específico, encaminhado anualmente ao Conselho
Municipal da Defesa e Proteção do Meio Ambiente (CONDEPA).
II – serão aplicados na execução de obras de infraestrutura, nos pagamentos de
desapropriações e demais despesas necessárias à implementação de projetos urbanísticos ou na
aquisição de imóveis destinados à criação de novas AEIS;
III – enquanto não forem efetivamente utilizados, poderão ser aplicados em operações
financeiras, objetivando o aumento das receitas do próprio FURBAM;
IV – no fortalecimento institucional do órgão municipal de planejamento urbano e meio
ambiente.
§ 2º O FURBAM será gerido pelo órgão Municipal responsável pelo planejamento
urbano e terá sua regulamentação efetuada pelo Poder Executivo Municipal.

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CAPÍTULO II

DOS INSTRUMENTOS URBANÍSTICOS


Seção I
Do Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios
Art. 46. O Poder Executivo Municipal poderá exigir do proprietário do imóvel não
edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova o seu adequado aproveitamento sob pena
de parcelamento, edificação ou utilização compulsória, devendo fixar os prazos e condições
para implementação desses instrumentos.
§ 1º Considera-se não edificado o lote ou gleba onde o coeficiente de aproveitamento é
igual a zero.
§ 2º Considera-se subutilizado o lote ou gleba:
I – situado na zona urbana que contenha edificação, cuja área construída represente um
coeficiente de aproveitamento inferior a 5% (cinco por cento) para os lotes com área igual ou
acima de 1.000m2 (mil metros quadrados);
II – situado em áreas com destinação específica, contendo edificação de uso não
residencial, cuja área destinada ao desenvolvimento da atividade seja inferior a 1/3 (um terço)
da área do terreno, aí compreendidas áreas edificadas e não edificadas necessárias à
complementação da atividade;
III – imóveis com edificações paralisadas ou em ruínas, situados em qualquer área;
IV – imóveis que não recolham IPTU há mais de 5 anos nos termos da Lei n° 10.406,
de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil e da Lei 13.465, de 11 de julho de 2017 – Regularização
Fundiária.
§ 3º Considera-se solo urbano não utilizado todo tipo de imóvel edificado, estando
comprovadamente desocupado há mais de 3 (três) anos, ressalvados os casos dos imóveis
integrantes de massa falida.
§ 4º No caso de imóveis não utilizados e subutilizados que não apresentarem forma de
utilização, conforme o parágrafo anterior, o Município poderá realizar a demolição da
edificação, adotando as medidas administrativas cabíveis.
Art. 47. Ficam definidas como áreas passíveis de aplicação do parcelamento, edificação
ou utilização compulsória, nos termos do §4º do Art. 182 da Constituição Federal, os imóveis
não edificados, subutilizados ou não utilizados localizados na Zona Urbana, conforme Anexo
I, Mapa 03.1.
§ 1º Fica facultado aos proprietários dos imóveis, de que trata este artigo, propor ao
Poder Executivo Municipal o estabelecimento do consórcio imobiliário, conforme disposições
do Art. 46 da Lei Federal nº. 10.257 de 10 de Julho de 2001 – Estatuto da Cidade.
§ 2º Ficam excluídos da obrigação estabelecida no caput:
I – imóveis que necessitem de áreas construídas menores para o desenvolvimento de
atividades econômicas;
II – imóveis localizados em unidades de conservação da natureza;
III – imóveis de interesse do patrimônio histórico-cultural ou ambiental;
IV – imóveis com exploração de produtos hortifrutigranjeiros, vinculados à produção
de base familiar;
24
V – imóveis utilizados para instalação de atividades econômicas que não necessitem de
edificações para exercer suas finalidades, ouvido o Conselho Municipal da Defesa e Proteção
do Meio Ambiente – CONDEPA, de Macaíba
§ 3º Os imóveis abrangidos por este instrumento serão identificados pelo Poder
Executivo Municipal e notificados nos termos dos § 2º e § 3º do Art. 5º da Lei Federal nº.
10.257, de 10 de julho de 2001 -Estatuto da Cidade.
§ 4º Os proprietários dos imóveis, de que trata o parágrafo anterior, terão 01 (um) ano,
a contar da data da notificação, para apresentar projeto de construção ou parcelamento, e 02
(dois) anos, a partir da aprovação do projeto, para iniciar sua execução.
§ 5º Os empreendimentos de grande porte, em caráter excepcional, poderão prever a
conclusão das obras em etapas, assegurando-se de que o projeto aprovado compreenda o
empreendimento como um todo.
§ 6º Entendem-se como Empreendimentos de grande porte aqueles com área construída
acima de 5.000 m² e de lote com área superior a 8.000 m².
§ 7º Os pedidos de aprovação de projetos só poderão ser apresentados, para o mesmo
lote por 02 (duas) vezes.
§ 8º Caso o imóvel encontre-se sob demanda judicial, o proprietário deverá apresentar
documentação comprobatória, justificando, ainda, não estar a lide paralisada por ato de vontade
própria.
Art. 48. A transmissão do imóvel, por ato inter vivos ou causa mortis, posterior à data
da notificação, transfere as obrigações de parcelamento, edificação ou utilização previstas nesta
seção, sem interrupção de quaisquer prazos.
Seção II
Do IPTU Progressivo no Tempo e da Desapropriação com Pagamento em Títulos da Dívida
Pública
Art. 49. Em caso de descumprimento das etapas e dos prazos estabelecidos nos artigos
49 e 50 desta Lei, o Município procederá à aplicação de alíquotas progressivas do Imposto
sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbano – IPTU, majoradas anualmente, pelo prazo de
5 (cinco) anos consecutivos até que o proprietário cumpra com a obrigação de parcelar, edificar
ou utilizar.
§ 1º As alíquotas do IPTU progressivo, incidentes sobre os imóveis, serão fixadas
conforme quadro abaixo:

1º ano 2º ano 3º ano 4º ano a partir do 5º ano

2% 3% 5% 8% 15%

§ 2º É vedada a concessão de isenções ou de anistias relativas à tributação progressiva


de que trata este artigo, ressalvados os casos previstos nesta Lei.
Art. 50. Em caso de descumprimento das condições e dos prazos previstos na forma do
caput do art. 48 desta Lei, ou não sendo cumpridas as etapas previstas no §5° do art. 49 deste
Plano Diretor, o Município procederá à aplicação do imposto sobre a propriedade predial e
territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo, mediante a majoração da alíquota pelo prazo
de cinco anos consecutivos.
25
§ 1° Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não esteja atendida em cinco anos,
o Município manterá a cobrança pela alíquota máxima, até que se cumpra a referida obrigação,
garantida a prerrogativa prevista no art. 53 desta Lei.
§ 2° É vedada a concessão de isenções ou de anistia relativas à tributação progressiva
de que trata este artigo.
Art. 51. Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo, sem que o proprietário
tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá
proceder à desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública.
§ 1° Os títulos da dívida pública terão prévia aprovação pelo Senado Federal e serão
resgatados no prazo de até dez anos, em prestações anuais, iguais e sucessivas, assegurados o
valor real da indenização e os juros legais de seis por cento ao ano.
§ 2° O valor real da indenização:
I – refletirá o valor da base de cálculo do IPTU, descontado o montante incorporado em
função de obras realizadas pelo Poder Público, na área onde o mesmo se localiza após a
notificação de que trata o § 3° deste artigo;
II – não computará expectativas de ganhos, lucros cessantes e juros compensatórios.
§ 3° O proprietário será notificado pelo Poder Executivo municipal para o cumprimento
da obrigação, devendo a notificação ser averbada no cartório de registro de imóveis.
§ 4° A notificação será feita:
I – por funcionário do órgão competente do Poder Público municipal, ao proprietário do
imóvel ou, no caso de este ser pessoa jurídica, a quem tenha poderes de gerência geral ou
administração;
II – por edital, quando frustrada, por três vezes, a tentativa de notificação na forma
prevista pelo inciso I.
§ 5° Os prazos a que se refere o caput do artigo 48 desta Lei não poderão ser inferiores
a:
I – um ano, a partir da notificação, para que seja protocolado o projeto no órgão
municipal competente;
II – dois anos, a partir da aprovação do projeto, para iniciar as obras do empreendimento.
§ 6° Os títulos de que trata este artigo não terão poder liberatório para pagamento de
tributos.
§ 7° O Município procederá ao adequado aproveitamento do imóvel, no prazo máximo
de cinco anos, contado a partir da sua incorporação ao patrimônio público.
§ 8° O aproveitamento do imóvel poderá ser efetivado diretamente pelo Poder Público
ou por meio de alienação ou concessão a terceiros, observando-se, nesses casos, o devido
procedimento licitatório.
§ 9° Ficam mantidas para o adquirente de imóvel, nos termos do § 5°, as mesmas
obrigações de parcelamento, edificação ou utilização previstas no art. 49 desta Lei.
Seção III
Da Outorga Onerosa
Art. 52. Considera-se Outorga Onerosa a autorização para construção acima do
coeficiente de aproveitamento básico (1,5) de que trata esta Lei no Art. 32, inciso I, mediante
26
contrapartida a ser prestada pelo beneficiário, na Zonas Urbana, até o coeficiente máximo
previsto para aquela área, conforme Anexo I, Mapa 03.2 e Anexo II, Quadro 02.
§ 1º A expressão da aplicação do instrumento de que trata o caput deste artigo será dada
pela fórmula:
OUT = Aecab x Vvt x Fp
Onde:
OUT = Outorga Onerosa do Direito de construir;
Aecab = Área excedente do coeficiente de aproveitamento básico;
Vvt = valor venal do terreno;
Fp = Fator de planejamento.
OUT = Aecab x Vvt x Fp
Onde:
OUT = Outorga Onerosa do Direito de construir;
Aecab = Área excedente do coeficiente do a proveitamento básico;
Vvt = valor venal do terreno com base no ITIV;
§ 2º Fica instituído o Fator de Planejamento, integrante da fórmula estabelecida no §1º
deste artigo, para o ajuste do padrão urbanístico entre os bairros e localidades da Zona Urbana,
de acordo com o Anexo II, Quadro 02.
Art.53. As edificações que ultrapassarem o coeficiente básico, sem autorização,
sujeitarão o infrator à multa de 100% (cem por cento) calculada sobre o total do valor da
Outorga, proporcionalmente ao excedente do coeficiente básico, sendo esse valor recolhido
para o FURBAM.
Parágrafo único. A aplicação da multa, de que trata o caput deste artigo, não exime o
infrator das penalidades de embargo e demolição que poderão ser aplicadas.
Art. 54. A cobrança da Outorga Onerosa será dispensada para construção de habitação
de interesse social, situada nas AEIS e nas Áreas Especiais de Habitação, e num raio de 500 m
em torno dos terminais modais de integração ferroviários e rodoviários previstas, desde que
observadas as limitações das prescrições urbanísticas inseridas nesta Lei, com aprovação do
Conselho Municipal da Defesa e Proteção do Meio Ambiente – CONDEPA e atendidas as
limitações da infraestrutura instalada em cada Bairro e os impactos cênico-paisagísticos.
§ 1º A autorização, de que trata o caput deste artigo, somente será feita mediante a
aprovação do projeto de habitação de interesse social, pelo Conselho Municipal da Defesa e
Proteção do Meio Ambiente – CONDEPA de Macaíba.
§ 2º Será beneficiado, com desconto de até 30% do valor da Outorga Onerosa, o
empreendimento ou construção que adotar soluções sustentáveis nos setores de energia,
reciclagem de resíduos, reuso de efluentes tratados, inovação tecnológica, assim como o
armazenamento e uso das águas pluviais.
Seção IV
Da Transferência De Potencial Construtivo
Art. 55. A Transferência de Potencial Construtivo é a autorização expedida pelo
Município ao proprietário do imóvel urbano, privado ou público, para edificar em outro local,
27
ou alienar mediante escritura pública, o potencial construtivo de determinado lote, para as
seguintes finalidades, conforme Anexo I, Mapa 03.1:
I – implantação de equipamentos urbanos e comunitários, e espaços de uso público;
II – proteção do meio ambiente natural, paisagístico, cultural e do patrimônio histórico;
III – programas de regularização fundiária e de urbanização de áreas ocupadas por
população de baixa renda e habitação de interesse social;
IV – melhoramentos do sistema viário;
V – proteção dos mananciais da região metropolitana de Natal, mediante convênio ou
consórcio entre os Municípios envolvidos.
§ 1º O potencial construtivo poderá ser transferido para imóveis de uso residencial,
situados na Zona Urbana, sendo condicionado às prescrições urbanísticas estabelecidas para o
local de destino, onde haja disponibilidade de estoque de potencial construtivo, de acordo com
a densidade prevista para cada bairro.
§ 2º Poderão ser objeto de Transferência de Potencial Construtivo os imóveis situados
em:
I – Zonas de Proteção Ambiental, nos termos da Lei que as regulamenta;
II – áreas non aedificandi;
III – áreas necessárias à implantação de equipamentos públicos;
IV – áreas destinadas a programas de regularização fundiária, urbanização de áreas
ocupadas por população de baixa renda e habitação de interesse social;
V – demais áreas onde o proprietário do imóvel seja impedido de utilizar o
potencial construtivo básico total ou parcial, definido nesta Lei, em razão de limitações
urbanísticas relativas à proteção e à preservação do patrimônio histórico, cultural, natural e
ambiental.
§ 3º A Transferência do Potencial Construtivo também poderá ser autorizada pelo Poder
Público Municipal, mediante acordo com o proprietário, nas desapropriações com as finalidades
constantes nos incisos I a V do caput deste artigo.
§ 4º A Transferência do Potencial Construtivo poderá ocorrer apenas uma vez na sua
plenitude e não implica transferência da propriedade.
§ 5º A fórmula de Transferência do Direito de Construir é a seguinte:
𝑃𝑇𝑅 ∗ 𝑉𝑀𝑅 ∗ 𝐶𝐶
𝑃𝑐 =
𝑉𝑀𝐶 ∗ 𝐶𝑅
Onde:
Pc = Potencial construtivo do imóvel que cede o potencial;
Ptr = Potencial construtivo do imóvel que recebe o potencial;
Vmc = Valor do metro quadrado do imóvel que cede o potencial, baseado no ITIV.
Vmr = Valor do metro quadrado do imóvel que recebe o potencial baseado no ITIV.;
Cr = Coeficiente de aproveitamento básico do imóvel que recebe o potencial;
Cc = Coeficiente de aproveitamento básico do imóvel que cede o potencial;

28
Art. 56. A Transferência de Potencial Construtivo deverá atender às seguintes
disposições:
I – o potencial construtivo transferível poderá ser negociado, no todo ou em parte, para
um ou mais lotes;
II – o potencial construtivo transferido acarretará aumento da densidade de ocupação
existente no bairro em que estiver localizado o imóvel receptor, observando os limites da
densidade estabelecida no Anexo II, Quadro 02, devendo este ser deduzido da densidade
máxima.
Art. 57. A transferência do potencial construtivo será efetuada mediante autorização
especial a ser expedida pelo órgão municipal de planejamento urbano e meio ambiente,
previamente à emissão do licenciamento, sendo especificada, em metros quadrados, sua
quantidade de área transferível, atendidos os limites desta Lei e da legislação pertinente.
Parágrafo único. O proprietário beneficiado pela autorização da transferência do
potencial construtivo que não cumprir com as obrigações decorrentes do fato que a autorizou,
frustrando o interesse do cumprimento dos incisos II ou V, do art. 55 desta Lei, torna-se
obrigado a indenizar o Município pelo dano urbanístico causado, na mesma proporção do
benefício financeiro auferido, e será elaborada avaliação monetária do imóvel por técnico do
Município ou por comissão de avaliação de bens, restituindo o valor da transação ao Fundo de
Urbanização e Meio Ambiente – FURBAM.
Art. 58. A transferência do potencial construtivo será averbada no registro imobiliário
competente, à margem da matrícula do imóvel cedente e do receptor do potencial construtivo
alienado.
Parágrafo único. A averbação do imóvel cedente de potencial construtivo deverá conter,
além da descrição da área cedida, as condições de proteção, preservação e conservação, quando
for o caso.
Art. 59. Os casos omissos e aqueles que não se enquadrem nos termos desta Lei,
referentes à aplicação da transferência de potencial construtivo, serão decididos pela
CONDEPA.
Seção V
Do Direito de Preempção
Art. 60. O Poder Público Municipal, por meio do direito de preempção, terá a
preferência para aquisição de imóvel em todo o território municipal, objeto de alienação onerosa
entre particulares, desde que o Poder Público dele necessite para:
I – regularização fundiária;
II – execução de programas e projetos habitacionais de interesse social;
III – constituição de reserva fundiária;
IV – ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
V – implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
VI – criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;
VII – criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse
ambiental;
VIII – proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico;
29
§ 1º O direito de preempção fica assegurado durante o prazo de vigência fixado na forma
do § 3° deste artigo, independentemente do número de alienações referentes ao mesmo imóvel.
§ 2º O direito de preempção confere ao Poder Público municipal preferência para
aquisição de imóvel, no município que seja objeto de alienação onerosa entre particulares.
§ 3º Fica delimitado todo o território municipal para aplicação do instrumento nas áreas
em que incidirá o direito de preempção e fixará prazo de vigência, não superior a cinco anos,
renovável a partir de um ano após o decurso do prazo exercido, sempre que o Poder Público
necessitar de áreas para aplicação desse artigo.
§ 4º Lei municipal específica deverá enquadrar as áreas objeto de intenção do município
em que incidirá o direito de preempção em uma ou mais das finalidades enumeradas pelo §3º
deste artigo.
§ 5º O proprietário deverá notificar sua intenção de alienar o imóvel, para que o
Município, no prazo máximo de trinta dias, manifeste por escrito seu interesse em adquiri-lo.
§ 6º À notificação mencionada no §5º, será anexada a proposta de compra, assinada por
terceiro interessado na aquisição do imóvel, na qual constarão preço, condições de pagamento
e prazo de validade.
§ 7° O Município fará publicar, em órgão oficial e em pelo menos um jornal local ou
regional de grande circulação, edital de aviso da notificação recebida nos termos do §5º e da
intenção de aquisição do imóvel, nas condições da proposta apresentada.
§ 8° Transcorrido o prazo mencionado no §5º sem manifestação, fica o proprietário
autorizado a realizar a alienação para terceiros, nas condições da proposta apresentada.
§ 9° Concretizada a venda a terceiro, o proprietário fica obrigado a apresentar ao
Município, no prazo de trinta dias, cópia do instrumento público de alienação do imóvel.
§ 10. A alienação, processada em condições diversas da proposta apresentada, é nula de
pleno direito.
§ 11. Ocorrida a hipótese prevista no § 10, o Município poderá adquirir o imóvel pelo
valor da base de cálculo do IPTU ou pelo valor indicado na proposta apresentada, se este for
inferior àquele.
Art. 61. Tanto o Município quanto os particulares deverão atender às disposições do Art.
27 da Lei Federal nº. 10.257/2001 – Estatuto da Cidade e as estabelecidas em legislação
municipal específica.
Art. 62. Durante o prazo de vigência do direito de preempção, o órgão municipal de
planejamento urbano e meio ambiente deverá ser consultado, quando houver alienações,
solicitações de parcelamento do solo ou emissão de licenças para construção e funcionamento
de atividades.
Seção VI
Das Operações Urbanas Consorciadas
Art. 63. A operação urbana consorciada consiste no conjunto de intervenções e medidas
coordenadas pelo Poder Público Municipal, com a participação dos proprietários, moradores,
usuários permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar, em uma área,
transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental,
notadamente ampliando os espaços públicos, organizando o sistema de transporte coletivo,
implantando programas de melhorias de infraestrutura, sistema viário e de habitações de
interesse social,
30
§ 1º Poderão ser instituídas áreas de Operação Urbana Consorciada em qualquer parte
do município, sendo criadas por Lei específica, de acordo com as disposições dos Arts. 32 a 34
da Lei Federal nº. 10.257/2001 – Estatuto da Cidade, devendo estabelecer, entre outros:
I – a quantidade de certificado de potencial adicional de construção – CEPAC a ser
emitida, obrigatoriamente proporcional ao estoque de potencial construtivo adicional previsto
para a operação;
II – o valor mínimo do certificado de potencial adicional de construção – CEPAC;
III – as fórmulas de cálculo das contrapartidas;
IV – as formas de conversão e equivalência dos certificados de potencial construtivo
adicional, em metros quadrados, de potencial de alteração de uso e porte.
§ 2º Caberá ao órgão municipal de planejamento urbano e meio ambiente a coordenação,
acompanhamento e monitoramento de todo projeto de operação urbana consorciada.
§ 3º A operação urbana consorciada pode ser proposta pelo Poder Executivo Municipal,
ou por qualquer cidadão ou entidade que nela tenha interesse.
§ 4º No caso de operação urbana consorciada de iniciativa da municipalidade, o Poder
Público Municipal poderá, mediante chamamento em edital, definir a proposta que melhor
atenda ao interesse público.
§ 5º No caso de operação urbana consorciada proposta pela comunidade, o interesse
público da operação será avaliado pelo órgão municipal de planejamento urbano e meio
ambiente, ouvido o Conselho Municipal da Defesa e Proteção do Meio Ambiente – CONDEPA
de Macaíba.
Art. 64. Na implantação das ações das operações urbanas consorciadas, poderá haver a
modificação de coeficientes urbanísticos, regras sobre uso, ocupação e parcelamento do solo,
procedimentos de regularização fundiária e urbanística, considerando-se o impacto ambiental
delas decorrentes e, previamente, discutidas, aprovadas em audiências públicas, com os
segmentos interessados, e encaminhadas ao conselho gestor da operação.
Art. 65. Cada operação urbana consorciada será criada por Lei específica e deverá
conter, no mínimo:
I – justificativa, objetivos e metas;
II – definição de área de abrangência, perímetro e limites;
III – programa básico de ocupação da área e intervenções previstas;
IV – estudo prévio de impacto de vizinhança – EIV – e demais estudos ambientais que
se façam necessários;
V – programa de atendimento econômico, social e de sustentabilidade ambiental,
voltado para a população diretamente afetada pela operação;
VI – previsão de benefícios a uma área especial de interesse social (AEIS);
VII – contrapartida a ser exigida dos proprietários, usuários permanentes e investidores
privados em função dos benefícios recebidos;
VIII – plano de avaliação e fiscalização, obrigatoriamente compartilhado com
representação da sociedade civil, coordenado por um conselho gestor, especificamente criado
para cada operação urbana consorciada;
IX – prazo de validade;
31
X – infrações e penalidades cabíveis, assim como normas processuais aplicáveis;
XI – conta ou fundo específico que deverá receber os recursos de contrapartidas
financeiras decorrentes dos benefícios urbanísticos.
Parágrafo único. Os recursos obtidos pelo Poder Público Municipal, na forma do inciso
VII deste artigo, serão aplicados exclusivamente na própria operação urbana consorciada.
Art. 66. A Lei específica, que aprovar a operação urbana consorciada, poderá prever a
emissão pelo Município de quantidade determinada de certificados de potencial construtivo
adicional de construção – CEPACS, que serão alienados em Leilão ou utilizados diretamente
no pagamento das obras e serviços necessários à própria operação.
§ 1º Os certificados de potencial construtivo adicional de construção serão livremente
negociados, mas convertidos em direito de construir unicamente na área objeto da operação.
§ 2º Apresentado pedido de licença para construir ou para modificar o uso, o certificado
de potencial adicional de construção será utilizado no pagamento da contrapartida
correspondente aos benefícios urbanísticos concedidos que superem os padrões estabelecidos
pela legislação de uso e ocupação do solo, respeitados os limites estabelecidos na Lei de cada
operação urbana consorciada.
Art. 67. O município fica autorizado a participar de Operações Urbana e Interfederativa,
nos termos da Lei 13.089/2015 – Estatuto da Metrópole.
Seção VII
Do Consórcio Imobiliário
Art. 68. O Poder Executivo Municipal poderá facultar o estabelecimento de consórcio
imobiliário, como forma de viabilização de planos de urbanização, edificação, revitalização de
áreas degradadas, incluindo a recuperação de áreas contaminadas ou parques lineares, por meio
do qual o proprietário transfere ao Poder Público Municipal seu imóvel e, após a realização das
obras, recebe, como pagamento, unidades imobiliárias devidamente urbanizadas ou edificadas.
§ 1º O disposto, no caput deste artigo, também será aplicado aos imóveis sujeitos ao
parcelamento e à edificação ou à utilização compulsórios e IPTU Progressivo nos termos desta
Lei.
§ 2º O Município poderá promover o aproveitamento do imóvel recebido por
transferência, nos termos do caput deste artigo, direta ou indiretamente, mediante concessão
urbanística ou outra forma de contratação.
§ 3º O valor das unidades imobiliárias, a serem entregues ao proprietário, será
correspondente ao valor do imóvel antes da execução das obras.
§ 4º Lei municipal definirá e regulamentará as demais condições para aplicação deste
instrumento.
Seção VIII
Do Direito de Superfície
Art. 69. O proprietário de terreno urbano poderá conceder a outrem o direito de
superfície do seu terreno, por tempo determinado ou indeterminado, mediante escritura pública
registrada no cartório de imóveis, de acordo com os artigos 1.369 a 1.377 da Lei nº 10.406 de
Janeiro de 2002 – Código Civil.

32
§ 1º A nível de tramitação processual administrativa, no órgão responsável pela gestão
urbana e ambiental do município, será aceito contrato particular, assinado e autenticado pelas
partes envolvidas.
§ 2º Para efeitos desta Lei, em se tratando do disposto no §1º deste artigo, o documento
final será emitido em nome do proprietário legal.
§ 3° O direito de superfície abrange o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço
aéreo relativo ao terreno, na forma estabelecida no contrato respectivo, atendida à legislação
urbanística vigente.
§ 4° O superficiário responderá integralmente pelos encargos e tributos incidentes sobre
a propriedade superficiária, arcando, ainda, proporcionalmente com sua parcela de ocupação
efetiva, com os encargos e tributos sobre a área objeto da concessão do direito de superfície,
salvo disposição em contrário do contrato respectivo.
§ 5° O direito de superfície pode ser transferido a terceiros, obedecidos os termos do
contrato respectivo.
§ 6° Por morte do superficiário, os seus direitos transmitem-se a seus herdeiros.
Art. 70. O Poder Público poderá conceder gratuitamente, ou onerosamente, o direito de
superfície do solo, subsolo ou espaço aéreo nas áreas públicas integrantes do seu patrimônio.
Parágrafo único. O direito de superfície abrangerá a totalidade do território do
Município,
Art. 71. Em caso de alienação do terreno, ou do direito de superfície, o superficiário e o
proprietário, respectivamente, terão direito de preferência, em igualdade de condições, à oferta
de terceiros.
Art. 72. Extingue-se o direito de superfície:
I – pelo advento do termo;
II – pelo descumprimento das obrigações contratuais assumidas pelo superficiário.
Art. 73. Extinto o direito de superfície, o proprietário recuperará o pleno domínio do
terreno, e as acessões e benfeitorias introduzidas no imóvel, independentemente de indenização,
se as partes não houverem estipulado o contrário no respectivo contrato.
§ 1° Antes do termo final do contrato, o direito de superfície será extinto, se o
superficiário der ao terreno destinação diversa daquela para a qual for concedida.
§ 2° A extinção do direito de superfície será averbada no cartório de registro de imóveis.
Seção IX
Do Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança
Art. 74. Fica instituído o estudo prévio de impacto de vizinhança – EIV – como
instrumento de análise para subsidiar o licenciamento de empreendimentos ou atividades,
públicas ou privadas, que na sua instalação ou operação possam causar impactos ao meio
ambiente, sistema viário, entorno ou à comunidade de forma geral, no âmbito do Município.
Art. 75. Os empreendimentos e atividades de impacto dependerão de elaboração do
Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV), do respectivo Relatório de Impacto de
Vizinhança (RIV) e do Relatório de Impacto Sobre o Tráfego (RIT) para obter as licenças ou
autorizações de parcelamento, construção, ampliação e funcionamento, a serem implantados
em qualquer área do município.
33
§ 1º Os empreendimentos ou atividades de impacto, de que trata o caput deste artigo,
estão descritos em função dos usos no Anexo II Quadro 12.
§ 2º São considerados empreendimentos, ou atividades de grande impacto, os usos que
provoquem transformação ao meio ambiente e ao tráfego, conforme Resolução CONEMA
04/2006 e suas atualizações, devendo serem submetidos à apreciação do CONDEPA.
§ 3º Os empreendimentos ou atividades com interferência no trânsito estarão sujeitos à
elaboração de Relatório de Impacto sobre o Tráfego (RIT), a serem analisados previamente pelo
órgão responsável pela gestão do trânsito no município.
§ 4º O Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV) e seu respectivo relatório (RIV)
e o Relatório de Impacto Sobre o Tráfego (RIT) serão analisados por comissão específica,
formada por técnicos da Prefeitura.
Art. 76. O EIV será executado de forma a contemplar os efeitos positivos e negativos
do empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente na área e
suas proximidades, incluindo para análise, no mínimo, os seguintes itens:
I – descrição detalhada do empreendimento;
II – delimitação das áreas de influência direta e indireta do empreendimento ou
atividade, considerando entre outros aspectos:
a) o adensamento populacional;
b) equipamentos urbanos e comunitários;
c) o uso e ocupação do solo;
d) valorização imobiliária;
e) operação de tráfego e demanda por transporte público;
f) ventilação e iluminação;
g) paisagem urbana e patrimônio natural e cultural;
h) descrição detalhada das condições ambientais do imóvel e do entorno dele, com
exigência de teste de infiltração do solo, a fim de determinar o cálculo da drenagem das áreas
impermeabilizadas totais e destinação devida de efluentes tratados;
i) poluição sonora, atmosférica e hídrica;
j) geração de resíduos sólidos, efluentes líquidos e emissões gasosas com qualificação e
quantificação dos resíduos, efluentes e emissões gasosas a serem gerados;
k) impacto socioeconômico na população residente ou atuante no entorno;
III – identificação dos impactos a serem causados pelo empreendimento ou atividade,
nas fases de planejamento, implantação, operação e desativação, se for o caso;
IV – medidas de controle ambiental, mitigadoras ou compensatórias adotadas nas
diversas fases, para os impactos citados no inciso anterior, indicando as responsabilidades pela
implantação das mesmas, de acordo com legislação Federal, Estadual e Municipal pertinente;
§ 1º Dar-se-á publicidade aos documentos integrantes do EIV, razão pela qual estarão
disponíveis à consulta no órgão competente do Poder Público Municipal, para qualquer
interessado.
§ 2º A elaboração do EIV não substitui o licenciamento ambiental requerido nos termos
da legislação ambiental.
34
Art. 77. O Poder Executivo Municipal, quando for o caso, para eliminar ou minimizar
impactos negativos a serem gerados pelo empreendimento, deverá solicitar, como condição
para aprovação do projeto, alterações e complementações no mesmo, e a execução de melhorias
na infraestrutura urbana e de equipamentos comunitários, tais como:
I – ampliação de redes de infraestrutura urbana, destacadamente, na drenagem, no
abastecimento de água, no esgotamento sanitário e na pavimentação ou criação de vias, dentre
outras;
II – áreas de terreno ou edificada para instalação de equipamentos comunitários, em
percentual compatível com o necessário, para o atendimento da demanda a ser gerada pelo
empreendimento;
III – ampliação e adequação do sistema viário, faixas de desaceleração, ponto de ônibus,
faixa de pedestres, semaforização;
IV – proteção acústica, uso de filtros e outros procedimentos minimizadores dos
incômodos da atividade;
V – manutenção de imóveis, fachadas ou outros elementos arquitetônicos ou naturais,
considerados de interesse paisagístico, histórico, artístico ou cultural, e a recuperação ambiental
da área;
VI – cotas de emprego e cursos de capacitação profissional, entre outros;
VII – percentual de habitação de interesse social no empreendimento;
VIII – possibilidade de construção de equipamentos sociais em outras áreas da cidade;
IX – manutenção de áreas verdes.
§ 1º As exigências, previstas nos incisos anteriores, deverão ser proporcionais ao porte
e ao impacto do empreendimento.
§ 2º A aprovação do empreendimento ficará condicionada à assinatura de termo de
compromisso pelo interessado, em que ele se compromete a arcar integralmente com as
despesas decorrentes das obras e serviços, necessários à minimização dos impactos gerados
pela implantação do empreendimento e demais exigências definidas pelo Poder Executivo
Municipal, antes da finalização das obras e serviços.
§ 3º O certificado de conclusão da obra, ou alvará de funcionamento, só será emitido,
mediante comprovação da conclusão das obras previstas no parágrafo anterior.

TÍTULO IV

DAS DIRETRIZES SETORIAIS

CAPÍTULO I

DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL


Art. 78. O desenvolvimento econômico no Município de Macaíba será articulado com
o desenvolvimento social e a proteção do meio ambiente, buscando sempre a melhoria da
qualidade de vida e a redução das desigualdades sociais, ficando estabelecidas as seguintes
diretrizes:
I – aperfeiçoar o modelo econômico-social adotado pelo Município, considerando os
desafios do crescimento econômico, da equidade social e o respeito ao meio ambiente;

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II – integrar o Município de Macaíba ao processo de desenvolvimento socioeconômico
do Rio Grande do Norte, fortalecendo sua interação institucional com os Municípios da região
metropolitana de Natal;
III – estimular empreendimentos geradores de emprego no âmbito do Município,
buscando parcerias para qualificação e aproveitamento da mão de obra local;
IV – estabelecer parcerias com órgãos público e privado, nas áreas econômica e social,
para o empreendimento de programas específicos de desenvolvimento econômico sustentável;
V – incentivar e apoiar tanto as microempresas quanto as de pequeno porte, individuais
e coletivas, adotando políticas fiscais que venham a favorecer o desenvolvimento
socioeconômico do Município;
VI – desenvolver ações, buscando o equilíbrio entre a oferta e a demanda de capacitação
profissional;
VII – instituir o Plano de Desenvolvimento Econômico e Social no prazo de 03 (três)
anos;
VIII – Promover o desenvolvimento e incentivo às cooperativas para produção de
agricultura familiar com apoio aos microempreendedores.
Seção I
Das Atividades Industriais, Comerciais e de Serviços
Art. 79. Com objetivo de orientar o desenvolvimento e o ordenamento do território
municipal, ficam estabelecidas as seguintes diretrizes para as atividades industriais,
agroindustriais, comerciais e de serviços:
I – direcionar a localização dos usos industriais, comerciais e de serviços nas áreas do
Município, objetivando o ordenamento do uso e ocupação do solo;
II – apoiar e incentivar o desenvolvimento e aperfeiçoamento das iniciativas individual
e coletiva, com fins de desenvolver e consolidar a economia solidária voltada para as atividades
industriais, comerciais e de serviços;
III – estimular a implantação da infraestrutura básica necessária e adequada ao
desenvolvimento dessas atividades;
IV – Instituir política de incentivo fiscal para atração de agroindústria na Zona Rural do
município.
Seção II
DO TURISMO, ESPORTE E LAZER
Art. 80. O desenvolvimento turístico do Município de Macaíba terá como base as
seguintes diretrizes:
I – promover a atividade turística, melhorando o comércio, a prestação de serviço e
incentivando o empreendedorismo social;
II – promover o patrimônio histórico-cultural como atrativo turístico do Município;
III – fortalecer as características turísticas do Município através da:
a) divulgação do patrimônio histórico-cultural;
b) implantação de postos de informações turísticas;
c) implantação de sinalização turística;
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IV – estimular o crescimento e a melhoria da rede turística, através da:
a) implantação da política de incentivos fiscais, viabilizando a instalação de
empreendimentos turísticos;
b) criação de áreas de especial interesse turístico;
V – incentivar a participação e patrocínio da iniciativa privada através de:
a) realizações de eventos culturais e esportivos;
b) colaboração na produção e na veiculação de material publicitário, referente ao
incentivo à atividade turística;
VI – estimular o desenvolvimento das atividades esportivas e de lazer, através da:
a) destinação de espaços públicos, voltados à prática de esporte e de lazer nos projetos
de parcelamento do solo;
b) promover o acesso aos equipamentos esportivos municipais e às práticas esportivas,
de lazer, de atividades físicas, proporcionando o bem estar e melhoria da qualidade de vida;
c) ampliar e consolidar programas destinados à disseminação de práticas saudáveis junto
à comunidade.
VII – desenvolver projetos de urbanização em locais de valor cênico-paisagístico na
área urbana do município.
Parágrafo único. Nas áreas com deficiência de infraestrutura, especialmente de
abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta regular de resíduos sólidos, os projetos
para empreendimentos turísticos deverão apresentar soluções para suprir essas necessidades,
em consonância com as diretrizes municipais.
Seção III
Da Atividade Agrícola
Art. 81. O Município de Macaíba apoiará a atividade agrícola, observando as seguintes
diretrizes:
I – desenvolver mecanismos que visem à comercialização direta do produtor individual,
em cooperativas ou associações de produtores, ao consumidor;
II – incentivar a produção de alimentos de baixo custo e a criação de animais de ciclo
curto, com vistas a viabilizar o abastecimento alimentar e nutricional da população residente no
Município;
III – estimular as pequenas propriedades, cujas práticas de suas atividades agrícolas se
harmonizem com o ambiente natural, com certificação de produção ecologicamente sustentável,
orgânica e com uso de recicláveis, gerados nas atividades dos munícipes;
IV – instituir política de incentivo fiscal para atração de agroindústria na Zona Rural do
município;
V – instituir e implementar programa de aquisição de produtos provenientes da
agricultura familiar, incrementando-os na merenda escolar, garantindo a compra dos produtos
pelo poder público, mediante critérios e procedimentos operacionais.

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Seção IV
Da Atividade Pesqueira
Art. 82. O Município de Macaíba apoiará a exploração dos recursos pesqueiros, de modo
socialmente correto, preservando o meio ambiente e o patrimônio físico e cultural do
Município, com as seguintes diretrizes básicas:
I – garantir o direito das comunidades pesqueiras em seu espaço vital;
II – apoiar a pesca como atividade de resgate à identidade sociocultural de comunidades
nativas de pescadores;
III – incentivar a produção pesqueira, não predatória e ambientalmente correta;
IV – ampliar e apoiar parcerias e iniciativas na produção, distribuição e comercialização
de pescados;

CAPÍTULO II

DA POLÍTICA DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA


Seção I
Da Regularização Fundiária e Habitação
Art. 83. A política municipal da regularização fundiária e habitação tem as seguintes
diretrizes básicas:
I – desenvolver programas para urbanização das áreas ocupadas por população de baixa
renda;
II – apoiar e dar suporte técnico às iniciativas individuais ou coletivas da população de
baixa renda para fazer ou melhorar sua moradia;
III – viabilizar a não aplicação do imposto progressivo, do parcelamento, da edificação
e da utilização compulsória, nas áreas especiais de interesse social;
IV – buscar a viabilização de projetos para habitação de interesse social, tanto junto aos
governos federal e estadual, como também incentivando a participação da iniciativa privada na
construção de moradias;
V – realizar programa de assistência técnica e jurídica para regularização fundiária, que
atenda à população de baixa renda, inserida em áreas de ocupações irregulares, buscando a
regularização da ocupação nos termos da Lei Federal nº 11.888/2008;
VI – instituir o plano de regularização fundiária e habitacional do Município;
VII – instituir o Sistema de Regularização Fundiária para o Município, com base na Lei
Federal nº 13.456/2017 e Decreto Federal nº 9.310/2018 onde deverá constar:
a) Política de Execução e Operacionalização da Regularização Fundiária;
b) Órgão executor;
c) Fundo a ser Criado;
d) Conselho de vinculação do Fundo;
e) município terá 180 dias para implantação e iniciar o processo de Regularização
dos imóveis;

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§ 1º Enquanto o referido Sistema não for criado por Lei, os estudos serão desenvolvido
por uma comissão de regularização fundiária, criada por Legislação específica, nomeando os
integrantes e os objetivos a serem alcançados
§ 2° Serão criadas áreas especiais de interesse social nos locais com ocupação irregular,
para fins de regularização fundiária e urbanística.
§ 3° Os imóveis, edificados anteriormente à aprovação desta lei, que estiverem em
desconformidade com os parâmetros urbanísticos de recuo, gabarito, altura, taxa de ocupação,
densidade e coeficiente de aproveitamento estabelecidos nesta Lei, poderão ser legalizados,
desde que não ultrapassassem 50% do previsto, mediante avaliação técnica, considerando as
características do entorno, ouvindo a Comissão de Planejamento, instituída para esse fim.
Seção II
Dos Imóveis em Geral
Art. 84. A regularização fundiária de imóveis edificados obedecerá às seguintes fases:
I – apresentação de requerimento do interessado de direito e documentos necessários
para comprovação das informações prestadas, para abertura de processo administrativo no
órgão responsável pela gestão urbana e ambiental do município;
II – processamento administrativo do requerimento, no qual será conferido prazo para
manifestação dos titulares de direitos reais sobre o imóvel e de seus confrontantes;
III – elaboração do projeto de regularização fundiária por comissão específica ou equipe
técnica do município;
IV – saneamento do processo administrativo;
V – decisão da comissão de regularização fundiária, mediante ato formal, ao qual se
dará publicidade;
VI – expedição da Certidão de Regularização Fundiária (CRF) pelo Município;
VII – registro da CRF- Certificado de Regularização Fundiária e do projeto de
regularização fundiária aprovados perante o oficial do cartório de registro de imóveis do
município.
§ 1° Os termos deste artigo se aplicam às solicitações de regularização fundiária para
projetos coletivos e para individuais.
§ 2° Poderão requerer a regularização fundiária:
I – entidades da administração pública (união, estadual ou municipal);
II – cooperativas habitacionais;
III – associações de moradores;
IV – fundações;
V – organizações sociais;
VI – organizações da sociedade civil de interesse público ou outras associações civis
que tenham, por finalidade, atividades nas áreas de desenvolvimento urbano ou regularização
fundiária urbana;
VII – proprietários de imóveis ou de terrenos;
VIII – loteadores ou incorporadores;

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IX – Defensoria Pública;
X – Ministério Público.
Seção III
Dos Imóveis de Situação Específica
Art. 85. A regularização fundiária de imóveis não edificados, glebas de terras,
parcelamento de solo executado em desacordo ao aprovado, obedecerá aos seguintes
procedimentos:
I – requerimento feito pelo requerente de direito junto com os documentos necessários
para comprovação das informações prestadas, e abertura de processo administrativo no órgão
responsável pela gestão urbana e ambiental do município;
II – processamento administrativo do requerimento, no qual será conferido prazo para
manifestação dos titulares de direitos reais sobre o imóvel e dos confrontantes;
III – elaboração do projeto de regularização fundiária por comissão específica ou equipe
técnica do município;
IV – saneamento do processo administrativo;
V – decisão da comissão de regularização fundiária, mediante ato formal, ao qual se
dará publicidade;
VI – expedição da CRF pelo Município;
VII – registro da CRF e do projeto de regularização fundiária aprovado perante o oficial
do cartório de registro de imóveis do município.
§ 1° Aplicar-se-á a regularização fundiária para efeitos desta Lei, nos casos dos imóveis
que apresentam registro público com divergências nas dimensões, nas áreas e nos confinantes
constantes nas escrituras, parcelamentos de solos executados em desacordo com o aprovado,
dentre outras situações análogas.
§ 2° Os casos omissos serão resolvidos pela comissão de regularização fundiária,
observando, no que couber, o estabelecido na Lei Federal n°13.465/2017 – Regularização
Fundiária.
§ 3° Fica estabelecido o prazo de 180 dias, para início do projeto de regularização no
Município, a partir da aprovação e publicação desta Lei.
§ 4º Os imóveis urbanos privados abandonados, cujos proprietários não possuam a
intenção de conservá-los em seu patrimônio, ficam sujeitos à arrecadação pelo Município nos
termos da Lei nº 13.465/2017- Regularização Fundiária e art. 1.276 da Lei nº 10.406/2002 –
Código Civil.

CAPÍTULO III

DO MEIO AMBIENTE
Art. 86. A Política Municipal de Meio Ambiente tem como objetivos:
I – manter conservada e preservada a cobertura vegetal nas Zonas de Proteção
Ambiental e nas Áreas de Preservação Permanente, observando as diretrizes desta Lei e o que
dispõe a Lei Federal n° 12.651/2012 – Código Florestal;
II – controlar e monitorar as atividades poluidoras e as que provoquem impacto
ambiental;
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III – promover a educação ambiental, a utilização racional dos recursos naturais e a
reciclagem dos resíduos gerados nas atividades domésticas, comerciais, agropecuárias e
industriais;
IV – preservar e buscar a recuperação de ecossistemas essenciais, em especial as áreas
de preservação permanente;
V – viabilizar a criação de unidades de conservação da natureza na esfera municipal.
Seção única
Das Diretrizes da Preservação do Meio Ambiente
Art.87. A efetivação dos objetivos desta Lei condiciona-se à observação das seguintes
diretrizes:
I – proteger o patrimônio natural e paisagístico;
II – desenvolver instrumentos normativos, administrativos e financeiros para viabilizar
a gestão do meio ambiente;
III – instituir e executar projetos de recomposição vegetal, contemplando, no mínimo,
as margens dos rios e lagoas, e a manutenção de fragmentos de matas remanescentes, criando
corredores ecológicos, favorecendo o fluxo gênico e priorizando a manutenção da
biodiversidade local;
IV – integrar os procedimentos legais e administrativos de licenciamentos, e as ações de
fiscalização municipal com os órgãos ambientais do Estado e da União;
V – implementar programas de controle da poluição em todos os níveis;
VI – estabelecer processo de avaliação de impacto ambiental, exigindo a devida
mitigação;
VII – promover e viabilizar programas e projetos de recuperação de ecossistemas,
diretamente ou mediante convênios ou consórcios públicos;
VIII – estabelecer parcerias com órgãos do Estado e da União, visando ao gerenciamento
dos recursos hídricos no Município;
IX – instituir o plano de proteção, conservação e recuperação do meio ambiente;
X – estabelecer, como áreas prioritárias de reposição florestal, as matas ciliares dos rios,
em especial, as nascentes e margens do Rio Pitimbu e os rios que cortam áreas urbanizadas;
XI – elaborar projeto para recuperação e preservação do Rio Jundiaí no trecho urbano.
§ 1º Fica definido o prazo de 12 (doze) meses para elaboração do Código de Meio
Ambiente Municipal.
§ 2º Fica estabelecido o prazo de 12 (doze) meses, após a aprovação do Código de Meio
Ambiente Municipal, para implantação do sistema de licenciamento ambiental.

CAPÍTULO IV

DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO CULTURAL E NATURAL


Art.88. São objetivos da Política Municipal do Patrimônio Histórico Cultural e Natural:
I – integrar a proteção e conservação do Patrimônio Histórico Cultural e Natural ao
processo permanente de planejamento e ordenação do território de Macaíba-RN;

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II – garantir a integridade do Patrimônio Histórico Cultural e Natural, material e
imaterial do Município, incentivando sua valorização, divulgação e recuperação;
III – instituir o plano de proteção e recuperação do Patrimônio Histórico Cultural e
Natural;
IV – implantar política de incentivos fiscais aos titulares de bens culturalmente
protegidos, visando à preservação, à conservação, à recuperação e à manutenção do Patrimônio
Histórico Cultural e Natural do Município;
V – Formular programas e projetos para a preservação, a conservação e a recuperação
de áreas com as seguintes características:
a) relevante valor cênico e paisagístico;
b) relevante interesse histórico e arqueológico;
c) edificações de importância socioculturais e arquitetônicas;
d) áreas de comunidades tradicionais;
e) matas ciliares das nascentes, dos cursos d’água, mesmo dos efêmeros ou temporários,
assim como de todos os reservatórios naturais ou artificiais.
VI – Destinar áreas para instalação de espaços artísticos e culturais;
VIII – Promover a preservação do patrimônio cultural edificado e dos sítios históricos,
mantendo suas características originais e sua ambiência na paisagem urbana, com a utilização
do processo de tombamento e a concessão de incentivos construtivos, para restauro e
manutenção de patrimônio histórico edificado, utilizando a transferência de potencial
construtivo e definição de outros mecanismos de incentivos à preservação de bens que integram
Patrimônio Histórico Cultural e Natural do Município;
IX – Incentivar a restauração, a conservação e a preservação de prédios e obras
constituintes do Patrimônio Histórico Cultural do Município, tais como: objetos arquitetônicos,
históricos e religiosos, solares, casarões, igrejas, capelas, com vistas à preservação dos
patrimônios urbano e rural.
Parágrafo único. Fica estabelecido o prazo de 12 (doze) meses para elaboração e
implantação do Plano Municipal de Proteção e Recuperação do Patrimônio Histórico Cultural
e Natural.
Art. 89. São diretrizes da Política Municipal do Patrimônio Histórico Cultural e Natural:
I – identificar e definir o Patrimônio Histórico Cultural e Natural macaibense, de
natureza material e imaterial, através de estudos, pesquisas e levantamentos que orientem ações
voltadas à proteção, à preservação, à restauração, à manutenção e à divulgação desses bens
históricos, culturais e naturais;
II – desenvolver políticas públicas de educação patrimonial, de preservação da memória
e história local, articuladas e executadas pelas secretarias municipais;
III – promover a acessibilidade e a inclusão ao Patrimônio Histórico Cultural e Natural
do Município, observando, em especial, o que dispõe a Lei Federal n°10.098/2000 – Normas
gerais e critérios de acessibilidade e a Lei Federal n°13.146/2015 – Estatuto da Pessoa com
Deficiência;
IV – incentivar a preservação da cultura local, através da participação popular nas artes
em geral, fomentando estratégias através de feiras, exposições, oficinas entre outras ações, para
fortalecer a economia criativa e promover a geração de renda para artesãos e artistas;
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V – implantar um programa de sinalização, evidenciando os pontos relevantes do
Patrimônio Histórico Cultural e Natural;
Parágrafo único: Aplicar-se-ão, no que couber, os instrumentos da política urbana,
estabelecidos nesta Lei, como forma de garantir a proteção do Patrimônio Histórico Cultural e
Natural do Município.

CAPÍTULO VI

DOS SERVIÇOS PÚBLICOS E EQUIPAMENTOS URBANOS E COMUNITÁRIOS


Seção I
Do Saneamento Básico
Art. 90. Para fins do disposto nesta Lei, considera-se:
I - saneamento básico: conjunto de serviços públicos, infraestruturas e instalações
operacionais de:
a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades e pela disponibilização e
manutenção de infraestruturas e instalações operacionais, necessárias ao abastecimento público
de água potável, desde a captação até as ligações prediais e seus instrumentos de medição;
b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades e pela disponibilização e
manutenção de infraestruturas e instalações operacionais, necessárias à coleta, ao transporte, ao
tratamento e à disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até
sua destinação final, para produção de água de reuso ou seu lançamento de forma adequada, no
meio ambiente;
c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: constituídos pelas atividades e pela
disponibilização e manutenção de infraestruturas e instalações operacionais de coleta, varrição
manual e mecanizada, asseio e conservação urbana, transporte, transbordo, tratamento e
destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos domiciliares e dos resíduos de
limpeza urbana;
d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: constituídos pelas atividades, pela
infraestrutura e pelas instalações operacionais de drenagem de águas pluviais, transporte,
detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final
das águas pluviais drenadas, contempladas a limpeza e a fiscalização preventiva das redes;
II – gestão associada: associação voluntária entre entes federativos, por meio de
consórcio público ou convênio de cooperação, conforme disposto no art. 241 da Constituição
Federal;
III – universalização: ampliação progressiva do acesso de todos os domicílios ocupados
ao saneamento básico, incluídos o tratamento e a disposição final adequados dos esgotos
sanitários;
Art. 91. Em conformidade com a Lei Municipal nº. 1300, de 02 de agosto de 2006, o
Município proverá as áreas urbanas de sistemas de abastecimento de água e de esgotamento
sanitário, drenagem, promovendo a garantia e o bem estar da população, utilizando os seguintes
procedimentos:
I – a prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário seja por
via direta, seja por via indireta, através de contrato de concessão ou de programa;

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II – a realização do controle e a orientação para implantação de sistemas alternativos,
nos locais de população de baixa renda;
III – a criação de reserva de áreas para instalação de equipamentos necessários ao
funcionamento do sistema de abastecimento de água e do esgotamento sanitário;
IV – a promoção de uma política de descontos em taxas de alvarás, habite-se, entre
outros, para os empreendimentos que implantarem reaproveitamento de água de drenagem e de
esgoto na concepção do projeto;
V – a elaboração de projeto de macrodrenagem em áreas prioritárias e a prevenção de
sua execução, em consonância ao PMSB – Plano Municipal de Saneamento Básico a ser
implantado no Município.
§ 1º Para a aprovação de projetos particulares de grande porte com sistema de coleta,
tratamento e disposição final adequada de esgotos sanitários, será exigido termo de
compromisso, por parte da empresa responsável pela gestão dos serviços, bem como local para
sua operacionalização.
§ 2º O Poder Público Municipal poderá se articular com outros Municípios para resolver
conjuntamente problemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário de interesse
comum, principalmente, através de contratos de programa, conforme Lei Federal 11.107, de
abril de 2005 e em consonância com a Lei Federal nº.11.445, de janeiro de 2007.
§ 3º Terão prioridade para implantação de esgotamento sanitário os aglomerados
urbanos de maior densidade, com maior afloramento do lençol freático e outros requisitos de
ordem técnica e de saúde pública, que influenciam na necessidade urgente deste serviço.
§ 4º Nos novos loteamentos e condomínios localizados em zona urbana ou de expansão
urbana, as edificações e empreendimentos, com áreas de construção superior a 1.000,00 m² (um
mil metros quadrados), serão atendidos em consonância com a Lei Federal nº.11.445 de janeiro
de 2007 que instituiu a política nacional de saneamento e as demais Leis correlatas.
§ 5º O Município poderá ampliar o índice de atendimento do sistema de saneamento
básico, fazendo uso das normas estabelecidas na Lei Federal nº 11.079 de 30 de dezembro de
2004, a partir da qual se instituíram normas gerais de licitação e contratação de parcerias
público-privadas, no âmbito da Administração Pública.
Subseção I
Da Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais
Art. 92. Os serviços urbanos de drenagem de águas pluviais serão realizados
preferencialmente por meio do sistema físico natural, ou através da construção do escoamento
das águas pluviais nas áreas onde ocorrem estes fenômenos, garantindo a segurança e o conforto
da população e edificações existentes, sendo aplicado prioritariamente:
I – nas margens e cursos d’água, onde haja risco de inundações das edificações, terão
prioridade nas ações de implantação do sistema de drenagem;
II – nos locais onde o lençol freático aflora com facilidade;
III – nas bacias fechadas, de difícil escoamento natural das águas.
Parágrafo único. Os serviços urbanos de drenagem de águas pluviais, de que trata o
caput deste artigo, incluem a captação, o armazenamento e o uso das águas pluviais nas
edificações, a partir de 200 m² de área impermeabilizada.

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Art. 93. Cada terreno, ao ser utilizado, deverá deixar uma área livre de construção
permeável no solo, desprovida de cobertura impermeável para facilitar a drenagem natural das
águas pluviais, observando as prescrições urbanísticas para a referida área, constantes no Anexo
II Quadro 02 II, exceto nas áreas especiais onde este coeficiente poderá ser alterado.
Subseção II
Da Limpeza Urbana
Art. 94. Em conformidade com a Lei Municipal nº 1.300, de 02 de agosto de 2006, o
Poder Executivo assegurará a coleta, a remoção e o destino final dos resíduos sólidos,
obedecendo a critérios e controle da poluição, buscando minimizar os custos ambientais e de
transporte, obedecendo aos seguintes preceitos:
I – utilização de aterro sanitário, em área que não venha a comprometer a qualidade do
ar, da água e do solo;
II – remoção de resíduos de estabelecimentos não residenciais, em horários apropriados
e cobrança de taxas extras sobre materiais considerados perigosos à saúde, como os resíduos
hospitalares e das indústrias;
III – remoção, tratamento e destinação final adequada dos resíduos sólidos coletados;
IV – fiscalização das empresas que fazem serviço de remoção de resíduos sólidos;
V – estímulo à comercialização dos produtos e subprodutos, compostos e reciclados
provenientes do tratamento dos resíduos sólidos;
VII – instalação de pontos de coletas de resíduos especiais, em diversos locais da área
urbana;
VIII – determinação para limpeza dos imóveis particulares como forma de reduzir a
proliferação de vetores danosos à saúde;
IX – implantação da coleta seletiva de materiais recicláveis, através da segregação dos
resíduos sólidos na fonte geradora, seja ela doméstica, comercial, industrial, em qualquer
atividade econômica;
X – incentivo à população, através de desconto no IPTU em até 5%, para execução do
pavimento das calçadas, atendendo as normas de acessibilidade;
XI – Disponibilização da programação de limpeza mensal na cidade por meio de
informação à população;
§ 1º A Prefeitura será a gestora do sistema local de limpeza urbana, cabendo coordenar
e executar diretamente, ou através de concessão, todos os serviços relativos à limpeza, à coleta,
ao tratamento e ao destino final adequado dos resíduos sólidos nas áreas urbanas.
§ 2º Os serviços, a serem executados pela Prefeitura, poderão ser realizados através de
parceria com outros Municípios, ou de forma terceirizada, desde que obedeçam aos incisos
acima citados e às legislações pertinentes.
Seção II
Da Educação
Art. 95. A Política de Educação do Município objetiva assegurar a todos os educandos
o seu desenvolvimento pessoal, cívico e profissional, conscientizando-os, sobretudo, sobre seus
deveres e obrigações individuais, com os seguintes objetivos:
I – promover ações para erradicação do analfabetismo;
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II – atendimento da demanda infantil, obedecendo aos parâmetros do Plano Nacional da
Educação;
III – proporcionar o acesso às novas tecnologias nas escolas e à população;
IV – garantir a universalização do ensino fundamental, garantindo o acesso e a
permanência nas escolas;
V – instituir programas que venham atender aos portadores de necessidades especiais;
VI – instituir programas voltados à educação ambiental nas escolas.
Art. 96. As diretrizes gerais da Política Municipal de Educação são:
I – promover o acesso às escolas e à população das novas tecnologias;
II – ampliar e estimular a qualificação dos professores da rede municipal;
III – viabilizar ações que motivem a permanência das crianças e adolescentes nas
escolas, priorizando aqueles em situação de risco ou vulnerabilidade social;
IV – promover e implantar a educação ambiental nas escolas, estimulando a
sensibilização sobre a importância do tema para a sociedade e o meio ambiente;
V – proporcionar formas de reduzir o deslocamento casa-escola, prioritariamente de
crianças e adolescentes, distribuindo equilibradamente os equipamentos de educação no
Município, utilizando, caso couber, os instrumentos urbanísticos previstos nesta Lei.
Art. 97. Caberá ao Município adotar as medidas necessárias para que seja obedecido o
disposto nesta seção.
Seção III
Da Saúde
Art. 98. A Política Municipal de Saúde objetiva, constantemente, minimizar os riscos
de doenças e outros agravos, além de garantir o acesso igualitário à prestação de saúde,
respeitando as seguintes diretrizes básicas:
I – implementar ações permanentes para melhoria da infraestrutura pública de saúde no
Município:
II – incrementar ações de prevenção, promoção, proteção e atenção à saúde no âmbito
do Município;
III – elevar a melhoria do controle e vigilância epidemiológica, diminuindo os principais
agravos, danos e riscos à população macaibense;
IV – implantar ações preventivas, promoção, proteção e atenção à saúde, no âmbito do
Município, e, em especial, à população de baixa renda;
V – desenvolver ações estratégicas de atenção à mulher, à criança, ao adolescente, aos
adultos, aos idosos e aos portadores de necessidades especiais;
VI – implantar equipamentos de saúde que possam equilibrar, otimizar e reduzir o trajeto
de acesso para toda a população em seu raio de influência.

46
TÍTULO V

DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E GESTÃO DA POLÍTICA URBANA


E AMBIENTAL

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES GERAI S


Art. 99. Fica criado o Sistema Municipal de Planejamento e Gestão da Política Urbana
e Ambiental, instituindo estruturas e processos democráticos e participativos, com o objetivo
de promover o controle social no planejamento e na gestão das políticas urbana e ambiental,
instituindo um processo permanente e sistematizado de detalhamento, atualização e revisão do
Plano Diretor e legislação municipal correlata.
§ 1º O Sistema Municipal de Planejamento e Gestão da Política Urbana e Ambiental do
Município de Macaíba será composto pelo órgão municipal de Planejamento Urbano, pelo
Conselho Municipal da Defesa e Proteção do Meio Ambiente – CONDEPA e pelo Fundo
Municipal de Urbanização – FURB.
§ 2º A unidade administrativa de planejamento ambiental e urbanístico acompanhará a
implantação e aplicabilidade dos instrumentos urbanísticos, da infraestrutura urbana e dos
demais mecanismos de gestão urbana pertinentes a esta Lei.
§ 3º A unidade administrativa de planejamento urbanístico deverá elaborar relatório
anual de acompanhamento e implementação do Plano Diretor a ser apreciado pelo CONDEPA.
§ 4º Fica estabelecido o prazo de 06 (seis) meses para regulamentar e instalar o Conselho
Municipal da Defesa e Proteção do Meio Ambiente – CONDEPA.
Art.100. Para garantir a efetiva participação da sociedade civil, nos termos da Lei
Federal 10.257/01 – Estatuto da Cidade, o planejamento e a gestão da política urbana terão
como objetivos:
I – tornar transparentes e participativos os processos de planejamento e gestão da
política urbana;
II – criar canais de participação e controle social por parte dos cidadãos e das instâncias
representativas dos vários segmentos da sociedade;
III – fomentar um processo educativo e de capacitação da população, para que ela possa
participar dos processos decisórios, relativos ao planejamento e à gestão urbanos;
IV – identificar as prioridades sociais do Município e integrá-las às prioridades do Poder
Executivo Municipal;
V – acompanhar e avaliar permanentemente a implantação e a gestão do Plano Diretor
Participativo de Macaíba;
VI – evitar a descontinuidade do processo de planejamento e gestão urbanos e a
descaracterização das diretrizes urbanísticas do Município, através da gestão democrática;
VII – acompanhar a implantação da infraestrutura urbana, e a densidade habitacional
visando à atualização dos índices urbanísticos aplicáveis.
Parágrafo único. São partes integrantes de acompanhamento do planejamento e da
gestão da política urbana, destacadamente: o sistema de saneamento básico, o sistema viário e
de transporte público, o sistema de energia, os equipamentos de saúde, educação e lazer.
47
CAPÍTULO II

DO CONSELHO MUNICIPAL DA DEFESA E PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE E DO


ORÇAMENTO PARTICIPATIVO
Art. 101. O Conselho Municipal da Defesa e Proteção do Meio Ambiente – CONDEPA,
criado pelo Art. 174 da Lei Orgânica do Município, absorverá além da função ambiental, a
função urbanística de ordenamento do solo.
Art. 102. A participação da população no Sistema Municipal de Planejamento e Gestão
da Política Urbana e Ambiental será assegurada por representantes do Poder Público e da
sociedade civil organizada, através da indicação por seus pares, mediante composição paritária,
garantindo os critérios de diversidade, pluralidade e representatividade.
§ 1º Caberá ao CONDEPA articular-se com os demais conselhos nas matérias comuns,
analisar as matérias pertinentes a sua área de atuação e votar os encaminhamentos propostos
pelos órgãos aos quais se vinculam.
§ 2º O CONDEPA será regulamentado por decreto definindo sua competência,
composição e regulamento, a ser elaborado no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da
data de aprovação deste Plano.
Seção I
Do Conselho Municipal da Defesa e Proteção do Meio Ambiente – CONDEPA
Art. 103. O Conselho Municipal da Defesa e Proteção do Meio Ambiente – CONDEPA,
órgão colegiado de caráter consultivo e deliberativo, tem como atribuições mínimas:
I – propor e discutir diretrizes para a formulação e implementação da política de
desenvolvimentos urbano e ambiental do Município;
II – acompanhar e avaliar a execução da política de desenvolvimentos urbano e
ambiental, conforme dispõe a Lei Federal n° 10.257, de 10 de julho de 2001 – Estatuto da
Cidade e Leis correlatas, com participação autônoma e organizada de todos os seus integrantes,
em conformidade com os trabalhos dos conselhos estadual e nacional das cidades, de mesma
finalidade;
III – elaborar e aprovar seu regimento interno e formas de funcionamento do conselho
e das suas câmaras setoriais, bem como a sua articulação e integração com os demais conselhos
Municipais específicos.
Seção II
Do Orçamento Participativo
Art. 104. Para garantir a efetiva participação da sociedade civil, no planejamento e na
gestão das políticas públicas, o Município implantará o orçamento participativo.
§ 1º O orçamento participativo é um processo pelo qual a população decide, de forma
direta, a aplicação dos recursos em obras e serviços que serão executados pela Administração
Municipal;
§ 2º O orçamento participativo deverá constituir-se como instância permanente de
discussão do planejamento e gestão das políticas públicas do Município;
§ 3º O regimento interno do orçamento participativo definirá as normas para o seu
funcionamento.

48
CAPÍTULO III

DO ÓRGÃO MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO URBANO E MEIO AMBIENTE


Art. 105. O órgão municipal de planejamento urbano e meio ambiente, através de seu
representante legal, terá as seguintes atribuições, além daquelas que lhe competem pela
legislação aplicável:
I – coordenar as revisões do Plano Diretor, de forma participativa;
II – elaborar proposta de regulamentação do Conselho Municipal da Defesa e Proteção
do Meio Ambiente – CONDEPA;
III – elaborar, apreciar, analisar e encaminhar proposta de alteração da legislação
urbanística e ambiental do Município, ouvido o CONDEPA;
IV – emitir parecer técnico sobre os empreendimentos considerados de impacto e,
quando necessário, encaminhá-lo ao CONDEPA;
V – presidir o Conselho Municipal da Defesa e Proteção do Meio Ambiente –
CONDEPA;
VI – promover o acompanhamento e implementação do Plano Diretor e suas
atualizações.

CAPÍTULO IV

DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO MUNICIPAL


Art.106. O Sistema de Informação Municipal consiste no conjunto integrado de
informações relevantes à gestão e ao planejamento do município de Macaíba, cujas finalidades
serão:
I – acompanhar e avaliar a implantação, os resultados do Plano Diretor e os demais
planos, programas e projetos a serem propostos pelo Poder Público;
II – permitir a avaliação dos principais aspectos relacionados à qualidade de vida do
Município;
III – subsidiar a elaboração de novos planos, programas e projetos por parte do Poder
Público e da iniciativa popular;
IV – subsidiar as decisões tomadas pelo Conselho Municipal da Defesa e Proteção do
Meio Ambiente – CONDEPA;
V – dar suporte às atividades administrativa e gerencial do Poder Público;
VI – orientar as prioridades de investimentos.
§ 1º O sistema, a que se refere o caput deste artigo, deve atender a critérios de
simplificação, economicidade, eficácia, clareza, precisão e segurança, evitando-se a duplicação
de meios e instrumentos para fins idênticos.
§ 2º Será assegurada ampla e periódica divulgação dos dados do Sistema de Informação
Municipal, através de publicação no Diário Oficial, ou disponibilização na página eletrônica do
Município de Macaíba, bem como seu acesso à população, por outros meios possíveis.
Art.107. O Poder Público manterá permanentemente atualizado, sob a responsabilidade
do órgão competente, o Sistema Único de Informação Urbano e Ambiental Municipal,
contendo, no mínimo, informações:
49
I – patrimoniais imobiliárias;
II – de uso e ocupação do solo;
III – da infraestrutura urbana, mediante relatórios de gestão do órgão competente;
IV – sobre os espaços públicos;
V – sobre os equipamentos comunitários;
VI – sobre o sistema viário, por meio de relatórios do órgão responsável pela mobilidade
do município;
VII – sobre o transporte coletivo urbano e o rural, mediante relatórios do órgão
responsável pela mobilidade do município;
VIII – sobre o meio ambiente;
IX – sobre o patrimônio histórico-cultural, arqueológico, ambiental e paisagístico;
X – sobre a densidade populacional prevista e existente.
Art. 108. Os agentes públicos, os concessionários e permissionários de serviços
públicos, que desenvolvam atividades no Município de Macaíba, deverão fornecer ao Poder
Executivo Municipal, no prazo de 12 (doze) meses, todos os dados e informações necessárias
ao Sistema Único de Informação Urbano e Ambiental Municipal.

TÍTULO V

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 109. A gestão urbana assegurará meios de permanente estaduais e federais com
influência no espaço urbano, especialmente com os municípios da Região Metropolitana de
Natal, visando à gestão e à execução das funções públicas de interesse comum, assegurando-se
o acesso a voto e voz dos representantes, de cada instância.
Art. 110. A política urbana e suas diretrizes de desenvolvimento instituídas por esta Lei,
como instrumento de gestão democrática, deverão ser revistas no período mínimo de 10 (dez)
anos, a partir da vigência deste Plano Diretor.
Parágrafo único. Decorridos os 5 (cinco) anos da revisão do Plano Diretor, poderá ser
realizada a atualização dos instrumentos e parâmetros urbanísticos, estabelecidos nesta Lei.
Art. 111. O art. 74 da Lei Municipal nº. 1.222, de 07 de julho de 2005, alterado pelo Art.
2º da Lei Municipal nº. 1.381, de 28 de dezembro de 2007 e alterado pelo art. 108 da Lei
Complementar n°. 001/2008 de 19 de Dezembro de 2008, passa a vigorar com a seguinte
redação:
“Art. 74. O condomínio fechado, a ser implantado em área não parcelada (gleba), deverá
fazer reserva de área adjacente, externa aos seus limites, com frente para via ou logradouro
público, a ser doada ao Município, correspondente a 5% (cinco por cento), no mínimo, da área
total do empreendimento.” (NR)
Art. 112. O art. 74 da Lei Municipal nº. 1.222, de 07 de julho de 2005, passa vigorar
acrescido dos seguintes parágrafos:
“Art. 74. ………………..
§ 1º O condomínio fechado, a ser implantado em área não loteada, deverá fazer reserva
de área adjacente, externa aos seus limites, com frente para via ou logradouro público, a ser
50
doada ao Município, correspondente, no mínimo, a 5% (cinco por cento) da área total do
empreendimento, situado num raio de até 1,50 km (um quilômetro e meio).
§ 2º Em caso do condomínio fechado não poder atender ao raio definido no §1º deste
artigo, a faixa de reserva poderá ser compensada em terreno situado na Zona Urbana do
Município.
Art. 113. O art.1º da Lei nº. 1671/2013, de 28 de novembro de 2013, passa a vigorar
com a seguinte redação:
“Art. 1º Para o fiel cumprimento das exigências previstas no Código de Obras, Código
de Posturas e Plano Diretor, o Município, através do seu órgão competente, fiscalizará a
execução das obras, o funcionamento das atividades de qualquer natureza e do comportamento
do cidadão, realizando as vistorias que julgar necessárias, aplicando, quando for o caso, as
penalidades previstas.”
Art. 114. O art.5 da Lei nº. 1671/2013, de 28 de novembro de 2013, passa a vigorar com
a seguinte redação:
“Art. 5º A inobservância das normas contidas nesta Lei, no Código de Obras, no Código
de Posturas, no Plano Diretor e nas demais normas da legislação em vigor pertinente, sujeita o
infrator às penalidades aqui previstas.”
Art. 115. Ficam instituídos os bairros do Município de Macaíba, constantes no Anexo
II Quadro 2 e Anexo I Mapa 01.
Art. 116. Fica alterada a denominação do Bairro Bela Vista, constante na Lei
Complementar nº 01/2008 – Plano Diretor Participativo de Macaíba-RN, passando a ser
denominado de Bairro Bela Macaíba
Art. 117. Fazem parte desta Lei, os Anexos I, II e III compostos por:
I – Anexo I: Mapas
• Mapa n° 01 – Macrozoneamento, Perímetro Urbano e Bairros;
• Mapa nº 02 – Áreas Especiais de Interesse Social – AEIS;
• Mapa nº 02.1 – Locais de Interesse Histórico e Cultural – Centro- LIHC;
• Mapa nº 02.2 – Locais de Interesse Histórico e Cultural;
• Mapa nº 02.3 – Áreas Especiais de Interesse Habitacional;
• Mapa nº 02.4 – Áreas Especiais de Interesse Industrial;
• Mapa nº 02.5 – Áreas Especiais de Interesse Econômico, Comércio e Serviço;
• Mapa n º 02.6 – Áreas Especiais de Controle de Gabarito (1:120.000);
• Mapa n º 02.7 – Áreas Especiais de Controle de Gabarito (1:1.000);
• Mapa nº 03.1 – Aplicação do Instrumento de Parcelamento e Edificação
Compulsória, IPTU Progressivo no Tempo e Pagamento com título da dívida
pública;
• Mapa nº 03.2 – Aplicação da Outorga Onerosa e bairros do município.

II – Anexo II – Quadros:
a) Quadro nº 01: Das prescrições gerais para parcelamento;
51
b) Quadro nº 02: Das prescrições básicas no Macrozoneamento;
c) Quadro nº 03: Das prescrições adicionais para as Zona Urbana, Zona de
Expansão Urbana e Comunidade Rurais – Lote e Testada;
d) Quadro nº 03-A: Das prescrições Básicas nas Áreas especiais;
e) Quadro nº 04: Das prescrições Complementares para Zona Urbana Expansão
Urbana e Comunidade Rurais – Lote e Testada;
f) Quadro nº 04-A: Das prescrições Complementares para Zona Urbana Expansão
Urbana e Comunidade Rurais – Recuos;
g) Quadro nº 05: Das prescrições adicionais nas Áreas Especiais de Interesse Social
e Interesse Habitacional por Uso – Lote e Testada;
h) Quadro nº 06: Das prescrições complementares nas Áreas Especiais – Recuos;
i) Quadro nº 07: Das prescrições adicionais nas Áreas Especiais de Interesse Social
e Controle de Gabarito por tipo Uso – Lotes e Testadas;
j) Quadro nº 08: Das prescrições adicionais nas Áreas Especiais de Segurança
Alimentar e Nutricional por tipo de uso – Lotes e Testadas;
k) Quadro nº 09: Das prescrições adicionais por uso nas Áreas Especiais de
Interesse Comercial e de Serviço e de Estruturação Viária – Lotes e Testadas;
l) Quadro nº 10: Do número de vagas e estacionamento por tipo de uso;
m) Quadro nº 11: Hierarquização do Sistema Viário – das vias principais do sistema
viário estruturante;
n) Quadro nº 12: Relação de usos que necessitam de RIV (Relatório de Impacto de
Vizinhança);
o) Quadro nº 13: Relação das áreas Especiais de Interesse Social.

III – Anexo III:


a) Elucidações Gráficas nº. 01: Desenho básico do Sistema Viário;
b) Elucidações Gráficas nº. 02: Desenho Formas de Estacionamentos: parâmetros
geométricos gerais,
c) Elucidações Gráficas nº. 03: Desenho Formas de Estacionamentos: veículos
leves,
d) Elucidações Gráficas nº. 04: Desenho Formas de Estacionamentos: veículos
médios,
e) Elucidações Gráficas nº. 05: Desenho Formas de Estacionamentos: ônibus e
caminhões;
f) Elucidações Gráficas n°. 06: Desenho dos recuos, gabaritos e áreas em subsolos.
g) Elucidações Gráficas n°. 07: Desenho do dimensionamento das formas de
acesso.

52
Art. 118. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogada a Lei
Complementar n°01/2008, de 19 de Dezembro de 2008, o Art. 25 da Lei n°1.222/2005 e demais
disposições em contrário.

Macaíba/RN, 29 de dezembro de 2021.

EDIVALDO EMÍDIO DA SILVA JÚNIOR


Prefeito Municipal de Macaíba

53
Anexo II

Quadro nº. 01 – Quadro de prescrições gerais para parcelamento.

Mínimas(%) máximo mínimo máximo

Reserva
Reserva Percentual da Áreas
institucional Reservas de Fora do Terreno objeto Comprimento
de área de lazer Área máxima
(Equipamentos Arruamento do parcelamento máximo da quadra
Tipo de parcelamento Verde
Comunitários) (%) (%) (m) (%) (m²)
(%)
(%)

1 – Loteamento padrão 10 5 20 - 250,00 - --

2 – Loteamento residencial - -
10 5 20 - 250,00
fechado

3 – Loteamento empresarial - -
10 5 20 - 500,00
ou industrial fechado

4 – Loteamento interesse - -
10 5 20 - 250,00
social

5 – Desdobramento 10 5 20 250,00 - -

6 – Desmembramento ( sem *4 *4
*4 *4 *4 *4 *4
abertura de vias)*4

7 – Condomínio urbanístico - - - 5 - 5 150.000,00

8 – Condomínio de lotes - - - 5 - 5 150.000,00

9 – Empreendimentos de 5
8 5 15 - 200,00
interesse social

10 – Condomínios Rurais 20 5 10 - 500,00 5 -

Obs¹: Todo e qualquer loteamento com mais de 2000 (dois mil) lotes, que não se configure como de interesse social, deverá implantar, uma via de acesso com largura mínima de 30 (trinta) metros ligando este
loteamento, a qualquer via estrutural ou arterial do município de Macaíba.
Obs²: As vias de circulação nos condomínios serão compostas no mínimo por 02 (duas) faixas de rolamento de 2,50 (dois metros e cinquenta centímetros) cada uma e 01 (uma) faixas de passeio de 1,20 m (um
metro e vinte centímetros) obrigatoriamente entre a edificação e a faixa de rolamento.
Obs³: As demais exigências constam na Lei 1222/2005 – Lei de Parcelamento do Solo de Macaíba e suas modificações posteriores desde que não venham apresentarem conflitos com a presente Lei.
OBS*4: Nos desmembramentos os padrões urbanísticos de dimensões e testadas mínimas, e demais exigências da Tabela acima serão considerados de acordo com o objeto da solicitação, de forma a não
resultar em lotes com parâmetros menores que o exigido, devendo neste casos indicar no projeto a reunião ou anexação a outro lote.
ANEXO II

Quadro nº. 02 – Das prescrições básicas no Macrozoneamento.

Densidade
Fator de Coeficiente de Ocupação
Bairros/ máxima Permeabilização
Planejamento aproveitamento máxima Gabarito
Localidades prevista %
ou de correção máximo %
(líquida)

Zona Urbana

Centro 300 0,3 3,0 20 80 81,25

Fabrício Pedrosa 350 0,3 2,5 30 70 81,25

São José 150 0,1 2,0 30 70 81,25

Lagoa de Santo
150 0,1 2,0 30 70 81,25
Antônio

Campo de Santa
200 0,1 2,5 30 70 81,25
Cruz

Campo das
200 0,1 2,5 30 70 81,25
Mangueiras

Lagoa das Pedras 150 0,1 2,5 30 70 81,25

Liberdade 100 0,3 1,5 30 70 81,25

Alfredo Mesquita 150 0,3 3,0 30 70 81,25

Tavares de Lira 150 0,3 2,0 30 70 81,25

Auta de Souza 200 0,1 3,0 30 70 81,25

Augusto Severo 150 0,1 2,0 30 70 81,25

Campinas 150 0,1 2,0 30 70 81,25

Vilar 150 0,5 2,5 30 70 81,25

Ferreiro Torto 150 0,5 2,0 30 70 81,25

Bela Macaíba 150 0,1 2,0 30 70 81,25

Mangabeira 100 0,1 2,0 30 70 81,25*

Zona de
Expansão 100 - 1,0 20 80 81,25
Urbana

Zona Rural 75 - 0,5 50 50 81,25

Zona de
Preservação 50 - 0,3 80 20 -
Ambiental

Área Especial de
Estruturação 300 0,1 3,0 30 70 81,25
viária

Controle de Gabarito em trecho específico * coeficiente básico todo o município 1,5

Nº unidades = D*Área(ha)/3,6 sendo 3.6 a média do IBGE de quantidade de pessoas por habitações para Macaíba vem da Fórmula de D=
pessoas /por unidade área(ha) e D a densidade prevista na tabela
ANEXO II

Quadro nº. 03 – Das prescrições adicionais Zona Urbana, Zona de Expansão Urbana e Comunidade Rurais – Lote e Testada.

Zona Urbana e Zona Expansão Urbana Comunidades Rurais

Tipo de Uso
Lote
Lote mínimo Testada
mínimo Lote mínimo (meio
(meio de mínima Testada mínima Lote mínimo de Testada mínima Testada mínima
(de de quadra) – m²
quadra) m² (meio de de esquina – m esquina m² meio de quadra – m de esquina – m
esquina)
quadra) m

Residencial 200,00 225,00 10,00 13,00 300,00 325,00 15,00 18,00

Multifamiliar 400,00 550,00 12,00 15,00 500,00 550,00 20,00 25,00

Não residencial 250,00 255,00 10,00 13,00 400,00 450,00 25,00 30,00

Misto 250,00 255,00 10,00 13,00 400,00 450,00 25,00 30,00

Institucional 500,00 550,00 15,00 18,00 1.000,00 1.000,00 50,00 50,00

Industrial 1000,00 1000,00 20,00 20,00 2.000,00 2.000,00 50,00 50,00


ANEXO II

Quadro nº. 03-A – Das prescrições básicas nas Áreas Especiais

*1 Densidade máxima Fator de Coeficiente de Ocupação


Permeabilização
Bairros/Localidades prevista (líquida) – Planejamento ou de aproveitamento máxima Gabarito – m
%
hab/ha correção máximo %

I – Áreas Especiais de
400 0,1 4,5 20 80 81,25
Interesse Social -AEIS

II – Áreas e Locais
Especiais de Interesse 200 0,5 2,0 40 60 81,25
Histórico e Cultural –
AELIHC;

IV – Áreas Especiais de
Interesse Habitacional – 350 0,3 3,5 30 70 81,25
AEIH;

V – Áreas Especiais de de 200 0,5 2,0 30 70 81,25


Interesse Industrial – AEII;

VI – Áreas Especiais de
Controle de Gabarito – 100 0,5 1,5 30 70 3,0
ARCG;

VIII –- Áreas Especiais de


Interesse Econômico, 400 0,2 4,0 20 80 81,25
Comercial e Serviços –
AEIECS;

IX – Áreas Especiais de
Estruturação Viária – 300 0,1 3,0 ou 2,0 30 70 81,25
AEEV;

*1- Densidade líquida – área a ser utilizada com exceção das áreas públicas(vias, áreas verdes, e áreas p/ equipamentos)
ANEXO II

Quadro nº. 04 –Das prescrições complementares Zona Urbana, Zona de Expansão Urbana e Comunidade Rurais – Lote e Testada.

Zona Urbana e Zona Expansão Urbana Comunidades Rurais

Tipo de Uso

Lote mínimo Lote Testada


Testada mínima Lote mínimo Lote mínimo de Testada mínima meio Testada mínima de
(meio de mínimo de mínima meio
de esquina (meio de quadra) esquina de quadra esquina
quadra) esquina de quadra

Residencial 200,00 225,00 10,00 13,00 300,00 325,00 15,00 18,00

Multifamiliar 400,00 550,00 12,00 15,00 500,00 550,00 20,00 25,00

Não residencial 250,00 255,00 10,00 13,00 400,00 450,00 25,00 30,00

Misto 250,00 255,00 10,00 13,00 400,00 450,00 25,00 30,00

Institucional 500,00 550,00 15,00 18,00 1.000,00 1.000,00 50,00 50,00

Industrial 1000,00 1000,00 20,00 20,00 2.000,00 2.000,00 50,00 50,00

Condomínios 2.000,00 2.500,00 30,00 45,00 2.000,00 2.500,00 30,00 45,00


Rurais
ANEXO II

Quadro nº. 04-A – Das Prescrições Complementares para Zona Urbana Expansão Urbana e Comunidade Rurais – Recuos.

Recuos frontais Recuos adicionais laterais e


Zona Recuos laterais e fundos no térreo(m)
(m) fundos ( m)

Zona Urbana (ZU) 3,0 1,5 1,5 + H/10

Zona de Expansão Urbana (ZEU) 3,0 1,5 1,5+ H/7,5

Zona Rural (ZR) 5,0 5,00 1,5 +H/5

Zona de Preservação Ambiental


(ZPA)

Sub zona 1 (SZA1) 10,00 5,00 somente pavimento térreo

Sub zona 2 (SZA2) 10,00 5,00 Somente térreo

Sub zona 3 (SZA3) 10,00 5,00 Somente térreo

1,5
Comunidades Rurais 3,0 1,5+ H/7,5
ANEXO II

Quadro nº. 05 – Das prescrições adicionais nas Áreas Especiais de Interesse Social e Interesse Habitacional por uso – Lote e Testada.

Área Especial de Interesse Social Área Especial de Interesse Habitacional


Tipos de
usos
Lote mínimo Lote mínimo Testada mínima Testada mínima Lote mínimo (meio Lote mínimo de Testada mínima Testada mínima de
(meio de de esquina meio de quadra de esquina de quadra) esquina meio de quadra esquina
quadra)

residencial 104,00 110,00 6,00 8,00 125,00 150,00 8,00 10,00

multifamiliar 250,00 250,00 8,00 10,00 500,00 550,00 12,00 15,00

Não 80,00 100,00 5,00 6,00 125,00 150,00 10,00 12,00


residencial

Misto 80,00 100,00 5,00 6,00 125,00 150,00 10,00 12,00

institucional 250,00 300,00 10,00 12,00 250,00 300,00 10,00 12,00

Industrial* 250,00 300,00 10,00 12,00 300,00 400,00 10,00 12,00

*1- Indústria de pequeno porte sem produzir poluição


ANEXO II

Quadro nº. 06 – Das prescrições complementares nas Áreas Especiais – Recuos.

Recuos laterais e fundos no Recuos adicionais laterais e fundos


Área Especiais Recuos frontais(m) Observação
térreo(m) (m)

I -Área Especial de Interesse Social 1,5 1,5 1,5 + H/5

Qualquer empreendimento a ser


II – Locais ou empreendimentos A ser analisado implantado deverá apresentar
A ser analisado caso a caso A ser analisado caso a caso
especiais de interesse histórico e cultural caso a caso anteprojeto de preservação do sítio
histórico

III – áreas especiais de interesse


3,0 1,5 1,5 + H/7,5 todos os usos
agrofamiliar

IV -Área Especial de Interesse 1,5 + H/7,5 todos os usos


3,0 1,5 Recuo lateral 3,0 para uso industrial
Habitacional 3,0 + H/7,5 para uso industrial

3,0 + H/7,5 (todos os usos) Recuo frontal 5,00 para o uso industrial
V – Área Especial de Interesse Industrial 3,00 1,5
Recuo lateral 3,0 para uso industrial

VI – Áreas Especiais de Controle de


1,5 1,5 1,5 Não tem recuo adicional
Gabarito

VII – Áreas Especiais segurança


3,0 1,5 1,5 + H/7,5 aplicado a todos os usos
alimentar e nutricional

Caso o imóvel seja menor que o


VIII –- Área especial de interesse prescrito para a Área deverá ser
3,0 1,5 1,5 + H/5 ou H/10
econômico, comercial e serviços analisado de acordo com os imóveis no
entorno

IX – Área especial de estruturação viária 3,0 1,5 1,5 + H/5 ou H/10

X – localidades rurais; 3,0 1,5 1,5+ H/5 ou H/7,5

Na fórmula o H corresponde à altura da edificação contada a partir do teto do pavimento térreo ao piso do último pavimento útil da edificação).

Recuo Adicional lateral 1,5 + H/ 5 zona rural – 1,5+H/7,5 zona expansão urbana e 1,5+H/10 zona urbana.
● No Recuo lateral e de fundos poderá colar térreo e pavimento superior em 50 % da extensão.
● O recuo no pavimento superior será permitido colar na extensão da lateral 50% do lote em cada lateral.
ANEXO II

Quadro nº. 07 – Das prescrições adicionais nas Áreas Especiais de Interesse Social e Controle de Gabarito por tipo uso – Lotes e Testadas.

Usos
Área Especial de Interesse Industrial Área Especial de Controle de Gabarito

Lote Lote Testada Testada Lote Lote mínimo Testada Testada Gabarito
mínimo mínimo mínima mínima de mínimo de esquina mínima meio mínima de máximo
(meio de meio de esquina (meio de de quadra esquina
de esquina quadra quadra)
quadra)

Residencial 250,00 280,00 10,00 13,00 125,00 150,00 10,00 12,00 3,0 m para qualquer
uso

Multifamiliar 500,00 560,00 15,00 18,00 500,00 550,00 12,00 15,00

Não 500,00 560,00 10,00 13,00 125,00 150,00 10,00 12,00


residencial

Misto 500,00 560,00 10,00 18,00 125,00 150,00 10,00 12,00

Institucional 1.000,00 1.120,00 15,00 18,00 250,00 300,00 10,00 12,00

Industrial 1.000,00 1.120,00 20,00 25,00 300,00 400,00 10,00 12,00


ANEXO II

Quadro nº. 08 – Das Prescrições adicionais nas Áreas Especiais de Segurança Alimentar e Nutricional
e de interesse institucional por tipo de uso – Lotes e testadas.

Área Especial de Segurança Alimentar e Nutricional

Usos
Lote mínimo (meio de quadra) Lote mínimo de esquina Testada mínima meio de quadra Testada mínima de esquina

Residencial 4.000,00 4.000,00 50,00 50,00

Multifamiliar - - - -

Não residencial 2.500,00 4.500,00 20,00 20,00

Misto 5.000,00 4.500,00 50,00 50,00

Institucional 2.000,00 2.000,00 20,00 20,00

Industrial 10.000,00 10.000,00 50,00 50,00


ANEXO II

Quadro nº. 09 – Das prescrições adicionais por uso nas Áreas Especiais de Interesse Comercial e
de Serviço e de Estruturação Viária – Lotes e Testadas.

Área Especial de Interesse Comercial, Comercial e de Serviço Área Especial de Estruturação Viária

Usos
Lote
Lote Testada Lote mínimo
mínimo Testada mínima Lote mínimo de Testada mínima Testada mínima de
mínimo de mínima meio (meio de quadra)
(meio de de esquina esquina meio de quadra esquina
esquina m de quadra
quadra) m²

Residencial 200,00 225,00 10,00 12,00 200,00 225,00 10,00 12,00

Multifamiliar 500,00 550,00 12,00 15,00 500,00 550,00 12,00 15,00

Não residencial 225,00 250,00 10,00 12,00 225,00 250,00 10,00 12,00

Misto 225,00 250,00 10,00 12,00 225,00 250,00 10,00 12,00

Institucional 500,00 550,00 12,00 15,00 500,00 550,00 12,00 15,00

Industrial 500,00 550,00 12,00 15,00 500,00 550,00 12,00 15,00


ANEXO II

Quadro nº. 10 – Do número de vagas e estacionamento por tipo de uso.

USOS estacionamento

1 vaga para cada unidade salvo para AEIS,


Residencial
AEIH e AECG.

Serviços em geral 1 vaga para cada 50 m² de área construída

Comércio até 125 m² - não é necessário destinação

Comércio - Varejista 1 vaga para cada 250 m² de área construída

Comércio - Centro Comercial /


1 vaga para cada 100 m² de área construída
Shopping Center

Comércio - Supermercado 1 vaga para cada 250 m² de área construída

Institucional 1 vaga para cada 50 m² de área construída

Escola de 1º e 2º graus 1 vaga para cada 250 m² de área construída

Hospitais, UBS 1 vaga para cada 250 m² de área construída

Estádios, ginásios de esporte 1 vaga para cada 10 lugares

Cinema, teatro, auditório 1 vaga para cada 4 lugares

Industrial 1 vaga para cada 250 m² de área construída


ANEXO II

Quadro nº. 11 – Hierarquização do Sistema Viário – das vias principais do sistema viário estruturante.

Sistema Viário
Características Usos Permitidos e Características Nome
Vias

É aquela caracterizada por acessos especiais Nenhum construção dentro de área da faixa 1 BR –304
com trânsito livre, sem interseções em nível, de domínio de 30,00 m) 2 BR – 226
sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e Composição mínima: 02 faixas de rolamento, 3 RN – 160
sem travessia de pedestres em nível. 01 faixa de acostamento e 01 passeio público 4 Av. Jundiaí
Estabelecem a ligação entre o sistema e ciclovia, tudo para cada sentido de tráfego, 5 Rua Dona Emília/Mônica Dantas
rodoviário interurbano e o sistema viário além de canteiro central; b) Largura mínima: 6 Rua Teodomiro Garcia 7 Rua Cel. Maurício
urbano, apresentando altos níveis de fluidez de 30,00m; c) Passeio lateral mínimo (de cada Freire
tráfego, baixa acessibilidade, pouca integração lado da via): 3,50 metros; d) Canteiro central 8 Rua Nair Mesquita
Via de Trânsito
com o uso e ocupação do solo e são próprias mínimo: 3 metros; e) Declividade transversal 9 Rua Dr. Pedro Velho
Rápido
para a operação de sistemas de transporte de máxima: 5%; f) Declividade transversal 10 Rua Elói de Souza
Vias Arteriais
alta capacidade e de cargas. Apesar de não mínima: 1%. 11 Rua Professor Caetano
existir vias no Município de Macaíba com 12 Rua Dr. Pedro Matos
essas características, a previsão no arcabouço 13 Acesso ao Aeroporto
técnico/jurídico facilitará a identificação, para
fins de exigências futuras para regulamentação
do uso e ocupação do solo, da acessibilidade e
mobilidade urbana;

Caracterizada por interseções em nível, Todos os usos exceto os P.G.T., exceto se for 1 Anel viário de Bela Macaíba ao entroncamento
geralmente controlada por semáforo, com feito adequação de entrada e saída com baia 2 Via de acesso à ponte de ligação sobre o mangue;
acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias de espera de entrada adequada ao uso e
secundárias e locais, possibilitando o trânsito quantidade de veículos a ser analisado pela
entre as regiões da cidade. Forma principal apresentação do RT (Relatório de Tráfego)
estrutura viária da cidade, compreendendo a) Composição mínima: 02 faixas de
grandes volumes de veículos e rolamento, 01 faixa de acostamento e 01
desenvolvimento de velocidades mais altas, passeio público, tudo para cada sentido de
Vias Arteriais II
constitui os principais acessos a outros tráfego, além de canteiro central;
Projetadas
municípios/rodovias, além de permitir b) Largura mínima: 24,00m;
articulação e deslocamentos entre regiões c) Passeio lateral mínimo (de cada lado da
extremas; via): 2,50 metros; d) Canteiro central mínimo:
2 metros;
e) Declividade transversal máxima: 5%;
f) Declividade transversal mínima: 1%;
g) Distância máxima entre vias: 6.000,00
metros.
Destinada a coletar e distribuir o trânsito que Todos os usos 1 Rua Joanete Ribeiro de Moura
tenha necessidade de entrar ou sair das vias de Via coletora a) Composição mínima: 01 faixa 2 Rua Dr. Francisco da Cruz
trânsito rápido ou arteriais, possibilitando o de rolamento e 01 passeio público, tudo para 3 Rua Frei Miguelinho
trânsito dentro das regiões da cidade. cada sentido de tráfego; b) Largura mínima: 4 Rua Heráclito Vilar
Desempenha as funções de distribuição e apoio; 12,00 metros; c) Passeio lateral mínimo (de 5 Rua Ovídio Pereira
é de importância intermediária na articulação cada lado da via): 2,50 metros; d) Declividade 6 Rua Senador José Bernardo
da malha urbana, estabelecendo ligações entre transversal máxima: 8%; e) Declividade 7 Rua Coité
as demais vias e alimentação das vias transversal mínima: 1%; f) Distância máxima 8 Rua Areia Branca
estruturais, apresentando equilíbrio entre entre vias: 1.200,00 metros. 9 Av. Uruaçu
fluidez de tráfego e acessibilidade, 10 Rua Professor Paulo Mesquita
Via Coletora possibilitando sua integração com o uso e 11 Rua Baltazar Marinho
ocupação do solo, e são próprias para a 12 Estrada de Jacobina
operação de sistemas de transportes coletivo, 13 Rua General Aluísio Moura
compartilhado com o tráfego geral e de 14 Rua José Coelho 15 Rua Governador Dinarte
transporte seletivo; Mariz
16 Rua Alfredo Mesquita
17 Rua Dr. Enock Garcia
18 Rua Maria Bezerra
19 Rua Manoel Alves Costa
20 Rua Olímpio Maciel
21 Rua Potengi

caracterizada por interseções em nível, não Todos os usos


semaforizadas, destinadas apenas ao acesso a) Composição mínima: 01 faixa de rolamento
local ou a áreas restritas. Desempenha a função e 01 passeio público, tudo para cada sentido
de acesso direto aos lotes como também às de tráfego; b) Largura mínima: 10,00 metros;
áreas residenciais, comerciais ou industriais c) Passeio lateral mínimo (de cada lado da
Vias locais
dentro dos condomínios, constituindo via de via): 2,00 metros; d) Declividade transversal
pequena solicitação, enquanto itinerário de máxima: 8%; e) Declividade transversal
tráfego, caracterizando-se por baixo volume de mínima: 1%; f) Distância máxima entre vias:
circulação de veículos, alta acessibilidade e 250,00 metros.
pelo desenvolvimento de baixas velocidades.

Os polos geradores de Tráfego com


restrições
ANEXO II

Quadro nº. 12 – Relação de usos que necessitam de RIV (Relatório de Impacto de Vizinhança).

Tipos de Usos Exigência a constar no Relatório

Residencial Multifamiliar acima de 20 unidades


● ART do Responsável técnico habilitado;
Usos não residenciais com área de construção acima de 2.000,00m² de terreno ● Relatar o uso específico a que se destina o imóvel;
● Descriminar as áreas, vagas de veículos, nº de pessoas esperadas;
Usos industriais de natureza poluidora ● Situação do sistema viário
(exceto indústrias caseiras e ou com até 20 empregados) ● Caso o imóvel esteja em via principal do sistema viário, deverá apresentar opção principal de entrada
por vias adjacentes, em caso de ser possível;
Usos especiais tais como: ● Destinação final do lixo;
● Tipo de contribuição de poluição em seus diversos níveis;
Posto de Abastecimento e serviços automotivos ● Proximidade dos cursos d'água;
● Forma de infiltração e destinação das águas pluviais;
Estação Rodoviária, Fábricas com potencial poluidor, exploração da pesca em I – descrição detalhada do empreendimento;
viveiros II – delimitação das áreas de influência direta e indireta do empreendimento ou atividade, considerando
entre outros aspectos:
Supermercado, shopping, centros comerciais ou similares a) o adensamento populacional;
b) equipamentos urbanos e comunitários;
Hospitais acima de 20 leitos e clínicas( médica, dentárias, laboratórios) c) o uso e ocupação do solo;
Especializadas com mais de 10 salas d) valorização imobiliária;
e) operação de tráfego e demanda por transporte público;
Escolar com mais de 300 alunos f) ventilação e iluminação;
g) paisagem urbana e patrimônio natural e cultural;
Parque de Vaquejada h) descrição detalhada das condições ambientais;
i) poluição sonora, atmosférica e hídrica;
Indústria com potencial poluidor: Padarias j) geração de resíduos sólidos, efluentes líquidos e emissões gasosas;
k) impacto socioeconômico na população residente ou atuante no entorno.
Clubes, casa de show III – identificação dos impactos a serem causados pelo empreendimento ou atividade, nas fases de planejamento,
implantação, operação e desativação, se for o caso;
Depósito de grande porte área maior que 1.000,00 m² de terreno (depósito de ● Medidas Mitigadoras
materiais de construção). a) Adequação do parque de estacionamento;
b) Indicação das baias de entrada e acomodação de veículos;
Hotel, Motel c) Melhoria no sistema viário com implantação de pavimentação, iluminação e correções
de drenagem;
Empreendimentos Turísticos de qualquer natureza d) Drenagem das águas pluviais acumuladas em função do empreendimento;
e) Colocação de equipamentos para redução da poluição em seus diversos níveis
Padarias
ANEXO II

Quadro nº. 13 - Relação das áreas especiais de Interesse Social.

Nome

I – Alto da Raiz

II – Campinas;

III – São José;

IV – Loteamento Campo da Mangueira

V – Comunidade Morada da Fé

VI – Vila São Francisco

VII – Complexo Parque das Mangueiras

VIII – Gondelo

IX – Campo da Santa Cruz e Angelim

X – Ferreiro Torto II

XI – Alto da Caixa

XII – Barro Branco

XIII – Vila Mariana

XIV – Vilar

XV – Lagoa das Pedras.

Obs ¹: Conforme Anexo I – Mapa .

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