RELAXAMENTO DE PRISÃO

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AO JUÍZO DA _ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CARUARU – PE

EDUARDA BEZERRA, brasileira, solteira, (profissão), portadora do RG sob o


nº x.xxx.xxx e CPF sob o nº xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliada à (endereço),
Caruaru – PE, (cep), (telefone), (endereço eletrônico), vem respeitosamente, por
intermédio de sua advogada ao final subscrita, conforme procuração anexada, com
escritório nesta cidade em (endereço), local onde receberá intimações, perante Vossa
Excelência, requerer o RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE pelos
motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:

RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE

Nos termos do Art. 5, inciso LXV, LXVI da CF/88 e Art. 310, inciso I do
Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:

I – DOS FATOS

No dia 10 de março de 2023, a requerente foi surpreendida por uma equipe de


Polícia Militar na cidade de Caruaru - PE. Abordada pelos policiais militares, foi
compelida a realizar o teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar, constatando-se a
concentração de álcool de um miligrama por litro de ar expelido pelos pulmões.
Após a abordagem e realizado o teste de alcoolemia, a requerente foi conduzida
até a unidade de Polícia Judiciária, onde foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante pela
suposta prática do crime previsto no Art. 306 da Lei Nº 9.503/1997 e no Art. 2, II, do
Decreto Nº 6.488/2008.
A requerente teve o seu direito negado no referido Auto de Prisão em Flagrante,
não dispondo do direito de entrevistar-se com seus advogados e seus familiares, não
sendo informada sobre o direito de permanecer em silêncio, o não recebimento da nota
de culpa e tampouco houve a comunicação ao Juízo Competente e Defensoria Pública,
permanecendo a requerida encarcerada na Delegacia de Polícia, tratando-se de prisão
ilegal, uma vez que não atendeu as exigências legais, restando evidente a ilegalidade da
autoridade policial e devendo ser a prisão em flagrante, imediatamente relaxada.
II – DO DIREITO

I – DA ILEGALIDADE DA PRISÃO EM FLAGRANTE

Com base no Art. 306 do Código de Processo Penal, caberá a autoridade policial
comunicar imediatamente ao juízo competente, ao ministério público e a família do
preso ou à pessoa por ele indicada. Será lavrado e encaminhado o auto de prisão em
flagrante em até 24 horas após a prisão, entregando ao preso no mesmo prazo, mediante
recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do
condutor e o das testemunhas.
A Legislação Processual Penal e a CF/88 asseguram o direito ao preso, podendo
ser auferida as hipóteses de ilegalidade da prisão por parte da autoridade policial.
Além do mais, a CF/88 assegura o direito de permanecer calado, previsto em seu
Art. 5, inciso LXIII, direito este, fundamental e garantido, atendendo ao princípio da
não autoincriminação, “Nemo Tenetur se Detegere”, o direito de não produzir provas
contra si mesmo.
A requerente teve negado o seu direito de constituir advogado, direito este,
assegurado constitucionalmente e previsto na CF/88 em seu Art. 5, inciso LV e
Art.133. Ainda, lhe foi recusado o direito de comunicação com seus familiares e não
houve o recebimento da nota de culpa, não tomando ciência sobre os supostos crimes
pelos quais foi presa.
A CF/88 reconhece que o advogado é indispensável á administração da justiça,
portanto, o direito ao contraditório e a ampla defesa, trata-se de direito fundamental
previsto constitucionalmente, direito este que lhe foi negado por parte da autoridade
policial, constatando-se a ilegalidade da prisão em flagrante por descumprimento das
previsões legais.
O Art. 306 do Código de Processo Penal, aborda em seu §1º, a possibilidade do
encaminhamento para a Defensoria Pública, de cópia integral do auto de prisão em
flagrante, caso em que o atuado não informe o nome de seu advogado, o que por hora,
também não ocorreu, permanecendo a requerida encarcerada por excesso de prazo,
negado o seu direito a uma assistência judiciária e a comunicação da prisão ao familiar.
Acerda da possibilidade de relaxamento de prisão, o TJ-RS já decide de forma
favorável:

HABEAS CORPUS. AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE. AUSÊNCIA DE


ADVOGADO. ILEGALIDADE. RELAXAMENTO DA PRISÃO. O magistrado ao
receber o auto de prisão em flagrante deverá relaxar a prisão quando constatar a
inobservância de formalidade legal imprescindível à sua constituição. A assistência de
advogado é garantia assegurada constitucionalmente ao preso, de modo que a
inobservância de tal preceito implica na ilegalidade da custódia, que deve então ser
relaxada. POR MAIORIA, ORDEM CONCEDIDA. LIMINAR RATIFICADA.
( Habeas Corpus Nº 70057850414, Quinta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do
RS, Relator: Francesco Conti, Julgado em 18/12/2013)

(TJ-RS - HC: XXXXX RS, Relator: Francesco Conti, Data de Julgamento:


18/12/2013, Quinta Câmara Criminal, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia
20/01/2014)

Diante de todo o exposto, não é possível afirmar a legalidade da prisão,


restando evidente a sua ilegalidade, devendo ser relaxada como expresso no Art. 5,
inciso LXV da CF/88:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária”

III – DO PEDIDO
Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência o RELAXAMENTO DA
PRISÃO EM FLAGRANTE imposta a Requerente, a fim de que este possa
permanecer em liberdade durante o processo, com a expedição do alvará de soltura,
como medida de justiça.
Nestes termos,
pede e espera deferimento.
… (Município – UF), … (dia) de … (mês) de … (ano).

ADVOGADO
OAB n° …. – UF

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