Saúde coletiva

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Saúde Coletiva

2024
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SUMÁRIO

AULA 1 – Conceitos em Saúde ................................................................................ 3

AULA 2 – Processo Saúde Doença .......................................................................... 4

AULA 3 – Gradiente de Sanidade ............................................................................ 5

AULA 4 – Multicausalidade das doenças ................................................................ 6

AULA 5 – Momentos Históricos no Processo Saúde Doença ................................. 7

AULA 6 – História Natural da Doença ..................................................................... 9

AULA 7 – Atividade ................................................................................................ 11

AULA 8 – Documentário a Ilha das Flores ............................................................ 13

AULA 9 - Conceitos em Saúde


AULA 10 - Níveis de Atenção em saúde
AULA 11 - ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
AULA 12 - HIERARQUIZAÇÃO - REFERÊNCIA E CONTRA REFERÊNCIA
AULA 13 -INDICADORES EM SAÚDE
AULA 14 - EPIDEMIOLOGIA
AULA 15 - TERMINOLOGIAS EM EPIDEMIOLOGIA
AULA 16 - VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
AULA 17 - VIGILÂNCIA EM SAÚDE
AULA 18 - NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
AULA 19 - DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
AULA 20 - SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
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AULA 1 – Conceitos em Saúde

“Saúde é um estado de completo bem estar físico, mental e social e não


apenas a ausência de doença ou enfermidade” (Organização Mundial de Saúde).
1978
“Saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação,
renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e
posse da terra e acesso aos serviços de saúde” (VIII Conferência Nacional de
Saúde) 1986.
Refere-se à qualidade de vida e não somente a ausência de doença.

Saúde Pública
É a ciência e a arte de evitar doenças, prolongar a vida e desenvolver a
saúde física e mental, através de esforços organizados das Políticas Públicas, com a
finalidade de melhorar a saúde , controlar e prevenir as doenças.
Políticas de Saúde Orientam as ações do setor de saúde, segundo as
diretrizes que visem o equacionamento e solução dos problemas e agravos à saúde
da coletividade.

Saúde Coletiva: É uma resultante do estado de saúde dos membros de uma


sociedade, onde a saúde individual tem importância, porém se torna mais importante
à medida que possa interferir na saúde da coletividade, ou seja, o efeito das
interações sócio econômicas .
Tem como o principal objetivo, prevenir o desenvolvimento ou a disseminação
de patologias e demais problemas de saúde, por meio da implantação de perfis
sanitários condizentes com a cultura e a necessidade de uma região. Doença é um
conjunto de sinais e sintomas específicos que afetam um ser vivo, alterando o seu
estado normal de saúde. O vocábulo é de origem latina, em que “doentia” significa
“dor, padecimento”.
A doença NÃO PODE ser compreendida apenas por meio das medições
fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado de doença são os valores e
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sentimentos (sofrimento, dor, etc.) expressos pelo corpo subjetivo que adoece.
Observação: Não existe um limite preciso entre a saúde e a doença, mas uma
relação de reciprocidade entre ambas. Entre a normalidade e a patologia, os
mesmos fatores que permitem ao homem viver (alimento, água, ar, clima habitação,
trabalho, tecnologia, relações familiares e sociais) podem causar doenças.
O considerado “normal” em um indivíduo pode não ser em outro; não há
rigidez no processo.

AULA 2 – Processo Saúde Doença

O Processo Saúde Doença representa o conjunto de relações e variáveis


que produzem e condicionam o estado de saúde e doença de uma população,
que varia nos diversos momentos históricos e no desenvolvimento científico
da humanidade.
As relações entre as condições de vida, hábitos e adoecimento levam
diferentes grupos sociais a desenvolverem explicações sobre processo saúde-
doença.
O Processo Saúde Doença é uma reflexão das condições que
determinam as formas individuais e coletivas de adoecer. Os determinantes da
saúde dependem do tipo de conhecimento vigente e da organização social. Por
isso, podem gerar diferentes modelos explicativos e diferentes estratégias de
intervenção.
Determinantes no Processo Saúde Doença A situação e o conceito de
saúde ou doença variam conforme as condições de vida. A ação contínua dos
fatores que interferem na saúde pode proporcionar:
Bem estar = saúde / Perda desse bem estar = doença
A saúde pode sofrer: interferência genética e do nível social de vida
(acesso à alimentação, moradia, escolaridade), problemas de recursos em
saúde (acesso à médicos, UBS, hospitais, remédios), etc.
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Determinantes sociais: https://www.youtube.com/watch?v=ii-fbpUy4iE


Determinantes sociais (mapa mental): https://www.youtube.com/watch?v=XfGnXlky4S4

AULA 3 – Gradiente de Sanidade

É uma escala contínua que vai do grau extremo de doença ao máximo de


bem estar, ou seja, o processo saúde-doença (representado por este gradiente)
oscila desde o pleno desempenho biológico do organismo até a sua total
incapacidade fisiológica (caracterizado pela morte). Todo e qualquer agravo que
perturbe a saúde, levando o ser humano a ter prejuízo em suas habilidades,
deixando de realizar suas funções normalmente, denomina-se doença.

/---------------/----------------/----------------/---------------/---------------/---------------/
Morte Enfermidade Pouca Boa Saúde Nível elevado Máximo
Grave Saúde de bem estar bem estar
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AULA 4 – Multicausalidade das doenças

São os multifatores na determinação das doenças, onde a saúde completa =


ideal inatingível. Todos os seres humanos sempre procuram manter seus
organismos ajustados com relação ao ambiente e quando os mecanismos falham,
instala-se a doença.

Saúde completa = ideal inatingível / Doença = processo de causas múltiplas

Os múltiplos fatores de risco na determinação das doenças podem ser


divididos em 5 grupos:

A- Fatores biológicos ou agentes patogênicos, divididos em dois grupos :


1. Hereditários (transmitidos geneticamente) ou Adquiridos (nutricionais,
metabólicos)
2. Infecciosas (sarampo, gripe, tuberculose, COVID) ou Não infecciosas
(acidentes, envenenamentos)

B – Fatores Psicossociais
1. Estímulos patogênicos da mente sobre o organismo.
Ex.: agressividade, depressão

C – Fatores Culturais
1. Estilo e condições de vida.
Ex.: educação, hábitos como álcool, fumo, drogas, superstições, falta de higiene,
crendices.

D – Fatores Socioeconômicos
1. Condições de habitação, lazer, emprego, transporte, poder de compra, falta
de escolas
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E – Fatores ambientais
1. Condições da água, ar, solo, saneamento básico, lixo, contaminação dos
alimentos (agrotóxicos).
* Associação entre as características do ambiente e as doenças = câncer, doenças
cardiovasculares, doenças do aparelho respiratório.

AULA 5 – Momentos Históricos no Processo Saúde Doença

1) Medicina Primitiva – Teoria Mística (Antiguidade )


 Civilizações: assírios, egípcios, hebreus
 Doença como fenômeno sobrenatural, concepções mágicas
 Feitiçaria, castigo, impureza moral, pecado
 Tratada com rezas ou exorcismo
 Aceitação de muitos deuses ligados às causas e à cura das doenças

2) Medicina Hipocrática ( Grego Hipócrates : 460 – 377 a.C.)


 Hipócrates – considerado o pai da medicina (cultura clássica)
 Negação das explicações mágicas e místicas
 Aparecimento da escrita, da arte, da arquitetura, das esculturas, da filosofia.
 Início da observação clínica (sinais e sintomas das doenças)
 Início da medicina científica – explicação racional das doenças

3) Teoria dos Humores – séc. III e IV


 Humores: fluidos contidos no corpo (sangue, bile, suores, fezes, urina)
 Boa saúde dependendo do equilíbrio da saúde e das emoções humanas.
 A cura viria da reação natural do organismo, bastando ao médico ajudar a
natureza.
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4) Teoria dos Miasmas - Século XVIII


 Miasmas – substância patológica que invade o organismo
 Teoria do contágio - importância da lavagem das mãos (partos)
 Alterações na saúde dos indivíduos decorrentes do ambiente e do contato entre as
pessoas (febre bubônica)
 Ideia de que as doenças eram causadas pelo mau cheiro ou o ar contaminado
vindo do mar ou dos rios.

5) Medicina Moderna
 Homem buscando as razões/causas dos seus problemas
 Início do estudo da anatomia
 Dissecando cadáveres
 Doença como perturbação dos órgãos

6) Era Pasteur ( séc. XIX – 1860 )


 Era bacteriológica
 Doença como fenômeno biológico
 Teoria da Unicausalidade (microorganismos)
 Microscópio – Busca das vacinas
 Postulados de Koch (Roberto Koch – 1843-1910)

7) Medicina Social
 Explica não só a doença, mas outros agravos à saúde do homem.
 Teoria da Multicausalidade na determinação das doenças: * desenvolvimento
social * crescimento desordenado das cidades / péssimas condições de moradia *
sobrecarga de trabalho
 Considera a saúde e a doença como estados de um mesmo processo, composto
por fatores biológicos, econômicos, culturais e sociais.  Reconhece que a saúde e a
doença não são fatores isolados e de causas aleatórias, mas sim, situações
cotidianas de ação contínua.
 Como intervir: alterando a estrutura da sociedade
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AULA 6 – História Natural da Doença

A História Natural da Doença é a inter-relação que existe entre o AGENTE, o


MEIO AMBIENTE e o HOSPEDEIRO. Esse processo, portanto, tem início com a
exposição a fatores capazes de causar a doença e seu desenvolvimento.

AGENTE ETIOLÓGICO: São todas as substâncias, elementos ou forças


animadas ou inanimadas que podem em um hospedeiro iniciar ou propiciar um
processo de doença. Eles podem ser físicos, químicos ou biológicos. Ex.:
microrganismos, chumbo, radioatividade etc.

MEIO AMBIENTE: é o conjunto de todas as condições e influências externas


que afetam a vida e o desenvolvimento de um organismo. São incluídos os fatores
sociais, econômicos e biológicos que atuam na saúde física e mental do homem.

HOSPEDEIRO: é qualquer pessoa ou animal que não possui resistência


contra um agente patogênico determinado.
A História Natural da Doença é dividida em dois principais períodos:

1 – Período Pré- patogênico: Indivíduo ainda não está doente; Entrou em contato
com o agente etiológico e foi gerado (ou não) um estímulo à doença; tudo vai
depender de uma interação de fatores.
2 – Período Patogênico: É a doença propriamente dita; No início sem sintomas e
depois aparecem os sintomas característicos da doença; é o desenvolvimento do
processo de adoecimento.
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PRÉ-

PATOGÊNICO PATOGÊNICO História natural das doenças:


https://www.youtube.com/watch?v=mQW8Zhs-c3o
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AULA 7 – Atividade

Questionário – Estudo dirigido 1º Bimestre

1. Defina Saúde:
a) Pela OMS= "Saúde é um estado de completo bem-estar físico,
mental e social, e não apenas a ausência de doença ou
enfermidade." (1948)
Esta definição enfatiza que a saúde não é apenas a ausência de doenças, mas um

estado abrangente de bem-estar que inclui aspectos físicos, mentais e sociais.

b) Pela VIII Conferência= "Saúde é um processo dinâmico de


integração entre o homem e seu meio ambiente, que envolve a
realização das suas potencialidades e a integração das dimensões
física, psíquica e social."
Esta definição amplia a visão da saúde para um conceito mais dinâmico e

integrador, considerando não apenas a ausência de doenças, mas a interação


entre o indivíduo e seu ambiente, além das dimensões físicas, psíquicas e

sociais.

2. Defina e explique o Processo Saúde Doença:

O Processo Saúde-Doença é uma forma de entender como a saúde e a


doença se desenvolvem e interagem ao longo do tempo. Em vez de ver saúde

e doença como opostos claros, este processo considera que:

Saúde e doença não são estados fixos, mas estão em constante mudança.

A saúde pode variar de ótima a péssima, e a doença pode evoluir de leve para
grave.
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Explicação: É como um continuum. Ao longo da vida, as pessoas podem


transitar entre diferentes estados de saúde e doença devido a fatores

biológicos, ambientais, sociais e comportamentais.

3. Quais são os múltiplos fatores de risco na determinação das doenças? Cite


exemplos:
Os fatores de risco são condições ou comportamentos que aumentam a

probabilidade de uma pessoa desenvolver uma doença. Eles podem ser:


 Fatores Biológicos: Herança genética, idade, sexo. Por exemplo, ter

histórico familiar de diabetes aumenta o risco de desenvolvê-lo.

 Fatores Ambientais: Poluição, exposição a produtos químicos. Morar

perto de fábricas pode aumentar o risco de doenças respiratórias.


 Fatores Comportamentais: Dieta, hábitos de exercício, uso de substâncias.

Fumar aumenta o risco de câncer de pulmão.

 Fatores Sociais: Condições socioeconômicas, acesso a cuidados médicos.

Viver em uma área com menos acesso a serviços de saúde pode afetar
negativamente a saúde.

4. Quais são os principais momentos históricos no Processo Saúde Doença ?


Explique cada um:

 Antiguidade: A saúde era vista como um equilíbrio entre os fluidos


corporais (humores). As doenças eram frequentemente interpretadas
como castigos ou desequilíbrios espirituais.
 Século XIX: Avanços na microbiologia mostraram que muitos
problemas de saúde são causados por microorganismos. Louis Pasteur
e Robert Koch foram pioneiros na identificação de patógenos.
 Meados do Século XX: A Organização Mundial da Saúde (OMS)
introduziu a definição moderna de saúde, incluindo bem-estar mental e
social, além da ausência de doenças.
 Final do Século XX e Início do Século XXI: Surge a compreensão da
saúde como um estado dinâmico e a integração de fatores ambientais,
sociais e comportamentais no entendimento da saúde e doença.
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5. Quais são os três elementos necessários para uma doença se desenvolver?


Explique cada um deles.

 Agente Patogênico: O organismo ou substância causadora da doença, como

vírus, bactérias ou toxinas. Exemplo: o vírus da gripe.

 Hospedeiro: A pessoa ou organismo que recebe o agente patogênico.

Exemplo: um indivíduo suscetível ao vírus da gripe.


 Ambiente: As condições que permitem que o agente patogênico entre em

contato com o hospedeiro e se desenvolva. Exemplo: um ambiente frio e seco

que favorece a propagação do vírus da gripe.

6. Quais são os dois principais períodos de uma doença?

 Período de Incubação: É o tempo entre a exposição ao agente patogênico e

o início dos sintomas. Durante este período, o patógeno está se multiplicando

no corpo, mas a pessoa ainda não apresenta sinais visíveis da doença.

Exemplo: o período de incubação do vírus da gripe é geralmente de 1 a 4 dias.


 Período de Manifestações Clínicas: É quando os sintomas da doença se
tornam evidentes e a pessoa pode procurar tratamento. Aqui, a doença está

em seu estágio mais visível e pode ser diagnosticada e tratada. Exemplo:

quando a pessoa começa a apresentar febre, tosse e dor de garganta durante


uma gripe.

AULA 8 – Documentário a Ilha das Flores

No documentário "A Ilha das Flores", dirigido por Jorge Furtado, a situação retratada

é um retrato crítico e irônico da desigualdade e da exploração, destacando a

desigualdade social e a questão da alimentação.

LINK de ACESSO: https://www.youtube.com/watch?v=KAzhAXjUG28


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Questões
1 ) O que coloca os seres humanos abaixo dos porcos na prioridade de escolha dos
alimentos na Ilha das Flores?
No documentário "A Ilha das Flores", a ideia é que os seres humanos acabam em
uma situação pior do que os porcos. Isso acontece porque:

 Comida Descartada: Os restos de comida que ainda são bons para comer são

jogados fora, mas são coletados e dados aos porcos.

 Desigualdade: Os humanos da Ilha das Flores, que são muito pobres, acabam
com o que sobra, enquanto os porcos recebem algo melhor, mesmo que

ainda sejam restos.

Em resumo, os humanos estão no fim da linha, recebendo comida que os porcos já

rejeitaram.

2) Quais seriam as estratégias de intervenção em saúde coletiva para a melhoria da


qualidade de vida desta população?

1. Melhorar a Habitação:

o Casas: Construir moradias seguras e limpas.

o Saneamento: Garantir acesso a água limpa e sistemas de esgoto.

2. Acesso à Saúde:
o Cuidados Médicos: Criar postos de saúde para consultas e

tratamentos.

o Educação em Saúde: Ensinar sobre higiene e prevenção de doenças.

3. Garantir Alimentos:
o Distribuição: Oferecer alimentos nutritivos para quem mais precisa.

o Agricultura Local: Incentivar o cultivo de alimentos na própria

comunidade.
4. Educação e Trabalho:
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o Ensinar e Treinar: Oferecer educação e capacitação para melhorar as


oportunidades de emprego.

o Participação Comunitária: Envolver as pessoas nas decisões sobre o

que precisam.

5. Políticas Públicas:
o Incluir Socialmente: Criar políticas para reduzir a desigualdade e

melhorar a vida das pessoas.

o Fiscalização: Assegurar que as regras sejam seguidas para proteger as

pessoas e garantir dignidade.

Saúde Coletiva

2º Bimestre
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2024

AULA 9
Conceitos
Promoção em Saúde: é o processo de capacitação da comunidade para
atuar na melhoria da sua qualidade de vida (I Conferência Internacional de Saúde,
1978, Otawa, Canadá). É um processo ativo que tem por base os princípios de auto
responsabilidade e consciência nutricional, visando a mudança de uma realidade
através do conhecimento (Educação em Saúde) para aumentar a qualidade de vida
de uma população.

Prevenção em Saúde
Conceito Prevenção: É atuar antecipadamente, impedir o adoecimento. A
prevenção em saúde pode ser: primária, secundária ou terciária.
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As políticas públicas atuais preconizam que 85% dos problemas de saúde da


população podem ser resolvidos na Atenção Básica (base da pirâmide).

AULA 10
18

NÍVEIS DE ATENÇÃO DE LEVEL & CLARK

AULA 11

(ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA) ESF


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O Programa Saúde da Família (PSF), como era antes chamado, agora é a


estratégia adotada em nível nacional desde 1994, e tem como principal objetivo a
organização da prática da atenção à saúde sob novas bases, centrando o foco na
família, na tentativa de alcançar uma melhoria na qualidade de vida dos brasileiros.
A Estratégia Saúde da Família (ESF) é o modelo assistencial da Atenção
Básica, que se fundamenta no trabalho de equipes multiprofissionais em um
território adstrito e desenvolve ações de saúde a partir do conhecimento da
realidade local e das necessidades de sua população.
O modelo da ESF busca favorecer a aproximação da unidade de saúde das
famílias; promover o acesso aos serviços, possibilitar o estabelecimento de vínculos
entre a equipe e os usuários, a continuidade do cuidado e aumentar, a capacidade
de resolubilidade dos problemas de saúde mais comuns, produzindo maior impacto
na situação de saúde local. A ESF se fortalece como uma porta de entrada do
Sistema Único de Saúde (SUS), que por sua vez, funciona como uma espécie de
rede que deve estar integrada para que o atendimento aos usuários não sofra
interrupções, sendo o indivíduo acompanhado nos diversos níveis de atenção à
saúde de acordo com suas especificidades.
A organização do trabalho das equipes deve estar centrada nas necessidades
dos usuários e na busca contínua de melhoria da qualidade dos serviços ofertados à
população. No Município de São Paulo, a Saúde da Família vem se consolidando
como estratégia de reorganização das Unidades Básicas de Saúde, em consonância
com as Diretrizes da Política Nacional da Atenção.
Cada equipe de ESF é composta por médico, enfermeiro, auxiliares de
enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS). Nesta composição, também
estão previstas equipes de saúde bucal com cirurgião dentista, auxiliar e técnico de
saúde bucal. Além dessa equipe, ainda temos a equipe Núcleo Ampliado de Saúde
da Família e Atenção Básica (NASF - assistente social; profissional/professor de
educação física; farmacêutico; fisioterapeuta, etc.) que tem o objetivo de apoiar a
consolidação da Atenção Básica, ampliando as ofertas de saúde na rede de
serviços.
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A ESF tem na figura do Agente Comunitário de Saúde um agente catalisador


das ações da unidade no território, principalmente na promoção e prevenção, com
um papel importante na educação em saúde.
O trabalho das equipes ESF tem base territorial. Assim, para conhecimento
da área de abrangência onde atuam, devem realizar o mapeamento dos recursos
existentes e a avaliação de dados demográficos e epidemiológicos locais. Este
conhecimento subsidia a construção de um diagnóstico local e um plano de
intervenção que prevê prioridades, responsabilidades e prazos, capaz de detectar e
atuar sobre fatores determinantes dos agravos à saúde mais prevalentes.
Dentro das propostas de trabalho no território, destacam-se as ações
Intersetoriais que potencializam as iniciativas da equipe. É importante lembrar que o
Ministério da saúde dispõe de um programa de saúde, implementado pela ESF, que
possibilita o acompanhamento da saúde da população, dividido em:
Saúde da Criança e Adolescente: A Política de Atenção à Saúde da criança
abrange os cuidados com a criança, da gestação aos 9 anos de idade, com especial
atenção à primeira infância e às populações de maior vulnerabilidade, redução da
morbimortalidade e um ambiente facilitador à vida com condições dignas de
existência e pleno desenvolvimento. Saúde da Mulher:
A Política de Atenção à Saúde da Mulher deverá atingir as mulheres em todos
os ciclos de vida, resguardadas as especificidades das diferentes faixas etárias e
dos distintos grupos populacionais (mulheres negras, indígenas, residentes em
áreas urbanas e rurais, residentes em locais de difícil acesso, em situação de risco,
presidiárias, de orientação homossexual, com deficiência, dentre outras).
Saúde do Homem: A Política Nacional de Atenção Integral da Saúde do
Homem (PNAISH) tem como diretriz promover ações de saúde que contribuam
significativamente para a compreensão da realidade singular masculina nos seus
diversos contextos socioculturais e político-econômicos, respeitando os diferentes
níveis de desenvolvimento e organização dos sistemas locais de saúde e tipos de
gestão de Estados e Municípios.
Saúde do Idoso: Atenção integral à saúde da pessoa idosa, por intermédio do
Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em
conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção,
proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que
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afetam preferencialmente os idosos. Saúde da pessoa com deficiência: Política


Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência está voltada para a inclusão das
pessoas com deficiência em toda a rede de serviços do Sistema Único de Saúde
(SUS) e caracteriza-se por reconhecer a necessidade de implementar o processo de
respostas às complexas questões que envolvem a atenção à saúde das pessoas
com deficiência no Brasil.

ESF: https://www.youtube.com/watch?v=EQOqfmUMGMQ

Estratégia de Saúde da Família – complemento - Equipe:

1 médico

1 enfermeiro

De 3 a 5 Técnicos de Enfermagem

5 Agentes Comunitários de Saúde


- Cada equipe atende em média 1.000 famílias ou no máximo 4.000 pessoas
- A territorialização da ESF significa organizar os serviços de acordo com o território,
realizar um estudo demográfico, um perfil sócio-econômico na área e um diagnóstico
a partir das suas principais necessidades coletivas.

AULA 12

Hierarquização, referência e contra referência no SUS


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O SUS hierarquiza o sistema público de saúde em três níveis: baixa


complexidade (unidades básicas de saúde), média complexidade (hospitais
secundários e ambulatórios de especialidades) e alta complexidade (hospitais
especializados). O paciente é atendido nas unidades de saúde de um ou outro nível,
conforme a necessidade e a complexidade de seu quadro clínico.
Um sistema de referência corresponde aos procedimentos, mecanismos e
locais definidos para a transferência de usuários de uma unidade ou serviço de
saúde para outro, no sistema de saúde. Considerando-se o princípio da
regionalização, este serviço deve estar localizado o mais próximo possível daquele
que realizou o primeiro atendimento. Referência: é a derivação do usuário entre um
serviço de atenção à saúde de menor complexidade para outro de maior
complexidade.

O sistema de referência e contra referência assume, nesse sentido, papel


fundamental para que esse processo ocorra efetivamente. Referenciar um paciente
implica em transferi-lo a um estabelecimento especializado a partir do Centro de
Saúde. Porém, a comunicação deve ocorrer também no sentido oposto, ou seja,
através da contra referência desse caso, ocorrendo assim uma dinâmica constante
no sistema.
Devem existir normas claras para o "estabelecimento de mecanismos e fluxos
de referência e contra referência, com o objetivo de garantir a integralidade da
assistência e o acesso da população aos serviços e ações de saúde de acordo com
suas necessidades", evitando dessa forma, os furos nos serviços e no
acompanhamento dos pacientes. Depois de ter sua necessidade atendida e seu
quadro clínico estabilizado, o paciente é reencaminhado (contra referência) para
uma unidade de menor complexidade, para dar seguimento ao tratamento.
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A ineficiência do atendimento neste sistema leva o usuário a fazer uma


verdadeira via-crúcis, por todos os serviços de seu conhecimento, sem obter a
solução para o seu problema e o serviço que solicitou o atendimento, jamais obterá
informações sobre o que ocorreu com o usuário. No caso do sistema de referência e
contra referência não ocorrer de forma sistemática, o usuário ficará solto no sistema,
sem possibilidades de acompanhamento do seu estado de saúde de maneira
integral.

AULA 13

INDICADORES EM SAÚDE PÚBLICA

Indicadores são medidas-síntese que contêm informação relevante sobre


determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do
desempenho do sistema de saúde. Foram desenvolvidos para facilitar a
quantificação e a avaliação das informações produzidas com tal finalidade, devem
também, refletir a situação sanitária de uma população e servir para a vigilância das
condições de saúde.
A construção de um indicador é um processo cuja complexidade pode variar
desde a simples contagem direta de casos de determinada doença, até o cálculo de
proporções, razões, taxas ou índices mais sofisticados, como a esperança de vida
ao nascer.

A qualidade de um indicador depende:


 Das propriedades dos componentes utilizados em sua formulação
(frequência de casos, tamanho da população em risco etc.);
 Da precisão dos sistemas de informação empregados (registro, coleta,
transmissão dos dados etc.). O grau de excelência de um indicador deve ser
definido por:
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 Sua validade (capacidade de medir o que se pretende), determinada por sua


sensibilidade (capacidade de detectar o fenômeno analisado) e especificidade
(capacidade de detectar somente o fenômeno analisado).
 Confiabilidade (Definição e procedimentos de cálculo - reproduzir os
mesmos resultados quando aplicado em condições similares).
Outros atributos de um indicador são:
 Mensurabilidade ou Disponibilidade de dados (basear-se em dados
disponíveis ou fáceis de conseguir - representatividade e cobertura),
 Relevância (responder a prioridades de saúde)
 Custo-efetividade (os resultados justificam o investimento de tempo e
recursos).
 Facilidade para construção e simplicidade de interpretação (simplicidade)
 Sensibilidade ao maior número de fatores que influem no estado de saúde
(sinteticidade)
Espera-se, contudo, que os indicadores possam ser analisados e
interpretados com facilidade, e que sejam compreensíveis pelos usuários da
informação, especialmente gerentes, gestores e os que atuam no controle social do
sistema de saúde. Em suma, indicador de saúde designa a situação de saúde de um
indivíduo ou de uma população, informando dados, direcionando tomada de
decisões e presumindo resultados futuros, especialmente no âmbito da saúde
pública.

Principais Indicadores em Saúde Pública:


1. Índice de mortalidade infantil
2. Condições de Habitação
3. Violência
4. Condições de Saneamento
5. Serviços Médicos
6. Educação
7. Indicadores Econômico

Cálculos para os Indicadores em Saúde:


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São calculados por meio de divisão. No numerador temos o total de


ocorrências de um determinado evento, e no denominador, todas as pessoas
expostas ao risco desse evento.

EXEMPLOS:

1 – ÓBITOS RN
N* de óbitos RN X 1.000
N*total de nascidos vivos

2 – COEFICIENTE DE MORTALIDADE GERAL (CMG)


Total do número de mortes em uma população
N* de óbitos X 1.000
População geral

AULA 14

EPIDEMIOLOGIA

É o campo do conhecimento que estuda o processo saúde/doença em


populações humanas, analisando sua distribuição, os fatores determinantes das
enfermidades e frequência. A epidemiologia estuda particularidades de ausência de
enfermidades ou sua presença sob a forma de doenças infecciosas (sarampo,
difteria, malária, etc), doenças não infecciosas (diabetes, cardiopatias, câncer, etc) e
agravos à integridade física (acidentes de trabalho, suicídio, homicídio, etc).
Apresenta como objetivo principal a produção de dados (numero de casos e
velocidade de disseminação da doença) para auxiliar o planejamento e
acompanhamento de ações e serviços de saúde, propondo medidas específicas de
controle e prevenção ou de erradicação (do ponto de vista coletivo).
Epi – sobre / demo – população / logia – estudo, trabalho
Para que o objetivo seja alcançado, a epidemiologia precisa de um
“Diagnóstico de situação” que aponta os locais e populações em que as doenças
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estão se comportando com maior gravidade, permitindo que as autoridades possam


agir com maior eficiência. Mas, nem toda doença ou agravo à saúde consiste em um
problema de saúde pública.
Ela precisa preencher os critérios pré-estabelecidos, que são eles:
 Numero de pessoas atingidas.
 Severidade (gravidade) do dano causado.
 Possibilidade de atuação eficiente (cura ou controle do problema).
 Custo per capita (custo por pessoa).
 Grau de interesse da comunidade.

FENÔMENOS EPIDEMIOLÓGICOS
1 - Transição epidemiológica:
Mudança na principal causa de mortes no Brasil
Antes do advento do antibiótico, a população adoecia das doenças
transmissíveis. Após o uso dos antibióticos, foi grande a diminuição dessas doenças.
Pela primeira vez, as doenças cardiovasculares (que pertence ao grupo das
doenças crônico-degenerativas) apareceram como causa de mortes em primeiro
lugar. Controlar esse tipo de doenças é mais caro que as doenças transmissíveis.
Nesse grupo de doenças incluem-se as diabetes, a hipertensão, o câncer e as
patologias cardíacas.
Doenças Transmissíveis: maior em países pobres Doenças Crônico-
Degenerativas: maior em países ricos O Brasil atualmente convive com as duas, por
isso, a saúde se torna de difícil solução e mais cara.

2 - Transição Demográfica
É a mudança no perfil etário da população, pelos fatores:
 Pílula anticoncepcional;
 Diminuição do número de filhos por mulher;
 Inserção da mulher no mercado de trabalho;
 Diminuição da população jovem e infantil e o aumento da expectativa de
vida na população idosa. Taxa natalidade 1,62 filhos por mulher. Abaixo do nível de
reposição. 2023
27

AULA 15
Terminologias específicas mais usadas em epidemiologia

 Epidemia – é a ocorrência, numa coletividade ou região, de casos de uma


doença em número que ultrapassa a incidência normalmente esperada.
 Endemia – é a variação da incidência de uma doença numa comunidade
humana dentro dos limites considerados normais para essa comunidade.
 Pandemia – é uma epidemia de grandes proporções, atingindo um grande
número de pessoas, numa vasta área geográfica (um ou mais continentes).
 Surto Epidêmico – é uma ocorrência epidêmica restrita a um espaço
delimitado (colégio, quartel, edifício)
 Letalidade – é a gravidade de uma doença para o risco de morte maior ou
menor.
 Mortalidade – Refere-se ao conjunto de indivíduos de uma determinada
população que foram a óbito em um determinado intervalo de tempo.
 Morbidade - Refere-se ao conjunto de indivíduos de uma determinada
população, acometidos por alguma doença em um determinado intervalo de tempo.
 Prevalência – refere-se ao número total de casos de uma doença
diagnosticadas em um determinado período de tempo
 Incidência – Refere-se ao número de casos novos de uma doença
diagnosticados em um determinado intervalo de tempo.

Links: Terminologias: https://www.youtube.com/watch?v=DCfl0QAufCA


Prevalência e incidência: https://www.youtube.com/watch?v=j-6MS8vKWEo

AULA 16
28

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

A vigilância epidemiológica é serviço que reúne um conjunto de ações para


permitir o acompanhamento da evolução das doenças na população. Funciona como
um termômetro, um indicador de que ações devem ser priorizadas no planejamento
da assistência à saúde. Se, por exemplo, for detectado o aparecimento de muitos
casos de sífilis congênita em uma maternidade localizada na área X, tal fato indica
ser necessário maior investimento em assistência pré-natal naquela área, visando
controlar a incidência de casos. Entretanto, para que a vigilância epidemiológica
possa propor ações de prevenção e controle a partir do estudo do comportamento
das doenças e agravos à população, é importante seguir algumas etapas:
 Coleta de dados: consiste em buscar junto às fontes de dados (população,
imprensa, serviços de saúde, escolas, creches, presídios e indústrias) as
informações relevantes que possam ser agrupados como demográficos e
ambientais, de morbidade e mortalidade. As informações obtidas sobre casos de
doenças, agravos e epidemias devem ser consideradas somente após prévia
investigação para confirmar ou descartar o caso, pois muitas vezes sua divulgação,
além de assustar a população, tem origem duvidosa;
 Processamento de dados: significa reunir todos os dados coletados e
agrupa-los de acordo com seu grau de importância e relevância. As informações são
organizadas em gráficos, quadros e tabelas, para permitirem melhor visualização
dos problemas e seus determinantes. Geralmente, são ordenadas em ordem de
ocorrência e separadas por mês, bairro de moradia do doente, unidade que notificou
a suspeita do caso e região do município, estado e país;
 Análise de dados: busca interpretar as informações coletadas, procurando
estabelecer as relações causais. Sua realização permite que os responsáveis pela
vigilância epidemiológica relacionem os determinantes de doenças e agravos. Por
exemplo, ao se estudar o período de maior registro de doentes com câncer de pele,
estabeleceu-se relação com o verão, época em que as pessoas permanecem mais
tempo expostas ao sol, e com as profissões que, para seu desempenho, exigem
exposição ao sol forte: lavradores e vendedores ambulantes na praia;
29

 Recomendação de medidas de controle e prevenção: aponta que


precauções podem ser recomendadas no controle e prevenção da ocorrência da
doença. As campanhas de vacinação, as campanhas educativas disseminadas pela
televisão;
 Promoção das ações de controle e prevenção: consiste em planejar e
executar ações como vacinações, tratamento dos doentes, controle do ambiente,
divulgação de informações sobre precauções para transmissão de doenças;
 Avaliação da eficácia das medidas: é a análise dos resultados das ações,
visando identificar se as metas propostas foram alcançadas e avaliar seu impacto na
saúde coletiva, por meio de indicadores de saúde.
 Divulgação das informações: objetiva mostrar os resultados alcançados de
forma simples e clara, de modo que todos os interessados possam compreendê-los.
Após a realização de uma campanha de vacinação, é comum que as secretarias de
saúde divulguem o número de doses de vacinas aplicadas e de pessoas vacinadas,
para que se tenha a noção do impacto das medidas adotadas. Os ambulatórios,
hospitais e as UBS representam importantes fontes de informação para a realização
da vigilância epidemiológica, em virtude de prestarem assistência direta à maioria da
população.

AULA 17

VIGILÂNCIA EM SAÚDE

É o processo contínuo e sistemático de coleta, análise de dados e informação de


eventos relacionados à saúde. Visa o planejamento e a implementação de medidas
de saúde pública, incluindo a regulação, intervenção e atuação nos determinantes
de saúde para a proteção e a promoção em saúde.

Há quatro tipos de Vigilância em Saúde :


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1 – Vigilância e o controle das doenças transmissíveis


2 – Vigilância de doenças e Agravos não transmissíveis
3 – Vigilância Ambiental e Vigilância da saúde do trabalhador
4 – Vigilância Sanitária

NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA

A notificação compulsória consiste na comunicação da ocorrência de casos


individuais e/ou agregados de casos ou surtos, suspeitos ou confirmados, da lista de
agravos relacionados na Portaria. Essa comunicação deve ser feita às autoridades
sanitárias por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, visando à adoção das
medidas de controle pertinentes. Além disso, alguns eventos ambientais e doenças
ou morte de determinados animais também se tornaram de notificação obrigatória. É
obrigatória a notificação de doenças, agravos e eventos de saúde pública.
A ocorrência de casos novos de uma doença (transmissível ou não) ou
agravo (inusitado ou não), passível de prevenção e controle pelos serviços de
saúde, indica que a população está sob risco e pode representar ameaças à saúde e
precisam ser detectadas e controladas ainda em seus estágios iniciais.
As doenças, agravos e eventos devem ser notificados a Secretaria Municipal
de Saúde em no máximo, 24 (vinte e quatro) horas, após sua ocorrência. . A escolha
das doenças e agravos de notificação compulsória obedece a critérios como
magnitude, potencial de disseminação, transcendência, vulnerabilidade,
disponibilidade de medidas de controle, sendo a lista periodicamente revisada, tanto
em função da situação epidemiológica da doença, como pela emergência de novos
agentes e por alterações no Regulamento Sanitário Internacional.

O que notificar:
 Agravos de Notificação Compulsória - Portaria nº 5 SVS/MS de 21/02/06
 Agravos de interesse nacional
 Surtos
 Agravos de interesse estadual e municipal “Informação para a ação” Os
dados coletados sobre as doenças de notificação compulsória são incluídos no
Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN).
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As notificações podem ser feitas a Vigilância Epidemiológica dos Distritos


Sanitários.

1. A notificação compulsória é obrigatória a todos os profissionais de saúde:


médicos, enfermeiros, odontólogos, médicos veterinários, biólogos, biomédicos,
farmacêuticos e outros no exercício da profissão, bem como os responsáveis por
organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde e de ensino; em
conformidade com os art. 7º e 8º, da Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975.
2. A definição de caso para cada doença, agravo e evento relacionado nos
Anexos a esta Portaria, obedecerão à padronização definida no Guia de Vigilância
Epidemiológica da Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde.

OBJETIVOS - Detectar casos e/ou surtos de doenças para a adoção de


ações oportunas e custo-efetivas. - Aumentar a sensibilidade na confirmação de
doenças e agravos de notificação. - Melhorar a oportunidade no diagnóstico,
tratamento, notificação e instituição de medidas epidemiológicas de controle em
caso de doenças e agravos de notificação. - Ampliar a definição etiológica das
doenças. - Detectar doenças emergentes e reemergentes. - Fortalecer o sistema de
vigilância epidemiológica local. - Avaliar o impacto das medidas aplicadas.
https://www.youtube.com/watch?v=CJI4GgFczW8

MODELOS DE NOTIFICAÇÃO - SINAN


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34

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA x DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA

A vigilância epidemiológica tem como finalidade fornecer subsídios para


execução de ações de controle de doenças e agravos (informação para a ação) e,
devido a isso, necessita de informações atualizadas sobre a ocorrência dos
mesmos. A principal fonte destas informações é a notificação de agravos e doenças
pelos profissionais de saúde.

AULA 19

DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA


LISTA:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2023/prt0217_02_03
_2023.html

AULA 20

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE ( SIS)

É um conjunto de componentes que atuam de forma integrada através da coleta,


processamento, análise e transmissão da informação.
O principal objetivo do SIS é utilizar essas informações para planejamento, medidas
de prevenção, redistribuição de recursos e financiamentos e avaliação dos serviços.
É papel do profissional de saúde fornecer os dados necessários para o sistema de
saúde do município.
É um grande banco de dados disponibilizado pelo Ministério da Saúde.
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Principais Sistemas de Informação:


SINASC: Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos
SIM: Sistemas de Informação em Mortalidade
SINAN: Sistema de Informação de Agravos de Notificação
SIH-SUS: Sistema de Informação Hospitalar do SUS
SAI-SUS: Sistema de Informação Ambulatorial do Sistema Único de Saúde
SISAB: Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica
SIPNI: Sistema de Informação Programa Nacional de Imunizações.

Estudo dirigido Segundo Bimestre

1 – Qual o conceito de Promoção em Saúde?

Promoção em Saúde é sobre melhorar a saúde das pessoas e criar condições

para uma vida saudável. Em vez de focar apenas em tratar doenças, a promoção de
saúde busca:

 Ajudar as pessoas a ter uma vida saudável.

 Criar ambientes que favoreçam o bem-estar.

 Educar sobre hábitos saudáveis, como alimentação e exercícios.

2 – Qual o conceito de Prevenção em Saúde?

Prevenção em Saúde é sobre evitar que doenças aconteçam. Existem três tipos

principais:

 Prevenção Primária: Evita que a doença comece.


 Prevenção Secundária: Detecta a doença cedo para tratá-la antes que se

torne grave.

 Prevenção Terciária: Minimiza os efeitos de uma doença já instalada e ajuda


a pessoa a viver melhor.
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3 – Quais as principais ações em cada Nível de Prevenção em Saúde:


a) Prevenção Primária
b) Prevenção Secundária
c) Prevenção Terciária

1. Prevenção Primária:

 Vacinação: Imunizar para evitar doenças.

 Educação em Saúde: Ensinar sobre hábitos saudáveis, como alimentação e


exercício.

 Programas de Saúde Pública: Criar ambientes saudáveis, como áreas verdes

e espaços para atividades físicas.

2. Prevenção Secundária:
 Exames de Rastreio: Fazer exames regulares para detectar doenças

precocemente, como mamografias e exames de colesterol.

 Diagnóstico Precoce: Identificar doenças em estágios iniciais para tratamento

imediato.
3. Prevenção Terciária:
 Reabilitação: Oferecer tratamento e terapia para ajudar na recuperação após

uma doença.

 Apoio Psicossocial: Ajudar a pessoa a lidar com as consequências da doença,


como apoio emocional e grupos de suporte.

4 – O que é Epidemiologia e quais os seus principais objetivos?

Epidemiologia é o estudo de como as doenças se espalham e afetam as

populações. Os principais objetivos são:


 Entender como e por que as doenças ocorrem.
 Identificar fatores de risco para a saúde.

 Desenvolver estratégias para prevenir e controlar doenças.


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5 – Quais os termos mais utilizados em Epidemiologia? E o que significam?


Alguns termos comuns:

 Incidência: Número de novos casos de uma doença em um período

específico.
 Prevalência: Total de casos de uma doença em uma população em um

determinado tempo.

 Mortalidade: Número de mortes causadas por uma doença.

 Morbidade: Número de pessoas afetadas por uma doença.


 Fatores de Risco: Características ou comportamentos que aumentam a
chance de desenvolver uma doença.

6 – O que significa Transição Epidemiológica?

Transição Epidemiológica refere-se à mudança nos padrões de doenças em uma


população. Normalmente, isso significa uma mudança de:

 Doenças infecciosas (como tuberculose e cólera) para doenças crônicas

(como diabetes e doenças cardíacas).


Isso acontece com o desenvolvimento econômico, melhoras na saúde pública e

mudanças no estilo de vida.

7 – O que significa Transição Demográfica?

Transição Demográfica é a mudança no crescimento populacional de um país.


Geralmente, é dividida em quatro fases:

1. Alta Natalidade e Alta Mortalidade: População cresce pouco.

2. Alta Natalidade e Baixa Mortalidade: População cresce rapidamente.


3. Baixa Natalidade e Baixa Mortalidade: População cresce lentamente.
38

4. Baixa Natalidade e Baixa Mortalidade: População estabiliza ou pode até


diminuir.

8 – O que você entende por Vigilância Epidemiológica? Quais as suas principais


etapas?

Vigilância Epidemiológica é o processo de monitorar e analisar dados sobre

doenças para identificar padrões e tomar ações. As principais etapas são:


1. Coleta de Dados: Recolher informações sobre doenças e fatores de risco.

2. Análise: Examinar os dados para identificar tendências e surtos.

3. Intervenção: Implementar medidas para controlar e prevenir a propagação de

doenças.
4. Relatórios: Comunicar os achados e ações para autoridades de saúde e

público.

9 – O que é Notificação Compulsória? Porque e quando devemos notificar?

Notificação Compulsória é o processo de informar autoridades de saúde sobre

certas doenças. Isso é necessário para:

 Monitorar e controlar surtos: Identificar e responder rapidamente a


epidemias.

 Planejar ações de saúde pública: Informar decisões e estratégias de

prevenção e tratamento.

Deve ser feito quando uma doença de notificação obrigatória é identificada, para
garantir a resposta rápida e coordenada.

10 – O que devemos notificar?


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Devemos notificar doenças e condições de saúde que:


 São graves ou de alta transmissibilidade.

Exemplos incluem:

o Doenças infecciosas: Como tuberculose, febre amarela e COVID-19.

o Doenças crônicas com impacto significativo: Como cânceres raros ou


condições emergentes.

Essas notificações ajudam a proteger a saúde pública e a coordenar respostas eficazes.

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