SLD 1
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Fundamentos de Ações
Preventivas em Saúde
Profa. Patrícia Forestieri
O conceito de saúde e doença
Além disso, é óbvio que não é possível considerar saudável uma pessoa que esteja
com uma infecção ou com qualquer doença em estágio subclínico.
O conceito de saúde no dicionário é “o estado do indivíduo cujas funções orgânicas,
físicas e mentais se acham em situação normal”.
Questões para reflexão...
O que é uma situação normal? Qual é a linha divisória entre a normalidade e a anormalidade,
entre a sanidade e a insanidade?
O que é saúde e o que é doença?
Fonte:
https://catracalivre.com.br/quem-
inova/harvard-ensina-como-tornar-
pensamento-visivel-na-
aprendizagem/
O conceito de saúde e doença
Outra maneira de conceituar saúde foi apresentada pela Organização Mundial da Saúde
(OMS), em 1948: “Saúde é um completo estado de bem-estar físico, mental e social
e não apenas a ausência de doenças” (SEGRE; FERRAZ, 1997, p. 539).
Esse conceito tem o mérito de incluir as dimensões mental e social, mas do ponto de vista
prático é pouco operacional. O que é um completo estado de bem-estar? Como avaliar
esse estado?
É muito difícil definir o que é saúde e estabelecer os limites, definindo onde começa
a enfermidade. Saúde e enfermidade são dois estados entre os quais o indivíduo flutua toda
sua vida, são duas condições estreitamente ligadas por conexões recíprocas.
Teoria Mística
Durante a Idade Média, prevaleceu a Teoria dos Miasmas, que considerava que a doença
é causada por certos odores venenosos, gases ou resíduos nocivos, que se originavam
na atmosfera ou a partir do solo. Essas substâncias seriam posteriormente arrastadas
pelo vento até um indivíduo, que acabaria por adoecer.
No início do século XIX, no Rio de Janeiro, alguns médicos acreditavam que as epidemias
eram provocadas pelos navios estrangeiros, que traziam doenças como cólera, febre
amarela e varíola. Concluíram que as enfermidades eram causadas por miasmas,
pelo ar corrompido, que, vindo do mar, dos respectivos navios, pairava sobre a cidade.
Teoria dos Miasmas
O termo “malária” tem origem em mala aria (maus ares): acreditava-se que essa doença era
causada pela presença de “mau ar”, pois as populações que mais adoeciam de malária
moravam nas zonas pantanosas, que produziam gases.
O conceito miasmático foi responsável por medidas de saúde pública que são aplicadas
atualmente, tais como o enterro dos mortos, o aterro de excrementos humanos e a coleta de
lixo. Obviamente, hoje, estudos demonstram que essas medidas sanitárias são necessárias
para combater inúmeras doenças e manter a qualidade da vida da população, ao evitar a
contaminação do solo e da água.
Fonte:
https://educalingo.com/
pt/dic-es/miasma
Teoria Unicausal
Fonte: https://www.lojabunker.com.br/Microscopio-
Biologico-Binocular-com-Optica-Infinita1
Teoria Multicausal
Esse novo olhar atribui não só aos fatores biológicos a responsabilidade pelas doenças,
mas também à organização social, ressaltando que as doenças ocorrem por uma somatória
de causas, e não apenas pela ação de um agente etiológico.
Teoria da Determinação Social
Essa teoria busca uma explicação profunda e relacionada às diferentes condições de vida
das diferentes populações.
Essa teoria permite compreender como cada sociedade cria um determinado padrão
de desgaste ou potencialidades conforme o consumo e o gasto de energia dos indivíduos
no processo de reprodução social.
Exemplos: formas de produção de trabalho, reprodução social, condições econômicas,
etnias, gênero podem determinar o processo “saúde X doença”, e não somente
os aspectos biológicos.
Teoria da Determinação Social
CONDIÇÕES DE VIDA
E DE TRABALHO
Ambiente Desemprego
de trabalho
Água e esgoto
Educação
Serviços
IDADE, SEXO sociais
Produção de saúde
agrícola e de E FATORES
alimentos HEREDITÁRIOS Habitação
Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Modelo-de-Determinantes-Sociais-da-saude-
proposto-por-Dahlgren-e-Whitehead_fig1_322813101
História natural das doenças
História natural da doença é o curso da doença desde o início até sua resolução,
na ausência de intervenção:
Período pré-patogênico:
Ao estudar a História Natural das Doenças (HND) de uma doença específica, a primeira
tarefa é buscar identificar os vários aspectos que podem estar relacionados à sua ocorrência,
isto é, à sua determinação – agente(s) etiológico(s), condições predisponentes, facilitadoras,
protetoras etc.
Esse componente do modelo se refere ao momento em que ainda não há doença instalada
em indivíduos e populações, mas há condições para que ela ocorra e que, portanto, deve ser
controlada.
História natural das doenças
Período pré-patogênico:
1. Hospedeiro
Vetor
2. Agente 3. Meio
Refere-se a aspectos como herança genética, traços congênitos, sexo, idade, estado
nutricional, condicionamento físico, atividade de trabalho, atividades de lazer, vida sexual,
características pessoais de sociabilidade, padrão alimentar, uso de tabaco, álcool ou outras
substâncias químicas (psicoativas, farmacológicas), práticas de autocuidado, grau de
instrução, características cognitivo-intelectuais, características psicoemocionais, história
patológica pregressa, estado de saúde atual, entre outros.
História natural das doenças
O termo, que nas primeiras formulações de história natural se referia basicamente a agentes
infecciosos, passou progressivamente a indicar um espectro mais amplo de fatores –
substâncias químicas, toxinas, radiação, temperaturas extremas, alterações na qualidade
do ar, acidentes, violência, entre outros.
História natural das doenças
3. Meio esse grupo diz respeito ao ambiente que põe em contato os agentes
agressores e seus potenciais hospedeiros.
Vetor é todo ser vivo capaz de transmitir um agente infectante, de maneira ativa
ou passiva.
Agente infectante qualquer parasita, protozoário, vírus, bactéria que pode infectar
o hospedeiro.
Transmissão ativa ocorre quando o vetor é infectado e infecta outra espécie de organismo.
Transmissão passiva ocorre quando o vetor não é infectado pelo agente infectante,
mas causa a infecção de outra espécie de organismo.
Interatividade
Após essa primeira parte, a proposta é debater com seu tutor como uma doença como
a dengue, por exemplo, que está presente no dia a dia da imensa maioria da população
brasileira se comporta em relação à tríade epidemiológica das doenças. Nesse processo,
quem são e como se relacionam hospedeiro, agente, meio e vetor?
Resposta
Nesse processo de adoecimento por dengue, podemos concluir que a tríade epidemiológica
das doenças se aplica pela interação de todos os elementos:
Hospedeiro – ser humano.
Agente – é um vírus RNA. Arbovírus do gênero Flavivírus, pertencente à família Flaviviridae.
São conhecidos quatro tipos: 1, 2, 3 e 4.
Meio – condições sanitárias precárias, acúmulo de vasos, pneus ou tudo que acumule água
para que o mosquito se reproduza.
Vetor – são mosquitos do gênero Aedes. A espécie Aedes aegypti é a mais importante
na transmissão da doença e também pode ser transmissora da febre amarela urbana.
Período patogênico
Divide esses dois períodos, o chamado “horizonte clínico”, que, uma vez ultrapassado,
muda substancialmente o modo como o processo patológico é experimentado pelas pessoas
e trabalhado nas práticas de saúde.
Período patogênico pré-clínico
Período Período
Desfecho
pré-patogênico patogênico
Doença
Morte
avançada
Agente
Cronificação
Sequela
Meio Horizonte
clínico
Fonte: livro-texto Cura
Hospedeiro
Patogenia precoce
Para alcançar esses objetivos, são definidos também dois níveis de prevenção
de fase secundária.
Prevenção secundária
Reabilitação nível 5:
Refere-se ao momento em que o processo saúde-doença alcançou um fim ou uma forma
estável de longo prazo, a cura com sequelas ou a cronificação, as quais também necessitam
de cuidados preventivos específicos.
O objetivo é conseguir que as limitações impostas pela condição provocada pelo
adoecimento ou agravo prejudiquem o mínimo possível o cotidiano e a qualidade
de vida das pessoas, das famílias e das comunidades afetadas.
Prevenção terciária
O alcance desse objetivo requer esforços que podem passar por medidas de reabilitação
física, como no caso de restrições funcionais, sequelas neuromotoras ou necessidade de uso
de próteses; apoios de caráter psicoemocional, como em mutilações físicas, alterações
psicomotoras ou dificuldades emocionais que interfiram na autoimagem, na identidade,
no equilíbrio mental ou na sociabilidade dos afetados; até apoios de alcance social, como
readaptação no trabalho, apoio previdenciário, ajustes no ambiente doméstico, suporte
jurídico contra ações discriminatórias etc.
Períodos e níveis de prevenção
A partir da década de 1970, porém, promoção da saúde passou a ser também a expressão
utilizada como o norte de um importante movimento de ideias e ações com vistas
à renovação das práticas de saúde.
Em sua nova acepção, a promoção da saúde guarda estreita relação com os aspectos
relacionados ao nível de prevenção do modelo HND, mas introduz mudanças significativas.
Primeiro porque expande o alcance das ações originariamente associadas a esse nível
e depois porque busca modificar os próprios fundamentos e métodos dessas ações.
Uma nova promoção da saúde
Em 1978, a OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) organizaram
a 1ª Conferência sobre Cuidados Primários em Saúde, na cidade de Alma-Ata.
Na Declaração de Alma-Ata, essa orientação na direção do fortalecimento das práticas
de prevenção e atenção primária, especialmente no que se refere ao nível da promoção
da saúde, foi reforçada pelas recomendações feitas para as políticas de saúde
dos países signatários.
Foram sistematizados a partir de então alguns princípios para a nova promoção da saúde:
Concepção holística de saúde.
Intersetorialidade.
Empoderamento.
Participação social.
Equidade.
Ações multiestratégicas.
Sustentabilidade.
Interatividade
A proposta é refletir e debater com seu tutor quais os possíveis locais de atuação profissional
de um fisioterapeuta de acordo com os níveis de prevenção apreendidos
ao longo desta aula.
Os termos infecção e doença são muitas vezes utilizados como sinônimos, mas apresentam
diferenças em seus significados.
Infecção consiste na invasão ou colonização do corpo por microrganismos patogênicos;
a doença ocorre quando uma infecção leva à alteração no estado de saúde.
Doença é um estado anormal, no qual parte ou todo o organismo se encontra incapaz
de realizar as suas funções normais. Uma infecção pode existir na ausência
de doença detectável.
Exemplo: o corpo pode estar infectado pelo vírus que causa a Aids sem que haja
a manifestação de qualquer sintoma da doença.
Desenvolvimento da doença
Fonte:
https://escolaeducacao.com
.br/infeccao/
Transmissão de doenças
Membranas mucosas:
A maioria dos patógenos entra no hospedeiro via mucosas dos tratos gastrintestinal
e respiratório.
O trato respiratório é a porta de entrada mais fácil e frequentemente utilizada pelos
microrganismos infecciosos.
O trato urogenital é a porta de entrada de patógenos que são sexualmente transmissíveis.
Portas de entrada
Pele:
A pele íntegra é impenetrável para a maioria dos microrganismos. Alguns micróbios
podem ter acesso ao corpo por aberturas na pele, como folículos pilosos
e ductos sudoríparos.
A conjuntiva é uma membrana mucosa delicada que reveste as pálpebras e cobre a parte
branca dos globos oculares. Embora seja uma barreira relativamente eficiente contra
infecções, certas doenças como a conjuntivite podem ser adquiridas pela conjuntiva.
Portas de entrada
Via parenteral:
Alguns microrganismos podem ter acesso ao corpo quando são depositados diretamente
nos tecidos sob a pele ou nas membranas mucosas, quando essas barreiras são penetradas
ou danificadas. Essa rota é chamada de via parenteral.
Perfurações, injeções, mordidas, cortes, ferimentos, cirurgias e rompimento da pele
ou das membranas mucosas por edemas ou ressecamentos podem estabelecer vias
parenterais. O HIV, os vírus que causam hepatites e as bactérias que causam tétano
podem ser transmitidos parenteralmente.
Portas de saída
Da mesma forma que os microrganismos penetram no corpo através de uma via preferencial,
eles também deixam o organismo através de vias específicas, chamadas de portas de saída,
em secreções, excreções, corrimentos ou tecidos que descamam.
Em geral, as portas de saída estão relacionadas à parte do corpo que foi infectada,
e os micróbios tendem a usar a mesma porta para entrada e saída. As portas de saída
permitem que os patógenos se disseminem por uma população, movendo-se de um
hospedeiro suscetível para outro. Esse tipo de informação sobre a disseminação
de uma doença é muito importante para os epidemiologistas.
Portas de saída
Imunidade inata:
Todos os dias, o corpo humano trava uma batalha com patógenos microbianos que precisam
de um lugar para viver.
A primeira e a segunda linhas de defesas fazem parte do sistema imune inato, enquanto a
terceira linha de defesa é chamada de sistema imune adaptativo. Muitos leucócitos (glóbulos
brancos) coordenam os esforços no controle das infecções na segunda e na terceira linhas
da defesa imune.
Primeira linha de defesa: pele e membranas mucosas:
A pele e as membranas mucosas são a primeira linha de defesa do corpo contra
os patógenos do ambiente. Essa função resulta de fatores químicos e físicos.
Os fatores físicos incluem: barreiras à entrada e os processos que removem os patógenos
da superfície do corpo.
Tipos de imunidade
Conceitos importantes
Febre: a causa mais frequente de febre é a infecção por bactérias (ou por suas toxinas)
ou vírus, aumentando a temperatura corporal de maneira anormal. Até certo ponto,
a febre é considerada uma defesa contra a doença.
Antígenos: são substâncias que provocam a produção de anticorpos. Muitos antígenos
são proteínas ou grandes polissacarídeos; estes desempenham funções importantes
na resposta do sistema imune.
Anticorpos: são proteínas produzidas em resposta a um antígeno e podem reconhecer
e se ligar a ele. Uma bactéria ou vírus pode apresentar vários epítopos, os quais
desencadeiam a produção de diferentes anticorpos.
Referências
SEGRE, M.; FERRAZ, F. C. O conceito de saúde. Revista de Saúde Pública, São Paulo,
v. 31, n. 5, p. 538-542, out. 1997. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v31n5/2334.pdf.
Acesso em: 6 jan. 2020.
ATÉ A PRÓXIMA!