PEÇA 2 - GRUPO 1 - CONTESTAÇÃO
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PEÇA 2 - GRUPO 1 - CONTESTAÇÃO
Processo n° 01234567-89.2020.5.16.0009
CONTESTAÇÃO
Assegurou nunca foi procurado por nenhum preposto da Reclamada para receber
suas verbas rescisórias.
Suplicou, ainda, o pagamento de duas horas extras por dia trabalhado durante
todo o contrato de trabalho e respectivos reflexos, devido a não concessão de intervalo
intrajornada.
Em que pese todos os esforços da Reclamada para homologar a rescisão, esta não
logrou êxito, pois não conseguiu contato com o Reclamante, situação em que depositou os
valores da rescisão na conta salário do empregado.
Pela análise dos documentos ora acostados, se afere que, ao contrário do que
alega o Reclamante, todas as obrigações da Reclamada foram adimplidas normalmente. O
que se percebe é que o Reclamante está agindo de completa má-fé, utilizando-se de
argumentações com o fito único de enriquecimento ilícito, não cabendo qualquer procedência
as alegações autorais.
3 – DA TEMPESTIVIDADE
4 – PRELIMINAR DE MÉRITO
Esclarece-se que, à luz do art. 337, IV, do CPC, a inépcia da inicial deve ser
analisada em preliminar de contestação. Diante do exposto, requer a extinção do processo
sem resolução do mérito, nos moldes dos arts. 485, I, e 330, I, do CPC (indeferimento da
petição inicial), em relação ao pedido de pagamento de horas extras, por se tratar de pedido
inepto.
5 – DO MÉRITO
DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL
Corroborando com este sentido que colaciona-se trecho da decisão proferida pelo
TRT4 acerca da descaracterização da rescisão indireta, em decorrência do lapso temporal em
que o empregado deixou o serviço, sem propor a ação, caracterizando assim abandono de
emprego, se não vejamos:
Portanto, com o que fora supracitado, torna-se inviável a fixação da data de saída
do Reclamado em 04 de outubro de 2021, além disso, a condenação da Reclamada ao
pagamento das verbas referente ao aviso prévio indenizatório de 54 dias, uma vez que houve
o abandono do local de trabalho e o empregado não compareceu à empresa após o dia 10 de
agosto de 2021.
DO DIREITO ÀS FÉRIAS
É mister que o direito às férias seja constitucionalmente previsto, sendo
assegurado ao trabalhador o gozo anual, remunerado com o adicional de um terço do salário
normal, conforme art. 7º, XVII. Assim é assegurado para resguardar a saúde do trabalhador,
visto que a constante labuta o traria mazelas.
O descanso anual tem o objetivo de eliminar as toxinas originadas pela fadiga e que
não foram liberadas nos repousos semanais, descansos entre e intrajornadas. O
trabalho contínuo, dia após dia, gera grande desgaste físico e intelectual,
acumulando preocupações, obrigações e outros fenômenos psicológicos e
biológicos adquiridos em virtude dos problemas funcionais do cotidiano. Um
período maior de descanso permite uma melhor reposição de energia e restaura o
equilíbrio orgânico. As férias se constituem em forma de higiene social e mental.
(Resumo de direito do trabalho / Vólia Bomfim Cassar. – 6. ed., rev., atual. e ampl.
– Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018)
Entretanto, ressalta-se que assim como os demais direitos, este não é absoluto.
Caso o trabalhador dê causa, poderá sofrer restrições e limitações ao seu direito anual de
gozar das férias.
Essas limitações não são discricionárias e não pode o empregador impor ao seu
belprazer. deve, de maneira diversa, se atentar ao que o legislador expressa nas normas
trabalhistas, em especial nos ditames do art. 130, da CLT, que dita o seguinte:
A lei não é explícita, mas, se com até 32 faltas injustificadas o empregado tem
direito ao mínimo de férias (12 dias), com mais de 32 faltas ele perderá o direito às
férias. Isso é absolutamente pacífico na doutrina e na jurisprudência. (Direito do
trabalho / Ricardo Resende. – 8. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
MÉTODO 2020)
DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA
A antecipação da tutela não merece prosperar, pelo não atendimento dos pressupostos
de concessão dos benefícios pleiteados, vez que o reclamante não comprovou fazer jus ao
saque do FGTS ou à concessão do seguro-desemprego.
Acontece que, quando demitido por justa causa, o trabalhador não tem direito ao
saque do FGTS, muito menos à multa de 40% sobre o saldo total do FGTS presente na conta.
O saque integral desse benefício é liberado somente em caso de demissão sem justa
causa, aposentadoria, doença ou aquisição da residência própria.
DA JORNADA DE TRABALHO
V. Exa., é de entendimento universal a veracidade do controle de frequência
através de assinatura do empregado em pasta ou folha de ponto.
(grifo nosso)
Diante disso, o pedido de horas extras deve ser julgado totalmente improcedente.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
No âmbito da Justiça do Trabalho, os honorários sucumbenciais dotam de
tratativa específica da CLT. É sabido que com o advento do CPC/15, o legislador assegurou
que o advogado da parte vencedora recebesse da parte vencida honorários fixados “entre o
mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa”,
observados os parâmetros descritos no art. 85 do CPC/15.
Contudo, a CLT dispõe de maneira diversa no art. 791-A, onde, mesmo atuando
em causa própria, o advogado vencedor faz jus ao montante de 5% a 15%, sobre o valor que
resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, observados os parâmetros do referido artigo.
Deste modo, é descabido o pedido do reclamante em ver os honorários fixados
em valor maior do que permite a CLT, sendo o correto a fixação nos parâmetros da legislação
regente das ações trabalhistas.
PEDIDOS
a) Seja acolhida a preliminar de inépcia da inicial, uma vez que não deve se sustentar o
pedido ao pagamento de horas extras, por supressão do intervalo intrajornada.
b) Se conceda a procedência das preliminares, da prescrição quinquenal, com seus
respectivos efeitos supracitados.
c) No tocante ao mérito, sejam julgados os pedidos improcedentes, em conformidade com a
legislação vigor, de acordo com a fundamentação desta peça contestatória.
d) Condenação do reclamante ao pagamento de honorários de sucumbência nos termos do art.
791-A da CLT.
e) Feita a improcedência total da referida reclamação trabalhista.
f) Que seja reconhecido o abandono de emprego ao referido reclamante, sendo
observada com os respectivos reflexos nas verbas rescisórias.
g) A produção de todas as provas admitidas em direito.
Nesses termos,
Pede deferimento.
Local, Data
Advogados (a)
GRUPO 01
Carolyn Nemete
Gustavo Boucinhas
Italo Araripe
Larissa Boskos
Laura Lima
Matheus Borges
Roberto Pacheco
Vanessa Chaves