UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO

DISCENTE: FRANCISCO GABRIEL DO NASCIMENTO BRAGA

A importância dos estudos geológicos na engenharia do petróleo!

SALINÓPOLIS-PARÁ
2023
Resumo:

Um curso de graduação em Engenharia de Petróleo e Gás está diretamente ligado ao estudo

da geologia. Neste curso as disciplinas de Geociências são essenciais para o estudante
entender a origem das jazidas de hidrocarbonetos e, posteriormente, desenvolver atividades
de pesquisa, exploração e beneficiamento. A elaboração de um projeto de perfuração de
poços de petróleo pode ser realizada através de uma abordagem que envolva conhecimentos
científicos de várias disciplinas, tais como geologia, geofísica e engenharia de petróleo. Por
este motivo, é de grande importância atuar na interface dessas áreas, a fim de mostrar como
essa interação pode proporcionar uma visão interdisciplinar da fenomenologia envolvida no
processo.
Na elaboração de um projeto de perfuração são utilizados dados de perfurações de testes
feitos no local planejado. Nestas perfurações, chamadas de poços de correlação são
analisados a litologia e perfis geofísicos de poço, desgastes de brocas e eventuais falhas
ocorridas nos equipamentos assim como demais propriedades físicas das rochas, demonstrar
como uma estratégia de perfuração pode ser montada mesmo sem a presença dos poços de
correlação, ou seja, utilizando somente perfis geofísicos de poço, mas contemplando outras
informações mecânicas e geológicas como forma de aferir os resultados. É importante
ressaltar que essa abordagem é de natureza multidisciplinar, onde são usados conceitos de
geologia, geofísica e engenharia de petróleo, buscando otimizar a elaboração de um projeto
de perfuração.
Conhecer a estrutura e composição dos reservatórios de petróleo só é possível através do
conhecimento geológico dessa estrutura, tendo vários tipos de rochas exercendo funções
específicas para a geração de hidrocarbonetos e gás. Sendo as rochas importantes nesse
sistema: (a) Rocha geradora, ricas em matéria orgânica com potencial para a formação de
hidrocarbonetos, que devem ser submetidas a ideais condições de tempo, temperatura e
pressão ; (b) Rocha reservatório, com espaços vazios para armazenar os hidrocarbonetos
(porosidade) e conexões entre esses espaços vazios que permitam o escoamento dos
hidrocarbonetos (permeabilidade); presença de condições favoráveis à migração de fluidos da
rocha geradora até a rocha reservatório ; (c) Rocha selante, selar os hidrocarbonetos
internamente a este sistema, impedindo sua migração para outros locais (rocha selante). E por
fim, o arranjo geométrico das rochas reservatório e selante deve favorecer a acumulação de
um volume significativo de hidrocarbonetos. No entanto, todo sistema de rochas geradoras,
reservatório, selantes, armadilhas ou trapas deve se originar e desenvolver no tempo certo
para acumulação de hidrocarbonetos. Se houver falta de sincronismo no processo de
formação do poço nada adiantaria a existência de rochas reservatório em abundância e rochas
geradoras com alto teor de matéria orgânica se não existir ali uma rocha selante, portanto se
faz necessário que a formação do poço esteja seguimento uma harmonia no seu processo de
formação. A importância do estudo das características sedimentológicas de reservatórios de
hidrocarbonetos se justifica, pelo fato de qualquer teoria de geração de petróleo considerar as
seguintes constatações geológicas: a maioria das acumulações de hidrocarbonetos ocorre em
bacias sedimentares.
 Outro aspecto relevante é que praticamente todos os hidrocarbonetos explorados no
mundo atualmente são provenientes de rochas sedimentares. Os reservatórios carbonáticos
representam a maior parte das reservas mundiais, sendo principalmente constituídos por
calcários e dolomitas; sempre exerceram um papel relevante na indústria do petróleo por
conterem elevados volumes de óleo e gás natural em muitas bacias sedimentares ao redor do
mundo. No Brasil, aproximadamente 62% das reservas totais de óleo e gás natural
encontram-se em carbonatos. Também se faz muito importante o estudo das propriedades de
permeabilidade e porosidade das rochas que refletem diretamente nas estruturas dos poços é
importante destacar que o estudo e o entendimento das características sedimentológicas dos
reservatórios de hidrocarbonetos são aplicados no contexto da indústria petrolífera e da
engenharia de reservatórios, pois são úteis na determinação de quais serão os melhores
reservatórios a serem explorados; do tipo de selo e das propriedades básicas das rochas e dos
fluidos contidos no sistema. Essas propriedades informam as quantidades de fluidos presentes
nos poros da rocha, sua distribuição, a capacidade desses fluidos se movimentarem, e
principalmente, a quantidade de fluidos que se pode extrair.
As principais propriedades são porosidade e permeabilidade: (a) A porosidade nada
mais é que o espaço poroso ( vazio ) na rocha, geralmente preenchido por água, mas no caso
de um reservatório de está preenchido por óleo e gás, porosidade efetiva consiste na conexão
que existe entre poros está diretamente ligada com a permeabilidade de uma rocha, a conexão
entre poros interfere de maneira efetiva na geração de hidrocarbonetos na rocha já que se não
houver essa conexão o sistema é efetivo ; (b) A permeabilidade nada mais é que a capacidade
de um fluido de se locomover entre os poros de uma rocha Pode-se medir a permeabilidade
por meio dos testes de formação ou de produção, a partir de perfis geofísicos
(qualitativamente) e por meio de um permeâmetro.

Três tipos de porosidade.

 Equação da Permeabilidade

Q = vazão
K = coeficiente de proporcionalidade chamado de permeabilidade
(P1 - P2) = diferencial de pressão entre a entrada e saída do fluxo fluido na \amostra
A = área da seção da amostra
L = comprimento da amostra
µ = viscosidade do fluido

Permeabilidades Relativas; em relação ao óleo , gás e água

K = permeabilidade absoluta
Kr= permeabilidade relativa
Kg= permeabilidade efetiva com 100% de saturação de gás
Kw= permeabilidade efetiva com 100% de saturação de água
Ko= permeabilidade efetiva com 100% de saturação de óleo

Um reservatório de hidrocarbonetos faz parte de um Sistema Petrolífero que é um

conceito mais amplo e que abrange todos os elementos e processos geológicos que são
necessários às acumulações de óleo e gás. Os elementos que formam o Sistema Petrolífero
tais como bacia sedimentar, rochas geradoras, rochas reservatório, carreadora, sobrecarga,
selo e os processos envolvidos como geração, migração, acumulação, preservação e formação
de trapas, devem ocorrer em sincronismo no tempo e no espaço. A falta de um desses fatores
inviabiliza a possível existência de um reservatório de hidrocarbonetos (líquidos e/ou
gasosos) que pode ser explorado economicamente em uma bacia sedimentar. Dentre as
propriedades petrofísicas mais importantes dos reservatórios de hidrocarbonetos estão
certamente a porosidade e permeabilidade, tão afetadas pelos processos diagenéticos. A
redução da porosidade primária, seja ela por compactação e/ou cimentação, tem influência
marcante na qualidade das rochas-reservatório. No decorrer da diagênese, a porosidade
secundária desenvolve-se por fraturamento, contração ou por dissolução dos constituintes
detríticos ou carbonáticos que formam a rocha; esse efeito também ocorre sobre os cimentos
intergranulares e minerais autigênicos, posteriormente formados. A cimentação e a
compactação exerceram papéis importantes na redução do espaço intergranular ou
interpartícula; os produtos desses efeitos atuam como desvios ou barreiras diagenéticas ao
fluxo de fluidos, diminuindo a porosidade e a permeabilidade dos possíveis reservatórios.
Tais circunstâncias são geradoras de heterogeneidades no reservatório. As heterogeneidades
geradas na diagênese afetaram a qualidade das petrofácies de reservatório em estudo,
implicando na inviabilidade de sua produção.
Como se pode ver sem o conhecimento geológico jamais seria possível a exploração de
hidrocarbonetos, pois, se faz necessário o conhecimento das rochas e seu processo de
formação para a análise de reservatórios, assim conseguimos recriar a estrutura geológica em
modelos tridimensionais, facilitando o planejamento e execução do projeto de perfuração e
produção de óleo e gás, modelagem geológica permite criar representações tridimensionais
das camadas geológicas, facilitando o planejamento e a execução de operações de exploração
e produção. Isso inclui a previsão de comportamentos complexos do subsolo. Ainda se faz
importante a geologia pelo levantamento de riscos associados à exploração, como falhas
geológicas, presença de fluidos nocivos e condições geotécnicas desfavoráveis. Tomada de
decisão na perfuração: Antes de iniciar a perfuração de poços, é essencial realizar estudos
geológicos detalhados. Isso ajuda na determinação da localização ideal dos poços, na seleção
de métodos de perfuração apropriados e na prevenção de problemas operacionais.
Sustentabilidade e minimização de impactos ambientais: A geologia desempenha um papel
importante na avaliação dos impactos ambientais associados à exploração de petróleo. O
conhecimento geológico contribui para a implementação de práticas sustentáveis e a
minimização dos efeitos negativos sobre o meio ambiente. Exploração de novas fronteiras: À
medida que a indústria de petróleo busca novas fontes e enfrenta desafios em locais mais
remotos, o entendimento geológico se torna ainda mais crucial. Isso é evidente em ambientes
offshore, onde condições geológicas complexas podem influenciar significativamente as
operações. Chegando a conclusão que a engenharia de petróleo e geologia devem andar lado
a lado em consenso para um aumento na exploração de recursos e eficiência no processo,
juntamente com avanços tecnológicos.