Farmacologia Integrada - Varios Autores
Farmacologia Integrada - Varios Autores
Farmacologia Integrada - Varios Autores
FARMACOLOGIA
farmacologia INTEGRADA
integrada
pesquisas emergentes em casos,
efeitos e usos clínicos
editora
científica digital
Jeferson Falcão do Amaral
Mauro Vinicius Dutra Girão
Samylla Maira Costa Siqueira
Rossano Sartori Dal Molin
(Organizadores)
FARMACOLOGIA
farmacologia INTEGRADA
integrada
pesquisas emergentes em casos,
efeitos e usos clínicos
1ª EDIÇÃO
editora
científica digital
2022 - GUARUJÁ - SP
editora
científica digital
O conteúdo dos capítulos e seus dados e sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade
exclusiva dos autores e autoras.
É permitido o download e compartilhamento desta obra desde que pela origem da publicação e no formato
Acesso Livre (Open Access), com os créditos atribuídos aos autores e autoras, mas sem a possibilidade
de alteração de nenhuma forma, catalogação em plataformas de acesso restrito e utilização para fins
comerciais.
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-Não Comercial-Sem Derivações 4.0
Internacional (CC BY-NC-ND 4.0).
F233 Farmacologia integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos / Jeferson Falcão do Amaral (Organizador),
Mauro Vinicius Dutra Girão (Organizador), Samylla Maira Costa Siqueira (Organizadora), et al. – Guarujá-SP: Científica
Digital, 2022.
E-BOOK
ACESSO LIVRE ON LINE - IMPRESSÃO PROIBIDA
2022
CDD 615
Índice para catálogo sistemático: I. Farmacologia
Elaborado por Janaina Ramos – CRB-8/9166
CORPO EDITORIAL
Direção Editorial
Reinaldo Cardoso
João Batista Quintela
Editor Científico
Prof. Dr. Robson José de Oliveira
Assistentes Editoriais
Elielson Ramos Jr.
Erick Braga Freire
Bianca Moreira
Sandra Cardoso
Bibliotecários
Maurício Amormino Júnior - CRB-6/2422
Janaina Ramos - CRB-8/9166
Jurídico
Dr. Alandelon Cardoso Lima - OAB/SP-307852
editora
científica digital
CONSELHO EDITORIAL
Mestres, Mestras, Doutores e Doutoras
Prof. Dr. Robson José de Oliveira Prof. Dr. Carlos Roberto de Lima Prof. Dr. Vitor Afonso Hoeflich
Universidade Federal do Piauí, Brasil Universidade Federal de Campina Grande, Brasil Universidade Federal do Paraná, Brasil
Prof. Dr. Carlos Alberto Martins Cordeiro Prof. Dr. Wescley Viana Evangelista Prof. Dr. Francisco de Sousa Lima
Universidade Federal do Pará, Brasil Universidade do Estado de Mato Grosso, Brasil Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Brasil
Prof. Dr. Rogério de Melo Grillo Prof. Dr. Cristiano Marins Profª. Dra. Sayonara Cotrim Sabioni
Universidade Estadual de Campinas, Brasil Universidade Federal Fluminense, Brasil Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Baiano, Brasil
Profª. Ma. Eloisa Rosotti Navarro Prof. Me. Marcelo da Fonseca Ferreira da Silva Profª. Dra. Thais Ranielle Souza de Oliveira
Universidade Federal de São Carlos, Brasil Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Centro Universitário Euroamericano, Brasil
Prof. Dr. Ernane Rosa Martins Vitória, Brasil Profª. Dra. Rosemary Laís Galati
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Brasil Prof. Dr. Daniel Luciano Gevehr Universidade Federal de Mato Grosso, Brasil
Prof. Dr. Rossano Sartori Dal Molin Faculdades Integradas de Taquara, Brasil Profª. Dra. Maria Fernanda Soares Queiroz
FSG Centro Universitário, Brasil Universidade Federal de Mato Grosso, Brasil
Prof. Me. Silvio Almeida Junior
Prof. Dr. Carlos Alexandre Oelke Universidade de Franca, Brasil Prof. Dr. Dioniso de Souza Sampaio
Universidade Federal do Pampa, Brasil Universidade Federal do Pará, Brasil
Profª. Ma. Juliana Campos Pinheiro
Prof. Esp. Domingos Bombo Damião Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil Prof. Dr. Leonardo Augusto Couto Finelli
Universidade Agostinho Neto, Angola Universidade Estadual de Montes Claros, Brasil
Prof. Dr. Raimundo Nonato Ferreira do Nascimento
Prof. Me. Reinaldo Eduardo da Silva Sales Universidade Federal do Piaui, Brasil Profª. Ma. Danielly de Sousa Nóbrega
Instituto Federal do Pará, Brasil Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre, Brasil
Prof. Dr. Antônio Marcos Mota Miranda
Profª. Ma. Auristela Correa Castro Instituto Evandro Chagas, Brasil Prof. Me. Mauro Luiz Costa Campello
Universidade Federal do Pará, Brasil Universidade Paulista, Brasil
Profª. Dra. Maria Cristina Zago Centro
Profª. Dra. Dalízia Amaral Cruz Universitário UNIFAAT, Brasil Profª. Ma. Livia Fernandes dos Santos
Universidade Federal do Pará, Brasil Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre, Brasil
Profª. Dra. Samylla Maira Costa Siqueira
Profª. Ma. Susana Jorge Ferreira Universidade Federal da Bahia, Brasil Profª. Dra. Sonia Aparecida Cabral
Universidade de Évora, Portugal Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, Brasil
Profª. Ma. Gloria Maria de Franca
Prof. Dr. Fabricio Gomes Gonçalves Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil
Profª. Dra. Camila de Moura Vogt
Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil Universidade Federal do Pará, Brasil
Profª. Dra. Carla da Silva Sousa
Prof. Me. Erival Gonçalves Prata Prof. Me. José Martins Juliano Eustaquio
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Brasil
Universidade Federal do Pará, Brasil Universidade de Uberaba, Brasil
Prof. Me. Dennys Ramon de Melo Fernandes Almeida
Prof. Me Gevair Campos Prof. Esp. Walmir Fernandes Pereira
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil
Faculdade CNEC Unaí, Brasil Miami University of Science and Technology, USA
Prof. Me. Mário Celso Neves de Andrade Profª. Dra. Liege Coutinho Goulart Dornellas
Prof. Me. Flávio Aparecido De Almeida Universidade de São Paulo, Brasil
Faculdade Unida de Vitória, Brasil Universidade Presidente Antônio Carlos, Brasil
Prof. Me. Julianno Pizzano Ayoub Prof. Me. Ticiano Azevedo Bastos
Prof. Me. Mauro Vinicius Dutra Girão Universidade Estadual do Centro-Oeste, Brasil
Centro Universitário Inta, Brasil Secretaria de Estado da Educação de MG, Brasil
Prof. Dr. Ricardo Pereira Sepini Prof. Dr. Jónata Ferreira De Moura
Prof. Esp. Clóvis Luciano Giacomet
Universidade Federal de São João Del-Rei, Brasil Universidade Federal do Maranhão, Brasil
Universidade Federal do Amapá, Brasil
Profª. Dra. Maria do Carmo de Sousa Profª. Ma. Daniela Remião de Macedo
Profª. Dra. Giovanna Faria de Moraes
Universidade Federal de São Carlos, Brasil Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, Brasil
Universidade Federal de Uberlândia, Brasil
Prof. Me. Flávio Campos de Morais Prof. Dr. Francisco Carlos Alberto Fonteles Holanda
Prof. Dr. André Cutrim Carvalho
Universidade Federal de Pernambuco, Brasil Universidade Federal do Pará, Brasil
Universidade Federal do Pará, Brasil
Prof. Esp. Dennis Soares Leite Prof. Me. Jonatas Brito de Alencar Neto Profª. Dra. Bruna Almeida da Silva
Universidade de São Paulo, Brasil Universidade Federal do Ceará, Brasil Universidade do Estado do Pará, Brasil
Profª. Dra. Silvani Verruck Prof. Me. Reginaldo da Silva Sales Profª. Ma. Adriana Leite de Andrade
Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Brasil Universidade Católica de Petrópolis, Brasil
Prof. Me. Osvaldo Contador Junior Prof. Me. Moisés de Souza Mendonça Profª. Dra. Clecia Simone Gonçalves Rosa Pacheco
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Brasil Instituto Federal do Sertão Pernambucano,, Brasil
Faculdade de Tecnologia de Jahu, Brasil
Profª. Dra. Claudia Maria Rinhel-Silva Prof. Me. Patrício Francisco da Silva Prof. Dr. Claudiomir da Silva Santos
Universidade de Taubaté, Brasil Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas,
Universidade Paulista, Brasil
Brasil
Profª. Dra. Silvana Lima Vieira Profª. Esp. Bianca Anacleto Araújo de Sousa
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Brasil Prof. Dr. Fabrício dos Santos Ritá
Universidade do Estado da Bahia, Brasil
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas,
Profª. Dra. Cristina Berger Fadel Prof. Dr. Pedro Afonso Cortez Brasil
Universidade Estadual de Ponta Grossa, Brasil Universidade Metodista de São Paulo, Brasil
Prof. Me. Ronei Aparecido Barbosa
Profª. Ma. Graciete Barros Silva Profª. Ma. Bianca Cerqueira Martins Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas,
Universidade Estadual de Roraima, Brasil Universidade Federal do Acre, Brasil Brasil
CONSELHO EDITORIAL
Prof. Dr. Julio Onésio Ferreira Melo Prof. Dr. Willian Douglas Guilherme Prof. Dr. José Aderval Aragão
Universidade Federal de São João Del Rei, Brasil Universidade Federal do Tocatins, Brasil Universidade Federal de Sergipe, Brasil
Prof. Dr. Juliano José Corbi Prof. Me. Valdemir Pereira de Sousa Profª. Ma. Caroline Muñoz Cevada Jeronymo
Universidade de São Paulo, Brasil Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, Brasil
Profª. Dra. Alessandra de Souza Martins Profª. Dra. Sheylla Susan Moreira da Silva de Almeida Profª. Dra. Aline Silva De Aguiar
Universidade Estadual de Ponta Grossa, Brasil Universidade Federal do Amapá, Brasil Universidade Federal de Juiz de Fora, Brasil
Prof. Dr. Francisco Sérgio Lopes Vasconcelos Filho Prof. Dr. Arinaldo Pereira Silva Prof. Dr. Renato Moreira Nunes
Universidade Federal do Cariri, Brasil Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Brasil Universidade Federal de Juiz de Fora, Brasil
Prof. Dr. Thadeu Borges Souza Santos Profª. Dra. Ana Maria Aguiar Frias Prof. Me. Júlio Nonato Silva Nascimento
Universidade do Estado da Bahia, Brasil Universidade de Évora, Portugal, Brasil Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Brasil
Profª. Dra. Francine Náthalie Ferraresi Rodriguess Queluz Profª. Dra. Deise Keller Profª. Dra. Cybelle Pereira de Oliveira
Universidade São Francisco, Brasil Cavalcante Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro, Universidade Federal da Paraíba, Brasil
Brasil
Profª. Dra. Maria Luzete Costa Cavalcante Profª. Ma. Cristianne Kalinne Santos Medeiros
Universidade Federal do Ceará, Brasil Profª. Esp. Larissa Carvalho de Sousa Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil
Instituto Politécnico de Coimbra, Portugal
Profª. Dra. Luciane Martins de Oliveira Matos
Profª. Dra. Fernanda Rezende
Faculdade do Ensino Superior de Linhares, Brasil Esp. Daniel dos Reis Pedrosa Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Estudo em Educação Ambiental,
Profª. Dra. Rosenery Pimentel Nascimento Instituto Federal de Minas Gerais, Brasil
Brasil
Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil Prof. Dr. Wiaslan Figueiredo Martins
Profª. Dra. Clara Mockdece Neves
Profª. Esp. Lívia Silveira Duarte Aquino Instituto Federal Goiano, Brasil
Universidade Federal de Juiz de Fora, Brasil
Universidade Federal do Cariri, Brasil Prof. Dr. Lênio José Guerreiro de Faria
Profª. Ma. Danielle Galdino de Souza
Profª. Dra. Irlane Maia de Oliveira Universidade Federal do Pará, Brasil
Universidade de Brasília, Brasil
Universidade Federal do Amazonas, Brasil Profª. Dra. Tamara Rocha dos Santos
Prof. Me. Thyago José Arruda Pacheco
Profª. Dra. Xaene Maria Fernandes Mendonça Universidade Federal de Goiás, Brasil
Universidade de Brasília, Brasil
Universidade Federal do Pará, Brasil Prof. Dr. Marcos Vinicius Winckler Caldeira
Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil
Profª. Dra. Flora Magdaline Benitez Romero
Profª. Ma. Thaís de Oliveira Carvalho Granado Santos Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Brasil
Universidade Federal do Pará, Brasil Prof. Dr. Gustavo Soares de Souza
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Profª. Dra. Carline Santos Borges
Prof. Me. Fábio Ferreira de Carvalho Junior Governo do Estado do Espírito Santo, Secretaria de Estado de Direitos
Fundação Getúlio Vargas, Brasil Santo, Brasil
Humanos., Brasil
Prof. Me. Anderson Nunes Lopes Profª. Dra. Adriana Cristina Bordignon
Universidade Federal do Maranhão, Brasil Profª. Dra. Rosana Barbosa Castro
Universidade Luterana do Brasil, Brasil
Universidade Federal de Amazonas, Brasil
Profª. Dra. Iara Margolis Ribeiro Profª. Dra. Norma Suely Evangelista-Barreto
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Brasil Prof. Dr. Wilson José Oliveira de Souza
Universidade do Minho, Portugal
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Brasil
Prof. Dr. Carlos Alberto da Silva Prof. Me. Larry Oscar Chañi Paucar
Universidade Federal do Ceara, Brasil Universidad Nacional Autónoma Altoandina de Tarma, Peru Prof. Dr. Eduardo Nardini Gomes
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Brasil
Profª. Dra. Keila de Souza Silva Prof. Dr. Pedro Andrés Chira Oliva
Universidade Estadual de Maringá, Brasil Universidade Federal do Pará, Brasil Prof. Dr. José de Souza Rodrigues
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Brasil
Prof. Dr. Francisco das Chagas Alves do Nascimento Prof. Dr. Daniel Augusto da Silva
Universidade Federal do Pará, Brasil Fundação Educacional do Município de Assis, Brasil Prof. Me. Willian Carboni Viana
Universidade do Porto, Brasil
Profª. Dra. Réia Sílvia Lemos da Costa e Silva Gomes Profª. Dra. Aleteia Hummes Thaines
Universidade Federal do Pará, Brasil Faculdades Integradas de Taquara, Brasil Prof. Dr. Diogo da Silva Cardoso
Prefeitura Municipal de Santos, Brasil
Prof. Dr. Evaldo Martins da Silva Profª. Dra. Elisangela Lima Andrade
Universidade Federal do Pará, Brasil Universidade Federal do Pará, Brasil Prof. Me. Guilherme Fernando Ribeiro
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Brasil
Prof. Dr. António Bernardo Mendes de Seiça da Providência Santarém Prof. Me. Reinaldo Pacheco Santos
Universidade do Minho, Portugal Universidade Federal do Vale do São Francisco, Brasil Profª. Dra. Jaisa Klauss
Profª. Ma. Cláudia Catarina Agostinho Associacao Vitoriana De Ensino Superior, Brasil
Profª. Dra. Miriam Aparecida Rosa
Instituto Federal do Sul de Minas, Brasil Hospital Lusíadas Lisboa, Portugal Prof. Dr. Jeferson Falcão do Amaral
Profª. Dra. Carla Cristina Bauermann Brasil Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-
Prof. Dr. Biano Alves de Melo Neto
Universidade Federal de Santa Maria, Brasil Brasileira, Brasil
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Brasil
Profª. Dra. Priscyla Lima de Andrade Prof. Dr. Humberto Costa Profª. Ma. Ana Carla Mendes Coelho
Centro Universitário UniFBV, Brasil Universidade Federal do Paraná, Brasil Universidade Federal do Vale do São Francisco, Brasil
Prof. Dr. Gabriel Jesus Alves de Melo Profª. Ma. Ana Paula Felipe Ferreira da Silva Prof. Dr. Octávio Barbosa Neto
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, Brasil Universidade Potiguar, Brasil Universidade Federal do Ceará, Brasil
Prof. Esp. Marcel Ricardo Nogueira de Oliveira Prof. Dr. Ernane José Xavier Costa Profª. Dra. Carolina de Moraes da Trindade
Universidade Estadual do Centro Oeste, Brasil Universidade de São Paulo, Brasil Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Brasil
Prof. Dr. Andre Muniz Afonso Profª. Ma. Fabricia Zanelato Bertolde Prof. Me. Ronison Oliveira da Silva
Universidade Federal do Paraná, Brasil Universidade Estadual de Santa Cruz, Brasil Instituto Federal do Amazonas, Brasil
Profª. Dr. Laís Conceição Tavares Prof. Me. Eliomar Viana Amorim Prof. Dr. Alex Guimarães Sanches
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Brasil Universidade Estadual de Santa Cruz, Brasil Universidade Estadual Paulista, Brasil
Prof. Me. Rayme Tiago Rodrigues Costa Profª. Esp. Nássarah Jabur Lot Rodrigues Prof. Dr. Joachin Melo Azevedo Neto
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Brasil Universidade Estadual Paulista, Brasil Universidade de Pernambuco, Brasil
APRESENTAÇÃO
A presente obra foi desenvolvida na perspectiva da construção coletiva do conhecimento, de forma inter/multidisciplinar,
para que os diversos saberes compartilhados aqui possam servir de fundamentação e suporte para novas produções sobre
o Tema Farmacologia Integrada, no âmbito clínico e emergente a respeito de discussões sobre saúde, medicamentos,
tratamento farmacológico de doenças e qualidade de vida. As diversas abordagens interdisciplinares contidas nesta obra
proporcionarão reflexões e novos insights não apenas para os profissionais de Enfermagem, mas para todos os profissionais
de saúde, professores, alunos de graduação/pós-graduação e pesquisadores que queiram se aprofundar nas diversas temáticas
relacionadas a Farmacologia e Medicamentos tais como: Segurança Medicamentosa do paciente, Uso Racional de Medicamentos,
Farmacocinética, Aprazamento de Medicamentos e adesão medicamentosa do paciente. Agradecemos aos autores pelo empenho,
disponibilidade e dedicação para o desenvolvimento e conclusão dessa obra. Esperamos também que esta obra sirva de
instrumento didático-pedagógico para estudantes, professores dos diversos níveis de ensino em seus trabalhos e demais
interessados pela temática.
' 10.37885/220308339......................................................................................................................................................................... 10
CAPÍTULO 02
ANÁLISE COMPORTAMENTAL EM RATOS JOVENS TRATADOS COM NICOTINA: COMPORTAMENTO E NICOTINA
Carlos Alberto da Silva; Luciana Maria de Hollanda; Maria Carolina Basso Sacciloto; Carlos Eduardo Divino Pettermann; Bruno Damião
' 10.37885/220408546......................................................................................................................................................................... 30
CAPÍTULO 03
ATENÇÃO FARMACÊUTICA COMO FERRAMENTA DE DIMINUIÇÃO DE PRMS NA FARMACOTERAPIA DO DIABETES
MELLITUS TIPO 2
Hugo Antonio Queiroz Ramos; Liliane Bezerra de Lima; Priscyla Lima de Andrade
' 10.37885/220408753......................................................................................................................................................................... 42
CAPÍTULO 04
CONHECIMENTOS DOS FREQUENTADORES DE UMA PRAÇA EM SERRA-ES SOBRE O USO IRRACIONAL DE
ANTIBIÓTICOS E RESISTÊNCIA BACTERIANA
Cláudia Janaina Torres Müller; André Luiz Barbosa Dantas; Odilon Azevedo Calian
' 10.37885/220207825......................................................................................................................................................................... 57
CAPÍTULO 05
ESTUDO IN SILICO DA ESPÉCIE DYSPHANIA AMBROSIOIDES USADA PELA COMUNIDADE QUILOMBOLA TIMBÓ,
PERNAMBUCO, BRASIL
' 10.37885/220308373......................................................................................................................................................................... 74
CAPÍTULO 06
PROCESSO DE ENSINO DE FARMACOLOGIA NO CONTEXTO REMOTO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Taiane Rodrigues da Costa; Rauan de Alcântara Alexandre; Ana Alinne Gomes da Penha; Luis Rafael Leite Sampaio
' 10.37885/220408536......................................................................................................................................................................... 83
SUMÁRIO
CAPÍTULO 07
SÍNTESE DO FÁRMACO PIOGLITAZONA
Paula Almeida Meira; Renan Rodrigues de Oliveira Silva; Mauri Sergio Alves Palma
' 10.37885/220408524......................................................................................................................................................................... 91
CAPÍTULO 08
UMA ABORDAGEM A RESPEITO DA FARMÁCIA HOSPITALAR
Ediran Ericles Pontes dos Anjos; Elivelton Pontes dos Anjos; Joelma Maria dos Santos da Silva Apolinário; Gustavo Henrique Dantas
Paiva; Taisa Roberta Dias Paulino; Gineide Conceição dos Anjos
'10.37885/220308339
RESUMO
REVISÃO DE LITERATURA
Nas últimas décadas, a crescente expansão dos centros urbanos, das indústrias, da
agricultura e da pecuária tem contribuído com o aumento na contaminação de rios, lagos
e reservatórios por diversos compostos orgânicos sintéticos, estranhos aos seres vivos,
conhecidos como compostos emergentes (BORGES et al., 2016). Dentre os contaminantes
emergentes, os fármacos representam uma classe que vem sendo destacada por pesqui-
sadores devido ao crescente consumo de medicamentos e as consequências que podem
causar no meio ambiente (PETRIELLO et al., 2014), por terem características físico-químicas
de difícil remoção do ambiente (LI, 2014).
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
12
Entre os medicamentos mais consumidos no mundo, tem-se os agentes anti-inflama-
tórios não esteróides (AINES), como exemplo de fármaco desta classe está o diclofenaco,
o qual se torna difícil calcular o consumo global exato por várias razões, como o uso de
diferentes nomes comerciais, uso para fins humanos e veterinários não acompanhados
e a facilidade de acesso pela população, pois a droga é consumida sem receita médica
(LONAPPAN et al., 2016).
A crescente preocupação com o meio ambiente e a saúde da população, atualmente,
levam a investigações mais aprofundadas sobre a qualidade e o monitoramento das águas
no Brasil, principalmente em termos da presença de resíduos de compostos farmoquímicos
(BOGER et al., 2015). Principalmente pelo fato de que as estações de tratamento de esgoto,
não conseguem biodegradar ou eliminar completamente os produtos farmacêuticos durante
o tratamento (GHISELLI, 2006).
Com isso, surge a adsorção por ser uma alternativa adequada, por sua simplicidade,
confiabilidade e relação custo-eficácia na captura de contaminantes da água de forma eficien-
te (BHADRA e JHUNG, 2017). A adsorção possui algumas vantagens, quando comparado a
outros métodos, incluindo: aplicabilidade em concentrações muito baixas, sendo adequada
tanto para processos descontínuos e contínuos, facilidade de operação, possibilidade de rege-
neração e de reutilização do adsorvente e baixo custo de capital (NASUHOGLU et al., 2012).
O desenvolvimento de novos e/ou altamente eficientes adsorventes ainda é o fator mais
exigente para a remoção efetiva de compostos orgânicos da água através da adsorção (JUNG
et al., 2015). A aplicação de carvão em pó parece ser uma abordagem promissora para o
tratamento avançado de efluentes. Remove não só produtos farmacêuticos, mas também
algumas outras classes de micropoluentes e evita alguns pontos críticos sobre o sistema
de tratamento (KUMMERER, 2009). No entanto, o uso extensivo de carvão ativado para
remoção de contaminantes de efluentes industriais é caro, limitando sua grande aplicação
para o tratamento de águas residuais. Portanto, há um interesse crescente em encontrar
adsorventes alternativos de baixo custo para a remoção (ROYER et al., 2009).
METODOLOGIA
MATERIAIS
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
13
Foi adquirido o sal de diclofenaco sódico (DCF), grau USP (Sigma Aldrich®) e biocarvão
produzido a partir de folhas de mandioca ativado com ácido fosfórico (BFMA) no laboratório
de química da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus Toledo.
Uma solução estoque de DCF na concentração de 500 mg/L foi preparada, e a partir
dessa solução estoque, foram preparadas soluções do fármaco em diferentes concentrações
para os ensaios de adsorção.
ESTUDO DE ADSORÇÃO
Para os ensaios de adsorção foram utilizados frascos erlenmeyers de 125 mL, contendo
25 mL de solução aquosa com diferentes valores de massa de BFMA, diferentes concen-
trações do fármaco DCF e diferentes pH. Os experimentos foram realizados em incubadora
tipo shaker com temperatura ambiente e agitação constante de 200 rpm durante 24 horas.
As análises das concentrações do DCF foram realizadas por espectrofotometria e a
quantidade de fármaco adsorvido no equilíbrio por unidade de massa de biosorvente (qe) foi
calculada a partir da diferença entre as concentrações inicial e final do fármaco no volume
da solução, de acordo com a Equação 1.
C" − C! V
q! = (Equação 1)
M
Onde:
qe = quantidade de analito adsorvido no equilíbrio (mg/g);
C0 = concentração inicial do fármaco em solução (mg/L);
Ce = concentração do fármaco em solução no equilíbrio (mg/L);
V = volume da solução (L);
M = massa do biossorvente (g).
PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL
Foi realizado um planejamento experimental fatorial 23, cujas variáveis analisadas foram
pH, massa do BFMA e concentração do fármaco.
A Tabela 1 mostra os valores reais e os codificados para as variáveis analisadas no
planejamento experimental.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
14
Tabela 1. Valores reais e os codificados para as variáveis analisadas no planejamento experimental.
Níveis
Variáveis -1 0 +1
pH 5,0 7,0 9,0
Massa de biocarvão (mg) 25 50 75
Concentração do fármaco (mg/L) 15 27,5 40
Fonte: dados da pesquisa.
ANÁLISE ESTATÍSTICA
Para a determinação dos limites de detecção (LD) e quantificação (LQ), foi realizada
a construção de curva de calibração, em triplicata, cuja concentrações de DCF variaram de
0,1 a 3 mg/L, preparadas a partir da solução estoque de diclofenaco. As absorbâncias foram
lidas em espectrofotômetro no comprimento de onda de máxima absorção.
A partir das curvas de calibração, foram calculados os LD e LQ teóricos, conforme são
descritos na RDC nº 166, de 24 de julho de 2017, a qual na seção VII descreve sobre limite
de detecção, em que no artigo nº 53 descreve que para a determinação baseada em parâ-
metros da curva analítica, o limite de detecção pode ser calculado pela fórmula (Equação 2):
3,3. σ
LD =
IC (Equação 2)
Onde:
σ = é o desvio padrão do intercepto do eixo Y;
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
15
IC = média da inclinação da curva de calibração.
Para análise do LQ, seguindo a mesma RDC, a qual na seção VIII descreve sobre
limite de quantificação, em que no artigo nº 58 descreve que para a determinação baseada
em parâmetros da curva analítica, o limite de quantificação pode ser calculado pela fór-
mula (Equação 3):
10. σ
LQ = (Equação 3)
IC
Onde:
σ = é o desvio padrão do intercepto do eixo Y;
IC = média da inclinação da curva de calibração.
CINÉTICA DE ADSORÇÃO
k#
log(q! −q" ) = log q! − . t (Equação 4)
2,303
Onde:
k1 = é a constante da velocidade da adsorção de pseudo-primeira ordem;
qt = é a quantidade adsorvida no tempo (t);
qe = é quantidade adsorvida no equilíbrio.
E o modelo de pseudo-segunda ordem, cuja validade foi interpretada pela linearida-
de dos gráficos (t/qt) × t, e depois, para determinar os parâmetros cinéticos, utilizou-se a
seguinte equação:
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
16
t 1 1
= " + . t (Equação 5)
q! k " . q# q#
Onde:
k2 = é a constante da velocidade da adsorção de pseudo-segunda ordem;
qt = é a quantidade adsorvida no tempo (t);
qe = é quantidade adsorvida no equilíbrio.
Uma boa correlação dos dados cinéticos experimentais indica qual o modelo mais
adequado para avaliar a adsorção de um soluto pelo adsorvente estudado.
ISOTERMAS DE ADSORÇÃO
Para realizar os ensaios de isoterma de adsorção do DCF pelo BFMA, foram utilizadas
as condições ótimas experimentais obtidas através do planejamento experimental, variando
apenas a concentração do fármaco.
Os ensaios foram realizados em frascos erlenmeyers de 125mL contendo 25mL de solu-
ção aquosa com diferentes concentrações de DCF, fixando a massa do BFMA e o pH. O expe-
rimento foi realizado em temperatura ambiente, com agitação constante de 200 rpm, durante
o período de 1 hora; o mesmo foi realizado em duplicata com as seguintes concentrações de
DCF: 40; 50; 60; 70 e 80 mg/L. Depois de retirado da agitação, foi coletado o sobrenadante
com auxílio de seringas descartáveis, filtrados em filtro de seringa 0,45µm e após, realizado
leitura em espectrofotômetro para determinar as concentrações de diclofenaco.
A partir dos resultados dos ensaios de adsorção, determinou-se o modelo de isoterma
que melhor representa o processo de adsorção do fármaco DCF no BFMA, para tanto, foram
modeladas as isotermas de Langmuir e Freundlich.
Para avaliar o modelo de isoterma de Langmuir, utilizou-se a Equação 6.
c! 1 c!
= + (Equação 6)
q! k " . q# q#
Onde:
qe = representa a quantidade adsorvida na fase sólida (mg/g);
KL = representa a constante de adsorção de Langmuir;
qm = representa a máxima capacidade de cobertura da monocamada (mg/g);
Ce = é a concentração de equilíbrio na fase líquida (mg/L).
Para avaliar o modelo de isoterma de Freundlich, utilizou-se a Equação 7.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
17
Onde:
Ce = é a concentração de equilíbrio na fase líquida (mg/L);
KF = é a constante de Freundlich referente à capacidade de adsorção.
A validade dos modelos foi interpretada pela linearidade dos gráficos
respectivamente.
CURVA ANALÍTICA
PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
18
Pode-se observar que o melhor resultado de qe, ou seja, a maior quantidade de analito
adsorvido no equilíbrio em mg/g é dado quando tem-se menor massa de BFMA e maior
concentração do fármaco DCF, dando resultado de 39,455 mg/g e 39,393 mg/g. Já os me-
nores valores de qe, são observados quando utilizou se maior massa de BFMA e menor
concentração do fármaco DCF, com resultados de 4,963 mg/g e 4,983 mg/g.
A equação do modelo matemático para predizer as variáveis respostas ao nível de 95%
de confiança, foi obtida através da equação geral do modelo linear (Equação 7).
(Equação 7)
ANÁLISE ESTATÍSTICA
Tabela de efeitos
Tabela 3. Tabela de efeitos do planejamento fatorial 23 da quantidade de analito adsorvido no equilíbrio em função do
pH, massa de biocarvão e concentração do fármaco.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
19
estatisticamente inalterada. A tabela mostra que apenas a interação entre massa de biocarvão
× concentração do fármaco é significativa (p<0,05), pois quando ocorre alteração em uma
dessas variáveis, consequentemente ocorre alteração também no resultado.
O gráfico de interação entre massa de biocarvão × concentração do fármaco, única
interação significativa, é apresentado na Figura 1 e foi gerado utilizando-se o software Minitab
17. Este gráfico ilustra a variação do qe frente à alteração dos níveis de concentração do
fármaco DCF e massa do BFMA.
Na Figura 1, observa-se que ocorre alteração dos valores de qe quando ocorre alteração
dos níveis (-1 e +1), portanto pode se afirmar que tal interação é significativa. O valor de qe
médio, quando a variável massa de biocarvão está no nível -1 (25mg) e a variável concentra-
ção do fármaco também está no nível -1 (15mg/L), é de 14,83 mg/g. Já o valor de qe médio,
quando a variável massa de biocarvão está no nível -1 (25mg) e a variável concentração do
fármaco está no nível 1 (40mg/L), é de 39,42 mg/g. E quando a variável massa de biocarvão
está no nível 1 (75mg) e a variável concentração do fármaco está no nível -1 (15mg/L), o
valor de qe médio é de 4,97 mg/g. Por fim, quando a variável massa de biocarvão está no
nível 1 (75mg) e a variável concentração do fármaco também está no nível 1 (40mg/L), o
valor de qe médio é de 13,24 mg/g. Com isso pode-se afirmar que quando se tem menor
massa de biocarvão, a resposta que é mais eficiente e se torna ainda mais eficiente quando
se tem menor massa de biocarvão e maior concentração do fármaco.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
20
Equação linear do modelo
(Equação 8)
Tabela ANOVA
Total 10 1408,188
R =0,96867.
2
Através da tabela 4 pode se observar que a regressão foi significativa (p<0,05), pois
o valor do F calculado (72,1476) é maior que o F tabelado (4,35). Para verificar a falta de
ajuste, o F tabelado (5,2) é menor que o F calculado (7,7) (15544,91), então, pode se dizer
que o modelo linear acusou falta de ajuste (p<0,05), mas essa falta de ajuste é devido ao
fato do erro puro ser muito pequeno, porque as medidas do ponto central são muito próxi-
mas entre si. Pode-se observar que o R2 (coeficiente de determinação) do modelo linear é
de 0,96867, mostrando que o modelo linear consegue explicar 96,87% da variabilidade dos
dados experimentais, mostrando não ter a necessidade de acrescentar pontos axiais para
formar o modelo quadrático.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
21
Figura 2. Gráfico de superfície de resposta da interação entre massa de biocarvão × concentração do fármaco.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
22
Tabela 5. Resultados da curva de calibração para determinação do LD e LQ.
CINÉTICA DE ADSORÇÃO
Tabela 6. Resultados de qt e porcentagem de remoção da cinética da adsorção de DCF pelo BFMA, em condições
experimentais otimizadas.
Através da tabela 6, pode-se observar que a adsorção ocorre de maneira muito rápi-
da, e que em 10 minutos já se tem 97,36% de remoção do DCF, e que em 20 minutos já
se atinge 99,26% de remoção, em um curto período de tempo e a partir desse momento,
o aumento não é mais tão significativo. Zhang et al. (2020) em seu estudo, demonstraram
que a eficiência de adsorção de biocarvão de lodo / folha ativado pode atingir 89,51% em
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
23
10 minutos, enquanto a eficiência de adsorção de carvão ativado comercial e biocarvão de
lodo / folha não ativado, somente podem atingir 12,24% e 70,07% em 10 minutos.
A avaliação do comportamento do processo de adsorção do fármaco DCF pelo
BFMA em função do tempo de contato, são demonstrados no gráfico de cinética apresen-
tado na Figura 3.
Figura 3. Cinética da adsorção de DCF pelo BFMA, em condições experimentais otimizadas, com a escala de tempo de
0 a 2880 minutos.
Observou-se que houve uma adsorção rápida de DCF nos primeiros 10 minutos, e que
a partir de 20 minutos, o aumento não é mais tão significativo.
Para analisar o mecanismo cinético que controla o processo de adsorção, a partir da
análise dos dados experimentais, foram testados os modelos cinéticos de pseudo-primeira
ordem e pseudo - segunda ordem em suas formas lineares. A validade destes modelos
foi verificada pelos gráficos lineares obtidos através dos plotes de log (qe-qt) × t e (t/qt) × t,
representados nas Figuras 4 e 5, respectivamente.
Figura 4. Linearização do modelo cinético de pseudo-primeira ordem para adsorção de DCF pelo BFMA.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
24
Figura 5. Linearização do modelo cinético de pseudo-segunda ordem para adsorção de DCF pelo BFMA.
Tabela 7. Parâmetros para a cinética dos modelos de pseudo-primeira ordem e pseudo-segunda ordem para a adsorção
de DCF.
qe k1 R2 qe k2 R2
Diclofenaco sódico 19,56 0,265 0,9472 39,84 0,145 1
K1: representa a constante da velocidade da adsorção de pseudo-primeira ordem.
K2: representa a constante da velocidade da adsorção de pseudo-segunda ordem.
qe: representa quantidade calculada adsorvida no equilíbrio.
Fonte: dados da pesquisa.
Observou-se que o modelo cinético que melhor se ajustou aos dados experimentais
foi o de pseudo-segunda ordem, cujo valor do coeficiente de correlação linear (r) foi igual
a 1. O valor de qe obtido pelo modelo de pseudo-segunda ordem foi de 39,84 mg/L, sendo
praticamente coincidente com o valor obtido experimentalmente, que foi de 39,77 mg/g,
cujo o erro relativo é de 0,18%. Este modelo se baseia no pressuposto de que a etapa de-
terminante da velocidade envolve o mecanismo de interação do fármaco com o biocarvão,
ou seja, depende das interações físico-químicas entre o adsorvato e os grupos da superfí-
cie do adsorvente.
Como o resultado desta pesquisa, Correa-Navarro, Giraldo e Moreno-Piraján (2020)
também encontraram o modelo cinético de pseudo-segunda ordem como sendo o melhor
para adsorção de diclofenaco em biocarvão de bagaço de fique. Assim como, Shirani, Song
e Bhatnagar (2020), quando utilizaram biocarvão ativado com NaOH derivado de Anthriscus
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
25
sylvestris; Tam et al. (2020), quando utilizaram biocarvão lignina-poroso contendo carbono
grafítico a partir de serragem de pinheiro bravo; Bagheri et al. (2020), quando utilizaram bio-
carvão de sementes de Moringa modificada com fosfato; Zhang et al. (2020), quando utiliza-
ram biocarvão de lodo e folha residual, todos investigaram a adsorção do fármaco diclofenaco.
ISOTERMAS DE ADSORÇÃO
Tabela 8. Equações lineares dos modelos de Langmuir e Freundlich testados na adsorção de DCF pelo BFMA
A análise dos valores dos coeficientes de determinação (R2), revelou que o modelo de
Freundlich forneceu o melhor ajuste dos dados experimentais de adsorção em relação ao
modelo de Langmuir. O modelo que apresentou o melhor ajuste, teve como resultado do
coeficiente de correlação (r) de 0,984.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
26
Por intermédio dos coeficientes linear e angular das equações mostradas na Tabela
9, os parâmetros de constante de Langmuir (KL), a capacidade de adsorção máxima (qm),
a constante de Freundlich (KF) e bF foram calculados e apresentados na Tabela 9.
KL qm (mg/g) KF bF
Diclofenaco sódico -1,0695 81,30 46,88 2,3816
Fonte: dados da pesquisa.
Assim como o resultado desta pesquisa, Lonappan et al. (2018), quando utilizaram
biocarvão de esterco de porco para adsorção do fármaco diclofenaco, também encontraram
o modelo de Freundlich fornecendo o melhor ajuste aos dados experimentais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo demonstrou que o uso do planejamento experimental foi essencial para
determinar as condições de máxima remoção do fármaco diclofenaco em solução aquo-
sa. E que o uso dessa ferramenta, além de diminuir o número de experimentos, determinou
que apenas as variáveis massa de biossorvente e concentração do fármaco foram significa-
tivas e influenciaram a resposta de maneira negativa (diminuição da quantidade removida do
fármaco) e positiva (aumento da quantidade removida do fármaco), respectivamente; e que
somente a interação entre massa de biossorvente e concentração do fármaco foi significa-
tiva. Também determinou que as condições ótimas obtidas a partir da análise da superfície
de resposta para as medidas de quantidade removida do diclofenaco sódico foram com as
menores massa de biocarvão (25 mg) e maiores concentrações do fármaco (40 mg/L).
Além disso, a remoção do DCF pelo BFMA ocorreu de maneira muito rápida, tendo
atingido cerca de 97% em apenas 10 minutos, e alcançando 99% em 20 minutos. A partir
deste tempo foi considerado que o sistema atingiu o equilíbrio, pois o aumento não foi mais
significativo. O modelo cinético que melhor se ajustou aos dados experimentais foi o de
pseudo-segunda ordem e o modelo de isoterma que melhor se ajustou aos dados experi-
mentais foi o de Freundlich.
O biocarvão obtido da folha de mandioca ativado com ácido fosfórico apresentou exce-
lente potencial para adsorção do fármaco diclofenaco em solução aquosa e seus resultados
promissores são uma alternativa viável nos estudos de remoção deste e de outros fármacos
contaminantes em águas naturais.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
27
REFERÊNCIAS
1. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da diretoria colegiada-
RDC nº 166, de 24 de julho de 2017.
3. BARTON, S. S., EVANS, M. J. B., HALLIOP, E., MacDONALD, J. A. F. Acidic and basic
sites on the surface of porous carbon, Carbon N. Y. 35, 1361–1366, 1997.
4. BAGHERI, A.; ABU-DANSO, E.; IQBAL, J.; BHATNAGAR, A. Modified biochar from
Moringa seed powder for the removal of diclofenac from aqueous solution. Environ-
mental Science and Pollution Research. V. 27, p. 7318–7327, 2020.
11. JUNG, C.; SON, A.; HER, N.; ZOH, K. D.; CHO, J. e YOON, Y. Removal of endocrine
disrupting compounds, pharmaceuticals, and personal care products in water using
carbon nanotubes: A review. Journal of Industrial and Engineering Chemistry 27,
1-11, 2015.
13. LI, W.C. Occurrence, sources, and fate of pharmaceuticals in aquatic environment and
soil. Environmental Pollution 187, 193–201, 2014.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
28
14. LONAPPAN, L.; BRAR, S. K.; DAS, R. K.; VERMA, M.; SURAMPALLI, R. Y. Diclofe-
nac and its transformation products: Environmental occurrence and toxicity - A review.
Environment International, v. 96, p.127–138, 2016.
15. LONAPPAN, L.; ROUISSI, T.; BRAR, S. K.; VERMA, M.; SURAMPALLI, R. Y. An insight
into the adsorption of diclofenac on different biochars: Mechanisms, surface chemistry,
and thermodynamics. Bioresource Technology, v. 249, p. 386-394, 2018.
16. NASUHOGLU, D.; RODAYAN, A.; BERK, D. e YARGEAU, V. Removal of the antibiotic
levofloxacin (LEVO) in water by ozonation and TiO2 photocatalysis. Chemical Engi-
neering Journal 189-190, 41-48, 2012.
17. PETRIELLO, M. C.; NEWSOME, B. J.; DZIUBLA, T. D.; HILT, J. Z.; BHATTACHARYYA,
D.; HENNING, B. Modulation of persistent organic polluant toxicity through nutritional
intervetion: Emerging opportunities in biomedicine and environmental remediation.
Science of the Total Environment, v.491-492, p.11–16, 2014.
19. ROYER, B.; CARDOSO, N. F.; LIMA, E. C.; VAGHETTI, J. C. P.; SIMON, N. M.; CALVE-
TE, T. e VESES, R. C. Applications of Brazilian pine-fruit shell in natural and carbonized
forms as adsorbents to removal of methylene blue from aqueous solutions—Kinetic and
equilibrium study. Journal of Hazardous Materials 164, 1213-1222, 2009.
20. SHARMA, R.K.; WOOTEN, J.B.; BALIGA, V.L.; LIN, X.; CHAN, W.G.; HAJALIGOL,
M.R. Characterization of chars from pyrolysis of lignin. Fuel v. 83, p. 1469-1482, 2004.
21. SHIRANI, Z.; SONG, H; BHATNAGAR, A. Efficient removal of diclofenac and cephalexin
from aqueous solution using Anthriscus sylvestris-derived activated biochar. Science
of The Total Environment. V. 745. 2020.
22. TAM, N. T. M.; LIU, Y-G.; BASHIR, H.; ZHANG, P.; LIU, S-B.; TAN, X.; DAI, M-Y.; LI,
M-F. Synthesis of Porous Biochar Containing Graphitic Carbon Derived From Lignin
Content of Forestry Biomass and Its Application for the Removal of Diclofenac Sodium
From Aqueous Solution. Frontiers in Chemistry. V. 8. 2020.
23. YANG, H., YAN, R., CHEN, H., LEE, D. H., ZHENG, C. Characteristics of hemicellulose,
cellulose and lignin pyrolysis, Fuel. 86, 1781–1788, 2007.
24. ZHANG, H.; TU, Y-J.; DUAN, Y-P.; LIU, J.; ZHI, W.; TANG, Y.; XIAO, L-S.; MENG, L.
Production of biochar from waste sludge/leaf for fast and efficient removal of diclofenac.
Journal of Molecular Liquids. V. 299, 2020.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
29
02
Análise comportamental em ratos jovens
tratados com nicotina: comportamento e
nicotina
'10.37885/220408546
RESUMO
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
32
MATERIAIS E MÉTODOS
Foram utilizados 10 ratos Wistar machos com 21 dias, os quais foram mantidos no
centro de bioterismo sob controle de luminosidade claro-escuro (12 h), com água e ração a
vontade até a 8ª semana, quando são considerados jovens e foram direcionados a atividade
experimental (FCF – USP).
Nesta fase, foi iniciada a avaliação comportamental na condição denominada jovem con-
trole e a seguir, foi iniciado o tratamento com nicotina sendo reavaliados após 7, 15 e 30 dias.
O tratamento foi realizado por meio da administração de nicotina dissolvida em água,
disponível para beber na dose de 50 mg/L, condição de modelo que mimetiza um tabagista
que consome 20 cigarros/dia.
Para a avaliação comportamental, os animais foram expostos ao teste do campo aber-
to “Open Field” no início da noite (18:00-19:00h), período de maior atividade da espécie e
seguindo o protocolo descrito por Royce (1977). Neste experimento foram respeitadas as
normas e cuidados em relação às condições do local para a realização do teste de campo
aberto, tais como a intensidade de luz, minimização de barulho, etc (WALSH e CUMMINS,
1976). A seguir, foi aplicado o teste do Labirinto em cruz elevado para avaliar o grau de
ansiedade do animal, segundo ANSEOLI e BRANDÃO (1997).
Todos os experimentos foram filmados e posteriormente analisados e tabulados, consi-
derando parâmetros como, o tempo e as principais manifestações comportamentais. A partir
da tabulação dos dados estes foram submetidos a análise estatística através de ANOVA e
teste de Tukey, p<0,05.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
33
a área, buscando analisar o ambiente desconhecido, comportamento clássico da espécie
Wistar (FIGUEIREDO, 2009).
Nesta análise, um parâmetro importante se refere a posição tigmotáctica, que define
ida e possível permanência dos animais nos cantos ou perto da periferia do campo aberto.
Nesse sentido, o fato de os animais percorrerem as laterais do campo aberto indica um
menor componente de ansiedade, em contrapartida, quando o animal permanece parado
na lateral do campo, a indicação é de que possa existir um comportamento e de medo e
ansiedade (FIGUEIREDO, 2009).
Os animais do grupo controle permaneceram a maior parte do tempo explorando o
campo aberto ficando poucas vezes parados no canto e pouquíssimas vezes atravessam o
meio do campo, fato que mostra um dos comportamentos indicativos de adaptação ao meio
(vide tabela 1, número de passos).
Por se tratar de estudo com ratos, merece destacar que essa espécie apresenta como
característica comportamental instintiva a intensa necessidade de explorar o ambiente, se
locomovendo perto das paredes, local onde se sentem mais protegidos (CHOWDHURY et al.,
2021). Neste sentido, frente ao grande número de passos/deslocamento, é sugestivo que o
grupo controle apresentou baixa manifestação de fatores estressantes e baixa ansiedade.
(LISTER, 1990; SEIBENHENER e WOOTEN, 2015).
Além dos parâmetros já descritos, sabe-se que o campo aberto é uma metodologia que
possibilita avaliar o status emocional do animal. Tanto a deambulação quanto a bipedação
(comportamento de levantar-se sobre as patas traseiras) estão ligados a coordenação mo-
tora, o comportamento de limpeza (grooming) e a defecação estão associados à adaptação
do animal ao ambiente. Assim, o grupo controle apresentou manifestação comportamental
compatível com o descrito na literatura como não ansioso (PELLOW et al, 1985).
A seguir, foram analisados outros comportamentos como indicado na tabela 1, e de-
finidos pela literatura científica, a saber: Número de Passos, se refere ao deslocamento no
campo; Bipedação, se refere ao animal se posicionar somente nas patas posteriores olhando
sobre o campo; Deslocamento ao canto, se refere ao número de vezes que o animal voltou
ao primeiro canto do campo, quando foi colocado pela primeira vez; Groomming, se refere
ao comportamento de passar as patas repetidamente na cabeça, assim como o número de
vezes da defecação do animal.
Pesquisadores neurofisiologistas consideram a autolimpeza (grooming) como uma
representação de mudanças na intensidade da ansiedade dos animais, sendo um parâme-
tro delineador da resposta comportamental gerada por estímulos ansiogênicos. A tabela
1 mostra que o grupo controle manifestou a autolimpeza dentro dos padrões indicados na
literatura como normal para animais controle, desta forma acompanhamos diferentes autores
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
34
que indicam que o grooming é um importante indicador de ansiedade (ESTANISLAU, 2012;
VELOSO et al., 2016).
Outro fator importante na observação da atividade exploratória foi a bipedação, ou seja,
levantar-se sobre as patas posteriores na busca de informações do ambiente desconhecido,
sendo assim caracterizado como um comportamento exploratório indicativo de medo de
predadores, e neste aspecto na condição controle os animais apresentaram manifestação
dentro do descrito na literatura, minimizando a hipótese de condição estressora. Outro ponto
de destaque foi o fato de que na condição controle, os animais atravessaram pouco o centro
do campo, podendo indicar uma estratégia evolutiva para evitar predadores aéreos, condição
manifestada poucas vezes neste grupo experimental na fase controle (MORATO, 2006).
Um dado significativo observado se relaciona a defecação. A literatura aponta que
não há correlação entre o comportamento de locomoção ou exploração com o número de
defecação, que representa emotividade, sendo considerado fatores comportamentais inde-
pendentes. Neste contexto, o grupo controle apresentou comportamento similar ao descrito
na literatura (BONUTI, 2014).
A seguir, foi avaliado o mesmo perfil comportamental após 7 dias da ingesta da nico-
tina, considerado período sub-crônico, sendo observado neste período de tratamento um
aumento de 23% na atividade exploratória acompanhado de intensa bipedação que atingiu
valores 50% maior, e ainda houve aumento de 100% na manifestação de grooming, fato
que pode sugerir grande ansiedade.
Os animais exploraram 100 vezes mais o canto do campo, demonstrando grande ex-
citabilidade, cabe ressaltar que foi observado aumento da defecação indicando uma intensa
atividade autonômica, como possível indicação de estresse (FIGUEIREDO, 2009).
Há tempo, tem sido descrito que a nicotina promove aumento na atividade espontânea e
hiperatividade, principalmente por atuar na via dopaminérgica da área tegmental ventral, esta
ação do alcalóide pode representar o aumento nos parâmetros indicados na tabela 1 refe-
rente a ingesta de nicotina no 15º e 30º dia (MEREU et al., 1987; VAGLENOVA et al., 2004).
Quanto a posição tigmotáctica, na fase de tratamento com nicotina (15 e 30 dias) houve
indicação de respostas ansiogênicas permanecendo o animal extremamente ansioso cor-
roborando com o estudo de FIGUEIREDO (2009). Cabe ressaltar que a nicotina em altas
concentrações favorece aumento na atividade do sistema nervoso autônomo parassimpáti-
co, além disso, pode estimular os neurônios localizados nos gânglios, e de forma similar a
acetilcolina, ativar a população de receptores colinérgicos tipo nicotínicos.
Ainda, a nicotina ao atuar nos gânglios tem a capacidade de excitar o sistema nervoso
autônomo na divisão simpático e parassimpático, simultaneamente e assim pode promover
vasoconstrição nos membros acompanhado de efeitos parassimpáticos paralelos, tais como
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
35
aumento da atividade gastrointestinal modulando a defecação, tal como demonstrado no
estudo do 7º ao 30º dia (CAILLE et al., 2012; BAUZO e BRUIJNZEEL,2012).
Tabela 1. Perfil comportamental dos ratos no teste de campo aberto. Os resultados mostram O comportamento na fase
que antecedeu a injesta da nicotina que está denominada como controle e 7. 15 e 30 dias de tratamento com o alcalóide.
Valores representados pela média + dp, n=10. *p<0,05 comparado ao controle (1º dia), #p<0,05 comparado ao 7º dia de
tratamento com nicotina.
A comunidade científica considera que o teste realizado no labirinto em cruz elevado faz
parte dos melhores testes comportamentais para análise de ansiedade combinando ações
exploratórias com esquiva (CAROBREZ e BERTOGLIO, 2005). Assim, o teste do labirinto
em cruz elevado baseia-se na condição de confronto entre o animal e o ambiente e a tríade
comportamental: impulso em explorar – curiosidade – motivação.
A seguir foi analisado o comportamento dos animais no labirinto em cruz elevado
conforme demonstrado na tabela 2. Os dados demostram que os ratos na fase condição
controle, ou seja, antes do tratamento com nicotina se arriscaram no deslocamento até o
final do braço aberto, mas prevalecendo a intensa permanência no braço fechado, neste
sentido, tem sido descrito que diversos fatores podem influenciar na manifestação deste com-
portamento, tais como: a aversão aos braços abertos, a hora do dia em que o teste é feito,
tempo de permanência no biotério antes do teste, medo de altura ou ainda a impossibilidade
do animal realizar o comportamento de tigmotaxia e tendência do animal permanecer com
o corpo em contato com superfícies verticais (peritaxia) (ALMEIDA et al., 1996; MORATO,
2006; BAUMBACH e MCCORMICK, 2012).
A literatura apresenta estudos indicando que quanto mais novo o sujeito for exposto
a nicotina maior sua susceptibilidade, sendo um período altamente crítico para adquirir de-
pendência ao tabaco (ABREU-VILLAÇA, 2016). Os dados demostram que quando expostos
inicialmente a nicotina, os animais desenvolveram uma grande ansiedade ficando mais tempo
no braço fechado e consequentemente ficando menor tempo no braço aberto. A literatura tem
descrito fortes relações entre o uso de nicotina e o desenvolvimento de estresse fato combi-
nado que promove hiperexcitabilidade e aumento na atividade locomotora (WONNACOTT,
1997; ELLIOTT et al., 2014).
Este fato baseia-se na capacidade que a nicotina tem em ativar neurônios dopaminérgi-
co no mesencéfalo, estriado e núcleo acumbens e com isso promove modificação na atividade
locomotora, os dados mostram ainda que os animais apresentavam grande insegurança em
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
36
expressar o caráter exploratório visto a pouco tempo de ida ao braço aberto, fato que reitera
a excitação neuronal promovida pela nicotina, possivelmente nos receptores nicotínicos no
circuito dopaminérgico nas vias nigroestriatal e mesolímbica (PICCIOTTO et al., 2002 a,b;
REICHERT et al., 2021).
Concomitante ao prolongamento do tempo de exposição à nicotina, ou seja, por 15
e 30 dias, como demonstrado na tabela 2, a exposição ao alcaloide aumentou o tempo de
permanência nos braços abertos, sugerindo que possa existir uma sensibilização devido
aos efeitos ansiolíticos da nicotina e seus reflexos na atividade da musculatura esquelética.
Neste aspecto este estudo corrobora e reitera com proposta que este efeito da nicotina em
animais jovens pode diferir se o estudo for realizado com animais com mais idade (JAFFE,
1990; KUPFERSCHMIDT et al., 2010).
Dentro do aspecto neuroendócrino sabe-se que a nicotina ao interagir com o sistema
nervoso promove a secreção do hormônio adrenocorticotrófico pela hipófise anterior além de
haver relatos da interação da nicotina com receptores GABAérgicos, interferindo também com
a enzima que regula a atividade do receptor presente na fenda sinaptica, ou seja, a GABA
transaminase e com isso modulando circuitos ansiolíticos. (MAARKOU, 2008; PICCIOTTO
et al., 2002 a,b; GONÇALVES, 2021).
Na transição do 15º para o 30º dia de tratamento observa-se que os animais explora-
ram por um tempo maior o braço aberto e ficaram mais expostos, fato que pode ter relação
com a exposição crônica a nicotina, uma vez que, a literatura indica que pode ocorrer “down
regulation” na população dos diferentes receptores sob influência do alcaloide gerando
assim dessensibilização progressiva, por exemplo, no sistema dopaminérgico. (BUISSON
e BERTRAND, 2002; CASARRUBEA et al., 2021; BAUMBACH e McCORMICK, 2021;
KNIGHT et al., 2021).
Por fim, os dados sugerem que a nicotina inicialmente manifestou atividade ansiogênica
e concomitante a exposição prolongada a ação mostrou-se ansiolítica, sugerindo indepen-
dência entre os mecanismos de sensibilização, no entanto, a literatura ainda não tem clareza
quanto aos mecanismos que facilitam a mudança no comportamento.
Tabela 2. Padrão comportamental dos ratos no Labirinto em cruz elevado. Os resultados mostram o comportamento na
fase que antecedeu a injesta da nicotina denominado de controle e 7, 15 e 30 dias de tratamento. Valores representados
pela média ‡ dp, n=6. *p<0,05 comparado ao controle.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
37
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1. ABREU-VILLAÇA Y. A ten-fold reduction in nicotine yield in tobacco smoke does not
spare the central cholinergic system in adolescent mice. International Journal of De-
velopmental Neuroscience. 52: 93-103, 2016.
2. ALMEIDA SS, GARCIA RA, OLIVEIRA LM. Effect of early protein malnutrition and
repeated test upon locomotor and exploratory behaviors in the elevated plus maze.
Phys. Behav. 54 (4): 749-752, 1993.
4. BAUMBACH JL, MCCORMICK CM. Nicotine sensitization (Part 2): Time spent in the
centre of an open field sensitizes to repeated nicotine into the drug-free state in female
rats. Psychopharmacology (Berl). 238(2):371-382, 2021.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
38
11. CEPEDA-BENITO A. Nicotine Effects, Body Weight Concerns and Smoking: A Literature
Review. Curr Pharm Des. 26(20):2316-2326, 2020.
12. CHOWDHURY TG, FENTON AA, AOKI C. Effects of adolescent experience of food
restriction and exercise on spatial learning and open field exploration of female rats.
Hippocampus. 31(2):170-188, 2021.
14. ELBAKIAN A. Nicotine and health. Drug and Therapeutics Bulletin, 52(7), 78–81, 2014.
15. ELLIOTT BM, FARADAY MM, PHILLIPS JM, GRUNBERG NE. Effects of nicotine on
elevated plus maze and locomotor activity in male and female adolescent and adult
rats. Pharmacol Biochem Behav. 77(1): 21-8, 2014.
19. GONÇALVES FL. Basic Concepts of Behavioral Pharmacology. In: Oliani S.M., Reichert
R.A., Banaco R.A. (eds) Behavior Analysis and Substance Dependence. Springer,
39- 49, 2021.
20. JAFFE J. Tobacco smoking and nicotine dependence. Wonnacott S, Russell MAH, Sto-
lerman IP. Nicotine psychopharmacology: molecular, cellular and behavioral aspects.
Oxford: Oxford University Press, 1-37, 1990.
21. KUPFERSCHMIDT DA, FUNK D, ERB S, LÊ AD. Age-related effects of acute nicotine
on behavioural and neuronal measures of anxiety. Behav Brain Res. 213: 288-92, 2010.
24. MAARKOU A. Neurobiology of nicotine dependence. Phil. Trans. R. Soc. B. 363, 3159–
3168, 2008
26. MARTIN LM, SAYETTE MA. A review of the effects of nicotine on social functioning.
Experimental and Clinical Psychopharmacology, 26(5): 425–439, 2018.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
39
27. MARTIN MFO, NATÁRIO AA, CORRÊA GO, RITTER GP, NETO JLG, OLIVEIRA LR,
BARBOZA LL, NETO BC, CARVALHO SCM, ABRAHÃO NM. A relação entre a utiliza-
ção de cigarros eletrônicos e doenças pulmonares: uma revisão integrativa. Research,
Society and Development, 11 (1): e13211125030, 2022.
28. MEREU G, YOON KW, BOI V, GESSA GL, NAES L, WESTFALL TC. Preferential stimu-
lation of ventraql tegmental área dopaminergic neurons by nicotine. Eur. J. Pharmacol.
23; 141 (3): 395-399, 1987.
29. MORATO S. O papel da visão na aversão aos espaços abertos no labirinto em cruz
elevado. Psicol. USP 17 (4): 13-16, 2006.
31. OVERBEEK DL, KASS AP, CHIEL LE, BOYER EW e CASEY AMH. A review of toxic
effects of electronic cigarettes/vaping in adolescents and young adults. Critical Reviews
in Toxicology, 1–8, 2020.
34. PELLOW S, CHOPIN P, FILE SE, BRILEY M. Validation of open: closed arm entries
in an elevated plus-maze as a measure of anxiety in the rat. J Neurosci Methods.
14(3):149-67, 1985.
35. PICCIOTTO MR. Nicotine receptors in brain: Links between molecular biology and
behavior. Neuropsychopharmachology. 22: 451- 464, 2002a.
36. PICCIOTTO MR, BRUNZELL DH, CALDARONE BJ. Effect of nicotine and nicotine
receptors on anxiety and depressior. Neuroreport. 13 (9): 1097-1106, 2002b.
37. REICHERT RA, OLIANI SM, BANACO R.A. Behavioral Analysis of Substance Use
and Dependence: Theoretical-Conceptual Aspects and Possibilities for Intervention.
In: Oliani S.M., Reichert R.A., Banaco R.A. (eds) Behavior Analysis and Substance
Dependence. Springer, 21-28, 2021.
38. REN M, LOTFIPOUR S. Nicotine Gateway Effects on Adolescent Substance Use. West
J Emerg Med. 20(5): 696-709, 2019.
39. RODGMAN A, PERFETTI TA. The chemical components of tobacco and tobacco
smoke). CRC PRESS, 2º ed. 2013.
40. ROYCE JT. On the construct validity of open field measures. Psychol Bull. 84: 1098-
1106, 1977.
41. SEIBENHENER ML, WOOTEN MC. Use of the Open Field Maze to Measure Locomotor
and Anxiety-like Behavior in Mice. J. Vis. Exp. (96), e52434, 2015.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
40
42. SNOWDON CT. Significado da pesquisa em comportamento animal. Estudos de Psi-
cologia. 4 (2): 365-373, 1999.
43. VAGLENOVA J, BIRRU S, PANDIELLA NM, BREESE CR. An assessment of the long-
-term developmental and behavioral teratogeniticy of prenatal nicotine exposure. Beha
Brain Res. 150 (1-2): 159- 170, 2004.
45. YUAN M, CROSS SJ, LOUGHLIN SE, LESLIE FM. Nicotine and the adolescent brain.
J Physiol. 593(16): 3397-3412, 2015.
47. WONNACOTT, S. Presynaptic nicotinic ACh receptors. Trends Neuroscience. 20: 92-
98, 1997.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
41
03
Atenção farmacêutica como ferramenta de
diminuição de PRMS na farmacoterapia do
diabetes mellitus tipo 2
'10.37885/220408753
RESUMO
Diabetes mellitus:
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
44
Mellitus Tipo 1, Tipo 2, gestacional entre outros. A Organização Mundial da Saúde (OMS)
também preconiza além da classificação, a subclassificação da diabetes baseando-se no
histórico familiar, estilo de vida, fatores e sinais clínicos do paciente. O DM segundo estudos
destaca-se como a principal Doença Crônica Não Transmissível (DCNT) na atualidade.
Conforme Costa e colaboradores (2017) 50% dos portadores de DM desconhecem sua
existência, sendo o Brasil o 4º país mundial entre os países com mais casos, sendo aproxi-
madamente 13 milhões de habitantes. O Sistema Único de Saúde (SUS) tem um gasto anual
com o atendimento ambulatorial aos portadores de DM em média U$2.100,00 por pessoa,
onde 63,3% são com gastos diretos e 36,7% com gastos indiretos.
Além das manifestações clínicas do DM, existem outras doenças ou comorbidades que
são desenvolvidas após o surgimento da diabetes a exemplo dos problemas vasculares que
levam a amputações parciais ou totais de membro inferiores, retinopatia diabética e cegueira,
insuficiência renal e principalmente os problemas cardiovasculares como insuficiência car-
díaca congestiva (ICC) e infarto agudo do miocárdio (IAM). Tais complicações podem trazer
prejuízos e/ou limitações funcionais, além da diminuição na qualidade de vida do paciente.
DM1 é uma doença autoimune, poligênica, decorrente da destruição das células Beta-
Pancreáticas, gerando uma deficiência completa na produção de insulina, com isso há uma
diminuição na concentração do hormônio na corrente sanguínea, gerando uma hiperglicemia
acentuada. No Brasil estima-se que aproximadamente 88 mil habitantes tenham a DM1,
sendo diagnosticada principalmente em crianças abaixo dos 5 anos e adolescentes de 12 a
15 anos, e em alguns casos específicos nos adultos acima dos 25 anos (SBD,2019). A OMS
classifica a DM1 em dois subgrupos de classificação: a DM1A e a DM 1B.
É a forma mais comum da DM1, sendo diagnosticada pela presença de um ou mais au-
toanticorpos contra as células beta do pâncreas, gerando a inativação na produção de insulina.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
45
Diabetes mellitus tipo 2 :
De acordo com Merlini, Fernandes e Fernandes (2019) existem outros tipos de DM como
o Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA), no qual os sintomas são inicialmente seme-
lhantes aos da DM2 porém, durante o percurso da doença inicia-se um processo autoimune
de destruição das células B-pancreáticas. Ressalta-se também o Diabetes Gestacional que
surge por alterações hormonais ocasionadas pela gestação que resulta em resistência in-
sulínica sendo fator de risco tanto para a mãe quanto ao feto.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
46
O diagnóstico de DM deve ser estabelecido pela identificação de hiperglicemia. Para
isto, podem ser usados a glicemia plasmática de jejum, o teste de tolerância oral à glicose
(TOTG) e a hemoglobina glicada (A1c). Em algumas situações, é recomendado rastreamento
em pacientes assintomáticos (SBD, 2019).
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
47
Quadro 1. Classes de Antidiabéticos Orais Disponíveis.
• PRM 1: É quando o paciente tem um problema de saúde por não utilizar a medica-
ção que necessita.
• PRM 2: É quando o paciente tem um problema de saúde por utilizar um medica-
mento que não necessita.
• PRM 3: É quando o paciente tem um problema de saúde por uma inefetividade não
quantitativa da medicação.
• PRM 4: É quando o paciente tem um problema de saúde por uma inefetividade
quantitativa da medicação.
• PRM 5: É quando o paciente tem um problema de saúde por uma insegurança não
quantitativa de um medicamento.
• PRM 6: É quando o paciente tem um problema de saúde por uma insegurança
quantitativa de um medicamento.(BISSON, 2016)
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
48
No tratamento do DM, os principais PRM envolvem o uso indevido de medicamentos
para tratar a hiperglicemia, o tratamento com medicamentos mal prescritos e/ou em doses
diferentes das necessárias, utilizando doses baixas ou altas na terapia produz ineficácia e/
ou toxicidade, além de tratamento não supervisionado e/ou revisão de terapia de longo prazo
MÉTODOS
Este estudo consiste em uma revisão bibliográfica baseada em artigos, livros, sites,
apostilas de cunho científico, nos idiomas Português, Inglês e Espanhol, selecionando pu-
blicações de 2016 a 2021, utilizando as seguintes palavras-chave: “Atenção Farmacêutica”,
“Diabetes Tipo 2”, “Tratamentos”. Foram excluídas as publicações fora do tema específico da
pesquisa. As pesquisas e coleta de dados e publicações foram feitas através das bases de
dados Google Acadêmico, Scielo, Pubmed, Periódicos Capes e Portais do Governo Brasileiro.
RESULTADOS
Por meio de minuciosa pesquisa e análise dos artigos produzidos sobre a atenção
farmacêutica na DM2, foram selecionados 10 artigos que foram publicados entre os anos
de 2017 e 2022, os artigos foram elaborados e publicados no Brasil e no exterior, sendo
descritos no fichamento Tabela 2.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
49
Autor(es) Ano Título Objetivo(s) Conclusão
A importância do farmacêutico no trata- Relatar a atenção farmacêutica pres- Os farmacêuticos contribuem ativamen-
mento da Diabetes mellitus tipo 2 tada DM tipo 2. te para a construção de uma população
Coelho et . al 2021 consciente, orientada e informada sobre
seu estado de saúde e seus tratamentos
farmacológicos ou não farmacológicos.
A importância da atenção farmacêutica Realizar um estudo sobre manejo As intervenções farmacêuticas podem pro-
para portadores de diabetes mellitus farmacêutico de pacientes com DM2 mover o aumento da adesão do usuário ao
Brentegani 2017
tipo dois em drogarias: uma revisão bi- em drogarias tratamento do DM2
bliográfica
Consulta e diagnóstico farmacêutico da Ressalta a importância do farmacêu- Aplicação de assistência farmacêutica, uti-
Diabetes Mellitus tipo 2: uma revisão tico no acompanhamento do trata- lizando a assessoria farmacológica como
Grota et.al 2021
sistemática mento de pacientes com DM2. ferramenta para ajudar a identificar e su-
gerir soluções para PRM
Atenção farmacêutica ao paciente idoso Promover a atenção farmacêutica ao Mostrou benefícios da adesão e continua-
Baltar e diabético idoso diabético, analisar eventuais ção do tratamento, evitando complicações
2021
Abreu PRM crônicas da doença e melhorando o con-
trole glicêmico
Intervenções de atenção farmacêutica Conhecer o efeito das intervenções A atenção farmacêutica através de mé-
no controle glicêmico de pacientes com de atenção farmacêutica no controle todos educativos geram mudanças na
Villalta 2021
diabetes mellitus tipo 2 glicêmico ambulatorial com DM2 farmacoterapia e estilo de vida, gerando
resultados positivos na melhora do DM2
Fonte: Próprios autores (2022).
DISCUSSÃO
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
50
da terapia. O monitoramento de pacientes com DM contribuem para reduzir dados adicionais
da patologia e propôs intervenções para melhorar os parâmetros clínicos.
Conforme aponta Coelho e colaboradores (2021) a atenção farmacêutica precisa ser
cientificamente fundamentada, para isso o farmacêutico deve sempre buscar se especializar
e se manter atualizado com os medicamentos existentes no tratamento do DM2, mas além
do conhecimento especializado, esse profissional deve atuar de forma humanizada, escu-
tando as reclamações dos pacientes, tirando suas dúvidas e entendendo o mesmo diante
da realidade da sua vida.
Segundo Bretogani (2017) os farmacêuticos são os profissionais que têm contato di-
reto com as pessoas e sobretudo, têm contato direto com doentes crónicos, que visitam as
unidades de saúde com mais frequência que as demais pessoas, sabendo que quando este
profissional está devidamente informado e apto a prestar assistência farmacêutica em uma
farmácia, tal serviço irá agregar muito no tratamento de pacientes com DM 2, proporcionando
uma terapia mais eficaz e ajudando a trazer resultados satisfatórios.
Para Villalta (2021) a atenção farmacêutica deve ser focada na educação, identificação
e resolução de PRMs, além de promover modificações de estratégias farmacológicas e/ou na
dosagem de indicação, sendo as intervenções divididas em dois tipos, as intervenções diri-
gidas à educação do paciente e as intervenções direcionadas para mudanças operacionais.
Dentro do sistema de saúde, os farmacêuticos são uma das últimas oportunidades
que os doentes de desfrutar de um tratamento eficaz e encontrar formas de identificar, cor-
rigir ou reduzir os possíveis riscos associados à terapêutica no âmbito do monitoramento
farmacoterapêutico. Visando sempre tratar e prevenir que os pacientes com diabetes tipo 2
tenham alguma piora em sua evolução clínica devido à descontinuação, abuso de drogas e
problemas relacionados a interações medicamentosas (GROTA et.al, 2021).
Como pontua Merlini e colaboradores (2019) no setor farmacêutico, a atenção far-
macêutica é uma ferramenta potencialmente poderosa para melhoria e monitoramento de
doenças. No entanto, essa prática ainda não é utilizada como foi idealizada, A literatura diz
que a deficiência em aplicar a AF está ligada tanto à graduação tecnicista como com à falta
de conhecimento por parte dos farmacêuticos para desenvolver o método. Outro problema
é que além da baixa procura pelos serviços farmacêuticos, o profissional farmacêutico está
ausente, o que acarreta falhas na farmacoterapia, podendo ser atribuída a má utilização
dos medicamentos por parte dos pacientes. Daí a necessidade de implantar os serviços de
atenção farmacêutica no nível ambulatorial e principalmente no serviço de atenção primária
á saúde, como aponta Silva e colaboradores (2017) em um estudo prospectivo realizado em
uma UBS da cidade de Santarém-PA onde foram atendidos 30 pacientes, sendo 23 pacientes
do sexo feminino (76,7%) e 7 pacientes do sexo masculino(23,33%), dos pacientes 86,7%
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
51
são pessoas na faixa etária acima dos 60 anos, dentre os 30 pacientes 29 são portadores
da DM2 responsável por 96,7% dos casos, ressaltando a prevalência da DM2 entre os
portadores da doença, além de que 25 dos entrevistados possuem algum comorbidade a
exemplo da Hipertensão Arterial, Obesidade e Dislipidemia. Foram encontrados 77 PRMs
com uma média de 2,56 ±1,35 (média±DP) PRM por paciente, onde 100% dos pacientes
acompanhados estavam com polifarmácia, tais pacientes foram submetidos a sistema de
atenção farmacêutica Dáder que leva em conta não apenas a patologia mais todo o con-
texto biopsicossocial do paciente, onde AF, 100% dos PRMs foram resolvidos apenas com
orientação farmacológica e monitoramento, demonstrando que a Atenção Farmacêutica é
ferramenta útil no acompanhamento farmacoterapêutico.
Foi realizado por Merlini e colaboradores (2019) um estudo de coorte vinculado ao pro-
grama Qualimack da Universidade Mackenzie, onde foram atendidos e acompanhadas 25
pessoas trabalhadoras da instituição por 1 ano , com faixa etária de 34 á 76 anos, dentre os
entrevistados 12 pessoas se encontravam na condição de pré-diabético e pré-hipertensos,
além de haver uma prevalência de pessoas do sexo masculino como portadores da DM tipo
2 que é responsável por mais de 90% dos casos.
Dentro do estudo foram detectados PRMs do tipo 1,2 e 4, que estão ligados a não
uso de medicamentos específicos e também ao uso de um medicamento que está sendo
ineficiente na terapêutica, além dos PRMs também foram detectadas comorbidades ,além
de medicamentos oriundos de automedicação, de acordo com o estudo os pacientes que
foram submetidos a atenção farmacêutica, alterações puderam ser observadas no quadro
clínico de 36% voluntários; destes, verificou-se que 3.funcionários (33%) haviam saído da
pré-diabetes durante o período do projeto, 2 funcionários (22%) dos sujeitos do estudo
perderam massa corporal e consequente redução do IMC, 5 funcionários (55 %) tiveram
seu tratamento com medicamentos ajustado por seu médico durante o curso do projeto,
atestando que a atenção farmacêutica vem sendo uma ferramenta eficaz na correção de
possíveis complicações pelo uso inadequado do fármaco, das interações pela automedicação
e garantia da segurança e eficácia do tratamento farmacológico, além da melhoria do estilo
de vida das pessoas (MERLINI et al, 2019).
Sendo os idosos o principal grupo acometido pela DM2, sendo os idosos acima dos 60
anos responsáveis pela maior parcela de portadores da DM, por isso Baltar e Abreu (2021)
defendem que a atenção farmacêutica é essencial na vida do paciente idoso diabético, vis-
to que essa população necessita de cuidados especiais, já que devido algumas limitações
fisiológicas, o paciente acaba tendo problemas durante o seu tratamento. Diante disso, é
importante que o farmacêutico faça uma orientação dinâmica aos idosos portadores do dia-
betes, auxiliando e tirando as dúvidas referente a forma de utilização dos hipoglicemiantes
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
52
orais, modo de armazenamento, preparação e aplicação das insulinas, mostrando os bene-
fícios da adesão e continuação do tratamento, evitando complicações crônicas da doença,
melhorando o controle glicêmico, proporcionando uma melhor qualidade de vida e um au-
mento na expectativa de vida dessa população.
Em um estudo descritivo com abordagem qualitativa do tipo relato de caso Campos e
colaboradores (2020) nos mostra que segundo tem demonstrado as evidências científicas,
o cuidado e atenção farmacêutica para com os idosos tem melhorado significativamente seu
quadro clínico. Em um relato de caso com uma paciente de 64 portadora da DM tipo 2, que
estava apresentando glicemia descompensada e Hipertensão Arterial. Por meio da AF foi pos-
sível constatar um PRM relacionado a insegurança do paciente em relação ao medicamento,
visto que a mesma apresentou efeitos adversos após administração do hipoglicemiante oral,
gerando assim elevação da glicemia e aumento do risco de complicações relacionadas a
DM, com isso foi elaborado um plano de cuidado com as intervenções farmacêuticas, onde
visava a adesão ao tratamento, a manutenção desse tratamento e evitar as complicações
relacionadas ao diabetes. Depois de aplicadas as intervenções e AF, foi observado uma
melhora do quadro clínico da paciente, com adequação dos valores de pressão e glicemia
dentro das metas terapêuticas.
Portanto, de acordo com as pesquisas bibliográficas aqui listadas, bem como os re-
sultados apresentados neste estudo é possível notar que após aplicação da AF, os PRMs
apresentados pelos entrevistados foram 100% solucionados apenas com aplicação de orien-
tação e acompanhamento da farmacoterapia
CONCLUSÃO
Com isso conclui-se através da análise desses estudo que a atenção farmacêutica é
uma ferramenta segura e eficaz no tratamento do Diabetes Melitus tipo 2, visto que a mesma
é feita com o paciente no centro do cuidado e não apenas a doença, sempre levando em
conta a situação biopsicossocial.
Foi possível atestar por meio das informações de cada estudo que quando a Atenção
Farmacêutica foi aplicada em pacientes portadores da diabetes, foi possível controlar seus
níveis glicêmicos, reduzir os riscos de comorbidades e complicações, além da resolução dos
Problemas Relacionados aos Medicamentos. Além de garantir o protagonismo do profissional
farmacêutico na equipe multidisciplinar e garantindo sua valorização e reconhecimento na
sociedade pela sua relevância no monitoramento e cuidado da terapêutica farmacológica,
sendo promotor e agente de uma terapia segura e satisfatória.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
53
Agradecimentos
Agradeço a Deus pela sua graça e misericórdia sobre mim durante essa caminhada, aos
meus pais pelo incentivo e amor, aos meus familiares e amigos que sempre me motivaram.
REFERÊNCIAS
1. ATLAS DE LA DIABETES DE LA FID. Bruxelas: International Diabetes Federation, v.
1, n. 9, 2019. Anual. Disponível em: https://diabetesatlas.org/upload/resources/mate-
rial/20200302_133352_2406-IDF-ATLAS-SPAN-BOOK.pdf.. Acesso em: 11 set. 2021.
3. BISSON, Marcelo Polacow. Farmácia Clínica & Atenção Farmacêutica. 3. ed. São
Paulo,Sp: Editora Manole, 2016. 416 p.
8. COSTA, A.F; FLOR, L.S; CAMPOS, M.R; OLIVEIRA, A.F ; COSTA, M.F.S; SILVA, R.
S.; LOBATO, L. C.P; SCHRAMM, J. M.A. Carga do diabetes mellitus tipo 2 no Bra-
sil. Cadernos de Saúde Pública, [S.L.], v. 33, n. 2, p. 1-14, jan. 2017. FapUNIFESP
(SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00197915.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
54
9. DIRETRIZES SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2019-2020. São Paulo, SP:
Clannad-Editora Científica, v. 1, n. 1, 2019. Anual
11. GOMES, M.B. Diabetes: recordando uma história. Revista Hospital Universitário
Pedro Ernesto, [S.L.], v. 14, n. 4, p. 34-36, 30 dez. 2015. Universidade de Estado do
Rio de Janeiro. http://dx.doi.org/10.12957/rhupe.2015.20069. Disponível em: https://
www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistahupe/article/view/20069. Acesso em: 20
set. 2021
15. PIMENTEL, I. Taxa de incidência de diabetes cresceu 61,8% nos últimos 10 anos.
2018. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/taxa-de-incidencia-de-diabetes-
-cresceu-618-nos-ultimos-10-anos. Acesso em: 13 set. 2021.
17. RODACKI, M; BEZERRA, M.G.T; GABBAY, M.A.L; JUNIOR, R.M.M; BERTOLUCI, M.C.
Classificação do diabetes. Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes, [S.L.], v. 1, n.
1, p. 1-1, jan. 2021. Anual. Conectando Pessoas. http://dx.doi.org/10.29327/540652.1-1.
Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/classificacao-do-diabetes/#ftoc-referên-
cias. Acesso em: 14 set. 2021
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
55
19. SAPRA A, Bhandari P. Diabetes Mellitus. Em: Stat Pearls. Publicação StatPearls,
Ilha do Tesouro (FL); 2021. PMID: 31855345.
20. SILVA, Carlena et al. O farmacêutico na unidade básica de saúde: atenção farma-
cêutica ao portador de Diabetes mellitus em uma unidade de saúde pública, no
município de Santarém/PA: the pharmacist in the basic health unit: pharmaceu-
tical care for patients with diabetes mellitus at a public health unit, in the city of
santarém / pa.. Acta Farmacêutica Portuguesa, Santarém-Pará, v. 6, n. 1, p. 38-44,
set. 2017. Disponível em: https://actafarmaceuticaportuguesa.com/index.php/afp/article/
view/153. Acesso em: 15 fev. 2022.
22. SILVA JÚNIOR, Wellington S.; GABBAY, Monica Andrade Lima; LAMOUNIER, Rodrigo
Nunes. Insulinoterapia no diabetes mellitus tipo 1 (DM1). 2022. Diretrizes Sociedade
Brasileira de Diabetes 2022. Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/insulinote-
rapia-no-diabetes-mellitus-tipo-1-dm1/. Acesso em: 18 fev. 2022
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
56
04
Conhecimentos dos frequentadores de uma
praça em Serra-ES sobre o uso irracional
de antibióticos e resistência bacteriana
'10.37885/220207825
RESUMO
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
59
Desta forma, diante do crescimento acelerado de utilização não racional de antibióticos
no Brasil e no mundo, é necessário que medidas sejam criadas para conter o avanço deste
problema em todos os níveis da sociedade, visto que este assunto é de enorme valor para
manutenção da saúde pública mundial. Nesse sentido, estudos que averiguem o nível de
conhecimento das pessoas acerca do uso racional de medicamentos e a resistência bacte-
riana, mostram-se relevantes para as tomadas de decisões em políticas públicas que visem
amenizar ou até mesmo solucionar este problema.
Portanto, o objetivo deste estudo foi fazer um levantamento sobre os dados sócio
demográficas dos participantes, informações sobre as infecções bacterianas e uso de an-
tibióticos, além de informações a respeito dos conhecimentos sobre o uso de antibióticos
de frequentadores de uma praça no município de Serra – ES, averiguando a relação dos
dados sócio demográficos dos entrevistados com os conhecimentos sobre uso irracional de
antibióticos e resistência bacteriana, bem como, com os fatores que levam ao uso incorreto
de antibióticos.
METODOLOGIA
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
60
Todos os procedimentos da pesquisa seguiram as recomendações da resolução
510/2016 resguardando o anonimato dos participantes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
61
Tabela 1. Perfil sócio demográfico da amostra dos usuários de antibióticos (* Significância p < 0,05).
DADOS SÓCIO-DEMOGRÁFICOS
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
62
no estudo Souza, Santos e Borges (2019, como o no de Lopes e Oliveira (2021), o nível de
escolaridade dos entrevistados era baixo.
No estudo, observou-se (Figura 1) ainda, que quase metade dos entrevistados (46%)
admitiram terem feito uso de antibióticos sem prescrição médica em algum momento da
vida e este resultado corrobora aos achados de Trindade, Cerdeira e Santos (2017), onde
metade de seus entrevistados (54%), também admitiram terem utilizado a medicação sem
a prescrição exigida. As semelhanças entre esses dados sugerem que pode não haver
relação entre o uso irracional de antibióticos e o grau de instrução de seus usuários, já que
no presente estudo a maioria afirmou ter nível superior e no estudo de Trindade, Cerdeira
e Santos (2017) o nível educacional era baixo. De fato, segundo Tiago Barros e Jimenez
(2009), a prática do uso de antibióticos sem prescrição médica está muito relacionada a
cultura da automedicação no Brasil, visto que a falta de informação por parte do prescritor
e o nível de escolaridade estiveram presentes em seu estudo, mas não foram fatores de-
terminantes para esta ação. Silva, Manzotti e Petroni (2011) sugerem ainda, que a prática
da automedicação faz parte de uma cultura mundial, uma vez que ao primeiro sinal de uma
possível doença, os usuários procuram soluções rápidas para resolver o problema, porém
nem sempre são terapeuticamente corretas.
Figura 1. Levantamento do uso de antibióticos com, ou sem prescrição médica de uma amostra da população do estado
do Espirito Santo.
Fonte: autores.
Dentre os motivos para o uso de antibióticos sem receita médica, o estudo averiguou
que (Figura 2), falta de tempo e a dificuldade de acesso a uma consulta médica somam 86%
das motivações para a automedicação por antibióticos, fator este que contribui diretamente
para o uso irracional de antibióticos. Vitor et al. (2008), sugerem em seu estudo do padrão
de consumo de medicamentos sem prescrição médica em uma cidade da região Sul do
Brasil que os usuários de farmácias comerciais enxergam estes estabelecimentos como
meros locais comerciais para a venda de medicamentos e não como estabelecimentos de
saúde. Entretanto, esta afirmação destoa da definição de farmácia do Conselho Federal de
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
63
Farmácia, onde a farmácia é descrita como uma unidade de prestação de serviços destina-
da a prestar assistência farmacêutica, assistência a saúde e orientação sanitária individual
e coletiva (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2001). Diante deste contexto, Oliveira
et al. (2004) ressaltam a importância do farmacêutico no ato da dispensação de antibióticos,
pois cabe a ele a orientação, a fim de minimizar o uso irracional da medicação e a seleção
de bactérias resistentes.
Figura 2. Levantamento das principais motivações para a automedicação por antibióticos de uma amostra da população
do estado do Espírito Santo usaria de antibióticos
Fonte: autores.
O estudo observou entre os entrevistados que admitiram já terem feito uso de antibió-
ticos sem receita, que 36% conseguiu comprar o antibiótico na farmácia sem a cobrança do
receituário obrigatório por lei. Segundo o Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro
(2015), a venda de antibióticos sem receita médica é uma prática frequente em certas
farmácias do Brasil. Além disso, 41% desses mesmos entrevistados, afirmou que obtêm
os antibióticos das sobras de medicação comprada em outra oportunidade. As sobras de
medicamentos de um tratamento podem estar relacionadas a não adesão do paciente à tra-
tamentos medicamentosos, ou ao quantitativo vendido superior que o tratamento receitado.
Quanto a não adesão ao tratamento, estudos mostram que alguns pacientes param o
tratamento medicamentoso com antibióticos quando os sintomas de infecção cessam. De fato,
Muccilo-Baisch et al. (2009), em um estudo sobre o nível de adesão ao tratamento com an-
timicrobianos em duas farmácias de Rio Grande – RS; e Motta (2012) em um estudo sobre
conhecimentos de pais e alunos de uma escola de Ceilândia-DF sobre como evitar os sur-
gimentos de bactérias multirresistentes, observaram que 20% a 50% de seus entrevistados
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
64
param o tratamento com antibióticos assim que observam a remissão dos primeiros sintomas,
por acreditarem estarem curados.
Figura 3. Levantamento das principais formas de obtenção de antibióticos para automedicação de uma amostra da
população do estado do Espírito Santo usaria de antibióticos.
Fonte: autores.
Quanto a sobras devido a prescrição médica ser menor que a quantidade na apresen-
tação disponível, para a redução destas sobras, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(BRASIL, 2020) sugere o fracionamento dos medicamentos, pois este tem um papel impor-
tante na promoção do uso racional de medicamentos, já que permite a aquisição da exata
quantidade prescrita. Entretanto, o fracionamento é responsabilidade do farmacêutico e deve
ser realizado de acordo com as normas de Boas Práticas para Fracionamento. Além disso,
nem todos os tipos de medicamentos podem ser fracionados e este fracionamento deve ser
realizado por farmácias e drogarias a partir de embalagens especificamente desenvolvidas
para esse fim (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2001).
Na última etapa do estudo, analisou-se os conhecimentos dos entrevistados sobre o uso
de antibióticos e resistência bacteriana. Desta forma, inicialmente indagou os participantes
do estudo sobre o que é resistência bacteriana e observou-se (Figura 4) que a maioria (71%)
afirma que resistência bacteriana pode ser definida por bactérias que possuem resistência a
diversos antibióticos. Este resultado corrobora ao de Mendonça et al. (2020), onde a maio-
ria dos seus entrevistados afirmavam que resistência bacteriana se trata da formação de
microrganismos mais resistentes a diversos antibióticos a ação dos antibióticos utilizados
para tratar infecções causadas por elas.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
65
Figura 4. Levantamento sobre a percepção dos entrevistados a respeito da definição de resistência bacteriana segundo
seus conhecimentos de uma amostra do estado do Espírito Santo. * Significância p < 0,05.
80%
70%
*
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Doenças Bactérias que Antibióticos Bactérias que Bactérias Outros
bacteri anas sem não conseguem capazes de possuem causadoras de
cura. ser combatidas destruir resistência a doenças que
com certos bactéri as. diversos fazem a proteção
antibióticos. antibióticos. de certos órgãos.
Fonte: autores.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
66
Figura 5. Levantamento sobre a opinião dos entrevistados sobre os fatores que levam a resistência bacteriana.
Fonte: autores.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
67
Figura 6. Levantamento dos conhecimentos dos entrevistados sobre os problemas causados pela resistência bacteriana.
Fonte: autores.
A resolução, que proíbe a venda de antibióticos sem receita médica (BRASIL, 1999;
BRASIL, 2018; BRASIL, 2021) foi aprovada com a intenção de reduzir o uso indiscriminado
de antimicrobianos pelos usuários. Embora legislações e regulamentações sobre o uso e a
prescrição de antimicrobianos estejam em vigor desde 2010, o cumprimento e aceitação des-
tas normas ainda tem enfrentado alguns problemas. Dentre estes problemas, estão a baixa
ampliação do acesso da população a profissionais de saúde para evitar a automedicação e
promover o uso correto de antibióticos, barreiras na adesão aos esforços para a educação
sanitária de profissionais e a população e por fim limitações da fiscalização sanitária devem
ser efetivamente implementados (SAMPAIO; SANCHO; LAGO, 2018). A superação destes
problemas não só ajudará no uso racional de antibióticos, como também auxiliará no com-
bate à resistência aos antimicrobianos.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
68
Figura 7. Opinião dos entrevistados sobre a lei que proíbe a venda de antibióticos sem prescrição médica. * Significância
p < 0,05.
80%
*
70%
60%
50%
40%
30%
2 0%
10%
0%
Acham necessário. Acham desnecessário. Não possuem uma Não sabi am que existia
opi nião formada. uma lei que proibisse.
Fonte: autores.
CONCLUSÃO
O estudo observou que a maioria dos entrevistados possui nível superior de escolarida-
de, um alto grau de instrução, mas mesmo assim fazem uso de antibióticos sem prescrição
médica, principalmente sob o pretexto de terem dificuldade de acesso à consulta médica,
ou de não terem tempo livre para ir as mesmas. Isto sugere que o uso incorreto de antibió-
tico não está diretamente relacionado ao grau de instrução, mas a devido a dificuldades no
acesso a consultas médicas.
O estudo observou ainda, que a maioria dos entrevistados tem um conhecimento sa-
tisfatórios de que a resistência bactéria está relacionado ao uso inadequado de antibióticos,
sendo o principal fator para o desenvolvimento de cepas resistentes aos antibióticos.
O estudo sugere que uma solução aos problemas encontrados sejam ações educati-
vas mais efetivas de sensibilização da população. O estudo sugere ainda a necessidade de
uma ação mais efetiva dos farmacêuticos da região no fornecimento de uma dispensação
mais eficaz, a fim de informar o paciente a maneira ideal de utilizar a medicação, bem como
possíveis efeitos colaterais, reações adversas mais comuns e possíveis males que o uso
inadequado pode causar. Esta ação fará com que o farmacêutico assuma seu papel como
profissional de saúde e que se faça ser visto como tal, atuando de maneira direta e coerente
com o intuito de promover o uso racional de antibióticos.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
69
REFERÊNCIAS
1. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução-RDC Nº 44, de 26 de
outubro de 2010. 2010. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
anvisa/2010/res0044_26_10_2010.html. Acesso em 03 jan. 2022.
11. LOPES, H. L.; PEREIRA, J. B.; CARVALHO, M. R. O que sabem os utentes sobre
antibióticos: um estudo de investigação em duas Unidades de Saúde Familiar.
Rev Port Med Geral Fam, Lisboa, V. 31, p. 248-254, 2015. Disponível em: https://www.
rpmgf.pt/ojs/index.php/rpmgf/article/view/11552/11208. Acesso em: 18 abr. 2020.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
70
12. LOPES, F. C. C.; OLIVEIRA, F. de S. Avaliação da prescrição e perfil de utilização
de medicamentos antimicrobianos pela rede pública municipal de saúde de En-
canto-RN. Rev. APS., V. 24, N.1, p. 16-33 2021. Disponível em: https://periodicos.ufjf.
br/index.php/aps/article/view/28889/23466. Acesso em: 02 jan. 2022
13. LOUREIRO, R. J.; ROQUE, F.; RODRIGUES, A. T.; HERDEIRO, M. T.; RAMALHEIRA
E. O uso de antibióticos e as resistências bacterianas: breves notas sobre a sua
evolução. Rev. Port. Sau. Pub., Lisboa, v. 34, n. 1, p. 77-84, 2016. Disponível em
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S087090251500067X Acesso em:
18 abr. 2020.
14. MBOYA, E. A.; SANGA, L. A.; NGOCHO, J. S. Irrational use of antibiotics in the
Moshi Municipality Northern Tanzania: a cross sectional study. Pan African medi-
cal journal, 31, 165. 2018. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31086618/.
Acesso em: 16 abr. 2020.
20. OLIVEIRA, H. J. P.; ARAÚJO, M. A. D.; FEITOZA, N. T. M.; CHAGAS, P. D. G.; SOUZA,
W. D. A.; SILVA, F. P. Educação em saúde como forma preventiva do uso indis-
criminado dos antibióticos. Revista Saúde, Recife, v. 11, n. 1, 2017. Disponível em:
http://revistas.ung.br/index.php/saude/article/view/3154/2275. Acesso em: 02 jan. 2022
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
71
21. SAMPAIO, P. da S.; SANCHO, L. G.; LAGO, R. F. do. Implementação da nova regu-
lamentação para prescrição e dispensação de antimicrobianos: possibilidades
e desafios. Cad. Saúde Colet., Rio de Janeiro, V. 26, N. 1, p. 15-22. 2018. Disponível
em: https://www.scielo.br/j/cadsc/a/jxqmVmNnLggLnHFQyWDsvjm/?format=pdf&lan-
g=pt Acesso em: 02 jan. 2022.
30. WORLD HEALTH ORGANIZATION. No Time to Wait: Securing the future from drug-re-
sistant infections. Interagency Coordination Group on Antimicrobial Resistance. 2019.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
72
31. ZIMERMAN, R. A. Uso indiscriminado de antimicrobianos e resistência microbiana. In:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos.
Uso racional de medicamentos: temas selecionados. Tema 03, p. 21-20. 2012. Disponível
em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/uso_racional_medicamentos_temas_
selecionados.pdf. Acesso em: 27 set. 2020.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
73
05
Estudo in silico da espécie Dysphania
ambrosioides usada pela Comunidade
Quilombola Timbó, Pernambuco, Brasil
'10.37885/220308373
RESUMO
A utilização de plantas medicinais por comunidades tradicionais, está voltada para uma
série de conhecimentos adquiridos a partir da relação direta dos seus membros com o meio
ambiente e a disseminação de informações do uso empírico destes recursos como fonte de
tratamento e cura. (Valeriano et al., 2020; Lopes et al., 2021).
Sabe-se que a variedade e a complexidade de princípios ativos que constituem os
metabolitos secundários de plantas, não tem correspondido a um aumento proporcional
pela descoberta de novas drogas, a qual asseguraria a descoberta de numerosas moléculas
ativas capazes de representarem, efetivamente, novos candidatos a fármacos inovadores
(FERREIRA et al., 2011; GIURIATI et al., 2019). Além disso, a busca por novos fármacos, é
dispendiosa demais, visto o pequeno número de novos compostos que conseguem vencer
as etapas pré-clínicas e clínicas (OLIVEIRA, 2020).
Neste contexto, investir em novos métodos de pesquisas, dentre os quais estão os
estudos farmacológicos e toxicológicos in silico, que permitem predizer as propriedades
farmacocinéticas (absorção, distribuição, metabolização, excreção e toxicidade – ADMET);
além da predição teórica do perfil da biodisponibilidade oral, determinação da área superficial
polar, e previsão do espectro de potencial biológico sobre o organismo humano, tornou-se
viável e amplamente aplicável nas pesquisas pré-clínicas (LIMA, 2007; CHENG et al., 2012).
Apesar do amplo conhecimento das atividades biológicas de plantas, muito ainda têm-se
a estudar e explicar sobre a farmacologia e toxicológica de plantas medicinais ocorrentes
em comunidades tradicionais, sendo escasso o material literário abordando principalmente
o potencial dessas plantas como fonte de princípios ativos para a produção e o desenvolvi-
mento de medicamentos, o que justifica esta proposta de pesquisa pré-clínica usando modelo
de predição de atividades biológicas, farmacológicas e toxicológico in sílico, cujo objetivo é
prever a atividade biológica de moléculas e os parâmetros farmacológicos e toxicológico da
espécie D. ambrosioides usada pela comunidade quilombola Timbó, Pernambuco, Brasil.
MÉTODOS
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
76
Após a seleção das moléculas, as estruturas químicas foram desenhadas utilizando o
software Molinspiration, com o objetivo de estabelecer as informações químicas e transmi-
ti-las para as plataformas de simuladores.
A partir das moléculas selecionadas e suas características químicas, foram iniciados
os estudos in silico utilizando o software PassOnline, disponível na web no endereço http://
www.pharmaexpert.ru. Através deste simulador foi realizada a previsão acerca do espectro
de potenciais atividades biológicas destas moléculas.
Após a predição das atividades biológicas, foi feita a análise dos parâmetros farma-
cocinéticos (biodisponibilidade oral teórica) e toxicidade aguda. Para tanto, foram utilizados
o software Molinspiration cheminformatics (http://www.molinspiration.com/cgi-bin/proper-
ties) e o software admetSAR disponível em http://Immd.ecust.edu.cn:8000/. Os parâmetros
farmacocinéticos foram interpretados de acordo com a regra de Lipinski (LIPINSKI et al.,
1993), enquanto os parâmetros toxicológicos toxicidade aguda, foi interpretado com base
no teste de AMES e valor de DL50, respectivamente, conforme proposto nos trabalhos de
Oliveira et al. (2018).
RESULTADOS
Fonte: https://www.molinspiration.com/cgi-bin/properties.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
77
Os flavonoides são amplamente distribuídos pelo reino vegetal e notáveis por suas
diversificadas ações biológicas, o que lhes confere um enorme potencial farmacológico
(COUTINHO et al., 2009). Segundo Privato et al. (2020), os estudos de predição in silico
são realizados visando a produção e o desenvolvimento de medicamentos a partir de subs-
tâncias isoladas de vegetais para otimizar a pesquisa básica e a aplicação clínica destas
substâncias sob a forma de medicamentos.
Inicialmente, foi realizada a predição in silico das atividades biológicas dos flavonoides
dispostos na tabela 1, utilizando o software PassOnline. Os seis flavonoides, apresentaram
probabilidade de várias atividades biológicas, sendo selecionadas as cinco atividades com
maior Probabilidade de ser ativo (Pa) e menor Probalidade de ser inativo (Pi)
Tabela 1. Predição in silico das atividades biológicas dos flavonoides ocorrentes em D. ambrosioides.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
78
Após a realização da predição in silico das atividades biológicas, foi realizada a pre-
visão teórica das propriedades farmacológicas com base na Regra de Cinco de Lipinski
(LIPINSKI, 1993).
Para tanto, foi utilizado o software Molinspiration, e os resultado obtidos estão apre-
sentados na tabela 2.
Tabela 2. Previsão teórica das propriedades farmacológicas dos flavonoides ocorrentes em D. ambrosioides.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
79
Tabela 3. Previsão de parâmetros farmacológico e toxicológicos dos flavonoides dos flavonoides ocorrentes em D.
ambrosioides.
Solubilidade Ligação com proteí- Toxicidade oral aguda
Flavonoide Predição de toxicidade
(logS) nas do sangue (%) (DL50)
EPICATEQUINA -2.22 99.9 10.000 mg/kg Não tóxico
APIGENINA -3.94 99.9 2.5000 mg/kg Toxicidade baixa
NARINGENINA -3.49 99.9 2.000 mg/kg Toxicidade moderada
QUERCETINA -3.16 99.9 159 mg/kg Toxicidade alta
CIANIDINA -2.75 99.9 5.000 mg/kg Toxicidade baixa
DIADZEÍNA -3.60 99.9 2.430 mg/kg Toxicidade moderada
Fonte: Dados da pesquisa.
CONCLUSÃO
Agradecimentos
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
80
REFERÊNCIAS
1. BANERJEE, P.; DEHNBOSTEL, F. O.; PREISSNER, R. Prediction Is a Balancing Act:
Importance of Sampling Methods to Balance Sensitivity and Specificity of Predictive
Models Based on Imbalanced Chemical Data Sets. Frontiers Chemical, v.6, n.362, p.1-
10, 2018. Disponível em https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fchem.2018.00362/
full? 6:362. Acesso em 20 de outubro de 2021.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
81
9. LOPES, B. E. R.; BARBIERI, M. G. M.; CAMPOS, W. A. Análise comparativa entre
o uso de plantas medicinais e medicamentos industrializados em Rolim de Mouro do
Guaporéro. Biodiversidade, v.20, n.1, p.129-135, 2021. Disponível em https://perio-
dicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/biodiversidade/article/view/11963. Acesso em 20
de maio de 2021.
11. OLIVEIRA, A. Como criar um fármaco. Revista de Ciência Elementar, v.8, n.2, p.1-6,
2020. doi:10.24927/rce2020.020. Disponível em https://rce.casadasciencias.org/rceapp/
pdf/2020/020. Acesso em 22/ de maio de 2021
13. PRIVATO, M. B.; MARTINEZ, L L.; SCHIMIDT, C. Biofármacos no Brasil: uma revisão
do processo de regulamentação. Arquivos Medicos dos Hospitais e da Faculdade
de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, v.65, p.e9, 2020. doi: https://doi.
org/10.26432/1809-3019.2020.65.009. Disponível em http://arquivosmedicos.fcmsan-
tacasasp.edu.br/index.php/AMSCSP/article/view/602. Acesso em 25 de maio de 2021.
14. VALERIANO, F. R.; SAVABNI, F. R.; SILVA, I. P. S. B.; SANTOS, M. S. C.; BRAGA,
J. A. Uso de plantas medicinais na comunidade quilombola do veloso, povoado de Pi-
tangui – MG. Brazilian Journal of Development, V.6, N.12, P.100701-100718, 2020.
doi: 10.34117/bjdv6n12-529. Disponível em https://www.brazilianjournals.com/21975.
Acesso em 22 de maio de 2021.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
82
06
Processo de ensino de farmacologia no
contexto remoto: um relato de experiência
'10.37885/220408536
RESUMO
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
85
METODOLOGIA
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
86
Plataformas, atividades e atribuições dos monitores
Desde o primeiro contato com a turma, os monitores notaram a expectativa dos alunos
em relação ao projeto de monitoria. Foi relatado durante apresentação que a turma estava
com dificuldade de aprendizagem em relação à disciplina e que contavam com o auxílio da
monitoria para superá-la, um dos fatores predominantes para o baixo desempenho foi ensino
remoto vigente. No entanto, as monitorias não foram diferentes, houve a princípio um entreve
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
87
na adesão dos alunos, evidenciado pela ausência dos mesmos nos momentos síncronos e
pouca interação com os monitores durante as aulas expositivas dialogadas. O sentimento de
frustração foi inevitável, a monitora exigia bastante estudo e preparação teórico, didático e
emocional dos monitores e o retorno positivo esperado mediante esta dedicação não surgia.
Sendo assim, tornou-se necessário desenvolver, novas estratégias de ensinagem que
atraíssem a atenção e o engajamento da classe. Nesse contexto, foram implementados
momentos com metodologia ativa, como discussões acerca do conteúdo anteriormente
ministrado pelos docentes da disciplina (também em espaço virtual) e resolução de casos
clínicos de forma oral no momento dos encontros síncronos. Os casos clínicos, disponibili-
zados no Google Classroom, tinham como intuito instigar os alunos a buscar conhecimentos
aplicando a farmacologia em situações cotidianas, levando a enxergá-la como algo pertinente
e de grande utilidade no seu dia a dia no cenário pessoal e profissional.
O uso dessas novas estratégias de ensinagem resultou em uma troca de saberes entre
os discentes e os monitores. Estabeleceu-se de forma mais dinâmica, assim como, maior
assiduidade da turma, expressada pelo aumento das contribuições durante as discussões e
na devolutiva das atividades assíncronas, de modo que foi possível concretizar uma apren-
dizagem focada no princípio da horizontalidade, onde tanto os alunos conseguiam sanar
suas dúvidas, quanto os monitores conseguiram aprofundar ainda mais seus conhecimentos
e desenvolver habilidades importantes como a qualificação para a docência.
Foi referido um feedback positivo em relação a mudança da didática por parte dos
alunos, que relataram sentir-se mais seguros para se expressarem nos momentos de dis-
cussão e que isto contribuiu positivamente para a aprendizagem do conteúdo, pois houve
um estímulo a exercitarem o pensamento crítico, próprio da Enfermagem, especialmente
na área da Farmacologia.
Com essa experiência, os monitores vivenciaram o outro lado da formação acadêmi-
ca. O ato de ensinar requer preparação, dedicação, paciência, motivação e acima de tudo
superação. Estar do lado oposto possibilitou experienciar um pouco de como os docentes
exercem suas atribuições e aumentou o sentimento de empatia e gratidão pelos mestres
que conduzem a graduação de forma ímpar.
DISCUSSÃO
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
88
O uso das tecnologias de informação e comunicação abriu espaço para novas pers-
pectivas de ensino, mas também o exigiu de seus organizadores eficiência, dedicação,
criatividade e superação para capturar a atenção dos alunos (MOREIRA, HENRIQUES e
BARROS, 2020). Tornou-se evidente, de modo que o uso de novas estratégias de ensina-
gem com recursos de materiais didáticos complementares, leitura em grupo e discussões
orais aumentaram a adesão dos alunos e seu empenho para se preparar para os momentos
participativos em sala de aula virtual através do Google Meet.
Conforme Bastos et al. (2020), a utilização de casos clínicos, rompe com o ensino
tradicional, viabilizando uma prática pedagógica instigante e motivadora, que permite ao
educando ampliar sua gama de conhecimentos de maneira ativa e dinâmica, propiciando
melhora na aprendizagem.
Segundo Froes e Cardoso (2011), somente o uso de equipamentos tecnológicos não
fornece garantias de uma educação de qualidade. Nesse sentido, a busca por novas es-
tratégias de ensinagem pelos monitores foi necessária e mostrou resultados satisfatórios
tanto para os mesmos em se tratando de melhorar sua performance como para os alunos
que participaram da experiência ganhando conhecimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. ANASTASIOU, LGC. ALVES, LP. Leonir Pessate (Org.). Estratégias de ensinagem. In:
______. Processos de ensinagem na universidade: pressupostos para as estratégias de
trabalho em aula. Joinville: UNIVILLE, 2003. cap. 3. p. 75-106.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
89
3. COUTINHO, AAM. KUBRUSLY, RCC. BORGES-MARTINS, VPP. Ensino emergencial
remoto: uma perspectiva da neurofisiologia. Ciências & Cognição 2021; Vol 26 (1) 104-
119. [Acesso em 03 de abril de 2022. [ Disponível em: http://www.cienciasecognicao.
org/revista.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
90
07
Síntese do fármaco pioglitazona
'10.37885/220408524
RESUMO
Objetivo: O presente trabalho teve como objetivo a realização de todas as etapas da síntese
do fármaco Pioglitazona em batelada e a transposição de uma das etapas para fluxo con-
tínuo em microrreatores. Métodos: A síntese foi feita em batelada e ao final de cada etapa
foram coletadas amostras que posteriormente foram analisadas em HPLC-MS. A síntese
do intermediário 2P foi realizada em fluxo contínuo com o uso de microrreator capilar, as
amostras foram analisadas em HPLC-UV. Resultados: As análises comprovaram a iden-
tidade dos produtos com m/z 229,95 (M+) para o intermediário 2P, m/z 256,00 (M+) para o
intermediário 3P, m/z 357,03 (M+) para a intermediário 4P e m/z 357,12 (M+) para o produto
Pioglitazona. Conclusão: Verificou-se que a síntese do fármaco em batelada é possível
para a metodologia testada e o uso de microrreatores se mostrou vantojoso ao processo
em batelada na síntese do intermediário 2P.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
93
Figura 1. Estrutura molecular da Pioglitazona (ACTOS®).
H3C NH
S
N O O
Fonte: Khanduri et al (2007).
Fonte: Adaptado de Silva et al. (2019); Madivada et al. (2009); Gowda e Gowda, (2000).
MÉTODOS
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
94
As amostras coletadas foram analisadas por HPLC-MS (HPLC UFLC Prominence
20AD, Shimadzu, Tokio, JP; MS Bruker Amazon Speed, fonte eletrospray, analisador ion
trap, Massachussets, EUA) para identificar os produtos intermediários.
Para as sínteses do intermediário 2P, em batelada e em fluxo contínuo, foram realizadas
análises em HPLC-UV. Foram coletadas amostras ao longo do tempo reacional e diluídas
em uma solução inibidora da reação para a determinação da conversão do reagente 1P e
rendimento do produto 2P.
Os procedimentos descritos a seguir foram adaptados de Silva et al. (2019) e
Madivada et al. (2009).
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
95
do Pd/C e o líquido contendo o produto de interesse foi rotaevaporado para obtenção do
produto Pioglitazona.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
96
Figura 4. Esquema de síntese do produto intermediário 2P no processo em fluxo contínuo no microrreator capilar.
H3C OH
Et3N +
N
1P
H3C OMs + HCl
N
2P
O O
S
Cl CH
3
2
Fonte: Adaptado de Madivada et al. (2009).
RESULTADOS
Produto m/z
2P 229,95 (M+)
3P 256,00 (M+)
4P 357,03 (M+)
Pioglitazona 357,12 (M+)
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
97
Figura 5. Comparação do rendimento do produto intermediário 2P nos solventes tolueno e acetonitrila no processo
batelada (C = 0,1 M). C = concentração total do meio reacional.
Figura 6. Comparação dos resultados da síntese do produto intermediário 2P em batelada e fluxo contínuo.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
98
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
99
Sendo assim, verificou-se que a síntese do fármaco é possível para a metodologia tes-
tada. A utilização do solvente acetonitrila, como alternativa ao tolueno, indicado na literatura,
se mostrou vantajosa nas condicoes testadas, e a síntese de um intermediário do fármaco
Pioglitazona, 2P, foi transposta para fluxo contínuo, apresentando rendimento superior ao
processo em batelada.
Agradecimentos
O presente trabalho foi realizado com apoio financeiro da FAPESP, auxílio 2017/12830-
9 e bolsas FAPESP.
REFERÊNCIAS
1. BAXENDALE, I. R. The integration of flow reactors into synthetic organic chemistry.
Journal of Chemical Technology and Biotechnology, v. 88, n. 4, p. 519–552, 2013.
3. GOWDA, C. D.; GOWDA, S. Formic acid with 10% palladium on carbon: A reagent for
selective reduction of aromatic nitro compounds. Indian Journal of Chemistry - Sec-
tion B Organic and Medicinal Chemistry, v. 39, n. 9, p. 709–711, 2000.
5. KHANDURI et al. Process for the preparation of pioglitazone (2007). United States
Patent Application Publication, US 2007/0078170 A1.
6. LI, X.; CHENG, C.; CONG, Y.; DU, C.; ZHAO, H. Preferential solvation of pioglitazone
hydrochloride in some binary co-solvent mixtures according to the inverse Kirkwood–
Buff integrals method. J. Chem. Thermodyn., v.110, p.218-226. 2017.
7. MADIVADA, L.R.; ANUMALA, R.R.; GILLA, G.; ALLA, S.; CHARAGONDLA, K.; KAGGA,
M.; BHATTACHARYA, A.; BANDICHHOR, R. An Improved Process for Pioglitazone
and Its Pharmaceutically Acceptable Salt. Org. Process Res. Dev., v.13, p.1190–1194.
2009.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
100
10. PABLOS-VELASCO, P. Pioglitazone: beyond glucose control. Expert Rev. Cardiovasc.
Ther., v.8, n. 8, p.1057-1067. 2010.
11. PORTA, R.; BENAGLIA, M.; PUGLISI, A. Flow Chemistry: Recent Developments in the
Synthesis of Pharmaceutical Products. Org. Process Res. Dev, v.20, n.1, p.2–25, 2016.
12. RICHTER, B. et al. Rosiglitazone for type 2 diabetes mellitus. Cochrane Database
Syst. Rev., n.3, p.CD006063, 18 jul. 2007.
13. ROBERGE, D. M. et al. Microreactor technology: A revolution for the fine chemical and
pharmaceutical industries? Chemical Engineering and Technology, v. 28, n. 3, p.
318–323, 2005.
14. ROY, A.; DUMBARE, M. R.; PATIL, T. D.; BHANWASE, A. S.; DESHMUKH, R. D.
Synthesis, Biological Evaluation and Molecular Modeling Studies of 5-[4-(substituted)
benzylidene or benzyl] thiazolidine-2,4- dione with Oral Antihyperglycemic Activity.
International Journal of Pharm. Tech. Research, v.53, p.1882–1895, 2013.
15. SILVA JR, J. L.; SANTANA, H. S. Residence time distribution in reactive and non-re-
active flow systems in micro and millidevices. Chemical Engineering Science, v.248,
2022.
17. TONHAUSER, C.; NATALELLO, A.; LÖWE, H.; FREY, H. Micro flow Technology in
Polymer Synthesis. Macromolecules, v.45, p.9551−9570, 2012.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
101
08
Uma abordagem a respeito da farmácia
hospitalar
'10.37885/220107262
RESUMO
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
104
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão e rápida leitura dos resumos,
foram selecionados 30 artigos, dois quais, após análise minuciosa, houve uma nova exclu-
são, restando 17, que foram usados para a construção do presente estudo. Abaixo, serão
apresentados os principais resultados encontrados, separados por subtópico.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
105
Farmácia Hospitalar
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
106
tendo como principal objetivo a contribuição no processo de cuidado à saúde, visando me-
lhorar a qualidade da assistência prestada ao paciente, promovendo o uso racional e seguro
de medicamentos bem como de produtos para a saúde (DE AZEVEDO, 2018).
A farmácia clínica é a área que tem como o para o cuidado do paciente que visa à
promoção, proteção e recuperação da saúde e prevenção de seus agravos, devido ao uso
inadequado de medicamentos. As condutas do farmacêutico clínico buscam otimizar a far-
macoterapia, promover o uso racional de medicamentos e, sempre que possível, melhorar
a qualidade de vida do paciente (DE LIMA, 2018).
Através da análise da terapia farmacológica do paciente, a atuação interprofissional e
uso de ferramentas de pesquisa, o farmacêutico deve ofertar o melhor cuidado ao pacien-
te e a melhor informação disponível à equipe assistencial, com o objetivo de diminuir ou
impedir que eventos adversos relacionados aos medicamentos ocorra e assim aumente a
segurança do paciente.
Segundo o Conselho Federal de Farmácia (CFF), Farmácia Hospitalar e outros ser-
viços de saúde definem-se como “unidade clínica, administrativa e econômica, dirigida por
farmacêutico, ligada hierarquicamente à direção do hospital ou serviço de saúde e integra-
da funcionalmente com as demais unidades administrativas e de assistência ao paciente
(CAVALLINI, 2010).
Desta forma, a Farmácia Hospitalar deve desempenhar atividades clinicas relacionadas
à gestão. Para o desempenho das atividades da farmácia hospitalar são necessários eleva-
dos custos orçamentários e desta forma o profissional farmacêutico, também denominado
como Responsável Técnico (RT) deve desempenhar atividades gerenciais que contribuam
para a eficiência administrativa e consequentemente reduza os custos de sua manutenção
(DE LIMA, 2017).
Outro objetivo que cabe a farmácia hospitalar é contribuir com o processo de cuidado
de saúde, através da prestação de assistência ao paciente realizado com qualidade visando
o uso seguro e racional de medicamentos conforme preconizado pela Política Nacional de
Medicamentos, regulamentada pela Portaria nº 3.916/1998, do Ministério da Saúde.
As atividades desempenhadas pela farmácia hospitalar podem ser observadas sob a
ótica da organização sistêmica da Assistência Farmacêutica. De acordo com a Resolução
nº 338/2004, do Conselho Nacional de Saúde, Assistência Farmacêutica é considerado
o conjunto de atividades voltados a promoção , proteção e recuperação da saúde indivi-
dual e coletiva, tendo como principais insumos os medicamentos, visando o seu uso racio-
nal (SOARES, 2020).
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
107
No contexto hospitalar, a assistência farmacêutica engloba atividades inerentes a logís-
tica, manipulação e controle de qualidade, atenção farmacêutica, farmácia clínica, além disso,
existem atividades intersetoriais, que requerem interação com outros setores do hospital.
Objetivando estabelecer parâmetros para o desempenho das atividades hospitalares, a
Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (SBRAFH) publicou os Padrões Mínimos para
a Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde.
Um dos parâmetros abordados são os recursos humanos na farmácia hospitalar.
Segundo este documento, para proporcionar o desenvolvimento de processos seguros e sem
sobrecarga ocupacional, a unidade de farmácia hospitalar deve contar com farmacêuticos e
colaboradores em número adequado para a realização das suas atividades. O número mínimo
de farmacêuticos recomendado dependerá das atividades desenvolvidas, da complexidade
do cuidado e do grau de informatização e mecanização da unidade (DE LIMA, 2017).
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
108
• Gerente;
• Atualizado permanentemente e
• Educador.
• Atividades logísticas;
• Atividades de manipulação/produção;
• Atividades focadas no paciente;
• Garantia de qualidade;
• Atividades intersetoriais.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
109
Figura 01. Atividades do Farmacêutico Hospitalar.
Desta forma, podemos dizer que o farmacêutico é responsável legal por todo o pro-
cesso inerente a unidade hospitalar (medicamentos e produtos para a saúde). A logística
farmacêutica é parte integrante, trabalhando com ferramentas da qualidade, visando metas
de cada Instituição, está relacionando diretamente com o ciclo da assistência farmacêutica.
No ambiente hospitalar é cada vez mais perceptível a necessidade do uso racional
de medicamentos. Cabe salientar que a racionalização proporciona diversos benefícios,
não somente para o paciente mas também para os custos de manutenção e aquisição de
medicamentos. No ambiente hospitalar, a Comissão de Farmácia Terapêutica (CFT) é a
principal responsável pela implementação da política para o uso racional de medicamentos,
sendo imprescindível a elaboração de uma seleção destes produtos e consequentemente
padronização dos medicamentos (DE LIMA, 2017).
A escolha dos medicamentos, conforme descrito no Quadro 01, pode ser considerado
como o ponto inicial do ciclo da assistência farmacêutica e pode ser considerado como um
processo contínuo e dinâmico, multidisciplinar e participativo. É um processo de escolha
que tem como objetivo elaborar uma listagem de medicamentos considerados essenciais,
considerando a necessidade, a eficácia, o benefício/risco e o benefício/custo.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
110
Quadro 01. Descrição das etapas, critérios e vantagens de seleção de medicamentos na farmácia de acordo com a
prática farmacêutica no hospital.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
111
dos estoques; definição do cronograma de compras bem como a avaliação dos processos
de aquisição levando em conta a área física e as condições técnicas adequadas para o
armazenamento dos medicamentos a serem adquiridos e dispensado ( DE LIMA, 2017).
Outra etapa importante do ciclo da assistência farmacêutica consiste no armazenamen-
to. Consiste na fase em que deve ser assegurado a qualidade do medicamento e de outros
insumos por intermédio de condições adequadas do estoque. Esta atividade deve ser reali-
zada com proposito de identificar a localização adequada dos pontos de estoque, capacidade
de armazenagem do local bem como as instalações, equipamentos e o layout (NORA, 2019).
O armazenamento de todos os insumos deve ser guardado obedecendo técnicas ideais
de temperatura, luz e umidade, devem ser dispostos de modo a garantir a inviolabilidade
das características físico-químicas, observação do prazo de validade bem como preconizar
a manutenção da qualidade dos produtos. Um armazenamento eficaz é um fator. Um ex-
celente armazenamento é um fator indispensável durante todo processo da assistência far-
macêutica hospitalar, suscitando redução de custo, manutenção do tratamento do paciente
e organização nas diversas atividades da farmácia (DE LIMA, 2017).
A distribuição é uma atividade que consiste no suprimento de medicamentos às uni-
dades de saúde, em quantidade, qualidade e tempo oportuno, para que os mesmos sejam
corretamente dispensados à população usuária. Assim, a farmácia hospitalar tem como mis-
são assegurar o uso racional e adequado dos medicamentos e dos insumos para a saúde,
e desta forma, o profissional farmacêutico é o principal responsável por está fase do ciclo
da assistência farmacêutica.
A distribuição tem como objetivo atender de modo seguro e eficiente todos os itens
necessários para o desempenho do serviço hospitalar e deve ser realizado segundo uma
programação previa, acertada com os serviços de saúde, considerando fatores técnicos,
administrativos, logísticos e de qualidade dos serviços prestados ao utente (NORA, 2019).
A última etapa da assistência farmacêutica é a dispensação. Nesta etapa o farmacêu-
tico cede um ou mais medicamentos ao paciente mediante a apresentação de uma recei-
ta, previamente preenchida por um farmacêutico ou profissional autorizado. Durante este
processo o farmacêutico deve informar e orientar o paciente quanto ao uso adequado dos
medicamentos (NORA, 2019).
A resolução Nº 300, do Conselho Federal de Farmácia do dia 30 de janeiro de 1997,
regulamenta o exercício profissional em farmácia de unidade hospitalar. Essa resolução
define a farmácia hospitalar como a unidade clínica de assistência técnica e administrativa,
dirigida por farmacêuticos, integrada funcional e hierarquicamente às atividades hospitalares.
Sua principal função é garantir a qualidade de assistência prestada ao paciente por meio
do uso seguro e racional de medicamentos e correlatos, adequando sua aplicação à saúde
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
112
individual e coletiva, nos planos assistencial, preventivo, docente e investigativo, devendo,
para tanto contar com farmacêuticos em números suficientes para o bom desempenho da
assistência (ANDRADE, 2018).
No dia 31 de dezembro de 2010, o Ministério da Saúde, colocou em vigor a primeira
legislação específica destinada a Farmácia Hospitalar, a Portaria Nº 4.283. Dessa forma,
foram aprovados diretrizes e estratégias para organização, fortalecimento e aprimoramento
das ações e serviços da farmácia na área hospitalar.
Essas diretrizes atendem as farmácias dos hospitais que fazem parte do serviço públi-
co, das instituições privadas com ou sem fins lucrativos, inclusive as filantrópicas. A portaria
4283/10 anula a portaria 316/77, que retirava dos hospitais com menos de 200 leitos, a
necessidade da contratação de farmacêuticos (BRANDÃO, 2011).
Para a criação desta portaria, foi estabelecido o grupo de trabalho que determinou
as diretrizes da portaria. O grupo de trabalho contava com membros da Anvisa, Conselho
Federal de Farmácia (CFF), SBRAFH entre outras organizações (Brasil. Ministério da Saúde,
Portaria Nº 2.616 de 2010).
Dentre as normativas específicas apresentadas na portaria, a gestão é a primeira dire-
triz abordada. O farmacêutico deve ter como principais objetivos: garantir o abastecimento,
dispensação, acesso, controle e rastreabilidade e uso racional de medicamentos e outras
tecnologias em saúde; promover práticas clínico-assistenciais que permitem monitorar a
utilização de medicamentos e outros; otimizar a relação entre custo, benefício e risco das
tecnologias e processos assistenciais; desenvolver ações de assistência farmacêutica, ar-
ticuladas e sincronizadas com as diretrizes institucionais e participar do aperfeiçoamento
contínuo das práticas da equipe de saúde (FLORES, 2017).
Essa diretriz sugere ainda que os hospitais provenham estrutura organizacional e
infraestrutura física que facilite suas ações, com qualidade, através de modelo de gestão
sistêmico, objetivando resultados positivos para o usuário, estabelecimentos e sistemas de
saúde, devidamente aferidos por indicadores; utilizar a Relação Nacional de Medicamentos
Essenciais (RENAME), Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas do MS como referên-
cias para seleção de medicamentos; promover programa de educação para farmacêuticos
e auxiliares e a inclusão do farmacêutico nas comissões (REIS, 2013).
Outra diretriz trata do desenvolvimento de ações inseridas na atenção integral a saú-
de. O farmacêutico deve desenvolver ações assistenciais e técnico-científicas contribuindo
para a qualidade e racionalidade do processo de utilização dos medicamentos, bem como,
de outros produtos para a saúde e a humanização da atenção ao usuário, assim essa ativi-
dade tem a finalidade de contribuir para trabalho multidisciplinar. As atividades que podem
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
113
ser inseridas: gerenciamento de tecnologias, distribuição e dispensação, manipulação e
cuidados aos pacientes (SOARES, 2020).
No gerenciamento de tecnologias a farmácia hospitalar deve fazer a qualificação dos
fornecedores, armazenamento, distribuição, dispensação e controle dos medicamentos
e outros produtos para a saúde. É recomendada na diretriz que o sistema de distribuição
seja do tipo individual ou unitário de dispensação e que as prescrições sejam analisadas,
principalmente aquelas que contenham antimicrobianos e medicamentos potencialmente
perigosos (FLORES, 2017).
Quanto ao cuidado ao paciente, a equipe farmacêutica deve promover o uso seguro e
racional do medicamento através de: informações do paciente e/ou seus familiares; informa-
ções do prontuário sobre o paciente; resultados de exames; e demais informações, incluindo
o diálogo com a equipe que assiste o paciente. Ao receber essas informações o farmacêu-
tico deve tomar decisões para que aconteça o manejo correto da farmacoterapia e todas
as decisões tomadas deveram ser informadas a equipe multiprofissional (SOARES, 2020).
Na diretriz sobre recursos humanos, determina que a farmácias hospitalares devem
contar com farmacêuticos e auxiliares em quantidade necessária para o pleno desenvolvi-
mento de suas atividades, sendo considerado a complexidade do hospital, serviços ofertados,
grau de informatização e o horário de funcionamento.
De acordo com a Portaria do Ministério da Saúde 3.916/1998 - Política Nacional de
Medicamentos, o profissional farmacêutico é o profissional responsável por realizar a gestão
da Farmácia Hospitalar, devendo se preocupar com a qualidade da assistência farmacêutica
prestada ao paciente. Além disso, o profissional farmacêutico deve estar atento á todo o ciclo
da assistência farmacêutica, desde a seleção até a última etapa, ou seja, a dispensação e
utilização de forma racional pelo paciente (OLIVEIRA, 2017).
Desta forma podemos dizer que a atuação do farmacêutico clinico hospitalar é bastan-
te ampla e com isso, por intermédio de conhecimentos especializados, possui habilidades
para realizar diversas habilidades como por exemplo: a administração pública quanto na
fabricação e no abastecimento de medicamentos; atuar na assistência farmacêutica de um
modo geral; controle de qualidade de produtos farmacêuticos ; na inspeção e avaliação das
instalações para fabricação de medicamentos; na garantia da qualidade dos produtos ao
longo da cadeia de distribuição; nas agências de aquisição de medicamentos; e nos comitês
nacionais e institucionais de seleção de medicamentos (NORA, 2019).
Desta forma, é de suma importância que o profissional farmacêutico esteja incluso nas
equipes multiprofissionais de cuidados com à saúde. Isso foi claramente evidenciado no
enfoque de equipe utilizado na atenção clínica nos hospitais e centros de saúde.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
114
Logo, a farmácia clínica propõe-se a prestar serviços farmacêuticos diretamente volta-
dos ao paciente, realizando a intervenção farmacoterapêutica e consequentemente trazendo
melhora a saúde e qualidade de vida do mesmo. Ela é responsável também pelo estabeleci-
mento da relação entre o farmacêutico e o paciente, preconizando um trabalho que tem como
objetivo prevenir, identificar e resolver os problemas que podem surgir durante o tratamento
farmacológico (FERRACINE, 2010).
Diversos ambientes hospitalares tem facilitado o desempenho das equipes multidisci-
plinares promovendo um cuidado ao paciente mais apropriado, e como já dito anteriormente
o profissional farmacêutico deve estar presente nesta equipe.
A farmácia clínica abrange um rol de atividades voltadas para maximizar os efeitos da
terapêutica, reduzindo os riscos e os custos do tratamento do paciente. O Farmacêutico clí-
nico trabalha para obter resultados positivos, otimizando a qualidade de vida dos pacientes,
considerando ainda as questões econômicas da terapia (JUNIOR, 2017).
A elaboração da atenção farmacêutica ocorre a partir da farmácia clínica, aonde o
farmacêutica assume responsabilidades inerentes aos pacientes em conjunto com outros
profissionais, implementando e monitorando as condutas terapêuticas previamente estabe-
lecidas devendo ocorrer de modo a passar confiança, comunicação e cooperação para que
a decisão tomada em conjunto permaneça mantida (NORA, 2019).
Sabe-se que a farmácia hospitalar, assim como qualquer outro serviço no âmbito hos-
pitalar, deve utilizar métodos de segurança, bem como avaliação dos mesmos, visando à
melhoria da qualidade na prestação de serviços. Neste ensejo, segundo Reis et al., (2013)
o farmacêutico consegue atuar junto ao corpo clínico e outros profissionais melhorando
consideravelmente a assistência prestada, formando, assim, uma equipe multidisciplinar.
Conforme defendido por Correr, Otuki e Soler (2011) “a farmácia clínica o grupo das
atividades executadas pelo farmacêutico direcionadas ao utente ou a equipe multidisciplinar
de saúde, visando assegurar a efetividade e a eficiência do uso de medicamentos”. Dessa
forma, essas atividades são utilizadas em serviços farmacêuticos dentro do ambiente hos-
pitalar (farmácia hospitalar), podendo ser executados em qualquer situação em que haja
usuários expostos ao risco do uso de medicamentos.
Neste mesmo contexto, Freitas et al., (2016) enfatizam que “o farmacêutico desempe-
nha papel vital no manejo da terapia medicamentosa, o que de maneira global, melhora a
condição de saúde do paciente”. Dessa maneira, devido o farmacêutico participar da equipe
multidisciplinar hospitalar, o mesmo contribui precisamente na terapia farmacológica e da
dispensação medicamentosa correta na farmácia.
Diante deste contexto, a intervenção farmacêutica pode contribuir positivamente para
redução dos problemas relacionados a medicamentos (PRMs), trazendo benefício para o
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
115
cuidado do paciente. As intervenções relacionadas à dose representam 35% do total das
intervenções realizadas, medicamento prescrito sem dose, dose acima ou abaixo do usual,
apresentação de dose errada ou indisponível no mercado, demonstrando grande impacto na
prevenção de erros de medicação. Neste sentido, verifica-se que a presença e participação
do farmacêutico é de extrema importância na garantia da recuperação da saúde dentro do
ambiente hospitalar, uma vez que, o mesmo pode interceptar os erros de administração e
dispensação decorrentes da elegibilidade da prescrição médica (MIRANDA et al., 2012).
No estudo de Galvão et al., (2012) ainda foi possível identificar que os farmacêuticos
evitaram a administração de medicamentos contra indicados para os pacientes, erros devido
à similaridade dos nomes dos fármacos, transtornos ao paciente devido à retirada de algum
tipo de medicamento em que seria necessário o desmame, dentre outros.
Para Ferracini et al., (2011) o aumento na segurança aos pacientes em hospitais está
associado a aumento do número de farmacêuticos clínicos e ao serviço de farmácia clínica
oferecido a esses pacientes. Uma das formas mais efetivas de redução de erros de medi-
cação em hospitais é ter mais farmacêuticos clínicos e expandir esse trabalho.
Neste sentido Pelentir (2015) destaca-se que o farmacêutico é de extrema importância
junto à farmácia hospitalar, pois desenvolve atividades fundamentais no que tange ao uso
correto e racional de medicamentos.
No estudo de Freitas et al., (2016) apontou várias dificuldades relacionadas à mudança
de foco da profissão farmacêutica no país, uma vez que, a educação farmacêutica ainda
se apresenta como a principal barreira na atualidade, pois, a educação do país tem um
enfoque quantitativo e mercantilista, onde formam-se profissionais cada vez mais desqua-
lificados, além disso, estes profissionais não se reconhecem como profissionais de saúde
e com baixo nível de conhecimentos, habilidades e atitudes para o desempenho dos servi-
ços farmacêuticos.
Uma limitação que se deve considerar é a de que o farmacêutico clínico não está
presente na unidade crítica do hospital em período integral. Os dados demonstram a impor-
tância da presença do profissional para garantir a segurança do paciente em sua totalidade
e a atuação futura do farmacêutico clínico no Departamento de Emergência com pacientes
críticos também (MIRANDA et al., 2012).
De acordo com Fideles et al., (2015) as principais limitações no campo de atuação
verificado em seu estudo, são as Receitas Farmacêuticas (RF) que são realizadas durante
as atividades do farmacêutico, que muitas vezes é o residente em treinamento e sem co-
bertura integral dos serviços do hospital, além disso, o mesmo não aceita algumas RF, mas
registra o motivo da não aceitação.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
116
No estudo realizado por Pinto, Castro e Reis (2013) onde deu ênfase ao cuidado ao
idoso, verificou-se que a terapia medicamentosa com a utilização de Medicamento Isento
de Prescrição Médica (MIP) é uma das dificuldades encontradas, devido ao fato, destes
medicamentos terem um maior risco de desenvolver eventos adversos a medicamentos, e
os idosos são mais vulneráveis a desenvolver tais eventos. Estes resultados evidenciam
então, que o farmacêutico, deve atuar para a redução da prescrição de MIP, contribui para
evitar eventos adversos.
No estudo de Galvão et al., (2012) evidenciou que uma das dificuldades do estudo,
está relacionada ao erros por medicamento trocado, que correspondem ao envio de um
medicamento não prescrito em lugar de um prescrito, e representou um percentual de 7,3%
e 16,66%, nos dados levantados. Além disso, os resultados não apontaram o risco de cada
medicamento errado causaram ao paciente, bem como, e não apontou qual medicamento
apresentou maior frequência de erros na farmácia.
Os resultados do estudo de Silva et al., (2012) evidenciaram quem os erros de pres-
crição são ocorrências comuns na UTI no hospital que sediou este estudo, trazendo risco
potencial aos pacientes, onde os antibióticos sistêmicos foram o grupo de medicação mais
relacionado aos erros e a aceitação da intervenção farmacêutica foi alta.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nos últimos anos, o farmacêutico desviou sua formação normalmente para o medica-
mento, abandonando seu objetivo primordial que é a atenção farmacêutica e o cuidado ao
paciente. No entanto, no novo modelo de assistência farmacêutica, tornou-se essencial a
modificação no perfil do farmacêutico, assumindo uma função indispensável no desenvol-
vimento da assistência e atenção farmacêutica.
Este profissional é essencial para garantir o uso racional de fármacos, gerenciar a far-
mácia hospitalar, elaborar medidas para custo e benefício em compras de medicamentos e
materiais, executar a rastreabilidade dos fármacos no hospital, assim como informar sobre
os erros de medicação e preveni-lós, realizar a assistência farmacêutica e colaborar na se-
gurança dos pacientes, além de, participar de uma equipe multiprofissional.
Além disso, é fundamental conscientizar o hospital sobre as vantagens da intervenção
farmacêutica para que seja divulgada diante dos profissionais de saúde e pacientes, colabo-
rando então, para o sucesso da melhoria da qualidade de vida do usuário e da terapêutica
medicamentosa. Dessa maneira, ocorrerá a valorização dos conhecimentos do farmacêutico,
o que proporcionará bem-estar ao próprio paciente e várias vantagens à equipe envolvida.
Assim sendo, torna-se necessário que o farmacêutico desempenhe mecanismos capa-
zes de garantir ao paciente acesso a assistência farmacêutica integral, buscando resultados
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
117
definitivos e melhora na qualidade de vida do paciente, auxiliando-o no processo de melhoria
e manutenção da saúde. Desta forma este é o profissional responsável por todo ciclo da
assistência farmacêutica e medicamentosa dentro das unidades de saúde bem como por
orientar os pacientes auxiliando na eficácia do tratamento.
O farmacêutico deve desenvolver mecanismos capazes de garantir que o paciente
tenha acesso a assistência farmacêutica integral, objetivando que resultados definitivos se-
jam alcançados buscando melhora na qualidade de vida do paciente. Sendo o profissional
responsável por todo o fluxo do medicamento dentro das unidades de saúde e ainda por
orientar pacientes internos e ambulatoriais, visando, redução dos custos, voltando-se tam-
bém para o ensino e a pesquisa, funcionando como campo de aprimoramento profissional.
Neste ensejo, torna-se importante frisar no que em âmbito hospitalar, o farmacêutico
pode atuar desde a gerência pela responsabilidade creditada pelos informantes, pela aquisi-
ção, controle e distribuição de medicamentos e material médico-hospitalar, além de auxiliar
no diagnóstico clínico. Além disso, o farmacêutico auxilia no cuidado do paciente crítico, em
termos de melhorar a segurança e os resultados clínicos.
REFERÊNCIAS
1. ANDRADE, Luiz Eduardo Lima et al. Cultura de segurança do paciente em três hos-
pitais brasileiros com diferentes tipos de gestão. Ciência & Saúde Coletiva, v. 23, p.
161-172, 2018.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
118
8. JÚNIOR, OLÍMPIO MOREIRA DE CARVALHO. Importância da atuação do farmacêutico
no âmbito hospitalar. 2018.
10. NEUFELD, Paulo Murilo. Uma breve história dos hospitais. Rev. bras. anal. clin, p.
7-13, 2013.
11. NORA, Letisa Comparin Dalla et al. Análise da assistência farmacêutica no planeja-
mento: participação dos profissionais e a qualificação da gestão. Cadernos Saúde
Coletiva, v. 27, n. 3, p. 278-286, 2019.
12. OLIVEIRA, Bruna Lícia; PIRES, Edina da Conceição Rodrigues. Atribuições do far-
macêutico na comissão de controle de infecções hospitalares. Revista Brasileira de
Ciências da Vida, v. 5, n. 1, 2017.
15. SOARES, Lorena A. et al. Arcabouço legal para implantação e execução dos serviços
farmacêuticos relacionados à farmácia clínica. Brazilian Journal of Health and Phar-
macy, v. 2, n. 4, p. 26-37, 2020.
16. SOUZA, Francisco Eugenio Alves de et al. Atuação dos hospitais de pequeno porte
de pequenos municípios nas redes de atenção à saúde. Saúde e Sociedade, v. 28,
p. 143-156, 2019.
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
119
SOBRE OS ORGANIZADORES
Jeferson Falcão do Amaral
Professor Adjunto Classe C3 da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-
Brasileira (UNILAB). Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal do Ceará
(2000), Mestrado em Farmacologia pela Universidade Federal do Ceará (2004) e Doutorado em
Farmacologia pela mesma Universidade (2010). Especialista em Gestão Estratégica de Instituições
de Ensino Superior-IES (FAMETRO). Especialista em Atenção Farmacêutica e Farmácia Clínica
(IPOG). Especialização em Saúde Mental em andamento (FAVENI). Especialização em Fitoterapia
e Prescrição de Fitoterápicos em andamento (Faculdade Metropolitana). Professor dos Cursos
de Farmácia e Enfermagem (Farmacologia Geral/Aplicada, Introdução à Farmácia e Estágio).
Professor da disciplina de Uso Racional de Medicamentos do Curso de Especialização em
Saúde da Família (IEAD-UNILAB). Professor Permanente do Mestrado em Sociobiodiversidade
e Tecnologias Sustentáveis (MASTS/UNILAB). Professor Orientador TCCs da Residência Uni/
Multiprofissional da ESP-CE (TEMA: Saúde Mental/Coletiva). Coordenador do Grupo de Pesquisa
e Extensão em Utilização de Medicamentos (GPUMed - UNILAB). Vice-Coordenador do Curso
de Farmácia da UNILAB. Coordenador do Polo EAD de Redenção-CE (IEAD/UNILAB). Membro
da Comissão Técnica Assessora de Farmácia Comunitária e Serviços Farmacêuticos (CRF-CE).
Membro da Comissão Técnica Assessora de Assistência Farmacêutica (CRF-CE). Tem experiência
na área de Gestão Acadêmica e Gestão da EAD. Tem experiência na área da Saúde (Assistência
Farmacêutica e Ensino). Atua como Pesquisador e Extensionista nas seguintes linhas de estudo:
Farmácia Clínica; Saúde Mental e Neuropsicofarmacologia; Uso Racional de Medicamentos/
Plantas Medicinais/Fitoterápicos, Educação/Promoção da Saúde e Assistência Farmacêutica.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/0654690159235740
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
120
SOBRE OS ORGANIZADORES
Titulada Especialista em Enfermagem Pediátrica pela Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras
(SOBEP). Membro do Grupo de Estudos Sobre Saúde da Criança e do Adolescente (CRESCER)
da EEUFBA e do corpo editorial da Revista Brasileira de Saúde Funcional (REBRASF). Atualmente,
exerce atividades profissionais como enfermeira assistencial da Secretaria Municipal de Saúde
de Salvador-BA e como auditora da Secretaria Estadual de Saúde do Estado da Bahia (SESAB).
Tem experiência na área de enfermagem, atuando principalmente nos seguintes temas: urgência
e emergência, saúde da criança e do adolescente, saúde da população negra e comunidades
vulneráveis.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/3092396911756689
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
121
ÍNDICE REMISSIVO
A Serviços Farmacêuticos: 103, 105
Aprendizagem: 84 T
Atenção Farmacêutica: 42, 50, 71 Tabagismo: 31
C
Clinica: 103, 105
Comportamento: 31
E
Enfermagem: 84, 85, 86, 88
F
Farmácia: 54, 55, 62, 64, 103, 104, 105, 106, 107,
108, 109, 110, 112, 113, 114, 118
Flavonoides: 75
H
Hospital: 55, 103, 105
M
Microrreatores: 93, 94
N
Nicotina: 31
P
Pioglitazona: 48, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 99, 100
R
Ratos: 31
S
SARS-CoV-2: 84, 85
Farmacologia Integrada: pesquisas emergentes em casos, efeitos e usos clínicos - ISBN 978-65-5360-110-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
122
editora
científica digital
www.editoracientifica.org | [email protected]