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A RELAÇÃO HISTÓRICA ENTRE RELIGIÃO E CIÊNCIA – A FORMAÇÃO DO


CARÁTER RELIGIOSO DA SOCIEDADE NO SÉCULO XXI1.

Breno Vinicius da Silva Oliveira2

RESUMO

O processo de racionalização permite ao homem tomar suas decisões baseado em meios


técnicos que a ciência oferece, analisando os efeitos colaterais e também a repercussão de
suas ações. Todavia, a racionalização para se consolidar como característica fundamental de
uma sociedade necessita se incorporar às instituições estatais e a interpretações culturais, além
de fazer parte do caráter e da personalidade do homem moderno. A racionalização é o
processo pelo qual a cultura foi alterada, rompendo com o antigo e suas estruturas.
A atual cultura religiosa existente demonstra-se cada vez mais plural e fragmentada, se
tornando mais complexa com o tempo. O ser humano se torna autônomo e escolhe aquilo que
lhe é mais conveniente, e as diversas expressões religiosas, pluralistas por natureza, quebram
antigos monopólios sagrados se tornando um porto seguro para o novo modelo religioso.
Palavras-Chave: Ciência. Religião. Racionalismo. Sociedade.

ABSTRACT

The rationalization process allows man to make decisions based on technical means that
science offers, analyzing the side effects and the impact of their actions. However, the
rationalization to be consolidated as a fundamental characteristic of a society need to
incorporate state institutions and culture interpretations, and is part of the character and
personality of modern man. Rationalization is the process by which the culture has changed,
breaking with the old and its structures.
The current existing religious culture demonstrates increasingly plural and fragmented,
becoming more complex with time. The human being becomes autonomous and choose what
is most convenient for you, and the different religious expressions, pluralistic by nature,
breaking ancient sacred monopolies becoming a safe haven for the new religious model.
KEYWORDS: Science. Religion. Rationalism. Society.

1
O presente artigo faz parte de um projeto de pesquisa para mestrado sobre a influência da religião no processo
de ensino aprendizagem de ciências naturais para alunos do ensino médio.
2
Mestrando em Ciências das Religiões, pela Faculdade Unida de Vitória-ES. Pós-graduado em Programa Saúde
da Família, pela Universidade Iguaçu (UNIG – Itaperuna). Pós-graduado em Ciências da Religião, pela
Faculdade de Nanuque-MG (FANAN). Pós-graduado em Ciências Biológicas, pela Faculdade de Nanuque-MG
(FANAN). Graduado em Enfermagem, pela Universidade Iguaçu (UNIG – Itaperuna). Graduado em
Licenciatura Plena em Biologia, pela Faculdade de Ciências da Bahia (FACIBA). E-mail:
[email protected].
Revista Eletrônica de Teologia e Ciências das Religiões, Vitória-ES, v. 4, n 2, jul.-dez., 2016
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INTRODUÇÃO

Religião e ciência sempre estiveram presentes no imaginário humano, sendo


ferramentas fundamentais para a própria sobrevivência da espécie. Apesar de serem
estruturalmente disciplinas distintas, por anos caminharam lado a lado onde uma
complementava a outra. Havia a necessidade de formar e permitir o desenvolvimento do
conhecimento como um todo, e não havia a necessidade de se estabelecer limites, estes limites
entre as ciências se manifesta como fruto do iluminismo e com a modernidade. Notava-se a
presença do sagrado em todos os ramos da sociedade, mesmo em meios tipicamente
científico.

O movimento racionalista foi o responsável por questões mais profundas envolvendo a


fé, e então a antiga religião perde espaço diante da nova formação social, existindo em um
determinado momento a ruptura entre as áreas de pesquisa. A velha religião pauta na fé e na
subjetividade abre espaço para o crescimento do conhecimento crítico e racionalista, neste
novo paradigma o homem é livre das amarras impostas pela tradição religiosa e torna-se
capaz de questionar, pesquisar e propor teorias que contrariam o antigo sistema. Desta
maneira o secularismo ganha terreno na modernidade, assim ao homem coube basear seus
interesses em bases técnicas e científicas, excluindo o transcendente deste processo. Para
Nietzsche este processo culmina com a morte de Deus, ou seja, a religião e o poder exercido
pela igreja perdem espaço no imaginário coletivo e nas esferas de poderes a ponto de parecer
nunca ter existido.

Ao contrário do que pensa Nietzsche a religião sobrevive ao processo de


racionalização e saí deste processo fortalecida. O homem pós-moderno rompe com modelos
dogmáticos e hierarquizados, adotando como característica a flexibilidade e a subjetividade
diante de verdades absolutas. A religião se estabelece na sociedade não mais
institucionalizada e única, mas como modelo plural onde o homem é livre para de maneira
racional satisfazer sua necessidade espiritual. Cada indivíduo é capaz de produzir sua própria
cultura religiosa de acordo com seus paradigmas e sua maneira de ver a realidade. A
sociedade pós-moderna, longe de eliminar a religião de seu meio, tem modificado e
reorganizado utilizando-a como ferramenta ao seu favor.

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A RELAÇÃO HISTÓRICA ENTRE RELIGIÃO E CIÊNCIA

A religião e a ciência se relacionaram ao longo da história como conhecimentos


complementares, porém nota-se que a definição de tais termos como o conhecemos hoje se
deu recentemente, a partir do século XVIII, com o advento do iluminismo, onde o
conhecimento bruto, erudito é ramificado em áreas especificas de estudo. Embora exista uma
visão de conflito entre religião e ciência numa história recente, segundo autores como Ian G.
Barbour (Barbour, 2000) e Peter Harrison (Harrison, 2010, p. 1-17), esse modelo é considerado
tendencioso e superficial. Até o final do século XVII durante o surgimento da ciência
moderna, esta continuava diretamente ligada à religião. Autores como Isaac Newton,
considerado o pai da física clássica, descreve o átomo como uma criação de Deus: “Parece
provável para mim que Deus no começo formou a matéria em partículas movíveis,
impenetráveis, duras, volumosas, sólidas (...) nenhum poder comum sendo capaz de dividir o
que Deus, ele próprio, fez na primeira criação” (Newton, 1996, p. 295-296). O renascimento
e, na sequência, o movimento iluminista deram início ao processo de rompimento da religião
com a ciência moderna.

Durante a antiguidade, pensadores não precisavam se preocupar com os limites ou


fronteiras estabelecidas, pois estes não existiam como os conhecemos, portanto, estavam
interessados em desenvolver um conhecimento único, assim matemática, filosofia, física e
religião pertenciam ao conjunto de saberes que se complementavam, uma filosofia que
abrangia todos os aspectos funcionais do universo. Até por volta do século XVI a religião era
um dos fundamentos da sociedade medieval, estando presente em todos os níveis da
sociedade, sendo no comércio, na política e na ciência o objeto doutrinador. O sagrado se
tornava enraizado no coração e na mente da população, alcançando até mesmo os centros de
estudos. Nesse momento da história, a Teologia se torna a ferramenta capaz de interpretar os
sinais divinos, sem ela nada se produzia. Trata-se de um período marcado pela centralidade
das ações em Deus. Sobre este período Rubem Alves diz:

Conhecer alguma coisa era saber a que fim ela se destinava. E os filósofos se
entregavam à investigação dos sinais que, de alguma forma, pudessem
indicar o sentido de cada uma e de todas as coisas. E é assim que um homem
como Kepler dedica toda a sua vida ao estudo da astronomia na firme
convicção de que Deus não havia colocado os planetas no céu por acaso.
Deus era um grande músico-geômetra, e as regularidades matemáticas dos
movimentos dos astros podiam ser decifradas de sorte a revelar a melodia
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que Ele fazia os planetas cantarem em coro, no firmamento, para o êxtase


dos homens (ALVES, 2008, p. 42-43).

Diante de uma nova conjectura social, onde se desenvolvia a lógica racional,


estimulada pelo iluminismo, teólogos buscavam por comprovações racionais para o que
consideravam verdades bíblicas. John Toland pressupõe-se que aquilo que se apresenta como
verdade da Revelação também se pode justificar racionalmente. Do contrário deverá ser
excluído da religião (CAIRNS, 1995, p. 323).3 Estas teorias religiosas eram tradicionalmente
fixadas como sendo uma cosmovisão definitiva e desta forma aceita por todos há cerca de
1500 anos. Nesse período a igreja começa a perder força e poder e suas teorias começavam a
ser questionadas. Com a busca por novas evidências os teólogos se encontravam diante de
dois caminhos: como resultado da investigação, reconhecer novas evidências e transformar a
base estrutural da sociedade em que estavam inseridos, destituindo a igreja de seu pedestal
sacrossanto e do poder capaz de influenciar a sociedade ou fechar os olhos para tais
evidências ignorando-as, validando e confirmando as Escrituras como infalível revelação
divina. Dá-se início ao processo de ruptura entre antiga religião e a nova ciência, “aconteceu,
entretanto, que aos poucos, mas de forma constante, progressiva, crescente, os homens
começaram a fazer coisas não previstas no receituário religioso” (ALVES, 2008, p. 44),
nascia uma nova cosmovisão, norteada pela ciência através da razão e não mais dependente da
fé.

O papel da religião em ciência transformou-se profundamente, de ator a uma


memória “proibida”, quase que embaraçosa. Será que essa separação entre
ciência e religião é realmente necessária? Sem dúvida. Ela serve como
proteção contra o subjetivismo na prática científica, garantindo que a ciência
continuará a ser uma linguagem universal numa comunidade extremamente
diversificada. O discurso científico é, e deve ser, livre de qualquer conotação
teológica (GLEISER, Marcelo. 2000, p. 193).

3
Toland, através do livro O cristianismo não é misterioso (1696), foi um dos responsáveis pelo início da
controvérsia deísta na Inglaterra.
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O ENFRAQUECIMENTO RELIGIOSO E A ASCENSÃO DO RACIONALISMO

O iluminismo trouxe uma nova filosofia, despertando um ar de otimismo com relação


ao futuro do homem, o paradigma religioso dominante na antiguidade abre espaço para um
avanço pautado no uso crítico e construtivo da razão, o racionalismo crescente permite ao
homem ser controlador de seu próprio destino, é o fim da coletividade submissa e o
surgimento de uma liberdade individual. A filosofia iluminista buscava estabelecer o direito
individual, se chocando com a mentalidade medieval e também com a religiosa. A igreja
pregava que tudo existia e acontecia pela obra de Deus, não sendo o homem capaz de
modificar sua condição social ou política. O novo paradigma permite ao homem ser o que
quiser, contrariando as imposições da religião e sua razão divina. Ficou evidente que o
racionalismo e a ciência seriam os meios necessários para a “suprema faculdade do homem”
(CASSIRER, p. 15).

O desenvolvimento da ciência e o avanço do homem como ser individual torna


evidente que Deus não se fazia necessário na sociedade moderna. O Deus cristão, antes
dominante em todas as áreas da sociedade, perde seu espaço e sua influência. A igreja que
ditava valores e normas por toda a Europa, não é capaz de sustentar seus paradigmas e a fé
perde seu valor. Para Friedrich Nietzsche a modernidade matou Deus, este não possui mais
espaço. Com o desenvolvimento da ciência moderna, o fundamento de todas as coisas deixa
de ser estabelecido em Deus, agora é estabelecido na ciência. Deus é colocado num plano
secundário.

De fato, nós, filósofos e ‘espíritos livres’, ante a notícia de que ‘o Velho


Deus morreu” nos sentimos como iluminados por uma nova aurora; nosso
coração transborda de gratidão, espanto, pressentimento, expectativa – enfim
o horizonte nos aparece novamente livre, embora não esteja limpo, enfim os
nossos barcos podem novamente zarpar ao encontro de todo perigo,
novamente é permitida toda a ousadia de quem busca o conhecimento, o
mar, o nosso mar, está novamente aberto, e provavelmente nunca houve
tanto ‘mar aberto (NIETZSCHE, 2001, p. 233).

No pensamento nietzschiano, a morte de Deus, mostra uma desconstrução do


paradigma religioso e define a fé como amuleto ou até mesmo um caminho para ascensão
social e no futuro seria apenas um caminho para os pobres de espírito consigam superar seus
sofrimentos. Nietzsche reconhece na religião uma ferramenta capaz de dominar o homem para

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que renuncie a si mesmo para que suas ações sejam governadas por valores superiores. Porém
quando o homem assume o comando de suas atitudes cabe à religião apenas massagear o ego
ferido da humanidade.

O surgimento do pensamento cético acerca de Deus evidencia que para uma sociedade
desenvolvida não há lugar para a fé. Teóricos modernos creem que para o avanço da
humanidade se faz necessário superar a dependência de um Deus. John Polkinghorne sobre o
discurso cético diz:

Muito do tom do discurso cético contemporâneo já foi estabelecido pelos


Mestres da Suspeita do século XIX, Friedrich Nietzsche e Sigmund Freud. O
primeiro uma vez se referiu às verdades como ilusões, e o segundo, por meio
de sua obra na psicologia humana, sugeriu que as reais motivações para
nossas crenças frequentemente se escondem em profundezas inconscientes,
sendo muitas vezes diversas daquelas que nos são propostas por nossos egos
conscientes (POLKINGHORNE, 2008, p. 19).

Os mestres da suspeita4, nomenclatura segundo Paul Ricouer (RICOEUR, 1978),


creem que através da razão científica, o homem pode alcançar grandes feitos para seu futuro.
Diante da possibilidade da união entre a racionalidade e a vontade humana em produzir
grandes avanços, o cristianismo surge como o grande vilão e maior empecilho para o
desenvolvimento social e científico. Karl Marx interpreta o cristianismo como produto social,
intimamente relacionado com a estrutura econômica.

...O homem, que na realidade fantástica do céu, onde procurara um ser sobre-
humano, encontrou apenas o seu próprio reflexo (...). É este o fundamento da
crítica religiosa: o homem faz a religião; a religião não faz o homem. E a
religião é de fato a autoconsciência e o sentimento de si do homem, que ou
não se encontrou ainda ou voltou-se a perder-se. Mas o homem não é um ser
abstrato, acocorado fora do mundo. O homem é o mundo do homem, o Estado,
a sociedade. Este Estado e esta sociedade produzem a religião, uma
consciência invertida do mundo, porque eles são um mundo invertido. A
religião é a teoria geral deste mundo, o seu resumo enciclopédico, a sua lógica
em forma popular, o seu point d’ honneur espiritualista, o seu entusiasmo, a
sua sanção moral, o seu complemento solene, a sua base geral de consolação e

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Segundo Ricoeur, em O conflito das interpretações. Ensaio de hermenêutica, a partir de Nietzsche, Marx e
Freud, a consciência passa a ser considerada como consciência falsa, isso querendo dizer que, a partir deles,
estabeleceu-se a crítica à ideia cartesiana de que o sentido e a consciência do sentido coincidem. Eles
instauraram a dúvida sobre os poderes da consciência em apreender o sentido do mundo e de si mesma de
maneira evidente, de maneira clara e distinta. Segundo Ricoeur, o cogito cartesiano “penso, logo existo”, a auto
apreensão imediata do sujeito foi posta em questão pela descoberta do inconsciente em Freud, do ser social em
Marx e da vontade de poder em Nietzsche.
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de justificação. É a realização fantástica da essência humana, porque a


essência humana não possui verdadeira realidade. Por conseguinte, a luta
contra a religião é indiretamente a luta contra aquele mundo cujo aroma
espiritual é a religião. A miséria religiosa constitui ao mesmo tempo a
expressão da miséria real e o protesto contra a miséria real. A religião é o
suspiro da criatura oprimida, o íntimo de um mundo sem coração e a alma de
situações sem alma. É o ópio do povo (MARX, p. 77-78).

Com o processo de afastamento da religião, emerge no seio da sociedade moderna um


espaço ocupado pelo princípio de racionalização, daí o homem rompe com os limites
impostos pela igreja e avança em direção a diferentes paradigmas e cosmovisões.

O PROCESSO DE RACIONALIZAÇÃO DO HOMEM

A compreensão do processo de racionalização do homem permite uma melhor


definição da modernidade que dominou as novas concepções fixadas pela ciência moderna,
uma vez que a nova cosmovisão do sistema capitalista e a noção de estado são resultados de
um mundo altamente racionalizado. Pierucci afirma que “cada esfera de valor, ao se
racionalizar, se justifica por si mesma: encontra em si sua própria lógica interna – uma
legalidade própria...” (PIERUCCI, 2003, p. 138), a visão absolutista da religião que em
muitos momentos da história submetia debaixo de si todo o ramo da sociedade, como
promotora exclusiva de saber, deixou de ser dominante e passou a conviver em igualdade com
outras esferas de valores. Sobre a racionalização e a divisão de saberes, independentes da
religião e capazes de serem autossuficientes, Weber diz: “A divisão tornou-se habitualmente
mais ampla na medida em que os valores do mundo foram racionalizados e sublimados em
termos de suas próprias leis” (WEBER, 1982. p. 379), quanto mais a autonomia nas esferas de
valores aumenta, mais distante da religião tal esfera se localiza e o resultado desse processo é
um conflito entre o conceito religioso e as demais esferas da sociedade.

O termo “racionalismo” vem do latim ratio (“razão”), empregado para dizer


que toda a verdade se origina no pensamento humano sem nenhuma ajuda de
intervenção sobrenatural nem do recurso à experiência dos sentidos. A frase
“autonomia do pensamento humano” refere-se, quase sempre, a essa
posição. Segundo esse ponto de vista, os seres humanos podem desenvolver
verdades universais e necessárias por meio do uso adequado e próprio das
capacidades naturais da razão. O racionalismo apela, em geral, ao conceito

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de “ideias inatas” para afirmar a existência de ideias naturalmente


implantadas na mente humana (MCGRATH, 2005, p. 78).

Karl Marx em seu discurso adota uma postura crítica em relação ao capitalismo. Para
ele a modernidade é produto do capitalismo como modelo estabelecido pela sociedade, “a
ordem social emergente da modernidade é capitalista tanto em seu sistema econômico como
em suas outras instituições” (GIDDENS, 1991, p. 20), porém Max Weber vê no racionalismo
o alicerce da modernidade. Para Weber o materialismo de Marx sempre existiu na
humanidade, o desejo pela riqueza e o impulso por acumular bens estavam presentes e,
portanto, não deve ser utilizado como fundamento para o capitalismo moderno. O argumento
utilizado por Weber mostra a ação de expectativa de lucro baseada em uma operação racional,
lógica e calculista. “O ocidente veio a conhecer, na era moderna, um tipo completamente
diverso e nunca antes encontrado no capitalismo: a organização capitalista racional assentada
no trabalho livre” (WEBER, 1997, p.7). A racionalidade aflorou o desejo e expandiu as
possibilidades de enriquecimento, o capitalismo moderno se difere do capitalismo antigo
devido a presença da racionalidade na modernidade

O capitalismo racional como Weber o caracteriza, compreende os


mecanismos econômicos especificados por Marx, incluindo a transformação
do salário em mercadoria. Ainda assim, capitalismo neste uso significa
simplesmente algo diverso do mesmo termo como ele aparece nos escritos
de Marx. A racionalização, conforme expressa na tecnologia e na
organização das atividades humanas, na forma da burocracia é a tônica
(GIDDENS, 1991, p. 21).

O processo de racionalização permite ao homem tomar suas decisões baseado em


meios técnicos que a ciência oferece, analisando os efeitos colaterais e também a repercussão
de suas ações. Todavia, a racionalização, para se consolidar como característica fundamental
de uma sociedade, necessita se incorporar às instituições estatais e a interpretações culturais,
além de fazer parte do caráter e da personalidade do homem moderno. A racionalização é o
processo pelo qual a cultura foi alterada, rompendo com o antigo e suas estruturas.

A religião surge ao longo da história como fonte de concepções de mundo e do ser


humano, sendo capaz de ditar condutas individuais na vida social. Weber em sua obra, A ética
protestante e o espírito do capitalismo, procura demonstrar a influência das ideias religiosas
no processo de construção da sociedade capitalista ocidental. Weber destaca “...o caráter

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predominante protestante dos proprietários do capital e empresários, assim como das camadas
superiores da mão de obra qualificada” (WEBER, 1997, p. 29). No meio protestante os fiéis
apresentam maior tendência ao racionalismo econômico.

Com o avanço do racionalismo através da cultura e da economia, ocorre o


desencantamento do mundo, ou seja, a eliminação da magia e do sobrenatural como influência
nas tomadas de decisão e na estruturação do pensamento moderno. A racionalidade ganha
então uma nova lógica, pautada no empirismo. Habermas (HABERMAS, 2003) destaca que,
para Weber, o desencantamento do mundo é um indicativo da racionalização, ou, para ser
mais preciso, o grau de racionalização é medido pelo grau da superação do pensamento
mágico.

Diante do novo momento filosófico e existencial vivido pelo homem, a religião perdeu
sua força coativa sobre os indivíduos, perdendo força também nas demais esferas de valor
presente na sociedade moderna. Com a ausência da religião nestas novas esferas, estas criam
seus próprios códigos de conduta individual e coletiva. A religião fica reduzida a escolhas
morais do homem e as consequências de suas ações. O homem passa a ter sua conduta
pautada na escolha subjetiva do agente, ou seja, a esfera de valor que o ser humano dedica
maior atenção, acaba ditando as regras da sua vida. Wolfgang Schluchter (SCHLUCHTER,
2000), afirma que quem, na modernidade secularizada, quer conduzir a vida de forma
consciente é forçado a afirmar certos valores e negar outros através de uma decisão subjetiva.
A religião se torna, no processo de racionalização, apenas mais uma esfera de valor, sem
qualquer tipo de predominância sobre as outras. A religião ainda é capaz de ser o referencial
de muitos e até mesmo controlar suas condutas, porém dividindo espaço com outras esferas de
valores e assim seu domínio possui intensidade menor que em outrora.

Quando falamos sobre a história ocidental moderna, a secularização


manifesta-se na retirada das Igrejas cristãs de áreas que antes estavam sob
seu controle ou influência: separação da Igreja e do Estado, expropriação das
terras da Igreja, ou emancipação da educação do poder eclesiástico, por
exemplo. Quando falamos em cultura e símbolos, todavia, afirmamos
implicitamente que a secularização é mais que um processo sócio estrutural.
Ela afeta a totalidade da vida cultural e da ideação e pode ser observada no
declínio dos conteúdos religiosos nas artes, na filosofia, na literatura e,
sobretudo, na ascensão da ciência, como uma perspectiva autônoma e
inteiramente secular, do mundo. Mais ainda subentende-se aqui que a
secularização também tem um lado subjetivo. Assim como há uma
secularização da sociedade e da cultura, também há uma secularização da
consciência. Isso significa, simplificando, que o Ocidente moderno tem
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produzido um número crescente de indivíduos que encaram o mundo e suas


próprias vidas sem o recurso às interpretações religiosas (BERGER, 1985,
p. 119).

É importante notar que tal contexto de secularização evidencia uma realidade europeia
e não condizente com o processo de secularização brasileiro. No Brasil o processo de
separação entre o estado e a igreja foi quem permitiu que a igreja católica perdesse seu espaço
e a partir daí deu início ao processo de secularização no Brasil. A secularização brasileira
permitiu o despertar de uma liberdade religiosa que resultou na manifestação de religiões que
eram oprimidas pelo poder católico. Enquanto a religião católica extremamente
institucionalizada perdia espaço a religiosidade aflorava por todos os lados da sociedade
brasileira. O fenômeno religioso permanece presente na sociedade brasileira, porém a
secularização e a racionalidade diminuem a fidelidade institucional e permitem ao fiel a
liberdade para frequentar ao mesmo tempo diferentes tipos de cultos. Segundo Monteiro, “o
pluralismo religioso no Brasil, isto é, o reconhecimento legal da diversidade de cultos e a
garantia de liberdade religiosa foi o resultado de um longo debate político-científico em torno
daquilo que o Estado (e a sociedade) podiam legitimamente reconhecer e aceitar como prática
religiosa” (MONTERO, 2009, p. 7-16).

O PAPEL DA RELIGIÃO NA SOCIEDADE DO SÉCULO XXI

Ao contrário do que se imaginava durante o período de racionalização da humanidade,


o pensamento religioso sobreviveu e continua difundido por toda a sociedade pós-moderna
(HABERMAS, 1987, p. 116) 5 e não apenas abrangendo pessoas desinformadas ou de classes
sociais mais baixas. É comum a disputa por espaço entre a ciência e a religião, na mente de
alunos e professores, em ambientes acadêmicos, por exemplo. O retorno do homem ao
sagrado, ao meio religioso e ao culto a sua divindade são marcas da pós-modernidade. O
homem pós-moderno rompe com modelos dogmáticos e hierarquizados, adotando como
característica a flexibilidade e a subjetividade diante de verdades absolutas. Na pós-
modernidade não há espaço para valores e verdades absolutas, “O provisório, o efêmero, o
5
Segundo Habermas, em Arquitetura moderna e pós-moderna, a pós-modernidade tem como primeiro
pressuposto o fato de que ela experimenta “uma descontinuidade, o distanciamento em relação a uma forma de
vida ou de consciência na qual anteriormente se havia confiado de maneira ingênua e irrefletida”.

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fútil e o temporário são mais expressivos que o eterno, o imutável, o integrado, o harmônico e
o sublime. A mistura é melhor que a pureza” (BENEDETTI, 2003, p. 69).

Ninguém está completamente à vontade na sociedade pós-moderna. Estamos


todos contaminados por uma epidemia silenciosa de insegurança e de
angústia. A oferta generosa e abundante de definições da realidade, à
semelhança de um shopping bem sortido, garante ao indivíduo maior espaço
para sua liberdade, mas simultaneamente, descarrega sobre ele o difícil ônus
de construir sua própria identidade sem lhe oferecer referências solidas
(BAUMAN, 2001, p.136).

A pós-modernidade revela o homem como meio e como fim. O ser humano, dotado de
profunda individualidade e racionalidade, substituindo as instituições religiosas e suas
definições universais por conceitos capazes de atender à necessidade momentânea do
indivíduo. A cosmovisão oferecida pela igreja, que apresenta um Deus único e imutável, que
oferece uma coesão cultural-religiosa dá lugar a cosmovisão estabelecida para atender
interesses individuais, baseados na racionalidade e na independência de escolha do ser
humano. A sociedade se desenvolve em um modelo altamente pluralista, onde é grande a
quantidade de definições sobre a vida e o universo. Segundo Azevedo “há uma série de
perspectivas religiosas mundiais dentro de uma sociedade, e nenhuma delas detém o controle
ou tônus crítico-social” (AZEVEDO, 1991).

A atual cultura religiosa existente demonstra-se cada vez mais plural e fragmentada, se
tornando mais complexa com o tempo. A rapidez dos sistemas de comunicação, a facilidade
de locomoção e o avanço da tecnologia contribuem grandemente para a existência de diversas
subculturas, costumes e valores numa mesma sociedade, “o que quer que aceitemos como
verdade, e até mesmo o modo como a vemos, depende da comunidade da qual participamos”
(GRENZ, 1997, p. 25). O ser humano se torna autônomo e escolhe aquilo que lhe é mais
conveniente, e as diversas expressões religiosas, pluralistas por natureza, quebram antigos
monopólios sagrados se tornando um porto seguro para o novo modelo religioso. Segundo
Berger “a característica chave de todas as situações pluralistas, quaisquer que sejam os
detalhes de seu pano de fundo histórico, é que os ex-monopólios religiosos não podem mais
contar com a submissão de suas populações. A submissão é voluntária” (BERGER, 1985, p.
149).

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O surto do sagrado é uma outra face da secularização da sociedade moderna


e pós-moderna e não sua negação [...]. Prossegue na linha da
individualização, da subjetivação, da privatização da religião na
modernidade [...] as experiências religiosas vinculadas a uma Instituição, no
caso do mundo ocidental, ao Cristianismo, quer na sua forma católica, quer
protestante, perdem plausibilidade. Já não são as Igrejas ou religiões
institucionais que criam necessariamente o espaço da experiência religiosa.
Antes, pelo contrário, elas perdem força e deixam o sagrado solto, entregue
às vivências pessoais, individuais em processo crescente de privatização e
individualização (LIBÂNIO, 1996, p. 56).

Na pós-modernidade cada indivíduo é responsável por formar sua própria realidade


religiosa, colocando em prática os diferentes elementos de vários matizes religiosos, ou seja,
ao longo da vida todos os elementos de diferentes religiões estarão incorporados em um único
sistema religioso, criado e validado para atender à necessidade momentânea do indivíduo.
Surge desse processo as diversas religiões existentes, confirmando o absoluto direito de
escolha do homem. Libânio afirma: “passa-se facilmente do pluralismo religioso, que
reconhece corretamente a verdade de todas as religiões, à convicção de que todas as religiões
são igualmente verdadeiras” (LIBÂNIO, 1996, p. 61). O importante é o que satisfaz o ser
humano naquele momento.

A religião entra na pós-modernidade com todo o vigor, se as expressões “morte de


Deus” e “era pós-cristã” refletiam a imagem do fim para o sagrado, hoje percebe-se que a fé
em algo transcendente continua seduzindo o ser humano. Contudo, o desejo pelo sagrado
atualmente traz enraizado em si mesmo as marcas do atual contexto cultural, político,
econômico e religioso. “O individualismo, o pluralismo, o utilitarismo, a indústria do
consumismo, deixam o indivíduo moderno desenraizado, dessubstancializado, desintegrado e
solitário; assim os sistemas e as práticas religiosas aparecem-lhe como asilos afetivos e oásis
de sentido, unificando-lhe a existência em pedaços” (MIRANDA, 1996, p. 47).

O sagrado parece ter se “deslocado‟ da religião. Anda solto pelo mundo,


percorrendo os espaços da sociedade, da economia, da política, da cultura....
Liberaram o sagrado para ser vivido e sentido nos domínios mais variados,
onde cada indivíduo constrói seu pequeno mundo... O espantoso e, ao
mesmo tempo fascinante desta história, é que o sagrado tornou-se móvel,
quase que “vagabundo‟ (no sentido radical do termo: sem residência certa,
errante). Efêmero como a experiência de um instante (CALAMAN, 1998, p.
2).

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A sociedade pós-moderna, longe de eliminar a religião de seu meio, tem modificado e


reorganizado utilizando-a como ferramenta ao seu favor. A secularização produz um efeito
capaz de enfraquecer a instituição, mas incapaz de eliminar a religião da vida das pessoas. O
sagrado para sobreviver a este processo tem utilizado novas possibilidades subjetivas e
individualistas, para o homem continuar a viver sua experiência religiosa independente da
instituição em si. A sociedade pós-moderna valoriza o pluralismo, uma vez que este aponta
para a autonomia do sujeito e para sua liberdade de escolha, pois estas características
demonstram certa liberdade, o homem não se vê mais obrigado às influências impostas pelo
sistema religioso antigo e inquestionável, além do fato de não haver as imposições veiculadas
a instituições. O ser humano é estimulado a exercer o direito de escolha, os valores que eram
transmitidos pela tradição religiosa, agora passam pelo crivo da escolha.

Para Jean-François Lyotard o pós-modernismo é definido como “a incredulidade em


relação às metanarrativas. Esta é, sem dúvida, um efeito do progresso das ciências, mas este
progresso pressupõe-na” (LYOTARD, 2011, p. 15) e de tal forma o pós-moderno revela a
descrença em cosmovisões que se aplicam a explicar tudo e consequentemente determinavam
regras de conduta para toda a sociedade. Lyotard vê a pós-modernidade alienando o indivíduo
para o poderia econômico e isso reflete nas artes, na filosofia e ciência. A ciência deixa de
lado seu papel na compreensão do mundo e na qualidade de vida dos indivíduos como
principal motivo de sua existência e se transforma em mais uma ferramenta capaz de produzir
lucro. “O saber é e será produzido para ser vendido, e ele é e será consumido para ser
valorizado numa nova produção: nos dois casos, para ser trocado. Ele deixa de ser para si
mesmo seu próprio fim; perde o seu ‘valor de uso’” (LYOTARD, 2011, p. 05). O saber se
transformará no elemento fundamental na competição pelo poder.

O Estado e/ou a empresa abandona o relato de legitimação idealista ou


humanista para justificar a nova disputa: no discurso dos financiadores de
hoje, a única disputa confiável é o poder. Não se compram cientistas,
técnicos e aparelhos para saber a verdade, mas para aumentar o poder.
[...]
Este não é somente o bom desempenho, mas também a boa verificação e o
bom veredicto. O poder legitima a ciência e o direito por sua eficiência, e
esta por aqueles. Ele se autolegitima como parece fazê-lo um sistema
regulado sobre a otimização de suas performances. [...] Assim, o crescimento
do poder e sua autolegitimação passa atualmente pela produção, a
memorização, a acessibilidade e a operacionalidade das informações
(LYOTARD, 2011, p. 83-84).

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Na modernidade a religião permanece inserida no contexto social, todavia, se


relaciona em grau de igualdade com outras esferas da sociedade. Ciência e religião passam a
ocupar um espaço comum em escolas, universidades e na vida das pessoas. A maneira como o
ser humano se relaciona com essas disciplinas irá interferir no seu modo de vida e até mesmo
em seu comportamento social, influenciando as tomadas de decisões, o estabelecimento de
leis e até mesmo o surgimento de casos de fundamentalismo.

CONCLUSÃO

Portanto, com o desenvolvimento da modernidade, que trouxe à tona o pensamento


crítico racionalista, a humanidade se deparou com o processo de secularização do homem. O
ser humano pautado no novo modelo científico e dotado de conhecimento capaz de fornecer
uma nova maneira de ver a realidade se afasta do modelo único proposto pela igreja. Ocorre
então uma mudança de paradigma e como consequência o início de um processo conhecido
como desencantamento do mundo, onde o transcendental, a magia e a fé não fazem parte das
tomadas de decisão e da estruturação do pensamento coletivo. Porém, o fenômeno religioso
está enraizado na natureza humana e mesmo que os paradigmas sejam totalmente contrários
aos fundamentos do modelo religioso tradicional, o transcendental continua localizado na
mente humana.

O século XXI trouxe um novo modelo religioso, onde o fenômeno é vivido pelos fiéis,
todavia, o indivíduo transita entre vários meios, buscando satisfazer seu transcendental e ao
mesmo tempo permanecendo livre para uma reflexão crítica. Permitindo o desenvolvimento
de diversos segmentos de fé e uma grande pluralidade cultural e religioso.

O ser humano se torna independente do sistema religioso e assim se torna autônomo e


escolhe aquilo que lhe convém, onde os antigos monopólios são substituídos por modelos
mais pluralistas e dinâmicos. Cabe ao homem moderno formar sua própria realidade religiosa
e assim não é obrigado a viver sob as influências do sistema religioso antigo, de tal forma o
pós-moderno revela a descrença em cosmovisões que se aplicam a explicar tudo e
consequentemente determinavam regras de conduta para toda a sociedade.

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