PLANO CRIANÇA E ADOLESCENTE 2022-2025

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PREFEITURA DO MUNICIPIO DE RANCHO ALEGRE

ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
CNPJ Nº. 75.829.416/0001-16
Avenida Brasil, 256 – Centro – Fone (43) 3540 1907 - CEP 86.290-000

Plano Municipal
de Políticas da Criança e do
Adolescente

Rancho Alegre/PR
2022-2025
Prefeito Municipal

Fernando Carlos Coimbra

Secretária Municipal de Assistência Social

Layse de Lima Camargo Coimbra

Técnica Responsável

Elisângela Gleice da Silva

Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente

Lígia Vieira Costa Silva

Conselheiros do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do


Adolescente
Lígia Vieira Costa Silva

Layse de Lima Camargo Coimbra

Edson Belafronti

Mauro Vida Leal

Daniela Marques do Prado

Sarah Bertani Costa

Alex Junior Honorato

Jackeline Morelato

Luciana Paula Casaroto dos Santos

Carlos Eduardo Correa

Lais Barbara dos Reis

Daniele Barreto

Izabel Luzia Taciussi


Adriana Casaroto Alcantara

Rosa Maria Fujii

Renato Alves Ferreira

Michael Gonçalves da Silva

Victor Hugo da Silva Firmino

Izaltino Belafronte

Adrian de Jesus Aparecido de Camargo


Elaboração

A Secretaria Municipal de Assistência Social de Rancho Alegre PR – SMAS- por meio do Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e com base no “Diagnostico Social da Criança
e Adolescente”, apresenta o Plano Municipal de Políticas da Criança e do Adolescente de Rancho
Alegre/PR, aprovado pela Resolução CMDCA 002/2022, de 01 de Abril de 2022.

Coordenação

A Secretaria Municipal de Assistência Social – SMAS

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA


CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
DE RANCHO ALEGRE- PR
Lei Municipal nº 172/2010

RESOLUÇÃO Nº002/2022

SUMULA: Dispõe sobre aprovação do Plano Municipal da Criança e do


Adolescente de Rancho Alegre com vigência de 2022-2025.

O Conselho Municipal Dos Diretos da Criança e Adolescente de Rancho Alegre – PR, no uso de
suas atribuições estabelecidas na Lei Federal 8069/90, e tendo em vista a Lei Municipal nº 172/2010;

Resolve:

Art. 1º - Aprovar o Plano Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Rancho Alegre
com vigência 2022-2025, sob a ATA 01 de 01 de abril de 2022.

Art. 2º - Essa Resolução entra em vigor nesta data, revogando-se as disposições em contrário.

Rancho Alegre, 01 de Abril de 2022.

LIGIA VIEIRA COSTA SILVA


Presidente do Conselho Municipal de Direitos da Criança e Adolescente
Rancho Alegre – Paraná
SUMÁRIO

 1 - Introdução,------------------------------------------------------------- 9

 2 - Fundamentação Legal,-------------------------------------------- 10

 3 - Marco conceitual,--------------------------------------------------- 11

 4 - Plano de Ação,------------------------------------------------------ 13

 5 - Matriz de Planejamento,------------------------------------------ 17

 6 - Responsáveis pelo cumprimento e fiscalização do Plano


Municipal de Politicas da Criança e Adolescente,-------------- 18

 7 - Recursos Financeiros,--------------------------------------------- 18

 8 - Considerações Finais,--------------------------------------------- 19

 9 - Bibliografia,----------------------------------------------------------- 21
A emergência de uma nova visão de proteção e desenvolvimento

Experiências concretas de desenhar e aplicar programas


inovadores de fortalecimento da sociedade civil e de promoção da
inclusão e desenvolvimento, conduzidas por múltiplos atores no Brasil têm
aportado importantes elementos para uma nova visão:

- ao invés de privilegiar a oferta de recursos, investir nas capacidades


das pessoas e em ambientes sociais favoráveis;
- ao invés de ficar esperando tudo do Estado, construir parcerias entre
indivíduos e organizações da sociedade civil, empresas e governos, em todos
os níveis, para executar
programas inovadores de investimento em capital humano e em
capital social;
- ao invés de privilegiar a satisfação das necessidades das populações,
apostar nos
ativos que toda
comunidade possui;
- ao invés de partir de diagnósticos burocráticos de carências e ficar
lamentando a falta de recursos orçamentários, partir do mapeamento das
potencialidades que já existem
em estado latente e podem ser dinamizadas, alavancando
novos recursos;
- ao invés de ficar esperando que alguém, de cima ou de fora, venha
resolver os problemas de uma localidade, exercer o protagonismo
comunitário tomar iniciativas, agregar competências e assumir
responsabilidades para promover o desenvolvimento local.

Essa é uma nova onda que vem se avolumando nos últimos anos: a
onda do desenvolvimento de dentro para fora, de baixo para cima, com base
nas capacidades das pessoas e nos recursos das comunidades. Essa nova
visão pode alterar profundamente a forma de atuação de governos, empresas
e organizações da sociedade civil.

Programas centralizados, assistencialistas e clientelistas não


conseguem acabar com a pobreza e reduzir a desigualdade. A sociedade,
muitas vezes em parceria com governos e empresas, já vem tomando
iniciativas na promoção de processos integrados e sustentáveis em numerosas
localidades do país. Agora é a hora de impulsionar essa movimentação,
fortalecê-la e expandi-la.

Augusto de Franco
 SIGLAS

SMAS - Secretaria Municipal de Assistência Social


CMDCA - Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
Adolescência
CRAS - Centro de Referência da Assistência Social
CREAS - Centro de Referência Especializado da Assistência Social
CT - Conselho Tutelar
SGD - Sistema de Garantia de Direitos

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1. INTRODUÇÃO

Este Plano é destinado à promoção, proteção e defesa do direito de


crianças e adolescentes de Rancho Alegre/PR e representa o compromisso de
oferecer prioridade a essa temática. Possui como finalidade à formulação e
implementação de políticas públicas que assegurem a garantia dos direitos das
crianças e adolescentes, e para tanto foi criado de forma integrada e articulada,
dentro da perspectiva da proteção integral.

O ECA constitui um marco na legislação brasileira, ao estabelecer o


paradigma da proteção integral – fundamentais para a estruturação das crianças
e adolescentes como sujeitos e cidadãos e que necessita de atenção especial
no investimento nas políticas públicas de atenção à criança e adolescente.

O Plano Municipal de Políticas da Criança e Adolescente é resultado de


um processo participativo e de elaboração conjunta, envolvendo representantes
da política de Assistência Social.

O Plano representa um importante instrumento de mobilização municipal


e suas diretrizes certamente se transformarão em ações concretas e articuladas
de responsabilidade do Estado e dos diversos atores sociais, que renovam o
compromisso pela promoção, proteção e defesa do direito de crianças e
adolescentes.

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2. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL

A Constituição Federal estabelece que compete a família, juntamente com


o Estado, a sociedade em geral e a comunidade, “assegurar à criança e ao
adolescente o exercício de seus direitos fundamentais” (Art. 227).

A Lei Federal 8.069, de 13 de julho de 1990, corrobora este princípio e


reforça a necessidade de respeito à condição peculiar da criança e do
adolescente como pessoa em desenvolvimento bem como a doutrina da
prioridade absoluta no Art. 4 da citada lei.

Diversas leis nacionais, tratados, convenções e normativas internacionais


estabelecem a importância da promoção e proteção dos direitos humanos,
criando mecanismos que garantam o atendimento de crianças adolescentes e
suas famílias em suas necessidades e direito de participação na elaboração das
políticas públicas.

As crianças e os adolescentes têm direitos subjetivos à liberdade, à


dignidade, à integridade física, psíquica e moral, à educação, à saúde, à
proteção no trabalho, à assistência social, à cultura, ao lazer, ao desporto, à
habitação, a um meio ambiente de qualidade e outros direitos individuais
indisponíveis, sociais, difusos e coletivos.

Portanto as crianças e adolescentes são credores desses direitos, diante


da Família, do Estado, e da sociedade, que são devedores e obrigatoriamente
devem garantir esses direitos. Não apenas como atendimento de necessidades,
mas especialmente um direito mais abrangente de desenvolvimento humano,
econômico e social.

Nesse sentido, cabe ao Plano Municipal de Políticas da Criança e


Adolescente favorecer, o desenvolvimento pleno de suas crianças e
adolescentes do município tendo a Constituição Federal como norte e o ECA
como caminho a seguir, fazendo a subsunção das normas com a realidade
apontada pelo Diagnostico Social da Criança e Adolescente.

Ressalte-se a importância do trabalho do CMDCA que, buscando


formular a política pública, busca uma integração dos diversos setores da
sociedade.

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3. MARCO CONCEITUAL

O Marco Situacional tem o intuito de avaliar a realidade das crianças e


dos adolescentes no município de Rancho Alegre/PR. A intenção foi apresentar
e analisar dados relacionados à efetivação dos direitos fundamentais dessa
população específica, produzindo um retrato atual das condições de vida desses
sujeitos de direito.
O marco conceitual deste Plano Municipal é a Constituição Federal, e o
ECA, e o contexto situacional fundamenta-se no atendimento da Criança e
Adolescente.
Para representar a realidade da população de crianças e adolescentes do
município de Rancho Alegre/PR foram relacionados indicadores que
permitissem tanto um panorama socioeconômico quanto a respeito de
indicadores específicos, que retratam particularidades, sobre a realidade
municipal.
O fato que deve ser considerado e explorado de modo que as limitações
do estudo sejam consideradas, trazendo uma representação simplificada da
realidade levando à seleção de interpretações condizentes com o material
disponível. Tendo em vista essa simplificação, as condições observadas não
englobam todas as características e dinâmicas da vida de crianças e
adolescentes, já que se estabeleceram recortes nas informações possíveis e
disponíveis e focalizaram-se temas definidos. O estudo situacional é elaborado
por uma série de fatores que indicam em nível municipal e estadual referente à
situação das crianças e adolescentes. O Estatuto da Criança e do Adolescente -
1990 descreve a relação de cinco Direitos Fundamentais do Estatuto da Criança
e do Adolescente, ressaltando a efetivação do acesso universal e prioritário aos
direitos das crianças e adolescentes.
Salientamos que os aspectos relacionados com os sujeitos de direitos
quanto de aspectos da estrutura e funcionalidade das políticas públicas que
promovem, protegem e controlam a garantia de direitos das crianças e
adolescentes. Por tanto o Plano Decenal Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente tem o objetivo de contribuir com as ações referentes à atenção de
crianças e adolescentes.

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Desde a promulgação da Constituição Federal, em 1988, importantes
mudanças vêm ocorrendo na sociedade. Sendo o Brasil um Estado Democrático
de Direito percebe-se novas diretrizes em conceitos de família e direito de
crianças e adolescentes,
Com a Doutrina da Proteção Integral houve duas principais modificações
na forma de tratar e proteger as crianças e adolescentes. Primeiramente é que
a responsabilidade por resguardar os direitos é de responsabilidade do Estado,
da sociedade e da família e não está mais restrita apenas à família, e a segunda
é que as crianças e os adolescentes passam a ser detentores de direitos e deve
ser fomentado a construção de autonomia cidadã.

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4. PLANO DE AÇÃO

Matriz de priorização conforme violações de direitos

Situações de Tipos e exemplos de programas e serem priorizados na política para criança e


violações de direitos adolescente em Curitiba
Privados ou afastados Atendimento a vítimas e
da convivência agressores Enfretamento as Do maior risco
familiar violências
Em conflito com a le Atendimento inicial,
internação provisória,
internação, semiliberdade,
Liberdade assistida, prestação
de serviços a comunidade
Drogadição Tratamento Redução da
letalidade infantil
Com vínculos Apoio à família e retorno ao
familiares convívio
fragilizados ou em
situação de rua Apoio e orientação à
Situação de risco ou Apoio socioeducativo família (Art. 90 –
exposição a situações ECA)
de violência em
territórios
vulnerabilizados
Cultura sobre garantia Capacitação, campanhas
de direitos de crianças educativas, estudos e
e adolescentes pesquisas, sistema de
informação

Ao menor risco

PROPOSTAS PRIORITÁRIAS NA POLÍTICA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE RANCHO


ALEGRE

1) Direito à vida e saúde


Nº PROPOSTA ADERÊNCIA COM O PLANO
DECENAL MUNICIPAL

1 Manter ações de saúde para redução da mortalidade infantil Eixo 1 – Direito a Vida e Saúde.
“Melhorias em Cuidados
específicos de saúde”
2 Manter a realização de ações de saúde nas Unidades Básicas Eixo 1 – Direito a Vida e Saúde.
de Saúde, para promoção, prevenção, vigilância, atenção e “Melhorias em Cuidados
educação em saúde, de acordo com os princípios e diretrizes específicos de saúde”
do Sistema Único de Saúde e propostas do Plano Municipal
de Saúde.

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3 Ampliar ações de saúde para a redução de drogadição de Eixo 1 – Direito a Vida e Saúde.
adolescentes e pré-adolescentes “Fortalecimento de Políticas
Públicas sobre Drogas”
4 Implantar fluxo de atendimento de escuta especializada, Através de Comitê Municipal de
revelação espontânea e depoimento especial. Garantia dos Direitos da Criança
e Adolescente.

2) Direito a liberdade, ao respeito e dignidade


Nº PROPOSTA ADERÊNCIA COM O PLANO
DECENAL MUNICIPAL

1 Garantir aumento de recursos para temática Enfrentamento Eixo 02 - do direito à liberdade,


ás Violências Contra Crianças e Adolescentes em referência respeito e à dignidade
ao abuso, exploração a ao suposto autor de violência. “Fortalecer a Rede de Proteção a
Criança e Adolescente em
Situação de Risco para a
Violência”.

3) Direito a convivência familiar e comunitária


Nº PROPOSTA ADERÊNCIA COM O PLANO
DECENAL MUNICIPAL

1 Ampliação do Atendimento às crianças e adolescentes em Eixo 3 – do direito à convivência


situação de extrema vulnerabilidade social, promovendo familiar e comunitária
acesso em todo o território municipal, onde houver “Fortalecer o Serviço de
demanda identificada pelo PAIF, à Serviços de Convivência Convivência e Fortalecimento de
e Fortalecimento de Vínculos em CRAS. Vínculos como espaço para o
convívio, com vistas a prevenção
de situações de risco social”
2 Regulamentação da Lei Municipal Família Acolhedora. Eixo 3 – do direito à convivência
familiar e comunitária “Garantia
da aplicação dos conceitos e dos
princípios de provisoriedade e
excepcionalidade dos Programas
de Acolhimento Familiar e
Institucional previstos no ECA”

4) Direito a educação, cultura, esporte e lazer


Nº PROPOSTA ADERÊNCIA COM O PLANO
DECENAL MUNICIPAL

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1 Ampliação das oficinas do Projeto Construindo Sonhos que Eixo 4 – do Direito a educação,
atende criança e adolescente em vulnerabilidade social. cultura, esporte e laze;
2 Estimular e desenvolver a prática esportiva para crianças e Eixo 4 – do Direito a educação,
adolescentes no município de Rancho Alegre: através de cultura, esporte e lazer
ações sistemáticas e orientadas; de organizações de “Estimular a prática esportiva
competições e eventos voltadas ao esporte de rendimento e para crianças e adolescentes no
esporte estudantil; e eventos esportivos que proporcionem a município de Rancho Alegre”
integração entre as crianças e adolescentes.

5) Direito a profissionalização e proteção ao trabalho


Nº PROPOSTA ADERÊNCIA COM O PLANO
DECENAL MUNICIPAL

1 Oferecer cursos profissionalizantes gratuitos, de formação Eixo 5 – do direito à


inicial e continuada, com carga horária de curta e média profissionalização e à proteção
duração realizados em parceria com Instituições ofertantes. no trabalho “Promoção da
Qualificação Profissional”

O planejamento estratégico é o resultado de um esforço para propor ações


permanentes e de médio e longo prazo, com a finalidade de construir uma
sociedade que de fato respeite o direito à criança e adolescente.

Ao realizar o processo de planejamento a SMAS: estabelece as prioridades e


sua interrelação com os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos -
SGD, além de fixar seu cronograma de trabalho, em conformidade com
programas e projetos dentro dos três eixos abaixo.

EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

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EIXO DA PROMOÇÃO ATENDIMENTO DIRETO

O eixo da Promoção se refere ao atendimento direto dos diretos das crianças e


dos adolescentes, através das políticas públicas. O objetivo desse eixo consiste
na “deliberação e formulação da ‘política de atendimento de direitos’ (ou de
garantia de direitos) que prioriza e qualifica como direito o atendimento das
necessidades básicas da criança e do adolescente, através das demais políticas
públicas” (GARCIA, 1999, p. 96).
O acesso universal a serviços públicos básicos para o conjunto da população é
uma prerrogativa da Constituição Federal, que incorpora um sistema de proteção
social, que tem na saúde, na previdência e na assistência social seu tripé.
Conforme estabelece em seu:
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de
iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinados a assegurar os
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a


seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
I- universalidade da cobertura e do atendimento;
II- uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
III- seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV- irredutibilidade do valor dos benefícios;
V- equidade na forma de participação no custeio;
VI- diversidade da base de financiamento;
VII- caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão
quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregados, dos
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (BRASIL, 1990).

EIXO DA DEFESA E RESPONSABILIDADE


Tem como principal objetivo “a responsabilização do Estado, da Sociedade e da
família, pelo não atendimento, atendimento irregular ou violação dos direitos
individuais ou coletivos das crianças e dos adolescentes” (GARCIA, 1999, p. 98).

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Como principais mecanismos, instrumentos e medidas para a realização da
defesa encontram-se as ações judiciais, os procedimentos e medidas
administrativas e a mobilização social através da pressão popular. “Os principais
atores públicos e sociais que integram esse eixo são o Judiciário, o Ministério
Público, a Secretaria de Segurança, Secretaria de Justiça, a Defensoria Pública,
os Conselhos Tutelares, e os Centros de Defesa” (GARCIA, 1999).

O EIXO DO CONTROLE E VIGILÂNCIA SOCIAL


O terceiro eixo do SGD - Controle Social - está associado a um dos principais
pilares do ECA, com a participação da sociedade na elaboração e execução das
políticas públicas relacionadas à infância e adolescência. Esse eixo objetiva a
“vigilância do cumprimento dos preceitos legais constitucionais e
infraconstitucionais, ao controle externo não institucional da ação do Poder
Público” (GARCIA, 1999, p. 99).
A Sociedade Civil organizada é quem efetua o controle social da efetivação de
promoção e defesa dos direitos humanos. Esse também é feito, através das
instâncias públicas colegiadas próprias, onde se assegure a paridade da
participação de órgãos governamentais e de entidades sociais: sociedade civil
organizada, Fóruns, Sindicatos, Entidades de Classe, CMDCA’s; Conselhos
Setoriais de formulação e controle de políticas públicas.
Participam, portanto, dessa linha de atuação, as instituições da sociedade civil
que tenham em seus objetivos estatutários o trabalho com crianças e
adolescentes, ainda que não seja a atividade principal.
Desta forma, as pastorais e os ministérios das igrejas, os sindicatos e
associações de classe, as associações de bairro, ONGs, entidades de direitos
humanos, embora tenham diversas outras atividades, podem e devem integrar
o Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente, ao lado de
entidades não governamentais voltadas especialmente ao atendimento
promocional e à defesa dos direitos de crianças e adolescentes.
Igualmente, articular-se-á, na forma das normas nacionais e internacionais, com
os sistemas congêneres de promoção, defesa e controle da efetivação dos
direitos humanos, de nível interamericano e internacional, buscando assistência

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técnico-financeira e respaldo político, nas agências e organismos que
desenvolvem seus programas no país.
É importante salientar que algumas representações e organizações, podem
desempenhar funções em mais de uns eixos (Promoção, Controle e Defesa),
como é o caso dos CMDCAs.

5. MATRIZ DE PLANEJAMENTO 2022-2025

2022 2025
OBJETIVO ESPECIFICO OBJETIVO GERAL

Provocar a articulação para


a implantação do Plano Promover a cidadania
Municipal visando à mediante o acesso a
efetivação da Garantia dos políticas eficazes com co-
Direitos da Criança e do responsabilidade plena
Adolescente

6. Responsáveis pelo cumprimento e fiscalização do plano


municipal de políticas da criança e adolescente

Ministério Público
Conselho Tutelar
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
Adolescência

7 . Recursos Financeiros

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11.1.1-Valores Anuais alocados no FMDCA (R$)

2022 2023 2024 2025

Recursos
100.000,00 100,000,00 100,000,00 100,000,00
Próprios

Recursos
Estaduais
tipo de 10.000,00 Sem previsão Sem previsão Sem previsão
repasse
pontul

Recursos
Sem previsão Sem previsão Sem previsão Sem previsão
Federais

Total 110.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00

Financiamento da esfera estadual, operado por projetos e pela via


convenial com recursos do Fundo Estadual para Infância e Adolescência
– FIA

8. Considerações Finais

Conforme a discussão apresentada, pode ser observado que os planos


municipais são instrumentos que têm possibilitado espaços comunicativos entre
o gestor social, o conselheiro, técnicos e o usuário da política. Sendo assim, os
referidos planos possuem elementos que levem à participação democrática, no
sentido de apresentarem-se livres de coerções mediadas pelo poder, uma vez
que tecnocráticos, pois elaborados por agentes do poder administrativo e por
órgãos do Estado. Os Planos Municipais de Assistência Social, apesar de seu
grande potencial gerador de espaços participativos, tanto na sua elaboração,
como na sua execução e avaliação, não podem, entretanto, serem considerados
instrumentos democráticos.

Se os resultados obtidos por esta pesquisa - de que os planos não


retratam a situação social dos municípios e são, mesmo assim, informados ao

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Estado – puderem ser generalizados para demais municípios de pequeno porte,
corre-se os riscos abaixo relacionados.

As políticas públicas continuarão a ser políticas de governo e não de


Estados.

Os usuários da política social permanecerão objetos e não sujeitos das ações


da Política de Assistência Social;

As respostas das ações Federais, Estaduais e Municipais se consolida nos


Planos Municipais da Políca da Criança e Adolescente para server de parâmetros
e reverter os indicadores de vulnerabilidade e risco de violação de direito de
criança e adolescente.

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9. BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Estatuto da Criança e do adolescente. Lei 8.069 de 13 de julho


de 1990.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 17ed. São


Paulo: Saraiva 1997.

GUARÁ, I.M.F. R et al. Gestão municipal dos serviços de atenção à


criança e ao adolescente. São Paulo: IEE/PUC-SP; Brasília: SAS/MPAS,
1998.

GUEIROS, D.A. Família e Proteção Social. In Revista Serviço Social e


sociedade nº 71. São Paulo: Cortez Editora, 2002. HELLER, Agnes. O
cotidiano e a história. São Paulo: Ed. Paz e Terra Filosofia 7ª ed., 2004.

MATURANA, H. Emoções e linguagem na educação e na política. Editora


UFMG, Belo Horizonte. 2001.

MINUCHIM, Patricia et al. Trabalhando com famílias pobres. Trad. Magda


França Lopes. Porto Alegre. Artmed, 1999.

MIOTO, Regina C.T. Família e Serviço Social. In Revista Serviço Social e


Sociedade nº 55. São Paulo: Cortez Editora, 1997.

MIOTO, Regina C.T. O trabalho com redes como procedimento de


intervenção profissional: o desafio da requalificação dos serviços. In
Revista Katalysis v. 5 nº 1. Florianópolis: Editora UFSC, 2002.

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