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Fisiologia Humana
ROTEIRO DE ESTUDO – Revisando conceitos
SISTEMA RESPIRATÓRIO
Tópico 1: Visão geral e funções do sistema respiratório.
• Os pulmões consistem em um epitélio de troca com vasos sanguíneos
associados. As quatro funções primárias do sistema respiratório são: 1. Troca de gases entre a atmosfera e o sangue. O corpo traz o O2 e o distribui para os tecidos, eliminando o CO2 produzido pelo metabolismo. 2. Regulação homeostática do pH do corpo. Os pulmões podem alterar o pH corporal retendo ou eliminando seletivamente o CO2. 3. Proteção contra patógenos e substâncias irritantes inalados. Assim como todos os outros epitélios que têm contato com o meio externo, o epitélio respiratório é bem suprido com mecanismos de defesa que aprisionam e destroem substâncias potencialmente nocivas antes que elas possam entrar no corpo. 4. Vocalização. O ar move-se através das pregas vocais, criando vibrações usadas para falar, cantar e outras formas de comunicação. • Além de desempenhar essas funções, o sistema respiratório também é uma fonte significativa de perda de água e de calor do corpo. Essas perdas devem ser balanceadas com o uso de compensações homeostáticas.
Tópico 2: Divisão e componentes do sistema respiratório.
• O sistema respiratório pode ser dividido em duas partes: o
trato respiratório superior, que consiste em boca, cavidade nasal, faringe e laringe, e o trato respiratório inferior, que é formado pela traqueia, pelos dois brônquios principais, suas ramificações e pelos pulmões. O trato inferior também é conhecido como Fisiologia Humana
a porção torácica do sistema respiratório, devido à sua inclusão
anatômica no tórax. Fisiologia Humana
Tópico 3: Trocas gasosas e circulatório pulmonar.
• Como e onde ocorre esses eventos?
• Os alvéolos são os locais onde ocorrem as trocas gasosas Os alvéolos, agrupados nas extremidades dos bronquíolos terminais, constituem a maior parte do tecido pulmonar. A sua função primária é a Fisiologia Humana
troca gasosa entre eles e o sangue. Cada pequeno alvéolo é composto de
uma única camada de epitélio. Dois tipos de células epiteliais são encontrados nos alvéolos. Cerca de 95% da área superficial alveolar é utilizada para a troca de gases e é formada por células alveolares tipo I. Essas células são muito delgadas, então os gases se difundem rapidamente através delas. Na maior parte da área de troca, uma camada de membrana basal funde o epitélio alveolar ao endotélio do capilar. Na área restante, somente uma pequena quantidade de líquido intersticial está presente. • A célula alveolar tipo II, menor e mais espessa, sintetiza e secreta uma substância química conhecida como surfactante. O surfactante mistura-se com o líquido fino que reveste o alvéolo para ajudar os pulmões quando eles se expandem durante a respiração, como você verá posteriormente neste capítulo. As células tipo II também ajudam a minimizar a quantidade de líquido presente nos alvéolos, transportando solutos e água para fora do espaço aéreo alveolar. As paredes finas do alvéolo não contêm músculo, uma vez que as fibras musculares poderiam bloquear a rápida troca gasosa. Como resultado, o próprio tecido pulmonar não pode se contrair. Entretanto, o tecido conectivo entre as células epiteliais alveolares contém muitas fibras de colágeno e de elastina que criam a energia potencial elástica quando o tecido pulmonar é estirado. A associação íntima dos alvéolos com uma extensa rede de capilares demonstra a estreita ligação entre os sistemas circulatório e respiratório. Os vasos sanguíneos preenchem 80 a 90% do espaço entre os alvéolos, formando uma “camada” quase contínua de sangue que está em contato íntimo com os alvéolos cheios de ar. A proximidade do sangue capilar com o ar alveolar é essencial para a rápida troca de gases. • A circulação pulmonar é um sistema de baixa pressão e alta taxa de fluxo. A circulação pulmonar inicia com o tronco pulmonar, o qual recebe sangue com pouco oxigênio do ventrículo direito. O tronco pulmonar divide-se em duas artérias pulmonares, uma para cada pulmão. O sangue oxigenado dos pulmões retorna ao átrio esquerdo pelas veias pulmonares. Em algum momento, a circulação pulmonar contém Fisiologia Humana
cerca de 0,5 litro de sangue, ou 10% do volume total de sangue.
Cerca de 75 mL dessa quantidade são encontrados nos capilares, onde ocorrem as trocas gasosas, e o restante nas artérias e nas veias pulmonares. A taxa do fluxo sanguíneo através dos pulmões é bem mais alta do que em outros tecidos, uma vez que os pulmões recebem o débito cardíaco total do ventrículo direito: 5 L/min. Ou seja, o volume sanguíneo que flui através dos pulmões em 1 minuto é o mesmo que flui através do corpo.
Tópico 4: O que é Ventilação e como ocorre.
• A troca da massa de ar entre a atmosfera e os alvéolos é denominada
ventilação, ou respiração. Um único ciclo respiratório consiste em uma inspiração seguida por uma expiração. • Os volumes pulmonares mudam durante a ventilação. Os fisiologistas e médicos avaliam a função pulmonar de uma pessoa medindo quanto ar ela move durante a respiração em repouso, e depois em esforço máximo. Estes testes de função pulmonar usam um espirômetro, um instrumento que mede o volume de ar movido a cada respiração. Atualmente, a maioria dos espirômetros em uso clínico são pequenas máquinas computadorizadas, em vez do espirômetro tradicional. • Volumes pulmonares: O ar movido durante a respiração pode ser dividido em quatro volumes pulmonares: (1) volume corrente, (2) volume de reserva inspiratório, (3) volume de reserva expiratório e (4) volume residual. Os volumes pulmonares variam consideravelmente com a idade, o sexo, a altura e o peso, e, assim, os médicos usam algoritmos com base nesses parâmetros para calcular os volumes pulmonares. • O volume de ar que se move durante uma única inspiração ou expiração é denominado volume corrente (Vc). O volume corrente médio durante uma respiração espontânea (ventilação basal) é de cerca de 500 mL. (É difícil respirar normalmente quando a pessoa está pensando sobre a sua Fisiologia Humana
respiração, por isso o médico pode não dar essa instrução.)
“Agora, no final de uma inspiração tranquila, você deve inspirar o máximo de ar adicional que for possível.” O volume adicional inspirado, acima do volume corrente, representa o seu volume de reserva inspiratório (VRI). Em um homem de 70 kg, este volume é de cerca de 3.000 mL, aproximadamente seis vezes mais do que o volume corrente normal. “Agora, pare no final de uma expiração normal e, em seguida, expire tanto ar quanto for possível.” Essa quantidade de ar expirado vigorosamente após o final de uma expiração espontânea é o volume de reserva expiratório (VRE), que é, em média, cerca de 1.100 mL. O quarto volume não pode ser medido diretamente. Mesmo se você soprar o máximo de ar que puder, ainda restará ar nos pulmões e nas vias aéreas. O volume de ar presente no sistema respiratório após a expiração máxima – cerca de 1.200 mL – é chamado de volume residual (VR). A maior parte desse volume residual existe porque os pulmões são mantidos estirados aderidos pelo líquido pleural às costelas.
Tópico 5: capacidades pulmonares.
• Capacidades pulmonares O somatório de dois ou mais volumes
pulmonares é chamado de capacidade. A capacidade vital (CV) é a soma do volume de reserva inspiratório, volume de reserva expiratório e volume corrente. A capacidade vital representa a quantidade máxima de ar que pode ser voluntariamente movida para dentro ou para fora do sistema respiratório a cada respiração (ciclo ventilatório). Ela diminui com a idade, quando os músculos enfraquecem e os pulmões se tornam menos elásticos. Para medir a capacidade vital, a pessoa que está sendo testada inspira o máximo de volume possível e, em seguida, expira tudo o mais rápido que puder. Esse teste de capacidade vital forçada permite que o médico possa medir o quão rápido o ar deixa as vias aéreas no primeiro segundo da expiração, uma medida conhecida como VEF1, ou volume expiratório forçado em 1 segundo. O VEF1 diminui em certas doenças pulmonares, como a Fisiologia Humana
asma, e também com a idade. A capacidade vital somada ao volume
residual é a capacidade pulmonar total (CPT). Outras capacidades importantes na medicina pulmonar (pneumologia) são a capacidade inspiratória(volume corrente volume de reserva inspiratório) e a capacidade residual funcional (volume de reserva expiratório volume residual).
Tópico 6: Como ocorre a inspiração e expiração.
• Para que o ar possa se mover para dentro dos alvéolos, a pressão
dentro dos pulmões deve ser mais baixa do que a pressão atmosférica. De acordo com a lei de Boyle, um aumento no volume gera uma redução na pressão. Durante a inspiração, o volume torácico aumenta quando certos músculos esqueléticos da caixa torácica e o diafragma se contraem. Quando o diafragma contrai, ele desce em direção ao abdome. Na respiração tranquila, o diafragma move-se cerca de 1,5 cm, aumentando o volume torácico. A contração do diafragma causa de 60 a 75% da modificação do volume inspiratório durante uma respiração espontânea normal. O movimento da caixa torácica cria os 25 a 40% restantes da modificação do volume. Durante a inalação, os músculos intercostais externos e escalenos contraem e tracionam as costelas para cima e para fora. O movimento das costelas durante a inspiração tem sido comparado a uma ação de alavanca, que eleva toda a caixa torácica (as costelas movem-se para cima e para longe da coluna), e também com um movimento de alça de balde, uma vez que há um aumento da distância lateral entre as paredes do balde (as costelas movem-se para fora). A combinação desses dois movimentos amplia a caixa torácica em todas as direções. À medida que o volume torácico aumenta, a pressão diminui, e o ar flui para dentro dos pulmões. • A expiração ocorre quando a pressão alveolar aumenta. Ao final da inspiração, os impulsos dos neurônios motores somáticos para os músculos inspiratórios cessam, e os músculos relaxam. A retração elástica dos pulmões e da caixa torácica leva o diafragma e as costelas para as suas posições originais relaxadas, da mesma maneira que um elástico esticado retorna ao seu tamanho Fisiologia Humana
original quando é solto. Devido ao fato de a expiração durante a
respiração em repouso envolver a retração elástica passiva, em vez da contração muscular ativa, ela é chamada de expiração passiva. • A expiração ativa ocorre durante a exalação voluntária e quando a ventilação excede 30 a 40 ciclos ventilatórios por minuto. (A taxa de ventilação normal em repouso é de 12 a 20 ciclos ventilatórios por minuto para um adulto.) A expiração ativa usa os músculos intercostais internos e os músculos abdominais, os quais não são utilizados durante a inspiração. Esses músculos são coletivamente chamados de músculos expiratórios. Os músculos intercostais internos revestem a superfície interna da caixa torácica. Quando se contraem, eles puxam as costelas para dentro, reduzindo o volume da cavidade torácica. Para sentir essa ação, coloque as mãos em sua caixa torácica, sopre vigorosamente o ar para fora dos seus pulmões o máximo que puder e observe o movimento das suas mãos à medida que você faz isso. Os intercostais internos e os intercostais externos funcionam como grupos de músculos antagonistas para alterar a posição e o volume da caixa torácica durante a ventilação. O diafragma, entretanto, não possui músculos antagonistas. Em vez disso, os músculos abdominais contraem durante a expiração ativa para suplementar a atividade dos intercostais internos.
Tópico 7: Resistência Pulmonar.
• O diâmetro das vias aéreas determina a sua
resistência. O outro fator, além da complacência, que influencia o trabalho respiratório é a resistência do sistema respiratório ao fluxo de ar. A resistência no sistema respiratório é similar de muitas maneiras à resistência no sistema circulatório. Três parâmetros contribuem para a resistência (R): o comprimento do sistema (L), a viscosidade da substância que flui pelo sistema () e o raio dos tubos no sistema (r). Assim como no fluxo no sistema circulatório, a lei de Poiseuille correlaciona esses fatores. • O comprimento e a viscosidade são essencialmente constantes para o sistema respiratório. Como resultado, o raio (ou o Fisiologia Humana
diâmetro) das vias respiratórias torna-se o principal determinante
da resistência das vias aéreas. Normalmente, entretanto, o trabalho necessário para superar a resistência das vias aéreas ao fluxo de ar é muito menor que o trabalho necessário para superar a resistência dos pulmões e da caixa torácica ao estiramento. • Cerca de 90% da resistência das vias aéreas, em geral, podem ser atribuídos à traqueia e aos brônquios, estruturas rígidas com a menor área de secção transversal total. Devido ao fato de essas estruturas serem sustentadas por cartilagens, o seu diâmetro normalmente não muda, e a sua resistência ao fluxo de ar é constante. No entanto, o acúmulo de muco devido a alergias ou a infecções pode aumentar significativamente a resistência das vias aéreas. Se você tentar respirar pelo nariz quando está resfriado, pode observar como o estreitamento de uma via aérea superior limita o fluxo de ar. Os bronquíolos normalmente não contribuem de forma significativa para a resistência das vias aéreas, pois sua área de secção transversal total é cerca de 2 mil vezes a da traqueia. Entretanto, devido ao fato de os bronquíolos serem tubos colapsáveis, um decréscimo no seu diâmetro pode torná-los uma fonte significativa de resistência das vias aéreas. A broncoconstrição aumenta a resistência ao fluxo de ar e diminui a quantidade de ar “novo” que alcança os alvéolos. Os bronquíolos, assim como as arteríolas, estão sujeito são controle reflexo pelo sistema nervoso e por hormônios. Entretanto, a maioria das alterações minuto a minuto do diâmetro bronquiolar ocorrem em resposta a sinais parácrinos. O dióxido de carbono nas vias aéreas é a molécula parácrina primária, afetando diretamente o diâmetro bronquiolar. O aumento de CO2 no ar expirado relaxa o músculo liso bronquiolar, provocando broncodilatação.
REFERÊNCIAS: Fisiologia Humana
SILVERTHORN, D.U. Fisiologia Humana: uma abordagem integrada.