TCC FINAL MARILIA PERIRA E AMANDA NUTRIÇÃO_06.12.24 (1)

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USO DE FITOTERÁPICOS PARA CONTROLE DE MASSA CORPORAL E

OBESIDADE

AUTOR(A): MARILIA PEREIRA DE CARVALHO

AMANDA GOMES DA SILVA MEDRADO

ORIENTADOR(A):DAYANE TONACO

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Nutrição (NTR1111/8) – trabalho de graduação 17/09/2024

CATALÃO - GO

2024
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USO DE FITOTERÁPICOS PARA CONTROLE DE MASSA CORPORAL E


OBESIDADE

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Coordenação do Curso de Graduação em nutrição do
Centro Universitário Uniasselvi, como pré-requisito para
obtenção do grau de Bacharel.

Orientador(a): Dayane Tonaco.

CATALÃO - GO

2024
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RESUMO
A fitoterapia e o uso de plantas medicinais fazem parte da prática da medicina popular,
que complementa o tratamento usualmente empregado para a população de baixa renda,
seus benefícios no processo de emagrecimento estão ligados aos baixos efeitos colaterais e
alta eficiência terapêutica. Este estudo objetivou realizar uma revisão narrativa da
literatura sobre a utilização de fitoterápicos no tratamento de emagrecimento. A pesquisa
foi realizada nas bases de dados Scientific Eletronic Library Online (Scielo), Google
Acadêmico, Pubmed e a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), nos idiomas português e inglês.
Pesquisas com produtos naturais vem aumentando visando drogas farmacológicas com
maior atividade terapêutica, reduzida toxicidade e melhor compatibilidade. O custo
acessível, o fácil manuseio a grande quantidade de matéria prima e a sua ampla margem
de segurança são outros aspectos favoráveis. No SUS, a fitoterapia objetiva tornar as
ações de saúde para a promoção da integralidade da assistência. Com isso, muitos
indivíduos procuram terapias complementares, como a fitoterapia, para esse
procedimento. Dessa forma, este estudo tem como objetivo compreender o uso da
fitoterapia no processo de emagrecimento e apresentar os as plantas medicinais utilizadas,
assim como seus efeitos benéficos e maléficos e custo e benefício em contrapartida ao uso
a longo prazo dos tradicionais medicamentos alopáticos para emagrecimento, os quais
possuem efeitos adversos atuando no sistema gastrointestinal, sistema nervoso e no
humor, além do custo. Pode-se concluir que a fitoterapia pode ser uma terapia alternativa
no processo de emagrecimento, uma vez fundamentado cientificamente e receitado por
profissionais habilitados.

Palavras-chave: Fitoterapia. emagrecimento. Tratamento.


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ABSTRACT

Phytotherapy and the use of medicinal plants are part of the practice of popular medicine,
which complements the treatment usually used for the low-income population. Its benefits
in the weight loss process are linked to low side effects and high therapeutic efficiency.
This study aimed to carry out a narrative review of the literature on the use of herbal
medicines in weight loss treatment. The research was carried out in the Scientific
Electronic Library Online (Scielo), Google Scholar, Pubmed and the Virtual Health
Library (VHL) databases, in Portuguese and English. Research with natural products has
been increasing, targeting pharmacological drugs with greater therapeutic activity,
reduced toxicity and better compatibility. The affordable cost, easy handling of a large
quantity of raw materials and its wide safety margin are other favorable aspects. In the
SUS, phytotherapy aims to transform health actions to promote comprehensive care. As a
result, many individuals seek complementary therapies, such as herbal medicine, for this
procedure. Therefore, this study aims to understand the use of phytotherapy in the weight
loss process and present the medicinal plants used, as well as their beneficial and harmful
effects and cost and benefit in contrast to the long-term use of traditional allopathic
weight loss medications, which have adverse effects on the gastrointestinal system,
nervous system and mood, in addition to the cost. It can be concluded that herbal medicine
can be an alternative therapy in the weight loss process, once it is scientifically based and
prescribed by qualified professionals.

Keywords: Phytotherapy. weight loss. Treatment.


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1 INTRODUÇÃO

A crescente prevalência de sobrepeso e obesidade tem se tornado uma das principais


preocupações de saúde pública mundial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde
(OMS), a obesidade quase triplicou desde 1975, afetando milhões de pessoas em todo o
mundo. Esse aumento tem sido associado a complicações de saúde graves, como doenças
cardiovasculares, diabetes tipo 2, e certas formas de câncer, (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2020), levando a uma demanda por soluções eficazes e seguras para o controle do peso.
No Brasil, o aumento da obesidade também é alarmante, com mais de 26,8% da
população adulta classificada como obesa .(BRASIL, 2020). Diante desse cenário, a busca por
métodos de emagrecimento mais naturais, como o uso de fitoterápicos, tem ganhado destaque,
sendo visto como uma alternativa para aqueles que buscam um tratamento com menores
efeitos colaterais em comparação com os medicamentos sintéticos .(WEISHERIMER et
al.,2015).
O problema de pesquisa deste estudo é a falta de informações consolidadas sobre a
eficácia e segurança de fitoterápicos amplamente divulgados como auxiliares no
emagrecimento. Isso gera uma demanda por estudos que revisem a literatura científica sobre o
tema, buscando esclarecer quais fitoterápicos possuem respaldo científico para uso em
programas de emagrecimento e sob quais condições seu uso é seguro.
O objetivo geral desta pesquisa é analisar os principais fitoterápicos utilizados para o
emagrecimento, avaliando sua eficácia com base em estudos clínicos e evidências científicas.
Para alcançar esse objetivo, os seguintes objetivos específicos foram estabelecidos: (i)
identificar os fitoterápicos mais utilizados para o controle de peso, (ii) avaliar os mecanismos
de ação dessas substâncias no organismo humano, e (iii) discutir a regulamentação e possíveis
riscos associados ao uso de fitoterápicos no emagrecimento.
A justificativa para a escolha deste tema reside na crescente popularidade dos
fitoterápicos e na necessidade de se garantir que seu uso seja baseado em evidências
científicas confiáveis. Com o aumento do consumo desses produtos, especialmente por
indivíduos buscando alternativas aos medicamentos convencionais, é essencial que haja uma
compreensão clara de seus benefícios e potenciais riscos. Além disso, o tema apresenta
relevância tanto para o campo científico quanto para a saúde pública, ao promover discussões
sobre o uso racional de medicamentos à base de plantas no contexto de tratamentos para
obesidade.
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1.1 METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão da literatura que busca realizar uma síntese sobre fitoterápicos
e plantas medicinais no tratamento da obesidade. Segundo Galvão e Pereira (2014), a revisão
da literatura visa encontrar, separar, analisar e resumir as informações relevantes disponíveis
para a pesquisa.
Esta pesquisa foi desenvolvida através do levantamento bibliográfico utilizando fontes
secundárias: pesquisas e artigos. Foram utilizados artigos e pesquisas originais e de revisão
publicados entre 2008 ae 2022. Selecionou-se para a esta revisão, estudos relacionados ao
tema fitoterápicos no processo de emagrecimento. A realização da busca ocorreu por meio das
seguintes bases de dados: Scientific Eletronic Library Online (Scielo), Google Acadêmico,
Pubmed e a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo explora os fundamentos da fitoterapia, destacando sua origem, relevância


histórica e integração ao conhecimento científico moderno. O uso de plantas medicinais para
fins terapêuticos é amplamente reconhecido, como destacado por Andrade et al. (2021), que
evidenciam sua relevância histórica para a saúde.
De acordo com o Conselho Regional de Farmácia do estado de São Paulo (CRF -SP,
2022), a fitoterapia em sua origem etimológica grega, seria de maneira geral o “tratamento
através de plantas”, sendo o método mais antigo da terra no que tange ao tratamento de
enfermidades. Logo, entram nesta linha os fitoterápicos que são oriundos de substâncias in
natura ou manipulados/industrializados, que utilizam plantas ou parte das plantas que se tem
o conhecimento de seus efeitos farmacológicos, em sua constituição/fórmula farmacêutica,
enquanto isso, as plantas medicinais são utilizadas comumente em forma de chás ou infusões,
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necessitando conhecimento sobre as técnicas de colheita e preparo da planta medicinal, com o


objetivo de alcançar os resultados terapêuticos desejados, tendo como contrapartida a não
padronização de posologia e o risco de contaminação/intoxicação por microrganismos ou
constituintes da planta.
Em seguida, analisa a regulamentação dos fitoterápicos no Brasil, com foco na atuação
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e na Resolução RDC nº 26/2014.
Esta resolução especifica os requisitos para a produção, comercialização e prescrição de
fitoterápicos, estabelecendo normas detalhadas para assegurar a segurança e a eficácia desses
produtos (BRASIL, 2022). Segundo Araújo e Almeida (2015), a RDC nº 26/2014 impõe a
necessidade de evidências científicas substanciais para a aprovação de fitoterápicos, visando
minimizar os riscos associados a possíveis efeitos adversos e interações medicamentosas.
Em relação ao impacto dos fitoterápicos no emagrecimento, substâncias bioativas,
como as catequinas no chá verde, demonstram potencial para promover a oxidação lipídica e a
termogênese (Gómez-Cabrera et al., 2016). Além disso, há compostos que atuam em várias
etapas do metabolismo energético, influenciando a saciedade, a mobilização de ácidos graxos
e a queima de gordura. No entanto, a eficácia pode variar com a dosagem, duração do
tratamento e características individuais dos pacientes.
A revisão de estudos recentes permitirá identificar padrões, tendências e lacunas na
literatura científica vigente. Essa análise objetiva examinar as propriedades e a eficácia dos
fitoterápicos na gestão da massa corporal, com a finalidade de fornecer uma visão abrangente
sobre seu impacto no controle do peso e suas aplicações terapêuticas.
Obesidade:
Pprincipal característica da obesidade é a demasiada concentração de gordura existente
no corpo humano. Tendo isso como direcionamento, entende-se que o índice de massa
corporal (IMC) é, portanto, usado para diferenciar o que se entende sobre obesidade e
sobrepeso, tendo um cálculo específico para essa definição, que se baseia pela fórmula
(kg/m²), ou seja, o peso do indivíduo dividido pela sua altura ao quadrado. Nesse caso, a
obesidade é detectada quando o IMC alcança um valor igual ou superior a 30. Para um
diagnóstico mais preciso, também é conveniente averiguar as medidas da cintura e da relação
cintura-quadril (CARLUCCI et al., 2014; FERREIRA, BENICIO, 2015).
O motivo primordial relacionado aos casos de obesidade e sobrepeso está diretamente
atrelado a desconformidade existente entre a ingestão calórica e o seu gasto. Isso se deve a
uma alimentação na qual se faz presente alimentos que possuem bastante carboidrato em sua
composição, além de gorduras, estando aliado também à falta de atividade física regular.
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Denominada como uma patologia multifatorial, a obesidade tem como consequência a relação
entre questões genéticas e ambientais, ou seja, condições financeiras, de relação social entre
pessoas e a cultura do local onde vivem (BAUTISTA et al., 2019; LIMA et al., 2018).
Essa patologia pode ser definida também como um tipo de inflamação crônica,
apresentada por um grau baixo devido ao acréscimo ocorrido pela impregnação de leucócitos
no tecido adiposo, onde, dessa maneira, acaba induzindo um estímulo na expressão de
diversas citocinas pró-inflamatórias, sendo esse o fator responsável pela ocorrência de necrose
tumoral, interleucima e leptina, sendo esses os causadores da diminuição da sensibilidade dos
tecidos do corpo em relação à atuação da insulina (BAUTISTA et al., 2019; LIMA et al.,
2018).
Analisando o caso do Brasil, é visto que houve uma tendência de alta taxa de
obesidade em pessoas presentes na faixa etária adulta, caracterizando assim uma possível
predisposição mais pronunciada em mulheres, que por meio dessa pesquisa apresentaram um
valor de 16,9%, enquanto os homens tiveram 12,4%. Dessa forma, é válido pontuar os agentes
causadores dessa porcentagem superior, sendo eles as mudanças ocorridas nos hormônios das
mulheres que surgem por meio da gravidez, e em outros casos, na menopausa (FERREIRA,
BENICIO, 2015; GONÇALVES et al., 2016).
A vivência da gravidez promove mudanças no funcionamento do corpo,
principalmente pelo ganho de peso, além de flutuações emocionais influenciadas pelos
ambientes sociais e questões econômicas. Em relação ao período da menopausa, o
hipoestrogenismo é considerado a principal causa da patologia em questão (FERREIRA,
BENICIO, 2015; GONÇALVES et al., 2016).
TABELA 1 - métodos alternativos no diagnóstico de obesidade:

Fon
te: FERNANDES (2017).
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2.1. DEFINIÇÃO

Os fitoterápicos, obtidos exclusivamente de matérias-primas vegetais, são amplamente


utilizados em culturas tradicionais (SILVA et al., 2020). No Brasil, eles têm raízes na cultura
indígena e foram integrados à medicina popular, especialmente em áreas rurais com acesso
limitado à medicina convencional. (NECA et al., 2022). A ANVISA regula rigorosamente sua
produção, comercialização e prescrição (MACEDO, 2016; BRASIL, 2022).
A fitoterapia é uma prática que utiliza princípios bioativos das plantas para tratar e
prevenir doenças (TOMAZZONI et al., 2006 apud ANDRADE et al., 2021). Baseia-se em
ciência, diferenciando-se de abordagens tradicionais que se apoiam em conhecimentos
empíricos e populares sobre plantas medicinais (BRUNING et al., 2012 apud ANDRADE et
al., 2021). No contexto atual, a fitoterapia é reconhecida como uma abordagem complementar
à medicina convencional. (MACEDO, 2016).
Cabe ressaltar que plantas medicinais são utilizadas em sua forma natural, enquanto
fitoterápicos são produtos derivados delas ou na forma in natura, mas que passaram por mais
de 30 anos de estudos científicos e ensaios clínicos comprovando sua eficácia, mecanismo de
ação e bioativos (ANDRADE et al., 2021). Seus usos se confundem, pois ambos têm fins
terapêuticos. Embora nem toda planta medicinal se torne um fitoterápico, todo fitoterápico é
originado de uma planta medicinal.

2.2. FISIOLOGIA DO EMAGRECIMENTO E O PAPEL DOS FITOTERÁPICOS

O emagrecimento ocorre quando o consumo de calorias é menor que o gasto


energético, um processo regulado pela Taxa Metabólica Basal (TMB), termogênese e
hormônios como leptina, grelina e insulina, que afetam o apetite e o metabolismo lipídico
(GÓMEZ-CABRERA et al., 2016; ONAKPOYA et al., 2011). Fitoterápicos podem auxiliar
nesse processo ao aumentar a termogênese e controlar a saciedade (GÓMEZ-CABRERA et
al., 2016; KONDO et al., 2009). Com taxas de obesidade de 40% nos EUA (CDC, 2023) e
26% no Brasil (IBGE, 2020), o tratamento inclui mudanças no estilo de vida e medicamentos
como orlistat e fentermina, que podem ter efeitos colaterais.
Nesse cenário, O interesse por fitoterápicos cresce devido ao baixo custo e menor risco
de efeitos colaterais em comparação com medicamentos convencionais. Usados para tratar
várias condições, como obesidade, são vistos como opções seguras e acessíveis. Compostos
como flavonoides e terpenos ajudam no controle de peso ao aumentar o gasto energético e a
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queima de gordura (SILVA et al., 2020; ANDRADE et al., 2021). O uso de plantas
medicinais, bem como fitoterápicos, na atenção primária à saúde também é eficaz e
econômico, sendo uma prática simples que pode suprir a falta de medicamentos nos serviços
de saúde (MATOS, 1998 apud SANTOS, 2011).

2.3. PRINCIPAIS FITOTERÁPICOS

Fitoterápicos para emagrecimento atuam acelerando o metabolismo, promovendo a


saciedade e reduzindo a absorção de gorduras. A seguir, apresentamos um quadro com alguns
dos principais fitoterápicos e seus mecanismos de ação:

Quadro 1- Principais Fitoterápicos e seus Mecanismos de Ação no Emagrecimento

Fonte: O autor (2024)

Esses fitoterápicos são frequentemente utilizados em produtos destinados à perda de


peso, mas sua eficácia e segurança ainda são amplamente debatidas. Assim, é fundamental
que o uso desses compostos seja embasado em evidências científicas sólidas, a fim de evitar
expectativas irreais ou potenciais riscos à saúde (HURSEL et al., 2011).
Além do balanço energético, o controle do peso é amplamente regulado por hormônios
que afetam o metabolismo de carboidratos e lipídios. A insulina, um hormônio produzido pelo
pâncreas, desempenha um papel crucial na regulação dos níveis de glicose no sangue e no
armazenamento de gordura. Quando liberada em excesso, a insulina pode promover o
acúmulo de gordura, dificultando a perda de peso. Fitoterápicos como o chá verde e a canela
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têm demonstrado potencial para melhorar a sensibilidade à insulina, facilitando a regulação


dos níveis de glicose e, consequentemente, a gestão do armazenamento de gordura.
O chá verde é notável por seu elevado teor de catequinas e cafeína, que demonstram
efeitos termogênicos e lipolíticos significativos. De acordo com Gómez-Cabrera et al. (2016),
a ingestão regular de chá verde pode aumentar de forma substancial o gasto energético em
repouso e promover a mobilização de lipídios, especialmente quando associado a uma dieta
equilibrada e exercícios físicos. A cafeína presente no chá verde estimula a termogênese ao
aumentar a liberação de norepinefrina, um neurotransmissor que induz a lipólise, ou seja, a
quebra de gordura armazenada. A eficácia do chá verde é mais pronunciada em indivíduos
com hábitos saudáveis e pode ser influenciada por fatores como idade e perfil metabólico
(GÓMEZ-CABRERA et al., 2016).
Além de sua capacidade de induzir termogênese, muitos fitoterápicos também
modulam o apetite. A fibra solúvel do psyllium forma um gel viscoso no trato gastrointestinal,
o que retarda o esvaziamento gástrico e prolonga a sensação de saciedade, contribuindo para a
redução da ingestão calórica e auxiliando na perda de peso. Adicionalmente, o ácido
hidroxicítrico (HCA) presente na Garcinia cambogia inibe a lipogênese, o processo
bioquímico de conversão de carboidratos em gordura. O HCA atua como um inibidor da
enzima ATP-citrato liase, essencial na síntese de ácidos graxos, diminuindo assim o
armazenamento de gordura e promovendo a utilização de carboidratos como fonte de energia
(ONAKPOYA et al., 2011).
Outro mecanismo importante é a inibição da absorção de nutrientes, particularmente
de gorduras. Alguns fitoterápicos, como o feijão-branco, contêm inibidores da alfa-amilase,
uma enzima essencial para a digestão de carboidratos complexos. Ao inibir essa enzima, esses
fitoterápicos diminuem a digestão de carboidratos, reduzindo a absorção calórica e ajudando
na perda de peso. Essa inibição tem efeitos diretos sobre o sistema digestivo, impedindo a
absorção completa das calorias provenientes dos alimentos.
O guaraná, por sua vez, tem sido reconhecido por seu efeito estimulante no
metabolismo. A cafeína presente no guaraná é capaz de aumentar o metabolismo basal,
mobilizando ácidos graxos e favorecendo a oxidação de gorduras, como descrito por Hursel
et al. (2011). Este estudo destaca que o guaraná pode ser um aliado importante na promoção
da perda de peso, especialmente quando integrado a um regime de exercícios físicos.
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Figura 1. Camellia Sinensis

Figura 2. Garcinia

Figura 3. Guaraná
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Figura 4. Psyllium

2.4 SEGURANÇA, REGULAMENTAÇÃO E EFEITOS COLETAREIS DOS


PRINCIPAIS FITOTERÁPICOS

Embora fitoterápicos sejam naturais, seu uso inadequado ou em doses excessivas pode
causar riscos significativos, como hepatotoxicidade, interações medicamentosas e reações
alérgicas (ARAÚJO et al., 2015). No Brasil, a ANVISA regulamenta esses produtos para
garantir sua segurança e eficácia, conforme a Resolução RDC nº 26/2014, que exige
comprovação científica e testes de qualidade para assegurar a pureza e a ausência de
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contaminantes (ANVISA, 2014). Fitoterápicos podem interagir com medicamentos


convencionais e alguns, como o chá de confrei, podem ser hepato tóxicos se usados em
excesso (CARVALHO et al., 2013). É essencial que o uso desses produtos seja orientado por
profissionais e siga as diretrizes recomendadas. Produtos como chá verde, Garcinia cambogia
e guaraná podem causar efeitos colaterais como insônia e distúrbios gastrointestinais,
exigindo cautela e supervisão (HURSEL et al., 2011; ONAKPOYA et al., 2011). A ANVISA
promove campanhas de conscientização e exige rotulagem informativa para prevenir
interações e efeitos adversos (MOURA et al., 2016).

CONCLUSÃO

A fitoterapia oferece caminhos alternativos às terapias tradicionais, focando a natureza


como objeto de escolha para a melhoria da saúde global dos pacientes. O medicamento
fitoterápico, cuja eficácia e qualidade é comprovada cientificamente junto ao órgão federal
competente, por ocasião do registro, onde há uma identificação botânica, uma caracterização
química e bibliografia consultada vem como mais uma ferramenta nos tratamentos de saúde.
Verificou-se pelos estudos realizados com fitoterápicos, que os resultados obtidos na
redução de peso foram satisfatórios, existindo poucos trabalhos contrários. Mas o tema ainda
é bastante controverso, necessitando de muita pesquisa sobre forma de prescrição, de
utilização, toxicidade, eficácia, entre outros.
Este trabalho ainda reafirma a importância do profissional nutricionista na prescrição,
e a necessidade de profissionais de saúde que assumam o conceito de fitoterápico como um
medicamento e compreendam o contexto da utilização das plantas medicinais em seu meio,
para uma melhor eficácia no tratamento de seu paciente.

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