Classificacao Risco Agentes Biologicos

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MINISTÉRIO DA SAÚDE

Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos


Departamento de Ciência e Tecnologia

Classificação de Risco dos

Agentes Biológicos

Série A. Normas e Manuais Técnicos

Brasília – DF
2006
© 2006 Ministério da Saúde.
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte
e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.
A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em
Saúde do Ministério da Saúde: http://www.saude.gov.br/bvs
O conteúdo desta e de outras obras da Editora do Ministério da Saúde pode ser acessado na página:
http://www.saude.gov.br/editora

Série A. Normas e Manuais Técnicos

Tiragem: 1.ª edição – 2006 – 3.000 exemplares

Elaboração, distribuição e informações:


MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos
Departamento de Ciência e Tecnologia
Comissão de Biossegurança em Saúde
Esplanada dos Ministérios, Edifício Sede, bloco G, 8.° andar, sala 848
CEP: 70058-900, Brasília – DF
Tels.: (61) 3315-3465
E-mail: [email protected]

Impresso no Brasil / Printed in Brazil

Ficha Catalográfica

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de


Ciência e Tecnologia.
Classificação de risco dos agentes biológicos / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência,
Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Ciência e Tecnologia. – Brasília : Editora do
Ministério da Saúde, 2006.
36 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos)

ISBN 85-334-1216-9

1. Classificação e identificação por risco de substâncias, produtos e materiais. 2. Fatores de risco.


I. Título. II. Série.
NLM WA 671

Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2006/1156

Títulos para indexação:


Em inglês: Risk Classification of Biological Agents
Em espanhol: Classificación de Riesgo de los Agentes Biológicos

EDITORA MS
Documentação e Informação
SIA trecho 4, lotes 540/610
CEP: 71200-040, Brasília – DF Equipe editorial:
Tels.: (61) 3233-1774 / 2020 Normalização: Juliane Sousa
Fax: (61) 3233-9558 Revisão: Mara Rejane Soares Pamplona e
E-mail: [email protected] Lilian Alves Assunção de Sousa
Home page: www.saude.gov.br/editora Diagramação, capa e projeto gráfico: Leandro Araújo
LISTA DE SIGLAS

Aisa – Assessoria de Assuntos Internacionais de Saúde


Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CBS – Comissão de Biossegurança em Saúde
Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz
Funasa – Fundação Nacional de Saúde
LCM – coriomeningite linfocítica
MS – Ministério da Saúde
NB – nível de biossegurança
OGM – organismo geneticamente modificado
SAS – Secretaria de Atenção à Saúde
SCTIE – Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos
SVS – Secretaria de Vigilância em Saúde
SUMÁRIO

Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
2 Classificação de Risco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13
2.1 Classe de Risco 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14
2.2 Classe de Risco 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15
2.3 Classe de Risco 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25
2.4 Classe de Risco 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27
Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Equipe Técnica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
APRESENTAÇÃO

Em 19 de fevereiro de 2002, a Comissão de Biossegurança em Saúde (CBS)


foi instituída no âmbito do Ministério da Saúde (MS) pela Portaria GM/MS n.º 343,
posteriormente revogada e substituída pela Portaria GM/MS n.º 1.683, de 28
de agosto de 2003. Essa comissão é coordenada pela Secretaria de Ciência,
Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) e composta por representantes
desta, da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), da Secretaria de Atenção
à Saúde (SAS), da Assessoria de Assuntos Internacionais de Saúde (Aisa), da
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Fundação Nacional de Saúde (Funa-
sa) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A CBS, desde sua criação, possui como objetivo principal a implemen-


tação de ações relacionadas à Biossegurança, procurando sempre o melhor
entendimento entre o Ministério da Saúde e as instituições que lidam com
o tema.

A proposta de publicar a “Classificação de Risco dos Agentes Biológi-


cos” pelo MS advém da necessidade de padronização e categorização dos
agentes biológicos que são manipulados por diferentes instituições de ensi-
no e pesquisa e estabelecimentos de saúde. Os critérios de classificação têm
como base diversos aspectos, tais como: virulência, modo de transmissão,
estabilidade do agente, concentração e volume, origem do material poten-
cialmente infeccioso, disponibilidade de medidas profiláticas eficazes, dis-
ponibilidade de tratamento eficaz, dose infectante, tipo de ensaio e fatores
referentes ao trabalhador. Cabe ressaltar que os países possuem classifica-
ções diferentes desta em virtude de fatores regionais específicos que irão
influenciar na sobrevivência do agente biológico e na sua endemicidade.

Inicialmente, este documento havia sido concebido como um anexo da


1.ª edição do documento “Diretrizes Gerais para o Trabalho em Contenção
com Material Biológico”, mas em virtude de sua grande importância e ne-
cessidade de estar presente em todas as instituições de ensino e pesquisa, e

7
estabelecimentos de saúde que trabalham com material biológico, foi pro-
posta sua publicação em separado.

Espera-se, portanto, que este documento venha a contribuir com o pre-


enchimento de lacunas existentes na normativa nacional oficial referente à
Biossegurança envolvendo agentes biológicos patogênicos e, sua classifica-
ção em relação ao risco biológico, assegurando o conhecimento necessário
para a manipulação desses agentes, tanto para os trabalhadores, como para
a sociedade em geral, servindo também como documento de referência
para as publicações deste Ministério na área de Biossegurança.

Suzanne Jacob Serruya


Diretora do Departamento de Ciência e Tecnologia

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1 INTRODUÇÃO

O conceito de Biossegurança e sua respectiva aplicação têm como ob-


jetivo principal dotar os profissionais e as instituições de ferramentas que
visem desenvolver as atividades com um grau de segurança adequado seja
para o profissional de saúde, seja para o meio ambiente ou para a comu-
nidade. Nesse sentido, podemos definir “Biossegurança” como sendo “a
condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas
a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que
possam comprometer a saúde humana, animal, vegetal e o ambiente”.
A avaliação de risco incorpora ações que objetivam o reconhecimento
ou a identificação dos agentes biológicos e a probabilidade do dano pro-
veniente destes. Tal análise será orientada por vários critérios que dizem
respeito não só ao agente biológico manipulado, mas também ao tipo de
ensaio realizado, ao próprio trabalhador e, quando pertinente, à espécie
animal utilizada no ensaio. Deve contemplar as várias dimensões que en-
volvem a questão, sejam elas relativas a procedimentos (boas práticas: pa-
drões e especiais), a infra-estrutura (desenho, instalações físicas e equipa-
mentos de proteção) ou informacionais (qualificação das equipes). Também
a organização do trabalho e as práticas gerenciais passaram a ser reconhe-
cidas como importante foco de análise, seja como causadoras de acidentes,
doenças e sofrimento, ou como integrantes fundamentais de um programa
de Biossegurança nas instituições.
Portanto, o estabelecimento de uma relação direta entre a classe de
risco do agente biológico e o nível de biossegurança (NB) é uma dificulda-
de habitual no processo de definição do nível de contenção. Por exemplo,
estabelecer que para os agentes biológicos de classe de risco 3 deve-se
trabalhar em um ambiente de trabalho NB-3, sem levar em conta a meto-
dologia diagnóstica que será utilizada. No caso exemplar do diagnóstico da
Mycobacterium tuberculosis, que é de classe de risco 3, a execução de uma
baciloscopia não exige desenvolvê-la numa área de contenção NB-3, e sim
numa área NB-2, utilizando-se uma cabine de segurança biológica. Já se a
atividade diagnóstica exigir a reprodução da bactéria (cultura), bem como

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testes de sensibilidade, situação em que o profissional estará em contato
com uma concentração aumentada do agente, recomenda-se, aí sim, que
as atividades sejam conduzidas numa área NB-3.
Por outro lado, há situações em que o diagnóstico é de um agente bio-
lógico de classe de risco 2, que deve ser trabalhado em áreas de contenção
NB-2. Porém, se para algum estudo específico houver a necessidade de um
aumento considerável de sua concentração ou de seu volume, produção em
grande escala, este então deverá ser realizado numa área NB-3.
Os tipos, subtipos e variantes dos agentes biológicos patogênicos en-
volvendo vetores diferentes ou raros, a dificuldade de avaliar as medidas
de seu potencial de amplificação e as considerações das recombinações
genéticas e dos organismos geneticamente modificados (OGMs) são alguns
dos vários desafios na condução segura de um ensaio. Portanto, para cada
análise ou método diagnóstico exigido, os profissionais deverão proceder a
uma avaliação de risco, onde será discutido e definido o nível de contenção
adequado para manejar as respectivas amostras. Nesse processo temos que
considerar, também, todos os outros tipos de riscos envolvidos.
Diante de tal complexidade no processo de avaliação de risco para o
trabalho com agentes biológicos, devemos considerar uma série de crité-
rios, dos quais destacamos:

Virulência
A virulência do agente biológico para o homem e para os animais é
um dos critérios de maior importância. Uma das formas de mensurá-la é
a taxa de fatalidade do agravo causado pelo agente patogênico, que pode
vir a causar morte ou incapacidade em longo prazo. Segundo esse critério,
a tuberculose, as encefalites virais e a coriomeningite linfocítica (LCM) são
bons exemplos de doenças cujos agentes biológicos causadores possuem
alta virulência e, portanto, alto risco. O Staphilococcus aureus, que rara-
mente provoca uma doença grave ou fatal em um indivíduo contaminado,
é classificado como de risco baixo.

Modo de transmissão
O conhecimento do modo de transmissão do agente biológico manipu-
lado é de fundamental importância para a aplicação de medidas que visem
conter a disseminação de doenças, pois cada uma terá uma forma diferente
de controle.

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Estabilidade
É a capacidade de sobrevivência de um agente biológico no meio am-
biente. Informações sobre sua sobrevivência quando exposto à luz solar ou
ultravioleta, a determinadas temperaturas e teores de umidade, exposições a
desinfetantes químicos ou à dissecação devem ser consideradas.

Concentração e volume
É o número de agentes biológicos patogênicos por unidade de volume,
portanto, quanto maior a concentração, maior o risco. O volume do agente
a ser manipulado também é importante. Na maioria dos casos, os fatores de
risco aumentam com o aumento do volume manipulado.

Origem do agente biológico potencialmente patogênico


Este dado está associado não só à origem do hospedeiro do agente bio-
lógico (humano ou animal, infectado ou não) mas também à localização
geográfica (áreas endêmicas, etc.).

Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes


A avaliação de risco inclui a disponibilidade de compostos imunoprofilá-
ticos eficazes. Quando estão disponíveis, o risco é drasticamente reduzido.

Disponibilidade de tratamento eficaz


Este dado refere-se à disponibilidade de tratamento eficaz, capaz de pro-
porcionar a cura ou a contenção do agravamento da doença causada pela ex-
posição ao agente biológico. Também se torna um fator de redução do risco.
É importante ressaltar que durante a avaliação de risco, tanto a disponi-
bilidade de imunização, quanto de tratamento, são somente medidas adicio-
nais de proteção, não prescindindo de outros fatores a serem considerados,
como o controle das condições do ambiente onde a atividade de risco será
realizada (controles de engenharia), as práticas e procedimentos padrões apli-
cados e o uso de equipamentos de proteção (individual e/ou coletivo).

Dose infectante
A dose infectante do agente biológico é um fator que deve ser levado em
consideração, pois aponta o risco do agente patogênico a ser manipulado.

Tipo de ensaio
O tipo de ensaio pode potencializar o risco, como, por exemplo, a am-
plificação, sonificação ou centrifugação. Além disso, devemos destacar os

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ensaios que envolvem inoculação experimental em animais, pois os riscos
irão variar de acordo com as espécies envolvidas e com a natureza da pes-
quisa desenvolvida. Os próprios animais podem introduzir novos agentes
biológicos. Podemos nos defrontar com infecções latentes que são mais co-
muns em animais capturados no campo ou em animais provenientes de
criações não selecionadas. Por exemplo, o vírus B do macaco é um risco
aos indivíduos que lidam com símios. A informação em relação de qual(is)
é(são) a(s) via(s) de eliminação do agente nos animais também deve ser con-
siderada na avaliação de risco. A eliminação em altos títulos por excreções
ou secreções de alguns agentes biológicos pelo animal e, em especial, os
que são transmitidos por via respiratória, podem exigir um nível de con-
tingenciamento acima do indicado na classificação do agente. As pessoas
que lidam com animais experimentais infectados com agentes biológicos
patogênicos apresentam um risco muito maior de exposição devido às mor-
didas, aos arranhões e aos aerossóis provocados por eles.

Fatores referentes ao trabalhador


São aqueles fatores diretamente ligados as pessoas: idade, sexo, fato-
res genéticos, susceptibilidade individual (sensibilidade e resistência com
relação aos agentes biológicos), estado imunológico, exposição prévia, gra-
videz, lactação, consumo de álcool, consumo de medicamentos, hábitos
de higiene pessoal (como lavar as mãos) e uso de equipamentos de pro-
teção individual (como jalecos e luvas). Além do que, devemos levar em
consideração a análise da experiência e da qualificação dos profissionais
expostos.
Outros fatores relacionados aos agentes biológicos também devem ser
considerados, tais como as perdas econômicas que possam gerar, sua existên-
cia ou não no país e a sua capacidade de disseminação em novas áreas.
Por esse motivo, as classificações existentes em vários países, embora
concordem em relação à grande maioria dos agentes biológicos, apresen-
tam algumas variações em função de fatores regionais específicos.
Cabe ressaltar a importância da composição multiprofissional e da abor-
dagem interdisciplinar nas análises de risco. As análises de risco envolvem
não apenas sistemas tecnológicos e agentes biológicos perigosos manipu-
lados e/ou produzidos, mas também seres humanos, animais, complexos
e ricos em suas naturezas e relações, não apenas biológicas, mas também
sociais, que também se constituem em riscos, e devem ser considerados
durante o processo de avaliação.

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2 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

Os agentes biológicos que afetam o homem, os animais e as plantas são


distribuídos em classes de risco assim definidas:

• Classe de risco 1 (baixo risco individual e para a coletividade):


inclui os agentes biológicos conhecidos por não causarem doenças
em pessoas ou animais adultos sadios. Exemplo: Lactobacillus sp.
• Classe de risco 2 (moderado risco individual e limitado risco
para a comunidade): inclui os agentes biológicos que provocam
infecções no homem ou nos animais, cujo potencial de propagação
na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, e
para os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas eficazes.
Exemplo: Schistosoma mansoni.
• Classe de risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a
comunidade): inclui os agentes biológicos que possuem capaci-
dade de transmissão por via respiratória e que causam patologias
humanas ou animais, potencialmente letais, para as quais existem
usualmente medidas de tratamento e/ou de prevenção. Representam
risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, poden-
do se propagar de pessoa a pessoa. Exemplo: Bacillus anthracis.
• Classe de risco 4 (alto risco individual e para a comunidade):
inclui os agentes biológicos com grande poder de transmissibili-
dade por via respiratória ou de transmissão desconhecida. Até o
momento não há nenhuma medida profilática ou terapêutica eficaz
contra infecções ocasionadas por estes. Causam doenças humanas
e animais de alta gravidade, com alta capacidade de disseminação
na comunidade e no meio ambiente. Esta classe inclui principal-
mente os vírus. Exemplo: Vírus Ebola.
• Classe de risco especial (alto risco de causar doença animal gra-
ve e de disseminação no meio ambiente): inclui agentes bioló-

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gicos de doença animal não existentes no País e que, embora não
sejam obrigatoriamente patógenos de importância para o homem,
podem gerar graves perdas econômicas e/ou na produção de ali-
mentos.

Observações sobre a classificação dos agentes biológicos:


1. No caso de mais de uma espécie de um determinado gênero ser pa-
togênica, serão assinaladas as mais importantes, e as demais serão
representadas pelo gênero seguido da denominação spp, indicando
que outras espécies do gênero podem ser patogênicas.
2. A classificação de parasitas e as respectivas medidas de contingen-
ciamento se aplicam somente para os estágios de seu ciclo durante
os quais sejam infecciosos para o homem ou animais.
3. Os agentes incluídos na classe especial deverão ser manipulados
em área NB-4, enquanto ainda não circularem no país, devendo ter
sua importação restrita, sujeita à prévia autorização das autoridades
competentes. Caso sejam diagnosticados no território nacional, de-
verão ser tratados no NB determinado pelos critérios que norteiam
a sua avaliação de risco.
4. Nesta classificação reputou-se apenas os possíveis efeitos dos agen-
tes biológicos aos indivíduos sadios. Os possíveis efeitos aos indi-
víduos com patologia prévia, em uso de medicação, portador de
transtornos imunológicos, gravidez ou em lactação não foram con-
siderados.
5. Os agentes biológicos incluídos na classe especial estão identifica-
dos com (*).

2.1 Classe de Risco 1


Compreende os agentes biológicos não incluídos nas classes de risco 2,
3 e 4 e que não demonstraram capacidade comprovada de causar doença
no homem ou em animais sadios.

A não classificação de agentes biológicos nas classes de risco 2, 3 e


4 não implica na sua inclusão automática na classe de risco 1. Para isso
deverá ser conduzida uma avaliação de risco, baseada nas propriedades
conhecidas e/ou potenciais desses agentes e de outros representantes do
mesmo gênero ou família.

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2.2 Classe de Risco 2

AGENTES BACTERIANOS, INCLUINDO CLAMÍDIAS E RICKÉTSIAS

Acinetobacter baumannii (anteriormente Acinetobacter calcoaceticus)


Actinobacillus spp
Actinomadura madurae, A. pelletieri
Actinomyces spp, A. gerencseriae, A. israelli, Actinomyces pyogenes (an-
teriormente Corynebacterium pyogenes)
Aeromonas hydrophila
Amycolata autotrophica
Archanobacterium haemolyticum (anteriormente Corynebacterium
haemolyticum)
Bacteroides fragilis
Bartonella spp (Rochalimea spp), B. bacilliformis, B. henselae, B. quintana,
B. vinsonii
Bordetella bronchiseptica, B. parapertussis, B. pertussis
Borrelia spp, B. anserina, B. burgdorferi, B. duttoni, B. persicus, B. recurrentis,
B. theileri, B.vincenti
Burkholderia spp (Pseudomonas), exceto aquelas listadas na classe de
risco 3
Campylobacter spp, C. coli, C. fetus, C. jejuni, C. septicum
Cardiobacterium hominis
Chlamydia pneumoniae, C. trachomatis
Clostridium spp, C. chauvoei, C. haemolyticum, C. histolyticum, C. no-
vyi, C. perfringens, C. septicum, C. tetani
Corynebacterium spp, C. diphtheriae, C. equi, C. haemolyticum, C. mi-
nutissimum, C. pseudotuberculosis, C. pyogenes, C. renale
Dermatophilus congolensis
Edwardsiella tarda
Ehrlichia spp (Rickettsia spp), Ehrlichia sennetsu
Eikenella corrodens
Enterobacter aerogenes, E. cloacae
Enterococcus spp

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Erysipelothrix rhusiopathiae
Escherichia coli, todas as cepas enteropatogênicas, enterotoxigênicas,
enteroinvasivas e detentoras do antígeno K1
Haemophilus ducreyi, H. influenzae
Helicobacter pylori
Klebsiella spp
Legionella spp, L. pneumophila
Leptospira interrogans, todos os sorotipos
Listeria spp
Moraxella spp
Mycobacterium asiaticum, M. avium, M. bovis BCG vacinal, M. intracellulare,
M. chelonae, M. fortuitum, M. kansasii, M. leprae, M. malmoense, M.
marinum, M. paratuberculosis, M. scrofulaceum, M. simiae, M. szulgai,
M. xenopi
Mycoplasma caviae, M. hominis, M. pneumoniae
Neisseria gonorrhoea, N. meningitidis
Nocardia asteroides, N. brasiliensis, N. farcinica, N. nova, N. otitidisca-
viarum, N. transvalensis
Pasteurella spp, P. multocida
Peptostreptococcus anaerobius
Plesiomonas shigelloides
Porphyromonas spp
Prevotella spp
Proteus mirabilis, P. penneri, P. vulgaris
Providencia spp, P. alcalifaciens, P. rettgeri
Rhodococcus equi
Salmonella ssp, todos os sorotipos
Serpulina spp
Shigella spp, S. boydii, S. dysenteriae, S. flexneri, S. sonnei
Sphaerophorus necrophorus
Staphylococcus aureus
Streptobacillus moniliformis
Streptococcus spp, S. pneumoniae, S. pyogenes, S. suis

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Treponema spp, T. carateum, T. pallidum, T. pertenue
Vibrio spp, V. cholerae (01 e 0139), V. parahaemolyticus, V. vulnificus
Yersinia spp, Y. enterocolitica, Y. pseudotuberculosis

PARASITAS

Acanthamoeba castellani
Ancylostoma humano e animal, A. ceylanicum, A. duodenale
Angiostrongylus spp, A. cantonensis, A. costaricensis
Ascaris spp, A. lumbricoides, A. suum
Babesia spp, B. divergens, B. microti
Balantidium coli
Brugia spp, B malayi, B. pahangi, B. timori
Capillaria spp, C. philippinensis
Clonorchis sinensis, C. viverrini
Coccidia spp
Cryptosporidium spp, C. parvum
Cyclospora cayetanensis
Cysticercus cellulosae (cisto hidático, larva de T. solium)
Dactylaria galopava (Ochroconis gallopavum)
Dipetalonema streptocerca
Diphyllobothrium latum
Dracunculus medinensis
Echinococcus spp, E. granulosus, E. multilocularis, E. vogeli
Emmonsia parva var. crescens, Emmonsia parva var. parva
Entamoeba histolytica
Enterobius spp
Fasciola spp, F. gigantica, F. hepatica
Fasciolopsis buski

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Fonsecaea compacta, F. pedrosoi
Giardia spp, Giardia lamblia (Giardia intestinalis)
Heterophyes spp
Hymenolepis spp, H. diminuta, H. nana
Isospora spp
Leishmania spp, L. brasiliensis, L. donovani, L. ethiopica, L. major, L. me-
xicana, L. peruvania, L. tropica
Loa loa
Madurella grisea, M. mycetomatis
Mansonella ozzardi, M. perstans
Microsporidium spp
Naegleria fowleri, N. gruberi
Necator spp, N. americanus
Onchocerca spp, O. volvulus
Opisthorchis spp, Opisthorchis felineus
Paragonimus westermani
Plasmodium spp humano e símio, P. cynomolgi, P. falciparum, P. mala-
riae, P. ovale, P. vivax
Sarcocystis spp, S. suihominis
Scedosporium apiospermum (Pseudallescheria boidii), Scedosporium
prolificans (inflatum)
Schistosoma haematobium, S. intercalatum, S. japonicum, S. mansoni,
S. mekongi
Strongyloides spp, S. stercoralis
Taenia saginata, T. solium
Toxocara spp, T. canis
Toxoplasma spp, T. gondii
Trichinella spiralis
Trichuris trichiura

18
Trypanosoma spp, incluindo T. brucei brucei, T. brucei gambiense, T.
brucei rhodesiense, T. cruzi, T. evansi, T. vivax
Wuchereria bancrofti

FUNGOS

Aspergillus flavus, A. fumigatus


Blastomyces dermatitidis
Candida albicans, C. tropicalis
Cladophialophora bantiana (Xylophora bantiana, Cladosporium bantia-
num ou C. trichoides), Cladophialophora carrioni (Cladosporium carrioni)
Cryptococcus neoformans, Cryptococcus neoformans var. gattii (Filoba-
sidiella bacillispora), Cryptococcus neoformans var. neoformans (Filoba-
sidiella neoformans var. neoformans)
Emmonsia parva var. crescens, Emmonsia parva var. parva
Epidermophyton spp, E. floccosum
Exophiala (Wangiella) dermatitidis
Fonsecaea compacta, F. pedrosoi
Madurella spp, M. grisea, M. mycetomatis
Microsporum spp, M. aldouinii, M. canis
Neotestudina rosatii
Paracoccidioides brasiliensis (na fase de esporulação apresenta maior
risco de infecção)
Penicillium marneffei
Pneumocystis carinii
Scedosporium apiospermum (Pseudallescheria boidii), Scedosporium
prolificans (inflatum)
Sporothrix schenckii
Trichophyton spp, Trichophyton rubrum

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FUNGOS EMERGENTES E OPORTUNISTAS

Acremonium falciforme, A. kiliense, A. potronii, A. recifei, A. roseogri-


seum
Alternaria anamorfo de Pleospora infectoria
Aphanoascus fulvescens
Aspergillus amstelodami, A. caesiellus, A. candidus, A. carneus, A. glau-
cus, A. oryzae, A. penicillioides, A. restrictus, A. sydowi, A. terreus, A.
unguis, A. versicolor
Beauveria bassiana
Candida lipolytica, C. pulcherrima, C. ravautii, C. viswanathii
Chaetoconidium spp
Chaetomium spp
Chaetosphaeronema larense
Cladosporium cladosporioides
Conidiobolus incongruus
Coprinus cinereus
Cunninghamella geniculata
Curvularia pallescens, C. senegalensis
Cylindrocarpon tonkinense
Drechslera spp
Exophiala moniliae
Fusarium dimerum, F. nivale
Geotrichum candidum
Hansenula polymorpha
Lasiodiplodia theobromae
Microascus desmosporus
Mucor rouxianus
Mycelia sterilia

20
Mycocentrospora acerina
Oidiodendron cerealis
Paecilomyces lilacinus, P. variotii, P. viridis
Penicillium chrysogenum, P. citrinum, P. commune, P. expansum, P. spi-
nulosum
Phialophora hoffmannii, P. parasitica, P. repens
Phoma hibernica
Phyllosticta spp, P. ovalis
Pyrenochaeta unguis-hominis
Rhizoctonia spp
Rhodotorula pilimanae, R. rubra
Schizophyllum commune
Scopulariops acremonium, S. brumptii
Stenella araguata
Taeniolella stilbospora
Tetraploa spp
Trichosporon capitatum
Tritirachium oryzae
Volutella cinerescens

VÍRUS

Adenovirus humanos, caninos e de aves


Arenavirus do Novo Mundo (complexo Tacaribe): vírus Amapari, Latino,
Paraná, Pichinde, Tamiami, exceto os listados nas classes de risco 3 e 4
Arenavirus do Velho Mundo: vírus Ippy, Mobala, coriomeningite linfoci-
tária (amostras não neurotrópicas)
Astrovirus, todos os tipos
Birnavirus, todos os tipos, incluindo o vírus Gumboro e vírus relaciona-
dos, Picobirnavirus e Picotrinavirus

21
Bunyavirus, todos os tipos, incluindo vírus Belém, Mojuí dos Campos,
Pará, Santarém, Turlock, e Grupo Anopheles A (Arumateua, Caraipé,
Lukuni, Tacaiuma, Trombetas, Tucurui), Grupo Bunyamwera (Iaco, Kai-
ri, Macauã, Maguari, Sororoca, Taiassuí, Tucunduba, Xingu), Grupo C
(Apeu, Caraparu, Itaqui, Marituba, Murutucu, Nepuyo, Oriboca), Gru-
po Capim (Acara, Benevides, Benfica, Capim, Guajará, Moriche), Gru-
po da encefalite da Califórnia (Inkoo, La Crosse, Lumbo, San Angelo,
Snow hare, Tahyna), Grupo Guamá (Ananindeua, Bimiti, Catú, Guamá,
Mirim, Moju, Timboteua), Grupo Melão (Guaroa, Jamestown Canyon,
Keystone, Serra do Navio, South River, Trivittatus), Grupo Simbu (Jato-
bal, Oropouche, Utinga)
Circovirus, incluindo vírus TT e vírus relacionados
Coronavirus, todos os tipos, incluindo vírus humanos, gastroenterite de
suínos, hepatite murina, Coronavirus de bovinos, caninos, ratos e coe-
lhos, peritonite infecciosa felina, bronquite infecciosa aviária
Flavivirus, todos os tipos, incluindo vírus Bussuquara, Cacipacoré, den-
gue tipos 1, 2, 3 e 4, Febre Amarela vacinal; encefalite de São Luis,
Ilhéus, Kunjin, Nilo Ocidental
Hantavirus, incluindo Prospect Hill e Puumala e exceto os listados na
classe de risco 3
Hepacivirus, todos os tipos, incluindo o vírus da Hepatite C
Herpesvirus, todos os tipos, incluindo Citomegalovirus, Herpes simplex
1 e 2, Herpes vírus tipo 6 (HHV6), Herpes vírus tipo 7 (HHV7), Herpes
vírus tipo 8 (HHV8), Varicela-Zoster
Nairovirus, incluindo Hazara
Norovirus, todos os tipos, incluindo, vírus Norwalk e Saporo
Orthohepadnavirus, todos os tipos, incluindo vírus da Hepatite B e vírus
da Hepatite D (Delta)
Orthomyxovirus, todos os tipos, incluindo vírus da Influenza A, B e C,
e os tipos transmitidos por carrapatos, vírus Dhori e Thogoto, exceto as
amostras aviárias asiáticas de influenza A, como H5N1, que deverão ser
listadas na classe de risco 4
Papillomavirus, todos os tipos, incluindo os vírus de papilomas humanos
Paramyxovirus, todos os tipos, incluindo vírus da Caxumba, doença de
NewCastle (amostras não asiáticas), Parainfluenza 1 a 4, Pneumovírus,

22
Sarampo, Nipah, vírus Respiratório Sincicial, exceto os listados na clas-
se de risco 4
Parvovirus, todos os tipos, incluindo Parvovirus humano B-19
Pestivirus, todos os tipos, incluindo os vírus da diarréia bovina
Phlebovirus, todos os tipos, incluindo vírus Alenquer, Ambé, Anhangá,
Ariquemes, Belterra, Bujarú, Candiru, Icoarací, Itaituba, Itaporanga, Ja-
cundá, Joa, Morumbi, Munguba, Nápoles, Oriximina, Pacuí, Serra Nor-
te, Tapará, Toscana, Turuna, Uriurana, Urucuri, Uukuvírus
Picornavirus, todos os tipos, incluindo vírus Coxsackie, vírus da conjun-
tivite hemorrágica aguda (AHC), vírus da Hepatite A (enterovírus huma-
no tipo 72), vírus da poliomielite, vírus ECHO, Rhinovirus
Polyomavirus, todos os tipos, incluindo vírus BK e JC, e vírus Símio 40
(SV40)
Poxvirus, todos os tipos, incluindo Buffalopox, Cotia, Cowpox e vírus
relacionados isolados de felinos domésticos e de animais selvagens, nó-
dulo do ordenhador, Molluscum contagiosum1, Myxoma, Parapoxvirus,
Poxvirus de caprinos, suínos e aves, Vaccinia, vírus Orf, Yatapox Tana
Reovirus gênero Orthoreovirus, todos os tipos, incluindo os 1, 2 e 3,
Coltivirus, Orbivirus, Reovirus isolados na Amazônia dos grupos Chan-
guinola e Corriparta, Rotavirus humanos, vírus Ieri, Itupiranga e Tembé
Retrovirus (classificados na classe de risco 2 apenas para sorologia, para
as demais operações de manejo em laboratório estes vírus devem ser
considerados na classe de risco 3), vírus da imunodeficiência humana
HIV-1 e HIV-2, vírus linfotrópico da célula T do adulto HTLV-1 e HTLV-2
e vírus de primatas não-humanos
Rhabdovirus, incluindo vírus Aruac, Duvenhage, Inhangapi, Xibure-
ma, vírus da Raiva amostras de vírus fixo, Grupo da Estomatite Vesi-
cular (Alagoas VSV-3, Carajás, Cocal VSV-2, Indiana VSV-1, Juruna,
Marabá, Marabá VSV-4, Piry), Grupo Hart Park (Hart Park, Mosqueiro),
Grupo Mussuril (Cuiabá, Marco), Grupo Timbó (Chaco, Sena Madu-
reira, Timbó)

1
A Portaria n.º 485, de 11 de novembro de 2005 (DOU de 16/11/05 – seção 1), anexo I – Nor-
ma Regulamentadora n.º 32 (NR 32) “Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde”,
do Ministério do Trabalho e Emprego, lista este agente biológico em outra classe de risco.

23
Togavirus, todos os tipos, gênero Alphavirus incluindo vírus Aurá, Be-
baru, Bosque Semliki, Chikungunya, encefalomielite eqüina ocidental,
encefalomielite eqüina oriental, encefalite eqüina Venezuela amostra
TC 83; Mayaro, Mucambo, O’nyong-nyong, Pixuna, Rio Ross, Sindbis,
Una, gênero Rubivirus incluindo o vírus da rubéola
Vírus da Hepatite E

VÍRUS ONCOGÊNICOS DE BAIXO RISCO

Adenovirus 1 aviário (CELO vírus)


Adenovirus 7- Simian virus 40 (Ad7-SV40)
Herpesvirus de cobaias
Polyoma vírus
Rous sarcoma vírus
Shope fibroma vírus
Shope papilloma vírus
Vírus da Doença de Marek
Vírus da Leucemia de Hamsters
Vírus da Leucemia de Murinos
Vírus da Leucemia de Ratos
Vírus da Leucose Aviária
Vírus da Leucose Bovina Enzoótica
Vírus do Papiloma Bovino
Vírus do Sarcoma Canino
Vírus do Sarcoma Murino
Vírus do Tumor Mamário de Camundongo
Vírus Lucke de rãs
Vírus Mason-Pfizer de símios

24
VÍRUS ONCOGÊNICOS DE RISCO MODERADO

Adenovirus 2-Simian vírus 40 (Ad2-SV40)


Epstein-Barr vírus (EBV)1
Poxvirus Yatapox Yaba
Vírus da Leucemia de Gibões (GaLV)
Vírus da Leucemia Felina (FeLV)
Vírus do Sarcoma de Símios (SSV-1)
Vírus do Sarcoma Felino (FeSV)

2.3 Classe de Risco 3

AGENTES BACTERIANOS INCLUINDO RIQUÉTSIAS

Bacillus anthracis
Bartonella, exceto os listados na classe de risco 2
Brucella spp, todas as espécies
Burkholderia mallei (Pseudomonas mallei), Burkholderia pseudomallei
(Pseudomonas pseudomallei)
Chlamydia psittaci (cepas aviárias)
Clostridium botulinum
Coxiella burnetii
Escherichia coli, cepas verotoxigênicas como 0157:H7 ou O103
Francisella tularensis (tipo A)
Haemophilus equigenitalis
Mycobacterium bovis, exceto a cepa BCG, M. tuberculosis
Pasteurella multocida tipo B amostra buffalo e outras cepas virulentas
Rickettsia akari, R. australis, R. canada, R. conorii, R. montana, R. pro-

1
Vide nota de rodapé p. 23

25
wazekii, R. rickettsii, R. siberica, R. tsutsugamushi, R. typhi (R. mooseri)
Yersinia pestis

PARASITA

Nenhum

FUNGOS

Coccidioides immitis culturas esporuladas; solo contaminado


Histoplasma capsulatum, todos os tipos, inclusive a variedade duboisii
e variedade capsulatum

VÍRUS E PRÍONS

Arenavirus do Novo Mundo, incluindo vírus Flexal1, exceto os listados


na classe de risco 2 e 4
Arenavirus do Velho Mundo, incluindo vírus da coriomeningite linfocí-
tica (amostras neurotrópicas)
Flavivirus, incluindo vírus da encefalite da Austrália (encefalite do Vale
Murray), encefalite Japonesa B, Febre Amarela não vacinal, Powassan,
Rocio, Sal Vieja, San Perlita, Spondweni, exceto os listados na classe de
risco 2
Hantavirus, incluindo vírus Andes, Dobrava (Belgrado), Hantaan (febre
hemorrágica da Coréia), Juquitiba, Seoul, Sin Nombre e outras amostras
do grupo isoladas recentemente
Herpesvirus, incluindo Rhadinovirus (herpesvirus de Ateles e herpesvi-
rus de Saimiri)
Oncornavirus C e D
Príons, incluindo agentes de encefalopatias espongiformes transmissí-
veis: encefalopatia espongiforme bovina (BSE), scrapie e outras doenças
animais relacionadas, doença de Creutzfeldt-Jakob (CJD), insônia fami-
liar fatal, síndrome de Gerstmann-Straussler-Scheinker e Kuru
Retrovirus, incluindo os vírus da imunodeficiência humana (HIV-1 e

1
Vide nota de rodapé p. 23

26
HIV-2), vírus linfotrópico da célula T humana (HTLV-1 e HTLV-2) e vírus
da imunodeficiência de símios (SIV)
Togavirus vírus da encefalite eqüina venezuelana (exceto a amostra va-
cinal TC-83)
Vírus da Raiva amostras de rua (Lyssavirus)

2.4 Classe de Risco 4

AGENTES BACTERIANOS INCLUINDO RIQUÉTSIAS

Cowdria ruminatium (heart water)

FUNGOS

Nenhum

PARASITAS

Theileria annulata, T. bovis, T. hirci, T. parva e agentes relacionados

VÍRUS E MICOPLASMAS

Arenavirus agentes de febres hemorrágicas do Velho Mundo (Lassa) e


do Novo Mundo (Guanarito, Junin, Machupo, Sabiá, e outros vírus re-
lacionados)
Encefalites transmitidas por carrapatos (vírus da encefalite da Europa Cen-
tral com suas várias amostras, vírus da encefalite primavera-verão russa,
vírus da febre hemorrágica de Omsk, vírus da floresta de Kyasanur)
Filovirus, incluindo vírus Marburg, Ebola e outros vírus relacionados
Herpesvirus do macaco (vírus B)
Nairovirus agente de febre hemorrágica (Criméia-Congo)
Varíola do camelo (camel-pox)
Varíola do macaco (monkey-pox)*/1
1
Vide nota de rodapé p. 23

27
Varíola major e alastrim*
Vírus da aftosa com seus diversos tipos e variantes
Vírus da cólera suína*
Vírus da doença de Borna*
Vírus da doença de NewCastle (amostras asiáticas)*
Vírus da doença de Teschen*
Vírus da doença de Wesselbron*
Vírus da doença hemorrágica de coelhos
Vírus da doença Nairobi do carneiro e vírus relacionados como Ganjam
e Dugbe*
Vírus da doença vesicular do suíno*
Vírus da enterite viral de patos, gansos e cisnes
Vírus da febre catarral maligna de bovinos e cervos
Vírus da febre do vale do Rift*
Vírus da febre efêmera de bovinos*
Vírus da febre petequial infecciosa bovina*
Vírus da hepatite viral do pato tipos 1, 2 e 3
Vírus da influenza A aviária (amostras de epizootias)*
Vírus da língua azul (bluetongue)
Vírus da lumpy skin
Vírus da peste aviária*
Vírus da peste bovina*
Vírus da peste dos pequenos ruminantes*
Vírus da peste eqüina africana*
Vírus da peste suína africana*
Vírus da peste suína clássica (amostra selvagem)*
Vírus do louping ill de ovinos*
Mycoplasma agalactiae (caprinos e ovinos)*
Mycoplasma mycoides mycoides (pleuropneumonia bovina)*

28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

APPROVED List of Biological Agents. Cardiff University. Disponível em:


<http://www.cf.ac.uk/safety/policy/newbiol/bioagent.html>. Acesso em:
jun. 2004.

BRASIL. Comissão Técnica Nacional de Biossegurança. Instrução Normativa


n.º 7, de 06 de junho de 1997. Estabelece normas para o trabalho em
contenção com Organismos Geneticamente Modificados - OGMs. Diário
Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 9 jun. 1997. Seção 3, n.133,
p. 11827-11833.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos


Estratégicos. Diretrizes gerais para o trabalho em contenção com material
biológico. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 60 p.

______. Ministério do Trabalho e do Emprego. Portaria n.º 485, de 11 de


novembro de 2005. Aprova a Norma Regulamentadora n.º 32 – segurança
e saúde no trabalho em estabelecimentos de assistência à saúde. Diário
Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 16 nov. 2005.

CARDOSO, T. A. O. Espaço/tempo, informação e risco no campo da


biossegurança. 2001. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação)–
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2001.

CARDOSO, T. A. O.; NAVARRO, M. B. M. A. Emergencia de las enfermedades


infecciosas: bajo la relevancia de la bioseguridad. Visión Veterinaria, [S.l.],
dez. 2002. Disponível em: <http://www.visionveterinaria.com/articulos/85.
htmI>. Acesso em: jun. 2004.

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etiologic agents on basis of hazard. 4. ed. Atlanta, 1974.

29
______. Laboratory risk assessment what, why, and how: risk assessment in
the infectious disease laboratory. Atlanta, 1998. 20 p.

______. Occupational health surveillance. Atlanta, 2004. Disponível em:


<http://www.cdc.gov/osha>. Acesso em: jun. 2004.

______. Biosafety in microbiological and biomedical laboratories (BMBL). 4.


ed. Washington: US Government Printing Office, 1999. 258 p.

CLASSIFICATION of human etiologic agents on the basis of hazard.


Disponível em: <http://www.ehs.ucla.edu/safety/safe_ibc4.html>. Acesso
em: jun. 2004.

NAVARRO, M. B. M. A. et al. Doenças emergentes e reemergentes, saúde e


ambiente. In: MINAYO, M. C. S.; MIRANDA, A. C. (Org.). Saúde e ambiente
sustentável: estreitando nós. Rio de Janeiro: Abrasco, 2002. p. 37-49.

ROCHA, S. S.; CARDOSO, T. A. O. Avaliação de risco em laboratório de


saúde pública. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2004. Curso de Biossegurança para
Laboratórios de Saúde Pública, à distância, da Escola Nacional de Saúde
Pública Sérgio Arouca, Fiocruz.

SCHATZMAYR, H. G.; BORBA, C. M. Classificação de agentes de infecções


humanas e animais, quanto ao seu risco biológico. In: ENCONTRO NACIONAL
DE COMISSÕES INTERNAS DE BIOSSEGURANÇA, 2., 2004, Rio de Janeiro.
Resumos... Brasília: MCT/CTNBio/Fiocruz, 2004. p. 43-48.

30
GLOSSÁRIO

Agentes Biológicos – bactérias, fungos, vírus, clamídias, riquétsias, mi-


coplasmas, príons, parasitos, linhagens celulares e outros organismos.
Análise de Risco – é o processo de levantamento, avaliação, gerencia-
mento e comunicação dos riscos, considerando o processo de trabalho, a
possibilidade de escape no ambiente, o volume, a concentração e a classe
de risco do agente biológico a ser manipulado, a fim de implementar ações
destinadas à prevenção, ao controle, à redução ou eliminação dos mesmos
e à determinação do nível de biossegurança a ser adotado para o desenvol-
vimento de trabalhos em contenção com agentes biológicos e a sua comu-
nicação aos profissionais envolvidos.
Biossegurança – é a condição de segurança alcançada por um con-
junto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos
inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal
e vegetal e o ambiente.
Classe de Risco – grau de risco associado ao agente biológico mani-
pulado.

Grande Escala – trabalho com agentes biológicos usando volumes su-


periores a 10 litros.
Material Biológico – todo material que contenha informação genética
e seja capaz de auto-reprodução ou de ser reproduzido em um sistema
biológico. Inclui os organismos cultiváveis e microorganismos (entre eles
bactérias, fungos filamentosos, leveduras e protozoários), as células huma-
nas, animais e vegetais, as partes replicáveis destes organismos e células
(bibliotecas genômicas, plasmídeos, vírus e fragmentos de DNA clonado),
príons e os organismos ainda não cultivados. (Adaptado de: Working Party
on Biotechnology, Organização da Cooperação para o Desenvolvimento
Econômico – OCDE, fevereiro de 2001).

Nível de Biossegurança – grau de contenção necessário para permitir


o trabalho com agentes biológicos de forma segura para os seres humanos,

31
os animais e o ambiente. Consiste na combinação de práticas e técnicas de
laboratório, equipamentos de segurança e instalações laboratoriais.

Risco – é a probabilidade de ocorrência de efeitos adversos à saúde


humana, ao animal e ao ambiente.

Trabalho em Contenção – atividade com agentes biológicos patogê-


nicos ou potencialmente patogênicos em condições que não permitam seu
escape ou liberação para o ambiente, podendo ser realizada em pequena
ou grande escala.

32
EQUIPE TÉCNICA

Elaboração:
Comissão de Biossegurança em Saúde (CBS)

Membros da Comissão de Biossegurança em Saúde 2002 – 2006:


Ana Maria Tapajós
Andréa Gonçalves Fujichima
Angélica Rogerio de Miranda Pontes
Beatriz Helena Tess
Beatriz Mac Dowell Soares
César Pinheiro Jacoby
Cíntia de Moraes Borba
Daniela Buosi
Dario Pinto Miranda
Flávia Cardoso de Melo
Flávio de Kruse Villas Boas
Flávio Pereira Nunes
Guilherme Franco Netto
Hermann Gonçalves Schatzmayr
Hoëck Áureo Souza Miranda
Irani Ribeiro de Moura
Ivens Lúcio do Amaral Drumond
Jacinta de Fátima Senna da Silva
João Alberto Dourado Quintaes
José Alberto Hermógenes de Souza
Joselito Pedrosa
Letícia Rodrigues da Silva

33
Lúcia Fernandes Aleixo
Luiz Antônio Coelho
Marcela de Paula Mateus
Maria Adelaide Millington
Maria Aparecida Guerra
Maria Celeste Emerick
Maria das Graças Luderitz Hoeffel
Mário César Althoff
Moisés Goldbaum
Mônica Angelica Carreira Fragoso
Patrícia Melo dos Santos
Reinaldo Felippe Nery Guimarães
Rogério de Oliveira Queiroz
Salete Curci Barroca de Andréa
Sérgio Alexandre Gaudêncio
Sérgio Augusto Jábali Barretto
Silvio Valle Moreira
Simone Krüger Sabbag
Suzanne Jacob Serruya
Telma Abdalla de Oliveira Cardoso
Wladmary Mendonça de Azevedo

Revisão Técnica:
Angélica Rogerio de Miranda Pontes
Cristiano Valério Ribeiro
Flávio de Kruse Villas Boas
Mário César Althoff
Mônica Angélica Carreira Fragoso
Rutnéia de Paula Pessanha
Silvio Valle Moreira
Telma Abdalla de Oliveira Cardoso
Vanessa Guimarães Machado

34
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada
na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde:

http://www.saude.gov.br/bvs

O conteúdo desta e de outras obras da Editora do Ministério da Saúde


pode ser acessado na página:

http://www.saude.gov.br/editora

EDITORA MS
Coordenação-Geral de Documentação e Informação/SAA/SE
MINISTÉRIO DA SAÚDE
(Normalização, revisão, editoração, impressão, acabamento e expedição)
SIA, trecho 4, lotes 540/610 – CEP: 71200-040
Telefone: (61) 3233-2020 Fax: (61) 3233-9558
E-mail: [email protected]
Home page: http://www.saude.gov.br/editora
Brasília – DF, novembro de 2006
OS 1156/2006

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