Monografia Kálita Soares

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Kálita Louhanny Gomes Soares

Arborização em área de ocupação urbana consolidada vulnerável às mudanças do


clima: aplicação da Deliberação Normativa nº 69 do Conselho Municipal de Meio Ambiente
de Belo Horizonte no Território do Confisco, na bacia hidrográfica da Pampulha, MG

Belo Horizonte
2022
Kálita Louhanny Gomes Soares

Arborização em área de ocupação urbana consolidada vulnerável às mudanças do


clima: aplicação da Deliberação Normativa nº 69 do Conselho Municipal de Meio Ambiente
de Belo Horizonte no Território do Confisco, na bacia hidrográfica da Pampulha, MG

Monografia apresentada ao Curso de Especialização


em Sustentabilidade em Cidades, Edificações e
Produtos da Escola de Arquitetura da Universidade
Federal de Minas Gerais como requisito parcial à
obtenção do título de Especialista.

Orientadora: Dr.ª Eleonora Sad de Assis

Belo Horizonte
2022
AGRADECIMENTOS

Meus sinceros agradecimentos à todas as pessoas que de alguma forma se envolveram na


elaboração desse trabalho. À coordenação e professores do curso de Especialização em
Sustentabilidade em Cidades, Edificações e Produtos da Escola de Arquitetura da UFMG
pela bagagem de conhecimentos e aos colegas do Interact-Bio – uma iniciativa de apoio
à Prefeitura de Belo Horizonte para elaboração de um projeto de desenvolvimento urbano
integrado à biodiversidade financiada pelo Ministério Federal Alemão do Meio
Ambiente, (BMUB) – em especial à orientadora professora Dr.ª Eleonora Sad de Assis,
pelos seus conselhos e sabedoria compartilhada, que guiaram esse trabalho; ao Luis,
companheiro de vida, e aos familiares que apoiaram carinhosamente esse processo.
RESUMO

As projeções climatológicas e as análises relacionadas à capacidade adaptativa dos


territórios demonstram que, em geral, as cidades dos países em desenvolvimento não
estão preparadas para lidar com as consequências negativas das mudanças climáticas no
ambiente urbano. O déficit de uma infraestrutura verde robusta e bem integrada aos
demais sistemas urbanos é uma realidade e impacta diretamente a qualidade de vida
dessas populações. Estudos aplicados em Belo Horizonte, MG, evidenciaram as regiões
mais vulneráveis às mudanças do clima, seja por sua exposição mais elevada aos
impactos, seja por sua baixa capacidade de absorvê-los. Este trabalho propõe a aplicação
de ferramentas e metodologia balizada em normativas da Prefeitura Municipal para
mapear, em uma dessas regiões (o território do Confisco, na regional Pampulha da
capital), locais aptos a receberem o plantio de indivíduos arbóreos. Por meio da revisão
de literatura para aprofundamento temático, do levantamento das informações do estudo
de caso e aplicação das diretrizes normativas no software de geoprocessamento
QuantumGIS, os resultados demonstraram o potencial de adensamento da vegetação
nessa região, considerando-se somente o aspecto viário da arborização urbana. Essa
possibilidade atesta capacidade adaptativa do território que poderia ser ampliada com esse
adensamento da cobertura verde, contribuindo assim na redução da sua vulnerabilidade
climática.

Palavras-chave: Arborização Urbana; Arborização Viária; Vulnerabilidade às Mudanças


Climáticas; Adaptação ao Clima.
ABSTRACT

Climatological projections and analyzes related to the adaptive capacity of territories


show that, in general, cities in developing countries are not prepared to deal with the
negative consequences of climate change in the urban environment. The deficit of a robust
green infrastructure that is well integrated with other urban systems is a reality and
directly impacts the quality of life of these populations. Studies carried out in Belo
Horizonte, MG, showed the regions which are the most vulnerable to climate change,
either because of their higher exposure to impacts, or because of their low capacity to
absorb these impacts. This work proposes the application of tools and methodology based
on local technical standards to map, in one of these regions (the Confisco territory, in the
Pampulha region of the capital), all the points eligible for planting a tree. Through the
literature review for thematic deepening, the survey of information about the case study
and the application of normative guidelines in the geo-processing software QuantumGIS,
the results demonstrated the potential for vegetation densification in this region,
considering only the road aspect of urban afforestation. This possibility abets the adaptive
capacity of the territory that could be expanded with this densification of the green
surfaces, thus contributing to the reduction of its climatic vulnerability.

Key-words: Urban Forest; Street Trees; Vulnerability to Climate Change; Adaptation to


Climate Change.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Cidade de Belo Horizonte no contexto de Minas Gerais (superior esquerda);


bairro Confisco na regional Pampulha da capital mineira (superior direita); delimitação
da área de estudo, o território do Confisco, com a demarcação em preto dos limites
municipais (inferior). ...................................................................................................... 19
Figura 2 - Mapas com o índice composto da Análise da Vulnerabilidade de Belo
Horizonte, em 2016 (esquerda) e a projetada para 2030 (direita). ................................. 21
Figura 3 – Distanciamento exigido entre os objetos. ..................................................... 23
Figura 4 – Espaçamento exigido entre os berços. .......................................................... 24
Figura 5 – Interface QGIS, com a aplicação da ferramenta de mensuração de distâncias.
........................................................................................................................................ 25
Figura 6 – Interface GoogleEarth, com a verificação dos pontos assinalados no endereço
da Figura 5. ..................................................................................................................... 25
Figura 7 – Mapa das Subáreas de estudo. ....................................................................... 26
Figura 8 – Mapa geral dos pontos de plantio. ................................................................ 27
Figura 9 – Praça Estrela Dalva. ...................................................................................... 28
Figura 10– Parque São Mateus. ...................................................................................... 28
Figura 11 – Pontos mapeados em quarteirão praticamente vago no bairro Arvoredo. .. 29
Figura 12 – Vila Francisco Mariano. Detalhe em relação ao projeto de entorno
arborizado. ...................................................................................................................... 30
Figura 13 – Trecho do bairro Confisco. Ao centro, o Parque do Confisco. ................... 31
Figura 14 – Rua Sete, no bairro Arvoredo, detalhe para a estreiteza das calçadas. ...... 31
Figura 15 – Trecho do bairro Arvoredo, detalhe para o processo de adensamento. ...... 32
Figura 16 – Calçadas na região dos galpões destinadas exclusivamente à
estacionamento. .............................................................................................................. 32
Figura 17 – Trecho do bairro São Mateus, onde há possibilidade de plantio ao longo das
calçadas dos galpões. ...................................................................................................... 33
Figura 18 – Ilha central em interseção de ruas no bairro Novo Recanto, Contagem. .... 34
Figura 19 – Trecho de calçada com potencial para implantação de vegetação. ............. 34
Figura 20 – Fachada do Centro Cultural Pampulha, no bairro Urca, em Belo Horizonte.
........................................................................................................................................ 35
Figura 21 – Área de Servidão da Torre das Caçambas................................................... 36
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7
1.1 Objetivo ........................................................................................................ 10
1.1.1 Objetivo geral ........................................................................................... 10
1.1.2 Objetivos específicos ................................................................................ 10
2 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 11
2.1 Benefícios da Arborização Urbana .............................................................. 11
2.2 Planos Locais de Arborização ...................................................................... 13
2.2.1 Projetos de Arborização: Diretrizes de Implantação ................................ 14
2.2.2 Aspectos Legais e Administração da Arborização ................................... 16
3 METODOLOGIA ................................................................................................... 18
3.1 Apresentação do Caso de Estudo ................................................................. 18
3.1.1 Vulnerabilidade às Mudanças Climáticas................................................. 20
3.2 Desenvolvimento .......................................................................................... 22
4 RESULTADOS ...................................................................................................... 26
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 37
REFERENCIAS ............................................................................................................. 40
ANEXOS.........................................................................................................................43
7

1 INTRODUÇÃO

A expansão urbana direcionada ao uso de automóveis para deslocamento promove


a instalação de infraestruturas impermeáveis (tais como as vias pavimentadas e os
estacionamentos) que, somando-se aos edifícios e demais construções na ocupação dos
solos, intensificam os impactos decorrentes dos eventos climáticos naturais. O
desenvolvimento dessa infraestrutura cinza está no cerne de nossas políticas de
planejamento, concentrando esforços e recursos, e relegando os sistemas naturais ao
segundo plano.

Concernente à essa expansão urbana, Santos (1993) afirma que a experiência


brasileira se destaca por se caracterizar a dois tempos: até o século XIX, o
desenvolvimento se deu de forma concentrada e isolada em alguns importantes polos. A
partir do século XX, inicia-se um processo tardio de expansão urbana, acelerado e
desordenado. Nessa época verifica-se um movimento intenso de migração das populações
rurais aos centros urbanos em expansão. Movimento que, apesar de algumas mudanças
nas dinâmicas dos fluxos, ainda persiste: nossas cidades abrigam hoje 85% da população
do país, segundo o IBGE (2010), e ocupam menos de 1% em extensão do território.

Mal instrumentadas e carentes de um planejamento eficiente de ordenamento da


expansão do uso e ocupação dos solos, a maioria das cidades brasileiras do século XXI
são, portanto, o reflexo de um processo desigual de desenvolvimento socioespacial
(SANTOS, 1993). Como consequência desse processo, a paisagem urbana, dominada
pelo amontoado de infraestruturas cinzas, deixa de cumprir funções ecossistêmicas
básicas para manutenção da qualidade de vida: conforto térmico, qualidade adequada do
ar e permeabilidade dos solos, por exemplo.

O desafio para as análises de planejamento consiste, assim, em reequilibrar os


sistemas urbanos, integrando os sistemas naturais às infraestruturas cinzas. Essa
integração se dá por meio das infraestruturas verdes, que, segundo Benedict e McMahon
(2006), não podem ter seu entendimento enviesado pelas práticas tradicionais de
conservação ambiental, mas sim ser compreendidas como subsídios ao desenvolvimento
necessário das cidades, interligando-se às demais infraestruturas e mitigando os impactos
negativos de sua expansão. Ainda segundo os autores:

Infraestrutura verde é o sistema de suporte de vida natural, uma rede interligada


de cursos de água, zonas húmidas, florestas, habitats selvagens, e outras áreas
naturais; greenways, parques e outras áreas de conservação; fazendas, ranchos
8

e florestas; desertos e outros espaços abertos que funcionam como suporte de


espécies nativas, mantêm o processo ecológico natural, conservam os
recursos de ar e água e contribuem para a saúde e qualidade de vida para as
comunidades e pessoas (BENEDICT; MCMAHON, 2006, p. 19).

Do ponto de vista urbanístico, esse desafio se reveste de mais complexidade ao


considerar o elevado adensamento e índices populacionais das cidades já consolidadas.
No contexto de Belo Horizonte, a constatação de uma desigualdade na distribuição
espacial dessas redes de infraestrutura verde é evidente pois, apesar de seu status de
cidade moderna planejada, com ares de cidade jardim, a capital de Minas Gerais não
escapou ao processo desenfreado de expansão e consequente abandono dos padrões
urbanísticos. Muitos bairros se constituíram à deriva e às margens de qualquer
planejamento, ocupando inclusive áreas geograficamente inadequadas à sua instalação,
como encostas íngremes e fundos de vale (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 1997).

Ao reintegrar estrategicamente os sistemas naturais no meio urbano, os ambientes


se tornam mais resilientes às variações climáticas naturais e àquelas realçadas em
decorrência do aquecimento global provocado pelo homem. Assim, o objetivo dessas
análises de planejamento do município de Belo Horizonte deveria ser primar pela
instalação adequada de infraestruturas verdes nos locais onde se verifica maior
sensibilidade à essas variações.

Em geral, a vulnerabilidade das cidades nos países em desenvolvimento se


amplifica: as taxas de crescimento demográfico aumentam e há uma lacuna generalizada
de políticas eficazes de gestão e controle da expansão urbana e fiscalização da ocupação
espontânea por parte do poder público. Ao mesmo tempo, o ritmo das emissões mundiais
de gases do efeito estufa e as variações observadas no clima forjam a necessidade de atuar
para reduzir a exposição (ou a sensibilidade) das populações à essas disfunções.

Em seu relatório Análise de Vulnerabilidade às Mudanças Climáticas de Belo


Horizonte, WayCarbon (2016) avalia os impactos climáticos mais relevantes no contexto
histórico da capital: (i) inundações, (ii) deslizamentos, (iii) dengue e (iv) ondas de calor,
considerando o cenário à época de sua elaboração e as projeções para o ano de 2030. Por
meio de uma abordagem espacial, o relatório identificou as regiões onde os impactos das
mudanças climáticas se concentram, mapeando os “hotspots de vulnerabilidade”, que
foram então considerados áreas prioritárias para ação (WAYCARBON, 2016).
9

O território do Confisco é exposto nessa análise como um dos 10 (dez) locais que
apresenta maior variação da vulnerabilidade de um cenário a outro e que deveria,
portanto, ser objeto de ações proativas de mitigação dos impactos previstos e reativas para
amenizar os impactos já observados. Ao desagregar os indicadores de vulnerabilidade, é
observado que o Confisco é especialmente sensível às ondas de calor e à dengue
(WAYCARBON, 2016).

A vulnerabilidade socioambiental de um território é calculada mediante a


consideração do grau de exposição de um ativo ao risco (seja dizer, qual a probabilidade
de ocorrência do fenômeno climático e em qual escala de grandeza) em relação à
capacidade de resposta desse ativo à ocorrência do evento (seja dizer, o grau de adaptação
para lidar com as consequências). O ativo aqui pode ser algo tangível ou intangível: uma
população, um sistema de abastecimento de água, uma rede ferroviária de transporte de
cargas, um patrimônio imaterial, um ambiente ecológico etc.

A constatação de uma vulnerabilidade no Confisco associada às ondas de calor


reflete uma baixa capacidade adaptativa nesse território: os modelos climáticos aplicados
resultam em projeções de maiores picos de temperatura sendo que, ao estudar o território
e as ações organizadas para qualificação e melhoria do ambiente construído, não se
constatou nenhum planejamento adaptação e aumento de resiliência urbana local. A
exposição ao risco é alta e a capacidade de resposta é baixa, tanto hoje quanto no cenário
projetado em 2030.

Um dos apontamentos do relatório de Vulnerabilidade de Belo Horizonte sugere


a aplicação de soluções verdes à cidade, mediante a criação sistemática de uma
infraestrutura verde para melhorar a resiliência urbana. Essa estratégia pode ser aplicada
no território do Confisco a partir da constatação de um potencial aproveitável de espaços
livres para a arborização e a localização estratégica entre dois maciços verdes (o
Zoológico Municipal de Belo Horizonte à leste e a Mata do Confisco – uma área de
preservação ambiental – à oeste, em Contagem). Um plano integrado, baseado nas
normativas técnicas existentes e aplicáveis ao contexto, e promovido pelo poder público
em parceria com a comunidade e demais atores do território, poderia alavancar essas
ações de adaptação indicadas no relatório para aumento da resiliência local.
10

1.1 Objetivo

1.1.1 Objetivo geral

O objetivo deste trabalho é propor diretrizes para um projeto de Arborização para


o Território do Confisco, localizado no limite entre os municípios de Belo Horizonte e
Contagem, em Minas Gerais. A proposta pretende explorar os benefícios da implantação
de indivíduos arbóreos no meio urbano para mitigar os impactos decorrentes da formação
da ilha de calor urbana em áreas densamente construídas, acentuada por episódios de
ondas de calor decorrentes das mudanças climáticas.

1.1.2 Objetivos específicos

• Apresentar aspectos da formação do território do Confisco que contribuem para


sua atual configuração de vulnerabilidade socioambiental;
• Aplicar ferramentas de geoprocessamento para mapear no território os pontos
aptos ao plantio de indivíduos arbóreos para adensamento da vegetação, segundo
metodologia específica;
• Avaliar a viabilidade da implantação da vegetação.

Este trabalho é sequenciado com uma revisão da literatura, na qual serão


introduzidos os benefícios da arborização urbana, especialmente seu potencial no
combate às alterações no ambiente decorrentes das mudanças climáticas. Após, será
descrita a metodologia empregada no mapeamento dos locais de plantio para
apresentação dos resultados e discussões. O trabalho encerra com algumas considerações
a respeito da solução teórica apresentada, como subsídio às discussões para a construção
coletiva de uma solução prática.
11

2 REVISÃO DE LITERATURA

A infraestrutura verde proporciona inúmeros benefícios para que as cidades sejam


não apenas mais sustentáveis, mas mais resilientes para enfrentar os efeitos causados
pelas mudanças do clima – sejam elas naturais ou relacionadas ao aquecimento global
provocado pelo homem. Ela consiste em redes multifuncionais de fragmentos permeáveis
e vegetados, incluindo ruas e propriedades públicas e privadas. Estes fragmentos são
interconectados reestruturando o mosaico da paisagem e mimetizando os processos
naturais para assegurar a qualidade de vida urbana (BENEDICT E MCMAHON, 2006;
AHERN, 2007).

No meio urbano, a arborização é um dos mais importantes componentes dessa


infraestrutura verde. A arborização contribui diretamente para a melhoria da qualidade de
vida dos habitantes de uma cidade, e é definida como o conjunto de áreas públicas e
privadas com vegetação arbórea ou em estado natural, onde se incluem as árvores de ruas,
parques públicos e demais áreas verdes (MILANO e DALCIN, 2000).

2.1 Benefícios da Arborização Urbana

Segundo Milano e Dalcin (2000), um dos benefícios da arborização urbana é sua


influência direta na estabilização e na melhoria microclimática. Através da diminuição da
incidência de luz propiciada pela copa das árvores e da evapotranspiração de suas folhas,
aumentando a umidade do ar, ocorre uma diminuição da temperatura. Esse aspecto
favorece ainda a prática de caminhada, de exercício ou mesmo o uso de transportes
alternativos, como a bicicleta.

A presença de árvores nas cidades também tem considerável potencial de remoção


de partículas e gases poluentes da atmosfera, contribuindo à melhoria da qualidade do ar.
As folhas das árvores podem absorver gases poluentes e prender partículas sobre sua
superfície. No entanto, a capacidade de retenção ou a tolerância varia entre as espécies.
Além do processo de filtragem ou absorção, os processos de oxigenação, diluição e
oxidação também são benéficos, contribuindo à atenuação da poluição gasosa advinda de
compostos químicos (MILANO, 1988; HERZOG, 2010).

As árvores também promovem o sequestro natural de carbono da atmosfera


durante o processo da fotossíntese, que transforma o gás carbônico (CO2) em energia para
seu crescimento celular (copa, tronco e raízes). Sua presença nos centros urbanos
12

contribui, portanto, à absorção do carbono emitido pelos veículos e demais atividades


antrópicas (MILANO e DALCIN, 2000).

O conforto ambiental é afetado pelos ventos, positiva ou negativamente. A


locação estratégica de indivíduos arbóreos garante proteção no inverno e direcionamento
do vento. Além disso, o posicionamento das árvores também pode ser pensado para abater
o excesso de ruídos provocados pelas atividades na cidade, a exemplo do tráfego. Ramos
mais grossos e troncos de árvores promovem a deflexão e refração das ondas sonoras
(MILANO e DALCIN, 2000; HERZOG, 2010).

De acordo com Arruda et al. (2011), outro benefício da arborização urbana


consiste na melhoria da infiltração da água no solo, evitando erosões associadas ao
escoamento superficial das águas das chuvas bem como o assoreamento de corpos d’água.
A retenção de água, tanto no solo quanto na estrutura das árvores ou no ambiente, diminui
os riscos de enxurradas e enchentes e alimenta os lençóis freáticos subterrâneos,
protegendo os corpos d’água.

Ainda segundo os autores, as árvores propiciam abrigo à fauna silvestre,


contribuindo para o equilíbrio das cadeias alimentares, diminuindo pragas e agentes
vetores de doenças e promovendo a biodiversidade. Elas também interferem diretamente
no cotidiano da população, funcionando como elementos referenciais marcantes. A
arborização embeleza a cidade, proporcionando prazer estético e bem-estar psicológico.
Todas essas funções ecológicas citadas contribuem para a saúde da população, pela
melhoria na qualidade ambiental e pelo maior conforto psicológico aos habitantes, com
diminuição do estresse cotidiano.

A presença de árvores também traz benefícios econômicos indiretos. Milano e


Dalcin (2000) citam como exemplo a redução do consumo de energia destinada a
condicionadores de ar, proporcionada pela sombra das árvores, no verão, e a valorização
de áreas e imóveis pela presença de arborização. Some-se a isso que as árvores carregam
uma história, memórias, um passado, despertando afetos nos moradores e transeuntes
locais. A manutenção de indivíduos arbóreos antigos em locais públicos estabelece um
aspecto de resgate cultural e histórico, sendo eventualmente a principal característica de
determinado local.
13

2.2 Planos Locais de Arborização

O processo de implantação e manejo da arborização nas cidades não pode seguir


procedimentos empíricos e aleatórios. Para Milano e Dalcin (2000) a importância de se
planejar a arborização reside na possibilidade de um tratamento sistemático e contínuo
do tema, posto que o meio urbano é dinâmico e o plano não se encerra nele mesmo,
devendo as intervenções serem acompanhadas no tempo.

Ainda segundo os autores, um plano de arborização da cidade, ao propor


intervenções como o plantio e a manutenção, deve carregar objetivos definidos e
fundamentados técnica e cientificamente, se possível com a identificação de metas
qualitativas e quantitativas.

Para uma melhor compreensão dos processos envolvidos com a elaboração do


plano, a arborização pode ser dividida em dois componentes principais: as áreas verdes e
a arborização viária. Para cada uma delas, deve-se fazer a distinção entre o planejamento
e o manejo. Para sua adequação é necessário definir as espécies arbóreas mais apropriadas
às condições específicas de cada local a partir de seus usos e funções, bem como de
eventuais obstáculos e elementos conflitantes (SMAS, 2013). E ainda:

As áreas verdes são distribuídas no espaço urbano como parques, praças e


jardins. O planejamento para estas áreas exige a elaboração de projetos
paisagísticos, de implantação e manejo, muitas vezes específicos para cada
unidade. A arborização viária é composta pelas árvores plantadas nas calçadas
das ruas da cidade e nos canteiros separadores de pistas de avenidas (CEMIG,
2011, p. 37).

O Manual de Arborização da CEMIG (2011), enfatiza que o plantio de árvores


deve ser planejado e projetado, tanto para as áreas verdes quanto para a arborização viária,
pois, caso contrário, uma série de problemas pode ocorrer no futuro. Dentre esses
problemas, as interferências com a infraestrutura de abastecimento de energia elétrica é
um dos mais importantes a ser levado em consideração, devido ao risco de interrupção do
serviço e todas as implicações negativas associadas a isso. Ainda, a implantação e
cuidados com a arborização demandam projetos detalhados e um gerenciamento
tecnicamente eficaz de todos os procedimentos de manejo.

Especificamente, os projetos de arborização garantem a organização da rede de


indivíduos arbóreos que será implementada, incluindo a malha urbana do local de
implantação. Além disso, os projetos permitem explorar benefícios e aspectos específicos
de cada espécie, com acompanhamento do seu desenvolvimento ao longo do tempo.
14

Nesse sentido, Basso e Corrêa (2014) avaliam em sua obra a arborização implementada
em Campo Grande, capital do estado do Mato Grosso do Sul, especificamente o
desempenho dos indivíduos arbóreos em relação à temperatura resultante nas suas
proximidades. Os autores destacam ainda as possibilidades de uso dessa informação como
estratégia de projeto na qualificação da paisagem da cidade, de forma a favorecer mais a
frequentação dos espaços públicos pelos pedestres.

Para além dos aspectos de projeto e gerenciamento, a participação cidadã também


é uma condição fundamental para a eficácia dos planos de arborização, pois será um
indicador do comprometimento com a preservação das espécies cultivadas e do nível de
satisfação com os projetos. Um planejamento que não considere os anseios e as
necessidades das localidades dificilmente terá sua implantação perenizada no tempo,
devido à falta de conexão dos projetos com a comunidade que, por não se sentir
contemplada no processo, não irá se apropriar e tampouco zelar por aquele patrimônio
natural (MILANO e DALCIN, 2000).

Segundo Milano e Dalcin (2000), o planejamento da arborização deve ser


idealmente realizado no mesmo contexto do planejamento urbano como um todo. Seja
dizer que deve considerar o conjunto de normas específicas já existentes e as orientações
e diretrizes que norteiam as demais intervenções na cidade. Os projetos de arborização
resultantes devem ser coerentes com o conjunto urbano. Concernente a isso, Gonçalves e
Meneguetti (2015) destacam o caso do Projeto de Arborização do município de Maringá,
no Paraná, que contribuiu à configuração de uma paisagem cultural de significativo valor
estético, além de um ambiente com qualidades históricas e culturais relevantes.

As autoras afirmam que essa formação de uma identidade da paisagem é


fundamental para a preservação da arborização da cidade. O projeto foi implementado
em consonância com as circunstâncias topográficas e ambientais do município, idealizado
para qualificar o conjunto viário traçado para a nova cidade que emergia ao norte do
estado.

2.2.1 Projetos de Arborização: Diretrizes de Implantação

Para Dorigon e Pagliari (2013), na elaboração de um projeto de arborização,


devem ser fixados à priori os objetivos do projeto bem como indicadores para
acompanhamento dos resultados, sempre considerando todo o ciclo de vida do processo
e as especificidades de cada espécie e de cada localidade:
15

Planejar a arborização de ruas é escolher a árvore certa para o lugar certo


sem se perder nos objetivos do planejador e nem atropelar as funções ou o
papel que a árvore desempenha no meio urbano. É fazer o uso de critérios
técnico-científicos para o estabelecimento da arborização nos estágios de
curto, médio e longo prazo (DORIGON E PAGLIARI, 2013, p. 140).

Assim, o planejamento deverá ser feito considerando as necessidades de


compatibilização entre o porte e a forma da árvore com o espaço físico disponível.
Elementos como o afastamento predial, a largura das ruas e calçadas e a adaptação que a
espécie arbórea terá ao clima local devem ser levados em conta.

Referente ao espaço físico disponível, CEMIG (2011) afirma que é fundamental


que seja considerado em sua totalidade, isto é, o espaço disponível nas calçadas ou
passeios, assim como em seu entorno, nos seus diversos níveis e convivência:

Se nivelado com o passeio ou calçada, a árvore deve ser locada em


compatibilidade com o mobiliário urbano, bueiros, hidrantes, entradas de
garagens, passagem de pedestres, entre outros;
Na parte aérea, a copa deve estar em compatibilidade com a altura dos
pedestres, veículos, redes de distribuição de serviços de energia, telefonia,
telhados e fachadas, placas indicativas, entre outros;
No nível subterrâneo, as raízes deverão estar em compatibilidade com as
características físicas e químicas dos solos e com as redes de distribuição de
água, esgoto e cabeamentos de internet, entre outros (CEMIG, 2011, p. 44).

Quanto às características da espécie, CEMIG (2011) afirma que devem ser


considerados como preferenciais o uso de espécies segundo os aspectos a seguir:

Cultural, histórico e conservacionista (seja escolher espécies nativas, que


contribuem para a preservação do equilíbrio biológico da flora e fauna locais
e relação afetiva da população local com exemplares marcantes, referenciais
ou sentimentais);
Porte (seja escolher as de maior porte, quando possível, pois proporcionam
mais benefícios. Próximo a sistemas elétricos, deve-se dar preferência a
espécies que reduzam ou eliminem a necessidade de podas e os riscos a
pessoas e ao patrimônio construído;
Saúde pública (seja escolher espécies com perfumes menos intensos, sem
espinhos ou toxidade, e resistentes a pragas e doenças);
Características das partes (seja evitar espécies de flores grandes e espessas
– capazes de provocar escorregões, tronco não volumoso ou pouco resistente
à ação do vento e privilegiar frutos que atraem a fauna sem serem grandes e
carnosos, raízes adequadas ao espaço disponível, com formato e dimensão
da copa compatíveis com o local de plantio);
Estético (seja escolher espécies atrativas do ponto de vista paisagístico)
(CEMIG, 2011, p. 44).

Ainda, de acordo com Benedict e McMahon (2006), na planificação da


arborização é fundamental considerar uma abordagem ecossistêmica. Seja dizer que todas
as premissas são aplicáveis independentemente da área em estudo, no entendimento de
que as partes do sistema estão todas conectadas. Esse aspecto é mais importante se a
planificação em questão estiver inserida em uma escala maior de planejamento
16

sustentável, que vise ao aumento da resiliência do território e à promoção generalizada


de conforto ambiental e qualidade de vida aos seus habitantes.

Por fim, para Milano e Dalcin (2000), considerações abrangentes sobre planos
diretores urbanos, seus zoneamentos e diretrizes, códigos de obras e posturas municipais,
bem como leis e normas específicas relativas ao ambiente e à arborização urbana também
devem estar inseridas nesse contexto. Esse arcabouço legal irá ditar as possibilidades de
áreas verdes públicas, arborização de ruas e áreas verdes particulares.

2.2.2 Aspectos Legais e Administração da Arborização

Segundo CEMIG (2011), além dos diversos artigos da Constituição Federal que
determinam e orientam a organização e atribuições da gestão ambiental dos municípios,
algumas leis federais têm repercussão maior na arborização urbana, destacando-se o
Código Florestal e a Lei de Crimes Ambientais.

O Código Florestal se destaca por emitir recomendações sobre as áreas de


preservação permanente. A Lei de Crimes Ambientais por sua vez é destacada pelo autor
por definir o que são atividades lesivas ao meio ambiente, por estabelecer que tais práticas
são crime e fixar punições.

A nível local, cada município com mais de 20 mil habitantes deve contar com
Plano Diretor que defina zoneamentos urbanos, identificando setores com diferentes
vocações. Para Milano e Dalcin (2000), essas regras de ocupação específicas determinam
facilidades ou dificuldades para a existência de arborização urbana. As leis normativas
complementares, como os códigos de obras municipais e os códigos ou leis de
loteamentos ou parcelamento do solo urbano, somam-se ao Plano Diretor para definir as
possibilidades de efetivação da arborização urbana em seus diferentes aspectos.

Concernente à administração da arborização urbana, considerando-se em termos


de planejamento, implantação, manejo, licenciamento e fiscalização, diferentes setores da
organização dos serviços municipais são envolvidos. Atualmente é comum que
secretarias municipais de meio ambiente ou departamentos de parques e jardins
concentrem a estrutura geral de implantação, manejo e fiscalização de áreas verdes
(públicas e privadas) e da arborização de ruas, além de deterem a estrutura de diretrizes
políticas nessa área (MILANO e DALCIN, 2000).
17

Em Belo Horizonte, o Conselho Municipal do Meio Ambiente – COMAM – é o


órgão colegiado, com ação normativa e deliberativa, responsável pela formulação das
diretrizes da Política Municipal de Meio Ambiente em Belo Horizonte e se insere na
Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA). A Deliberação Normativa nº 69 de 30
de agosto de 2010 (DN69) publicada pelo COMAM estabelece normas para o plantio de
árvores em logradouros públicos. A DN69 resgata a conceituação a respeito do porte das
árvores e define as características que devem ser observadas nas mudas destinadas ao
plantio em local público. Também define as condições para a escolha da espécie e
aspectos referentes ao espaçamento entre os indivíduos arbóreos e conflitos com
mobiliário urbano.
18

3 METODOLOGIA

A metodologia de pesquisa adotada nesse trabalho é a exploratória, em que, para


além da pesquisa descritiva do material bibliográfico sobre o tema, há também aplicação
de ferramentas para geração de novos dados ainda não existentes.

3.1 Apresentação do Caso de Estudo

O estudo foi realizado no território do Confisco, localizado na região de


conurbação da regional Pampulha, noroeste de Belo Horizonte, com Contagem.

O território (FIGURA 1) compreende bairros pertencentes ao município de Belo


Horizonte e também ao município de Contagem, sendo eles: Arvoredo, Confisco, Estrela
Dalva, Recanto da Pampulha, Novo Recanto, São Mateus e Urca. Além dos bairros, a
área também compreende algumas vilas, como a Vila Francisco Mariano e a Vila Itália,
todas já consolidadas. A área calculada é de 2,3 km². A população total do território de
estudo é estimada em 20.000 (vinte mil) habitantes, de acordo com o último censo
demográfico do IBGE.

À leste, o Confisco é delimitado pela área verde do Zoológico da Fundação


Municipal Zoo-botânica. À Oeste, é delimitado pela Mata do Confisco, área de Reserva
Particular do Patrimônio Natural (RPPN), importante fragmento florestal do bioma Mata
Atlântica. O eixo escolhido é delimitado à sul pela Avenida Clóvis Salgado (Belo
Horizonte) e ao norte pelo córrego Bom Jesus (Contagem), córrego que assume outros
nomes em outros trechos da sua extensão. O Bom Jesus é um dos últimos remanescentes
a céu aberto da bacia hidrográfica da Pampulha.
19

Figura 1 – Cidade de Belo Horizonte no contexto de Minas Gerais (superior esquerda); bairro Confisco na regional
Pampulha da capital mineira (superior direita); delimitação da área de estudo, o território do Confisco, com a
demarcação em preto dos limites municipais (inferior).
Fonte: Google Maps, 2021.

A ocupação do Território do Confisco remonta ao final da década de 1980. O


terreno então pertencente à Fazenda do Confisco foi desapropriado pela prefeitura de Belo
Horizonte para permitir o assentamento de um grupo de famílias que protestavam pelo
direito à moradia (APCBH, 2011). Em sua configuração atual, o bairro do Confisco
propriamente dito está localizado no limite administrativo dos municípios de Belo
Horizonte e Contagem, o que inclusive gera transtornos para os moradores, havendo
20

relatos de casos de bitributação predial ou dificuldade de cadastramento nas prefeituras


para acessar os serviços de saúde e educação, por exemplo.

A região evoluiu com o passar do tempo, e os moradores foram melhorando suas


condições de vida e substituindo as casas improvisadas em lonas por casas de alvenaria;
o bairro foi tomando forma e se consolidando. Como resultado das diversas lutas pelo
acesso aos serviços de energia, água, rede de esgoto, coleta de resíduos, transporte e
pavimentação das ruas, nasceu um importante movimento comunitário, envolvendo toda
a população do conjunto. Esse movimento foi responsável pelas conquistas diante do
poder público e ainda persiste como força de engajamento no bairro.

3.1.1 Vulnerabilidade às Mudanças Climáticas

A Prefeitura de Belo Horizonte, em 2016, com objetivo de analisar a


vulnerabilidade às mudanças climáticas no município, com base no cenário daquele ano
e as projeções para o ano de 2030, contratou os estudos da empresa de consultoria
ambiental Way Carbon. A ação se insere no contexto de implementação da sua Política
de Enfrentamento às Mudanças Climáticas. Resultou desse serviço o relatório “Análise
de Vulnerabilidades às Mudanças Climáticas do Município de Belo Horizonte”, que teve
como base a metodologia utilizada no Quarto Relatório de Avaliação do Painel de
Intergovernamental de Mudanças Climáticas (AR4 – IPCC, da sigla em inglês), relatório
publicado em 2007.

Com isso foi obtido um índice numérico composto, calculado por meio da média
ponderada dos índices de vulnerabilidade por impacto estudado, a saber: inundação,
deslizamento, dengue e ondas de calor. A partir do índice se fez uma modelagem para
apontar o surgimento de “hotspots” em 2030, nos quais os impactos estudados poderão
atingir situações de criticidade ainda maior em seus efeitos para as comunidades afetadas.
Vale ressaltar que a escolha dos impactos estudados foi refletida com base no contexto
local. Foram selecionados os impactos mais importantes que já são verificados na cidade
e que acarretam perdas substanciais ao município.
21

O território do Confisco apresenta alta vulnerabilidade aos impactos estudados já


em 2016, e aparece na lista dos 10 hotspots em 2030 (FIGURA 2). A região apresenta
nessa projeção alta vulnerabilidade às ondas de calor e à dengue, evidenciando assim a
urgência de uma planificação de ações preventivas.

Figura 2 - Mapas com o índice composto da Análise da Vulnerabilidade de Belo Horizonte, em 2016 (esquerda) e a
projetada para 2030 (direita).
Fonte: WayCarbon, 2016.

A vulnerabilidade associada às ondas de calor reflete uma capacidade adaptativa


menos ampla nesse território. Assim, segundo o relatório publicado, propostas de medidas
de adaptação devem ser projetadas e implantadas para obter benefícios como a melhoria
nas condições para a saúde humana, na qualidade do ar e no conforto térmico. Dentre
essas medidas de adaptação, o uso inteligente de infraestrutura verde é destacado.

Conforme citado na revisão de literatura, dentre o rol de opções da infraestrutura


verde de uma cidade, a arborização viária é um dos itens com maior influência direta na
estabilização e na melhoria microclimática. À luz dos resultados da análise de
vulnerabilidade, essa solução é uma (mas não a única) que interfere precisamente no
território de estudo.

O Confisco, apesar de estar localizado entre dois maciços verdes (a Fundação


Zoo-botânica e a Mata do Confisco), ainda tem um potencial não aproveitado de espaços
livres para a arborização viária e para criação de áreas verdes públicas. Os resultados da
22

análise de vulnerabilidade ambiental também destacam as condições de alta sensibilidade


social dessa região, caracterizada por populações de baixa renda e cuja ocupação, apesar
de hoje bem consolidada, se deu de forma precária, gerando algumas dificuldades para
sua requalificação estrutural.

3.2 Desenvolvimento

Para a elaboração do trabalho, foram levantados inicialmente os dados pertinentes


para formação do referencial teórico: revisão bibliográfica elaborada sobre artigos, sites
e livros com relação ao tema da Arborização Urbana.

Em seguida, foram coletadas as bases cartográficas para manipulação no software


QuantumGIS, que permite analisar e editar informações espaciais, além de criar mapas
com várias camadas. O QuantumGIS é um software livre com código-fonte aberto,
empregando o sistema de informação geográfica (SIG) que permite a visualização, edição
e análise de dados georreferenciados.

O mapeamento dos pontos aptos a receber um plantio foi balizado pela DN69 de
Belo Horizonte, tendo em vista que as normativas referentes à arborização do município
de Contagem ainda estão passando por um processo de aprimoramento e consolidação,
inclusive com a elaboração recente do Plano Municipal de Arborização Urbana.

Em relação aos distanciamentos, as exigências da DN69 para o plantio de árvores


em logradouro público que foram utilizadas nesse trabalho são (FIGURA 3):

• 7 m, em relação a esquinas;
• 5 m, em relação a postes;
• 1,5 m, em relação a entradas de garagens;
• 1,5 m, em relação a hidrantes.
23

Figura 3 – Distanciamento exigido entre os objetos.


Fonte: Cartilha Ilustrativa da PBH sobre Plantio de Árvores (2021).

A DN69 (2010, Art. 5º, § 2º) prevê ainda que a distância mínima em relação a
ponto de sinalização de trânsito existente “[...] deverá ser estipulada caso a caso, tendo
como base as características da via, a localização e o tipo de sinalização e a arquitetura
da copa da espécie a ser plantada”. Considerando que esse trabalho desenvolve apenas o
mapeamento prévio dos pontos de plantio, sem elencar as espécies que deverão ser
empregadas, foi adotado distanciamento de 5 m para todos os casos de conflito com
sinalização viária.

Os berços onde serão plantados os indivíduos arbóreos também devem respeitar


distanciamento mínimo entre si, garantindo plenas condições para o crescimento das
árvores que, caso contrário, poderiam entrar em competição. O espaçamento médio entre
uma cova e outra varia das seguintes formas, de acordo com o porte das espécies a serem
utilizadas (FIGURA 4):

• 10,0 a 12,0 m, quando entre espécies de grande porte;


• 6,0 a 10,0 m, quando entre espécies de médio porte;
• 4,0 a 6,0 m, quando entre espécies de pequeno porte.
24

Figura 4 – Espaçamento exigido entre os berços.


Fonte: Plantio de Árvores, Cartilha Ilustrativa da PBH (2021).

A DN69 considera espécies de pequeno porte aquelas com altura até 5,0 m;
espécies de médio porte aquelas com altura entre 5,0 e 10,0 m e espécies de grande porte
as com altura superior a 10,0 m (quando de sua fase adulta).

A DN69 estabelece que não poderão ocorrer plantios em passeios com largura
inferior a 1,50 m. Esse aspecto é de especial relevância pois, conforme as características
de urbanização precária do território, muitas calçadas são estreitas e, de fato, a
implantação de vegetação dificultaria a circulação dos pedestres. No desenvolvimento
desse trabalho a premissa considerada foi ainda mais rigorosa: as calçadas aptas ao plantio
devem possuir largura mínima de 2,5 m para garantir o plantio de espécies de porte maior
(que exigem berços maiores, medindo 1 m de cada lado) e manter a largura mínima de
1,5 m para acessibilidade que é exigida conforme ABNT/NBR 9050 (2015).

Ainda em relação ao impedimento de plantio nas calçadas, por qualquer motivo,


um segundo aspecto relevante para o contexto foi a seguinte orientação da DN69 (2010,
Art. 7º, § 2º): “poderá ser verificada a possibilidade de o plantio ocorrer em faixa de
estacionamento de veículos pertencente à via, mediante avaliação específica dos órgãos
municipais competentes”. Seja dizer que a DN69 dá abertura para um desenho menos
convencional, onde haveria uma ressignificação das vias, vistas em geral como de
usufruto praticamente exclusivo dos veículos automotores (em movimento ou
estacionados).

Com auxílio do software QGIS, foi feita a análise visual das bases cartográficas
do território que estavam disponíveis. Considerando-se que as bases acessadas datam de
2019, a análise foi completada com uma consulta à ferramenta Earth do Google, que
25

também é um programa gratuito de computador e atualizado praticamente anualmente.


Assim, sempre que possível, o indivíduo arbóreo só foi posicionado após dupla
verificação: conferência dos distanciamentos e larguras disponíveis na calçada via QGIS
e confirmação visual do ponto no Earth (FIGURAS 5 e 6).

Figura 5 – Interface QGIS, com a aplicação da ferramenta de mensuração de distâncias.


Fonte: Fonte: Elaboração própria em base do QGIS (2021).

Figura 6 – Interface GoogleEarth, com a verificação dos pontos assinalados no endereço da Figura 5.
Fonte: GoogleEarth (2021).
26

4 RESULTADOS

Para obtenção dos pontos de plantio, foram estabelecidas subáreas de


planejamento conforme Figura 7. As subáreas foram determinadas após verificação
primária da existência de calçadas minimamente largas que permitissem o plantio de, ao
menos, um indivíduo arbóreo e pelo seu município de jurisprudência. Em seguida,
agrupou-se os endereços nomeando cada subárea de acordo com seu bairro mais
relevante:

Figura 7 – Mapa das Subáreas de estudo.


Fonte: Elaboração própria em base do GoogleEarth (2021).

O resultado são 07 (sete) subáreas, sendo duas localizadas no município de Belo


Horizonte (Urca e Confisco) e o restante localizado em Contagem (Arvoredo, Estrela
Dalva, Recanto, Novo Recanto e São Mateus). Esse mapeamento foi necessário pois,
apesar de o desenvolvimento do mapa dos pontos de plantio independer de em qual
município cada ponto se localiza, um eventual plantio ocorreria sob égide do órgão
público correspondente – que é diferente entre os dois municípios.

A aplicação da DN69 resultou no mapeamento de 476 pontos aptos para o plantio


de um indivíduo arbóreo, sendo 91 pontos localizados na porção de Belo Horizonte e 385
na porção pertencente à Contagem, conforme Figura 8 a seguir.
27

Figura 8 – Mapa geral dos pontos de plantio.


Fonte: Elaboração própria em base transposta do QGIS para o GoogleEarth (2021).
28

Todos esses pontos foram obtidos considerando-se o somente aspecto viário da


arborização urbana. Em paralelo, a análise evidenciou que as três áreas verdes mantidas
pelo poder público no território (Parque Linear São Mateus, Parque do Confisco e Praça
Estrela Dalva) também possuem todas um potencial de adensamento de sua arborização,
conforme é mostrado nas Figuras 9 e 10 abaixo.

Figura 9 – Praça Estrela Dalva.


Fonte: GoogleMaps (2021).

Figura 10– Parque São Mateus.


Fonte: GoogleMaps (2021).
29

Em algumas das subáreas, a presença de lotes vagos – e mesmo quarteirões


inteiros em processo tardio de ocupação, como é o caso de uma parte considerável do
bairro Arvoredo (FIGURA 11) – facilitou a inserção de pontos de plantio, pois não se
encontram ainda alguns dos obstáculos mais comuns à arborização das calçadas (entradas
de garagem, lixeiras e caixas de inspeção de esgoto domiciliar), havendo somente os
postes de energia elétrica e bueiros esparsos. Nesses casos, as futuras edificações é que
deverão se adequar ao espaço disponível para locação dos itens previstos na ocupação.

Figura 11 – Pontos mapeados em quarteirão praticamente vago no bairro Arvoredo.


Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Todavia, foi nítida a dificuldade em localizar dentro das vilas locais ruas
estruturadas que permitissem algum plantio conforme as diretrizes da DN69. Como
resultado, há verdadeiros bolsões de vazios nesses locais, que contrastam com o restante
do mapeamento. A Figura 12 a seguir destaca o trecho da Vila Francisco Mariano em
relação ao entorno no mapeamento realizado.
30

Figura 12 – Vila Francisco Mariano. Detalhe em relação ao projeto de entorno arborizado.


Fonte: Elaboração própria (2021).

Os resultados evidenciaram que, mesmo em áreas de ocupação mais ordenada,


onde as vias são mais estruturadas, como é o caso do próprio bairro do Confisco, uma
proporção importante das calçadas não atende à largura mínima de 2,5 m utilizada como
parâmetro e mesmo a largura de 1,5 m também não é encontrada em vários dos
logradouros. A análise demonstrou que, se comparadas às calçadas das vilas, essas
calçadas são de fato melhor qualificadas. Entretanto, em ambos os casos se esbarrou no
aspecto geométrico e o plantio ficou inviabilizado. A Figura 13 representa o trecho da
subárea do Confisco, onde mapearam-se escassos pontos aptos à arborização.
31

Figura 13 – Trecho do bairro Confisco. Ao centro, o Parque do Confisco.


Fonte: Elaboração própria (2021).

Outra importante observação que resulta da análise foi a negligência em garantir


às calçadas uma largura mais confortável para circulação de pedestres nos trechos que
estão atualmente em processo de ocupação na subárea do Arvoredo. Trata-se de um trecho
do território onde se localizam atualmente alguns empreendimentos edilícios – com
caráter formal e organizado – que não foram sensibilizados durante a fase de projeto para
a possibilidade de qualificar melhor suas calçadas, o que inclusive valorizaria os imóveis.

Figura 14 – Rua Sete, no bairro Arvoredo, detalhe para a estreiteza das calçadas.
Fonte: Elaboração própria (2021).
32

Figura 15 – Trecho do bairro Arvoredo, detalhe para o processo de adensamento.


Fonte: Elaboração própria (2021).

Ainda na região do Arvoredo, observou-se a presença de vários galpões industriais


que possuem um bom recuo em relação às vias, mas que não mantém nenhuma árvore ou
arbusto nas calçadas. As larguras em geral são mais que suficientes, porém a maioria das
calçadas é destinada a estacionamento de veículos (FIGURA 16).

Figura 16 – Calçadas na região dos galpões destinadas exclusivamente à estacionamento.


Fonte: GoogleMaps (2021).
33

Na região do bairro São Mateus há um trecho de ocupação de galpões industriais.


Nesse caso, os galpões são mais extensos (o que cria inclusive grandes fachadas cegas) e
as calçadas também possuem as larguras mínimas para arborização. Entretanto, não se
identificou nenhum indivíduo arbóreo nessas calçadas. Os pontos do mapeamento foram
assim relativamente numerosos nesse caso (FIGURA 17).

Figura 17 – Trecho do bairro São Mateus, onde há possibilidade de plantio ao longo das calçadas dos galpões.
Fonte: Elaboração própria (2021).

O mapeamento demonstrou também a existência de um potencial não aproveitado


em alguns trechos “vazios de ocupação”. A exemplo da ilha central na interseção das ruas
Nove, dos Pinheiros e Jacarandá, na subárea do Novo Recanto da Pampulha, em
Contagem (FIGURA 18) e da calçada na altura do número 725 da rua Condé Bonfim, na
subárea do Recanto da Pampulha, também em Contagem (FIGURA 19).

A ilha central, no primeiro caso, está tomada por uma pequena árvore ressequida
e uma espécie de palmeira, enquanto a calçada na rua Condé Bonfim possui um amplo
canteiro vazio que talvez esteve vegetado no passado.
34

Figura 18 – Ilha central em interseção de ruas no bairro Novo Recanto, Contagem.


Fonte: GoogleMaps (2021).

Figura 19 – Trecho de calçada com potencial para implantação de vegetação.


Fonte: GoogleMaps (2021).

Outro exemplo de potencial de arborização não aproveitado é o trecho de calçada


defronte o Centro Cultural Pampulha, localizado no bairro Urca (FIGURA 20). O
paisagismo do local é composto por uma palmeira solitária e que está inclusive mal
posicionada em relação ao mobiliário urbano, muito rente à placa de sinalização e ao
poste de energia elétrica. No local há um belo pórtico e espaço vago suficiente para um
projeto de requalificação.
35

Figura 20 – Fachada do Centro Cultural Pampulha, no bairro Urca, em Belo Horizonte.


Fonte: GoogleMaps (2021).

Por fim, a análise do território também identificou alguns trechos onde projetos
estruturantes poderiam ser aplicados para contribuir ao adensamento da vegetação local.
Um exemplo é a área de servidão da Torre do Teleférico de Cimento, antigamente
pertencente à uma empresa cimenteira, cuja posse legal após o encerramento das
atividades foi entregue à Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA) e
atualmente está em processo de incorporação à Prefeitura de Contagem.

Trata-se de um extenso trecho do quarteirão de cerca de 7.000 m² entre as ruas do


Sol e dos Pinheiros no bairro Novo Recanto da Pampulha (FIGURA 21), onde inclusive
ainda estão conservadas as estruturas das Torres e que tem um potencial de ocupação para
fins de recreação e atividades produtivas da população (academia aberta, pomar e horta
coletivos e parque infantil por exemplo).
36

Figura 21 – Área de Servidão da Torre das Caçambas.


Fonte: Google Earth (2021).
37

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nas cidades em desenvolvimento, cenários de um processo de urbanização muito


acelerado, o desafio de adaptação do território ocupa um lugar importante nos debates em
torno das mudanças climáticas. A vulnerabilidade desses locais, ao resultar da
combinação de diferentes parâmetros, demanda também um esforço combinado de ação
no território.

O território do Confisco está confrontado à problemas graves de exposição e


sensibilidade aos fenômenos climáticos, em parte por sua implantação carente de uma
planificação estratégica, em parte pela indefinição quanto ao papel e responsabilidades
de cada uma das instâncias municipais presentes.

No contexto da adaptação climática, não interessa a execução de operações


pontuais desconectadas de uma estratégia global de desenvolvimento. Assim, urge
consolidar o conjunto de planos individuais existentes em um único plano regional que
possa orientar ações localizadas. O Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI)
da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que inclusive se encontra nesse
ano (2022) em processo de atualização, é uma ferramenta que poderia ser fortalecida para
guiar essas ações. O atual plano diretor de Belo Horizonte dá um passo nesse sentido ao
integrar medidas de recuperação ambiental e de infraestrutura verde com o objetivo claro
de aumentar a resiliência ambiental do território.

Os objetivos do trabalho foram de contribuir a esse debate com a proposição de


um projeto de adensamento da arborização do território do Confisco, com vistas a
qualificar os espaços públicos, melhorando o microclima local, dentro da legislação
instrumentada pelo poder público. Nesse sentido, a metodologia adotada foi de suma
importância para o alcance dos objetivos, pois garantiu a execução do mapeamento
sempre em consonância com o que é estabelecido na lei do município, sendo, portanto,
um projeto teoricamente exequível.

O mapeamento resultou em 476 pontos onde é passível o plantio de um indivíduo


arbóreo, distribuídos de forma heterogênea dentro do território (devido às características
urbanas limitadoras em algumas áreas). Majoritariamente, os pontos estão localizados na
parte do território pertencente ao município de Contagem, o que é razoável, dado que o
município ocupa a maior parte da área de estudo.
38

O emprego do software QGIS também deve ser destacado. Além de gratuita, essa
ferramenta computacional pode ser facilmente instalada e manuseada. A interface mais
básica do software é relativamente intuitiva e as ferramentas de medição e de marcação
de pontos são suficientes para executar o mapeamento e garantir uma apresentação
esteticamente agradável dos resultados. Ou seja, poucos recursos devem ser necessários
às equipes técnicas municipais para realizar propostas semelhantes de análise.

Ressalta-se ainda que o sucesso de uma proposta de arborização viária para


melhorar o conforto térmico local e aumentar a resiliência do Confisco não reside somente
na capacidade técnica e na integração das equipes municipais envolvidas, mas também
do engajamento que elas suscitam na comunidade. A interação entre todos os atores é
crucial para a decisão de um modelo final de intervenção tecnicamente adequado à
realidade local e em conformidade com as demandas dos habitantes e usuários do local.

Outrossim, quaisquer intervenções precisam ser aliadas a campanhas de


sensibilização ambiental na comunidade. Ao garantir às populações a compreensão dos
benefícios do adensamento da vegetação local e suscitar a cooperação para preservação e
manutenção dessa vegetação, as intervenções serão mais perenes e melhor sucedidas.

A localização de mais de quatrocentos pontos aptos para receber uma árvore na


região estudada significa um grande potencial de atuação e deve ser encarada como um
resultado positivo. Mas esse resultado também evidencia o vazio de uma planificação
engessada na aplicação das soluções duras (a infraestrutura cinza), que desconsideram a
vegetação como um serviço básico e essencial, um serviço a ser instalado e preservado,
que qualifica o ambiente e contribui para a manutenção da qualidade de vida dos
moradores e dos transeuntes. O sistema viário urbano, com seu mobiliário; os sistemas
de abastecimento e saneamento, com seus encanamentos e poços de visita; o sistema de
drenagem urbana com suas sarjetas e bocas-de-lobo – todos podem coexistir com a
vegetação urbana, se observadas as restrições de distanciamento e correta manutenção.

Ainda sobre o resultado encontrado, chama a atenção também a identificação de


mais de uma área livre que poderia ser utilizada como projetos demonstrativos. Essas
intervenções, de cunho paisagístico, serviriam para melhorar a atratividade desses pontos,
incentivando a sua frequentação e a prática de atividades saudáveis ao ar livre e
fortalecendo os laços comunitários; além da possibilidade de geração de renda, que
também poderia ser explorada. É o caso do Monte Sinai e seu entorno; da área de servidão
39

da Torre do Teleférico de Cimento (“Torre das Caçambas”) e da margem linear do


córrego Bom Jesus, no limite norte do território.

O presente trabalho pode engajar novas propostas para o território, por exemplo
com a consideração de desenhos menos convencionais de espaços públicos para garantir
a implementação de arborização em pontos onde a legislação convencionada não
permitiria. As análises visuais do conjunto urbano estudado evidenciam vários trechos
com composições viárias que poderiam ser melhor adequadas ao contexto local de
ocupação. Ainda, os resultados específicos deste trabalho podem ser livremente aplicados
inclusive pelos próprios moradores locais, que têm o direito garantido de executar o
plantio de árvore em calçada, desde que seja realizada liberação prévia por técnico
licenciado da prefeitura e que sejam respeitadas as condições de plantio e seleção da
muda.
40

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Teses e Monografias, n. 25).

SANTOS, M. A. Urbanização Brasileira. 1993, Hucitec, São Paulo (1997, 5ª ed.)

TROWBRIDGE, P. J.; BASSUK, N. L. Plant Selection. In: Trees in the Urban


Landscape: site assessment, design and installation. Ed. John Wiley & Sons, 2004.
Cap. 4, p.171-203.

WAYCARBON. Análise de vulnerabilidade as mudanças climáticas do município de


Belo Horizonte. Relatório Final. Belo Horizonte: WayCarbon, junho 2016, versão 1.0.0.
ANEXO
Lista por Subárea dos Pontos Mapeados
44

ARVOREDO
LOCALIZAÇÃO
PONTO
RUA N° REFERÊNCIA
1 22 S/N LOTE VAGO NA ESQ C/ GUANABARA
2 22 37 -
3 22 65 -
4 22 76 -
5 22 77 -
6 22 S/N LOTE VAGO APÓS O N° 177
7 22 S/N PRÓXIMO LOTE
8 22 211 IGREJA
9 22 225 -
10 22 S/N LOTE VAGO APÓS O N° 201
11 22 165 DEBAIXO DA MARQUISE
12 22 149 -
13 21 S/N LOTE VAGO ANTES DO N° 121
14 21 121 -
15 21 S/N LOTE VAGO ANTES DO N° 193
16 GUANABARA 192 -
17 GUANABARA S/N MURO AZUL DO POSTO DE GASOLINA
18 1 S/N MURO AZUL DO POSTO DE GASOLINA
19 1 43 -
20 1 73 -
21 3 S/N APÓS O NÚMERO N° 155
22 3 S/N EM FRENTE O NÚMERO N° 156
23 3 S/N EM FRENTE O NÚMERO N° 156
24 1 235 -
25 1 150 -
26 6 50 -
27 6 72 -
28 1 520 -
29 1 S/N LOTE APÓS O N° 520
30 8 S/N LOTE VAGO APÓS O N° 156
31 8 S/N LOTE VAGO APÓS O N° 156
32 8 S/N LOTE VAGO APÓS O N° 40
33 8 S/N LOTE VAGO APÓS O N° 40
34 13 S/N LOTE VAGO
35 13 S/N LOTE VAGO
36 13 S/N LOTE VAGO
37 9 146 -
38 9 S/N LOTE VAGO
39 9 S/N LOTE VAGO
40 9 S/N LOTE VAGO
41 9 S/N LOTE VAGO
42 9 S/N LOTE VAGO
43 9 S/N LOTE VAGO
44 9 S/N LOTE VAGO
45 9 S/N LOTE VAGO
46 16 S/N LOTE VAGO
47 16 S/N LOTE VAGO
48 16 S/N LOTE VAGO
49 16 S/N LOTE VAGO
50 10 S/N LOTE VAGO
51 10 S/N LOTE VAGO
52 10 S/N LOTE ENTRE O N° 194 E O N° 210
53 10 S/N LOTE VAGO APÓS O N° 49
54 10 S/N LOTE VAGO APÓS O N° 49
55 10 - 11 - 17 S/N QUARTEIRÃO INTEIRO DEFINIDO PELAS RUAS 10-
56 10 - 11 - 17 S/N 1117
57 10 - 11 - 17 S/N
58 10 - 11 - 17 S/N
59 10 - 11 - 17 S/N
60 10 - 11 - 17 S/N
61 10 - 11 - 17 S/N
62 10 - 11 - 17 S/N
63 10 - 11 - 17 S/N
64 10 - 11 - 17 S/N
65 10 - 11 - 17 S/N
66 10 - 11 - 17 S/N
67 10 - 11 - 17 S/N
68 10 - 11 - 17 S/N
45

69 10 - 11 - 17 S/N
70 10 - 11 - 17 S/N
71 10 - 11 - 17 S/N
72 10 - 11 - 17 S/N
73 10 - 11 - 17 S/N
74 10 - 18 S/N CANTEIRO NO CRUZAMENTO DAS RUAS 10 E 18
75 18 S/N POSSIBILIDADE DE 10 PLANTIOS DO LADO ESQUERDO
76 18 S/N
77 18 S/N
78 18 S/N
79 18 S/N
80 18 S/N
81 18 S/N
82 18 S/N
83 18 S/N
84 18 S/N
85 18 S/N POSSIBILIDADE DE 10 PLANTIOS DO LADO DIREITO
86 18 S/N EM FRENTE AO CAMPINHO
87 18 S/N
88 18 S/N
89 18 S/N
90 18 S/N
91 18 S/N
92 18 S/N
93 18 S/N
94 18 S/N
CONFISCO
LOCALIZAÇÃO
PONTO
RUA N° REFERÊNCIA
1 MARIA DA MATTA CASTRO 180 LOTE VAGO NA ESQ C/ GUANABARA
2 MARIA DA MATTA CASTRO 583 -
3 LETA DE SOUZA ALVES 443 -
4 ELAINE MARTINS S/N EM FRENTE AOS CONDOMÍNIOS
5 23 S/N EM FRENTE AOS CONDOMÍNIOS
6 23 S/N EM FRENTE AOS CONDOMÍNIOS
7 EVELYNE PAPE SINGER S/N MURO LARGO EM FRENTE AO POSTO DE SAÚDE
8 EVELYNE PAPE SINGER S/N
9 REINALDO MELGAÇO 59 EM FRENTE AO N° 55
10 ELAINE MARTINS S/N MURO EM FRENTE AO N° 230
11 ELAINE MARTINS 193
12 LUÍS LYRIO S/N ANTES DO N° 117
13 LUÍS LYRIO S/N
14 MARCELO GUIMARÃES S/N LOTE VAGO ANTES DO N° 143
15 MARCELO GUIMARÃES S/N LOTE VAGO ANTES DO N° 143
ESTRELA DALVA
LOCALIZAÇÃO
PONTO
RUA N° REFERÊNCIA
1 ANGRA DOS REIS S/N LOTE NA ESQ C/ NOVA ALMEIDA
2 ANGRA DOS REIS 80 -
3 PRAIA GRANDE 20 -
4 PRAIA GRANDE 36 -
5 PRAIA GRANDE S/N LOTE VAGO APÓS O N° 36
6 PRAIA GRANDE 28 -
7 PRAIA GRANDE 28 -
8 PORTO SEGURO 70 -
9 MARATAIZES 147 -
10 BÚZIOS 432 FRIGOLIMA
11 BÚZIOS 96 SACOLÃO LEGAL
12 BÚZIOS 116 -
13 BÚZIOS 64 -
14 BERTIOGA 142 -
15 BERTIOGA S/N LOTE EM FRENTE AO N° 142
16 BERTIOGA 147 GALPÃO
17 BERTIOGA 105 -
18 BERTIOGA 84 -
19 BERTIOGA 80 -
20 BERTIOGA 42 -
21 BERTIOGA 32 -
22 ITUTINGA 35 -
23 ITUTINGA 39 -
24 CABO FRIO 61 -
46

25 GUARUJÁ 131 -
26 NOVA ALMEIDA 53 -
27 NOVA ALMEIDA 80 -
NOVO RECANTO
LOCALIZAÇÃO
PONTO
RUA N° REFERÊNCIA
1 9 S/N ENTRE R. COQUEIROS E MANGUEIRAS
2 9 S/N ENTRE R. COQUEIROS E MANGUEIRAS
3 9 S/N ENTRE R. COQUEIROS E MANGUEIRAS
4 9 S/N ENTRE R. COQUEIROS E MANGUEIRAS
5 JACARANDÁ S/N LOTE VAGO EM FRENTE AO N° 97
6 JACARANDÁ S/N LOTE VAGO EM FRENTE AO N° 97
7 JACARANDÁ S/N LOTE VAGO EM FRENTE AO N° 97
8 JACARANDÁ S/N CANTEIRO DA ROTATÓRIA
9 PINHEIROS 36 -
10 PINHEIROS 58 -
11 PINHEIROS 68 -
12 PINHEIROS 106 -
13 PINHEIROS 116 -
14 PINHEIROS 170 -
15 PINHEIROS 210 -
16 PINHEIROS 210 -
17 PINHEIROS 238 -
18 PINHEIROS 238 -
19 CAJUEIRO S/N LOTE VAGO APÓS O N° 306
20 CAJUEIRO 287 -
21 CAJUEIRO 280A -
22 CAJUEIRO 248 -
23 CAJUEIRO 208 -
24 CAJUEIRO 229 -
25 CAJUEIRO 237 -
26 CAJUEIRO S/N LOTE APÓS O N° 216
27 CAJUEIRO S/N PRÓXIMO LOTE
28 CAJUEIRO S/N PRÓXIMO LOTE (N° 246?)
29 CAJUEIRO 81 -
30 CAJUEIRO S/N PRÓXIMO LOTE
31 CAJUEIRO 76 -
32 DAS MANGUEIRAS 64 -
33 DAS MANGUEIRAS 64 -
34 DAS MANGUEIRAS 150 -
35 DAS MANGUEIRAS S/N LOTE APÓS O N° 8
36 DAS MANGUEIRAS S/N LOTE VAGO EM FRENTE AO N° 219
37 DAS MANGUEIRAS S/N LOTE VAGO EM FRENTE AO N° 219
38 DAS MANGUEIRAS 190 -
39 DAS MANGUEIRAS S/N LOTE VAGO APÓS O N° 190
40 DAS MANGUEIRAS 17 -
41 DAS MANGUEIRAS 18 -
42 DAS MANGUEIRAS 130 -
43 DAS MANGUEIRAS S/N LOTE VAGO APÓS O N° 24
44 DAS MANGUEIRAS 52 -
45 DAS MANGUEIRAS 32 -
46 DAS MANGUEIRAS 13 ESQ ENTRE ACÁCIAS E PARATI
47 DAS MANGUEIRAS 13 ESQ ENTRE ACÁCIAS E PARATI
48 DOS COQUEIROS 95 -
49 DOS COQUEIROS S/N LOTE VAGO APÓS O N° 35
50 DOS COQUEIROS S/N PRÓXIMO LOTE (N° 285?)
51 DOS COQUEIROS S/N LOTE VAGO APÓS O N° 26
52 DOS COQUEIROS 39 -
53 DOS COQUEIROS 41 -
54 DOS COQUEIROS 52 -
55 DOS COQUEIROS S/N LOTE VAGO APÓS O N° 46
56 DOS COQUEIROS 13 -
57 DOS COQUEIROS 138 -
58 DOS COQUEIROS S/N PRÓXIMO LOTE
59 DOS COQUEIROS 108 ANTIGO 9?
60 DOS COQUEIROS 68 -
61 DOS COQUEIROS S/N APÓS O N° 25
62 DOS COQUEIROS S/N APÓS O N° 25
63 DOS COQUEIROS S/N APÓS O N° 28
64 YPÊ AMARELO S/N ANTES DO N° 120
65 YPÊ AMARELO S/N ANTES DO PORTÃO N° 149
47

66 YPÊ AMARELO S/N EM FRENTE AO PORTÃO N° 149


67 YPÊ AMARELO 186 -
68 YPÊ AMARELO 50 -
69 YPÊ AMARELO 206 -
70 YPÊ AMARELO 218 -
71 YPÊ AMARELO 246 -
72 YPÊ AMARELO 280 -
73 YPÊ AMARELO 320 -
74 YPÊ AMARELO 320 -
75 YPÊ AMARELO 333 -
76 YPÊ AMARELO 400 -
77 3 S/N POSSIBILIDADES APÓS A UBS
78 3 S/N POSSIBILIDADES APÓS A UBS
79 3 S/N POSSIBILIDADES APÓS A UBS
80 3 S/N POSSIBILIDADES APÓS A UBS
RECANTO
LOCALIZAÇÃO
PONTO
RUA N° REFERÊNCIA
1 AGNER WILLIAM DA SILVA S/N URPV
2 AGNER WILLIAM DA SILVA S/N PORTÃO DA GARAGEM DA ESCOLA
3 GERALDO BERNARDO DA SILVA 297A -
4 GERALDO BERNARDO DA SILVA S/N LOTE ANTES DA IGREJA PENTECOSTAL
5 Q 81
6 DAS NUVENS 288? LOTE DA ESQ COM PRAIA DO LEME
7 DO ARCO ÍRIS S/N MURO LARGO NA ESQ R. DO LUAR
8 DO ARCO ÍRIS S/N MURO LARGO NA ESQ R. DO LUAR
9 DO LUAR S/N LOTE VAGO AO LADO DO PET SHOP
10 DO LUAR S/N LOTE VAGO AO LADO DO PET SHOP
11 DO LUAR 23 AO LADO DO N° 45
12 GUAXUPÉ 182 -
13 GUAXUPÉ 208 HORTIFRUTI TIJUCA
14 PIO XII 15 -
15 PIO XII 25 -
16 ANDARAÍ 205 -
17 ANDARAÍ 146A -
18 ANDARAÍ 160 -
19 ANDARAÍ 34 -
20 ANDARAÍ 257 LOTE DA ESQUINA
21 CONDÉ BOFIM S/N GALPÃO APÓS LOTE 194
22 SANTO ANTÔNIO S/N MURO EM FRENTE AO N° 172
23 SANTO ANTÔNIO S/N LOTE APÓS O N° 306
24 SANTO ANTÔNIO 404 LOTE APÓS O N° 400
25 GRAJAÚ 191 -
26 GRAJAÚ S/N LOTE DA ESQUINA, APÓS O N° 121
27 MONSENHOR GUEDES 37 -
28 MONSENHOR GUEDES S/N APÓS O PTO DE ÔNIBUS NO N° 165
29 MONSENHOR GUEDES S/N MURO ANTES DO N° 124
30 CONDÉ BOFIM 431B -
31 GRAJAÚ S/N MURO EM FRENTE AO N° 234
32 GRAJAÚ 227 -
33 GRAJAÚ 257 -
34 GRAJAÚ 79 -
35 SANTO ANTÔNIO 287 -
36 LAUDELINA CASTORINA 185 -
37 LAUDELINA CASTORINA 48 -
38 LAUDELINA CASTORINA 44 -
39 LAUDELINA CASTORINA 38 -
40 AGRIPINA CASTORINA S/N LOTE VAGO ANTES DO N° 93
41 AGRIPINA CASTORINA 252 -
42 AGRIPINA CASTORINA 252 -
43 SANTO ANTÔNIO S/N MURO DA ESCOLA EM FRENTE AO N° 15
44 CONDÉ BOFIM S/N MURO ANTES DO N° 458
45 CONDÉ BOFIM S/N MURO ANTES DO N° 458
46 CONDÉ BOFIM 513 -
47 CONDÉ BOFIM 60 -
48 LAUDELINA CASTORINA 308 -
49 CONDÉ BOFIM 488 -
50 MONSENHOR GUEDES 255 -
51 DOS SATÉLITES S/N LOTE VAGO APÓS O N° 293
52 DOS SATÉLITES 52 -
53 DOS SATÉLITES 63 -
48

54 DOS SATÉLITES 186 -


55 DOS SATÉLITES 170 -
56 DO LUAR S/N LOTE DA ESQUINA COM SATÉLITES
57 DOS SATÉLITES 172 LOTE DA ESQUINA COM LUAR
58 DOS SATÉLITES 95 -
59 DOS SATÉLITES 212A -
60 DO SERENO S/N MURO ANTES DO N° 111
61 DO SERENO S/N MURO ANTES DO N° 111
62 DO SERENO 85 -
63 DO SERENO 161 -
64 DO SERENO 65 -
65 DO SERENO S/N APÓS O N° 60 EM FRENTE A SHALOM
66 DAS ESTRELAS 250 -
67 DAS ESTRELAS S/N LOTE ENTRE OS N°s 250 E 242
68 DAS ESTRELAS 303 DEPÓSITO PANTANAL
69 DOS PLANETAS 231 -
70 DOS PLANETAS 231 -
71 DOS PLANETAS 231 -
72 DOS PLANETAS 135A -
73 DOS PLANETAS S/N LOTE VAGO APÓS O N° 135A
74 DOS PLANETAS 110 -
75 DOS PLANETAS 100 -
76 DOS PLANETAS 80 -
77 DOS PLANETAS 119 -
78 DOS PLANETAS 109 -
79 DOS PLANETAS 97 IENZ
80 DOS PLANETAS 240 MURO ROSA
81 MONSENHOR GUEDES 340 -
82 MONSENHOR GUEDES 370 -
83 MONSENHOR GUEDES 387 -
84 DAS ESTRELAS 188 EM FRENTE AO N° 41
85 DAS ESTRELAS 216 -
86 DAS ESTRELAS 216 -
87 DAS ESTRELAS 228 -
88 DAS ESTRELAS 124 -
89 DAS ESTRELAS 136 -
90 DAS ESTRELAS 150 -
91 DAS ESTRELAS 150 -
92 DAS ESTRELAS S/N LOTE EM FRENTE AO N° 150
93 DAS ESTRELAS S/N LOTE EM FRENTE AO N° 150
94 DA NEBLINA 111 -
95 DA NEBLINA 99 -
96 DA NEBLINA 90 -
97 DA NEBLINA 300 -
98 DA NEBLINA 61A -
99 DA NEBLINA S/N LOTE VAGO APÓS O N° 280
100 DA NEBLINA 74 -
101 DA NEBLINA 56 -
102 DO SOL 35 -
103 DO SOL 85 -
104 DO SOL 97 -
105 DO SOL 125 -
106 DO SOL 149 -
107 DO SOL 185 -
108 DO SOL 201 -
109 DO SOL S/N MURO AMARELO APÓS O N°201
110 DO LUAR 29A -
111 DO LUAR 27 IGREJA QUADRANGULAR
112 DO LUAR 41 -
113 DO LUAR 41 -
114 DO LUAR 349 -
SÃO MATEUS
LOCALIZAÇÃO
PONTO
RUA N° REFERÊNCIA
1 PARATI 37 R. SEM SAÍDA PLANTIO À DIREITA
2 PARATI 37 R. SEM SAÍDA PLANTIO À DIREITA
3 PARATI 37 R. SEM SAÍDA PLANTIO À ESQUERDA
4 PARATI 37 R. SEM SAÍDA PLANTIO À ESQUERDA
5 MANGUINHOS 621A -
6 MANGUINHOS 621 -
7 MANGUINHOS S/N ESQ COM RUA GRAVATA
49

8 MANGUINHOS S/N ESQ COM RUA GRAVATA


9 MANGUINHOS S/N LOTE EM FRENTE AO ANTERIOR
10 GRAVATA 149 -
11 GRAVATA 149 -
12 GRAVATA 59 -
13 GRAVATA 234 -
14 PIATÃ 104 -
15 PIATÃ S/N LOTE VAGO APÓS O N° 140A
16 PIATÃ S/N LOTE VAGO APÓS O N° 140A
17 PIATÃ 53 -
18 PIATÃ 448 -
19 PIATÃ S/N LOTE APÓS O N° 305
20 PIATÃ 323 -
21 PIATÃ 467 -
22 PIATÃ 657 -
23 PIATÃ S/N PRÓXIMO LOTE
24 PIATÃ S/N ANTES DO CRISBAR
25 ATALAIA S/N LOTE APÓS O N° 225
26 ATALAIA 345A/ -
27 ATALAIA B
S/N PRÓXIMO LOTE (ESQUINA)
28 GRAVATA S/N PRACINHA APÓS O N° 118
29 ATALAIA 245 -
30 ATALAIA 117 -
31 ATALAIA 90 IGREJA ASSEMBLEIA?
32 ATALAIA 89 -
33 ATALAIA 61 -
34 ATALAIA 36 -
35 ATALAIA 40A LOTE APÓS O N° 8
36 ATALAIA 19 LOTE APÓS O N° 42
37 ATALAIA 626 LOTE VAGO EM FRENTE AO N° 219
38 ATALAIA S/N MURO APÓS O N° 638 (SUP. BH)
39 ATALAIA S/N MURO APÓS O N° 638 (SUP. BH)
40 ATALAIA S/N MURO APÓS O N° 638 (SUP. BH)
41 ATALAIA S/N MURO APÓS O N° 638 (SUP. BH)
42 ATALAIA S/N MURO APÓS O N° 638 (SUP. BH)
43 ATALAIA S/N MURO APÓS O N° 638 (SUP. BH)
44 PORTO SEGURO 23 -
45 PORTO SEGURO S/N MURO APÓS O N° 27
46 PORTO SEGURO S/N MURO APÓS O N° 27
47 PORTO SEGURO S/N MURO APÓS O N° 27
48 PORTO SEGURO S/N MURO ANTES DO N° 48A
49 UBATUBA S/N LOTE APÓS O N° 99
50 UBATUBA S/N LOTE APÓS O N° 99
51 UBATUBA S/N CALÇADA EM FRENTE AO DEPÓSITO
52 UBATUBA S/N CALÇADA EM FRENTE AO DEPÓSITO
53 UBATUBA 230 CARWASH
54 NITEROI 116 -
55 NITEROI 116 -
56 NITEROI 92 -
57 NITEROI 631 APÓS O SALÃO DE BEELZA
58 ARPOADOR S/N CALÇADA AO LONGO DO GALPÃO
59 ARPOADOR S/N CALÇADA AO LONGO DO GALPÃO
60 ARPOADOR S/N CALÇADA AO LONGO DO GALPÃO
61 ARPOADOR S/N CALÇADA AO LONGO DO GALPÃO
62 ARPOADOR S/N CALÇADA AO LONGO DO GALPÃO
63 ARPOADOR S/N CALÇADA AO LONGO DO GALPÃO
64 ARPOADOR S/N CALÇADA AO LONGO DO GALPÃO
65 ARPOADOR S/N CALÇADA AO LONGO DO GALPÃO
66 ARPOADOR S/N CALÇADA AO LONGO DO GALPÃO
67 ARPOADOR S/N CALÇADA AO LONGO DO GALPÃO
68 ARPOADOR S/N CALÇADA AO LONGO DO GALPÃO
69 ARPOADOR S/N CALÇADA AO LONGO DO GALPÃO
70 ARPOADOR S/N CALÇADA AO LONGO DO GALPÃO
URCA
LOCALIZAÇÃO
PONTO
RUA N° REFERÊNCIA
1 CLÓVIS SALGADO 115 IGREJA BATISTA
2 EXP. VICENTE RIBEIRO 91 -
3 EXP. VICENTE RIBEIRO 91 -
4 EXP. SEBASTIÃO PIRES 70 -
5 CLÓVIS SALGADO 1100 IGREJA RESGATANDO
50

6 CLÓVIS SALGADO 1100 IGREJA RESGATANDO


7 CLÓVIS SALGADO 1150 MÓVEIS RÚSTICOS
8 URCA 50 -
9 BEIRA MAR S/N MURO ROSA EM FRENTE AO N° 97
10 BEIRA MAR 195 -
11 EXP. PAULO DE SOUZA S/N LANCHONETE EM FRENTE AO N° 45
12 BEIRA MAR S/N LOTE ANTES DO N° 238
13 CORCOVADO S/N MURO ANTES DO N° 105
14 CORCOVADO 125 -
15 CORCOVADO 125 -
16 CORCOVADO 244 -
17 URCA S/N EM FRENTE AO CENTRO CULTURAL
18 EXP. PAULO DE SOUZA 388 BIG PAPELARIA
19 EXP. PAULO DE SOUZA 370 IGREJA UNIVERSAL
20 EXP. PAULO DE SOUZA 377 SUPERMERCADO GIRASSOL
21 EXP. PAULO DE SOUZA 359 -
22 IPANEMA 584 -
23 IPANEMA 594 -
24 IPANEMA 604 -
25 IPANEMA 650 -
26 IPANEMA S/N MURO DE GRADE APÓS O N° 653
27 IPANEMA 677 -
28 DO LEBLON 300A -
29 DO LEBLON 395 -
30 DO LEBLON S/N LOTE ABANDONADO ANTES DO N° 570
31 DO LEBLON S/N CUL-DE-SAC
32 SÃO PAULO 292 -
33 SÃO PAULO 148 -
34 SÃO PAULO 139 -
35 SÃO PAULO 135 IGREJA QUADRANGULAR
36 SÃO PAULO 11A -
37 EXP. PAULO DE SOUZA S/N MURO ENTRE GUANABARA E S. PAULO
38 EXP. PAULO DE SOUZA S/N MURO ENTRE GUANABARA E S. PAULO
39 GUANABARA S/N GIL MECANI ANTES DO N° 16
40 GUANABARA 16 -
41 GUANABARA S/N EM FRENTE AO N° 16
42 GUANABARA 39 -
43 GUANABARA 70 MURO DE GRADE
44 GUANABARA 45 -
45 GUANABARA 102 -
46 GUANABARA 123 IGREJA INTERNACIONAL
47 GUANABARA 137 -
48 GUANABARA 172 -
49 GUANABARA 186 -
50 GUANABARA 209 -
51 GUANABARA 219 -
52 GUANABARA 333 -
53 GUANABARA 343 -
54 GUANABARA 344 -
55 GUANABARA S/N LOTE DA ESQUINA COM A RUA 22
56 22 S/N MESMO LOTE ANTERIOR
57 MESBLA 210 -
58 MESBLA 199 -
59 MESBLA 189 -
60 MESBLA 187 -
61 MESBLA 185 -
62 MESBLA 103 -
63 MESBLA 51 -
64 EXP. PAULO DE SOUZA 675 GABRIEL BALAS
65 EXP. PAULO DE SOUZA 721 E. M. PROFª ALICE NACIF
66 EXP. PAULO DE SOUZA 721 E. M. PROFª ALICE NACIF
67 CARLOS CAMPOS MOTTA 510 -
68 BARÃO DE PETRÓPOLIS 234 -
69 BARÃO DE PETRÓPOLIS 234 -
70 CARLOS CAMPOS MOTTA 423 -
71 BARÃO DE INDAI& S/N LOTE ESQUINA COM B. DE PETRÓPOLIS
72 BARÃO DE INDAI& S/N EM FRENTE AO N° 147
73 BARÃO DE INDAI& 174 -
74 BARÃO DE INDAI& 250 -
75 BARÃO DE INDAI& 256 -
76 BARÃO DE INDAI& 282 -

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