03 Exercícios Resolvidos Continuidade

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Continuidade

Exercı́cio 3.1

Considere a função f : R2 → R definida por

(x − 1)2 + 2y 2

 p , se (x, y) 6= (1, 0)
f (x, y) = (x − 1)2 + y 2 .

0 , se (x, y) = (1, 0)

Mostre que f é contı́nua em R2 \ {(1, 0)}.

Resolução

A função f é contı́nua em R2 \ {(1, 0)} visto estar definida nesse aberto como o quociente
de duas funções contı́nuas em que o denominador não p se anula. Notemos que as funções2
2 2
definidas por g(x, y) = (x − 1) + 2y e h(x, y) = (x − 1)2 + y 2 são contı́nuas em R
visto g ser uma função polinomial e h ser a composta da função raiz quadrada com uma
função polinomial. 

Exercı́cio 3.2

Seja f : R2 → R a função definida por


2 2
(
2ex +y −2 , se x2 + y 2 ≥ 2
f (x, y) = .
x2 + y 2 , se x2 + y 2 < 2

Mostre que a função f é contı́nua em todos os pontos do conjunto {(x, y) ∈ R2 : x2 +y 2 =


2} .

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24 3. Continuidade

Resolução

Fixemos (x0 , y0 ) tal que x20 + y02 = 2 . Temos


2 +y 2 −2 2 2
lim f (x, y) = lim 2ex = 2ex0 +y0 −2 = 2e0 = 2 = f (x0 , y0 )
(x,y)→(x0 ,y0 ) (x,y)→(x0 ,y0 )
x2 +y 2 ≥2 x2 +y 2 ≥2

e
lim f (x, y) = lim (x2 + y 2 ) = x20 + y02 = 2 .
(x,y)→(x0 ,y0 ) (x,y)→(x0 ,y0 )
x2 +y 2 <2 x2 +y 2 <2

Então, o limite de f em (x0 , y0 ) existe e é f (x0 , y0 ) . Logo, f é contı́nua em todos os


pontos do conjunto {(x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 = 2} .


Exercı́cio 3.3

Considere a função f : R2 \ → R definida por


 y−x
 e −1
, se y − x > 0
f (x, y) = y−x .
 2 2
x +y , se y − x ≤ 0

Estude a continuidade de f .

Resolução

A função f é contı́nua em {(x, y) ∈ R2 : y − x > 0} pois, nesse aberto, está definida


como o quociente de duas funções contı́nuas. Temos também que f é contı́nua em
{(x, y) ∈ R2 : y − x < 0} pois, nesse aberto, a função está definida por um polinómio.
Falta só verificar a continuidade de f nos pontos pertencentes à reta de equação y = x.
Fixemos um ponto (x0 , x0 ) pertencente a essa reta. Temos

lim f (x, y) = lim (x2 + y 2 ) = x20 + x20 = 2x20 = f (x0 , x0 )


(x,y)→(x0 ,x0 ) (x,y)→(x0 ,x0 )
y−x≤0

e
ey−x − 1
lim f (x, y) = lim ,
(x,y)→(x0 ,x0 ) (x,y)→(x0 ,x0 ) y − x
y−x>0

que corresponde a uma indeterminação do tipo 00 . Vamos reduzir este último limite ao
limite de uma função de uma só variável. Seja z = y − x. Observemos que (x, y) tende

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para (x0 , x0 ) se e só se z tende para 0. Temos,

ey−x − 1 ez − 1
lim = lim = lim ez = 1 .
(x,y)→(x0 ,x0 ) y − x z→0 z z→0

Assim, se existir limite de f em (x0 , x0 ), este coincide com f (x0 , x0 ). O limite de f em


(x0 , x0 ) existe se e só se
( ( ( √ ( √
2x20 = 1 x20 = 12 x0 = 22 x0 = − 22
⇔ ⇔ √ ∨ √ .
y0 = x0 y 0 = x0 y0 = 22 y0 = − 22
n √ √   √ √ o
2 2 2 2
Concluı́mos que f é descontı́nua em {(x, y) ∈ R2 : y = x} \ 2
, 2
, − 2
, − 2
.


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