Salê Vocacional Novembro
Salê Vocacional Novembro
Salê Vocacional Novembro
08
nú m e ro
VOCACIONAL novembro
Eu sou José Maria Castillo, salesiano coadjutor e missionário no Brasil desde 2017. Sou de
Calamba, Laguna, nas Filipinas, e fui enviado para esta missão pelo Pe. Ángel Fernández
Artime, durante a 147ª Expedição Missionária.
Cheguei a Manaus em 2017, onde a Inspetoria São Domingos Sávio me proporcionou uma
verdadeira imersão na missão. Em Manicoré, uma cidade a 300 km ao sul de Manaus, vivi o
que significa ser missionário: ir ao encontro do jovem onde ele está e comunicar o amor de
Deus em cada gesto e palavra. Lá, tive a oportunidade de viver em uma comunidade salesia-
na internacional, com salesianos belga, italiano e espanhol, além de um voluntário suíço —
cada um com sua própria cultura e história, mas todos com o mesmo espírito de missão.
Sem saber falar português, participei das atividades do Centro Juvenil Salesiano, onde conhe-
ci jovens ribeirinhos e me esforcei para me comunicar usando um português ainda quebra-
do, um sorriso e a presença salesiana que sempre tento cultivar. A língua foi meu maior desa-
fio, e, como professor de inglês, eu ficava ansioso com os erros. Mas um salesiano missionário
me disse algo que mudou minha perspectiva: “Aproveite essas experiências. É no tentar e no
errar que você realmente aprende.” Esse conselho define o que é ser missionário salesiano:
buscar o jovem onde ele está, mesmo sem a língua perfeita ou conhecimento profundo da
cultura, mas com a certeza de que podemos ser uma presença significativa para ele.
Ao longo desses primeiros anos, três lições me marcaram profundamente. Primeiro, o silên-
cio foi meu grande aliado. Ele me permitiu observar melhor e entender como os salesianos
vivem e expressam o carisma em diferentes contextos. Aprendi que, para comunicar o amor
de Deus, primeiro precisamos ver e entender o outro. Em segundo lugar, o silêncio fortaleceu
minha capacidade de escutar. Em vez de falar sobre minha formação e experiências, eu ouvi
as histórias do povo que Deus colocou no meu caminho, conhecendo suas angústias, desa-
fios e a imensa fé que carregavam. Por último, o silêncio me ensinou humildade. A missão
não é para exibir o que temos, mas para receber o que o povo e a terra de missão têm a nos
oferecer. Não somos presentes nas pessoas antes mesmo de chegarmos. É um lembrete de
que o trabalho missionário é de Deus, e nós somos apenas colaboradores.
Como salesianos, todos somos missionários, pois nosso coração está sempre inquieto,
buscando os jovens onde quer que eles estejam. Não importa onde, a missão salesiana nos
empurra a buscar o bem-estar, o futuro e a santidade de cada jovem. Nunca deixamos de
pensar neles, de querer o melhor para eles, de nos dedicar para que alcancem a santidade. A
vida salesiana é, em si, uma missão contínua, que exige coragem para sair de nós mesmos e
ir ao encontro do outro, com o mesmo amor que Dom Bosco dedicava aos seus jovens.
Depois do interior do Amazonas, fui enviado a Campo Grande/MS, onde hoje trabalho no
curatório do pós-noviciado. Aqui, pude conhecer ainda mais a riqueza e a diversidade da
missão salesiana no Brasil. Com a diversidade cultural que existe em nossa comunidade,
aprofundei minha compreensão da terra onde fui enviado e onde, se Deus quiser, poderei um
dia expirar meu último suspiro. Enfrentei muitos desafios, mas sempre busquei manter meu
olhar atento às realidades de cada um, para comunicar o amor de Deus em cada contexto.
Ser missionário salesiano em uma casa de formação é uma missão que eu não pedi, mas que
considero um grande privilégio e uma honra. É poder contribuir para o futuro do Brasil e da
nossa missão, formando jovens salesianos que serão os líderes das nossas obras. Mesmo que
eu não trabalhe diretamente com os jovens, é por meio dos jovens salesianos que contribuo
para a missão de forma mais ampla, indiretamente, através daqueles que vão ao encontro da
juventude.
Vou sempre me lembrar de que, como missionário, devo colocar Deus em primeiro lugar em
tudo o que faço. É Ele quem guia minha missão, e é na Sua presença que encontro força e
propósito para seguir adiante. Que cada passo seja uma resposta ao Seu chamado e que
minha vida missionária seja sempre um reflexo do Seu amor.
Aos jovens que desejam viver a missão salesiana, digo: esta vida nos chama a sair da zona de
conforto, a olhar para além de nós mesmos. Seja como missionários “ad gentes”, que saem de
suas próprias terras para evangelizar onde a fé ainda precisa de apoio, seja como missionários
no cotidiano, indo ao encontro dos jovens onde quer que estejam. Ser missionário é, antes de
tudo, uma atitude. Dom Bosco sonhou com uma juventude corajosa, alegre, capaz de trans-
formar o mundo. Nós, como salesianos, somos chamados a viver esse sonho, ajudando cada
jovem a encontrar o seu próprio caminho de santidade com nossos santos coadjutores: Santo
Artêmides Zatti, Beato Estêvão Sandor, Simão Srugi e os 23 coadjutores mártires da Espanha.
Vou continuar crescendo e amadurecendo nesta missão. Ainda tenho muito a aprender e
rezo para que o Senhor da messe fortaleça minha fé e me dê coragem para ser um missioná-
rio santo nesta terra cheia de promessas para os jovens.
VO CAÇÃO E M FO CO
N e s te m ê s , a o re le mb rarm os sua
h i s tó ri a , s om os ch ama d os a refle-
t i r s o b re com o p od e m os in corpo-
ra r e s s e s valore s e m n os s as pró-
p ri a s vi d as . O exe mp lo de Z atti
n o s d e s afi a a cu id ar d os q ue mais
p rec i s a m, com u m cora çã o ch eio
d e co m paixã o e fé , e a b uscar a
s a n t i d a d e n o cot id ian o d e n ossas
a çõ es .
A vida salesiana nos chama a uma entrega que ultrapassa nossos desejos pessoais. É
um convite para sermos reflexos do amor de Cristo, especialmente para os jovens e os
mais necessitados. Inspirados pelo testemunho de Artêmides Zatti, aprender que
cuidar com o “Coração Salesiano” é viver a caridade de forma concreta, colocando-se à
disposição dos outros com humildade, alegria e coragem.
Zatti viveu sua vocação como leigo consagrado, mostrando que a santidade não é privi-
légio de alguns, mas um chamado acessível a todos que, movidos pelo amor, entregam
suas vidas para servir. Ele cuidava dos enfermos, mas, acima disso, cuidava das suas
almas, via Cristo em cada pessoa que passava por suas mãos. Sua vida é um convite
para refletirmos sobre como estamos vivendo nosso chamado: nós também cuidamos
dos outros com o mesmo ardor e dedicação?
O cuidado com o próximo é um dos pilares do carisma salesiano. Seja como clérigos ou
leigos, somos chamados a sermos sinais do amor de Deus onde estivermos.
• Como clérigos, temos a graça de acompanhar as almas com os sacramentos,
orientar espiritualmente e ser presença de Cristo, especialmente para os jovens
que buscam sentido em suas vidas.
• Como leigos consagrados, vivemos no cotidiano o testemunho de quem transfor-
ma cada gesto em evangelização, sendo ponte entre a Igreja e o mundo.
• “Cuidar com o coração” exige mais do que ações externas; exige uma disposição
interior para acolher, amar e transformar. Esse cuidado nos coloca como instru-
mentos da Providência Divina, como verdadeiros pastores que conduzem os
outros ao encontro com Cristo.
1. Humildade no serviço: Zatti nunca buscou reconhecimento, mas viveu cada dia
com simplicidade e entrega total. Ele nos ensina que, quando ágil com humilda-
de, nossa missão ganha sentido profundo.
2. Alegria no trabalho: O “coração salesiano” é alegre porque confia plenamente
em Deus. Mesmo nas dificuldades, somos chamados a ser sinais de esperança e
entusiasmo.
3. Coragem para servir: A vocação não é isenta de desafios. “Cuidar com o coração”
exige enfrentar medos, limitações e dificuldades com confiança na graça divina.
O mundo precisa de mais pessoas que cuidem com o “coração salesiano”. Jovens que
enfrentam a falta de sentido em suas vidas, famílias desestruturadas e tantas outras
realidades clamam por alguém que esteja disposto a ser presença. Você está disposto
a ser essa pessoa? Você está pronto para abraçar sua vocação com coragem e generosi-
dade, seja no altar ou na vida leiga?]
Artêmides Zatti nos mostra que a santidade não depende do caminho específico, mas
da intensidade com que sobrevivemos nossa missão. Não importa se somos chamados
ao sacerdócio ou à consagração laical; é importante que sejamos sinais vivos de Cristo.
Viver a vocação salesiana é abraçar a missão de transformar vidas. É ser um reflexo do
coração do Bom Pastor para os jovens e para todos aqueles que nos são confiados. Per-
gunte-se: como posso cuidar com o “coração salesiano” no meu dia a dia?
Que Maria Auxiliadora e Dom Bosco iluminem sua caminhada. Que o testemunho de
Artêmides Zatti fortalece seu “sim” diário, para que sua vocação seja viva com alegria,
amor e entrega total.
S AI BA MA I S
Salesianos realizam 1º turno dos exercícios
espirituais anuais em Barbacena-MG
S A I BA MA I S
Du ra çã o : 31 minu to s.
Idiom a o rig in a l: e spa nh o l .
Du b la do em f ra n cê s , in g l ê s , i t al i an o e p o r t u g u ê s
A S SI STA AGORA
Expediente:
Responsável: Pe. Gutielles Santos, SDB.
Pauta: Antônio Arnaldo Martins Júnior, SDB
Diagramação: Fabrício Nogueira
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