Protocolo 001 pneumonia
Protocolo 001 pneumonia
Protocolo 001 pneumonia
Diretrizes Clínicas
Protocolos Clínicos
001
Pneumonia Comunitária em
Crianças e Adolescentes
Elaborado por:
Álvaro Vila Nova de Oliveira – Médico - Coordenador da Emergência | HGVF
Anna Esther Araujo e Silva – Médica – Gerente Técnico Assistencial | HGVF
Juliènne Martins Araujo – Médica – Coordenadora da Enfermaria Clínica | HGVF
Validadores
Médicos e Equipe de Saúde do Hospital Getulio Vargas Filho
Niterói – Rio de Janeiro
Disponível em intranet
PROTOCOLO DE ATENDIMENTO DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES COM PNEUMONIA COMUNITÁRIA
1) Introdução
2) Objetivos
4) Etiologia
5) Atividades Essenciais
5.1) Anamnese
Deve ser completa, possuir cronologia no relato dos acontecimentos, ser clara e
permitir que ocorra fácil distinção com os diagnósticos diferenciais.
Na história ocorre, habitualmente, início do quadro com infecção das vias aérea
superiores (obstrução nasal, coriza, espirros, tosse, febre e prostração nos períodos febris)
que evolui de forma rápida ou insidiosa.
• tabagismo domiciliar
• poluição urbana
• condições desfavoráveis de moradia e saneamento básico
5.2) Exame Físico
1- Estado geral, dados antropométrica (peso, altura, etc.), avaliação nutricional, sinais
vitais (Tax, FC, FR e PA)
2- Coloração das mucosas, hidratação, perfusão periférica, sinais de toxemia
3- Exame físico dos diversos aparelhos
4- Propedêutica pulmonar
a) Inspeção estática: deformidades torácicas, abaulamentos, retrações e cicatrizes
b) Inspeção dinâmica: ritmo respiratório, freqüência e mobilidade bilateral – nas
grandes pneumonias e derrames haverá diminuição homolateral
c) Palpação: expansibilidade torácica diminuída no local correspondente ao
acometimento nas grandes pneumonias e derrames, frêmito tóraco-vocal notado
com melhor nitidez nas pneumonias que nos derrames
d) Percussão: som claro pulmonar no hemitórax não acometido, macicez nas áreas
correspondentes a consolidação, submacicez nos derrames e timpânico nos
pneumotórax
e) Ausculta: caracteristicamente sopro tubário, estertores crepitantes no início e no
fim do quadro, roncos e estertores subcrepitantes no meio do tratamento da
pneumonia, nos derrames há abolição do murmúrio vesicular ou grande diminuição
à ausculta.
IDADE FR
< 2 meses > 60 ipm
2 a 12 meses > 50 ipm
1 a 5 anos > 40 ipm
> 5 anos >20 ipm
a) Radiografia de tórax
• Incidência: PA e perfil;
• Realizar na admissão;
• Repetir em caso de piora clínica ou se semiologia indicar alteração para pior;
• Realizar RX em decúbito lateral com raios horizontais (Laurel), na suspeita de
derrame pleural;
• Não há recomendação de repetir o RX na alta hospitalar.
b) Hemograma e PCR
• Na admissão se há suspeita diagnóstica, após boa hidratação clínica.
• Repetir se houver piora clínica, suspeita de bacteremia ou má evolução.
• Se alterado na admissão, colher novo hemograma e PCR com 48-72h de tratamento
para avaliar resposta terapêutica.
c) Hemocultura
• Suspeita diagnóstica, antes de iniciar antibioticoterapia, na admissão.
• Repetir se houver má evolução ou suspeita de bacteremia.
d) Gasometria arterial
• Desconforto respiratório importante e depois, se necessário.
e) Bacterioscopia de escarro
• Suspeita de tuberculose, em pacientes que escarram – colher 3 amostras.
h) Ultra-som de tórax
• Suspeita de derrame pleural, quando não definido por RX, com controle evolutivo,
se necessário.
k) Tomografia de tórax
• Quando existir dúvidas na interpretação radiológica nos casos com má evolução.
5.6) Terapia
a) Hidratação endovenosa
Indicações:
• desconforto respiratório com risco de aspiração
• vômitos persistentes
• distensão abdominal intensa
• outras indicações de acesso venoso
Fase de manutenção:
• Volume: 100mL/100Kcal necessárias/dia
• Necessidade calórica: 100 Kcal/Kg até 10 Kg + 50 Kcal/Kg entre 10 e 20 Kg + 20
Kcal/Kg > 20 Kg.
• Glicose: 5 mg/100Kcal/min (~8%)
• Sódio: 4 a 5 mEq/100 mL de solução
• Potássio: 3 mEq/100 mL de solução
b) Nutrição
c) Inaloterapia
d) Oxigenioterapia
• Para crianças com mais de 1 mês de vida: PaO2 < 60 mmHg e/ou SatO2 < 92% em
ar ambiente.
f) Broncodilatadores e Corticoterapia
• Se houver sibilância
b) Toracocentese
• Todo derrame pleural puncionável deve ser submetido à toracocentese esvaziadora
com os objetivos de: melhorar o padrão respiratório; encontrar o agente etiológico;
diferenciar empiemas; diferenciar exsudatos de transudatos.
d) Pneumatoceles
• Estafilococcia é a causa mais freqüente.
• Conduta cirúrgica se de grande tamanho (hipertensiva), causando hipoxemia não
corrigida com oxigenioterapia.
• Conduta expectante nas demais.
e) Pneumotórax
• Pode ser devido a acidente pós-punção pleural.
• Drenar se for de grande monta, causando insuficiência respiratória.
f) Ventilação Mecânica
Indicações
• Parâmetros clínicos: taquipnéia, uso da musculatura respiratória acessória (retrações
intercostais, subdiafragmática, de fúrcula ou esternal), batimento de asas nasais,
ortopnéia e cianose, com ou sem taquicardia e pulso paradoxal.
• Parâmetros gasométricos: PaCO2 > 50 mmHg ou PaO2 < 50 mmHg sob FiO2 >
50%, em pacientes previamente normais.
• Insuficiência respiratória crônica agudizada: acidose respiratória (pH < 7,25 com
PaCO2 acima do esperado para o HCO3 do paciente). _ Não usar VPM só por
PaCO2 elevada. Usar fórmula: PaCO2 esperado = HCO3 x 1,5 + 8 + 2
Idade FR Idade FR
0 - 1 ano 30 6 - 9 anos 20
1 - 3 anos 25 9 - 14 anos 19
3 - 6 anos 23 15 - 18 anos 17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS