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Intoxicações

Exógenas
Internos: Arthur Rech, Felipe Moura, Michel Luciano,
Nara Santos, Rosiane Carneiro,

Orientador: Prof. MSc. Pietro Pinheiro Alves


História

“Não existe substância que não seja tóxica,


o que diferencia um veneno de um
remédio é a dose.” - Paracelso (1493-1541)
Definição
Conjunto de efeitos nocivos ao organismo produzidos pela
interação de um ou mais agentes tóxicos com o sistema biológico,
representados por manifestações clínicas ou laboratoriais que
revelam desequilíbrio orgânico.
Epidemiologia
Intoxicação intencional por fármacos orais
Mulheres
Intoxicação por opióides
Drogas recreativas
Agrotóxicos
Crianças
Centro de Informações Toxicológicas (CIT- AM)
CNES: 2017644
Localização: Hospital Universitário Getúlio Vargas

(92) 3305-4702) / 0800 722 6001


[email protected]
Vias de Intoxicação
Contato Aspiração Ingestão
Manejo inicial
1. Avaliação clínica e estabilização
2. Qual toxíndrome? Agente causal?
3. Descontaminação
4. Controle dos sintomas
5. Eliminação do tóxico / admnistração de antídoto
História Clínica 6 H’s

Who? - Identificação do paciente, patologias de base, medicações


em uso, histórico.
What? - identificar o agente etiológico da intoxicação.
How? - Como ocorreu, via de intoxicação.
Why? - Motivo e cenário da exposição.
When? - Tempo de exposição, horário do acontecimento.
Where? - Local de ocorrência da exposição.

Sinais vitais, nível de consciência, sinais neurológicos, pupilas.


Toxíndromes
Síndrome Hemorrágica
Agentes: Antibióticos, AINES,
Varfarina, Raticidas

Clínica: hematomas, epistaxe, sangramento


oral, hematúria, hematoquezia.
Mecanismos: Trombocitopenia, disfunção
plaquetária, inibição dos fatores de
coagulação, modulação da vit. K
Tratamento: Complexo protrombínico e vit. K
Descontaminação: carvão ativado
Síndrome Hepatorrenal Tóxica
Disfunção hepática por lesão hepatocelular;
Aumento dos marcadores laboratoriais ALT e AST;
Dita fulminante se: “Lesão e insuficiência hepática grave e
aguda, com alteração da função sintética e desenvolvimento
de encefalopatia em paciente sem alterações hepáticas
prévias.” glicuroniltransferase sulfoniltransferase

Acetaminofeno - assintomático até falência hepática


Mais de 50% evoluem com IRA e pancreatite aguda
Doses potencialmente hepatotóxicas
Única dose maior que 200 mg/kg ou 10 g em
período menor que 8 horas;
N- acetil-p-benzo-
Repetir essas doses excessivas: maior que 200 quinona imina

mg/kg ou 10 g em 24 horas;
Síndrome Hepatorrenal Tóxica
Apresentação clínica, dividida em quatro fases:
Primeiras 24 horas: sem achados específicos p/ toxicidade (náuseas,
vômitos, dor abdominal, anorexia, letargia, diaforese). Laboratório
normal.
Entre 24 e 72 horas: melhorar dos sintomas/desaparecer,
↑transaminases. Lesão hepática progressiva causa dor no QSD e Diagnóstico
hepatomegalia. Exame clínico + exames
Entre 72 e 96 horas: pico da lesão hepática. Reaparecimento de
laboratoriais
náuseas e vômitos, icterícia, coagulopatia, injúria renal aguda (25%
Tratamento
Suporte clinico –>MOVE
dos casos), encefalopatia e manifestações do SNC.
Lavagem gástrica se < 2 horas.
Entre 96 horas e 14 dias: Melhorar clinica, com recuperação total
Carvão ativado
dentro de 3 meses; ou, na ausência de melhora, progressão com
Antídoto é N-acetilcisteína
disfunção orgânica múltipla e óbito.
Síndrome Simpaticomimética
Anfetaminas (MDMA /êxtase) Cafeína Quadro clínico:
Cocaína Leve: Síndrome adrenérgica, midríase,
Efedrina sudorese, agitação, náuseas, vômitos,
hiperventilação
Teofilina
Grave: Hipertermia grave,
Tratamento desidratação, emergência hipertensiva,
Suporte clínico - MOV - ECG -Dextro vasoespasmo, psicose, convulsões,
Situações graves, assegurar vias aéreas, manter rabdomiólise, IRA
ventilação e a oxigenação.
Convulsões/agitação administrar diazepam EV na
dose de 0,2 a 0,3 mg/kg/dose.
Síndrome Simpaticomimética
SINTOMAS NO SNC:

Síndrome Colinérgica Convulsões, Depressão respiratória, RNC,


agitação, confusão mental, psicose, coma.
SINTOMAS MUSCARÍNICOS:
Inseticida organofosforado,
Miose, lacrimejamento, sialorreia, sudorese,
Carbamato broncorreia, broncoconstrição, bradicardia,
Nicotina hipotensão, dor abdominal, vômitos, diarreia,
incontinência urinária.
Gás sarin
SINTOMAS NICOTINÍCOS:
Pilocarpina Fisostigmina. Taquicardia, hipertensão, Fasciculações,
fraqueza muscular, hiporreflexia.
Tratamento
Paramentação
Suporte clinico
Atropina, em bolus de 1 a 4 mg/k, a cada 2 a 15
minutos. Em crianças de 0,05-0,1 mg/kg).
Síndrome Anticolinérgica
Quadro clínico:
Anti-Histaminicos Alucinações
Anti-Parkinsonianos Alteração do estado mental
Atropina Hipertermia
Midríase
Ciclobenzaprina
Rubor cutâneo
Tricíclicos Mucosa secas
Tratamento Alterações visuais
Antídoto: Fisostigmina 0,5 a 2mg EV em infusão lenta
Retenção urinária

de 2 a 5 min.
Agitação/convulsões: Benzodiazepínicos
Medidas de Descontaminação: Lavagem gástrica em
até 1 hora + Carvão ativado em até 1 hora
Síndrome Depressora do SNC
REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA, PUPILAS VARIÁVEIS;

HIPOTENSÃO;

BRADICARDIA;

DEPRESSÃO RESPIRATÓRIA;

HÁ MAIOR RISCO QUANDO HÁ POTENCIALIZAÇÃO DOS EFEITOS PELA ASSOCIAÇÃO


DE SUBSTÂNCIAS

Drogas:ÁLCOOL,BARBITÚRICO,BENZODIAZEPÍNICO,ZOLPIDEM, OPIODES
Síndrome Depressora do SNC
Manejo do Paciente

MONITORIZAÇÃO E HIDRATAÇÃO POR VIA EV;

POSICIONAR O PACIENTE EM DECÚBITO LATERAL;

REALIZAR HGT;
Síndrome Hipnótica Não Narcótica
DISARTRIA;

SONOLÊNCIA,TORPOR, COMA ;

DEPRESSÃO RESPIRATÓRIA, MIDRIASE;

HIPOTENSÃO

BRADICARDIA, HIPOTERMIA; Antídoto: Flumazenil 0,2 mg EV em 30s,


repetir* 0,3 mg BIC 0,2-1mg/h Álcool
CONVULSÕES;
etílico: tiamina 100mg/complexo B
+glicose EV 100m
PCR INFUSÃO RÁPIDA

Drogas: BENZODIAZEPÍNICOS, BARBITÚRICOS, ÁLCOOL ETÍLICO


Síndrome Narcótica
MIOSE PUNTIFORME E BILATERAL; Manejo:
MOVE, coleta de exames, se
DEPRESSÃO NEUROLÓGICA; necessário intubar
Naloxone (0,4mg EV em bolus-
DEPRESSÃO RESPIRATÓRIA 2a 3 min- 15 m)

BRADIPNEIA FR<1 2 IR M

OUTROS: CONVULSÕES, DISTÚRBIOS PSÍQUICOS E SENSORIAIS,CALOR, RUBOR


FACIAL,PRURIDO,NÁUSEA, VÔMITO, RETARDO NO ESVAZIA M ENTO GÁSTRICO, CONSTIPAÇÃO,
HIPOTENSÃO ARTERIAL,TAQUICARDIA OU BRADICARDIA
Drogas:FENTANIL,MORFINA,METADONA,OXICODONA,MEPERIDINA,DOLANTINA
HEROÍNA,CODEÍNA,TRAMADOL
Síndrome Narcótica
Síndrome de Abstinência ao Álcool
Sintomas menores: tremores, ansiedade, cefaleia,
palpitações.
Crises convulsivas: CTCG únicas ou em até 6 episódios.
Alucinose: visual ou auditiva.
Delirium Tremens: quadro confusional agudo
e flutuante, agitação, taquicardia, febre.

Menejo: internação + exames laboratoriais


TTO: Benzodiazepínicos + Tiamina + Glicose
Síndrome Bradicárdica
Agentes: beta bloqueadores, bloqueadores dos
canais de Ca, amiodarona, digital.

Clínica: rebaixamento do nível de consciência,


vômitos, pupilas normais ou em miose,
bradicardia e hipotensão.
Tóxico x Antídoto
B-bloqueadores: Glucagon
Bloq. dos canais de Ca: Gluconato de cálcio
Síndrome Alucinógena
Agentes: Anfetaminas, LSD, Maconha

Clínica: agitação, distorções perceptivas e do


sensório, sinestesias, labilidade no humor,
tremor, taquicardia, hipertermia, taquipneia,
hipertensão
Pupilas midriáticas em sua maioria.
Menejo: estabilização + sala tranquila e
pouco iluminada + se agitação = BZD
Síndrome Extrapiramidal
Tremor; Agente provável:
Fenotiazínicos (Clorpromazina);
Rigidez;
Butirofenona (Haloperidol);
Acinesia; Metoclopramida.
Distonia;
Tratamento:
Acatisia;
Via Nigroestriatal

Redução da dose ou troca da


Discinesia tardia; medicação;
Alteração em marcha; Uso de anticolinérgicos;
Biperideno IM;
Síndrome Neuroléptica Maligna
Rigidez muscular intensa + Febre +
Alteração do nível de consciência;
Via Nigroestriatal

Aumento CPK Agente provável: Tratamento:


Antipsicóticos de 1a geração; Suporte intensivo; dantrolene;
Disautonomia Antieméticos;
Agonistas dopaminérgicos;
Retirada de Levodopa ou
benzodiazepínicos;
antagonistas da Dopamina
ECT para casos refratários.
Síndrome Serotoninérgica
Aumento da atividade serotoninérgica, com
hiperestimulação pós sináptica 5HT1a e 2a.

Alteração do estado mental;


Disfunção autonômica;
Anormalidades neuromusculares.
Manifestações Clínicas:
Agentes: Confusão, hipertonia,
Interação; Intoxicações intencionais, hipertensão,
Triptanos, Drogas estimulantes (cocaína, MDMA, ecstasy), taquicardia, taquipneia,
Outros ADs (pior se for IMAO), Tramadol em associação agitação, coma, tremor,
com ISRS, Sibutramina, Ondansetrona, Erva de São João. sudorese, rigidez, trismo,
diarreia.
Intoxicações intencionais
PENSAMENTOS DE MORTE
"Seria melhor se eu não existisse"
PENSAMENTOS SUICIDAS
"Penso em ou gostaria de me matar"
IDEAÇÃO SUICIDA
"Decidi me matar, não tem outra saída"
PLANEJAMENTO SUICIDA
"Planejo me matar tomando veneno"
ATO SUICIDA
"Comprei o veneno, comecei a colocar o plano em ação"
TENTATIVA DE SUICÍDIO
"Executei o plano"
Descontaminação
Contato externo:
Remoção das roupas, resíduos e lavagem copiosa da pele.
Lavagem ocular com soro fisiológico, sob anestesia tópica.

Ingestão:
Carvão ativado:
Dose usual de 25 a 100g. 1g/Kg,.
Diluição: 8ml solução (água, SF ou manitol) a cada 1g de
carvão ativado.
69% 30min.
34% 60min.
Descontaminação
Lavagem gástrica:
SNG de alto volume.
Decúbito lateral esquerdo, cabeça em nível levemente inferior ao
estômago.
Sonda aberta - administração de pequenos volumes 100-250ml SF.

Fluidificação das fezes:


1.500 a 2.000ml de polietilenoglicol VO ou em SNG.
Eliminação mecânica.
Descontaminação
Alcalinização sérica:
Monitorar pH sérico (aprox 7,5), pH urinário (aprox 8,0), potássio e
bicarbonato séricos.
850ml SG 5% + 150ml de bicarbonato de sódio 8,4% (150mEq de bic)
Infundir 1L a cada 6 a 8 horas

Métodos dialíticos:
Hemodiálise clássica ou convencional.
Hemoperfusão - filtros de carvão ativado.
Referências
1. VELASCO, Irineu Tadeus et al. Medicina de Emergência: abordagem prática. 16ª ed.
2. ALBUQUERQUE, P . L ., Intoxicações Agudas: guia para o tratamento. Fortaleza,
Soneto Editora 2017.
3. CORDIOLI, A . V ., Psicofármacos consulta rápida. Porto Alegre, Artmed 2023
Obrigado!

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