Antidemenciantes Lara

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FÁRMACOS

ANTIDEMENCIAIS

RESIDÊNCIA PSIQUIATRIA IPSEMG


Curso de Psicogeriatria - 2023
Lara Eponina Reis
FÁRMACOS ANTIDEMENCIAIS

- Na década de 70: constatação de baixa


quantidade de ACETILCOLINA nas sinapses
de pacientes com Alzheimer

- Acetilcolina: neurotransmissor ligado à


COMUNICAÇÃO INTERNEURONAL

ALVO : DEFICIT DE ACETILCOLINA


INIBIDORES DA
ACETILCOLINESTERASE
INIBIDORES DA ANTICOLINESTERASE

Atraso da captação da acetilcolina pela enzima acetilcolinesterase

AUMENTO de acetilcolina nas sinapses

- 1986 (1993 aprovada pelo FDA): Tacrina


(Retirada do mercado)
- 1996- Donepezila
- 2000- Rivastigmina
- 2001 – Galantamina
FÁRMACOS ANTIDEMENCIAIS

- Estudos posteriores: concentrações elevadas de GLUTAMATO


em fases avançadas da DA

Glutamato >> se liga a receptores N-metil-D-aspartato (NMDA) >>


liberando entrada excessiva de Cálcio nos neurônios >> morte e
destruição celular

ALVO: Menor excitação do receptores NMDA


ao contato com o glutamato
INIBIDORES/ANTAGINISTAS DOS RECEPTORES
NMDA DO GLUTAMATO

- 2002- Memantina aprovada pelo FDA


para tratamento de demências
moderadas a graves
FÁRMACOS ANTIDEMENCIAIS
1-Inibidores da acetilcolinesterase:

• Donepezila
• Galantamina
• Rivastigmina

Tacrina*

2- Inibidores dos receptores NMDA do Glutamato:

• Memantina
FÁRMACOS ANTIDEMENCIAIS
- ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA
NOS PACIENTES COM
DEMÊNCIA:

1- Lentificar a evolução
2- Melhoras os sintomas cognitivos
e comportamentais
3- Preservar a funcionalidade

- São fármacos classificados como


SINTOMÁTICOS >> alinhar
expectativas com paciente e
familiares
INIBIDORES DA
ACETILCOLINEST
ERASE
ACETILCOLINA X DEMÊNCIA
Acetilcolina >> propagação do impulso nervoso nas fendas sinápticas
(formação de memória)

STAHL, 2017
ACETILCOLINA X DEMÊNCIA
Na DA >> ATROFRIA NO NÚCLEO BASAL DE MEYNERT >> BAIXA
PRODUÇÃO DE CAT

STAHL, 2017
ACETILCOLINA X DEMÊNCIA

- Lembrete: no envelhecimento normal também há redução na produção de acetilcolina


- DA >> Redução de acetilcolina pode atingir 90%
ACETILCOLINA X DEMÊNCIA
ACETILCOLINA X DEMÊNCIA

- Déficit colinérgico vai além da DA:


Na demência vascular >> perfusão deficitária em núcleos
colinérgicos
Parkinson e Lewy >> déficits de acetilcolina sobretudo a
níveis corticais

- Drogas inibidoras da acetilcolinesterase também indicadas


para outros tipos de demência
INIBIDORES DA
ACETILCOLINESTERASE
MECANISMO:

IChEs BLOQUEIAM enzimas que degradam a acetilcolina :


- Anticolinesterase
- Butirilcolinesterase

AUMENTO de disponibilidade de acetilcolina na fenda


sináptica
INIBIDORES DA
ACETILCOLINESTERASE
Mecanismo de ação é o mesmo!
Diferenças NA FORMA DE INIBIÇÃO DAS ENZIMAS,
FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA

Rocha, 2017
INIBIDORES DA
ACETILCOLINESTERASE
- EFICÁCIA DOS INIBIDORES DA
ACETILCOLINESTERASE

- INDICAÇÃO DOS IC:


Demência de Alzheimer leve-moderada
Demência de Alzheimer GRAVE >> Donepezila
Demência de Alzheimer associada à doença cerebrovascular

- Demência vascular
- Demência com corpos de Lewy
- Demência na doença de Parkinson
INIBIDORES DA
ACETILCOLINESTERASE

INDICAÇÃO DOS INIBIDORES DA ACETILCOLINESTERASE


NO BRASIL

Donepezila : DA leve, moderado e GRAVE


Rivastigmina: DA leve, moderado + Demência doença
de Parkinson
Galantamina: : DA leve, moderado + Demência mista
INIBIDORES DA
ACETILCOLINESTERASE

MANEJO DOS IChEs:

- Iniciar o tratamento o mais precocemente possível após diagnóstico


- Período mínimo de tratamento: 6 MESES
- Manutenção: a depender de resposta e tolerabilidade do paciente
- Escolha da medicação: experiência clínica, tolerabilidade e perfil de
interações medicamentosas
- Benefícios são observados a partir de 12 semanas de tratamento
- Se interrupção: 6-8 semanas piora cognitiva, comportamental e
funcional.
- IChEs devem ser mantidos durante doenças agudas e hospitalizações
INIBIDORES DA
ACETILCOLINESTERASE

MANEJO DOS IChEs:

- AUSÊNCIA DE EFICÁCIA = DETERIORAÇÃO EM 6 MESES DE


USO

- TROCA DE IChEs:
a) INTOLERÂNCIA >> descontinuar COMPLETAMENTE primeiro
agente
b) AUSÊNCIA DE EFICÁCIA >> titulação mais rápida do segundo
agente

- NÃO SE RECOMENDA TROCA SE PERDA DE BENEFÍCIOS


APÓS ANOS DO INÍCIO DO TRATAMENTO
INIBIDORES DA
ACETILCOLINESTERASE
MANUTENÇÃO NAS FASES
AVANÇADAS:
Manutenção x interrupção
na demência avançada:
CONTROVERSA

DECISÃO INDIVIDUALIZADA
INIBIDORES DA
ACETILCOLINESTERASE

EVENTOS ADVERSOS :
- Decorrentes da ação COLINÉRGICA
- Incidência e gravidade: DOSE- DEPENDENTES

Para minimizar:
- Titulação lenta
- Ingesta durante refeições
- Apresentação transdérmica
- Uso temporário de medicação sintomática >> EVITAR!
INIBIDORES DA
ACETILCOLINESTERASE
EVENTOS ADVERSOS :

TGI: Náuseas e vômitos (SINTOMAS + COMUNS)


Diarréia
Hiporexia
Dor abdominal

SCV: Bradicardia (geralmente leve)


Hipotensão postural
Oscilações pressóricas
Hipertensão arterial
Síncope
Arritmia cardíaca

PEDIR AVALIAÇÃO DE CARDIOLOGISTA ANTES DE INICIA-


INIBIDORES DA
ACETILCOLINESTERASE
EVENTOS ADVERSOS :

SR: Broncoconstrição
Aumento de secreção pulmonar

SGU: Incontinência urinária


ITU
Hematúria

SNC:
Tontura
Tremor
Cefaléia
Insônia
Sintomas extrapiramidais
Agitação
INIBIDORES DA
ACETILCOLINESTERASE
EVENTOS ADVERSOS :

- ATENÇÃO ÀS
COMORBIDADE DE
CANDIDATOS AO USO DE
IChEs

- Orientar sobre riscos da


SUPERDOSAGEM >> se
suspeita monitorização
HOSPITALAR
INIBIDORES DA
ACETILCOLINESTERASE

Rocha, 2017
INIBIDORES DA
ACETILCOLINESTERASE
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:

- FÁRMACOS ANTICOLINÉRGICOS >> ANTAGONISMO (Exemplo: Biperideno,


Oxibutinina
- FÁRMACOS COM EFEITO CRONOTRÓPICO NEGATIVO >> BRADICARDIA
>> (Exemplos: Betabloqueadores, antiarrítmicos como Amiodarona)
- FÁRMACO COM EFEITO HIPERTENSOR >> ELEVAÇÃO DE PA (Exemplos:
Bupropiona, Venlafaxina)
- FÁRMACOS COM EFEITO HIPOTENSOR >> HIPOTENSÃO ORTORSTÁTICA
(Exemplos: Antidepressivos tricíclicos, antipsicóticos, anti-hipertensivos,
vasodilatadores)

- ATENÇÃO A ASSOCIAÇÃO IChEs x succinilcolina:


Donepezila : suspender duas semanas do ato operatório
Galantamina: suspender dois dias do ato operatório
Rivastigmina: vo suspender 3-4 dias e vt suspender 24h do ato cirúrgico
DONEPEZILA

- Disponível: 5 e 10 mg
- DOSE INICIAL: 5 MG (em
tomada única)
- Dose terapêutica: 5-10 mg/dia
- Progredir para 10 mg após 4-6
semanas de início de tratamento
- Absorção não é influenciada
por alimentos
- Pico de concentração
plasmática: 3-4h da ingesta
- Meia-vida: 70h
- Metabolização hepática
Usa via do CITOCROMO P-450
RIVASTIGMINA
- Disponível: 1,5; 3,0; 4,5 e 6 mg
- DOSE INICIAL: 1,5 mg (DUAS vezes ao dia)
- Se transdérmico: Iniciar com 5 cm² que equivale a 4,6 mg/dia
- Dose terapêutica: 6-12 mg/dia
- Intervalos de escalonamento >> 4 semanas
- Ingerir preferencialmente com alimentos
- Pico de concentração plasmática: 1-4h da ingesta
- Meia-vida: Forma oral 1-2 horas
Forma transdérmica 10 horas

- Metabolismo hepático extenso >> vários metabólitos>>


CAUTELA EM PACIENTES HEPATOPATAS GRAVES
GALANTAMINA
- Disponível: 8, 16 e 24 mg.
- DOSE INICIAL: 4mg BID
para forma de liberação
rápida; 8mg MID para
liberação lenta
- Dose terapêutica:16-24
mg/dia
- Progredir após 4 semanas de
início
- INGERIR COM
ALIMENTOS >> influenciam
a velocidade de absorção, não
a quantidade absorvida
- Pico de concentração
plasmática: 1-2h da ingesta
INIBIDORES/
ANTAGONISTAS DOS
RECEPTORES NMDA
DO GLUTAMATO
ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES NMDA DO
GLUTAMATO
- Memantina único representante
da classe liberado para o
tratamento das demências

- 1982: Memantina (Alemanha)


>> tratamento de síndrome
cerebrais orgânicas >>
observação empírica de melhora
na disfunção cognitiva

- 2003: Aprovada pelo FDA para


tratamento de DA – moderada a
grave
GLUTAMATO X DEMÊNCIAS
Neurotransmissão “normal”:

STAHL, 2017
GLUTAMATO X DEMÊNCIAS
CÉREBRO COM DA E OUTRAS DEMÊNCIAS
NEURODEGENERATIVAS:

STAHL, 2017
MEMANTINA
MECANISMO DE AÇÃO:

STAHL, 2017
MEMANTINA

INDICAÇÕES :

Benefício funcional e comportamental em:


DA E DV- MODERADAS A GRAVES
DEMÊNCIA DA DOENÇA DE PARKINSON
DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
DEMÊNCIA FRONTO-TEMPORAL* (evidências
preliminares)
SÍNDROME DE WERNICKE-KORSAKOFF * (evidências
preliminares)
MEMANTINA

- Disponível: 10 e 20 mg
- Dose terapêutica:10-20 mg
- DOSE INICIAL: 5 mg (meio comprimido de 10 mg
pela manhã)
Segunda semana: 5 mg pela manhã e noite
Terceira semana: 10 mg pela manhã + 5 mg noite
Quarta semana: 10 mg pela manhã e noite
- Duas tomadas diárias
- Absorção não é influenciada por alimentos
- Pico de concentração plasmática: 3-8h
- Meia-vida: 60-100h

Avaliar resposta 3 meses após início do tratamento


Sem interação com enzimas do citocromo P450
MEMANTINA

REAÇÕES ADVERSAS:

- Boa tolerabilidade

- Efeitos adversos mais comuns:


Diarréia
Vertigem
Cefaleia
Insônia
Inquietação
Fadiga

- Pouco frequente: Ansiedade, vômitos, hipertonia, cistite e aumento


da libido
- Superdosagem: assistência hospitalar
MEMANTINA

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:

Potencializa > Agonistas dopaminérgicos + agentes anticolinérgicos


Reduz > Barbitúricos + Neurolépticos + Hidroclorotiazida

PRECAUÇÕES:
Pacientes com epilepsia
IAM recente
HAS não controlada
Insuficiência cardíaca congestiva descompensada

Disfunção renal MODERADA > manter doses mais baixas


Disfunção renal GRAVE >> Memantina é contra indicada
ASSOCIAÇÃO INIBIDORES DA ACETILCOLINESTERASE
x MEMANTINA

Evidências IChE + Memantina >>>>


monoterapia

- 2014: FDA aprova Memantina de ação


prolongada + Donepezila para demências
moderadas a grave
- 2015: Brasil chega Donila Duo ®
(Donepezila 10 mg + Memantina variando
de 5-20 mg)
- Recomenda-se a associação após uso
de pelo menos 4 semanas de Donepezila a 10
mg/dia

- Cautela do uso de hepatopatas + disfunção


renal moderada a grave
PERSPECTIVAS – TERAPIA ANTIAMILÓIDE

- Compreensão dos mecanismos fisiopatológicos das demências


>> novas possibilidades terapêuticas

- DA: Hipótese amiloidogênica

- Placas extracelulares proteína β-amiloide + massas neurofibrilares de proteína Tau


+ clivagem das enzimas β e γ secretases = DEPÓSITOS AMILOIDES
(INSOLÚVEIS)

DISFUNÇÃO SINÁPTICA, INFLAMAÇÃO E DANO NEURONAL


PERSPECTIVAS – TERAPIA ANTIAMILÓIDE

- TERAPIA ANTIAMILÓIDE:

1- Dissolução de placas amiloides já existentes


2- Inibir a fosforilação e agregação da proteína Tau
3- Inibição das enzimas ß e ɤ secretase

- Agentes anti-amiloides com efetividade:


1- Anticorpos antiamiloides: donanemabe, aducanumabe,
lecanemabe e gantenerumabe
2- Molécula ALZ-80 : inibe o enovelamento amiloide
PERSPECTIVAS – TERAPIA ANTIAMILÓIDE

-Imunoterapia : PROMISSORA

Imunização passiva por administração intravenosa de anticorpos

fagocitose de placa amiloide + inibição da agregação amiloide

-Junho de 2021 FDA: liberou o Aducanumabe para o tratamento da


DA.
Decisão questionada!
Custo anual de tratamento de US$ 56.000
BIBLIOGRAFIA
1-ROCHA FL, Hara C, Oliveira e Silva LC. Antidepressivos. Psicofármacos na Pratica Clínica.
Belo Horizonte: Folium, 2017
2-STAHL, S. Psicofarmacologia - Bases Neurocientíficas e Aplicações Práticas. 4ªed.; São Paulo:
Medsi, 2014.
3-SCHATZBERG, A.F., DEBATTISTA, C. Manual de Psicofarmacologia Clínica. 8.ed.; Porto
Alegre: Artmed, 2017.
4-BALDESSARINI, Ross J.; TARAZI, Frank I. Fármacos e o tratamento dos transtornos
psiquiátricos: psicose e mania. In: Goodman e Gilman. As bases farmacológicas da terapêutica.
10. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2005. p. 365- 385.
5-American Geriatrics Society. Beers Criteria Update Expert Panel. American Geriatrics Society
2015 Updated Beers Criteria for Potentially Inappropriate Medication Use in Older Adults. J Am
Geriatr Soc. 2019;63(11):2227-46.
6-Yatham LN, Kennedy SH, Parikh SV, Schaffer A, Bond DJ, Frey BN, Sharma V, Goldstein BI,
Rej S, Beaulieu S, Alda M, MacQueen G, Milev RV, Ravindran A, O'Donovan C, McIntosh D,
Lam RW, Vazquez G, Kapczinski F, McIntyre RS, Kozicky J, Kanba S, Lafer B, Suppes T,
Calabrese JR, Vieta E, Malhi G, Post RM, Berk M. Canadian Network for Mood and Anxiety
Treatments (CANMAT) and International Society for Bipolar Disorders (ISBD) 2018 guidelines
for the management of patients with bipolar disorder. Bipolar Disord. 2018 Mar;20(2):97-170.
doi: 10.1111/bdi.12609. Epub 2018 Mar 14. PMID: 29536616; PMCID: PMC5947163.
OBRIGADA!

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