Fisiologia do sistema endócrino

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Fisiologia do sistema endócrino

Principais tipos de hormônios


Mecanismo de síntese e secreção de hormônios
O sistema endócrino, juntamente com o sistema nervoso, tem como função regular e coordenar os
processos fisiológicos para manutenção da homeostase.

Esse sistema utiliza substâncias químicas que funcionam como mensageiros e são chamados de
hormônios. Os hormônios são tradicionalmente definidos como substâncias químicas produzidas por
órgãos endócrinos específicos e posteriormente transportadas pelo sistema vascular, sendo capazes de
afetar diferentes tipos de órgãos, mesmo qando em baixas concentrações.

Considerando o enfoque médico-veterinário, neste segmento serão abordados diferentes aspectos a respeito
da síntese, do mecanismo, do transporte e da ação hormonal sobre a fisiologia dos animais.

Uma importante consideração a ser feita refere-se a outros tipos de controle de sistemas fisiológicos que
também são realizados por substâncias químicas, as quais não são transportadas pelo sistema vascular.
Essas substâncias participam de sistemas de regulação da atividae celular de um órão ou tecido,
promovendo uma autorregulação celular ou regulaçao de células adjacentes. Considerando o local onde
essas substâncias químicas ou mensageiras atuam, podemos classificá-los como:

Secreções parácrinas → Substâncias químicas que se difundem em meio aos fluidos intersticiais, geralmente
promovendo regulação de células adjacentes.

Secreções autócrinas → Substâncias químicas que agem sobre a própria célula que as sintetizou

Neurotransmissores → Substâncias químicas que afetam especificamente a comunicação entre neurônios e


células-alvo.

As três principais classes de hormônios consideradas vitais para o reino animal são
1. Hormônios do tipo aminas.
2. Hormônios do tipo peptídeos.
3. Hormônios do tipo esteroides.
Cada uma dessas classes se difere em relação à via biossintética, assim, podemos dizer que os hormônios
aminas são os derivados do triptofano ou da tirosina, os hormônios peptídicos ou proteicos são aqueles
sintetizados a partir de aminoácidos, e os hormônios esteroides são derivados do colesterol.

Receptores e mecanismos de ação hormonais


De maneira geral, um hormônio deve estar na forma livre ou não ligada antes de penetrar uma célula-alvo e
induzir determinada atividade biológica. Isso é realizado pelo estabelecimento do equilíbrio entre os níveis
de hormônios livres no plasma sanguíneo. A forma livre geralmente representa apenas cerca de 1% da
quantidade total de hormônio no plasma. O sistema fisiológico é responsivo ao uso da forma hormonal livre,
e essa forma livre é reabastecida rapidamente pela dissociação do hormônio ligado a uma proteína
carreadora (ou transportadora). Devemos lembrar que a produção hormonal envolve gasto energético,
portanto, os hormônios não podem ser produzidos de maneira exagerada, no intuito de promover uma
resposta celular. Além disso, os hormônios precisam ser específicos na atuação sobre receptores celulares,
pois não é vantajoso para o animal caso não atinjam suas respectivas células-alvos, deixando de promover
uma resposta celular, ou ainda ocorrer ligações inespecíficas com outras células ou tecidos, gerando
distúrbios fisiológicos no organismo animal.
A quantidade hormonal total é geralmente mensurada com objetivo de estimar o teor hormonal nas formas
ligadas e livres. Isso é muito evidente para hormônios esteroides, nos quais a síntese e a liberação hormonal
são fortemente ligadas a eventos fisiológicos específicos, como a gravidez em mamíferos, na qual os
hormônios reprodutivos são altamente responsivos ao ciclo estral das fêmeas de animais domésticos de
maneira geral.

Quanto maior a afinidade do receprot pelo hormônio, mais longa é a resposta biológica. O término da ação
hormonal geralmente requer a dissociação da relação hormônio-receptor. Isso ocorre mais frequentemente
devido a uma diminuição das concentrações hormonais plasmáticas. É importante lembrar que quanto
menor for a concentração plasmática de um hormônio menor será o tempo de interação entre o hormônio e
um receptor celular, logo, a resposta também será mais curta. Nesse caso, a ligação etnre o receptor e o
hormônio é do tipo não covalente, e a redução nas concentrações hormonais no sangue favorece uma
dissociação em vez de associação hormonal.

Outra possibilidade é o término da ação hormonal como resultado da internalização do complexo receptor-
hormônio, por meio do processo de endocitose. O hormônio é degradado por enzimas lisossômicas,
enquanto o receptor, protegido por sua associação com a membrana da vesícula, pode ser reciclado para a
membrana plasmática.

Alguns receptores estçao presentes em número muito maior nas células do que o necessário para
desencadear uma resposta biológica. Em geral, uma onda hormonal lançada na corrente sanguínea por
determinado órgão efetor específico e, geralmente, seria o suficiente para provocar uma resposta biológica
máxima. Sob o ponto de vista evolutivo, isso e considerado vantajoso, pois aumenta consideravelmente a
probabilidade de uma ou mais moléculas hormonais atingirem os receptores de uma ou mais células alvo
para desencadear uma resposta fisiológica e assim reestabelecer o equilíbrio da homeostase. Mesmo assim,
mudanças pontuais no número de receptores podem determinar a sensibilidade da célula, embora nçao sua
capacidade de resposta máxima. A alteração no número de receptres influencia a probabilidade de ocorrer
uma interação entre o receptor e o hormônio.

Podemos citar alguns tipos de processos cancerígenos na medula adrenal, que podem alterar a síntese de
hormônios mineralcorticoides e glicocorticoides ou, ainda, doenças metabólicas adquiridas ou congênitas que
podem afetar a síntese hormonal e a interação hormônio-receptor, como a diabetes, que tem como uma das
causas relacionada a doença imunomediada, resultando em destruição da glândula e redução na produção
hormonal.

Síntese e secreção de hormônios aminas


Esses hormônios são derivados da modificação de aminoácidos. Normalmente, a estrutura original do
aminoácido é modificada de tal forma que um grupamento carboxila é removido, porém, o grupamento
amina é mantido na estrutura química do hormônio.

Geralmente, hormônios aminas são sintetizados a partir de aminoácidos triptofano ou tirosina. Um


exemplo de um hormônio derivado do triptofano é a melatonina, secretada pela glândula epífise e auxilia a
regular o ritmo circadiano dos animais. Contudo, de acordo com os diferentes ciclos de fotopeíodos aos
quais os animais estão submetidos, a concentração de melatonina no plasma sanguíneo pode ser variada.

Com relação aos hormônios derivados de tirosina, destacam-se os hormônios tireoidianos, que
desempenham um papel essencial na regulaçao do metabolismo celular, e as catecolaminas, que são
classificadas como neurotransmissores monoaminas.
Catecolaminas
Epinefrina
Norepinefrina
Ambas atuam em processos metabólicos celulares, além de atuarem em processos fisiológicos
relacionados ao comportamento animal quando em estado de atenção, foco, pânico, excitação e
estresse.

Para compreendermos melhor como ocorre a síntese e a secreção de hormônios aminas, utilizaremos
como exemplo as catecolaminas. As células da medula adrenal que sintetizam catecolaminas são
classificadas como células cromafins.

As células comafins são denominadas neurônios simpéticos pós-gangionares, uma vez estimuladas
pelo neurotransmissor, a acetilcolina, a qual é liberada pelos neurônios simpáticos pré-ganglionares
em casos de stress agudo físico. A secreção de catecolaminas é iniciada pela liberação de acetilcolina
na fenda sináptica pelas fibras nervosas pré-galcionares. Esse neurotransmissor atinge os receptores
nicotínicos das células cromafins.

Com a ligação da acetilcolina ao receptor nicotínico, ocorre um aumento da permeabilidade da


membrana celular para o cálcio através da abertura de canais íons cálcio, como também o aumento da
liberação de cálcio pelas mitocôndrias para o citosol das células cromafins. A acetilcolina é rapidamente
degradada e reciclada por vesículas provenientes do retículo endoplasmático liso. Durante esse
processo, ocorre a liberação de AMPc, que, juntamente com o cálcio desempenha um importante papel
para ativação da enzima tirosina hidroxilase, iniciando o processo de biossíntese de catecolaminas
através de dois principais percursores, os aminoácidos fenilalanina ou tirosina.

A fenilalanina é um aminoácido essencial, e também o percurssor do neurotransmissor dopamina. Os


mamíferos convertem a fenilalanina da dieta em tirosina pela enzima fenilalanina hidroxilase. A tirosina é
um aminoácido de ocorrência natural no organismo de mamíferos e a maior parte da síntese de
catecolaminas começa com ela. No próximo desenho, você verá o esquema da junção estímulo-
secreção entre uma célula cromafim da glândula drenal e um neurônio simpático.

A síntese das catecolaminas começa no citoplasma das células cromafins localizadas na camada
medular da glândula adrenal. Inicialmente, ocorre a conversão da tirosina em 3,4-di-
hidroxifenilalanina (DOPA) pela ação da enzima tirosina hidroxilase.
A DOPA é então convertida em dopamina pela atividade enzimática da DOPA descarboxilase ou L-
aminoácido aromático descarboxilase (AAAD).
Já a conversão da dopamina em norepinefrina não ocorre no citoplasma, mas no interior dos grânulos
de cromafina presente nas células cromfins. Isso ocorre porque a enzima responsável por essa
conversão, a dopamina-beta-hidroxilase, está localizada dentro desses grânulos. A norepinefrina
permanece estocada no interior dos grânulos de cromafina até que haja um estímulo para sua
secreção.
Porém, uma parte de norepinefrina produzina retorna ao citoplasma celular, onde sofre a ação da
enzima feniletanolamina-N metiltransferase (PMNT), sendo convertida em epinefrina. Essa nova
molécula de epinefrina é estocada em um grânulo de epinefrina até que haja estímulo para sua
liberação.

Os produtos do metabolismo da tirosina, como a DOPA, a dopamina, a norepinefrina e a epinefrina,


inibem a atividade da TH. Esse rigoroso controle na atividade da TH ocorre por se tratar de hormônios
muito importantes que atuam em sistemas vitais como os sistemas nervoso, cardiovascular, respiratório,
além de participar do controle dos níveis séricos de glicose.

Após sua ação, as catecolaminas são metabolizadas principalmente no fígado pela ação das enzimas
catecol-O-metil transferase e monoamino oxidade (MAO), resultando em substâncias hidrossolúveis
facilmente escretadas na urina pelo metabolismo renal. O metabolismo das catecolaminas é rápido,
sendo de dois minutos para norepinefrina e menos de dois minutos para epinefrina. Esse evento é
vantajoso ao organismo do animal, pois, caso contrário, ocorreria uma sensibilização contínua dos
receptores, desencadeando uma resposta celular exacerbada. O que seria prejudicial para a
homeostase do animal.

Na imagem é possível ver a regulação da biossíntese de catecolaminas na medula adrenal. O dinal de +


vermelho indica estimulação; final de - vermelho indica inibição. Observe como o aumento da produção
de DOPA, dopamina e norepinefrina inibem a produção de tirosina revelando um mecanismo de
retroalimentação negativa. Ao passo que a produção de cortisol (principal hormônio do estresse)
estimula aumento da produção de norepinefrina.

Na imagem seguinte, você verá a síntese de catecolaminas na medula adrenal. As áreas sombreadas
indicam as mudanças estruturais que ocorrem em casa etapa
Síntese e secreção de hormônios tireoidianos
Os componentes mineral essencial (iodo) e o aminoácido não essencial (tirosina) são dois
compontentes importantes para síntese dos hormônios tireoidianos. A tirosina é parte de uma grande
molécula chamada tireoglobulina, que é formada dentro da célula folicular da glândula tireoide e
secretada no lúmen de seu folículo. Já o iodo é proveniente de alimentação e é convertido em iodeto no
trato intestinal, sendo, em seguida, transportado para a tireoide via corrente sanguínea, onde as células
foliculares o capturam por meio de um processo de transporte ativo. Isso permite que as concentrações
de iodeto intracelular sejam de 25 até 200 vezes maior do que as concentrações extracelulares.

Á medida que o iodeto passa através da membrana apical da célula, ele se liga à molécula de tirosina da
rieoglobulina presente em seu citoplasma. A tirosina pode acomodar um ou duas moléculas de iodeto;
quando apenas uma molécula de iodeto se liga a uma molécula de tirosina, é formada a
monoidotirosina, e quando duas moléculas de iodeto se ligam a uma molécula de tirosina, é formada a
diiodotirosina

Uma molécula de monoiodotirosina pode se unir a uma molécula de diiodotirosina, formando a


triiodotironina, hormônio tireoidiano comumente conhecido como T3. Da mesma forma, duas
moléculas de diiodotirosina podem se unir, formando a tetraiodotironina ou tironina, hormônio da
tireoide comumente conhecido como T4

Os hormônios tireoidianos são importantes reguladores da atividade metabólica das céluals do corpo
animal e sua liberação depdende de um mecanismo de retroalimentação negativa que envolve o
hipotálamo e a hipófise.

Nesse mecanismo, o hipotálamo é responsável por secretar o hormônio liberador de tireotropina (TRH),
que estimula a hipófise a liberar tireotropina (TSH), que por sua vez age sobre a glândula tireoide,
estimulando tanto a síntese quanto a secreção de T3 e T4.

Vias de sinalização rápida e fluxo iônico através de canais


Os exemplos de receptores mais simples são os receptores de canais iônicos dependentes de
moléculas sinalizadoras. A maioria desses receptores é controlada em células musculares e neurônios e
as principais moléculas sinalizadoras são os neurotransmissores. Entre os tipos de receptores
abordados, a ativação do receptor acoplado a canal inicia as respostas intracelulares mais rápidas de
todos os receptores.

Quando uma molécula sinalizadora extracelular se liga a um receptor acoplado a canal, o canal pode
abrir ou fechar, modificando a permeabilidade da célula a um íon. No caso das células neurais, que têm
um número considerável desses receptores, o aumento ou a diminuição da permeabilidade iônica ocorre
por meio da rápida mudança no potencial de membrana, gerando um sinal elétrico que pode se
propagar pela membrana celular.

Outro exemplo de receptor acoplado a canal é o canal catiônico monovalente sensível à acetilcolina na
junção neuromuscular. O neurotransmissor acetilcolina liberado de um neurônio adjacente liga-se ao
receptor de acetilcolina e abre o canal iônico. Tanto od íons Na+ como K_ fluem através do canal quando
aberto; o K+ sai da célula e o Na+ entra na célula a favor do seu gradiente eletroquímico. No entanto,
como o gradiente de Na+ é maior, a entrada resultante de cargas positivas despolariza a célula. No
músculo esquelético, essa cascata de eventos intracelulares resulta na contração muscular.

Receptores acoplados a canais são apenas uma de muitas maneiras de iniciar a sinalização celular
mediada por íons. Alguns canais iônicos estão ligados a receptores acoplados à proteína G. Quando um
ligante se une ao receptor acoplado à proteína G, a via da proteína G abre ou fecha o canal.

Junção neuromuscular, acetilcolina liberada pelo neurotransmissor pré-sináptico na fenda sináptica e


ligando-se ao receptor acoplado ao canal da membrana pós-sináptica da célula muscular.
Passagem de sódio para o meio intracelular e potássio para o meio extracelular, gerando uma
diferença de potencial eletroquímico entre os meios intra e extracelular

Grande parte da transdução de sinal utiliza proteínas G


Os receptores acoplados à proteína G são uma família grande e complexa de proteínas
transmembrana que atravessas a bicamada fosfolipídica sete vezes. A cauda citoplasmática da
proteína receptora é ligada a uma molécula transdutora de membrana, com três partes, que é
denominada proteína G. Entre os tipos de moléculas sinalizadoras que se ligam aos receptores
acoplados à proteína G, podemos cirtar hormônios, fatores de crescimento, moléculas
olfatórias e pigmentos visuais e neurotransmissores.

Em 1994 as proteínas G receberam seu nome pelo fato de se ligarem aos nucletídeos da guanosina.
As proteínas G inativas estão ligadas ao difosfato de guanosina (GDP), A troca de GDP pela forma
GTP ativa a proteína G. Quando as proteínas G são ativadas, abrem um canal iônico na membrana
ou alteram a atividade enzimática no lado citoplasmático da membrana.

As proteínas G ligadas às enzimas amplificadoras constituem a maior parte dos mecanismo de


transdução de sinal conhecidos. As duas enzimas amplificadoras mais comuns para os receptores
acoplados à proteína G são a adenilado-ciclase e a fosfolipase C. As vias para essas enzimas
amplificadoras são descritas a seguir

Muitos hormônios hidrofílicos usam vias GPCR-AMPc → O sistema adenilato-ciclase-AMPc


acoplado à proteína G foi a primeira via de transdução de sinal identificada. É o sistema de
transdução de sinal utilizado por muitos hormônios proteicos. Nesse sistema, a enzima adenilato-
ciclase comporta-se como uma enzima amplificadora, pois convere o ATP em uma molécula de
segundo mensageiro, o AMP cíclico (AMPc). O AMPc, por sua vez, ativa a proteína-cinase A que
fosforila outras proteínas intracelulares e, assim, desencadeira a cascata de sinalização.

Os receptores acoplados à proteína G também utilizam segundos mensageiros derivados de


lipidios → Alguns receptores acoplados à proteína G estão ligados a uma enzima amplificadora
diferente: a fosfolipase C. Quando uma molécula sinalizadora promove a ativação da via acoplada
à proteína G, a fosfolipase C converte um fosfolipífio de membrana específico em duas moléculas
de segundos mensageiros derivados de lipídios (diacilglirecol, trifosfato de inositol).

O diacilglicerol (DAG) é um diglicerídeo apolar que permanece na porção lipídica da membrana e


interage com a proteína-cinase C, uma enzima ativada por Ca2+, que se encontra associada à face
citoplasmática da membrana celular. A PKKC pode fosforilar proteínas citosólicas que irão continuar
a cascata sinalizadora. O trifosfato de inositol é uma molécula mensageira solúvel em água que
pode deixar a membrana plasmática e entrar no citoplasma, onde se liga a um canal de cálcio no
retículo endoplasmático. A ligação do trifosfato de inositol abre os canais de Ca2+, e assim
possibilita a difusão de Ca2+ do RE para o citosol. O próprio cálcio é uma importante molécula
sinalizadora.
Síntese e secreção de hormônios esteroides
Os hormônios esteroides representam os hormônios lipofílicos, sendo sua grande maioria sintetizada a
partir da molécula colesterol. Esses hormônios pertecem a duas categorias distintas:

Hormônios adrenocorticais
Como os glicocorticoides e os mineralocorticoides
Hormônios sexuais
Como a testosterona e o estrogênio.

Enquanto os glicocorticoides são responsáveis pelo metabolismo dos carboidratos e pela resposta
inflamatória sistêmica, os mineralocorticoides são responsáveis pela regulação de sódio e ága nos
corpos, exercento efeitos importantes sobre o sistema cardiovascular e o sistema nervoso central.

Os hormônios sexuais estão envolvidos com a produção de gametas e com o controle do ciclo estral.
A maoria dos hormônios esteroides é sintetizada pelo fígado. A síntese desse tipo de hormônio começa
com a ligação da porção proteica de uma lipoproteína de baixa densidade (LPBD) com um receptor
presente na membrana das células produtoras de hormônos esteroidais.

Essa ligação promove a interiorização do complexo de LDLs para o citosol. O complexo LDL é o principal
veículo para a entrega do colesterol através do sangue para as células-alvo. A apolipoproteína B (Apo-
B) é a principal proteína responsável pela interiorização do complexo LDL.

O colesterol, assim como outros lipídios, não é muito solúvel em soluções aquosas, como o plasma. Por
essa razão, quando o colesterol da dieta é absorvido pelo trato digestório, combina-se com
lipoproteínas, que o tornam mais solúvel. No organismo dos animais, assim como no dos seres
humanos, existe o complexo de solesterol lipoproteína de alta densidade (C-HDL) e o complexo de
colesterol liporpoteína de baixa densidade (C-LDL).

O C-HDL é claramente a forma mais desejável de colesterol no sanguem pois altos níveis de HDL estão
associados a menor risco de doença coronariana. Geralmente, altos níveis de C-LDL estão associados à
doença cardíaca coronariana e estão presentes quando o animal apresenta alguma patologia endócrina
primária relacionada a distúrbios metabólicos ou tem idade avançada ou alimentação pouco saudável.

O sítio de ligação do C-LDL combina-se com um receptor proteico de LDL encontrado na membrana
plasmática celular denominada clatrina. O complexo receptor clatrina-C-LDL é, então, levado para
dentro da célula por endocitose. O receptor de LDL retorna para a membrana da célula, e o endossomo
funde-se com um lisossomo. As proteínas do C-LDL são digeridas a aminoácidos, e o colesterol liberado
é utilizado na produção de membranas celulares ou de hormônios esteroides.

Quando o LDL se liga ao receptor presente na membrana plasmática, ocorre o revestimento da molécula
por uma camada de fosfolipídios formando uma vesícula em que os receptores de LDL encontram-se
voltados para fora da vesícula. Então a vesícula é internalizada e funde-se com endossomos primários,
onde também ocorre a remoção do revestimento de clatrina.

A molécula de LDL se dissocia de seu receptor no ambiente ácido dos endossomos primários e sofre
outro processo de fusão, porém, dessa vez, com lisossomos, em que é degradada por enzimas
hidrolíticas e pelo colesterol liberado na célula. Uma vez no citoplasma dessas células, o colesterol
poderá ser utilizado imediatamente para a síntese hormonal ou estocando em grânulos na forma de
éster.

As mudanças subsequentes da molécula de esteroide também podem ocorrer no interior da


mitocôndria das células produtoras de hormônios esteroidais ou podem envolver outras organelas
celulares.

O processo de produção de hormônios esteroides entre os compartimentos celulares ainda não é bem
compreendido. Porém, sabe-se que o tipo de hormônio esteroide a ser sintetizado depende da
presença de enzimas específicas que resultam na hidroxilação de moléculas específicas de carbono do
colesterol, produzindo glicocorticoides e mineralocorticoides.

Já o padrão para a biossíntese de esteroides sexuais envolve a metabolização da pregnenolona em


progesterona e andrógenos e, finalmente, em estrogênios. Como outro exemplo de especificidade para
produção hormonal, as células que sintetizam hormônios andrógenos têm as enzimas necesárias para a
formação de pregnenolona e progesterona, bem como para a modificação da progesterona em
hormônios andrógenos, mas não têm as enzimas necessárias para modificar os hormônios andrógenos
em hormônios estrogênios.

Funcionamento do eixo hipotálamo-hipofisário


O hipotálamo é o órgão que coordena a atividade da glândula hipófise por meio da secreção de
hormônios peptídeos e aminas. O hipotálamo é uma área do diencéfalo que forma o assoalho do terceiro
ventrículo e inclui o quiasma óptico, tubercinerium,, corpos mamilares e a eminência mediana.

O hipotálamo produz hormônios peptídeos e aminas que atuam sobre a glândula hipófise que, por sua
vez, produz (1) hormônios tróficos (por exemplo, de cortisol) pelos tecidos endócrinos ou por órgãos
periféricos ou, ainda (2) hormônios que causam um efeito biológico diretamente nos tecidos (por
exemplo, a prolactina). O hipotálamo também é o centro de controle de muitas regiões do sistema
nervoso autônomo.

A glândula hipófise e seus principais hormônios ocitocina e vasopressina


A hipófise é composta pela adeno-hipófise, a neuro-hipófise tem corpos celulares que se originam
juntamente com o hipotálamo, com terminações celulares que secretam os hormônios ocitocina e
vasopressina.

A neuro-hipófise é composta pela pars nervosa, pelo infundíbulo e pela eminência média. É uma
extensão do hipotálamo para hipófise; ou seja, os corpos celulares estão no hipotálamo. Os axônios
formam o pendúculo do lobo posterior e as terminações nervosas estão no lobo propriamente dito.

Os neurônios secretores endócrinos que constituem a neuro-hipófise se diferem dos neurônios


envolvidos na transmissão de sinais neurais de várias maneiras:

Os neurônios neurossecretores não inervam outros neurônios.


O produto secretório dos neurônios neurossecretores é secretado no sangue.
O produto secretório pode atuar a distâncias muito maiores que os neurônios não secretores.

A adeno-hipófise secreta hormônios estimuladores para que outros tecidos também produzam e
secretem hormônios, porém, a neuro-hipófise secreta hormônios que causam uma resposta
biológica direta no tecido-alvo.

Produção de ocitocina e vasopressina


Os dois hormônios importantes produzidos pela neuro-hipófise são a vasopressina e a
ocitocina. Embora se pensasse anteriormente que os dois hormônios eram produzidos em
núcleos distintos, posteriormente foi evidenciado que ambos são produzidos no núcleo
supraóptico e no núcleo paraventricular, respectivamente. Os corpos celulares que sintetizam
hormônios são grandes e, portanto, esses neurônios são chamados de neurônios
magnocelulares.

Como todo hormônio peptídico, a síntese de vasopressina e ocitocina envolve primeiro a


produção de um pré-pró-hormônio: a pré-propressofisina para a vasopressina e pré-pró-
oxifi para ocitocina. Essa primeira etapa ocorre no corpo celular do hipotálamo. A porção pré
da molécula é clivada antes de as moléculas serem empacotadas nos grânulos. Durante a
passagem dos grânulos ao longo do axônio, o pró-hormônio ´-e clivado para produzir o
hormônio.

Efeitos da ocitocina
Os principais efeitos da ocitocina envolvem a contração das células mioepiteliais, que
circundam a musculatura do útero e os alvéolos mamários. Contudo, existe uma relação mais
intrínseca desse hormônio com alguns eventos tão importantes para a geração da vida. Outro
ponto refere-se à produção de leite em animais mamíferos, em que a produção de ocitocina
durante a gestação pode ter um impacto positivo na produção do primeiro alimento que o
filhote irá receber. Pode ter sua liberação mediada por diversos estímulos sensoriais como
toque, calor, estimulação do olfato, determinados tipos de sons e luzes.

Em vacas apresentando quadro clínico de distocia, que nada mais é do que uma condição
clínica que interfere no andamento de um trabalho de parto, pode ser administrada ocitocina
sintética pelo médico-veterinário para auxiliar a expulsão do feto. As distocias podem estar
relacionadas ao mau posicionamento fetal durante o trabalho de parto, mas também podem
estar associadas a problemas no trajeto do canal de parto, como a desproporção céfalo-
pálvica, que ocorre quando a mãe apresenta um estreitamento do canal pélvico em relação ao
tamanho do crânio do feto.

Efeitos da vasopressina
A principal atividade da vasopressina desmente seu nome porque seu principal efeito é
antidiurético, aumentando aretenção de água pelos rins. Como consequência, o hormônio é
frequentemente chamado de hormônio antidiurético (ADH). A vasopressina é o hormônio mais
importante para o controle do equilíbiro hídrico. Ela também tem um efeito que envolve a
contração de musculatura do sistema vascular e, portanto, tem um efeito direto sobre a
pressão do sangue.

A principal forma de vasopressina na maioria das espécies é a arginina vasopressina,


enquanto em porcos é a lisina vasopressina e, em aves, a arginina vasotocina. O controle da
secreção de vasopressina como resultado de alterações da osmolaridade plasmática ocorre
por meio de osmorreceptores localizados no hipotálamo, bem como de receptores localizados
no esôfago e no estômago, que detectam imediatamente a ingestão de água.

A vasopressina atua sobre a musculatura do endotélio vascular, promovendo a distenão dos


vasos sanguíneos enquanto estiver ocorrendo o influxo de água. Uma vez que a água está
sendo absorvida, os osmorreceptores sinaliza para reduzir a produção de vasopressina e, como
segundo controle regulatório da vasopressina no nível da musculatura endotelial, ocorre a
atiação dos receptores de estiramento capilar, os quais inibem a atividade dos neurônios
vagais, que, por sua vez, inibem as células osmorreceptores a reduzirem a produção de
vasopressina.

Uma perturbação no sangue (volume ou osmolaridade) modifica a secreção de vasopressina


para restaurar esses parâmetros aos seus valores normais. No entanto, essa restauração requer
água, bem como pela modulação da retenção hídrica representada.

Produção pela hipófise e eixo hipotalâmico-hipofisário.


Produção hormonal pela hipófise
Os principais hormônios produzidos pela adeno-hipófise são o hormônio do crescimanto
(GH), a prolactina (PRL), o hormônio estimulante da tireoide (TSH) e a corticotropina.
O GH é produzido por somatotrópicos acidófilos e a PRL é produzida por lactotrópicos, e
ambos são classificados como somatomamotropinas. O GH e a PRL são proteínas de cadeia
simples que contêm duas o três ligações dissulfeto, respectivamento.

Existe uma sobreposição da atividade entre GH e PRL, e essa sobreposição é baseada na


homologia de aproximadamente 50% das suas sequências de aminoácidos. Contudo, entre
essas duas principais somatomotropinas, o GH é específico quanto à sua atividade. O TSH,
produzido por tireotrofos, é classificado como glicoproteína devido ao seu grupamento
carboxílicos. Temos, ainda, o hormônio estimulador de melanócitos (MSH), e controla a
pigamentação em répteis e anfíbios. O hormônio luteinizante (LH) atua principalmente sobre as
células endócrinas reprodutivas de machos e fêmeas, estimulando a produção de hormônios
esteroides gonadais. Ainda é possível citar o hormônio folículo estimulante (FSH) que atua em
conjunto com outros hormônios esteroides gonadais, como o LH, sendo necessário para iniciar
e mentar a gametogênese.

Regulação do eixo hipotalâmico-hipofisário


A maioria dos hormônios do corpo são secretados no sangue, mas rapidamento diluem-se
quando distribuídos pelo volume sanguíneo de um animal. Porém, especificamente na
regulação do eixo hipotalâmico-hipofisário, para evitar uma diluição hormonal quando lançado
na corrente sanguínea, os neuro-hormônios hipotalâmicos que têm como alvo a adeno-hipófise
entram em uma modificação especial do sistema circulatório, chamada de sistema porta. O
sistema porta consiste em dois conjuntos de capilares conectados em séria por um grupo de
pequenas veias.

Os neuro-hormônios hipotalâmicos caem na corrente sanguínea pelo primeiro grupo de


capilares e vão diretamente através das veias porta até o segundo grupo de capilares na
adeno-hipófise, onde difundem-se para alcançarem as células-alvo. Dessa forma, basta que
uma quantidade pequena de hormônios permaneça concentrada em um epqueno volume
sanguíneo portal, enquanto se dirigem diretamente para as células-alvo.

Essa conformação permite que apenas um pequeno número de neurônios secretores


hipotalâmicos controle a adeno-hipófise. As concentrações extremamente reduzidas de
hormônios secretados no sistema porta-hipotálamo-hipofisário foram um grande desafio para os
pesquisadores que, primeiro, isolaram esses hormônios.

Como exemplo de hormônios hipotalâmicos e da ação deles, podemos citar:


Hormônio liberador de corticotrofina (CRH). Um aminoácido polipeptídeo que estimula os
corticotrópicos (órgãos que liberam cortisol e seus derivados.
Hormônio liberador de tireotropina (TRH). Um tripeptídeo que estimula a secreção
tirotrófica de TSH.
Dopamina. Um percursor da catecolamina norepinefrina que inibe a secreção tireotrópica de
TSH.
Hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHRH). Um grande amino polipeptídeo
ácido que estimula a secreção somatotrópica de GH, O GHRH estimula a secreção do
hormônio do crescimento. O GH age diretamente em muitos tecidos do corpo, mas também
influencia a produção hepática de fatores de crescimento semelhantes à insulina, outro
grupo de hormônios que regulam o crescimento.
A regulação mais importante da secreção de hormônios pela pars ditalis é por feedback
negativo. Esse sistema pode ser considerado um bom exemplo para demonstrar o
funcionamento de um mecanismo de feedback negativo. O cortisol é produzido elo córtex
adrenal como restultado da estimulação da corticotropina, e o cortisol tem um efeito de
feedback negativo na produção da própria corticotropina no nível do hipotálamo e na
hipófise anterior. Sistemas de feedback também foram descritos na glândula adeno-hipófise,
onde hormônios, como corticotrofina geram um feedback negativo na inibição da secreção
hormonal, nesse caso o CRH, no centro do hipotálamo. Mesmo sob condições de inibição de
feedback negativo, a secreção de hormônios da hipófise antterior não é constante.

Funcionamento da regulação hormonal da glândula tireoide.


A tireoide é a principal glândula reguladora da atividade metabólica de animais. Na maioria dos
mamíferos, a glândula tireoide está localizada caudalmente à tranqueia ao nível do primeiro ao
segundo anel traqueal.

A tireoide secreta três hormônios, a tiroxina (T4), a triiodotironina (T3), e a calcitonina.

Os dois primeiros aumentam intensamento o metabolismo celular, sendo sua secreção controlada
pelo hormônio estimulante da tireoide (TSH), secretado pela adeno-hipófise. Já a calcitonina é um
hormônio importante para o metabolismo do cálcio. Atrás da glândula tireoide, localizam-se as
paratireoides, que produzem paratormônio; portanto, também atuam no metabolismo do cálcio.

O tecido glandular temcélular formadas em arranjo circular chamado folículo. Os folículos são
preenchidos com uma substância de coloração homogênea chamada coloide.

As céluls foliculares são cuboides, quando a glândula está realizando uma secreção basal de
hormônios e, quando essas células são estimuladas a liberar algum hormônio tireoidiano, elas
assumem uma forma alongada. Elas secretam hormônios que são armazenados no exterior dessas
células foliculares e se acumulam no lúmen sob a forma coloide. O arranjo dessas células para
formar o lúmen é uma conformação única dentro das inúmeras glândulas existentes em animais e
favorece o acúmulo de uma quantidade considerável de hormônio tireoidiano.

Os hormônios tireoidianos influenciam diversos eventos metabólicos e fisiológicos em animais:


Aumentam a atividade celular e, consequentemente o consumo de oxigênio por tecidos
intensificando a produção de calor por animais.
Os hormônios tireoidianos afetam o metabolismo dos carboidratos de várias maneiras,
incluindo o aumento da absorção intestinal de glicose e facilitação da entrada de glicose em
tecidos adiposos e musculares.
Hormônios tireoidianos facilitam a captação de glicose mediada por insulina pelas células de
maneira geral.
A formaçlão de glicogênese pelas células é facilitada pela ação de pequenas concentrações de
hormônios tireoidianos, porém, em concentrações maiores, os hormônios tireoidianos
estimulam células a realizarem glicogenólise.
Os hormônios tireoidianos atuam em conjunto com hormônios de crescimento, facilitando a
absorção de aminoácidos por tecidos e sistemas enzimáticos relaxionado à síntese proteica.
Crescimento de peles, pelos e plumas.
Os hormônios tireoidianos podem atuar reduzindo os níveis plasmáticos de colesterol à medida
que aumentam a absorção de liporpoteínas de baixa densidade nas células ao mesmo tempo
que degradam moléculas de colesterol e LDL. Essa atividade fica evidente em patologias
tireoidianasm nas quais por meio de exames laboratoriais, é possível observar que, quando os
níveis séricos de T3 e T4 estão baixos, normalmente estão acompanhados de altos níveis de
colesterol no sangue.
Hormônios tireoidianos podem promover efeitos no sistema simpático de animais mediante
estímulos em receptores beta-adrenérgicos, que são os principais alvos das catecolaminas,
como as epinefrinas e norepinerinas. Assim, os hormônios da tireoide aumentam a frequência
cardíaca e a forla de contração dosmúsculos cardíacos à medida que tornam esses receptores
beta-adrenérgicos mais responsivos às catecolaminas. Consequentemente, ocorre também um
aumento na pressão sanguínea do animal.

Portanto, novamente está demonstrado que animais com quadros clínicos sugestivos de
distúrbios cardiovasculares precisam ser investigados quanto à alteração no funcionamento da
glândula tireoide. Os exames laboratoriais para hormônios T3, T4 e TSH são excelentes
indicativos para correlacionar com outros parâmetros clínicos do animal e auxiliar o médico
veterinário na confirmação do diagnóstico.

Mecanismo de ação dos hormônios T3 e T4


O controle da secreção dos hormônios da tireoide segue o padrão hipotalâmico-hipofisário-
glândula endócrina periférica típico. O TRH pdoruzido pelo hipotálamo é responsável pelo
controle de TSH. O TSH, por sua vez, atua na glândula tireoide para promover a síntese
hormonal. Os hormônios da tireoide, geralmente atuam como um sinal de retroalimentação
negativa para evitar a hipersecreção hormonal.

A ação principal dos hormônios da tireoide em animais é prover o substrato para o metabolismo
oxidativo. Os hormônios da tireoide são termogêniucos, logo, aumentam o consumo de
oxigênio na maioria dos tecidos estimulando, por exemplo, a geração de calor.

Vamos tomar como base a imagem, em que, mediante um estresse por frio a que o animal pode
ser submetido, ocorre a liberação de TRH pelo hipotálamo, que estimula a glândula hipófise a
produzir TSH, que, pode sua vez, irá atuar na tireoide. A tireoide irá, então, secretar os
hormônios T3 e T4, que atuarão nos tecidos, estimulando o consumo de oxigênio, o
catabolismo de proteínase o aumento da atividae de enzimas metabólicas e da bomba de sódio
e potássio.

Uma hipersecreção de hormônios T3 sinaliza para a glândula hipófise a redução de hormônio


TSH, diminuindo assim a secreção de T3, sendo este considerado um mecanismo de
retroalimentação negativa (feedback negativo). Porém, em outras situações, mediante um
estresse por fome, por exemplo, ocorre uma redução dos níveis de T3 devido à redução da
atividade da enzima deiodinase tipo I responsável pela conversão de T4 em T3 e,
consequentemente, uma redução da taxa metabólica dos animais.

Alguns dos fatores que podem levar à redução da atividade da enzima deiodinase tipo I são:
ganho de peso, diabetes, inflamações decorrentes de processos autoimunes e dores crônicas.
Existem ainda outros distúrbios metabólicos passíveis de reduzir a atividade metabólica animal,
além de hormônios que, mediante uma situação de estresse, contribuem para reduzir os níveis
de T3 livre, como cortisol.

Funcionamento da regulação hormonal das glândulas adrenais.


Glândulas adrenais e as zonas produtoras de hormônios
As glândulas adrenais ou suprarrenais são compostas por dois órgãos: uma glândula externa
denominada córtex, e uma interna denominada medula. Esses dois órgãos bilaterais
localizados na região anterior aos rins produzem diferentes tipos de hormônios.

Medula → Produz hormônios aminas como noradrenalina e epinefrina.


Córtex → Ocorre a produção de hormônios esteroides como cortisol, corticosterona,
esteroides sexuais e aldosterona.
Embora esses dois órgçaos produzam hormônios com finalidades tão distintas, a combinação
hormonal de ambos é importante para adaptação a condições adversas do ambiente quando
um animal encontra-se sob estresse ou situações de perigo.

Nesse momento, o cótex libera hormônios glicocorticoides, com objetivo de aumentar a


mobilização de glicose como uma fonte de energia prontamente utilizável para fugir e, ao
mesmo tempo, a medula libera a noradrenalina e epinefrina, aumentando a percepção
sensorial e a explosão muscular do animal.

O córtex adrenal e a produção de hormônios glicorticoides → O córtex adrenal tem três


zonas: a zona glomerulosa, que secreta mineralocorticoides, a zona fasciculata e a zona
reticularis, que secretam hormônios glicocorticoides.

As zonas fasciculata e reticularis são responsáveis pela produção dos hormônios


glicocorticoides como o cortisol. Esse hormônio é um importante mediador do metabolismo
intermediário, estimulando a gliconeogênese hepática, resultando em aumento do glicogênio
hepático, da glicemia e do catabolismo proteico.

A mobilização e incorporação de aminoácidos para síntese de glicogênio aumentam a excreção


urinária de nitrogênio e geram um balanço negativo de nitrogênio sérico. Os
glicocorticoides atuam na diurese da água inibindo a atividade da vasopressina no túbulo
distal, aumentando a TFG e a pressão sanguínea.

Controle da produção de hormônios glicocorticoide → Agora, vamos entender como


funciona o controle da secreção de hormônios glicocorticoides. Lembre-se de que esse
processo envolve hormônios estimuladores secretados pelo hipotálamo e pela glândula
adeno-hipófise. O hipotálamo tem uma característica de percepção sensorial do ambiente e,
com base nessa percepção, alguns hormônios estarão aumentados e outros, reduzidos.

O controle da secreção de glicocorticoides pela zona fasciculata e pela zna reticularis é feito
peo hormônio corticotropina. Repare que, por meio de feedback negativo, os glicocorticoides
inibem a liberação do hormônio liberador de corticotrofina (CRH)

Imagine uma situação em que o animal encontra-se calmo, ativo e fazendo suas atividades
normais; nesse momento, ocorre aumento na secreção de corticotropina pela hipófise,
gerando mais cortisol. Isso resulta no aumento da mobilização de energia (glicogenólise), e a
zona medular começa a liberar mais epinefrina e norepinefrina, tornando os sentidos mais
aguçados e os músculos periféricos mais responsivos. Uma vez cessado o estímulo
estressante, o cortisol, também aumentado no momento do evento estressante, irá
gradativamente inibir a liberação dos hormônios CRH e corticotropina, e assim, indiretamente,
isso irá levar o animal a retomar seu estado de homeostase inicial.
Córtex adrenal e a produção de hormônios mineralocorticoides → O principal
mineralocorticoide produzido pela zona glomerulosa é a aldosterona, que atua no equilíbrio
eletrolítico e na regulaçao da pressão arterial. Essas ações são realizadas no nível dos túbulos
distais dos rins. O efeito dos mineralocorticoides é promover a retenção de sódio e
secreção de potássio e hidrogênio. Vamos pensar que as células dos túbulos renais
apresentam uma parte da superfície voltada para o lúmen renal e outra voltada para os vasos
sanguíneos.

Na presença de aldosterona ocorre um aumento da síntese proteica, causando aumento da


permeabilidade da superfície celular voltada para o lúmen renal. Logo, ocorre maior síntese
de proteínas de transporte destinadas a facilitar o influxo de sódio presente no filtrado renal, ou
seja, mais sódio entra na célula renal.

Também ocorre o aumento da atividade da enzima sódio/potássio-adenosinatrifosfase na


superfície celular contra luminal. Assim, ocorre o transporte de Na+ para fora da célula e para a
corrente sanguínea. O influxo de Na+ para o interior da célula mantém o K+ no filtrado renal
para manter a osmolaridade da urina.
Pâncreas e a importância do fosfato de cálcio na fisiologia animal.
O pâncreas tem importantes funções endócrinas e não endócrinas. As funções não endócrinas
resultam da atividade de parte exócrina do pâncreas e estão envolvidas na função gastrointestinal.
A porção endócrina do pâncreas é organizada como ilhotas que contêm quatro tipos de células,
cada uma responsável por produzir um hormônio diferente. As células beta, são responsável por
produzir o hormônio insulina.

A síntese de insulina é semelhando a de outros hormô nio peptídicos e se inicia com a formação de
um polipeptídeo linear (pré-pró-insulina) dentro do rteículo endoplasmático rugoso. Um pequeno
fragmento do peptídeo é removido para formar a pró-insulina. A pró0insulina é transferida para o
aparelho de golgi, onde a pró0insulina é transformada em insulina, que é empacotada em grânulos.

O pâncreas comunica-se com o fígado por circulação venosa.

A insulina reduz a concentração de glicose, ácidos graxos e aminoácidos no sangue e promove a


conversão intracelular desses compostos em formas de armazenamento: glicogênio,
triglicerídeos e proteínas, respectivamente.
A glicose não penetra facilmente nas membranas celulares, com exceção de alguns tecidos:
cerebral, hepático e glóbulos vermelhos. Nos demais tecidos, a insulina é muito imporatnte para
transportar glicose para o interior dessas células.

A insulina facilita a transformação da glicose para triglicerídeos pelas células. A glicose também
exerce um controle sobre a secreção de insulina em um sistema de feedback positivo.

O aumento nas concentrações de glicose gera aumento na concentração de insulina.

A insulina promove a produção de glicogênio e triglicerídeos (armazenamento hepático). A


gliconeogênese (síntese de glicose a partir de aminoácidos) é diminuida pela insulina devido à
promoção da síntese proteica nos tecidos periféricos (músculos por exemplo), diminuindo assim
a quantidade de aminoácidos disponíveis para a gliconeogênese hepática.

A insulina promove a síntese de proteínas e inibe a quebra de proteínas. A insulina facilita o uso
intracelular da glicose, que resulta em piruvato, um precursor da acetil conezima A, que, por sua
vez, é um precursor de ácidos graxos e corpos cetônicos.

Deficiências na produção de insulina levam ao aumento da quebra de proteínas (órgão


periféricos), aumentando as quantidades de aminoácidos disponíveis para a gliconeogênse
hepática, o que também gera um aumento de glicose sérica.

Na ausência de insulina, o fígado começa a sintetizar glicose a partir de aminoácidos


(gliconeogênse) e, nesse process, começam a se acumular os ácidos graxos e acetil-CoA, que são
convertidos em CE.

Importância do fosfato e do cálcio na fisiologia animal.


O cálcio é muito importante para várias reações intracelulares, incluindo contração muscular,
atividade das células nervosas, liberação de hormônios por exocitose e ativação de enzimas. A
homeostase do cálcio é rigidamente controlada. O cálcio é importante para:

Contração muscular.
Atividade das células nervosas.
Liberação de hormônios por exocitose.
Ativação enzimática.
Coagulação sanguínea.
Manutenção da integridade estrutural óssea e dentária, durante o perído de gestação e
lactação.

O fosfato inorgânico também é importante na formação óssea e dentária, além de participar


da mineralização e da desmineralização óssea. O fosfato orgânico está presente na
membrana plasmática de diversos compontentes intracelulares (DNA, RNA, ATP).

Glândula paratireoide, paratormônio e vitamina D.


Glândula paratireoide e o hormônio paratormônio.
A paratireoide atua no controle de cálcio e fosfato, secretando o hormônio paratormônio
(PTH). Em cães e gatos, o par craniano de glândulas paratireoides está localizado nos polos
craniolaterais da tireoide. Em animais ruminantes e equinos, o par craniano está localizado
anteriormente à tireoide. Em cães, gatos e ruminantes o par caudal está localizado na
superfície medial da tireoide, enquanto no cavalo está próximo à bifurcação do tronco
carotídeo.

Células paratireoideianas secretoras de PTH chamam-se células principais, células oxifílicas


(inativas) não secretam PTH. A síntese de PTH é semelhante à síntese dos hormônios
proteicos; um pré-pró-PTH é sintetizado no retículo endoplasmático rugoso e clivado formando
o pró-PTH. A porção pró é removida pelo aparelho de golgi, formando o PTH. O PTH é
secretado por exocitose.

Secreção de cálcio e fosfato pela paratireoide e tireoide.


O PTH aumenta o cálcio e reduz as concentrações de fosfato no sangue. Inicialmente, o PTH
promove a tranferência de cálcio da membrana de osteoblastos e osteócitos para o sangue
(calcemia), não atuando sobre o fosfato sanguíneo. O PTH também estimula a atividade dos
osteoclastos e inibe a atividade osteoblástica (hiperfosfatemia e hipercalcemia).

O PTH aumenta a asborção de cálcio nos túbulos renais e diminui a reabsorção de


fosfato. Indiretamente, o PTH promove a absorção de cálcio intestinal por meio do seu
efeito sobre a vitamina D. A diminuição dos níveis séricos de cálcio estimula a secreção de
PTH e aumentos na secreção de cálcio inibem a secreção de PTH.

A calcitonina (CAL) atua no metabolismo de cálcio. As células parafoliculares ou tipo C


sintetizam e secretam CAL e localizam-se na glândula tireoide, embora sejam diferentes das
células sintetizadoras de hormônios tireoidiano. A CAL é sintetizada como um pró-hormônio,
então, uma clivagem enzimática adicional forma a molécula ativa. A secreção da calcitonina por
exocitose ocorre a partir de grânulos. A CAL age como um contraponto ao PTH, causando
hipocalcemia e hipofosfatemia.

O efeito da CAL no metabolismo mineral ocorre principalmente no nível do tecido ósseo. A CAL
atua sobre os osteoclastos diminuindo a desmineralização da matriz óssea para o sangue
(hipofosfatemia), aumentando a transferência de fosfato sanguíneo para os ossos
(hipofosfatemia), elevando a excreção renal de cálcio e fosfato e causando hipofosfatemia
e hipocalcemia.
Um aumento nas concentrações de cálcio sanguíneo causa aumento da secreção de
calcitonina (feedback +). A hipercalcemia promove o controle fisiológico do metabolismo do
cálcio pela CAL, gerando aumtno da secreção de CAL e inibição de PTH. Durante condições
de hipocalcemias, a calcitonina é inibida e o PTH restaura as concentrações normais de
cálcio sanguíneo.

Regulação de cálcio e fosfato pela vitamina D.


PAra a homeostase do cálcio, além do PTH e da CAL, a vitamina D ativa também auxilia o
metabolismo de cálcio. As concentrações aproximadas de Ca+ no sangue variam entre as
espécies.

A vitamina D é um nutriente fundamental para a absorção de cálcio no intestino. É uma


molécula semelhante a um esteroide e, pelo fato de ser produzida em um tecido, ser
transportada pelo sangue para outro órgão distante e realizar ações endócrinas importantes,
algumas linhas de pesquisa consideram vitamina D um hormônio, não uma vitamina.

As células epiteliais da pele sinteziam o precursos imediato da vitamina D a partir do acetato. A


exposição da pela à luz solar resulta na clivagem, resultando na formação de vitamina D inativa,
na forma inativa, deve ser biologiamente ativada no fígado e nos rins.

Ativação da vitamina D pelo PTH


Nos rins o PTH exerce um importante controle para a síntese de vitamina D na forma ativa.
Diminuições nas concentrações de cálcio estimulam a secreção de PTH, favorecendo a síntese
de vitamina D ativa e o aumento da absorção intestinal de cálcio. O fosfato inorgânico também
regula o metabolismo de vitamina D.

O aumento nas concentrações de fosfato inorgânico sérico estimula a hidroxilação enzimática


da pró-vitamina D pelos rins, gerando a vitamina D inativa. Porém, altos níveis de vitamina D
na forma ativa promovem um feedback negativo diminuindo a atividade de enzimas ativadoras
de vitamina D e reduzindo o nível sérico da sua forma ativa. Os efeitos mais importantes da
vitamina D envolvem o aumento de absorção de cálcio pelo trato GI.
A vitamina D estimula a regulação da síntese proteica por células da mucosa intestinal, as quais
atuam na absorção de cálcio. Esse mesmo cálcio é transportado ativamente para o sangue
através das bombas de CA++ / ATPase.

A vitamina D também se relaciona com o hormônio PTH no metabolismo de cálcio e fosfato na


matriz óssea. Uma diminuição nas concentações de cálcio resulta em aumento da secreção
de PTH e aumento da formação da forma ativa da vitamina D. Essa ação gera correção da
hipocalcemia, aumentando a absorção de cálcio pelo intestino e o lançamento na sorrente
sanguínea. Uma diminuição nas concentrações de fosfato resulta também no aumtno da
produção de vitamina D ativa, aumento a absorção de fosfato.

Síntese e secreção de hormônios peptídicos ou proteicos.


Hormônios proteicos ou peptídicos são constituídos a partir da ligação de múltiplos aminoácidos,
formando uma cadeia. Contudo, os hormônios peptídicos são compostos por uma cadeia de
aminoácidos consideravelmente menor quando comparados aos hormônios proteicos, formados por
cadeiras de polipeptídios. A síntese desse tipo de hormônio é iniciada no interior do núcleo celular,
quando um gene específico para um hormônio proteico é transcrito em um RNA mensageiro.

Geralmente, um único gene específico é responsável pelo direcionamento de toda a estrutura de um


hormônio peptídico. O RNAm é então transferido para o cirotplasma celular, onde, com auxílio dos
ribossomos, ocorre sua tradução, formando um pré-pró-hormônio. Isso ocorre da seguinte forma:

A tradução do RNAm pelos ribossomos é iniciada com um peptídeo sinal localizado na posição N-terminal
do RNAm. Ao final da tradução, o peptídeo sinal liga-se a receptores do retículo endoplasmático rugoso
por meio de proteínas de ancoragem.

Uma vez dento do RER, a tradução é reiniciada até que a sequ?ência peptídica inteira seja produzida, ou
seja, até que seja produzido o pré-pró-hormônio, que contém, além da sequência final do hormônio,
algumas sequências peptídicas que devem ser removidas.

Para que isso ocorra, o pró-hormônio é transferido para o complexo de golgi, onde será empacotado em
vesículas secretórias. No interior dessas vesículas secretórias, enzimas proteolíticas clivam as
sequências peptídicas adicionais do pró-hormônio para então produzir o hormônio. Por fim, o hormônio
é então armazenado em vesículas secretórias até que ocorra algum estímulo para sua secreção.

Um bom exemplo de hormônio proteico é o paratormônio (PTH), sintetizado pelas glândulas


paratireoides. O PTH tem como principal função estimular a remodelação óssea para liberação do cálcio
armazenado nos ossos para corrente sanguínea. Isso ocorre quando receptores presentes na membrana
dessas glândulas detectam que os níveis séricos de cálcio estão abaixo dos limites de normalidade,
estimulando o deslocamento das vesículas secretórias para regiões próximas à membrana celular. Assim,
a fusão das membranas secretória e celular ocorre e o PTH é liberado para a corrente sanguínea por
exocitose.

Os meios pelos quais os hormônios são transportados no sangue vcariam de acordo com a solubilidade
do hormônio. Os hormônios proteicos e peptídicos são hidrofílicos e transportados diretamente no
plasma sanguíneo. Além disso, os hormônios proteicos pode circular em forma monomérica ou
polimérica, ou seja, podem ser lançados na circulação sanguínea em forma de subunidade, embora isso
reduza o efeito biológico da substância.

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