Resumo Sistema Endócrino
Resumo Sistema Endócrino
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TIREOTROPINA (TSH)
O hormônio tireóide-estimulante (TSH), controla a secreção hormonal por
parte da tireóide. O TSH mantém o crescimento e o desenvolvimento da tireóide
e aumenta o metabolismo das células tireóideas. Por causa do importante papel
dos hormônios tireóideos na regulação do metabolismo corporal total, era de se
esperar que a produção de TSH pela hipófise aumentasse durante o exercício,
porém essa resposta nem sempre ocorre.
HORMÔNIOS TIREÓIDEOS
A tireóide está sob influência do TSH produzido pela hipófise anterior.
Além de secretar o hormônio calcitonina responsável pela regulação do cálcio, a
tireóide secreta dois hormônios com a proteína ligada ao iodo, tiroxina (T4) e
triiodotironina (T3, a forma ativaA do hormônio tireóideo). Esses dois hormônios
são denominados com frequência os principais hormônios metabólicos. É
secretada mais T4 que T3; apesar de ser menos abundante, T3 atua com uma
rapidez muito maior que T4. A maior parte de T3 resulta da retirada do iodo
(desiodinação) de T4 nos tecidos periféricos, principalmente fígado e rim. A
maioria das células receptoras para T4 a metabolizam (transformam) para T3. A
globulina fixadora de tiroxina (glicoproteína sintetizada no fígado) funciona como
o principal transportador dos hormônios tireóideos.
Graças ao seu efeito estimulante sobre a atividade enzimática, a secreção
de T4 acelera o metabolismo de todas as células, exceto aquelas no cérebro, no
baço, nos testículos, no útero e na própria tireóide. Uma secreção anormalmente
alta de T4 eleva a taxa metabólica basal (TMB) em até quatro vezes. Uma pessoa
pode perder peso rapidamente com uma atividade anormalmente alta da tireóide.
Em contrapartida, uma produção tireóidea deprimida acarreta uma queda na TMB,
que resulta habitualmente em aumento no peso corporal e na gordura corporal.
Para a função do sistema nervoso, a liberação de T3 facilita a atividade reflexa
neural, enquanto os baixos níveis de T4 produzem um estado de lentidão. Os
hormônios tireóideos proporcionam uma regulação importante para o crescimento
e o desenvolvimento dos tecidos, a formação dos sistemas esqueléticos e nervoso
e as capacidades para o amadurecimento e a reprodução. Desempenham também
algum papel na manutenção da pressão arterial por provocarem um aumento nos
receptores adrenérgicos nos vasos sanguíneos.
O metabolismo corporal total influencia a síntese dos hormônios
tireóideos. Uma depressão da taxa metabólica até algum valor crítico estimula
diretamente a liberação hipotalâmica de TSH. Isso faz aumentar a produção por
parte da tireóide e eleva o metabolismo de repouso. Inversamente, uma elevação
crônica no metabolismo reduz a produção de TSH, tornando o metabolismo mais
lento.
Durante o exercício, os níveis sanguíneos de T4 livre aumentam em
aproximadamente 35%. Esse aumento poderia ocorrer em virtude de uma
elevação na temperatura central induzida pelo exercício, que altera a fixação
proteica de vários hormônios, incluindo T4.
Os hormônios tireóideos não são essenciais para a vida, mas afetam sua
qualidade. Nas crianças, a expressão plena do hormônio do crescimento depende
da atividade da tireóide. Os hormônios da tireóide proporcionam a estimulação
essencial para o crescimento e o desenvolvimento normais, especialmente do
sistema nervoso.
HORMÔNIOS PARATIREÓIDEOS
O hormônio paratireóideos (PTH) controla o equilíbrio do cálcio no
sangue. O principal efeito do PTH consiste em aumentos nos níveis de cálcio
iônico por estimular três órgãos-alvo – osso, rins e intestino delgado.
A homeostasia dos íons cálcio no plasma modula a condução dos impulsos
nervosos, a contração muscular e a coagulação do sangue. A liberação de PTH e
a mobilização do cálcio podem proporcionar o material osteogênico bruto que
permite às forças mecânicas do exercício afetar positivamente a massa e a
densidade esqueléticas.
HORMÔNIOS SUPRA-RENAIS
As glândulas supra-renais estão localizadas imediatamente acima de cada
rim. Essas glândulas possuem duas partes distintas: a medula (porção interna) e o
córtex (porção externa). Cada parte secreta diferentes tipos de hormônios.
HORMÔNIOS ADRENOCORTICAIS
O córtex supra-renal, estimulado pela corticotropina da hipófise anterior,
secreta os hormônios adrenocorticais. Esses hormônios corticoesteróides se
enquadram funcionalmente em 1 de 3 grupos: mineralocorticoides,
glicocorticoides e androgênio.
MINERALOCORTICÓIDES – Os mineralocorticoides regulam os sais
minerais sódio e potássio no líquido extracelular. A aldosterona, fisiologicamente
o mais importante dos três mineralocorticoides, representa quase 95% de todos os
mineralocorticoides produzidos.
A secreção de aldosterona controla a concentração total de sódio e o
volume extracelular. Estimula a reabsorção do íon sódio (juntamente com
líquido). Consequentemente, será eliminado pouco sódio e líquido na urina. A
aldosterona ajuda também a estabilizar o potássio sérico e o pH, pois os rins
permutam seja um íon K+, seja um íon H+, para cada Na+ reabsorvido. O
equilíbrio mineral apropriado mantém a transmissão nervosa e a função muscular.
A atividade neuromuscular cessa sem uma regulação efetiva de permuta de sódio
de potássio.
Mecanismo Renina-Angiotensina – A maior atividade do sistema
nervosos simpático durante o exercício produz constrição dos vasos sanguíneos
que se dirigem aos rins. O fluxo sanguíneo renal reduzido estimula os rins a
liberarem a enzima renina e a lança-la na corrente sanguínea. A maior
concentração de renina ativa a produção de dois hormônios renais, angiotensina
II e angiotensina III. Esses hormônios estimulam a constrição arterial e a secreção
adrenocortical de aldosterona, que faz os rins reterem o sódio e excretarem
potássio. A excreção renal de sódio causa também conservação de água,
acarretando uma expansão do volume plasmático e uma elevação da pressão
arterial.
Uma redução crônica no fluxo sanguíneo renal em repouso, talvez em
virtude da estimulação simpática anormal, ativa o sistema renina-angiotensina.
Uma resposta exagerada e prolonga desse mecanismo, com um excesso resultante
na produção de aldosterona, causa hipertensão.
GLICOCORTICÓIDES – As situações com uma alta carga emocional ou
o estressa da atividade física estimulam o hipotálamo a secretar o fator liberador
de corticotropina que induz a hipófise anterior a liberar ACTH. Por sua vez, o
ACTH promove a liberação de glicocorticoides pelo córtex supra-renal. O
cortisol, o principal glicocorticoide do córtex supra-renal, afeta o metabolismo da
glicose, das proteínas e dos ácidos graxos livres, da seguinte maneira:
Promove o fracionamento da prteína para aminoácidos em todas as
células, com exceção do fígado; a circulação leva esses
aminoácidos até o fígado para serem transformados em glicose
através da gliconeogênese.
Facilita a ação de outros hormônios, principalmente glucagon e
GH, no processo de gliconeogênese.
Funciona como antagonista da insulina, por inibir a captação e a
oxidação da glicose.
Promove o fracionamento do triacilglicerol no tecido adiposo para
glicerol e ácidos graxos.
Suprime a função do sistema imune
Produz um equilíbrio do cálcio negativo.
O cortisol é secretado com um poderoso ritmo diurno; normalmente, a
secreção alcança um pico pela manhã e diminui de noite. A secreção de cortisol
aumenta com o estresse; assim sendo, às vezes é denominado o hormônio do
estresse. Apesar de ser considerado um hormônio catabólico, o efeito mais
importante do cortisol se opõe à hipoglicemia e, assim sendo, é essencial para a
vida. O cortisol, indispensável para a atividade plena do glucagon e das
catecolaminas, exerce um efeito permissivo sobre esses hormônios.
Os níveis séricos cronicamente altos de cortisol iniciam o fracionamento
excessivo das proteínas, o desgaste tecidual e o equilíbrio nitrogenado negativo.
A secreção de cortisol acelera também a mobilização das gorduras para a obtenção
de energia durante a inanição e o exercício intenso e prolongado. Com aumentos
rápidos e significativos na produção de cortisol, o fígado fraciona a gordura
mobilizada em seus componentes cetoácidos mais simples. As concentrações
excessivas de cetoácidos no líquido extracelular podem resultar na condição
potencialmente perigosa de cetose (uma forma de acidose).
Existe considerável variabilidade na renovação do cortisol com o exercício,
dependendo de intensidade e duração, nível de aptidão, estado nutricional e até
mesmo o ritmo circadiano. A maior parte da pesquisa indica que a produção de
cortisol aumenta com a intensidade do exercício; isso acelera a lipólise, a
cetogênese e a proteólise. Os níveis de cortisol permanecem elevados também por
até 2 horas após o exercício, sugerindo que o cortisol desempenha algum papel na
recuperação e no reparo dos tecidos. Diferentemente do efeito metabólico ativo
direto da adrenalina e do glucagon sobre a homeostasia energética durante o
exercício, o cortisol exerce um efeito mais facilitador sobre a utilização dos
substratos.
HORMÔNIOS GONÁDICOS
Os testículos no homem e os ovários na mulher são as glândulas
reprodutoras. Essas glândulas endócrinas produzem os hormônios que promovem
as características físicas sexo-específicas e desencadeiam e mantêm a função
reprodutora. Não existem hormônios incontestavelmente “masculinos” ou
“femininos”, mas apenas diferenças gerais nas concentrações hormonais entre os
sexos. A testosterona é androgênio mais importante secretado pelas células
intersticiais dos testículos. A testosterona inicia a produção de espermatozoides e
estimula o desenvolvimento das características sexuais masculinas secundárias.
Além disso, o papel anabólico ou de elaboração tecidual da testosterona contribui
para as diferenças entre homens e mulheres na massa e força musculares que se
manifestam por ocasião do início da puberdade. A conversão da testosterona para
estrogênio nos tecidos periféricos, controlada pela enzima aromatase, proporciona
ao homem uma proteção significativa na manutenção vitalícia da estrutura óssea.
Os ovários representam a fonte primária dos estrogênios, particularmente
estradiol e progesterona. Os estrogênios regulam a ovulação, a menstruação e os
ajustes fisiológicos durante a gravidez. Os estrogênios, tanto circulantes na
corrente sanguínea quanto aqueles gerados localmente nos tecidos periféricos,
exercem também efeitos sobre os vasos sanguíneos, o osso, os pulmões, o fígado,
os intestinos, a próstata e os testículo por sua ação sobre as proteínas receptoras
alfa e beta. A progesterona contribui com um influxo regulador específico para o
ciclo reprodutivo feminino, a contração do músculo liso uterino e a lactação. O
estradiol-17beta (estrogênio biologicamente ativo sintetizado a partir do
colesterol) acelera a mobilização dos ácidos graxos livres a partir do tecido
adiposo e inibe a captação da glicose pelos tecidos periféricos.
TESTOSTERONA – A concentração plasmática de testosterona funciona
comumente como um marcador fisiológico do estado anabólico. Além de seus
efeitos diretos sobre a síntese do tecido muscular, a testosterona afeta
indiretamente o conteúdo proteico das fibras musculares por promover a liberação
de GH, que acarreta a síntese e a liberação de IGF pelo fígado. A testosterona
interage também com receptores neurais para aumentar a liberação de
neurotransmissores e iniciar as alterações nas proteínas estruturais que irão
modificar o tamanho da junção neuromuscular. Esses efeitos neurais aprimoram
as capacidades produtoras de força do músculo esquelético.
A concentração plasmática de testosterona em mulheres, apesar de
corresponder apenas a um décimo daquela dos homens, aumenta com o exercício.
O exercício eleva também os níveis de estradiol e de progesterona. Nos homens
destreinados, tanto o exercício de resistência quanto o exercício aeróbico
moderado elevam os níveis de testosterona sérica e livre após 15 a 20 minutos.