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Manual Técnico de Cabos

3 Propriedades do cabo de aço

3.1 Cargas de trabalho e fatores de segurança

Carga de trabalho é a massa máxima que o cabo de aço está autorizado a sustentar.
2 de ruptura mínima (CRM) do cabo e a
A=Fxd
O fator de segurança (FS) é a relação entre a carga
carga de trabalho (CT), ou seja:
Um fator de segurança adequado garantirá:
- Segurança na operação de movimentação de carga;
- Desempenho e durabilidade do cabo de aço e, consequentemente, economia.
A tabela abaixo recomenda os fatores de segurança (FS) mínimos para diversas
aplicações:

Aplicações Fatores de Segurança

Cabos e cordoalhas estáticas 3a4

Cabo para tração no sentido horizontal 4a5

Guinchos, guindastes, escavadeiras 5

Pontes rolantes 6a8

Talhas elétricas 7

Guindaste estacionário 6a8

Lingas 5

Elevadores de obra 8 a 10

Elevadores de passageiros 12

Os valores da tabela são referenciais, sendo que cada aplicação possui


valores normalizados.

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3.2 Deformação longitudinal dos cabos de aço
Cabos Pré-esticados
Existem dois tipos de deformação longitudinal nos cabos de aço, ou seja:
a estrutural e a elástica.
Deformação estrutural
A deformação estrutural é permanente e começa logo que é aplicada uma carga ao
cabo de aço. É motivada pelo ajustamento dos arames nas pernas do cabo e pelo
acomodamento das pernas em relação à alma do mesmo.
A deformação estrutural ocorre nos primeiros dias ou semanas de serviço do cabo de
aço, dependendo da carga aplicada. Nos cabos de aço convencionais, o seu valor varia
aproximadamente de 0,50% a 0,75% do comprimento do cabo de aço sob carga.
A deformação estrutural pode ser quase totalmente removida através do pré-esticamento
do cabo de aço. A operação de pré-esticamento é feita por um processo especial e com
uma carga que deve ser maior do que a carga de trabalho do cabo, e inferior à carga
correspondente ao limite elástico do mesmo.
Em certas instalações, como por exemplo em “Skip de Alto-Forno”, o alongamento do
cabo de aço não pode ultrapassar determinado limite, o mesmo deve ser “pré-esticado”.
Costuma-se também pré-esticar cabos a serem usados em pontes pênseis ou serviços
semelhantes.
A Cimaf está capacitada a pré-esticar cabos de aço de diâmetros até 58mm.
Deformação elástica
A deformação elástica é diretamente proporcional à carga aplicada e ao comprimento do
cabo de aço, e inversamente proporcional ao seu módulo de elasticidade e área metálica.

L
= deformação elástica
P = carga aplicada
PXL
L = L = comprimento do cabo
E X Am
E = módulo de elasticidade
Am = área metálica

A área metálica de um cabo de aço varia em função da construção do cabo de aço. Ela é
constituída pela somatória das áreas das seções transversais dos arames individuais que
o compõem, exceto dos arames de preenchimento (filler).
O cálculo da área metálica de um cabo de aço ou cordoalha pode ser feito através da
fórmula abaixo. Embora esse cálculo não seja exato, seu resultado é bastante aproximado.
Onde,

A = F x d2
A = área metálica em mm2;
F = fator de multiplicação dado na tabela a seguir;
d = diâmetro nominal do cabo de aço ou cordoalha em milímetro.

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Construção do cabo de aço ou cordoalha Fator “F”
8X19 Seale, 8x25 Filler 0,359
MinePac 0,374
6x7 0,395
6x19 M 0,396
6x31/ 6x36 / 6x41 Warrington Seale 0,410
6x19 Seale 0,416
6x25 Filler 0,418
18x7 Resistente à Rotação 0,426
Cordoalha 7 Fios 0,589
Cordoalha 37 Fios 0,595
Cordoalha 19 Fios 0,600

Observações:
• Para cabos de 6 pernas com AACI adicionar 15% à área metálica; com AA adicionar
20% e para cabos de 8 pernas com AACI adicionar 20% à sua área metálica.
• De uma maneira geral pode-se estimar em 0,25% a 0,50% a deformação elástica de
um cabo de aço, quando o mesmo for submetido a uma tensão correspondente a 1/5
de sua carga de ruptura, dependendo de sua construção.

Nota:
• A deformação elástica é proporcional à carga aplicada desde que a mesma não
ultrapasse o valor do limite elástico do cabo. Esse limite para cabos de aço usuais é de
aproximadamente 55% a 60% da carga de ruptura mínima do mesmo.
Módulos de elasticidade de cabos de aço: o módulo de elasticidade de um cabo de
aço aumenta durante a vida do mesmo em serviço, dependendo de sua construção
e condições sob as quais é operado, como intensidade das cargas aplicadas, cargas
constantes ou variáveis, flexões e vibrações às quais o mesmo é submetido.
O módulo de elasticidade é menor nos cabos novos ou sem uso, sendo que para cabos
usados ou novos pré-esticados, o módulo de elasticidade aumenta aproximadamente 20%.
Damos em seguida os módulos de elasticidade aproximados de construções usuais de
cabos de aços novos e cordoalhas novas.
Classe E (Kgf/mm2)
6x7 9.000 a 10.000
Cabos de aço 6 x 19 8.500 a 9.500
alma de fibra
6 x 36 7.500 a 8.500
8 x 19 6.500 a 7.500
Cabos de aço 6x7 10.500 a 11.500
alma de aço 6 x 19 10.000 a 11.000
6 x 36   9.500 a 10.500
7 fios 14.500 a 15.500
Cordoalhas 19 fios 13.000 a 14.000
37 fios 12.000 a 13.000

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3.3 Diâmetro de um cabo de aço
O diâmetro nominal do cabo é aquele pelo qual é designado.
O diâmetro real do cabo, deve ser obtido medindo-se em uma parte reta de aço, em 2
posições com espaçamento mínimo de 1 m. Em cada posição, devem ser efetuadas duas
medições, com defasagem de 90º, do diâmetro do círculo circunscrito. A média dessas 4
medições deve ser o diâmetro real.

Certo Errado

O diâmetro real será a média de quatro valores medidos.


Nota:
Deve-se evitar a medida próximo às extremidades do cabo de aço (mínimo 10 vezes o
diâmetro do cabo).
A tolerância do diâmetro dos cabos de aço deve atender as recomendação da norma
ABNT NBR ISO 2408, conforme abaixo:

Diâmetro nominal do Tolerância como percentual do diâmetro nominal


cabo de aço
Cabos de aço com pernas exclusivamente de arames
d ou que incorporam almas de polímero sólido
mm
2≤d<4 +8
0
4≤d<6 +7
0
6≤d<8 +6
0
≥8 +5
0
Nota:
Aplicações específicas, podem ter tolerâncias de diâmetros especiais, definida pelo cliente
ou pela Cimaf. Neste caso consulte nossa assistência técnica.

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