3 Yannik_ Chaotic (Homens USC) - Cecilia Turner
3 Yannik_ Chaotic (Homens USC) - Cecilia Turner
3 Yannik_ Chaotic (Homens USC) - Cecilia Turner
2023
Copyright© 2023 Cecília Turner
Revisão: Barbara Pinheiro
Designer da capa: Layce Design
Diagramação: Cecília Turner
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Turner, Cecília
Yannik [livro eletrônico]: Chaotic / Cecília Turner. – 1. Ed. -- Sorocaba, SP: Editora da
Autora,2023. – (Homens da USC; 3)
PDF
ISBN 978-65-00-75948-8
1. Ficção brasileira I. Título. II. Série.
23-166028
CDD-B869.3
Índices para catálogo sistemático:
1. Ficção: Literatura brasileira B869.3
Aline Graziele Benitez — Bibliotecária — CRB-1/3129
Esta é uma obra de ficção. Seu intuito é entreter as pessoas. Nomes, personagens, lugares e
acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora. Qualquer semelhança com nomes, datas e
acontecimentos reais é mera coincidência.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na lei nº 9.610/98 e punido pelo artigo 184
do Código Penal .
Para todos os meus leitores...
Para aqueles que há meses pedem pela história do Y.
Para aqueles que me fizeram sonhar com esta trilogia e tornaram-na
possível.
Esta história é para você.
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
EPÍLOGO 1
FAMÍLIA USC
BÔNUS
Este é o livro 3 da Trilogia – Homens da USC, e trará a história do
Yannik.
Alguns acontecimentos narrados no início do livro são
mencionados no livro Thorsten: Strong, que conta a história do Thorsten,
sendo recomendado sua leitura prévia, mas não é um impeditivo.
Contém cenas abordando luto, dependência química, traumas
familiares, violência, sexo explícito e uso corriqueiro de palavrões. Caso
não goste deste tipo de conteúdo, recomendo que pare agora.
Se, ainda assim, você continua aqui… espero que se divirta tanto
quanto eu me diverti escrevendo.
Um grande beijo, Cecília!
Muitas músicas embalaram esta história…
Algumas se encaixaram com precisão…
Abra o Spotify no seu celular, clique em “buscar” e, em seguida, na
câmera.
Basta posicioná-la sobre o código abaixo e curtir!
Angel — Sarah MacLachlan
17 anos
Dias atuais.
— Como vocês sabem, tive uma reunião com a BND, alguns dias
atrás. Um congressista está recebendo ameaças. A sua equipe de segurança
está cuidando do assunto. Procedimento padrão: rotas não divulgadas,
veículos blindados e checagem para explosivos.
— Estão seguindo o manual — comento ao ouvir Stefan.
— Sim, estão, mas as ameaças continuam. No início, acharam que
era algum fanático político. O parlamentar é conhecido por ser a favor de
uma postura forte na repressão ao narcotráfico, defende a modificação da
legislação, com criação de medidas que atinjam o patrimônio das
organizações criminosas.
— O cara tem um alvo na testa — aponto o óbvio, já que mexer no
bolso destes filhos da puta só pode resultar numa coisa, mortes. — Vamos
ter que fazer a segurança do coroa?
— Não dele — S corrige. — As ameaças agora não se restringem a
ele apenas. Estão mirando sua única filha.
— Porra — T xinga e me mantenho em silêncio, isto está ficando
cada vez mais interessante.
— Falei pessoalmente com ele. A situação não é nada bonita.
Enviaram para o gabinete dele fotos dela dentro da residência, dormindo, na
piscina.
— Nem fodendo — K dispara.
— Tem alguém infiltrado na porra da casa — aponto, não
conseguindo mais ficar sentado.
— Tudo indica que sim. A sua própria equipe de segurança não
sabe que ele nos procurou — esclarece. — E sua filha também não sabe de
nada.
— Perfeito, uma patricinha querendo ir ao shopping com um fodido
alvo nas costas — T comenta o que estava na ponta da minha língua. —
Quem você está pensando em enviar? — pergunta para Stefan, que abre um
sorriso filho da puta.
— Yannik.
Nem fodendo.
— Eu? Mas que caralho, S. Você sabe que odeio ficar de babá.
— Infelizmente, você foi altamente recomendado.
— Você quer me foder. Por quem, porra? — disparo, andando de
um lado para o outro.
Mas que cacete.
— Um especialista do esquadrão antibomba. Encontram um
dispositivo na varredura diária dos veículos — explica, jogando algumas
fotos sobre a mesa. — E de acordo com o cara, você saberia lidar com este
tipo de merda.
Caminho até as fotografias, espalho-as, observando com atenção
cada fodido detalhe.
— Caralho. Não se deram ao trabalho de esconder. Era para ser
encontrado. Queriam mandar uma mensagem — explico, sem desviar a
atenção das fotos. Um pequeno detalhe no detonador atrai minha atenção.
Não pode ser… — Porra! A última vez que vi algo assim foi no
Afeganistão.
Todos ficam em silêncio.
Minha cabeça está a mil.
Esta merda poderia destruir meio quarteirão.
— Sua missão é ficar uns dias como novo guarda-costas da filha
dele, levantar os principais suspeitos e enviar as informações obtidas para
nós. Seu papel é exclusivamente protegê-la, deixe o resto com a gente.
— O que S quer dizer é… você é a babá e deixe o resto com quem
entende — K provoca e só ergo o dedo do meio.
Filho da puta.
— Parem de provocá-lo — Stefan intervém, mas sei que está se
divertindo.
Eles me conhecem, sabem que odeio este tipo de operação.
— Não se arrisque a ser descoberto. Sua entrada como novo
segurança não deve chamar a atenção do resto da equipe. Parece que ela
resiste a ter alguém junto dela.
— Parece que você vai ter trabalho, Y — T provoca e reviro os
olhos. — É simples, encontrar o rato, antes que as ameaças se concretizem
— complementa tentando me animar.
— Descobrir quem são os bandidos e proteger a mocinha. Fácil.
Mais um dia de trabalho — devolvo, com meu melhor sorriso. — Quem é a
filhinha de papai? Que seja gostosa, que seja gostosa!
Stefan olha suas anotações.
— É Sophie Meyer, filha do congressista Olaf Meyer.
— Nem fodendo.
Não pode ser…
Não depois de todos esses anos.
— Você a conhece? — S questiona.
Fico em silêncio alguns segundos, assimilando a informação.
É só um fodido trabalho, como qualquer outro.
Proteger o cliente, pegar os bandidos…
— Y, algum problema? — T pergunta ao meu lado.
— Não me diga que teremos que nos preocupar com um marido
traído? — K brinca.
Quem dera, porra, seria mais simples.
— Ela… era minha amiga — explico, passando as mãos pelos
cabelos enquanto ando pela sala.
Foda, não consigo mais ficar parado.
— Isto é um problema, Y? Devo responder que você não pode
assumir? — Stefan questiona, me observando com atenção.
Fecho os olhos e respiro fundo.
— A missão é minha — retruco firme, para que não haja qualquer
dúvida a respeito.
— Feito. Nos próximos dias, vamos receber mais detalhes quanto
ao seu início lá.
— Bora chutar alguns traseiros, USC? — Karl grita e respondo no
automático com um fodido sim, minha cabeça está longe.
Sophie…
Eu vou revê-la, e porra, se isso não me faz sentir como se tivesse
dezessete anos novamente.
Mas que inferno.
Ainda não acredito nisso. Porra, como fui otário. Sabia que tinha
algo errado. O que o velho do apartamento 64 iria querer comigo? Se ainda
fosse a gostosa do 62, mas não. Devia ter desconfiado dessa porra.
Cuspo sangue, ignorando a dor que irradia por todo meu corpo.
Albaneses filhos da puta.
Tudo foi muito rápido.
Abri a porta e os dardos de choque me atingiram, fazendo seu
trabalho, me incapacitando, depois foi escuridão até ser jogado neste
buraco.
Não querem informações.
Fui surrado repetidamente, por mero prazer.
Mal consigo abrir os olhos, mas escuto o barulho de passos.
Foda, outra surra.
Reteso o corpo, mas milagrosamente o puto só veio apreciar o
resultado do seu trabalho. É o primeiro que vou caçar.
— Uma pena que o chefe tenha planos para você… — O primeiro
golpe chega forte no estômago. Eu vomitaria, se não tivesse feito isso nas
inúmeras vezes antes. — Adoraria ver até onde você aguenta, antes de
chorar feito uma menininha.
Ignoro a provocação.
Só respirar é motivo para apanhar e, caralho, minhas costelas estão
me matando. Só espero não ter quebrado essa porra.
Tenho que sair logo dessa.
Sophie… ela precisa de ajuda.
Deixo minha mente viajar para ela.
A imagem da linda mulher que se tornou com flashes da
adolescente de cabelo castanho, tímida, que me ajudava com aquela fodida
matéria, biologia.
Pensando nela, ignoro tudo ao meu redor.
Tudo que não seja a esperança de voltar a vê-la.
Então tudo fica escuro.
Sem mulheres.
Caralho, eu nem havia pensado nesta porra, e olha que uma das
moças da cozinha me deu seu telefone num guardanapo.
Ela é gostosa e tal, mas não chega nem perto dela… Sophie.
Mas que merda!
A verdade é que desde que soube que teria esta missão, minha vida
virou do avesso.
Após a alta, vim direto para cá, ou seja, nem fodi e, pelo visto, vou
ter que me contentar com a minha mão pelas próximas semanas.
A situação só melhora.
Só pode ser praga.
Sophie continua me afetando.
Vê-la de perto, sentir seu perfume… foi foda.
Tive que me esforçar para manter meu pau sob controle e olha que
geralmente tenho um bom controle sobre ele.
Eu já esperava sua raiva, desprezo, mas a tristeza que vi em seu
olhar quando me reconheceu, mexeu comigo.
Mais do que eu gostaria de admitir.
Saio do escritório, fechando a porta atrás de mim, decidido a
manter uma distância segura dela e dar um minuto de privacidade para pai e
filha.
A verdade é que tanto quanto quero infernizá-la, quero protegê-la,
inclusive de mim mesmo.
Se antes eu já era uma bagunça, agora… minha bagagem é ainda
maior. Cortesia do exército e das merdas que vemos dia após dia.
Me viro e me deparo com um engomadinho, alto, loiro e muito
perto da porta, para a própria sorte.
Mas que caralho!
O encaro, esperando alguma reação e, como esperado, o filho da
puta se afasta disfarçadamente.
Estou a ponto de questionar seu nome, quando a porta abre atrás de
mim.
— Kief? — A voz dela soa ligeiramente surpresa.
— Srta. Meyer — cumprimenta, a medindo dos pés à cabeça.
— Sabe que eu odeio esse formalismo — retruca, o abraçando e
cerro os punhos ao vê-lo assim, tão perto dela.
Felizmente, ela se afasta depressa.
— Kiefer, que bom que já chegou — o congressista também
cumprimenta o infeliz, que parece fazer parte da rotina da casa.
Continuo em silêncio, aguardo a apresentação.
— Este é Yannik, o guarda-costas da Sophie.
Surpresa inunda o seu olhar.
— Prazer, sou o assessor do Sr. Meyer. — Ele estende a mão e
aceito, sem desviar o olhar do seu. Não me pergunte por que, mas algo
sobre este cara não me desce. — Fico feliz que esteja aqui para proteger a
Srta. Meyer.
— Kief — ela revira os olhos —, sabe muito bem que isto tudo é
ideia do meu pai.
— Que ela finalmente resolveu aceitar — Olaf comenta e então
chama o engomadinho para o seu escritório.
Se despedem e ele segue o velho, não sem antes dar uma última
olhada na direção de Sophie, que está distraída mexendo no celular, e então
para mim e não parece nada satisfeito.
Sim, puto… ela está comigo agora.
Começo a caminhar em direção à área externa com ela no meu
encalço.
— Aonde vamos? — pergunta, acelerando o passo ao meu lado.
— Você disse que precisa buscar suas coisas — retruco, tentando
me acalmar.
— Sim, mas iremos agora?
— Você tem algum outro compromisso, Srta. Meyer?
— Não me chame assim.
— O engravatado te chamou assim.
— Kief?
Ignoro e aperto o alarme do meu carro, fazendo as portas
destravarem.
— Vocês estão fodendo? — disparo, me virando em sua direção.
Ela para a poucos centímetros de distância.
— O quê?
— Transando, metendo, você sabe.
— Isso não é da sua conta — rebate, erguendo o queixo e dobrando
os braços em frente ao corpo, o que só faz com que seus seios saltem a cada
inspiração.
Foda, se controla, cara.
— Aí que você se engana, gatinha, tudo sobre você é da minha
conta. Para te proteger, preciso saber de tudo, inclusive se aquele cara é
uma foda sua ou se tenho que me preocupar com algum namorado vindo te
visitar.
Arregala os olhos, ultrajada.
— Você é nojento — devolve. — E não me chame de gatinha —
vocifera.
— Já me chamaram de coisas piores. Então?
— Não — nega a contragosto. — Kiefer e eu tivemos algo, mas
isso… — Parece pensar e só de pensar nele tocando-a, vejo vermelho. —
Acabou alguns meses atrás.
Porra.
— Bom… — Dou de ombros, satisfeito.
— Desculpe? — questiona, indignada.
— Certeza que você está melhor sem aquele cara, princesa.
— Não me chame assim.
— Prefere gatinha? — Dou uma piscadinha.
— Use apenas meu nome. Sophie, para você é Sophie.
— Vou tentar me lembrar disso — retruco após alguns segundos.
— Mas a verdade é que você sempre pareceu uma princesa para mim —
murmuro, mas ela escuta e não disfarça a surpresa.
Merda.
— Você sabe que os caras poderiam pegar suas coisas no
apartamento — mudo de assunto. — É só falar o que precisa. Não era bom
sairmos hoje, preciso checar as câmeras de segurança e ver se conseguimos
ver quem está te seguindo, placa, qualquer coisa.
— Não posso correr o risco de eles estragarem. — Morde os lábios,
preocupada. — Faz semanas que estou trabalhando nele.
— Nele?
— No quadro.
— Ok. Vou te levar lá — digo, puxando o celular e chamando o
chefe de segurança.
Não confio nele.
Não confio em ninguém aqui, mas é o que há para hoje.
Só confio nos meus irmãos e na minha arma, mas Sophie precisa ir
até seu apartamento, e eu não vou sair daqui sem um batedor e um carro
sombra.
Nem fodendo.
— Pronto, podemos ir — digo e ela me observa com curiosidade.
— Realmente é necessário tudo isso? — questiona, e não há ironia
na sua voz. — Você já estará comigo.
— Até sabermos um pouco mais, com quem estamos lidando, todo
cuidado é redobrado — explico e ela parece aceitar. — Aonde vai? —
questiono ao vê-la caminhar na direção oposta ao meu carro.
— Indo pro meu carro.
Tanto para obter um pouco de paz.
— Nem ferrando vamos neste carro de brinquedo.
— Ora…
— Não me entenda mal, princesa. Mas se precisarmos fugir, até
uma bicicleta nos pega nisso.
Parece a ponto de retrucar, mas então se cala.
— Não se preocupe, vou falar para a segurança guardar seu carro.
Você não precisará dele nas próximas semanas, quem sabe você dá sorte e
eles somem de vez com ele. — Dou uma piscadinha e ela ergue o dedo do
meio na minha direção.
— Vá se foder.
— Hum, seu pai sabe que você tem uma boca tão suja?
Entra no Audi e bate a porta do carro.
Nem retruco, já provoquei o suficiente, apenas sorrio.
Porra, é bom estar com ela novamente.
Coloco o carro em movimento e deixo minha arma num local de
fácil acesso.
— Isso é realmente necessário? — questiona ao ver.
— Espero que não, mas quero estar preparado.
A viagem é curta e feita em silêncio.
O clima é tenso.
O veículo batedor sinaliza que chegou ao endereço sem
intercorrências, o que é um alívio.
Cinco minutos depois, estaciono no subsolo do prédio.
O trajeto foi feito em segurança.
Coloco a arma no coldre que levo na cintura e cubro com a camiseta.
Desço do carro, varrendo cada canto com os olhos.
Tudo limpo.
Abro a porta e estendo a mão.
Me olha e há medo em seu olhar.
Está assustada.
— Pode vir, Sophie. Não há ninguém aqui e já checaram o seu
andar.
Ela assente, aceitando a mão estendida.
Tocá-la, mesmo algo tão inocente, mexe comigo de uma forma
irracional.
É apenas uma missão. Foco, porra. Nada de pensar com o pau,
agora.
Caminhamos juntos até o elevador e seguimos direto para o
apartamento 403.
Saímos do elevador e, como eu esperava, um dos seguranças está
estrategicamente posicionado no acesso via escadas.
Tudo parece certo com a fechadura.
Sem sinal de arrombamento.
Um pedaço de papel no chão próximo do capacho chama minha
atenção.
Me agacho e o pego.
“Floyd’s Pub.”
— Algum dos vizinhos deve ter derrubado. A faxineira não dá conta
da bagunça deles — ela comenta com as chaves na mão. — Posso abrir?
— Deixa comigo — sinalizo, aceitando as chaves. — Fique atrás
de mim, até que eu tenha certeza que está tudo limpo.
— Ok.
Abro a porta e felizmente não há nenhum dispositivo.
Não faria sentido algo assim, considerando o histórico da bomba no
carro, mas porra, não sabemos com que tipo de louco estamos lidando.
Ainda.
Fecho a porta atrás de nós e com a arma em punho passo a varrer o
local.
— Fique aqui na sala — sinalizo, seguindo em direção ao que
imagino ser os quartos. — Tudo limpo — informo após segundos de tensão.
Vou até as persianas e as fecho.
— Você é realmente paranoico, sabia — comenta, só então saindo
de onde pedi para que aguardasse.
— Pegue o que precisa, não quero ficar muito tempo aqui —
devolvo, sem tirar o olho da movimentação na rua.
— Grosseiro.
— Prefiro o termo objetivo e você está desperdiçando preciosos
segundos, gatinha.
Revira os olhos e então marcha em direção ao seu quarto.
Tudo aqui é a cara dela.
Colorido, com vida.
— Quantos dias vou ter que ficar lá?
— Não sei, princesa, vamos levar o máximo possível. Não quero
ficar voltando aqui. Quanto menos sairmos da mansão, melhor.
Escuto barulho de armários e sei que está ocupada.
Me distraio admirando seu quadro com atenção.
Ela é talentosa.
— É para ser uma vinícola na região do Reno.
— É lindo.
— Ainda não acabei…
— Se já está bonito assim, é um bom sinal — rebato e ela sorri.
Porra.
Meu peito acelera e não consigo desviar o olhar. Ela pigarreia e
pede licença para começar a organizar suas tintas e cavalete.
— Vou sair do seu caminho — sinalizo, me afastando.
A campainha toca e todo meu corpo fica em alerta.
Puxo a arma do cós da calça, colocando a mão para trás do corpo.
— Calma, deve ser apenas um vizinho.
— Acredite, nem sempre é a porra do vizinho — disparo,
apontando para meu olho que ainda está arroxeado.
— Quem é? — ela pergunta, a voz tensa.
— É a Olga, querida. Do 404. — Uma voz simpática soa.
— Viu, é só a Olga. — Revira os olhos e seguro a vontade de
retrucar.
— Fique ali. — Aponto na direção oposta à porta.
Me olha como se tivesse nascido um chifre, mas ignoro.
O importante é mantê-la longe da linha de visão.
O segurança confirma que é apenas uma vizinha, mas ainda assim,
mantenho a arma em punho, embora fora de visão.
Abro a porta com tudo e quase mato a pobre senhora de susto.
— Oh, Deus… que susto, meu rapaz. — Pula para trás, quase
derrubando o embrulho que carrega nas mãos.
— Não foi minha intenção. — Dou o meu melhor sorriso, e aceno
para Sophie que surge para atender a mulher.
— Oi, Olga.
— Oi, querida, desculpe atrapalhar, não sabia que tinha companhia
— comenta, olhando para nós com curiosidade.
— Imagina, Ol. Como posso ajudá-la? — Sophie oferece e só
espero que esta merda não demore muito.
Já estamos há muito tempo aqui.
Isso não é nada bom.
— Deixaram hoje isso na sua porta. Vi que tinha saído há pouco
tempo, e então guardei, você sabe como a criançada daqui é atentada.
Nem fodendo.
Sophie olha para mim e tomo a dianteira.
— Nós agradecemos muito, Olga. — Estendo a mão e com extremo
cuidado pego a caixa. — Você, por acaso, viu quem deixou?
— Não, querido, eu saí para pôr o lixo, e o homem estava indo
embora, não vi o rosto.
Ela percebe minha preocupação e olha de mim para a caixa.
— E… obrigada, Ol, mas precisamos… estamos no meio de algo…
— começa e a velha arregala os olhos, entendendo totalmente errado.
— Ah sim, claro, querida! Se divirtam, crianças. — Dá uma
piscadinha para Sophie que fica vermelha e volta para o seu apartamento.
Mas que diabo?
— Ela realmente está achando que nós…? Céus! — resmunga,
fechando a porta e voltando sua atenção para mim. — Será que é uma
bomba? — questiona assustada, ao me ver caminhar devagar até a mesa da
sala.
— Não — nego ao ver a mancha vermelha numa das laterais da
caixa.
— O que é então?
— Nada bom. — Puxo um canivete do bolso e corto o lacre, com
cuidado removo a tampa. — Porra!
— Ó Deus, é o que estou pensan…? — Sophie mal termina a frase,
começa a vomitar.
Dentro da caixa, no meio de rosas negras, há um coração.
Ao seu lado, num cartão escrito com letra cursiva, se lê:
Faz uma hora que estou olhando para a tela sem conseguir avançar.
Inferno.
A semana foi produtiva, não posso reclamar, mas juro que não
aguento ficar mais um segundo sequer neste quarto. Saio apenas quando é
extremamente necessário, ou seja, para comer. Nestas ocasiões, eu o vejo, e
toda raiva vem à tona.
Infelizmente, não é só raiva que sinto, e isto me deixa ainda mais
enfurecida. Eu devo ter algum problema. É tão fácil odiá-lo, motivos eu
tenho de sobra, mas… como ele consegue me afetar tanto?
Yannik tem se comportado bem nos últimos dias, talvez isso seja
exagero da minha parte.
Fato é que ele não tem aberto a boca, o que já é algo, mas droga, se
eu sinto falta até das suas piadas sem graça.
Estou enlouquecendo, é isso!
Preciso sair daqui!
Olho pela janela e está um dia lindo.
Céu azul, ensolarado, vinte graus, de acordo com a internet. Melhor
impossível, no meu dicionário. Desço as escadas, decidida a ter um pouco
de ar fresco.
Não o encontro na sala ou cozinha.
Estranho.
Por um segundo, penso em subir e ver se está no quarto dele, mas
desisto. Só vou aqui na frente, não é como se estivesse fazendo nada errado.
Abro a porta, desço o primeiro degrau e viro à direita, só para quase
cair sobre ele.
— Oh, Deus — grito, assustada.
— Bom dia, princesa. — Sorri e isto traz borboletas no meu
estômago.
Corpo traidor.
Superado o choque inicial, percebo que o infeliz está sem camisa,
todo suado.
Uma ajudinha, Deus!
— Estava ajustando uma das câmeras no telhado — comenta, mas
mal consigo prestar atenção.
— O quê?
— Estava dizendo que tivemos um problema numa das câmeras,
mas já resolvi, e quanto a você, o que está fazendo aqui? Outra caminhada?
— Você não tem camiseta? — disparo sem filtro, e o cretino ri.
— Alguém acordou azeda!
Reviro os olhos.
— Não aguento mais ficar aqui dentro.
— Achei que trabalhasse do seu apartamento — argumenta.
— Sim, mas eu saía, ia na cafeteria, no parque. Aqui eu só olho
para a janela e… bem, para você. — Minha atenção está novamente no seu
abdômen definido e nas inúmeras tatuagens no seu braço esquerdo.
Pelo amor de Deus, Sophie, se controle.
Ergo o olhar, torcendo para que ele não tenha percebido.
— Desse jeito, vou ter que procurar um psiquiatra depois que a
missão acabar. Você sabe como deixar uma pessoa com a autoestima
elevada — comenta, mas sei que está brincando. Yannik pode ser tudo, mas
não é um problema para os olhos.
Até tento segurar, mas não consigo. Explodo numa gargalhada.
— Descul… — tento falar, mas sequer consigo.
Quando percebo, estamos os dois rindo e, caramba, como que ele
chegou assim, tão perto?
Não sei quanto tempo ficamos assim, mas é bom e minha barriga
até dói, quando finalmente nos acalmamos.
Nos fitamos em silêncio e a tensão é imensa.
Desvio o olhar, de repente nervosa. Com certeza já estou pronta
para voltar ao meu quarto.
— Acho que já tive o suficiente de ar puro — aponto, de repente
sem graça.
Covarde!
Ele abre a porta da sala e caminho em direção às escadas com o
coração acelerado. Subo, sentindo-o próximo de mim.
Respira.
Ele deve estar indo para o quarto dele.
Passo pela sua porta e sigo até o final do corredor.
— Você fica linda assim… — Sua voz soa alta e rouca atrás de
mim, me surpreendendo e viro na sua direção.
— O quê?
— Devia sorrir mais, Sophie, você sempre fica linda quando sorri
— diz e então entra no seu quarto, me deixando atônita.
— Mas que diabo… — murmuro antes de entrar no meu.
Jantar.
Um fodido jantar.
Eu deveria ter recusado essa porra, mas não. Agora vou ter que
ficar fazendo sala para o congressista e passar a noite sendo torturado. Sim,
pois é isso que acontece quando fico no mesmo espaço que ela.
Sempre tive controle sobre o meu pau, mas nos últimos dias, ele
resolveu ter vida própria e se recusa a me obedecer. É só a ver que fica
pronto para ação e a cada resposta atrevida, a situação fica ainda pior.
Ah, como queria beijar aquela boca esperta, sentir sua maciez, seu
gosto.
Não vá por aí, caralho!
O que aconteceu ontem só serviu para piorar ainda mais a situação.
Claro que não era para ela ter visto. Nunca imaginei que ela fosse entrar
lá… muito menos, que estivesse fazendo barulho.
Fiquei tantas horas com o pau latejando, que quando me joguei na
cama, só conseguia pensar em obter algum alívio antes de dormir.
A cada movimento da minha mão, foi a sua imagem que surgiu na
minha mente, dominando meus pensamentos, inebriando meus sentidos,
mais umas bombadas, teria gozado e ela teria presenciado uma puta sujeira.
Sua interrupção só prolongou o prazer, ver o choque em seu rosto
ser substituído por tesão, sim, não sou bobo… sei o que vi ali, porra, se não
fiquei ainda mais duro.
Caralho, só de pensar nisso, meu pau responde e aperta contra o
jeans.
Foco, cara. Prevejo tempos difíceis para você, amigão.
Desta vez, não vai rolar.
Meu papel aqui é um só, mantê-la segura, protegê-la, inclusive de
mim mesmo.
Ela merece bem mais do que alguém ferrado da cabeça, e cheio de
problemas familiares, ela merece a família de comercial de margarina, um
homem que irá lamber o chão para ela passar… e cada pedacinho dela.
Mas que caralho!?
E esse cara não sou eu.
Só quero aproveitar cada segundo desta missão. Cada momento ao
seu lado e, bom… Sophie me faz bem, mesmo quando quer me esganar, ela
é especial.
Meu celular toca, me trazendo de volta à realidade.
— Com saudade? — disparo, já sentindo falta das zoeiras na USC.
— Fala, Y, como estão as coisas por aí?
— Estariam melhores se eu estivesse no meu apartamento, com
alguma morena esperta sentada no meu colo, mas…
— Quase tenho pena de você — debocha e sorrio. — Os homens
casados estão tendo alguma folga na sua ausência.
Sempre sou zoado com esta merda e eu nem sabia que ela era
casada. Tenho regras no que se refere a bocetas. Só como aquelas que,
assim como eu, estão livres e desimpedidas. Nada de pegar o lanche do
coleguinha.
Não preciso de dor de cabeça, ou no caso, de um corno sentimental
enchendo meu saco. Só quero um bom tempo, algumas horas de diversão,
mas às vezes, as pessoas mentem e foi exatamente o que ocorreu neste caso.
— Vá se foder, K. Você sabe o que aconteceu — disparo, sem
tempo para esta merda. — Diga que teve notícias do laboratório — peço e
ele gargalha.
— O resultado do laboratório confirmou a sua suspeita. Coração de
boi, sem digitais na caixa.
— E quanto às flores? Não deve ser normal comprar rosas pretas.
— Acredite ou não, só no mercado municipal foram vendidas mais
de cinquenta dúzias. Comerciantes, clientes, impossível de rastrear, ainda
mais se a compra foi feita em espécie, o que deve ser o caso.
— Não temos nada — afirmo, sem disfarçar a frustração.
— Não, mas a BND disse que outros políticos receberam ameaças
similares a que o Sr. Meyer.
— Suas famílias também?
— Não! Apenas o político.
— Não é o mesmo modus operandi — aponto o óbvio.
— Será que estamos diante de dois criminosos? — K especula.
— Nada faz sentido nesta porra. Alguma outra ameaça chegou para
ele? — questiono, mesmo sabendo que teriam me avisado de algo relevante
assim.
— Não! Stefan está acompanhando diariamente isso, com o pessoal
em Berlim. Nada!
— Não estou com um bom pressentimento sobre isso.
— A votação é daqui a quinze dias, se tudo continuar tranquilo,
logo você poderá voltar para casa.
— Algo não fecha, K.
— Se as ameaças pararem, não há por que você estar mais aí, cara.
Até onde sabemos, podia ser um fanático que morreu em casa vendo
televisão.
— Esqueceu dos nossos amigos albaneses, caralho?
— Foda, tem estes putos.
— Eles ficam quietos e depois atacam, quando você menos espera.
— Talvez as ordens sejam outras agora.
Não sei de mais nada.
— Bom, você não trouxe nada de útil, mas pelo menos matou um
pouco a saudade, né?! — brinco e sei que ele estaria erguendo o dedo do
meio neste exato momento.
— Claro! Mal durmo de saudade, seu filho da mãe.
Gargalho e ele também.
— Bom falar com você, K.
— Hey, Y, estava quase esquecendo, sei que está enrolado aí, mas
só queria dizer que estou correndo com os preparativos daquilo que te falei.
— Tem certeza que vai seguir com isso, irmão?
— Mais do que tudo, Mari é a mulher da minha vida.
— Fico muito feliz por vocês, cara, de verdade. Com certeza quero
participar deste momento, ainda que por telefone.
— Fechado, cara. Se cuide aí.
— Vocês também.
— E, Y?
— Fala, K.
— Nós realmente sentimos sua falta — diz sério antes de desligar.
Outro soldado abatido com sucesso e que agora vai se amarrar de
vez.
Até arrepio.
Mari é legal pra cacete, mas… imagina, acordar e comer a mesma
boceta, dia após dia, não faz sentido.
Pior é que tenho certeza de que T vai para o mesmo caminho.
Dois cachorrinhos adestrados, três, se contar o Stef com a ruiva.
Até bom ficar longe da USC um tempo, deve ter algo de errado
naquele lugar. A água, sei lá que porra é essa que está afetando a cabeça e o
pau deles.
— Estamos bem, amigão.
E vamos continuar assim.
Custe o que custar.
Respira!
Coloco a caixa sobre a cama e corro em direção ao banheiro.
Meu peito bate acelerado, apoio as mãos na pia e fecho os olhos,
tentando me acalmar. Claro que descobrir que mafiosos estão atrás de mim
é desesperador, mas é mais que isso.
É tudo…
O acúmulo de todas as emoções das últimas semanas.
Eu poderia colocar a culpa nos hormônios, já que sempre fico
sensível nesta época, mas eu sei que é mais que isso, e estar tão perto dele,
só potencializa tudo.
Yannik…
Talvez eu tenha sido muito dura.
Sei que, no fundo, eles quiseram me proteger da informação até ter
algo concreto, mas eu preciso saber, apenas preciso.
— Queria que você estivesse aqui, mãe — murmuro, sentindo as
lágrimas se acumularem.
Ligo o chuveiro e me dispo, torcendo para que um banho resolva
todos os meus problemas, leve este aperto, esta angústia do meu peito.
Apoio as mãos na parede e deixo a água quente cair sobre minhas
costas, então deixo toda dor sair.
Choro de saudade, porque algumas perdas nunca são superadas. O
tempo ameniza as feridas, mas elas estão sempre ali… e choro pela
impotência diante desta situação, pelo medo do desconhecido.
O banheiro está cheio de vapor quando finalmente desligo o
chuveiro, mas nem ligo, eu precisava deste momento.
Coloco meu moletom mais quentinho, escovo meus cabelos e me
sinto mais leve.
Melhor.
Um filme e cama parece uma boa pedida, mas mal coloco os pés no
quarto, vejo a caixa com o sorriso estampado na lateral.
A letra da minha mãe.
Ela está ali, me esperando, recheada de lembranças e mesmo
sabendo que eu não deveria fazer isso, não hoje, quero puxar logo o
curativo.
Com cuidado, começo a tirar as coisas de dentro e é como se eu
tivesse voltado no tempo. Consigo visualizar aqueles itens no meu quarto.
O porta-retratos, os pôsteres que enfeitavam a parede do quarto,
livros, revistas, a foto oficial da turma…
Lembro-me de ter colocado tudo no lixo.
Foi num impulso, logo após descobrir que ele não viria. Que ele me
enganou e que eu não iria ao baile com ele, nem com ninguém…
Tirei tudo que me lembrasse dele. Do garoto rebelde de olhos azuis,
que fazia meu coração acelerar.
Que ainda faz…
Seguro novamente o porta-retratos, desejando ter aquela leveza da
Sophie de dezessete anos, mas isso é impossível.
Uma lágrima cai sobre o vidro e só então percebo que é minha.
Ah, mãe, se você estivesse aqui, certeza que poderia me orientar,
dar conselhos, como só você sabia.
Eu não sei o que fazer, mãe…
Eu não quero sentir.
Mas eu sinto!
Eu quero deixar a barreira cair, mas tenho medo.
As lágrimas aumentam, achei que tinha chorado tudo no banheiro,
mas não…
Agora, choro por ele, pela perda do meu amigo, por tudo que
perdemos, por tudo que poderia ter sido e por tudo que ainda quero, mesmo
não devendo querer.
— Por que você guardou isso tudo, mãe?
Me levanto e olho para a bagunça na cama.
Por quê?
Meu olhar recai para uma foto que está caindo do diário.
Yannik.
Sozinho, sentado na arquibancada do ginásio, o olhar perdido no
vazio.
Meu coração acelera com a lembrança.
Tinha acabado de ganhar uma polaroid do meu pai e levei a
máquina comigo. Ele não apareceu na aula, mas eu sabia que ele estava no
colégio. Vi sua bicicleta na entrada. Procurei por ele em todos os cantos e
nada, então eu lembrei. Quando ele queria fugir do assédio das garotas ou
dos caras do time, ele se escondia no ginásio. Se não tinha aula ou jogo, era
só silêncio.
E naquele dia não tinha jogo ou aula…
Entrei sem fazer barulho e o encontrei. Ergui a câmera e registrei o
momento. Nunca vou esquecer, meu coração batia feito doido no meu peito,
e ao ver a tristeza dele, prometi que iria fazê-lo sorrir… Guardei a foto no
bolso e logo depois ele viu que eu estava lá e sorriu. Felicidade brotou
dentro de mim. O sorriso do Niki sempre fez isso comigo.
Naquele dia, tiramos muitas outras fotos, todas sorrindo, zoando,
mas foi aquela que guardei no bolso, que eu sempre olhava… era um
constante lembrete, que o menino zoeiro escondia uma tristeza dentro de si,
mas que eu podia ajudá-lo a sorrir.
Eu sempre tentei… até que ele foi embora.
Guardo tudo na caixa. Quase tudo, na verdade.
As fotos e o porta-retratos eu coloco na gaveta ao lado da cama.
Não me pergunte o porquê.
Eu apenas, não consigo me desfazer delas…
Não agora.
Não sei o que minha mãe estava pensando quando ela resgatou
estas coisas do lixo, mas estou feliz que ela fez.
Eu apenas, estou.
Dusk till Dawn — Zyan feat Sia
Dois meses.
O que era para ser quinze dias, foi se estendendo.
A rotina tem se mantido.
Sei tudo o que acontece na mansão. O horário da ronda, da troca de
turno, sei até a frequência que o veículo vem trazer as frutas e legumes para
a cozinheira. Só não sei o mais importante.
Que caralho está acontecendo!
Na mansão está tudo na mais completa calma e, o mais importante,
o projeto foi votado já faz quinze dias.
Stefan me ligou hoje, me atualizou sobre o status das investigações
e disse que precisávamos conversar.
Eu já sei o que é…
A missão acabou e eu deveria estar feliz, mas algo não fecha.
Eu apenas sei.
Aquela sensação de algo ruim prestes a acontecer não me deixa.
Felizmente, antes que pudéssemos concluir o assunto, uma
chamada de urgência do Sven o fez desligar. Tenho que agradecer o cara
depois, sua interrupção foi precisa. Não tenho motivos para continuar por
aqui, mas quero.
Sophie continua enfiada a maior parte do tempo no quarto,
pintando. Nossos encontros são limitados aos horários das refeições, ou
quando ela realmente não aguenta mais ficar trancada lá.
São os melhores momentos do dia.
Espero por cada um e faço todo possível para tornar inesquecível,
mesmo que isto envolva ela ficar me xingando ou ficar mais tempo
escondida no quarto.
Hoje será um dia diferente.
É um risco calculado e me recuso a ir embora, sem garantir que ela
faça isso em segurança.
Subo as escadas, pulando os degraus de dois em dois.
Meu coração está agitado e me sinto um fodido adolescente.
— Hey, princesa — chamo, batendo na porta.
Ela abre alguns segundos depois, os cabelos presos num rabo de
cavalo alto, uma legging preta, uma camiseta do Iron Maiden, que já viu
dias melhores, as mãos sujas de tinta e o mesmo tom que está manchando
seus dedos tinge sua bochecha direita. — Algum problema? — Me olha
num misto de surpresa e preocupação.
Não é para menos…
Eu nunca bati no seu quarto e olha que já perdi as contas de quantas
vezes me imaginei ali.
Não vá por aí, porra.
— O que acha de tomar um pouco de ar fresco?
Olha para trás, para o que só posso supor ser a tela em que está
trabalhando. Morde o lábio e meu olhar segue para lá e claro que meu pau
responde, imediatamente.
Foda.
Se controla, caralho.
— Então?
— Me dê dez minutos, só para trocar de roupa.
— Te espero lá embaixo.
— Aonde vamos?
— Você vai gostar, princesa — devolvo, e ela revira os olhos
antes de fechar a porta.
“A caminho.”
Perfeito.
Saber que Sven e Max estão a caminho me traz certo conforto e
lembra que estou atrasado pra caralho. Preciso me arrumar. Tudo que não
quero são mais motivos para Sophie me odiar, ela já tem o suficiente.
Meia hora depois, me olho no espelho e mal me reconheço. Se tem
algo que eu evito com todas as forças é usar terno. Só tenho más
lembranças.
O funeral do meu pai.
O dia da overdose da minha mãe.
O dia em que perdi Sophie.
Desço as escadas, decidido a esperá-la na sala. Só a vi de relance
pela manhã, e ela estava com a tal de Cathy ao telefone, confirmando sua
presença.
Apesar do clima entre nós, fato é que este baile é importante
demais para ela.
Ela quer ir e é a cliente.
Meu trabalho é garantir que ela permaneça segura. É apenas mais
um dia nesta missão do caralho.
Acabei de colocar uma arma no coldre do tornozelo quando escuto
passos no andar de cima.
Sophie.
Respiro fundo e seu perfume me invade. Viro na sua direção e, puta
que pariu, se eu estava preparado.
Linda pra caralho.
Não…
Linda é pouco.
Não consigo falar nada, é como se tivesse sido socado no estômago
ou chutado nas bolas.
Caralho.
O vestido longo preto com apenas uma alça abraça suas curvas,
quase como se fosse uma fodida segunda pele, e então vem a fenda… porra,
o rasgo vai até o início da coxa, mostrando a perna deliciosa.
Sinto meu pau pressionar contra o zíper e cerro os dentes. Se eu já
achava que a noite seria longa, agora eu tenho certeza.
Foda!
Se aqui já está difícil me controlar, imagina lá, com todos os
abutres em cima dela. Certeza que vai ter um monte de homens se matando
para tê-la nos braços. Vão dançar com ela, se divertir e só consigo pensar
que poderia ser eu.
Era para ser eu, mas nem sempre temos o que queremos.
— Sophie… — Minha voz sai rouca, necessitada, e seu olhar
encontra o meu. — Você está linda — completo e não chega nem perto de
como me sinto.
Morde o lábio e sei que está nervosa.
— Obrigada — comenta sem graça. — Tudo pronto para irmos?
Trabalho é um assunto seguro.
Sim… foco.
— Tudo em ordem, só preciso te entregar algo. — Pego a pequena
caixa na mesa e ela parece surpresa.
Abro e tiro um bracelete.
— É lindo.
— Quem olhar de fora, achará que é apenas uma joia, mas não…
— Não? — questiona, confusa.
— Esta pedra — aponto para enfeite —, além de ter um rastreador
embutido, funciona como um botão de pânico, uma espécie de alarme
silencioso — explico e poderia jurar que está decepcionada. — Lá não
poderei ficar colado em você. Quando não estivermos juntos… — continuo
e só de pensar na minha próxima frase, sinto raiva ferver dentro de mim.
Porra.
— Quando você estiver dançando com aqueles esnobes da alta
sociedade — disparo, mas logo me corrijo: — Quando estiver com eles…
— Coloco o indicador sob seu queixo, precisando que ela olhe para mim e
não tenha dúvida alguma. — Qualquer problema, Sophie… se você sentir
qualquer coisa estranha, por menor que seja, basta apertar a pedra e eu
estarei com você.
O silêncio entre nós é opressor.
Aquela tensão que sempre existe quando estamos próximos.
Minha mão coça para agarrar sua nuca e descer meus lábios nos
seus. Sua respiração acelerada faz seu peito subir e descer.
Seria tão fácil…
Foco, caralho.
Tiro minha mão do seu rosto e ela se afasta.
— Apertar o botão em caso de perigo. Ok, consigo fazer isso —
devolve, me dando as costas.
— Sophie — chamo.
— Oi? — Se vira e então percebe que o bracelete continua na
minha mão.
— Oh… — Estende a mão, mas sou mais rápido.
Com cuidado, seguro seu braço e coloco a joia no seu pulso, a
tocando mais tempo do que necessário.
Ela olha fixamente para ele, passa o indicador sobre a pedra e então
seu olhar está no meu.
— Obrigada, Yannik. Eu amei, mesmo sendo… um rastreador.
Oh, merda.
Um nó parece alojado no meio da minha garganta e a gravata fica
de repente muito apertada.
Nem saímos de casa ainda, mas já prevejo problemas.
Sophie me afeta com um fodido olhar.
Se ela soubesse como mexe comigo…
Se ela soubesse tudo que eu gostaria de fazer com ela… não olharia
para mim… não desta forma.
Como se eu fosse especial… ou digno de ter alguém como ela.
Se teve algo que fiz nos últimos anos, foi fazer jus ao apelido que
ela me deu. Minha fama me precede. Sou o homem puto… sou escuridão,
sou caótico e Sophie…
Ela é luz e calmaria.
Não poderíamos ser mais opostos.
Eu deveria só me afastar, protegê-la de mim mesmo, mas estar
perto dela me faz querer mais, me faz querer perder a razão e apenas
sentir…
Me faz sonhar com um futuro.
E este é o maior perigo que existe para alguém como eu.
Esperança.
It’s all coming back to me now — Celine Dion
Quando fui convidada para este evento, nunca, em mil anos, achei
que seria assim. Imaginei que ficaria horas num salão.
Teria um dia de princesa.
Unhas e cabelos feitos e, depois, dançar, beber, confraternizar e
quem sabe encontrar alguém com quem conseguisse ter uma conversa
interessante o suficiente para pensar em algo a mais. Alguém que fizesse
surgir borboletas no meu estômago.
Ao invés disso, eu mesma fiz minhas unhas. Não que isso seja um
problema, ficou bom, mas minha coordenação motora com a mão esquerda
não é das melhores. O cabelo está melhor do que as unhas, claro, se tem
algo que sei fazer é secar os cabelos e dar uma bela escovada. Mas o
vestido, ah, esse é lindo… eu poderia estar usando chinelo, que ainda o
acharia perfeito.
Soube que era ele assim que o vi.
Preto, cheio de brilhos, uma manga só e com uma fenda
monstruosa. Tudo o que a filha do congressista deveria evitar, mas tudo que
eu desejava… então comprei.
Certeza de que Kief desaprovaria. Acharia vulgar, mas vendo a
forma como Yannik me olha… com toda essa intensidade que ele não
consegue disfarçar, sei que fiz a escolha certa.
Eu não deveria me importar com o que ele acha, mas eu faço. Eu
gostei de ouvir o elogio.
Linda… ele me chamou de linda, e eu sei que foi sincero.
Yannik pode até não corresponder ao que sinto, mas ele não é
mentiroso.
As borboletas estão aqui, voando alucinadas, só não por alguém
que dê a mínima para elas.
Encaro o bracelete no meu pulso e mesmo sabendo que é uma
ferramenta para o trabalho dele…
Sim, eu sei o que sou… uma missão.
Ainda assim, ele foi gentil o suficiente de pensar em algo discreto e
que eu pudesse usar nesta ocasião.
— Obrigada, Yannik. Eu amei, mesmo sendo… um rastreador —
agradeço e quero dizer cada palavra.
Ele parece surpreso com o agradecimento, quem pode culpá-lo,
tenho deixado minhas emoções levarem o melhor sobre mim nos últimos
dias.
Não consigo disfarçar.
Nunca fui boa nisso.
E não é agora que vou mudar.
Estou ferida? Estou, mas se os últimos dias me ensinaram algo é
que Yannik está certo sobre uma coisa…
É passado.
E o futuro é uma grande interrogação.
— Vamos, Sophie? — Estende a mão e aceito, sentindo aquele
arrepio familiar percorrer todo meu corpo.
— Vamos no carro do seu irmão?
— Não, minha belezinha já está de volta — retruca, dando uma
piscadinha.
Por mais que não queira admitir, senti falta disso, das suas
brincadeiras.
Ainda que esteja brava com toda esta situação.
Senti falta dele.
— Não é perigoso?
— Temos reforços.
— Rainer vai mandar mais homens com a gente?
— Deus me livre, prefiro sair na rua nu e desarmado.
Tento não rir, mas é impossível. Quando paro, ele está me olhando
de um jeito estranho.
— Tinha esquecido como é bom isso — murmura.
— O quê?
— Ver você sorrindo.
Oh…
Ele está só sendo simpático.
Respira e ignora.
—Vamos, não quero chegar tarde — desconverso, fingindo que o
comentário não me afetou.
O trajeto é feito sem problemas.
Sem albaneses, sem perseguição e agradeço o momento de paz ao
sair de casa.
Chegamos ao centro de eventos e o estacionamento está lotado.
Minhas mãos começam a suar frio e só então percebo o quanto
estou nervosa. Instintivamente, levo a mão ao bracelete e não sei se ele
percebeu ou foi coincidência, mas lá está sua voz rouca para me
tranquilizar.
— Estarei o tempo inteiro com você, princesa.
Quero retrucar e dizer que não. Que estarei sozinha… que não
tenho um acompanhante, que ele é apenas meu guarda-costas, mas me calo.
Sem brigas hoje.
Yannik para o carro em frente ao manobrista e, em segundos, está
abrindo a porta ao meu lado.
Aceito sua mão e calor me invade, mas logo em seguida ele se
afasta, permanecendo a alguns passos de distância.
São apenas alguns metros até a recepção, mas um nó se aloja na
minha garganta.
Não o quero longe.
Eu o quero ao meu lado, de mãos dadas comigo. E saber que isso
está totalmente fora de questão, é como um balde de água fria.
Vejo Cathy assim que entramos pelo grande salão finamente
decorado com lustres e arranjos maiores que eu. A decoração é opulenta,
mas ignoro isso e foco nos quadros cuidadosamente fixados.
Dentre eles está o meu… e isso me faz feliz.
Deixo esta pequena centelha de felicidade me invadir e coloco um
sorriso no rosto. Pode não ser como imaginei o baile, mas já que estou aqui,
o mínimo que tenho que fazer é tentar me divertir.
E pela próxima hora, eu tento.
Juro que tento.
Converso com vários curadores, artistas, e um ou outro colega do
meu pai, alguns verdadeiros apreciadores da arte, outros grandes imbecis,
que estão aqui apenas para fazer média, a questão é que tentei e falhei
miseravelmente.
Não consigo relaxar ou aproveitar a noite.
Estou tensa.
Eu queria estar conversando com ele.
Eu queria dançar com ele.
Sinto sua presença a alguns metros de distância, seu olhar parece
que vai me atravessar, tamanha a intensidade com que me fita.
— Uma dança, Srta. Meyer? — Conrad, um pintor que conheci
num evento no início do ano, estende a mão e mesmo querendo apenas me
sentar em algum canto, eu aceito.
Não olho na direção de Yannik, mas sinto seu olhar nas minhas
costas.
— Você está magnífica — comenta próximo do meu ouvido, por
conta do barulho, e não consigo sentir nada.
Zero.
Ele é bonito, charmoso, mas não há borboletas… não há nada, pois
não é ele.
Sorrio com o elogio e me forço a terminar a dança.
Tristeza inunda meu peito e é opressor. Abro e fecho os olhos,
tentando afastar as lágrimas teimosas que insistem em se acumular.
Sinceramente… era o que me faltava.
Conrad fala comigo, mas não consigo prestar atenção.
Minha mente está longe.
Olho ao redor e tudo é lindo. Estou dançando com outras pessoas,
achei que estaria feliz, mas… não consigo.
A constatação de que a única pessoa com quem eu gostaria de
dançar está aqui por obrigação, acaba comigo.
A música termina e nem penso muito, eu apenas preciso sair daqui.
— Obrigada, Conrad.
— Uma outra dança… — começa, mas nem respondo, me afasto
com pressa, sem olhar para trás.
Preciso de ar fresco.
Caminho apressada na direção da área externa. Empurro a porta e a
brisa da noite me recebe. Inspiro fundo e continuo caminhando. Ignoro o
salto afundando no gramado, eu só quero ir para longe. Longe da música,
dos casais felizes, longe de tudo…
Uma lágrima teimosa escorre pela minha bochecha e meu peito
sobe e desce acelerado.
— Sophie — Yannik me chama, mas ignoro, não estou distante o
suficiente.
Quero gritar que só preciso de uns minutos sozinha e estarei
melhor, mas apenas acelero os passos.
Chego até uma construção e empurro a porta, sem nem pensar. É
um depósito lotado de cadeiras plásticas empilhadas, mas agora é meu
refúgio.
Minhas mãos tremem e me forço a inspirar e expirar devagar.
O silêncio não dura nem um minuto. O som da porta abrindo e
fechando soa atrás de si.
Yannik.
— Eu… só preciso de uns minutos sozinha — me apresso em dizer
sem olhar para trás.
— Olha para mim — pede, mas não me movo. — Ele fez algo?
Porque se fez, vou matar aquele cara agora mesmo.
Quem? Conrad?
— Ele não fez nada — devolvo, sem coragem de encará-lo.
Fecho os olhos, torcendo para que isso o tranquilize e ele apenas
me espere lá fora. Escuto passos e não preciso ser um gênio para saber que
ele está parado na minha frente. Sinto seu perfume, sua respiração perto de
mim.
Droga…
— O que houve, princesa? — Ergue meu queixo, me fazendo olhar
para ele. — Achei que estava feliz de estar aqui.
Não poderia estar mais equivocado.
Abro os olhos e eu poderia me perder na intensidade do seu olhar.
Na forma preocupada como me fita.
Como cuida de mim.
Não tenho dúvidas de que, se necessário, Yannik mataria por mim.
Isso é ele… intenso.
Respiro fundo, decidida a falar tudo o que está engasgado.
— Sabe o que está errado? — questiono e ele me observa com
atenção. — Dancei com vários homens hoje à noite.
Faz uma careta, mas continuo:
— Mas nenhum deles era quem eu queria, nenhum deles… era
você.
Seu olhar vai para a minha boca e sua mão segura minha nuca com
força.
— Eu juro que tentei, princesa…
Tentou?
Não tenho tempo de fazer nenhuma pergunta, seus lábios descem
nos meus. A mão livre me puxa, colando meu corpo no seu, enquanto sua
língua me invade.
Puta que pariu.
Fogos de artifício explodem dentro de mim.
Sua boca é exigente, dura, me explorando, me fazendo ansiar por
mais e mais…
Por tudo!
Eu sempre sonhei, mas isto é mais… mais do que eu imaginei ser
possível.
Agarro seus cabelos, do jeito que venho desejando há anos, e ele
geme contra a minha boca, mordendo meu lábio inferior, fazendo meu
corpo inflamar.
Interrompe o beijo e apoia a testa contra a minha. O olhar fixo no
meu. Ambos respiramos com dificuldade.
— Juro que tentei — repete, e nos seus olhos vejo um misto de
desejo e… fragilidade —, mas não consigo mais resistir a você.
Isso é um sonho?
Yannik está realmente dizendo isso, para mim?
Seguro seu rosto entre minhas mãos, ignorando o coração a ponto
de explodir no peito.
— Não resista…
Me fita com tamanha intensidade que tenho medo de que tenha se
arrependido e vá embora.
— Tarde demais, linda. — Enfia a mão no meio dos meus cabelos.
— Agora que te provei… eu quero mais.
Nem tento frear o sorriso que brota no meu rosto.
— Conto com isso — devolvo, sustentando seu olhar e minha
boceta palpita com a provocação e todas as promessas implícitas.
— Porra, sim — rosna, e com um movimento rápido, prensa meu
corpo contra a parede.
— Yannik…—Arfo e seu olhar vai para o meu decote.
— Se você soubesse tudo que eu quero fazer com você, linda. —
Meu corpo está em chamas e ele mal me tocou. — Você sairia correndo.
— Duvido muito.
Arqueia a sobrancelha e dou de ombros, aceitando o desafio.
— E se eu disser que minha vontade é abaixar este vestido e cair de
boca nestes seus peitos gostosos — diz e seu indicador passeia pela alça,
seguindo em direção ao meu colo, que sobe e desce acelerado, no ritmo da
minha respiração. — E se eu disser que mataria para descobrir se você é tão
doce quanto venho imaginando… — Morri, é isso. — Que eu já perdi a
conta de quantas vezes sonhei que você estava gozando na minha língua,
nos meus dedos, estrangulando meu pau, nesta sua bocetinha e neste rabo
lindo que você tem.
Sua mão sobe delicadamente pela minha perna exposta e sei que
minha calcinha está ensopada.
É apenas um fato.
Puta que pariu!
Não sou santa nem virgem, mas droga, se a temperatura não
aumentou uns dez graus de repente.
— Eu… — começo, tentando acalmar meu coração. — Eu diria…
que não precisa passar vontade.
Pronto, falei e sinto minhas bochechas queimarem.
Deus, vou para o inferno.
Eu realmente disse.
Yannik me olha e, porra, se não é puro fogo que vejo ali.
— Caralho, princesa, assim, você acaba comigo — rosna e então
seus lábios estão nos meus.
É intenso, faminto, segura meu pescoço com as mãos e pressiona
seu corpo contra o meu, me fazendo sentir o quão duro está.
Mordisca meu lábio inferior e depois lambe, minhas mãos viajam
pelas suas costas, pelo seu peito.
Muita roupa.
Yannik libera minha boca e passa a chupar meu pescoço, deixando
uma trilha de beijos e lambidas.
A cada toque, sinto minha boceta pulsar em antecipação.
Levo minhas mãos para a frente da sua calça e o toco, alisando a
ereção que se destaca ali, marcando o tecido e me fazendo imaginar tudo
aquilo sem barreiras.
— Porra — geme e se afasta com uma careta, passando as mãos
pelo cabelo.
— O que foi? Fiz algo errado?
— Só se ser gostosa pra caralho contar. — Dá uma piscadinha e
então, me fita, sério. — Precisamos voltar.
— Voltar?
— Você tem um baile para ir.
— Eu… prefiro ficar aqui com você.
— Minhas lembranças com ternos não são nada boas, princesa, mas
acho que é uma boa oportunidade de criar boas memórias, com você…
O que ele está querendo dizer?
— Você vai voltar lá… comigo? Comigo, comigo?
Acena que sim e não consigo nem explicar o que sinto.
— Não como meu guarda-costas — friso e ele deve achar que
tenho problema auditivo, mas preciso confirmar.
— Estou atrasado uns dezessete anos — faz uma careta —, mas eu
adoraria voltar lá, com você… é isso, ou vou acabar matando o primeiro
infeliz que se aproximar de você.
Meu sorriso se expande.
Não consigo disfarçar.
Minha felicidade não cabe no peito.
— Bem, antes tarde do que nunca, não é?! — brinco e ele dá um
sorriso, tão lindo… que, Deus, eu só quero vê-lo assim.
Ficamos nos olhando uns segundos, em silêncio, e o tempo parece
parar.
— Princesa… — Acaricia meu rosto com o indicador.
Desta vez é suave, sutil, uma doce carícia, nada como o que
tivemos há pouco, mas tão ou mais íntimo.
— Niki… — Inclino o rosto, fechando os olhos.
— Eu não sei o que é isso… — Gesticula entre nós. — Eu, porra,
tenho medo de foder com tudo… e você me odiar.
— Hey… — começo, mas ele apoia o indicador sobre o meu lábio.
— Eu tentei te proteger da bagunça que é a minha vida, do meu
caos. — Mordisca meu lábio e eu arfo. — Eu sei que você merece alguém
melhor do que eu — segura meu rosto em suas mãos —, mas cansei de
resistir, posso até ir pro inferno, mas cansei de lutar, se querer você pra mim
é ser egoísta, porra, é exatamente o que eu sou.
— Yannik…
— Não faço promessas que não posso cumprir, princesa, e
sinceramente, não sei onde isso vai dar, mas, porra, você é mais do que uma
missão para mim.
Coloco minhas mãos sobre as suas e miro sua íris azul, para que
não haja dúvidas ou mal-entendidos.
— Sem promessas, sem cobranças. — Minha voz soa firme,
embora eu esteja me tremendo toda. — Também não sei o que é isso, mas
quero descobrir… com você.
Nunca estive tão animada e tão assustada ao mesmo tempo.
— Parece um fodido bom plano. — Roça seus lábios nos meus,
devagar, então começa a deixar uma trilha de beijos no meu rosto.
Arfo, mas me afasto.
— Agora, trate de me levar ao baile, que já esperei o suficiente —
brinco.
— Com todo o prazer, Srta. Meyer — devolve, me oferecendo seu
braço.
— E sobre o que conversamos antes… só quero dizer que
expectativas foram criadas — insinuo, dando uma piscadinha.
— Porra, Sophie, você quer me fazer gozar nas calças — geme e
juro que tentei segurar minha língua afiada, mas é mais forte que eu.
— Nunca… seria muito desperdício — provoco e o homem falta
ter um troço.
— Isso vai ter volta, linda.
— Promessas, promessas.
— Provocadora!
—Você não viu nada ainda — sussurro, mas ele ouve e seu sorriso
aumenta.
— Vamos, antes que eu desista de ir neste baile e te leve para casa,
pra te foder de todas as formas que venho sonhando.
Arregalo os olhos, e uma resposta sacana está na ponta da língua,
mas desisto de provocar.
Yannik parece por um fio, então, dou alguns passos em direção à
porta, enquanto ele me fita com cara de quem está pensando numa
revanche.
Baile, estou voltando, mas não tenho pretensão alguma de ficar até
o final da festa.
Não mesmo.
Estou mais interessada no depois.
O after party[1] nunca foi tão esperado.
When you look me in the eyes — Jonas Brothers
Dusk till Dawn — Zayn feat (Sia)
— Estava tudo uma delícia, ainda não acredito que você realmente
preparou tudo isso.
Sophie olha chocada para os pratos à nossa frente.
Eu poderia ter pegado algo da geladeira, já que a governanta trouxe
pratos suficientes para alimentar um batalhão, mas não sei o que me deu.
De repente, pareceu uma boa ideia preparar uma carne suculenta,
acompanhada de umas batatas cozidas e assadas, para ela…
A minha garota.
Demorou um pouquinho, mas o resultado ficou espetacular e o
sorriso e surpresa no rosto da princesa é meu melhor pagamento.
— Tenho inúmeras qualidades, linda, algumas você já conheceu —
provoco, porque não resisto e vejo-a corar. — Esta é apenas mais uma.
— Modesto, hein?
— Contra fatos não há argumentos — devolvo, sorrindo, e ela
revira os olhos, mas acaba se rendendo e sorri ao final.
— Você é terrível. — Seus olhos não deixam os meus e meu peito
aperta.
Não consigo ter o suficiente dela… e isso me assusta.
— E quanto à sobremesa? O que você preparou? — questiona, se
levantando.
— Como cuidei do prato principal — começo, caminhando até ela,
que só pode estar brincando se acha que vou deixá-la cuidar da louça agora.
— Esta parte é com você — pontuo, tirando o copo da sua mão, colocando-
o de volta na mesa.
— Eu não… — Seu peito sobe e desce, e meu pau pressiona contra
a calça jeans. — Preparei nada… — Seu olhar está no meu.
— Não se preocupe, linda — agarro sua bunda, e a ergo,
arrancando um gritinho de surpresa —, você é a sobremesa — rosno na sua
orelha, colocando-a sentada sobre a bancada.
— Yannik… — murmura e não perco um segundo sequer, ataco sua
boca, como venho desejando o dia inteiro.
Enfio minha mão no meio dos seus cabelos, a mantendo sob meu
ataque, enquanto mordisco seus lábios, apenas para passar minha língua, na
sequência.
— Preciso de você… — sai da minha boca, e mal reconheço minha
voz.
Sophie me fita, os olhos vidrados de desejo.
Ergue os braços e diz tudo o que preciso saber.
Puxo sua blusa, deixando-a apenas com o sutiã preto. Minhas mãos
acariciam seus montes, por cima do tecido fino, e sinto seus bicos duros,
pedindo para serem tocados.
— Linda… — Solto a lingerie em segundos e caio de boca,
sugando, mamando gostoso.
Cada gemido de Sophie vai direto para o meu pau, que pulsa contra
o zíper.
Caralho.
Puxo seu mamilo entre os dentes, provocando, só para metê-lo todo
na boca, sugando forte.
— Niki… — resmunga, agarrando meu cabelo com força.
Libero o bico e sigo deixando uma trilha de beijos pela sua barriga.
Sophie se inclina para trás, apoiando os cotovelos na mesa, me
observando com atenção.
— Preciso chupar sua boceta — digo, sem meias-palavras, puxando
sua calça e calcinha com um único movimento.
Fodido céu…
— Caralho — sibilo, afastando suas coxas, deixando-a bem aberta
para mim.
— Niki…
— Porra, Sophie, você está pingando, linda. — Levo meu indicador
até suas dobras e ele desliza fácil em sua umidade.
Sophie fecha os olhos e arfa.
— Olha para mim, princesa — peço e ela obedece. — Quem
precisa de sobremesa, quando se tem isso — aponto e então, sem desviar o
olhar do seu, levo minha língua até sua boceta, lambendo de baixo para
cima.
— Humm… — geme e fome cresce dentro de mim.
Abro suas dobras e intensifico o ritmo, lambendo gostoso, subindo
e descendo, para então abocanhar seu clitóris, sugando, mordiscando, me
alimentando de cada gemido seu.
— Gostosa pra caralho — rosno, sem levantar o rosto da sua
boceta. — Eu poderia ficar horas aqui, te chupando, te fodendo com a
minha língua.
Ela geme, erguendo o quadril em direção ao meu rosto.
Agarro sua bunda, a mantendo firme sob meu ataque e então passo
a estocar dois dedos, enquanto sigo sugando seu grelo.
— Tão bom…
Enfio mais um dedo na boceta melada e Sophie passa a gemer
palavras desconexas, enquanto seu canal me aperta.
Meu pau parece a ponto de explodir.
Libero seu clitóris que está inchado e sensível e passo a circulá-lo
com a língua, só para metê-lo novamente na minha boca.
— Yannik — grita, eu aumento a velocidade das estocadas,
alternando pequenas mordidas e lambidas no ponto sensível. — Não pare,
Oh, não pare. — Sinto suas coxas retesarem e sua boceta me apertar.
— Nem fodendo que vou parar.
Puxo seu quadril, trazendo sua boceta ao meu rosto, passando a
fodê-la com a minha língua, enquanto meu polegar pressiona seu clitóris.
Continuo metendo e chupando sem descanso, e ainda com o rosto
enfiado entre suas pernas, olho para cima, apenas para ser presenteado com
a visão de Sophie, o rosto tomado pelo prazer, cabeça jogada para trás,
totalmente entregue, gritando meu nome, enquanto goza na minha boca.
E foda… se eu consigo explicar o que sinto neste momento.
É desconhecido e indescritível.
Porra, eu apenas preciso desta mulher.
Para mim.
— Preciso de você. — Sua voz me traz de volta.
— Do que você precisa, linda? — questiono, o rosto ainda metido
entre suas pernas.
— De você. Dentro de mim.
— Caralho! — Ponho a língua para fora e lambo, tomando todo seu
gozo, e só então me afasto. — Não precisa pedir duas vezes, princesa —
assinalo, puxando minha camisa sob seu olhar atento.
A calça e a boxer são as próximas a se juntarem à pilha de roupas
no chão.
Me aproximo feito um predador e ataco sua boca, querendo que
sinta seu gosto em mim.
— Mãos na bancada — comando, ajudando a ficar em pé.
Ela obedece, me presenteando com a visão do rabo branco.
Movimento minha mão para cima e para baixo, louco para me
enterrar nela, mas não resisto.
Me ajoelho, abro sua bunda e passo a lamber, deslizando todo
caminho.
— Yannik… — arfa, surpresa.
— Sua bunda é gostosa pra caralho — resmungo, passando minha
língua no seu cu. — Quero ver meu pau sumir aqui. — Pressiono e ela
geme, rebolando na minha cara. — Quero ver você me provocando quando
eu estiver estirando este cuzinho apertado seu, linda.
— Promessas… — devolve e quase gozo nas calças.
Me levanto e esfrego minha pica nas dobras molhadas.
— Tão encharcada.
— Me fode, Niki…
Porra, princesa!
Pressiono contra sua abertura, sentindo seu corpo me receber.
Quente, apertada.
— Caralho, sua boceta é minha perdição.
Ela arrebita o traseiro, me recebendo por inteiro, e trinco os dentes
ao senti-la apertando meu pau.
Firmo a mão no seu quadril, e me afasto, só para voltar todo
caminho, metendo na boceta melada.
— Foda!
— Sim… me come, Niki. — Rebola e sinto minhas bolas
apertarem.
— Porra, você está esganando meu pau.
— Agradeça, podia ser você… — ela brinca e levo minha mão ao
seu clitóris, pressionando-o, fazendo-a arfar.
Sem aviso, começo a estocar rápido, forte, entrando e saindo, sem
descanso.
— Sim…
— Você gosta, linda? — Mordisco sua orelha, sem deixar de meter.
Não responde, apenas geme entregue às sensações.
Sem deixar de arremeter, levo o indicador até seu cu, e pressiono,
vendo-o desaparecer.
— Oh, Deus.
O aperto de Sophie em mim aumenta, na mesma medida que seus
gemidos.
Acrescento mais um dedo, estocando na sua boceta e cu ao mesmo
tempo.
— Vou gozar — anuncia e eu aumento a velocidade, batendo contra
seu corpo. Fodendo-a exatamente como eu imaginei o dia inteiro.
Vejo-a agarrando com força a bancada, o corpo tremendo, gemendo
meu nome.
— Caralho… isso, linda… ordenha minha rola — comando,
socando fundo mais uma vez, antes de explodir gritando seu nome.
Foda.
— Isso foi… — Paro, não conseguindo articular uma frase digna
do turbilhão de sentimentos que me envolve.
Meu coração bate acelerado no peito e dou um beijo suave nas suas
costas antes de me retirar do seu corpo.
— Vou cuidar de você, princesa — aviso, caminhando até o
banheiro e pegando lenço umedecido para limpar suas pernas.
Pode parecer bizarro e machista, mas foda-se se não me agrada ver
minha porra escorrendo pelas pernas da minha mulher.
Me sinto como um animal… e a marquei como minha.
— Estou até mole — resmunga, quando passo a limpar suas coxas.
— O que acha de relaxarmos no ofurô? — disparo, desejando
continuar com ela em meus braços.
— Relaxar? — Vira o rosto na minha direção, arqueando a
sobrancelha.
— Claro — devolvo, rápido. — Palavra de honra.
— Por que será que não acredito em você?
— Assim você me magoa, linda.
Ela nem pisca, mantendo o semblante desconfiado.
— Ok, você sabe que no que se refere a você, eu sou insaciável…
talvez não seja tão relaxante assim.
— Eu sabia! — comenta e me pego sorrindo. — Vamos!
— Porra, sim!
Everybody hurts — Avril Lavigne
Angel — Sarah Mac Lachlan
Sinto um arrepio percorrer minha coluna e sei que não é nada bom.
— Somos…. Nós. — Sua voz soa ao meu lado no exato momento
em que vejo.
Dezenas de fotos.
Dela, nossas…. no Audi, no baile, aqui… fodendo no ofurô.
Merda, merda.
Meu sangue ferve e vejo vermelho.
Quem quer que tenha tirado estas fotos, ou esteve perto o suficiente
para conseguir, ou usou um fodido drone.
Em qualquer cenário, esteve muito perto… dela.
Caralho!
Quando acho que nada pode piorar, vejo a última foto.
Ela montada em mim, exceto que na sua cabeça há um x vermelho,
acompanhado de uma pequena nota.
— Você está longe, aposto que nem tem prestado atenção no filme
— comenta, virando o rosto na minha direção.
Faço uma careta, pois ela não poderia estar mais certa.
Depois que desliguei com os caras, até tentei me distrair, trabalhar,
mas foi inútil. Não consigo tirar aquelas fotos da cabeça.
Na minha mente há a interrogação constante: o que não estamos
vendo?
Depois de almoçarmos um lanche, sugeri assistirmos a um filme
juntos.
O pedido tinha um único propósito: distraí-la por algumas horas,
tirar as preocupações da sua cabeça.
— Desculpe.
— O que foi? Achei que a ideia era nos distrairmos, uma mão boba
aqui e acolá, talvez. — Dá uma piscadinha e um sorriso brota no meu rosto.
— O plano era exatamente esse, mas…
— Você não fez a sua parte! — devolve, desligando a TV, virando o
corpo na minha direção.
— Culpado! — reconheço, afastando uma mecha de cabelo do seu
rosto. — Preocupado só, linda.
— Com as fotos?
— Com você… — Acaricio seu rosto. — Este puto está mais perto
do que eu gostaria.
— Tenho você — retruca, mas sei que está tão preocupada quanto
eu.
— Você me tem — afirmo, me perdendo nos seus olhos
esverdeados. — Por inteiro.
Ela sorri e é um soco no estômago.
Pensar em alguém tocando num fio de cabelo dela, acaba comigo.
Não quero admitir, mas estou com medo.
De não ser o suficiente…
De perdê-la.
— Esquece eles agora, esquece as fotos… — pede, depositando um
beijo no meu peito — Me faz esquecer. — Segue, deixando uma trilha de
beijos.
— Vou fazer você esquecer tudo… que não seja apenas eu e você…
aqui, agora. — Minha voz soa rouca, necessitada, quando agarro sua nuca e
me viro, aprisionando-a sob meu corpo.
— Niki…
— Princesa…
Ficamos nos fitando, em silêncio. Se ela ia dizer algo, desistiu.
Não perco mais tempo, roço meus lábios nos seus. Suave, lento…
explorando, querendo que dure.
— Só nós dois, linda — gemo contra sua boca.
— Eu e você — sussurra no meu ouvido e é como se algo dentro de
mim rachasse.
Vou te mostrar, Sophie. Tudo que não consigo colocar em palavras.
Libero sua boca, deixando uma trilha de beijos no seu pescoço, colo. Enfia
a mão sob a minha camisa, e seu toque é como brasa. Queimando por onde
passa.
Me afasto apenas o suficiente para me livrar das minhas roupas e
ela faz o mesmo, puxando a blusa sobre a cabeça e deslizando a calça e
calcinha, sem desviar o olhar do meu.
Linda!
Minha.
— Preciso te provar, linda…
Abre as pernas, num convite, e não desperdiço um segundo sequer.
Agarro suas coxas, puxando sua boceta ao encontro da minha boca,
coloco a língua para fora e passo a deslizar pelas dobras úmidas.
— Porra, Sophie.
— Ohh… — arfa, agarrando o lençol, enquanto eu sigo lambendo,
de cima a baixo, tomando meu tempo, para então circular seu clitóris
devagar, antes de abocanhá-lo, sugando forte.
— Yannik — grita, agarrando meus cabelos, e eu ignoro,
continuando a chupar.
— Delícia — declaro, puxando seu grelo inchado, antes de metê-lo
inteiro na boca, sugando de forma rítmica.
Sophie se remexe, mas eu a mantenho firme sob meu ataque.
Enfio dois dedos na boceta apertada e sigo torturando, tomando
tudo que ela tem para me dar.
Sinto suas coxas tremerem e aumento a velocidade das estocadas.
— Ohh, Deus! Ohh… — geme, alucinada, erguendo o quadril,
cravando as unhas no lençol.
— Goza, linda, aperta meus dedos, porra — rosno, puxando seu
clitóris entre os dentes, sentindo seu corpo convulsionar num orgasmo
poderoso.
Tiro os dedos e passo a fodê-la com a minha língua, mantendo-a
firme, enquanto puxo sua boceta ao meu encontro.
— Gostosa — gemo, lambendo seu gozo, como o homem sedento
que sou. — Caralho, linda.
— Humm… — geme, o corpo ainda tremendo.
— Esta boceta é minha… — Pressiono seu clitóris com o polegar e
ela arfa em resposta.
— Por favor, Niki — pede, erguendo o quadril, mas eu mantenho
meu rosto enfiado entre suas pernas, provocando, tocando.
— Diga que é minha. — Minha língua desliza pelas dobras
encharcadas, tomando cada gota do seu prazer.
Seu olhar está no meu… e é faminto como o meu.
Nunca fui tão possessivo como agora.
Mas, inferno, eu quero ouvir.
— Sua — declara, sem desviar o olhar. — Eu sou toda sua.
— Porra, sim!!!
A viro de bruços, erguendo seu traseiro e a penetro com um único
movimento.
— Ahhh...— gemo, usando todo o autocontrole para não gozar,
enquanto sua boceta me estrangula.
Me afasto, só para voltar a arremeter dentro dela, fundo.
— Não pare.
Nunca…
Seguro o seu quadril com uma mão e passo a estocar rápido,
entrando e saindo, enquanto seus músculos me apertam cada vez mais.
— Preciso de você. — Sua voz é quase um murmúrio, mas eu
escuto e, droga, se não reflete o que eu sinto.
— Você me tem, princesa — respondo, provocando seu clitóris com
a mão livre.
Minhas bolas apertam e sei que estou por um fio.
Lambuzo meus dedos nas suas dobras e pressiono dois contra o seu
cu, vendo-os desaparecer.
Sophie joga a cabeça para trás, gemendo alucinada.
— Foda… sim, me aperta. Caralho, princesa… — gemo, metendo
rápido e forte, sentindo sua boceta e cu convulsionarem ao meu redor,
quando ela grita meu nome num orgasmo avassalador.
É demais…
Explodo, gozando forte, enchendo-a com a minha porra.
Desejando marcá-la como minha, não somente agora.
Para sempre!
Cinco minutos.
Cinco fodidos minutos.
Podem me chamar de paranoico, mas algo não está certo.
Eu apenas sei.
O alarme soou no meu celular exatamente como tem ocorrido nos
últimos meses, pontualmente.
O único problema?
A ausência da segurança fazendo a patrulha do perímetro.
Martelo as teclas do notebook alternando as câmeras, procurando
mais informações. Torcendo para ver os cretinos fumando em algum canto,
quando deveriam estar circulando ao redor da propriedade, mas encontro
um monte de nada.
Foda…
Mudo para a câmera 15, a da central de segurança, próximo do
portão principal.
Fora de serviço.
Mas que merda. Há algo acontecendo.
Olho para a janela e já está escuro.
Mando uma mensagem para K, perguntando se ele consegue ter
visão da central, torcendo para que seja algo pontual nos meus
equipamentos. A negativa vem poucos minutos depois, seguido da
mensagem: “Te ligo, 5 minutos”.
— Sophie — grito, precisando tê-la na minha visão.
Pense, porra.
Subo as escadas, saltando os degraus de dois em dois.
— Princesa… — Abro a porta e a encontro vestindo um agasalho.
— Se preparando para ir a algum lugar? — disparo, o coração batendo
acelerado no peito.
— Martha acabou de me ligar — faz uma careta —, pediu para que
fosse urgente até lá.
— Agora?
— Ela disse que fez meu bolo preferido, um bolo de maçã, mas que
não consegue trazer, pois estão com visitas — explica. — Fiquei sem graça
de dizer não, afinal, ela sempre traz as coisas aqui para nós.
— Isso está estranho — começo, espiando pela janela.
— Nem me diga. Martha sabe que meu bolo favorito é chocolate,
não sei de onde ela tirou maçã, deve estar muito atarefada.
— Não… há algo acontecendo — solto e ela me olha, sem entender
nada.
Confiro o pente da minha pistola e coloco no coldre das costas, sob
seu olhar atento.
— O que vamos fazer? Devo avisar que não consigo ir? —
questiona, aflita.
— Nós vamos — friso o nós, pois não há nenhuma chance de ela ir
lá sozinha. — Está com o bracelete? — pergunto e ela mostra. — Se
encontramos qualquer sinal de perigo, por menor que seja, quero que volte
correndo para cá e se esconda na passagem secreta sob a bancada da
cozinha.
— Como é?
— Só me escute — peço, a cabeça a mil. — Não disse antes, pois
não imaginei que fosse necessário. — Agarro sua mão e desço as escadas
com pressa. — Eu conferi as plantas da mansão. Muito antes de vocês se
mudarem para cá, foram construídos túneis, saindo da casa principal,
conectando um depósito que havia aqui, onde hoje é a casa de hóspedes e o
pequeno depósito na ala norte do estacionamento.
— Onde meu pai guarda um monte de ferramentas?
— Sim, os túneis ligam estes três lugares.
— Eu nunca soube, meu pai nunca comentou.
— Na certa, nunca achou que fosse necessário. É algo antigo, nem
sabemos as condições do lugar, mas você pode se esconder, em caso de
perigo.
— Quando você achou?
— Umas semanas atrás, à noite. Aqui. — Aponto na direção da
base da bancada na cozinha.
— Não vejo nada.
— Esta é a ideia. Quem olha de fora, pensaria que é apenas um
revestimento de madeira rústico, combinando com o restante da casa, mas
ao tocar aqui — mostro o pequeno detalhe da madeira — uma porta de
pouco mais de um metro de altura se abre, dando para uma escadaria que
leva ao túnel.
— Você entrou aí? — Sophie se abraça ao meu lado.
— Apenas alguns metros.
— E você quer que eu entre? — Arregala os olhos, em choque. —
Não quero nem pensar no que pode ter neste buraco.
Seguro seus ombros, fazendo com que me fite.
— Se for necessário, você vai entrar aqui, entendeu? Não estou
brincando, princesa.
Ela acena e alívio invade meu peito. Devia ter falado com ela antes
e não assim, à queima-roupa. Respiro fundo, olhando para as câmeras no
notebook.
Nada.
E como se não houvesse segurança.
— Se algo acontecer, preciso que entre e aguarde a ajuda chegar.
— Fica comigo — pede.
— Vou fazer o possível para isso, linda. — Acaricio sua bochecha.
— Vamos que a Martha deve estar te esperando.
O vento frio nos recebe, mas quase não sinto. Todos meus sentidos
estão focados ao nosso redor.
Silêncio.
Sophie entrelaça os dedos nos meus e começamos nossa caminhada
rumo à mansão.
Meu celular vibra.
Karl.
Porra, sim.
— Espero que tenha boas notícias, porque alguma coisa me diz que
algo grande está para acontecer.
— Foda, Y. — Parece nervoso, o que é raro.
— Cospe.
— Encontrei merda pesada… achei muito estranha a ficha
impecável do cara e seu radar não costuma falhar. Kiefer Koch não é seu
nome real, ele nasceu como Jurgen, filho de Johann e Petra, uns fodidos
extremistas, raça pura, aos doze anos ficou órfão, após um embate do grupo
paramilitar em que seus pais estavam envolvidos entrar numa confusão com
a polícia. Sem familiares próximos, foi parar num orfanato. Passou por
algumas casas de custódia, mas nunca ficava mais que alguns meses.
Sempre era devolvido. Aos dezoito, veio para Berlim e o resto da ficha bate,
faculdade, e ingressou na política.
— Como não vimos isto antes? — Mal reconheço minha voz.
— Não sei como ele conseguiu, na certa molhou a mão de pessoas
grandes no sistema, fato é que sua ficha estava lacrada e como ele mudou
de nome aos dezoito anos, não havia nada que indicasse um passado
diferente do que ele vende nas redes sociais. A imagem e vida que criou,
desde então.
— Como descobriu?
— Ele realmente é um frequentador do pub. Numa das visitas, três
meses atrás, uma câmera de segurança de um estabelecimento do outro lado
da rua pegou ele e um outro homem mais velho saindo e entrando num
carro. Depois de muito cavar, descobri quem era.
— Estou até com medo de perguntar o nome.
— Ulrich Bambach.
— Porra, você está de brincadeira.
O filho da puta é famoso por uma série de ataques xenofóbicos
contra mulçumanos e outros estrangeiros que imigram para a Alemanha. Foi
responsável por diversas mortes num ataque com bomba numa mesquita,
anos atrás.
— Achei que este puto estava apodrecendo na cadeia.
— Eu também — devolve e, pelo seu tom de voz, sei que não
acabou por aí. — Ele é o tio do Kiefer ou, no caso, Jurgen Bambach.
— Caralho, coincide quando as ameaças começaram.
— Sim, quando eles se encontraram. Foda, Y. É pior do que
imaginávamos.
Sinto um arrepio percorrer meu corpo e então vejo, a pouco mais de
uns duzentos metros de distância, no alto da escadaria que leva para a
mansão, com dois homens fortemente armados ao seu lado, que de longe
reconheço, com membros da equipe de segurança, ele, olhando diretamente
para nós, com um sorrisinho no rosto.
Filho da puta.
— Y, você está me ouvindo? Procure abrigo, até nós chegarmos.
Estamos falando de extremistas fortemente armados e com conexões na
máfia albanesa.
Tarde demais…
— Quanto tempo até vocês chegarem aqui? — devolvo, apertando
a mão da Sophie e reduzindo a velocidade do nosso passo.
— Quarenta minutos — começa e escuto-o gritando ordens ao
redor.
— Preciso que faça em menos, irmão. A festa já começou por aqui
— digo e ele entende a mensagem.
— Foda, Y. Se cuide, irmão. Estamos a caminho — dispara e
desliga.
Respiro fundo, sabendo que não há alternativas. Se caminharmos, a
morte é certa. Reconheço o olhar sádico do filho da puta. Preciso tentar
colocar uma distância entre eles e ela.
— Princesa — sussurro, apertando levemente sua mão.
— Niki — devolve, a voz quase um sopro.
— Quando eu disser “agora”, preciso que corra, o mais rápido que
conseguir até o esconderijo. Sem olhar para trás.
— E você? — Sua voz preocupada é com uma faca no meu peito.
— Eu vou atrasar eles… e estarei logo atrás de você.
— Eu…
Viro o rosto rapidamente na sua direção e sem que ela tenha tempo
de argumentar algo, puxo a arma do coldre, ao mesmo tempo em que sopro
na sua orelha.
— Agora!
Os seguranças erguem as armas e começam a disparar na nossa
direção.
Empurro Sophie na direção das árvores e vejo pelo canto dos olhos
o exato momento em que ela começa a correr.
Busco proteção atrás de um tronco, me camuflando na vegetação,
enquanto eles se aproximam, disparando a submetralhadora sem dó.
Escuto gritos e então os tiros cessam.
— Parem de atirar, imbecis. Precisamos dela viva, porra.
Uma boa notícia, finalmente.
Respira.
Preciso garantir que não coloquem suas mãos nela.
— Encontrem eles. Quero Sophie, quanto ao guarda-costas, matem!
Andem!
Me concentro em escutar seus passos. Preciso pegá-los antes que a
alcancem. Confiro meu pente, a munição está no fim. Tenho que fazer valer
cada bala. Puxo minha faca tática e escuto o exato momento que um dos
filhos da puta pisa numa folha seca a poucos metros de distância. Não
escuto o outro, o que significa que se separaram.
Merda…
Jogo uma pedra para o lado oposto e quando ele se vira naquela
direção, dou o bote, cortando sua garganta, num movimento preciso.
Meu coração parece estar a ponto de explodir, mas não há tempo a
perder. Com cuidado, coloco seu corpo sobre o chão.
Pego a metralhadora, o colete, pentes de munição, e o rádio
comunicador e avanço com cuidado em direção à casa de hóspedes.
Na minha cabeça apenas um pensamento.
Sophie. Estou indo, princesa.
Não sei que porra está acontecendo na casa principal.
Só tenho uma certeza.
Preciso chegar até ela… e todos que cruzarem o meu caminho
encontrarão o mesmo destino.
A morte.
Oceans (Where Feet May Fail) — Hillsong United, Taya
No instante em que ele atendeu ao telefone, eu sabia que algo muito
errado estava acontecendo. Só não imaginava que era tanto.
Agora.
Sua voz ecoa na minha cabeça e eu corro. Minhas pernas queimam
e os galhos batem no meu rosto, mas eu não diminuo a velocidade ou olho
para trás.
Lágrimas escorrem pelas minhas bochechas, enquanto escuto o som
inconfundível de tiros e gritos.
Deus!
Proteja o Yannik, por favor.
Não me deixe perdê-lo, agora que o reencontrei.
Por favor…
Corra.
Estou quase lá, mais alguns metros.
Vejo a casa e alívio invade meu peito, mas logo é substituído pela
dor.
Braços fortes me agarram.
— Me solta — grito, chutando com toda minha força, me
debatendo. — Me solta!
Tão perto.
— Apaga ela. — Escuto e então uma forte dor me atinge e tudo fica
escuro.
Dor…
Vozes fracas ao longe.
Tento me mexer, mas não consigo.
Respira.
Reconheço a voz de Kiefer e permaneço de olhos fechados.
Estou sentada. Sinto a cabeça latejar e minhas mãos e pés estão
amarrados.
Mas estou viva.
Por enquanto.
— Sophie, querida. Perdoe os modos dos meus associados. — A
voz, de quem um dia achei que fosse um amigo, soa próxima.
Acaricia meus cabelos e tento me afastar, inutilmente.
— Calma.
Estamos no escritório do meu pai. Onde está ele?
— Vou arrancar isso — aponta para minha boca — e você não vai
gritar, vai se comportar, certo?
Filho da puta, forço minhas mãos contra as amarras, mas não
adianta, só consigo machucar minha pele no processo.
Droga.
— Na, na, na… Você não vai a lugar algum, Sophie. — Segura meu
queixo, me fazendo fitar seus olhos azuis, mas ao contrário de Yannik, os
deles são frios, vazios. — Temos muitos planos para você — enfatiza e
então, sem aviso, puxa a fita adesiva.
Me seguro para não gritar. Não querendo lhe dar este prazer.
Inspiro fundo, antes de falar:
— Onde está o meu pai? Por que você está fazendo isso, Kif? Achei
que fôssemos amigos. Pegue o dinheiro que quiser… e nos deixe em paz.
— Quantas perguntas. — Bate palmas como um lunático. Olho ao
redor e vejo mais seis guardas. Alguns eu reconheço e outros não. Todos
estão vestindo uma roupa toda preta, com colete à prova de balas e armas
enormes nas mãos.
Deus.
— Infelizmente, não estou interessado em dinheiro, mas no que o
seu pai pode fornecer, com o incentivo correto. — Acena para um dos
capangas que traz uma mala e coloca sobre a grande mesa de madeira.
— Está vendo aquele cara ali. — Aponta na direção de um dos
desconhecidos. Não consigo ver seu rosto, coberto pela máscara, mas é o
sorriso macabro que me faz arrepiar no lugar. — Veja, ele não é tão
amigável como eu. Está vendo aquela câmera ali — gesticula para o teto, e
em seguida acena —, diga “oi” para o seu pai.
O quarto do pânico, meu pai está seguro.
— Seu pai está ali, acompanhado de outros associados meus.
O quê?
— Você achou que ele estava sozinho, é? — A felicidade que senti
por segundos, esvai. — Pobrezinha. Não fique triste. Seu pai está
exatamente onde eu quero que esteja.
Não estou entendendo nada. Kief não fala nada com nada.
— Vejo que está confusa, vou te ajudar. — Puxa uma cadeira e se
senta muito próximo para o meu gosto, acariciando meu rosto com o
indicador.
Meu estômago revira.
— Seu pai possui uma informação muito valiosa para mim. Um
código de lançamento.
Código? Lançamento?
— Há anos, o exército vem trabalhando no desenvolvimento de
drones fantasmas. Nem mesmo os radares mais avançados conseguem
captá-los. No último ano, conseguimos inovar equipando-os com
micromísseis, mas capazes de destruir grandes zonas, quarteirões, varrer
bairros da história.
Bomba?!
Não consigo disfarçar minha surpresa e ele percebe.
— Sei que o que está pensando… a bomba no seu carro, os meus
amigos albaneses… tudo isso foi parte do plano para tê-la exatamente onde
preciso, aqui.
— Por quê? — questiono, temendo a resposta que irei ouvir.
O capanga abre a mala revelando uma série de ferramentas,
alicates, pinças, facas e pânico me envolve.
— Para acionar o sistema de lançamento, são necessários dois
códigos, o primeiro deles, já conseguimos, mas o Sr. Klein não foi, como
posso dizer, cooperativo.
Klein, o congressista do mesmo partido do meu pai?
Para demonstrar seu ponto, coloca um vídeo para eu assistir, nele a
esposa do Sr. Klein está amarrada, Kief aparece pedindo o código para seu
marido.
Oh, Deus!
Bile vem até minha boca. Fecho os olhos.
— Abra a porra dos olhos — grita, me assustando. — Veja o que
vai acontecer com você, caso seu pai não coopere.
Lágrimas escorrem pelo meu rosto, enquanto assisto torturarem a
mulher por não sei quantos minutos. Ela desmaia, mas a acordam apenas
para continuar. Sangue por todos os lados, seus gritos de desespero ecoam
nos meus ouvidos. Quando finalmente o deputado revela o código, Kief o
digita num notebook e sorri, satisfeito. Com um sinal seu, o capanga atira
na cabeça da mulher e do congressista. Seus corpos caem numa poça de
sangue.
— Oh, Deus… — Um soluço chacoalha meu corpo.
Inspira.
Expira.
Fecho os olhos, tentando me acalmar.
Yannik virá por mim… ele tem que vir.
Você nem sabe se ele está vivo.
Ele tem que estar…
Ele tem que estar…
Oh, Deus!
Niki, espero que você e a cavalaria estejam chegando.
— Tudo isso poderia ter sido evitado, se ele tivesse falado logo —
aponta, como se estivesse falando do clima.
Por mais medo que eu esteja sentindo… por mais que eu queira
viver… É a minha vida contra a de centenas, milhares de pessoas.
Eles vão nos matar, de qualquer forma.
Eu apenas sei, eu vejo a maldade no olhar dele e do louco ao seu
lado, com uma tatuagem gigante no pescoço, onde se lê: 88.
88
Eu já vi este desenho no passado, mas onde?
Forço meu cérebro a pensar.
Um documentário, é isso, sobre o significado de símbolos, imagens
e tattoos. Muitos consideram uma referência nazista.
A oitava letra do alfabeto é o H, o que daria HH, uma abreviação
para Heil Hitler, a saudação nazista.
Oh, Deus!
Eles realmente são loucos.
Respiro fundo, sabendo as consequências que me esperam.
— Não diga nada, pai! — grito o mais alto que consigo e o
primeiro tapa vem forte, fazendo a cadeira cair.
— Vadia burra! — Kif cospe, irritado. — As coisas podiam ser
diferentes entre nós — aperta meu queixo com força, e eu apenas sei que
ficará a marca dos seus dedos —, mas você virou a puta daquele palhaço.
Sinto o gosto de sangue e o rosto latejar. Uma lágrima escorre pela
minha bochecha, mas preciso ser forte.
Pelo meu pai…
Pelas milhares de vidas em risco… e para…
Que Yannik consiga chegar.
Ele vai me salvar, eu tenho certeza.
Eu tenho que acreditar.
É só o que me resta.
— Comecem a trabalhar nela — grita, e assisto impotente o nazista
tatuado caminhar na minha direção com um alicate na mão.
Não demore, Niki… venha por mim, por favor.
Master of Puppets — Metallica
Thunderstruck — AC/DC
Oceans (Where Feet May Fall) — Hillsong United, Taya
Uma semana.
Sete fodidos dias, desde que tudo aconteceu.
Kiefer, Rainer e os comparsas que se renderam estão na prisão
aguardando julgamento. As perspectivas deles não são boas, e eles sabem,
homicídio, tentativa de genocídio, lesão corporal, invasão, a lista de crimes
é grande, ainda assim, é melhor do que o destino dos outros, o necrotério. É
lá que Ulrich, o extremista procurado, e vários outros filhos da puta estão.
Eu deveria estar na USC, trabalhando, focado na minha próxima
missão, mas Stefan me proibiu de pisar lá.
Uma semana de descanso, compulsório.
Falei que não precisava dessa merda, sua desculpa foi o tiro de
raspão que levei e que nem de pontos precisou.
É de foder.
Ficar aqui está me deixando louco.
Sei que ela está em casa, se recuperando.
Não nos falamos.
Não mais… desde aquele dia.
É melhor assim, quero me convencer, mas é difícil.
Eles sabem que Sophie é mais do que deveria ser, mas não dizem
nada. Claro que K sempre dá um jeito de soltar alguma informação sobre
ela, me alimentando com migalhas.
O quão louco é isso? Eu… foda, só quero focar na minha próxima
tarefa, fazer as horas passarem, fazer com que doa menos.
A campainha toca, conseguindo minha atenção. Pego minha pistola
sobre a mesa.
Gato escaldado tem medo de água fria, não é?
Espio no olho mágico e surpresa me atinge ao ver minha mãe, mas
que droga. Uma olhada ao redor mostra o chiqueiro que está o apartamento.
Ela não vai ficar nada contente.
Abro a porta, ao mesmo tempo em que apoio a arma na estante.
— Mãe.
— Filho… — Entra, equilibrando duas sacolas com mantimentos,
ela tenta disfarçar o choque ao notar as latas, caixas de pizza e roupas
espalhadas pelo apartamento, mas não me engana.
— A que devo a visita?
— Tenho que ter motivo para visitar meu mais velho? — retruca,
colocando as latas, pães, sucos, sobre a bancada da cozinha.
— Não estou num bom dia, está tudo bagunçado, como você pode
perceber.
Não preciso de ninguém me dizendo que estou um lixo. Eu me vejo
no espelho. Me sinto assim. Stefan me deu uns dias, mas a verdade é que
nem meses surtiriam efeito. Tirariam a dor que rasga meu peito.
É difícil até respirar.
— Vou dar uma ajeitada nas coisas para você, querido, e preparar
algo decente para comer. Aposto que faz dias que não coloca nada saudável
na boca. — Junta as caixas de pizza e leva até os lixos recicláveis.
— Mãe… — começo, não sabendo como fazê-la entender que só
quero ficar sozinho.
— O que houve? — questiona, parando a poucos passos de
distância.
Está elegante, bem, e vê-la assim me traz certo conforto. Não
preciso me preocupar com ela, não hoje.
— A faxineira vem só semana que vem — disparo, não tendo
coragem suficiente para pedir que apenas vá embora.
É minha mãe e sei que está querendo ajudar.
— Não estou brincando, Yannik Bauer — fala meu nome completo,
como fazia quando eu aprontava, faz tempo… — Liguei no seu serviço,
Karl me disse que você estava em casa.
— Aquele linguarudo.
— Entendi que sua missão foi um sucesso.
— Isso é uma forma de ver as coisas. — Dou de ombros, pegando
uma cerveja na geladeira. Foda-se que são apenas onze horas da manhã.
— Sophie está bem?
— Podia estar melhor.
— Ela está viva, você a salvou.
Quero rir.
— Ela poderia ter morrido… por minha culpa — falo, raiva
rasgando através de mim.
— Você a salvou. Você. Não se culpe. — Acaricia meu rosto e
fecho os olhos, deixando suas palavras entrarem em mim. Torcendo para
que me façam esquecer.
O terror que foi vê-la nas mãos deles.
Ver o que fizeram com ela.
— Eu demorei, eu deveria ter feito algo diferente, não sei. — Sinto
os braços da minha mãe me envolverem e fico em silêncio, tentando
controlar o turbilhão de emoções no meu peito.
— Xiii… tenho certeza de que você fez tudo que estava ao seu
alcance. Que se você pudesse, teria ficado no lugar dela.
Porra, sim, sem nem pensar.
— Eu sei disso, e não porque alguém me disse, mas é porque eu te
conheço, filho, e você é esta pessoa incrível, amigo, protetor daqueles que
você se importa, daqueles que você ama. E você ama aquela garota… —
Sua voz falha. — Sim, eu sei, eu sempre soube.
Meu olhar encontra o seu, e lágrimas escorrem do seu rosto.
— Não chore, mãe.
— Oh, meu amor, me dói te ver assim… quebrado.
— Vou ficar bem — minto, me sentando no sofá.
— Eu te quero inteiro. — Olha para os pés, nervosa, antes de voltar
a me fitar. — Me perdoa?
Arregalo os olhos, surpresa me invadindo.
Segura meu rosto entre as mãos, o que só é possível, pois estou
sentado, nem com salto minha mãe é alta.
— Eu deixei o luto me dominar e esqueci que vocês também
estavam sofrendo. Me desculpa, Yannik, eu devia ter falado isso, anos atrás,
mas eu tive vergonha.
— Mãe… — começo, mas ela não me deixa continuar.
— Eu falhei — continua, mexendo as mãos, nervosa, lágrimas
escorrem pelo seu rosto. — Falhei como mãe, não estive perto de você e do
Luke quando vocês mais precisaram, quando perderam seu pai.
— Isto é passado, mãe, estamos bem.
— Eu deveria ter procurado ajuda antes, hoje eu sei que não
consigo vencer a luta contra esta doença sozinha, que eu preciso de
acompanhamento médico, que preciso da minha família comigo, que
preciso de vocês.
— Estamos aqui, mãe. Eu estou aqui para você.
— Eu sei, meu amor, e eu estou aqui para você também. Todos nós
estamos. — Seu olhar está no meu e sinto um bolo na garganta. Meu peito
queima. — Você não precisa carregar o mundo nas suas costas, você pode
pedir ajuda também, não é vergonha alguma. Eu sei que você se preocupa
comigo, mas não quero ser mais um fardo para você, não mais. Eu estou
bem, querido. Você e seu irmão me fazem querer estar bem.
Envolvo meus braços ao redor da sua cintura.
Não consigo falar.
— Eu…
— Não precisa dizer nada, meu amor. — Acaricia meus cabelos. —
Sei que é difícil, que você tem medo, mas espero do fundo do meu coração
que você consiga levar a vida um pouco mais leve e ser feliz. Construir a
sua família, netinhos serão bem-vindos e, quem sabe, um dia você possa me
perdoar — sussurra contra meus cabelos e sinto uma lágrima cair na minha
perna.
É minha.
Nem lembro a última vez que chorei na frente dela.
Foi antes do velho partir.
A partir daquele momento, eu só tive que ser forte… por ela, pelo
Luke, por nós.
Deixo tudo vir, meu corpo sacode num choro silencioso, abraçado a
ela.
— Ah, meu menino forte. — Seu aperto em mim intensifica.
Não sei quanto tempo fico ali.
Quando ergo o rosto, me sinto mais leve.
— Obrigado, mãe.
— Pelo que, querido?
— Por ter vindo aqui. Por esta conversa. Eu não sabia que eu
precisava tanto dela — reconheço, me levantando. — Não consigo deixar
de me preocupar com você ou com Luke, nunca vou conseguir, vocês são a
minha família, eu amo vocês, mas prometo tentar deixar as coisas mais
leves. Eu sei que você está bem, sei que cada dia é uma luta, e eu estarei
aqui por você, a cada passo, sempre que precisar, mãe.
— Oh, meu amor, te amo, tanto.
— E mais uma coisa, eu já te perdoei, anos atrás, mãe. Eu te amo!
Lágrimas escorrem pelo seu rosto, e ela sorri. Um sorriso largo.
— Obrigada.
— Agora venha aqui e me dê um abraço — peço, estendendo o
braço. Suas mãos acariciam minhas costas.
Foda.
É bom!
— Agora, vou dar uma ajeitada nas coisas, enquanto a senhora
prepara o rango.
— Uma ótima ideia, este lugar está me dando arrepios.
— Eu sabia! — disparo, já começando a reunir as roupas jogadas,
no rosto o esboço de um sorriso.
Meu peito ainda dói, mas isso nem uma conversa com a minha mãe
resolverá. Ela pode dizer o que for, fato é que ainda me sinto culpado sobre
o que aconteceu com Sophie. Espero que a princesa possa me perdoar um
dia também.
— Não deixe aquela menina escapar, meu filho — ela grita da
cozinha. — Ela gosta de você, eu sei disso, todos sabem, só você parece
não enxergar — continua, pegando cebola e alho e colocando sobre a
bancada.
— É complicado — devolvo, não querendo estender o assunto.
— Não precisa ser, descomplique, você sempre foi bom em
resolver problemas.
Sempre fui.
Será que estou perdendo algo aqui?
Uma solução que envolva ter a princesa, onde eu desejo…
Nos meus braços e na minha vida, é tudo que mais quero.
Always remember us this way — Lady Gaga
Everybody hurts — Avril Lavigne
Fiquei olhando para a porta. Esperando seu retorno por não sei
quanto tempo… Até que percebi que ele não iria retornar.
Ele foi embora.
Respiro fundo. Ignorando o aperto no peito e a lágrima solitária que
escapa. Felizmente, se alguém perguntar, posso colocar a culpa num dos
outros ferimentos. A lista é grande, mas estou viva.
Graças a ele.
Ele e seus irmãos me salvaram.
— Ele deve ter tido que resolver algum problema, querida — meu
pai comenta, e finjo que não entendi.
— Quem?
— Yannik… — Segura minha mão com cuidado, e mordo os lábios
freando a vontade louca de desatar a chorar. — Ele não saiu daqui, sabe…
até termos certeza de que você estava fora de perigo. Foi um sufoco fazer
ele ser atendido, o rapaz é cabeça-dura, parece alguém que conheço.
— Ele se machucou? — questiono, preocupada.
— Um tiro de raspão, nada sério, fique tranquila.
Aceno em concordância, tentando me distrair.
Três homens enormes entram no quarto e meu primeiro reflexo é
me assustar, mas então vejo meu pai cumprimentando-os.
Stefan, Karl e Thorsten, seus irmãos.
O último a entrar, eu lembro vagamente de ter ouvido o nome… era
algo com S.
— Sr. Olaf. Estes são Karl, Thorsten e Sven — o loiro, que só pode
ser o Stefan, aponta. Eu sabia que era algo com S.
Todos estão aqui, menos ele, e me pego pensando se aconteceu
algo.
Aconteceu, Sophie. A missão acabou.
— Muito prazer em finalmente conhecê-los, ainda que a situação
não seja a melhor — meu pai brinca, tentando descontrair. — Obrigado. —
Aperta a mão de cada um, os olhos marejados. — Obrigado por salvarem
minha filha, meus funcionários e a mim. Serei sempre grato.
— Ficamos felizes de ter ajudado — Karl devolve. — Y teve que
resolver uns problemas, mas também está feliz que tudo tenha terminado
bem — complementa, trocando um olhar sutil com os demais, mas eu vejo.
Resolver uns problemas? Fugir tem outro nome agora?
Respira.
Forço um sorriso no rosto, e volto minha atenção para os outros
membros da USC.
Aqueles que querem estar aqui.
— Obrigada, eu… — Minha voz falha, e conto até cinco.
— Descanse, querida.
— Vou ter tempo de sobra para descansar, preciso agradecer a cada
um.
E assim, eu faço. Peço que se aproximem e, com dificuldade,
aperto a mão deles. Claro que não é bem um aperto de mão, já que está tudo
enfaixado, mas é o mais próximo que consigo.
— Obrigada por terem vindo ao nosso resgate. Yannik disse que
vocês viriam, ele não mentiu quando disse que vocês eram bons — brinco e
todos sorriem. — Posso pedir um favor? — disparo antes que saiam.
— Claro! — o loiro responde sem titubear.
— Digam a ele… — respira Sophie — …digam que eu sou muito
grata… por tudo que ele fez por mim — friso a última palavra e quero me
parabenizar por não desmontar.
— Nós diremos — Stefan assegura e todos os olhos estão em mim.
A vontade é complementar…
Falem que ele é um cretino por ter ido embora, sem se despedir e
que, a propósito, eu o amo.
Oh, Deus, esqueça esta merda, você sabia que os dias ao lado dele
estavam contados. Sim…
Eu sabia, mas isso não faz doer menos.
Observo, os caras da USC irem embora e é como virar a página de
um livro. Fecho os olhos, torcendo para que o médico passe logo e me dê
alta. Eu… só quero ir para casa, ficar quietinha e lamber minhas feridas.
Sei que daqui a algumas semanas estarei bem. Os cortes
cicatrizarão, os hematomas irão sumir, mas esta dor dentro de mim… ah,
essa… eu não sei quanto tempo vai durar.
Essa tem nome…
Sempre teve!
FIM!
“Você é o caos que organiza tudo dentro de mim…”
— Nem fodendo.
— O que foi? Deixa eu ver.
— Melhor não, linda. — Guardo o celular no bolso, rindo.
— Então? — Sophie me olha com expectativa.
— É um menino — digo, simplesmente, já imaginando os dois
putos me zoando, três, se contar Stefan.
— Uau, teremos dois meninos e duas meninas. Você sabe que vão
te zoar, né? — ela pergunta, mal disfarçando a risada. — Fornecedor do
ano, já consigo ouvir.
— Até você, princesa. Vou deixar para contar as notícias
pessoalmente, assim posso mandá-los à merda com mais propriedade —
brinco, puxando seu corpo junto ao meu, um sorriso enorme no rosto. —
Minhas filhas só vão namorar quando tiverem uns trinta e cinco anos —
pontuo.
— Aham, vai sonhando. Se puxarem seus genes, teremos
problemas em mantê-las quietas em casa.
Passo as mãos pelos cabelos, já imaginando como afastar os
pretendentes que certamente aparecerão.
— Tô fodido, se elas puxarem um porcento da sua beleza, vão me
deixar de cabelo branco.
— Relaxa, teremos tempo para você se acostumar com a ideia —
debocha do meu sofrimento. — Vamos antes que a enfermeira venha nos
expulsar. — Me puxa em direção à porta.
Caminho até ela, apoiando minha mão nas suas costas.
Grávida, ainda não acredito.
Sophie se vira na minha direção e apoia a palma sobre meu peito.
— Niki…
— Princesa…
— Não vou poder fazer minha tatuagem pelos próximos meses —
sinaliza e confirmo com a cabeça. — Mas já sei o que será…
— O que vai ser? Uma fada, uma aquarela, um pincel enorme como
o meu? — pergunto, não contendo a piada dentro de mim, mas ela ignora.
— Uma garota sentada, observando o céu estrelado.
— Tenho certeza que ficará lindo, como a dona.
— Embaixo, estará escrito: “sem escuridão, não poderíamos ver as
estrelas…” é de um filme, e não poderia ser mais perfeita. Você me faz ver
as estrelas, todos os dias, Niki, eu não poderia ter escolhido um pai melhor
para minhas filhas. Eu te amo, todo você, você é minha escuridão, meu
caos, meu amor…
Porra!
— Te amo, linda, pra caralho. — Minha voz embarga, seguro sua
nuca, com força, mirando seus olhos verdes, dizendo tudo que não consigo
falar, então desço meus lábios nos seus.
As palavras podem até faltar, mas mostro com cada toque, com
cada olhar…
Tudo que ela significa para mim.
Sophie é meu amor, sempre foi.
E eu sou o puto mais feliz deste mundo.
E esta… é a minha história.
FIM!
Ou não…
Vejam a ilustração e bônus que deixei para vocês.
“Amigos são a família que a vida nos permite
escolher” – Edna Buchanan
“Há pessoas que vão fugir da tempestade que
você é, outras vão se molhar com você —
Beco do Poeta”
FIM.
(Agora é fim, mesmo!)
I've been looking for that someone Tenho procurado por esse alguém
Dreams can't take the place of loving you Sonhos não podem tomar o lugar
de amar você
There's gotta be a million reasons why it's true Deve haver um milhão de
razões por que é verdade
Everything's alright
Tudo está certo.
When you're right here by my side Quando você está aqui ao meu lado
I find my Paradise
Eu encontro meu Paraíso
Everything's alright
Tudo está certo .
When you're right here by my side Quando você está aqui ao meu lado.
I find my Paradise
Eu encontro meu Paraíso
Everything's alright
Tudo está certo
When you're right here by my side Quando você está aqui ao meu lado
Everything's alright
Tudo está certo
When you're right here by my side Quando você está aqui ao meu lado.
When you look me in the eyes
Quando você me olha nos olhos
I find my Paradise
Eu encontro meu Paraíso
Cecília Turner.
Cecília Turner é o pseudônimo de uma advogada paulista.
Leitora voraz desde a adolescência, costumava ir até a casa das tias
buscar livros e mais livros para devorar, após a lição de casa.
Hoje, casada, com duas filhas, continua devorando livro atrás de
livro.
A vontade de escrever surgiu há alguns anos e após quase quatro
anos, conciliando a carreira, criação das filhas, o maridão, pós-graduação e
as inúmeras séries que adora assistir, finalizou seu primeiro romance
“Viciada em Você”, em 2021, desde então não parou mais.
Gosta de criar histórias para deixar o coração quentinho e garantir
umas boas risadas, talvez com algumas lágrimas deixadas no caminho…
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Uma noite de curtição com as amigas.
Uma noite para mudar tudo, para sempre!
Após ser chamada de pedra de gelo pelo ex-namorado, Juliana só
queria curtir uma noite com suas amigas.
Por uma noite, esquecer todos os problemas.
Então ela o viu e percebeu que seus problemas estavam apenas
começando.
Como proteger seu coração, quando tudo que ela mais quer é ele.
Absolutamente, tudo dele!
Viviane Bittencourt precisa de novos ares.
Infeliz no trabalho e após um grande trauma, vê sua melhor amiga
prestes a mudar para outro país.
O que ela faz? As malas!
Tudo o que ela deseja é um novo emprego e quem sabe encontrar
um homem que preencha as cinco regras que criou anos atrás…
Todos falharam, menos ele…
O único que está completamente fora de questão.
Ele terá que protegê-la, mas para isso, terá que mostrar todas as
suas facetas.
Ela terá que entrar num mundo do qual nunca imaginou fazer
parte.
Conseguirão proteger seus corações?
Vale tudo para encontrar os culpados?
Inclusive perder o próprio coração.
NEW ADULT + Friends to lovers + Haras
É sobre amizade…
É sobre reencontro…
É sobre descobertas e escolhas.
É sobre não estar mais sozinho.
É sobre AMOR…
AGE GAP + MOCINHO MILITAR E PROTETOR + MOCINHA
PLUS SIZE EM PERIGO + HOT…