Projecto de Pesquisa C. Uachisso I versao Mestrando 2024

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 29

ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL

Departamento: Pós-Graduação

Curso: Mestrado em Agricultura Sustentável- 2ª Edição

Ano Lectivo: 2023/2024


Semestre: II

Quantificação da distribuição espacial da fixação e absorção de Nitrogénio (N 2) do solo em


campos de feijão nhemba, milho e amendoim.

Estudante: Supervisor: José do Rosário Bofane


Constantino Uachisso Co-Supervisor: Sosdito Mananze (ESUDER)
Co-Supervisor: Cristóvão Custodio Pitula (IIAM)

Vilankulo, Novembro de 2024


ÍNDICE:

CAPITULO 1. INTRODUÇÃO......................................................................................................2
1.1. Contextualização...............................................................................................................2
1.2. Problematização................................................................................................................3
1.3. Justificativa.......................................................................................................................3
1.4. Objectivo Geral.................................................................................................................4
1.5. Objectivos Específicos......................................................................................................4

CAPITULO 2. REVISÃO DA LITERATURA..............................................................................5


2.1. Descrição das culturas.......................................................................................................5
2.1.1. Feijão nhemba............................................................................................................5
2.1.2. Milho..........................................................................................................................6
2.1.3. Amendoim...............................................................................................................10

CAPITULO 3. MATERIAS E METODOS..................................................................................12


3.1. Descricao do local de estudo...........................................................................................12
3.1.1. Localização, Superfície e População do distrito......................................................12
3.2. Materiais..........................................................................................................................12
3.2.1. Clima e Hidrografia.................................................................................................12
3.2.2. Economia e Serviços................................................................................................13
3.2.3. Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento Rural...................................................13
3.2.4. Posse e Uso de Terra................................................................................................13
3.2.5. Utilização económica do solo e trabalho Agrícola..................................................14
3.3. Métodos...........................................................................................................................14
3.3.1. Condução do Estudo................................................................................................15
3.4. Análise e processamento dos dados................................................................................20
3.4.1. População de plantas por hectare.............................................................................20
3.4.2. Monitoramento vegetativo das culturas na base do NDVI......................................21
3.5. Possíveis constrangimentos.............................................................................................21
3.6. Questões éticas................................................................................................................21
CAPITULO 4. RESULTADOS ESPERADOS.............................................................................22
CAPITULO 5. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES...............................................................23
CAPITULO 6. ORÇAMENTO.....................................................................................................24
CAPITULO 7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS..................................................................24

1
CAPITULO 1. INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização
De acordo com o MADER (2021), em Moçambique as zonas rurais representam 90% do
território nacional e acolhem cerca de 67% da população total do país. No país existem cerca de
4.3 milhões de explorações agropecuária das quais 4.167.702 (97.8%) são pequenas, 93.183
(2%) são médias e 873 (<1%) são grandes (IAI, 2020).
O subsector agrícola apresenta baixos níveis de produtividade, principalmente devido à baixa
intensidade de uso de insumos e adopção de tecnologias melhoradas, fornecimento limitado de
serviços agrícolas, juntamente com alta sazonalidade na produção e crescente vulnerabilidade
climática (PEDS, 2022).
O programa do governo para o sector agrário, em harmonia com a política económica do país,
orienta para o alcance de grandes objectivos estratégicos tais como: segurança alimentar;
aumento do rendimento familiar; criação de emprego/inclusão social e aumento da produção e
produtividade (MADER, 2021).
O N2 é exigido pelas plantas do que qualquer outro nutriente excepto o potassio (K). Este é um
nutriente fundamental que pode ser fixado por descargas atmosféricas e levado para superficie
pela chuva. Tambem pode ser fixado por certos organismos no solo e em nódulos nas raizes de
leguminosas. A fixação industrial fornece milhões de toneladas de fertilizantes nitrogenadas
produzidos comercialmente e necessárias para o cultivo das culturas em todo o mundo.
O N2 é fundamental por ser parte da composição das proteinas de plantas e animais. O valor
nutricional dos alimentos que ingerimos depende em grande parte do fornecimento deste
alimento.
As principais culturas em diversas explorações em Moçambique são o Milho, Arroz, Mapira,
Amendoim Pequeno, Feijão Nhemba, Feijão Boer, Mandioca, Algodão e Cana de-açúcar.
Grande parte das explorações cultivam Milho (83.8%), 23.6% Amendoim Pequeno, 18.3%
Mapira, 12 .8% Arroz e 3.8% Mexoeira (IAI, 2020).
A actual experiência será conduzida para mapear a distribuição espacial da absorção ou fixação
de Nitrogénio dos solos em campos de feijão nhemba, milho, e amendoim para a posterior
desenhar recomendações de sistemas de rotação de culturas.

2
1.2. Problematização
A escassez hídrica pode causar estresse na planta, prejudicando seu crescimento e o
desenvolvimento dos frutos. Em contrapartida, chuvas intensas podem levar a problemas como a
podridão dos frutos e aumentar a incidência de doenças.
Além disso, as mudanças climáticas podem influenciar a quantidade e a intensidade da luz solar
disponível para as plantas. A luz inadequada pode comprometer a fotossíntese, resultando em
menor crescimento e produtividade. Esses fatores interagem de maneira complexa, tornando
essencial que os agricultores adotem práticas adaptativas para mitigar os efeitos negativos das
mudanças climáticas no cultivo.
1.3. Justificativa
O conhecimento das quantidades de nitrogênio liberadas pelas plantas de cobertura é
fundamental para que elas possam ser efetivamente incorporadas ao sistema de produção
agrícola (Silva et al. 2008).
Os fertilizantes comumente utilizados, sob condições tropicais, os nítrogenados são os mais
importantes, pois aparecem como um dos elementos que, mais limitam a produção, além de
responderem pela formação de proteínas vegetais e animais. O Nitrogénio (N2) desempenha um
papel significativo no desenvolvimento das culturas. Assim, a sua adição em quantidades exactas
e em locais precisos, permitirá que as culturas utilizem-no de acordo com as suas necessidades.
O nitrogênio no solo é parte que integra o ciclo na natureza e sua maior parte encontra-se na
forma orgânica, se o nitrogênio ser raro na atureza naturalmente não haverá disponibilidade
suficiente para as culturas e raramente havrá bom desempenho no crescimento das culturas em
termos de vigor, tonalidade e rendimento.
A fixação biológica do N (FBN) consiste em outra importante via de entrada de N,
principalmente, em área de cultivo. Somente nalguns grupos específicos de bactérias (bactérias
dos gêneros Frankia e Rhizobium) e arqueias (micro-organismos estruturalmente similares
embora evolutivamente distintas das bactérias) têm a capacidade de fixar diretamente o N2
atmosférico. Isto é possível, uma vez que eles possuem a nitrogenase, um complexo enzimático
que promove a catálise (quebra da tripla ligação entre os átomos de N) e redução da molécula do
N2 atmosférico em NH3 (ou NH4 +).

3
1.4. Objectivo Geral

 Conceber recomendações para sistemas de rotação de culturas (feijão nhemba, milho e


amendoim), bem como criar bases para a geração de mapas de prescrição das taxas de N2
necessárias para o crescimento do feijão nhemba, milho e amendoim, com base na sua
distribuição espacial.

1.5. Objectivos Específicos


 Determinar e comparar o tamanho da população de plantas (por hectare) após 15 e 35
dias depois da sementeira e 15 dias antes da colheita;
 Mapear a distribuição de N2 durante o período de ante-sementeira e pós-colheita em
todos os campos;
 Quantificar o total de N2 fixado (cultura de feijão nhemba e amendoim) e absorvido
(cultura de milho), com base na diferença da pré e pós análise;
 Realizar análise do sistema agroecologico da população de plantas (ASAE) com a
quantidade de absorção ou fixação de N2.

4
CAPITULO 2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Descrição das culturas


2.1.1. Feijão nhemba

FEIJÃO-NHEMBA (Vigna unguiculata)


Fam: Leguminoseae
Data de sementeira: Outubro - Dezembro
Rendimento: 0,3-2 ton/ha
Semeia-se só ou consociado com milho ou mapira
2.1.1.1. Preparação do solo
a) Lavrar a terra com um arado ou enxada o mais cedo possível depois da colheita. Manter a terra
isenta de ervas daninha. Antes de Outubro constroe-se camalhões de 45 em 45 cm com uma
enxada ou arado principalmente nas zonas Cento e Norte de Moçambique.
b) Os camalhões devem ser construídos transversalmente em relação ao declive e paralelos ao
contorno do terreno, facto que evita a erosão dos solos e lechiviação de nutrientes.
c) Em casos de solos pobres, incorpora-se composto ou estrume, sobre os camalhões e cobre-se
com terra.
d) Nas áreas secas ou com escacês de chuva, deve se ligar os camalhões entre si fazendo
pequenas barreiras nos regos entre os camalhões e o topo das barreiras deve ser abaixo do topo
dos camalhões.
2.1.1.2. Sementeira e compasso
Nas zonas secas não se semeia antes de 1 de Novembro.
a) Quando a terra estiver húmida por causa da chuva até a profundidade de 15 cm, semeia-se
com compasso de 45 cm x 10 cm, cobrindo a semente a 5 cm de profundidade e uma semente /
covacho.
b) A consociação pode ser feita com milho, mexoeira ou mapira, especialmente quando estas
atingem altura dos joelhos b
c) Sendo uma leguminosa recupera os solos e repõe no solo o nitrogénio retirado. Nos solos
deficientes em fósforo a aplicação de 45-67 kg/h a de P2O5 aumenta o rendimento do grão e
melhora a qualidade da forragem.

5
2.1.1.3. Amanhos culturais.
a) Manter o campo sem ervas dainha quanto necessárias é mais rentavel porque estas inibem o
crescimento da cultura em estudo retardando assim os procesos fisiologicos da mesma. Nas
condiçõs normais são necessárias duas sachas sendo a primeira aos quinze dias pós emergência e
aos trinta e cico dias de vegetação. Dependendo da preparação da terra, estas sachas podem
ultrapassar estes dias por não surgirem infestantes mas, o esmoiçamento da terra não pode faltar
pois este permite a circulação do ar e enraizamento.
b) Em caso de excesso de chuvas, deve desfazer as barreiras nos camalhões para a água poder
escorrer.
2.1.1.4. Protecção Plantas
Feijão nhemba é uma cultura que é muito atacada por afídeos que podem transmitir virose
causadora da esterilidade, percevejos causando tortousidade dasvagens afectando
consideravelmente os rendimentos. A aplicação de insecticida quando o nível de infestação o
justificar é de recomendar 1 Lt./ha de Tamaron 60%, 0,75 litros de Bandit 35% sc, podem
resolver o problema.

2.1.2. Milho

MILHO (Zea mays) Família: Graminaceae)


Data de sementeira: Set. – Dezembro
Rendimento: 1,5 – 8 ton/ha
Aconselha–se o uso de semente que se adapta as condições locais da área. Deve ser de boa
qualidade em termos de vigor, resistência a itemperies e calamidades naturais.
2.1.2.1. Preparação do solo

a) A lavoura deve ser feita após a colheita com uma charrua ou enxada.
b) A gradagem, quando necessária, deve ser feita 10 dias antes da sementeira
c) Com uma enxada ou charrua construa camalhões distanciados uns dos outros de acordo com a
distância que se pretende entre as linhas, portanto depende do compasso escolhido. Os
camalhões devem ter 30 cm de altura, serem perpendicular ao declive e paralelos aos contornos
do terreno, isto é, paralelos à curva de nível.
d) Incorporar estrume ou composto bem ao longo do rego melhora o impato das plantas e deve
ser no topo do camalhão e cubrindo-o com terra.

6
e) Se não tiver amontoador ou abre-regos, distribua o estrume uniformemente em toda a
machamba, a mão.
f) Nas zonas secas, deve se ligar os camalhões entre si, construindo pequenas paredes,
distanciadas por 2 m, com altura não superior a altura dos camalhões.
2.1.2.2. Sementeira e compasso

a) Semear logo com as primeiras chuvas da 2ª metade de Outubro à primeira metade de


Novembro quando a terra estiver humedecida até 15 cm de profundidade observando com
atenção ao calendário específico da sua zona.
b) Calendário de sementeira vai do fim de Outubro até Dezembro. Na região Norte vai até
Janeiro e no Sul pode começar em Setembro. Para o Milho da 2 a época é feita de Março a Maio
Na zona Sul, e na região Norte de Fevereiro a Abril.
c) Nas zonas secas nunca semear antes de 1 de Novembro.
d) O compasso para o milho varia de 75-90 x 25-30 cm com 1 planta por covacho;
alternativamente 75-90 x 50-60 cm com 2 sementes por covacho. Para variedades altas e com
maior ângulo foliar, folhas muito largas e abundantes adopta-se compasso mais largo.
e) A taxa de sementeira é cerca de 25 kg/ha, dependendo do tipo de compasso usado.
f) A profundidade da sementeira deve ser de 5 cm com 1 ou 2 sementes por covacho.
g) A retancha é feita 3 dias após o início da emergência.
2.1.2.3. Adubação
Na cultura do milho, dependendo do tipo de solo, os nutrientes a aplicar variam de 75- 130 kg/ha
de N, 33-80 kg/ha de P2O5 e 15-50 kg/ha de K2O.

a) Para além do estrume, já tratado na preparação do solo, no nosso meio o milho é adubado na
altura da sementeira com 100-300 kg/ha de 12-24-12.
b) A adubação de cobertura é feita cerca de 30 dias depois da germinação, mais ao menos
quando as plantas atingem a altura do joelho duma pessoa de estatura normal, com cerca de 100-
150 kg/ha de ureia. Quando se pretende fazer duas adubações de cobertura, a 2 a é feita 15 a 30
dias depois da 1a aplicando 1 /2 da dosagem de cobertura visto a outra metade ter sido aplicada
na 1a adubação de cobertura. O adubo deve ser bem tapado para evitar evaporação e para que
rapidamente esteja disponível para as plantas.

c) Depois da adubação de cobertura recomenda-se fazer a amontoa.

7
2.1.2.4. Rega

A cultura de milho requer 450-600 mm de água durante todo o ciclo. Após a sementeira, no
início da floração e na fase de enchimento do grão são as fases mais críticas em necessidade de
água. Para uma cultura de sequeiro rega suplementar pode ser necessária. Para a cultura de
regadio cerca de 7 regas podem ser necessárias, sendo a primeira logo depois da sementeira, a
segunda 7 dias depois da germinação (emergêcia) e as restantes a intervalos de 15 dias, mas o
presente trabalho vai se fazer à sequeiro.

2.1.2.4. Sacha

a) Mantenha a sua machamba limpa de ervas daninha e ao mesmo tempo reconstrua os


camalhões (se os tiver).
b) Em caso de excesso de chuvas e inundações na machamba, desfaça as paredes (barreiras)
entre os camalhões par a água escorrer.
c) Podem ser necessárias 2 sachas, sendo a primeira 15 dias depois da sementeira e a segunda 20
dias depois da primeira.
d) No caso de uso de herbicida, quando bem aplicado, nenhuma sacha poderá ser necessária.
e) Herbicidas à base de alacloro ou atrazina entre outros podem ser usados. Lasso, Lasso-
Atrazine são frequentes. No nosso mercado o herbicida da actualidade é o Bullet que se aplica 4-
6 Lt./ha em pré-emergência, quando o solo está húmido.

2.1.2.5. Controlo de pragas e doenças

No milho o insecto que mais problemas dá é a broca do colmo e nalgumas zonas a térmite e o
rato. A lagarta invasora e o gafanhoto elegante quando aparecem são uma grande praga, a lagarta
de funil é uma praga que desima totalmente o campo caso não seja controlado, esta ataca
principalmente o funil do milho. Na sua fase avancada cortam o funil do milho principalmente
nas plantas em desenvolvimento acima da altura de joelho e depositamos seus ovos nas axilas
das plantas. As doenças mais importantes são lagarta de funil que é uma praga que desima
totalmente o campo caso não seja controlado, esta ataca principalmente o funil do milho. Na sua
fase avancada cortam o funil do milho principalmente nas plantas em desenvolvimento acima da
altura de joelho e depositamos seus ovos nas axilas das plantas, o listrado da folha, que é uma

8
virose transmitida por um jassídeo, o míldio, mancha castanha e podridão da espiga. Não é
comum aplicar fungicidas porque os danos destes fungos normalmente não justificam.

a) A broca destrói o milho significativamente, se não tiver controlo.


b) Use Thiodan-granulado ou dipterex para o controle e combate da broca. A cipermetrina ou
lambda cialotrina também podem ser usados.
c) Ponha uma pitada de dipterex , thiodan ou outros insecticidas recomendados, quando o milho
tiver a altura de joelhos para controlar a broca.
d) A cipermetrina, Biomipridy e Bandite são os insecticidas que podem ser usados para
combater muitas pragas do milho.
e) Para o combate químico das térmites pode-se usar insecticida à base de fipronil. Por ex. 10
ml / 10 Lt. de água de Censor 20% SC que tem como substância activa Fipronil 200 G/L. Aplicar
antes ou depois da sementeira em cobertura total ou sobre a linha de plantação numa faixa de 50
cm.

2.1.2.6. Controle do Striga

Até hoje não há métodos de controlo químico do striga. O controlo é feito através de rotações de
culturas, enriquecimento dos solos com matéria orgânica, arranque das plantas com striga antes
da floração e destruição das mesmas pelo fogo fora da machamba.

2.1.2.7. Colheita, secagem e armazenamento

Dependendo da variedade, o ciclo de maturação do milho é de 95-150 dias. A colheita deve ser
feita quando o grão atinge a maturidade fisiológica, quer dizer, quando no seu ponto de inserção
na espiga 50% do grão apresentar a camada preta. A colheita que pode ser manual como
mecânica. Em todos os casos é importante não colher com um grande teor de humidade. O milho
pode secar no campo, na eira ou no secador conforme as possibilidades. Milho bem seco deve
estar abaixo de 13% de humidade. Para o armazenamento o grão deve estar seco, livre de
insectos e protegido contra o ataque das doenças, insectos e roedores. Para mais detalhes no
ponto sobre conservação de produtos. A boa colheita resulta dos factores atrás descritos: a boa
preparação do solo, o uso de boa semente e sementeira na altura óptima, as sachas a tempo e bem
feitas e o bom controlo de pragas e doenças. Estes são os caminhos correctos e curtos para a
obtenção dos altos rendimentos da cultura.

9
2.1.3. Amendoim
Amendoim (Arachis hypogaea)
Fam. Leguminosae
Data de sementeira: Norte: Outubro – Dezembro, Sul: Agosto - Dezembro
Rendimento: 0,5 - 2,5 ton/ha
Amendoim é uma importante cultura alimentar e uma fonte de óleo e proteínas. É uma
componente leguminosa importante no sistema de cultivo e uma das poucas culturas que pode
ser cultivada com sucesso nos solos arenosos.
2.1.3.1. Clima
Amendoim tem mais sucesso nas zonas onde recebem pelo menos 450 mm de precipitação
distribuídos uniformemente e com solos bem drenados, arenosos ou franco-arenosos. Sementeira
Amendoim deve ser semeado numa terra bem preparada logo que as boas chuvas caem para
maximizar os rendimentos e minimizar a incidência de pestes e doenças. O compasso
recomendado é de 50 x 15 cm e a taxa de sementeira varia de 50 – 100 kg/ha.
2.1.3.2. Adubação
A aplicação de estrume e adubos aumenta os rendimentos. Uso de 10 ton/ha de estrume é
benéfico. Sob óptimas condições, amendoim pode fixar nitrogénio atmosférico nos seus nódulos
radiculares até 200 kg/ha. Os nódulos são formados 15 dias depois da sementeira e são efectivos
30 dias depois da sementeira. Portanto são necessários 10 kg/ha de N para começar. 30 kg/ha de
P2O5 devem ser também aplicados. 100 kg/ha de 12-24-12 poderiam resolver o problema.
Amanhos culturais Mantém a cultura livre de capim. Recomenda-se a sacha até à floração
iniciar. Quando a floração começa a sacha deve ser à mão (monda), para evitar perturbar as
vagens em desenvolvimento. A amontoa no amendoim não é recomendado. Evita qualquer
prática que resulte na amontoa da parte inferior da planta que isto reduz o rendimento. Evita
sementeira profunda, espaço apertado entre plantas, uso de semente pequena ou de baixa
qualidade. Evita também trazer o solo para junto da planta durante a sacha.
2.1.3.3. Pestes e doenças
O controlo efectivo de doenças deve incluir a combinação de variedades apropriadas e boas
práticas. Químicos podem também ser usados mas são no geral caros. A Mancha-castanha,
mancha-preta e ferrugem são importantes doenças do amendoim. Usar variedades resistentes e
combate químico é recomendável. Fungicida a base de Mancozeb mais benomyl, (1 kg/ha de

10
Dithane M-45 80% WP mais 0,25 kg/ha de Benlate 50% WP) pode ser utilizado ou
chlorothalonil (2,5 L/ha de Bravo 500 50% EC) ou tebuconazole (500 ml/ha de Folicur 250 EC.
Efectivo controlo de insectos requer uma abordagem integrada que combina boas práticas
culturais, incluindo efectivo controlo de ervas daninhas e rotações adequadas. Alguns pesticidas
também podem ser usados. A Roseta também é comum. Esta é uma virose transmitida por
afídeos.
2.1.3.4. Colheita
O ciclo de maturação do amendoim é de 100-120 dias. É importante colher o amendoim no
momento próprio e assegurar que seja seco ao nível adequado de humidade o mais rápido
possível. Problemas podem acontecer desde um pouco antes da colheita até a semente secar a
10% de humidade. Condições durante este período são muito ideais para crescimento rápido de
fungos. Um dos mais comuns é o Aspergillus flavus, que, sob condições favoráveis, invade os
tecidos do amendoim e produz compostos tóxicos chamados aflatoxinas.
a) Maturidade da vagem – a pele de semente imatura é espessa e carnuda, quando esfregada sai
facilmente e é pálida na cor. A medida que a cultura fica pronta a pele da semente começa a
secar e desenvolve a cor característica da variedade. A pele torna-se fina e quando esfregada não
sai facilmente.
b) Período de maturação – O período estimado para cada variedade pode ser lavado como uma
indicação.
c) Desfolhagem – se a cultura está severamente desfolhada em consequência de doenças foliares,
e só uma ou duas folhas restam no fim dos ramos, a cultura deve ser colhida de qualquer modo
independentemente da maturação.
d) Rebento – se a brotagem se torna evidente o amendoim deve ser colhido independentemente
da maturação.

11
CAPITULO 3. MATERIAS E METODOS
3.1. Descricao do local de estudo
3.1.1. Localização, Superfície e População do distrito

MAE (2005) refere que:


O distrito de Jangamo fica situado a Sul da Província de Inhambane e é limitado a Norte
pelas Cidades de Inhambane e Maxixe, a Sul pelo Distrito de Inharrime, a Oeste pelos
Distritos de Inharrime e Homoíne e a Este pelo Oceano Índico. Com uma superfície1 de
1.294 km2 e uma população recenseada em 1997 de 81.210 habitantes e estimada à data
de 1/1/2005 em cerca de 99.102 habitantes, o distrito de Jangamo tem uma densidade
populacional de 76,6 hab/km. A população é jovem (45%, abaixo dos 15 anos de idade),
maioritariamente feminina (taxa de masculinidade de \44%) e de matriz rural acentuada.
3.2. Materiais

Para este estudo, serão necessários materiais como sementes de feijao nhemba (IT 18), milho
(Matuba), e amendoim (Nametil).
Além das sementes, outros materiais serão necessários para a operacionalização do estudo, e
estes materiais podem ser divididos em dois grupos: materiais de laboratório e materiais de
campo. Os materiais de laboratório incluirão uma balança de precisão para pesar as amostras de
sementes puras e impuras, placas de Petri para alocar as sementes para o teste e um formulário
para registrar o número de sementes germinadas a cada dia.
Para os materiais de campo, serão necessárias fitas métricas e estacas (bitolas) para demarcar e
delimitar o campo, um GPS (Sistema de Posicionamento Global para extrair as coordenadas
geográficas dos campos e pontos de amostragem), uma sonda para retirar amostras de solo e

sacolas plásticas para coletar e armazenar. Também serão necessárias enxadas para a sementeira
e a sacha, cordas para alinhamento das semeaduras num compasso, sacos plasticos para coletar
os extratos de margosa que servira como repelente ou inibidor de crescimento de pragas e um
pulverizador de dorso para a aplicação dos pesticidas orgânicos.

3.2.1. Clima e Hidrografia


O clima predominante no distrito é o tropical húmido, influenciado pelos ventos do canal de
Moçambique, com duas estações ao longo do ano: a chuvosa, a partir de Outubro a Março, e a
seca o resto do ano. A precipitação média anual do distrito varia de 800 a 1.400mm, com maior

12
intensidade na região costeira, nomeadamente, no PA Sede do distrito. Atravessam o distrito oito
rios de regime permanente (com o curso de água durante todo o ano), sendo de destacar o Rio
Mutamba e o Rio Joba, que desaguam na baía de Inhambane. Existem ainda os rios
Nhamalauane, Guipire Somilene, Passale, Naquila, Matimbine, Mazivene e Inhassune e alguns
riachos de regime temporário (com o curso de água após as chuvas). Para além destes rios,
existem no distrito 11 lagoas permanentes e várias temporárias, muitas ligadas à existência de
pântanos ou baixas (Nhangele, Nhanvué, Nhambavale, Futi, Guiume, Nhabuvo, Nhambutse,
Nhavangue, Nhassive, Nhamaraluma, Chalomoé ou Nhamaeuane).

3.2.2. Economia e Serviços


A agricultura constitui a principal actividade económica do distrito, sendo praticada,
fundamentalmente, pelo sector familiar. Pratica-se geralmente a agricultura de sequeiro, em
regime de consorciação, sendo as lavouras feitas, no geral, manualmente, embora alguns utilizem
a tracção animal.
Estima-se 2 em 65 mil hectares o potencial de terra arável do distrito de Jangamo (cerca de
metade da área total) estando ocupados pela exploração agrícola familiar, cerca de 29 mil
hectares. A actividade pecuária dispões de cerca de 30 mil hectares de pastos, sendo a restante
área do distrito de coqueiros ou não explorada. No geral, a posse de terra é baseada no sistema de
hereditariedade.
3.2.3. Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento Rural
De acordo com as autoridades distritais não se têm registado conflitos pela posse da terra dignos
de menção. De um modo geral, a agricultura no distrito é praticada em regime de consorciação
de culturas com base em variedades locais e, em algumas regiões, com o recurso à traccão
animal e tractores. Em média, as famílias camponesas exploram uma área próxima de 1 hectare
(MAE, 2005).

3.2.4. Posse e Uso de Terra


O distrito possui cerca de 23 mil explorações agrícolas com uma área média de 1.1 hectares.
Com um grau de exploração familiar dominante, 45% das explorações do distrito têm menos de
1 hectare, apesar de ocuparem somente 15% da área cultivada. Este padrão desigual da
distribuição das áreas fica evidente se referirmos que 40% da área cultivada pertence a somente
9% das explorações do distrito. Na sua maioria os terrenos não estão titulados e, quando

13
explorados em regime familiar, têm como responsável, em quase 75% dos casos, o homem da
família.
No que respeita à posse da terra, 60% das 51 mil parcelas em que estão divididas as explorações
são tradicionalmente pertença das famílias da região, sendo transmitidas por herança aos filhos.
Abrangendo em muitos casos pequenas explorações, o seu peso específico em termos de área é,
porém, de somente 30%. Um terço das parcelas agrícolas pertencem às autoridades tradicionais e
oficiais do distrito.

3.2.5. Utilização económica do solo e trabalho Agrícola


A maioria da terra é explorada em regime de consorciação de culturas alimentares,
nomeadamente o milho, mandioca, feijão nhemba, amendoim, batata-doce e arroz.
Dada a composição alargada da maioria dos agregados moçambicanos, a estrutura de exploração
agrícola do distrito reflete a base da economia familiar, constatando-se que 85% das explorações
são cultivadas por 3 ou mais membros do agregado familiar.
Estas explorações estão divididas em cerca de 51 mil parcelas, metade com menos de meio
hectare e exploradas em 55% dos casos por mulheres. De realçar que 25% do total de
agricultores são crianças menores de 10 anos de idade, de ambos os sexos.

3.3. Métodos
Segundo GIL (2002), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído principalmente de livros, artigos científicos e revistas. Neste contexto, livros,
revistas, monografias, teses, artigos de internet, etc.
De Almeida e Silvino (2010) referem que a pesquisa qualitativa ocupa no espaço académico a
possibilidade de estudar situações que envolvem seres humanos e suas relações sociais em
diversos ambientes, razão pela qual será adoptada neste estudo.
No método qualitativo, o pesquisador é considerado o principal instrumento e tem a flexibilidade
de decidir quando e como colectar os dados (Da Silva et Al, 2009). O solo é a principal fonte de
nutrientes para as culturas e também fornece apoio para as plantas se desenvolverem de várias
maneiras (Motsara & Roy, 2008). Dentre os fertilizantes comumente utilizados, sob condições
tropicais, os nítrogenados são os mais importantes, Pois aparecem como um dos elementos que,
mais limitam a produção, além de responderem pela formação de proteínas vegetais e animais.

14
O nitrogénio é um grande limitante para a produção de cultivos (Chen et al., 2020), pois é um
componente de proteínas, coenzimas, clorofila e ácidos nucleicos que colaboram para o
crescimento da planta (Toor et al., 2021)
Para operacionalizar a quantificação do nitrogénio, este estudo concentrar-se-á na colecta de
amostras de solo dos campos em questão para uma análise física e química detalhada, indicado
na figura 1 e 2. Isso permitirá aceder a informações relacionadas ao estado da fertilidade dos
solos nos campos, a fim de manejar de forma eficaz e precisa as reposições de nutrientes
(Ackerson, 2018; Ferguson & Hergert, 2009). Este estudo sera feito antes da sementeira e depois
da colheita.

Figura 1. Fluxograma dos procedimentos metodológicos.


Colecta das amostras
Desenho do
Campo em
parcelas Dar valor as amostras

Figura 2. Fluxograma das amostras do solo.

Analise das
amostras

Distribuicao do
N do solo

Validacao Antes da sementeira Avaliacao dos Analise de


dos dados resultados fixacao ou
Depois da colheita absorcao
de N no

3.3.1. Condução do Estudo


O estudo será feito em dois campos distintos durante a campanha agrícola 2024-2025, que terá
início em 25 de Novembro de 2024 em Pumbudua no campo de producao na localidade de

15
Cumbana, distrito de Jangamo e no campo de produção do Posto Agronomico de Nhacoongo
(IIAM) no distriro de Inharrime, ambos da província de Inhambane, na zona sul de Moçambique.
Este estudo terá a duração de cinco meses, começando em Novembro e terminando em Abril de
2024, quando as culturas atingirem sua máxima maturação.

3.3.1.1. Teste de vigor de semente e germinação


A implantação dos cultivos no campo será precedida por um teste de vigor de sementes com o
objetivo de determinar a viabilidade de um lote de 100 sementes, medindo a percentagem de
sementes capazes de gerar plântulas normais e identificar entre os lotes de sementes fornecidos
aqueles com as melhores características para a semeadura. Esse teste será realizado durante cinco
dias para os três lotes de sementes, utilizando placas de Petri preenchidas com algodão ou
guardanapos como substrato inerte para as sementes, que serão embebidas em água como forma
de disponibilizar a humidade necessária para iniciar a germinação.

Neste teste, serão consideradas características como: a percentagem de pureza física (PP),
descrita pela equação 1, consiste em determinar a composição física de uma determinada amostra
de semente, separando três componentes, que são sementes puras (mencionadas na embalagem),
outras Sementes (grâos desnecessários) e Matéria inerte ou impurezas (semente chocha, solo,
pauedras e outras partícolas indesejadas) (Díaz, 2017) , apontada por diversos autores
(Díaz, 2017; Ffolliot & Thames, 1983)
; o Poder Germinativo (PG), descrito pela equação 2, concebido
como a percentagem de sementes que germinaram e desenvolveram uma plântula normal quando
colocadas em condições agroecológicas óptimas para o crescimento
(Borrajo, 2006; Sacco et al., 2015)
; Velocidade de Germinação (VG) , descrita pela equação 3, que expressa o número de
sementes germinadas por dia
(Maguire, 1962; Santos, Nascimento, Alencar, Leite, & Oliveira, 2012)
; Energia Germinativa (EG) , descrita pela equação 4, definida como a percentagem de
sementes de uma amostra que emerge até ao ponto de germinação máxima (Pece et al., 2010).

Equação 1

PP
% P= x 100
PT
Onde: %P – percentagem de pureza, PP- peso das sementes puras e PT – peso total da amostra
do lote.

16
Equação 2

N
PG= x 100
TS
Onde: PG – poder germinativo, N – número de sementes germinadas e TS- total de sementes.

Equação 3

n
EG= x 100
TS
Onde: EG – Energia germinativa, n – número de sementes germinadas contabilizadas ate ao
quarto dia e TS- total de sementes.

Equação 4

TMG=
∑ ¿∗ti x 100
∑¿
Onde: TMG – Tempo medio de Germinação, ni – número de sementes germinadas por dia e ti-
tempo de incubação em dias.

3.3.1.2. Preparação do campo


O preparo do campo, consistirá em uma lavoura e gradagem com recurso a tracao animal e
nivelamento maunal, propositando tornar o solo mais fofo para receber as raízes das plantas,
aumentar a porosidade e arejamento do solo (melhorar a circulação da água, raios solares e
oxigénio no solo), melhorar a capacidade de retenção da água e quebrar os torões nos campos de
cultivo. Esta actividade, esta prevista para se realizar na Terceira semana do mês de Novembro
de 2024.

3.3.1.3. Delimitação do campo, Amostragem e Colecta de amostras de solo

Para o estabelecimento do estudo serão demarcadas três áreas distintas (1,500 m 2) por cada,
correspondendo a 4.500 m2 de área útil e 672 m 2 de separação dos campos para a implantação
das culturas totalizando 5.172 m2 de área de estudo. Prevê-se que esta actividade comessem
durante a terceira semana do mês de Novembro de 2024. As dimensões dos campos serão de 30

17
m de largura, 50 m de comprimento e 3 m de separação entre as parcelas, como ilustrado na
figura 3.

Neste estudo, utilizar-se-á o método de amostragem de solo em grelha proposto para recolher
amostras de solo para análise de nitrogénio. Como o sucesso do método de amostragem do solo
em grelha depende de vários factores, incluindo o tamanho da grelha e o número de pontos de
amostragem, seguir-se-à a recomendação lógica para a amostragem espacialmente explícita para
análises de fertilidade do solo. A abordagem recomendada envolve a recolha de uma amostra
composta dentro de uma grelha que varia de 0,4 a 2,0 hectares de área, com sub-amostras que
variam de 10-15 parcelas por cada campo.

Neste estudo, se ajustará estes números de parcelas com base no tamanho dos campos, dividindo-
os em 15 grelhas de igual dimensão de 100 m 2 (10 m x 10 m). Para assegurar a heterogeneidade
do solo, vai se utilizar apenas 10 destas grelhas e selecionados 8 pontos de amostragem dentro de
cada grelha (Figura 3). As amostras de solo serão recolhidas em dois períodos diferentes (antes
da sementeira e após colheita) utilizando uma sonda do solo a uma profundidade de pelo menos
12 cm e as amostras colhidas em cada grelha serão combinadas para formar uma amostra
composta. O goniómetro GPS usar-se-á para a recolha de dados geograficos como (Latitude,
Longitude e Altitude) de modo a ter os pontos centrais das amostras em cada grelha. As amostra
recolhidas serão agrupadas de acordo com a ordem de recolha criando assim uma composição e
desta composição, 14 serão de treino e 10 de validação.

Figura 2. Amostragem por grelha

30 m 3m 30 m 3m 30 m

A1 A2 A3 B1 B2 B3 C1 C C2 C C3

A4 A5 A6 B4 B5 B6 C4 C5 C6

50 m A7 A8 A9 B7 B8 B9 C7 C8 C9

A10 A11 A12 B10 B11 B12 C10 C11 C12

B13 B14 B15 C13 C14 C15


18
A13 A14 A15

96 m

As amostras compostas serão analisadas em laboratório para extração da quantidade total de


Azoto (N2) no solo durante os dois extremos de actividade (antes da sementeira e depois da
colheita). Os resultados da análise serão utilizados para criar mapas do solo e fazer
recomendações de práticas de gestão do mesmo. O método de amostragem do solo em grelha vai
fornecer uma abordagem sistemática que assegurará a recolha de amostras de solo
representativas e imparciais. Este método tinha sido amplamente utilizado em vários campos tais
como a agricultura, solo e água.

3.3.1.4. Sementeira
Feita a primeira actividade de recolha de amostras de solo e sua análise, será realizada a
sementeira durante a terceira semana do mês de Novembro de 2024. Os compassos apropriados
da sementeira serão obsevados de modo a garantir o desempenho vegetativo das culturas, sendo
que para Feijão nhemba variam de 60 a 65 cm entre as linhas e 15 a 20 cm entre as plantas, no
milho, os compassos variam de 80 a 100 cm entre as linhas e 25 a 50 cm entre as plantas e na
cultura de Amendoim, os compassos variam de 30 a 35 cm entre linhas e 20 a 25 cm entre as
plantas, MADER (2023). Embora tenhamos estes compassos, serão usados paara este estudo so
seguintes: Feijão nhemba 60 cm entre linhas e 20 cm entre plantas, Milho 90 cm entre linhas e
30 cm entre plantas e no Amendoim 30 cm entre linhas e 20 cm entre plantas, dados estes que o
MADER e as empresas de fomento recomendam que os pequenos produtores utilizem devido a
sua situação de vulnerabilidade.

De entre estas culturas, outras recomenda-se a feitura de retancha nos primeiros 2 a 3 dias pós
emergência para garantir a homogeniedade no desenvolvimento das mesmas e não haver
descrepância no crescimentoate atéa maturação, o que garantirá equilibrio competitivo na
produção e produtividade.

3.3.1.5. Acompanhamento do desenvolvimento vegetativo

Neste estudo, a monitoria do desenvolvimento vegetativo usará dois métodos de observação, o


primeiro método será o de observação directa denominada ASAE (Análise do Sistema

19
Agroecológico) numa média de 10 plantas aleatorisadas. Neste metodo, far-se-á mediçãdo do
Diâmetro médio do caule, Número médio de folhas, Comprimento médio de folhas, Largura
média de folhas, Número médio de pragas para além do índice médio de doenças para avaliar o
desenvolvimento das plantas e o segundo método por tecnologias de sensoriamento remoto que
consiste em tecnologias que permitem monitorar o desenvolvimento vegetativo das plantas por
meio da coleta de dados a partir de imagens obtidas por satélites, drones ou outros equipamentos
aéreos (Cheng, Yang, Inoue, Zhu, & Cao, 2016; Xie & Yang, 2020; Xiong, 2014).

3.3.1.6. Amanhos culturais e colheita


Serão realizadas duas sachas a três (2-3) regulares ao longo do desenvolvimento das culturas,
com o propósito de manter a área experimental livre das ervas daninhas e possibilitar que boas
imagens sejam capturadas. Sendo duas sachas, a primeira será realizada ao longo da quarta
semana do mês de janeiro de 2024, a segunda será realizada na primeira semana do mês de
março de 2023 e em casos expotâneos far-se-á a terceita numa operacionalização de caracter
manual.

Para evitar danos acentuados na cultura, será realizado o controlo das pragas e doênças assim que
necessária a intervenção e por meio de defensivos orgânicos, tendo como base a monitoria dos
sinais da presença de pragas e doenças pelo método de observação directa (ASAE), identificação
das pragas presente na área de estudo e se a praga presente justifica uma acção para possível
controlo.

3.4. Análise e processamento dos dados


3.4.1. População de plantas por hectare
O rendimento obtido na produção depende do número de individuos em cada parcela. A
população de plantas no campo, pode influenciar no rendimento ( Reis et al., 2022) , e a
quantidade de nutrientes fixados ou absorvidos no solo
(Ciampitti, Camberato, Murrell, & Vyn, 2013)
, assim sendo, torna-se importante que este factor também possa ser avaliado. De modo a
conduzir esta avaliação, aos 21 e 45 dias apos a sementeira, e duas semanas antes da colheita,
será conduzido um processo de contagem de plantas em cada campo, sendo que os valores
obtidos serão depois por um factor de correção estabelecidos valores em um hectare de cultivo,
usando da equação 6.

20
1xN
(6) PP(ha)=
TP(ha)

Onde: PP – população de plantas, 1 – é o factor de conversão, N – total de plantas existentes na


parcela, TP – área da parcela.

3.4.2. Monitoramento vegetativo das culturas na base do NDVI


(Bofana et al., 2020, 2022; Nabil, Zhang, Wu, Bofana, & Elnashar, 2022) , bem como para
detectar e monitorizar alterações nos padrões de vegetação devido ao défice hídrico, inundações,
pragas e doenças (Huang, Wu, Zhang, & Li, 2010).
Neste estudo, imagens do campo serão capturadas quinzenalmente de modo a obter-se o estado
de desenvolvimento das culturas ou ASAE (Analise do Sistema Agroecolóco), usando sistema de
obsedvação e medição das 10 plantas aleatorizadas em cada tratamento (média em cada caso).
De modo a monitorar o desempenho das culturas, usar-se-á um recurso aliado ao sensoriamento
remoto que é o NDVI (Índice Normalizado da Diferença de Vegetação), que pode ser usado para
monitorar o vigor e a saúde das plantas, com base na análise da radiação refletida pelo solo e
pelas folhas que é calculado a partir de dados de imagem obtidos por sensores remotos, como
satélites, drones ou estações terrestres
(Amri et al., 2011; Harto Sunkar, Ramadani, Faluthi, & Hidayati, 2021;

Nir – Red
NDVI =
Nir + Red

Onde: NDVI - Índice Normalizado Da Diferença De Vegetação; Nir - Infravermelho


Próximo; Red -Vermelho.

As amostras colectadas antes da sementeira e depois de colheita serão submetidas ao laboratório


de solos, plantas e água no IIAM (Instituto de Investigacao Agronomica de Mocambique), Posto
Agronómico de Nhacoongo para efeitos de análise de nitrogénio no solo.
3.5. Possíveis constrangimentos
Do estudo, prevê-se que os haja oscilação da precipitação excessiva principalmente na época de
floração danificando ou criando abortos florais reduzindo assim o impacto da produção esperada
para alem de ventos fortes que podem ocasionar acamamento.

21
3.6. Questões éticas
Durante o estudo, algumas plantas podem vir a serem eliminadas do campo em momentos de
realização de amanhos culturais e em outras ocasiõs intensionalmente por anomalias incurrigíeis.

CAPITULO 4. RESULTADOS ESPERADOS

Uma compreensão detalhada de como a variação da disponibilidade de azoto nos solos para a
produção agrícola deve ser de espectativas adequadas para dar decisão na rotação de culturas
para os pequenos agricultoresas. Espera-se obter estratégias optativas adaptadas aos pequenos
agricultores para aumentar a rentabilidade na produção elegendo culturas que possam garantir o
uso sustentável das terras e ter maior procução e produtividade.

22
CAPITULO 5. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES

O trabalho deverá durar cerca de seis meses, desde a concepção até à apresentação do relatório
final. A tabela 1 ilustra a informação detalhada sobre a duração do projecto com base nas
actividades propostas na tabela 1.

Tabela 1. Plano de trabalho (Cronograma de actividades)

Cronograma das actividades


NOVEMBR DEZEMBR JANEIRO FEVEREIR MARÇO ABRIL
Descrição da O O O
Tarefa Semana
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª ª
Revisão da x
Literatura
Lavoura X
Gradagem X
Recolha de X X
Amostras
Laboratório X
Sementeira x
Retancha x
ASAE X X X
Sacha X X
Controlo X X

23
fitossanitario
Colheita X X X X
Processament X
o de dados
Avaliacao X
dos dados
Entrega do X
trabalho

CAPITULO 6. ORÇAMENTO

Para a efectivação deste trabalho, serão necessario diversos materiais, pessoal, viagens e análises
laboratórias. O valor total e a descricao das necessidades para a execucao do estudo esta na
tabela abaixo.

Tabela 2. Orçamento total necessario.


No Categoria Descrição Custo (MZN)
1 Pessoal de trabalho 27.500
2 Viagens (ida e volta) 21.429
3 Custos directos Análises Laboratoriais 21.600
4 Equipamento 14.380
5 Consumíveis 83.200
6 Total de (Custos directos) 168.109
7 Custos indirectos Contingência (10% do total de custos 16.810
directos)
8 Total geral 184.920

24
CAPITULO 7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

 Amri, R., Zribi, M., Lili-Chabaane, Z., Duchemin, B., Gruhier, C., & Chehbouni, A.
(2011). Analysis of vegetation behavior in a North African semi-arid region, Using
SPOT-VEGETATION NDVI data. Remote Sensing, 3(12), 2568–2590.
https://doi.org/10.3390/rs3122568 acesso no dia 24 de Outubro de 2024
 Bofana, J., Zhang, M., Wu, B., Zeng, H., Nabil, M., Zhang, N.,Yan, N. (2022). How long
did crops survive from floods caused by Cyclone Idai in Mozambique detected with
multi-satellite. Remote Sensing of Environment, 269, 112808.
https://doi.org/10.1016/j.rse.2021.112808 acesso no dia 24 de outubro de 2024
 Borrajo, C. I. (2006). Importancia De La Calidad De Semilla. Retrieved from chrome-
extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.produccion
animal.com.ar/produccion_y_manejo_pasturas/pasturas_cultivadas_megatermicas/79-
semilla.pdf acesso no dia 18 de outubro de 2024.
 Ciampitti, I. A., Camberato, J. J., Murrell, S. T., & Vyn, T. J. (2013). Maize nutrient
accumulation and partitioning in response to plant density and nitrogen rate: I.
macronutrients. Agronomy Journal, 105(3), 727–734.
https://doi.org/10.2134/agronj2012.0467 acesso no dia 18 de outubro de 2024.
 Da Silva et al. 2009. Método Etnográfico.

25
 De Almeida & Silvino. 2010. “Abordagem Qualitativa e suas Possibilidades de
Aplicação em Pesquisas na Linguística Aplicada”. Brasil: Belo Horizonte.
 Díaz, J. M. G. (2017). Análisis de pureza física y pruebas de germinación en semillas
para siembra, en ellaboratorio de semillas del ICA, sede Bucaramanga, Santander.
Retrieved from
chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/http://repositoriodspace.unipampl
ona.edu.co/jspui/bitstream/20.500.12744/1870/1/G%C3%B3mez_2017_TG.pdf acesso
no dia 18 de outubro de 2024.
 Folliot, P. F., & Thames, J. L. (1983). collection, handling, storage and pre-treatment of
Prosopis seeds in Latin America. Arizona: FAO. Retrieved from
https://www.fao.org/3/q2180e/q2180e12.htm acesso no dia 18 de outubro de 2024.
 GIL, A. C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas.
 Hartoyo, A. P. P., Sunkar, A., Ramadani, R., Faluthi, S., & Hidayati, S. (2021).
Normalized difference vegetation index (Ndvi) analysis for vegetation cover in leuser
ecosystem area, sumatra, indonesia. Biodiversitas, 22(3), 1160–1171.
https://doi.org/10.13057/biodiv/d220311 acesso no dia 24 de Outubro de 2024.
 Huang, Q., Wu, W., Zhang, L., & Li, D. (2010). MODIS-NDVI-Based crop growth
monitoring in China Agriculture Remote Sensing Monitoring System. 2010 Second IITA
International Conference on Geoscience and Remote Sensing, 287–290. IEEE.
https://doi.org/10.1109/IITA-GRS.2010.5603948 acesso no dia 24 de Outubro de 2024.
 MADER. Guiao Tecnico do Extensionista. Maputo. 2021
 Maguire, J. D. (1962). Speed Of Germination-Aid In Selec-Tion and Evaluation For
SeedLing Emergence and Vigor. Retrieved from
https://sci-hub.hkvisa.net/10.2135/cropsci1962.0011183X000200020033 acesso no dia
18 de outubro de 2024.
 Mazzarino, M., & Finn, J. T. (2016). An NDVI analysis of vegetation trends in an
Andean watershed. Wetlands Ecology and Management, 24(6), 623–640.
https://doi.org/10.1007/s11273-016-9492-0 acesso no dia 24 de Outubro de 2024.
 Nabil, M., Zhang, M., Wu, B., Bofana, J., & Elnashar, A. (2022). Constructing a 30m
African Cropland Layer for 2016 by Integrating Multiple Remote sensing, crowdsourced,

26
and Auxiliary Datasets. Big Earth Data, 6(1), 54–76.
https://doi.org/10.1080/20964471.2021.1914400 acesso no dia 22 de Outubro de 2024
 Liu, H. Q., & Huete, A. (1995). A feedback based modification of the NDVI to minimize
canopy background and atmospheric noise. IEEE Transactions on Geoscience and
Remote Sensing, 33(2), 457–465. https://doi.org/10.1109/TGRS.1995.8746027 acesso no
dia 18 de outubro de 2024.
 Oliveira, H., Nascimento, R. do, Leao, A. B., Caedoso, J. A. F., & Guimaraes, R. F. B.
(2017). Germinação de sementes e estabelecimento de plântulas de algodão submetidas a
diferentes concentrações de NaCl e PEG 6000. Revista Espacios. Retrieved from chrome-
extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.revistaespacios.com/
a17v38n47/a17v38n47p13.pdf
 Pece, M. G., Benítez, C. G. de, Acosta, M., Bruno, C., Saavedra, S., & Buvenas, O.
(2010). Germinación de Tipuana tipu (Benth.) O. Kuntze (tipa blanca) en condiciones de
laboratorio Tipuana tipu (Benth.) O. Kuntze (tipa blanca) germination in laboratory
conditions (Vol. 18). Retrieved from
chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.redalyc.org/pdf/
481/48118695001.pdf
 Pereira, N., Bonfim, S., Danusia, ) ;, Porto Da Cunha, V., & Troian, A. (2017). Aplicação
Do Ndvi Na Caracterização Da Cobertura Vegetativa De Vitória Da Conquista – Bahia.
 Presidência Da República. (2022). Discurso De Sua Excelência Filipe Jacinto Nyusi,
Presidente Da República De Moçambique, Por Ocasião Do Lançamento Da Campanha
Agrária 22/23.
 Reis, V. U. V., Penido, A. C., Carvalho, E. R., Rocha, D. K., Reis, L. V., & Semolini, P.
H. Z. (2022). Vigor of maize seeds and its effects on plant stand establishment, crop
development and grain yield. Journal of Seed Science, 44. https://doi.org/10.1590/2317-
1545v44257527 acesso no dia 18 de outubro de 2024.
 Sacco, A. di, Davies, R., & Newton, R. (2015). Germination testing: procedures and
evaluation. https://doi.org/10.13140/RG.2.2.29338.85440 acesso no dia 18 de outubro de
2024.
 Santos, H. D. S. C., Nascimento, M. K. B., Alencar, F. C., Leite, F. R. ;, & Oliveira, F. J.
V. de. (2012). Índice de velocidade de emergência e germinação da cenoura irrigada
com água de diferentes salinidade (Vol. 30). Retrieved from
chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/http://www.abhorticultura.com.br
/EventosX/Trabalhos/EV_6/A5406_T8397_Comp.pdf

27
 SILVA, S. A.; ARF, O.; BUZETTI, S.; SILVA, M. G. Fontes e épocas de aplicação de
nitrogênio em trigo em sistema plantio direto no cerrado. Revista Brasileira de Ciência do
Solo, v. 32, p. 2717-2722, 2008. Número especial.
 Weiss, E., Marsh, S. E., & Pfirman, E. S. (2001). Application of NOAA-AVHRR NDVI
time-series data to assess changes in Saudi Arabia’s rangelands. International Journal of
Remote Sensing, 22(6), 1005–1027. https://doi.org/10.1080/014311601300074540 acesso
no dia 24 de Outubro de 2024.

28

Você também pode gostar