Reino Das Plantas
Reino Das Plantas
Reino Das Plantas
UNIDADE
Plantas
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65
Briófitas e
pteridófitas
Entre 359 milhões e 245 milhões de anos atrás, no período geológico conhecido como Carbonífero, plantas
sem sementes dominavam a paisagem da Terra e formavam imensas florestas (figura 6.1), com plantas de mui-
tos metros de altura (algumas espécies atingiram mais de 30 metros).
Com o tempo, partes dessas plantas foram depositadas em pântanos e cobertas por sedimentos, originando
rochas sedimentares e, ao longo de milhões de anos, formando o carvão mineral, usado atualmente como com-
bustível e como fonte de solventes, colas e outros produtos químicos.
Ao estudar História e Geografia, aprendemos que o carvão mineral Você conhece exemplos de
briófitas e pteridófitas?
ainda é uma importante fonte de energia para diversos países. No entan-
to, o uso do carvão mineral como combustível libera muitos poluentes e Em que tipos de ambientes
é possível encontrar essas
colabora para o aquecimento global, uma questão importantíssima de
plantas? Como elas se
nosso tempo, discutida no terceiro volume desta coleção e também em reproduzem?
Física, Química e Geografia, entre outras disciplinas.
Figura 6.1 Reconstituição artística do período Carbonífero. (Ilustração feita com base em registros fósseis.)
Johann Brandstetter/Akg-Images/Latinstock
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traqueófitas
(plantas vasculares)
espermatófitas ou fanerógamas
criptógamas (plantas com semente)
fruto
semente
vasos condutores de seiva
embrião pluricelular no interior de um gametângio
grupo ancestral
Figura 6.2 Árvore filogenética simplificada das plantas com indicação de algumas novidades evolutivas.
(Os elementos da ilustração não estão na mesma escala. Cores fantasia.)
68 Unidade 3 • Plantas
Animais Plantas
mitoses meiose
2n zigoto
mitoses meiose esporos n
gametas
n fecundação
n gametas
zigoto n
2n mitoses
n mitoses
indivíduo haploide (n)
fecundação
Observe que, nos animais, há apenas indivíduos di- das plantas vasculares. Ele possui gametângios, ór-
ploides, uma vez que a meiose origina diretamente ga- gãos produtores de gametas: o anterídio (antherón =
metas. Dizemos que o ciclo dos animais é diplonte, di- florido; idio = aparência) produz anterozoides (os ga-
plobionte ou de meiose gamética. O ciclo de vida da metas masculinos); o arquegônio (arkhe = primitivo;
maioria das plantas envolve alternância de gerações gónos = que gera) produz a oosfera (o gameta femini-
haploides e diploides e por isso é conhecido como ciclo no). Na maioria dos musgos, o sexo é separado: cada
haplonte-diplonte, haplodiplobiôntico ou de meiose gametófito possui apenas anterídios ou apenas ar-
espórica. quegônios.
O esporófito, menos desenvolvido e de curta dura-
ção, cresce sobre o gametófito e depende dele para a
2 Briófitas sua nutrição. No esporófito existem os esporângios,
células que, por meiose, produzem esporos.
As briófitas são representadas principalmente pe-
los musgos (“briófita” vem do grego bryon = musgo e
phyton = planta). Provavelmente, as briófitas descen- Reprodução
dem de algas verdes e formam o primeiro grupo de A forma mais característica de reprodução é a al-
plantas a colonizar o ambiente terrestre. ternância de gerações, através de um ciclo haplonte-
Essas plantas são de pequeno porte (a maioria -diplonte (figura 6.4). O transporte do gameta é feito
tem poucos centímetros de altura). Isso resulta da fal- por gotas de chuva que atingem o anterídio e respin-
ta de estruturas rígidas de sustentação e de um siste- gam de um gametófito para outro, fazendo com que
ma de condução de seiva. Sem esse sistema, o trans- alguns anterozoides caiam no arquegônio de uma
porte de substâncias é muito lento, uma vez que é planta feminina. Quando isso acontece, os anterozoi-
feito por simples difusão. des nadam até a oosfera, e ocorre a fecundação.
O corpo desses vegetais não está, em geral, comple- Depois, o zigoto sofre mitoses e origina um embrião,
tamente protegido contra a perda de água: a cutícula, que permanece protegido no arquegônio.
uma camada que protege contra a perda excessiva de O embrião desenvolve-se por mitoses e forma um
água, é muito fina e, em algumas espécies, está au- esporófito diploide, chamado esporogônio (sporo =
sente. Essa é uma das razões pelas quais essas plantas semente; gonos = gerar). Este se encontra preso ao
são mais comuns em locais úmidos e sombreados. gametófito pela base ou haustório (haustor = o que
A planta propriamente dita, isto é, o indivíduo suga, referindo-se ao fato de que o esporófito retira
maior, de vida independente e duradoura, é o game- alimento do gametófito), seguindo-se, então, um pe-
tófito, que apresenta rizoides, cauloides e filoides dúnculo, denominado haste ou seta. Tal haste possui
(phyllon = folha; oide = semelhante a), estruturas que uma dilatação na extremidade, a cápsula, coberta por
lembram, respectivamente, a raiz, o caule e as folhas uma “tampa”, o opérculo.
fecundação
gametófito (n)
oosfera
anterídio
arquegônio opérculo
Andy Harmer/SPL/Latinstock
meiose
mitoses
protonema esporângio
maduro
gametófitos (n) eliminando
esporo esporos
germinando
(mitoses)
Figura 6.4 Na ilustração, esquema do ciclo reprodutivo dos musgos. Na foto, musgos e cápsulas do esporófito.
70 Unidade 3 • Plantas
Salvínias (folhas com largura entre Avenca (folhas com 30 cm a 60 cm Samambaia (tamanho variado;
1 cm e 5 cm). de comprimento). a samambaia amazônica chega a 3 m
de comprimento).
A planta propriamente dita, a fase duradoura do assemelha a uma raiz, é chamado rizoma (rhiza =
ciclo, é o esporófito (2n). Em geral, suas folhas são di- raiz; oma = proliferação).
vididas em folíolos na forma de penas, uma adapta- O esporófito possui esporângios, que se agrupam
ção que permite captar a luz difusa na altura do chão em estruturas chamadas soros, distribuídas na face in-
em uma floresta (figura 6.5). As folhas jovens – cha- ferior ou na borda dos folíolos (figura 6.6). O gametófito
madas báculos – ficam enroladas, parecendo um feto (n), denominado prótalo (pró = anterior; thallós = ramo
encolhido (lembre-se que pteris significa “feto”). De verde), é bem menos desenvolvido que o esporófito,
modo geral, a folha é a única parte visível da planta, mas tem vida autônoma. Na época da reprodução, os
pois o caule é subterrâneo ou fica rente ao solo, com soros tornam-se pardos e, no interior dos esporângios,
crescimento horizontal. Esse tipo de caule, que se são produzidos esporos por meiose.
Ingeborg Asbach/Arquivo da editora
soros meiose
esporos (n)
esporófito
esporângio
folha
mitoses
oosfera (n)
báculo
caule (rizoma)
prótalo (n)
raízes (gametófito)
arquegônios
fecundação
Figura 6.6 Esquema do ciclo reprodutivo da samambaia (esporos e gametas estão muito ampliados; os elementos da ilustração
não estão na mesma escala; prótalo: 3 mm a 10 mm de comprimento por 2 mm a 8 mm de largura; soros: cerca de 1 mm a 3 mm
de diâmetro; cores fantasia).
Classificação
No filo Pteridophyta (ou Pterophyta), encontra-
mos as samambaias e avencas (filicíneas), já estuda-
das, as cavalinhas (gênero Equisetum; figura 6.7) e as
psilófitas (gênero Psilotum). Quanto às plantas dos
gêneros Selaginella e Lycopodium (figura 6.7), que já
foram consideradas integrantes desse filo, atualmen-
Licopódio
te integram um filo à parte, denominado Lycophyta. (de 15 cm a
No entanto, o termo “pteridófitas” ainda é usado, de 60 cm de
altura).
modo informal, para indicar todas as plantas dos dois
filos (Pteridophyta e Lycophyta). Figura 6.7 Plantas dos filos Pteridophyta e Lycophyta.
ATENÇÃO!
Atividades N‹o escreva no
seu livro!
3. (UFRGS-RS) Percorrendo uma trilha em uma floresta úmi- 4. (Fuvest-SP) Um pesquisador que deseje estudar a divi-
da do Sul do Brasil, um estudante encontrou duas plantas são meiótica em samambaia deve utilizar em suas pre-
pequenas crescendo sobre uma rocha. Observando-as, parações microscópicas células de:
concluiu que se tratava de um musgo (Briophyta) e de a) embrião recém-formado.
uma samambaia (Pteridophyta). b) rizoma da samambaia.
Considere as afirmações a seguir sobre essas plantas. c) soros da samambaia.
I. As pteridófitas, ao contrário das briófitas, apresen- d) rizoides do prótalo.
tam vasos condutores de seiva. e) estruturas reprodutivas do prótalo.
72 Unidade 3 • Plantas
5. (Vunesp-SP) A uma pessoa que comprasse um vaso de 10. (UFV-MG) A figura adiante corresponde a duas plantas
samambaia em uma floricultura e pretendesse devolvê- com parte de suas estruturas morfológicas e reproduti-
-lo por ter verificado a presença de pequenas estruturas vas indicadas por I, II, III e IV.
escuras, dispostas regularmente na face inferior das fo-
lhas, você diria que:
II III
a) a planta, com certeza, estava sendo parasitada por
um fungo. I
b) a planta necessitava de adubação, por mostrar sinais
de deficiências nutricionais.
c) a planta tinha sido atacada por insetos.
d) as pequenas estruturas eram esporângios reunidos
em soros, os quais aparecem normalmente durante IV
o ciclo da planta.
e) a planta se encontrava com deficiências de umidade,
mostrando manchas necróticas nas folhas.
Gimnospermas e
angiospermas
As plantas gimnospermas mais conhecidas são os pinheiros. Onde são mais comumente
.
Essas árvores produzem pinhões, que são as sementes dessas encontrados os pinheiros?
plantas. Os pinhões servem de alimento para o ser humano e Você conhece exemplos de plantas
para outros animais. angiospermas, além do tomateiro?
Na figura 7.1 você pode observar as sementes dentro de um Quais características você pode observar
fruto, o tomate. As plantas que produzem sementes dentro de para identificar uma angiosperma?
frutos fazem parte de um grupo de plantas chamadas de angios- Quais as diferenças entre a forma
permas. Os frutos das angiospermas se desenvolvem a partir das de reprodução das gimnospermas
flores dessas plantas, como você verá neste capítulo. e das angiospermas?
Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
Figura 7.1 A flor do tomateiro (cerca de 1 cm de comprimento) e seu fruto, o tomate (cerca de 6 cm de comprimento).
74 Unidade 3 • Plantas
Ciclo reprodutivo
Usaremos as coniferófitas ou coníferas como refe-
rência para estudar o ciclo reprodutivo das gimnos-
permas. Elas formam grandes florestas no hemisfério
Estróbilo feminino do pinheiro-do-paraná (10 cm
norte (constituindo um terço das florestas do mun- a 22 cm de comprimento).
do). No sul do Brasil, há a mata de Araucárias, com o
pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia; figura
Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
35 m de altura, em média).
microsporângio
óvulo
escama
célula que
dá origem ao micrópila
megásporo
(2n)
meiose
mitose
oosfera
tubos polínicos
megagametófito
grão de pólen
arquegônio
Figura 7.4 A produção de esporos e gametófitos em um pinheiro do gênero Pinus (10 m a 40 m de altura). (Os elementos da
ilustração não estão na mesma escala; cores fantasia.)
76 Unidade 3 • Plantas
embrião (2n)
Ingeborg Asbach/Arquivo da editora
células
espermáticas (n)
(gametas tubo polínico
masculinos) germinação
semente casca
oosferas (n)
óvulo
esporófito
Fábio Colombini/Acervo do fotógrafo
crescimento
Figura 7.5 Esquema da fecundação e da formação do embrião nas gimnospermas. (Os elementos da ilustração não estão na
mesma escala; cores fantasia.) Na foto, pinhões inteiros e em corte, expondo o tecido nutritivo.
Flor
Uma flor completa (figura 7.7) é formada por: pe-
dúnculo ou pedicelo, haste de sustentação que pren-
de a flor ao caule; receptáculo, extremidade do pe-
dúnculo, geralmente dilatada, na qual se prendem
os verticilos florais, conjunto de folhas modificadas
ou esporófilas, em geral dispostas em círculo. Na
maioria das flores, da periferia para o centro, há qua-
Sagu-de-jardim (gênero Cycas; 1,5 m a 3 m de altura).
tro verticilos:
Figura 7.6 Alguns representantes das coníferas e das • cálice, conjunto de folhas protetoras, geralmente
cicadófitas. verdes, chamadas sépalas;
• corola, formada por esporófilas chamadas pétalas,
Entre as gnetófitas encontramos o gênero Ephedra. de colorido vivo, embora, às vezes, sejam pálidas ou
Deste, extrai-se a efedrina, alcaloide usado, sob orien- brancas, que servem indiretamente para a reprodu-
tação médica, para tratar alguns problemas do siste- ção por atraírem os animais polinizadores com suas
ma respiratório. cores, aromas ou secreções adocicadas;
78 Unidade 3 • Plantas
estilete
Flor de lírio (cerca de 7 cm a 10 cm
de diâmetro).
filete
ovário
sépalas
receptáculo
estame (porção dilatada pistilo
do pedúnculo) pedúnculo
Figura 7.7 Partes de uma flor. (Os elementos da ilustração não estão na mesma escala; cores fantasia.)
célula vegetativa
célula generativa
exina
antera em corte
intina
cada micrósporo
origina um grão
célula-mãe primeira divisão segunda divisão de pólen por
do micrósporo (2n) da meiose da meiose mitose
micrósporos (n)
Figura 7.8 Esquema de formação do micrósporo e do gametófito masculino. (Os elementos ilustrados não estão na mesma escala;
cores fantasia.)
estigma
óvulo
estilete
primina nucela
pistilo
óvulo
célula-mãe
secundina do megásporo (2n)
ovário
antípodas (n) meiose
micrópila
saco embrionário
(gametófito feminino)
Figura 7.9 Ilustração esquematizando a formação do megásporo e do gametófito feminino. (Os elementos ilustrados não estão
na mesma escala; cores fantasia.)
80 Unidade 3 • Plantas
a fecundação forma a
grãos de célula-mãe do albúmen (3n) endosperma
pólen tubo polínico
mitoses embrião
células
espermáticas (n)
dupla
fecundação
célula do tubo
a fecundação forma
o zigoto (2n)
epicarpo
semente
ovário mesocarpo
cotilédones
endocarpo
endosperma
núcleos polares (n) crescimento
do ovário
oosfera (n)
semente
embrião
Figura 7.11 Na ilustração, esquema de fecundação e formação da semente e do fruto. (Os elementos da ilustração não estão na
mesma escala; cores fantasia.)
82 Unidade 3 • Plantas
folhas
epicótilo
hipocótilo
Hiroe Sasaki/Arquivo da editora
tegumento hipocótilo
cotilédone
radícula
À medida que o embrião se desenvolve, a reserva nerais do solo, bem como um tecido (originado da gê-
dos cotilédones ou do endosperma é consumida pela mula) com células clorofiladas, próprias para realizar
planta. Quando essas reservas se esgotam, já existe fotossíntese. O caulículo origina a parte inicial do
uma pequena raiz originada da radícula, com pelos caule (hipocótilo), a gêmula, a parte superior do caule
absorventes que servem para retirar água e sais mi- (epicótilo) e as primeiras folhas (figura 7.14).
Biologia
e cotidiano
Fruto verde e fruto maduro
Muitos frutos mudam de cor e passam, por exemplo,
batata-doce
broto
batata
tubérculos
Figura 7.16 Esquema de reprodução assexuada nas plantas. (Os elementos das ilustrações não estão na mesma escala; cores
fantasia.)
84 Unidade 3 • Plantas
Monocotiledônea Eudicotiledônea
um cotilédone dois
Sementes cotilédones
embrião
embrião
grão de milho em corte grão de feijão aberto
Figura 7.17 Diferenças entre monocotiledôneas e eudicotiledôneas. (Os elementos da ilustração não estão na mesma escala;
cores fantasia.)
2. Na figura abaixo está representada a evolução das plan- Das características de frutos e sementes apresentadas,
tas terrestres a partir das algas verdes unicelulares, com quais estão diretamente associadas a um mecanismo
a indicação das novidades evolutivas de cada grupo. de atração de aves e mamíferos?
a) Ganchos que permitem a adesão aos pelos e penas.
1 2 3 4
b) Expansões semelhantes a asas que favorecem a flu-
flor e fruto tuação.
c) Estruturas fixadoras que se aderem às asas das aves.
d) Frutos com polpa suculenta que fornecem energia
semente aos dispersores.
e) Leveza e tamanho reduzido das sementes, que favo-
recem a flutuação.
vasos condutores de seiva 6. (Uneb-BA) Considere as estruturas: I. grãos de pólen;
II. óvulos; III. sementes; IV. frutos. As estruturas que
organismo pluricelular com tecidos estão presentes tanto no pinheiro quanto no coquei-
alga verde unicelular ro são:
a) apenas I, II e III.
a) Identifique os grupos representados pelos números b) apenas I, II e IV.
de 1 a 4. c) apenas I, III e IV.
b) Em quais desses grupos ocorre fecundação e forma- d) apenas II, III e IV.
ção de um zigoto? e) I, II, III e IV.
c) Em quais desses grupos pode ocorrer polinização
pelo vento? Justifique sua resposta. 7. (Mack-SP) Comparando-se os ciclos reprodutivos das
criptógamas (briófitas e pteridófitas) com os das fane-
3. Se considerarmos apenas o aspecto reprodutivo, pode- rógamas (gimnospermas e angiospermas), destacamos
mos afirmar que gimnospermas e angiospermas têm a seguinte diferença:
maior independência em relação à água do que briófi-
tas e pteridófitas. Explique essa afirmação. a) Ciclo de vida alternante.
b) Meiose gamética.
4. (Enem) Caso os cientistas descobrissem alguma subs- c) Independência da água para a reprodução.
tância que impedisse a reprodução de todos os insetos, d) Predominância da geração gametofítica sobre a es-
certamente nos livraríamos de várias doenças em que porofítica.
esses animais são vetores. Em compensação teríamos e) Geração esporofítica diploide.
grandes problemas, como a diminuição drástica de
8. (UFC-CE) O predomínio das angiospermas em relação
plantas que dependem dos insetos para polinização,
aos demais grupos vegetais relaciona-se:
que é o caso das:
a) à dupla fecundação, resultado da união de dois ante-
a) algas.
rozoides com a oosfera e o megaprotalo, gerando o
b) briófitas, como os musgos.
endosperma triploide, o que permite a longevidade
c) pteridófitas, como as samambaias.
das sementes.
d) gimnospermas, como os pinheiros.
b) à alternância de gerações, havendo predominância
e) angiospermas, como as árvores frutíferas.
do ciclo de vida esporofítico e redução da fase ga-
5. (Enem) Os frutos são exclusivos das angiospermas, e a metofítica, o que permite a ocupação de ambientes
dispersão das sementes dessas plantas é muito impor- áridos.
tante para garantir seu sucesso reprodutivo, pois permi- c) ao desenvolvimento de estróbilos, cuja oferta de pó-
te a conquista de novos territórios. A dispersão é favore- len e outros recursos florais favoreceu a interação
cida por certas características dos frutos (ex.: cores com uma grande diversidade de insetos e uma maior
fortes e vibrantes, gosto e odor agradáveis, polpa sucu- probabilidade de polinização.
lenta) e das sementes (ex.: presença de ganchos e ou- d) ao desenvolvimento do tubo polínico, permitindo a
tras estruturas fixadoras que se aderem às penas e pe- independência do meio aquático para a fecundação
los de animais, tamanho reduzido, leveza e presença de e uma maior estabilidade do sucesso reprodutivo.
86 Unidade 3 • Plantas
Atividade prática
Você vai precisar de algumas flores grandes –
Vasculares ou C como azaleia, hibisco (mimo-de-vênus) ou palma-
traqueófitas (sem frutos) F
(com vasos) -de-santarita (gladíolo) –, folhas brancas de papel,
(com flores e
D sementes) pinça, estilete ou agulha de costura (cuidado para
(com frutos) não se ferir com esses objetos), fita adesiva, lupa
(lente de aumento), luvas de látex, microscópio, lâ-
01. A corresponde às plantas denominadas pteridófitas. mina e lamínulas.
Observe uma flor e identifique suas partes. Conte
02. As samambaias são representantes de B.
o número de pétalas e sépalas e anote na folha.
04. C representa as gimnospermas. Nessa mesma folha, prenda a flor com a fita adesiva.
08. A roseira é um exemplo de D. Com o auxílio da pinça e do estilete ou da agulha
16. E e F correspondem, respectivamente, às criptóga- e orientado pelo professor, separe as partes de outra
mas e às fanerógamas. flor, começando pela parte mais externa. Prenda
32. Todos os representantes deste reino possuem, obri- com a fita adesiva o cálice e a corola em folhas de
gatoriamente, clorofila. papel, identificando as partes.
Sacuda o estame e veja se caem grãos de pólen.
11. (UPE-modificada) As angiospermas compreendem uma Observe ao microscópio. Cole o estame em uma fo-
ampla diversidade de plantas; os dois maiores grupos lha, identificando suas partes. Corte o gineceu e
que as constituem correspondem às monocotiledôneas com o auxílio da lupa identifique o que existe em
e às eudicotiledôneas, os quais são distintos por diver- seu interior e desenhe o que observar, identificando
sas características. Abaixo podemos ver, de forma alea- as partes. Prenda o gineceu em uma folha de papel
tória, características que são observadas frequente- e identifique suas partes.
mente em um ou outro grupo.
Morfologia das
angiospermas
88
ner/SPL/Lati
meiss nsto
sch ck
eG
ev
St
meristema apical
primórdios
de folhas
Hiroe Sasaki/Arquivo da editora
d /Co
rbis/L
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procâmbio
ite
im
nl
s
U
protoderme
al
su
ditora
Vi
meristema fundamental
da e
uivo
meristema apical
h/Arq
coifa
sbac
rg A
gebo
Figura 8.2 Esquemas e fotos de meristema apical de caule e de raiz de planta em crescimento (os elementos da ilustração não
estão na mesma escala; cores fantasia).
súber
felogênio
feloderma
periderme
grãos de amido
vasos condutores
vasos condutores de seiva e outros
de seiva e outros tecidos
tecidos câmbio
estrutura secundária
do caule de planta adulta
esquema representando a estrutura
de um caule jovem em corte
floema
}
vasos condutores recentes
floema
vasos condutores antigos
Figura 8.4 Meristema secundário. (Os elementos da ilustração não estão na mesma escala; as células são microscópicas;
cores fantasia.)
90 Unidade 3 • Plantas
epiderme
(10 µm a 40 µm)
acúleos
(cerca de 7 mm
de comprimento)
solo
pelo radicular
(80 µm a 150 µm
de comprimento)
epiderme
Figura 8.5 Epiderme, pelos e acúleos. (Os elementos das ilustrações não estão na mesma escala; cores fantasia.)
lenticelas
súber
célula anexa
felogênio
lenticela
ostíolo
vacúolo casca
cloroplasto
vista de cima
ostíolo
Tecidos de assimilação
e de reserva
Os sistemas responsáveis pela fotossíntese (assi-
estômato aberto milação) e pelo armazenamento de substâncias (re-
(célula estomática túrgida)
serva) são formados por parênquimas (parencheo =
encher ao lado): conjuntos de células vivas, com pou-
co citoplasma e grandes vacúolos. O parênquima é
um tecido de preenchimento encontrado em todos os
órgãos vegetais.
Por causa de sua capacidade de divisão, eles são
importantes nos processos de regeneração e cicatri-
zação de feridas.
Há dois tipos básicos de parênquima: o de assimi-
lação e o de reserva.
estômato fechado
(célula estomática flácida) Também chamado parênquima clorofiliano, o de
assimilação é responsável pela fabricação da matéria
Figura 8.6 Ilustrações de estômatos (em média, de 20 µm a orgânica do vegetal. Suas células, ricas em cloroplas-
60 µm de diâmetro; cores fantasia). tos, realizam fotossíntese e são encontradas nas par-
tes aéreas dos vegetais, principalmente na folha (figu-
Além de permitir as trocas gasosas entre a planta ra 8.8). Em uma das faces da folha, as células do parên-
e o ambiente, facilitando a fotossíntese e a respira- quima estão arrumadas perpendicularmente à super-
ção, os estômatos podem se fechar sempre que a per- fície – parênquima paliçádico; na face oposta, sua dis-
da de água por transpiração ameaçar a sobrevivência posição é irregular, com grandes espaços intercelulares
da planta (figura 8.6). – parênquima lacunoso – pelos quais circulam os ga-
Do mesmo modo que a epiderme, o súber é im- ses utilizados ou produzidos pela fotossíntese. Tais es-
permeável e apresenta estruturas de arejamento. No paços se comunicam com o exterior pelos estômatos.
caso do súber, as trocas gasosas ocorrem por meio O conjunto formado por esses dois parênquimas cons-
das lenticelas (lenticulla = pequena lente), que são titui o mesofilo (mesos = meio; phyllein = folha).
formadas por grupos de células arredondadas, com O parênquima de reserva armazena substâncias
espaços intercelulares pelos quais o oxigênio passa (amido, óleos, etc.) que podem depois ser usadas pela
para os tecidos internos da planta (figura 8.7). planta ou pelo embrião.
92 Unidade 3 • Plantas
u
N
de
u
Cla
vasos condutores
de seiva
estômato
Figura 8.8 Ilustração mostrando o interior de uma folha (as células são microscópicas; cores fantasia). Na foto, parênquima
clorofiliano da folha de elódea (microscópio de luz; aumento de cerca de 300 vezes; com uso de corantes).
núcleo
Ingeborg Asbach/Arquivo da editora
esclereide (diâmetro
vacúolo
de cerca de 80 µm)
fibras de esclerênquima
citoplasma Figura 8.9 Colênquima: (diâmetro de cerca de 15 µm)
tecido de sustentação
(diâmetro das células
espessamento
de cerca de 50 µm; Figura 8.10 Ilustração de elementos do esclerênquima (as
de celulose
cores fantasia). células são microscópicas; cores fantasia).
pontuações
fluxo da
seiva
fluxo da seiva
placa perfurada
vasos de regiões jovens lignina vasos de regiões mais
(em crescimento) antigas (sem crescimento)
Figura 8.11 Tipos de vasos lenhosos e de espessamentos (os elementos ilustrados não estão na mesma escala; diâmetro das células
entre 20 µm e 60 µm; cores fantasia).
94 Unidade 3 • Plantas
célula-companheira
célula-companheira
placa crivada
fluxo da seiva
nos vasos liberianos
gutação da folha são feitos cortes no caule da
Figura 8.12 Vasos liberianos com células-companheiras. planta para drenar o látex
(O citoplasma das células dos vasos liberianos não foi
representado e os elementos ilustrados não estão na mesma Figura 8.13 Gutação e extração de látex da seringueira (Hevea
escala; diâmetro das células entre 20 µm e 60 µm; cores fantasia.) brasiliensis; cerca de 30 m de altura).
raiz principal
região
suberosa
raiz secundária
região
pilífera
região de
alongamento
Figura 8.15 Tipos de raiz: A, axial; B, fasciculada.
região do
meristema
coifa Muitas plantas desenvolvem raízes a partir do
meio do caule (como o milho) ou até da folha (como a
corte longitudinal begônia). Essas raízes são chamadas adventícias.
zona de
alongamento
protoderme
meristema
fundamental
meristema
(zona de divisão
celular)
coifa
coifa
Figura 8.14 Morfologia externa da raiz e meristemas primários (os elementos ilustrados não estão na mesma escala; as células são
microscópicas; cores fantasia).
96 Unidade 3 • Plantas
de espessura)
córtex
As raízes sugadoras são encontradas em plantas parasitas, Planta de manguezal: as raízes respiratórias (cerca de 10 cm de
como o cipó-chumbo (até 4 mm de diâmetro), que sugam a comprimento) emergem do solo pobre em oxigênio e facilitam
seiva da planta hospedeira. a respiração das partes submersas da planta.
xilema gema
cilindro terminal
central
medula
gema lateral
endoderme
periciclo
gema lateral
floema
xilema cilindro
central gema lateral
nó
Figura 8.17 Estrutura primária da raiz (os elementos ilustrados
não estão na mesma escala; as células são microscópicas; Figura 8.18 Visão externa do caule (os elementos ilustrados
cores fantasia). não estão na mesma escala; cores fantasia).
98 Unidade 3 • Plantas
Natasha Iwanicki/kino.com.br
Dr. Jeremy Burgerss/SPL/Latinstock
como o da vitória-régia.
(catafilos), que, em
geral, acumulam
reservas nutritivas.
Caule volúvel:
cresce
Carl Johan Ronn/Getty Images
enrolando-se
em um suporte,
que pode ser
outro caule.
Exemplos: uva,
chuchu,
maracujá.
Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
Coqueiral:
caules do tipo
estipe, longos,
cilíndricos, sem
ramificações e
com folhas nas
pontas (até 10 m Batata (entre 3 cm e 5 cm de diâmetro): caule do tipo tubérculo,
de altura). que contém grande quantidade de reserva de alimento.
Figura 8.19 Alguns tipos de caules aéreos. Figura 8.20 Tipos de caules subterrâneos.
epiderme
feixes liberolenhosos
espalhados pelo caule
xilema
floema
Espinhos de limoeiro (cerca Acúleos de roseira (cerca de parênquima
de 2 cm de comprimento): 7 mm de comprimento):
ramos pontiagudos com projeções rígidas e
função protetora. pontudas, formadas na
epiderme do caule. Figura 8.22 Esquema de corte de caule de monocotiledôneas
(baseado em imagem ao microscópio; aumento de cerca de
30 vezes; cores fantasia).
estrutura primária
Maspi/Arquivo da editora
Cladódio: córtex
caule achatado, floema
suculento,
sem folhas
(mandacaru; câmbio fascicular
até 5 m de altura)
típico de locais medula
secos. xilema
estrutura secundária
súber
córtex
felogênio
Ingeborg Asbach/Arquivo da editora
floema
primário xilema
secundário
floema
secundário xilema medula
primário
Gavinha de uva (folha com 5 cm a 10 cm de largura):
ramos que se enrolam em volta de um suporte. Figura 8.23 Esquemas mostrando as estruturas primária e
secundária do caule de eudicotiledôneas (os elementos
Figura 8.21 Modificações do caule. ilustrados não estão na mesma escala; cores fantasia).
floema periderme
Figura 8.24 Esquemas de caule mostrando o cerne, o alburno e os anéis de crescimento (os elementos não estão na mesma
escala; cores fantasia).
Reprodução/Arquivo da editora
folha paralelinérvea
folha peninérvea
A folha apresenta apenas estrutura primária, deri-
vada do primórdio foliar. Uma folha completa apre-
senta limbo, pecíolo e bainha; podem também apare-
cer estípulas (stipula = palha), pequenas formações
dos lados da bainha que protegem o meristema nas
folhas jovens (figura 8.25).
O limbo é a região laminar. O pecíolo e a bainha
são as partes que se prendem ao caule. O pecíolo di-
minui a sombra que as folhas de cima lançam sobre
as de baixo e facilita o movimento delas pelo vento,
ajudando no arejamento. Em folhas pequenas ou lon- algumas formas de folhas
gas, mas estreitas, o pecíolo pode estar ausente.
Folhas sem pecíolo são chamadas invaginantes, co-
muns nas monocotiledôneas (figura 8.25).
folha completa
Hiroe Sasaki/Arquivo da editora
nervura secundária
nervura principal
bainha
Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
Milho: folha
invaginante (80 cm
de comprimento,
em média).