2º ANO - Recuperação de Literatura

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ALUNO (A): TURMA: DATA: ___/___ PESO: 10

ORIENTAÇÕES: GABARITO – QUESTÃO|RESPOSTA


Com base na leitura da prova e nos conhecimentos construídos
ao longo do 3º trimestre letivo, responda as questões a seguir,
preenchendo os círculos do gabarito ao lado completamente e
com nitidez. Utilize caneta de tinta azul ou preta. A questão
será anulada em caso de rasura ou marcação de dois ou mais
círculos. Tenha uma boa Prova!

QUESTÃO 1 QUESTÃO 3

O movimento artístico conhecido como Realismo chegou ao Nas obras de Machado de Assis, há uma figura bastante
Brasil nas décadas finais do século XIX, justamente quando o presente, típica da sociedade brasileira da época — o agregado.
país viu a concretização de algumas de suas reivindicações. São Sobre essa figura, classifique cada uma das afirmações a seguir
elas: como verdadeira (V) ou falsa (F).

a) a coroação de D. Pedro II como imperador e a promulgação da ( ) Homem branco e não escravizado, mas que depende de uma
Lei Eusébio de Queirós. família de classe abastada para sobreviver. Nem pobre, nem
b) a abolição da escravatura e a Proclamação da República. rico; nem patrão, nem empregado, o agregado é alguém que vive
c) a promulgação da Lei do Ventre Livre e a fundação do Partido do favor de um outro com maior poder aquisitivo.
Republicano Brasileiro. ( ) Homem branco, livre e pobre que garante sua sobrevivência
d) a promulgação das leis do Ventre Livre e dos Sexagenários. realizando pequenos serviços para famílias de classe abastada.
e) a instituição do Parlamentarismo e a abolição da escravatura. ( ) Figura paradoxal em uma sociedade formada por senhores
de engenho — que controlam o modelo de produção escravista
QUESTÃO 2 e monocultor — e uma população livre, mas sem condições de
garantir a própria subsistência.
Sobre a literatura realista no Brasil, analise as afirmações a ( ) Acolhido em lares burgueses, onde tem trânsito livre, o
seguir. agregado é uma figura em geral solícita, que aceita de quem o
acolhe o suficiente para sua sobrevivência, oferecendo em troca
I. Embora os períodos romântico e realista da Literatura tenham todo tipo de auxílio, inclusive realizando trabalhos braçais.
alguns elementos em comum, o Realismo se opõe ao Idealismo ( ) Ironicamente, o agregado, apesar de livre, depende de uma
e à criação de heróis, características muito presentes nas obras família abastada para sobreviver, não sendo, assim,
do período romântico. completamente dono de si — apesar de não ser escravo,
II. O Realismo se posiciona como um movimento artístico que encontra-se atrelado a um senhor ou a uma senhora.
defende a percepção objetiva da realidade, influenciado muitas
vezes pelas ideias liberais, científicas e sociológicas que A alternativa que apresenta a classificação correta das
circulavam na Europa (como o Positivismo, o Determinismo, o afirmações, de cima para baixo, é:
Evolucionismo e o socialismo científico).
III. A contradição da realidade brasileira — de um lado o a) V – F – V – F – F.
convívio com as ideias liberais que vinham da Europa e de outro b) V – V – V – F – V.
o controle do país ainda nas mãos das velhas instituições — não c) V – F – F – F – V.
influenciou a literatura realista e sua produção, tampouco a d) V – F – V – F – V.
criação das personagens que compunham os romances. e) V – F – V – V – V.
IV. Pode-se dizer que há, em obras do Romantismo, algumas
características da literatura realista, como é o caso das obras
Inocência, de Visconde de Taunay, e O Cabeleira, de Franklin
Távora.

Estão corretas as afirmações:

a) I, II e III, apenas.
b) I, II, III e IV.
c) I, II e IV, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I e III, apenas.
QUESTÃO 4 QUESTÃO 6

Importante não só em sua época, mas também nos dias atuais, a Assinale a(s) alternativa(s) em que todas as características
obra de Machado de Assis possibilita a compreensão da mencionadas podem ser adequadamente atribuídas à obra
sociedade brasileira do final do século XIX, seus tipos e Memórias póstumas de Brás Cubas.
costumes. Sobre o autor e as características de suas obras, leia a) Rejeição dos valores românticos, tom sarcástico do narrador
as afirmações a seguir. diante das personagens e de si mesmo, visão pessimista em
relação à existência.
I. Dono de uma visão aguçada e de um senso crítico apurado, b) Distanciamento do determinismo científico, linguagem com
retrata em suas obras e por meio de suas personagens a essência toque de humor, divagação sobre banalidades, visão
do ser humano, revelando suas fraquezas, seus dilemas e suas reformadora das mazelas sociais.
necessidades, por vezes paradoxais. c) Narração linear feita pelo narrador-personagem, tematização
II. Um dos traços característicos de sua obra é a interação do de conflitos sociais, crítica aos aspectos do realismo literário.
narrador com o leitor, por meio de diálogos, comentários e d) Narrativa linear (às vezes interrompida apenas por
reflexões, por vezes filosóficas, sobre fatos e personagens. comentários e análises do narrador), idealizações românticas,
III. Assim como os autores do Romantismo, descreve as sugestão implícita de contradições sociais.
personagens de modo detalhado, especialmente a aparência e) Crença no ser humano e em suas intenções, idealização das
física, idealizando principalmente a figura feminina, sempre figuras femininas, exaltação dos valores da sociedade da época.
romântica e em busca do amor perfeito.
IV. A descrição dos lugares, especialmente da cidade do Rio de QUESTÃO 7
Janeiro, ajuda a compor o retrato da sociedade da época, assim
como os diferentes tipos humanos que circulam por esses Analise as afirmações a seguir, sobre a obra Dom Casmurro, e
lugares. assinale a incorreta.
V. Além do olhar crítico e irônico, Machado de Assis revela
também a precariedade da existência, marcada pelo contraste a) Apaixonado por Capitu desde criança, Bento enfrenta dois
entre a aparência e a essência dos sujeitos, com seus jogos de obstáculos para casar-se com seu amor: a promessa feita pela
interesses, suas farsas e suas fraquezas. mãe para que cursasse o seminário e se ordenasse padre e a
diferença de classe social entre ele e Capitu, ela de família pobre.
Estão corretas apenas as afirmações: b) A narrativa, feita em 1ª pessoa pelo protagonista Bento
Santiago, apresenta ao leitor apenas um ponto de vista sobre os
a) I, II e III. fatos, visando persuadir o leitor a acreditar que Capitu é uma
b) I, II, IV e V. mulher adúltera.
c) I, II, III e IV. c) O artifício narrativo usado é a forma de diário, de modo que o
d) II, IV e V. leitor recebe as informações do narrador à medida que elas
e) I e III. acontecem, o que garante a manutenção da tensão durante toda
a obra.
QUESTÃO 5 d) Apesar da temática da obra envolver um triângulo amoroso,
não há a idealização de amor tão presente nos romances
Utilizando seus conhecimentos sobre a obra de Machado de românticos; ao contrário, o amor é apresentado em meio a
Assis, escolha a alternativa que preenche corretamente as suspeitas de traição e ao sentimento de ciúme do protagonista.
lacunas do texto a seguir. e) Após a morte de Escobar, amigo de Bento e suposto amante
Chamada de primeira fase da obra machadiana, seus primeiros de Capitu, o casamento dos protagonistas chega ao fim; no
romances — _______________ (1872) e ______________ (1876) — entanto, ambientado no século XIX, a separação é algo
trazem elementos do Romantismo. A segunda fase tem início impensável. Bento Santiago acha como solução viajar com
com a obra considerada marco do Realismo no Brasil, esposa e filho para a Europa e retornar ao Brasil sem eles.
________________________, publicada em ____________. São também
dessa fase as obras _________________ (1891) e _______________ As questões de 8 a 9 referem-se ao primeiro capítulo de Quincas
(1899). Borba (1892), de Machado de Assis (1839-1908).

a) Ressurreição, Helena, Memórias póstumas de Brás Cubas, Rubião fitava a enseada, – eram oito horas da manhã. Quem o
1881, Quincas Borba, Dom Casmurro. visse, com os polegares metidos no cordão do chambre, à janela
b) Helena, Ressurreição, Memórias póstumas de Brás Cubas, de uma grande casa de Botafogo, cuidaria que ele admirava
1881, Quincas Borba, Dom Casmurro. aquele pedaço de água quieta; mas, em verdade, vos digo que
c) Ressurreição, Helena, Memórias póstumas de Brás Cubas, pensava em outra coisa. Cotejava o passado com o presente. Que
1881, Dom Casmurro, Quincas Borba. era, há um ano? Professor. Que é agora? Capitalista. Olha para si,
d) Ressurreição, Helena, Memórias póstumas de Brás para as chinelas (umas chinelas de Túnis, que lhe deu recente
Cubas, 1888, Quincas Borba, Dom Casmurro. amigo, Cristiano Palha), para a casa, para o jardim, para a
e) Helena, Ressurreição, Memórias póstumas de Brás Cubas, enseada, para os morros e para o céu; e tudo, desde as chinelas
1888, Quincas Borba, Dom Casmurro. até o céu, tudo entra na mesma sensação de propriedade.
— Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas, pensa ele.
Se mana Piedade tem casado com Quincas Borba, apenas me
daria uma esperança colateral. Não casou; ambos morreram, e
aqui está tudo comigo; de modo que o que parecia uma
desgraça...
(ASSIS, Joaquim Maria Machado de. Quincas Borba. Rio de
Janeiro: Jackson, 1959. p. 7.)
QUESTÃO 8 QUESTÃO 9

(UEL-PR) Com base no primeiro parágrafo do texto, considere (UEL-PR) Há, na passagem citada, um narrador a situar a
as afirmativas a seguir. personagem, Rubião, no espaço e no tempo. Há,
concomitantemente, o discurso direto através do qual a própria
I. O narrador, no presente, dirige suas palavras ao leitor de seu personagem se apresenta. Neste jogo entre o que o narrador diz
texto, conforme se pode deduzir do emprego de “vos digo”. de Rubião e o registro do que o próprio Rubião pensa, é correto
II. As palavras do narrador dizem respeito a um momento de afirmar que a personagem é:
meditação de Rubião sobre sua mudança de classe social, a) Um novo rico a oscilar entre os valores determinados pelo
momento este do qual o narrador onisciente tem pleno capital e os valores determinados pela família.
conhecimento. b) Um novo rico a encarar a si mesmo, ao mundo que o rodeia e
III. O emprego de “olha” e “entra” no tempo presente reflete o à própria família pela ótica do capital.
apego que o protagonista tem à sua nova condição econômica, c) Um ex-professor que, embora rico, continua encarando a si
tentando esquecer o passado. mesmo, aos familiares e ao universo circundante pela ótica da
IV. “Visse” e “cuidaria” aí estão para registrar uma possibilidade humildade.
de interpretação que, na verdade, condiz com o que realmente é d) Um ex-professor deslumbrado com sua nova situação de
relatado pelo narrador. capitalista a encarar a família pelos valores religiosos.
e) Um capitalista esquecido de sua antiga situação de professor
Estão corretas apenas as afirmativas: e, desta forma, renegando seu próprio passado.

a) I e II.
b) I e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.

QUESTÃO 10
Enem (2023)

Que Stendhal confessasse haver escrito um de seus livros para cem leitores, coisa é que admira e consterna. O que não
admira, nem provavelmente consternará, é se este outro livro não tiver os cem leitores de Stendhal, nem cinquenta, nem vinte, e
quando muito, dez. Dez? Talvez cinco. Trata-se, na verdade, de uma obra difusa, na qual eu, Brás Cubas, se adotei a forma livre de
um Sterne, ou de um Xavier de Maistre, não sei se lhe meti algumas rabugens de pessimismo. Pode ser. Obra de finado. Escrevia-a
com a pena da galhofa e a tinta da melancolia, e não é difícil antever o que poderá sair desse conúbio. Acresce que a gente grave
achará no livro umas aparências de puro romance, ao passo que a gente frívola não achará nele o seu romance usual; ei-lo aí fica
privado da estima dos graves e do amor dos frívolos, que são as duas colunas máximas da opinião.

ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 8 ago. 2015.

No fragmento transcrito da dedicatória “Ao leitor”, em Memórias póstumas de Brás Cubas, o autor serve-se da figura do narrador-
defunto para

a) desqualificar o gênero romance, forma literária à qual Machado de Assis pouco se dedicou.
b) ressaltar a inverossimilhança dos fatos narrados, confrontados com a realidade da burguesia carioca do século XIX.
c) criticar a sociedade burguesa brasileira da época, valendo-se do uso da terceira pessoa e do ponto de vista distanciado.
d) sobrepor a “tinta da melancolia” ao aspecto humorístico, de modo a valorizar o tom sóbrio e a temática realista típicos do romance
burguês brasileiro.
e) fazer intromissões na narrativa, introduzindo pausas no relato durante as quais estabelece com o leitor um diálogo de tom
sarcástico e provocativo.

BOA
PROVA!

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