Cronologia Da América Portuguesa
Cronologia Da América Portuguesa
Cronologia Da América Portuguesa
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA – DH
DISCIPLINA: HISTÓRIA DA AMÉRICA PORTUGUESA
CLASSE: IV SEMESTRE - HISTÓRIA
PROFA. AVANETE PEREIRA SOUSA
PERÍODO LETIVO 2024.2
DISCENTE: MARTA ALMEIDA DUARTE
CRONOLOGIA DA COLONIZAÇÃO PORTUGUESA NO BRASIL
1500 – Chegada da esquadra de Pedro Álvares Cabral
A chegada de Cabral as terras tupiniquins em 1500, não representou o início da
colonização portuguesa, e sim a tomada da pose em nome do rei de Portugal e o começo
do processo de ocupação para garantir a conquista e enfrentar as investidas de outros
Estados europeus. Naquele momento, Portugal estava voltado para o comércio oriental,
deixando inicialmente, a exploração extensiva de lado por não se ter encontrado metais
preciosos. Desse modo, o tratamento dispensado foi de policiamento, que resguardava
os direitos portugueses a expropriação das terras brasileiras, para tal intuito foi enviado
expedições que se confirmou a existência do pau-brasil e se fundou feitorias como
postos de defesa e de armazenamento da madeira descoberta. A partir disso é constituído
núcleos coloniais de agropastoris para sustentar os feitores e os militares locais, além da
realização de mapeamento da costa para conhecer novos territórios para quais tomaram
posse. A descoberta do pau-brasil permitiu que a Coroa portuguesa se estabelece
monopólio sob a exploração da madeira, além de escravizar a mão de obra indígena, que
estava aprisionada ao sistema de escambo que favoreceu os portugueses. É importante
destacar que esse processo de conquista foi violento e submeteu as populações
ameríndias ao pensamento mercantilista europeu, porém não seria a principal mão de
obra submetida a empresa colonial, e sim a do tráfico negreiro, que representou uma
atividade organizada, numerosa e de fácil deslocamento.
1531- Início do processo colonial
Com a crise do comércio com Oriente e as invasões de outros europeus, Portugal passe
a ter controle efetivo sob a colônia. Para tanto, é enviado a expedição comandada por
Martim Afonso de Souza, que detinha amplos poderes para administrar e povoar as
terras conquistadas. Além de organizar expedições para adquirir novos territórios para
serem explorados e buscar riquezas, garantindo assim o domínio luso diante de
constantes invasores europeus. Desse modo, é instituído a distribuição de sesmarias aos
portugueses que se dispusessem a povoar o território brasileiro. Assim, foi fundado em
1532, as vilas de São Vicente e Santo André da Borda do Campo, no atual estado de São
Paulo.
Para viabilizar a dominação colonial na América portuguesa foi adotado o sistema de
capitanias hereditárias que legava faixas de terra a capitães-donatários, que possuíam
amplos poderes administrativos e judiciais, sendo mandatório do rei português sob o
território. Foram criadas 17 capitanias, com a mais bem sucedida sendo a de
Pernambuco, devido ao favorecimento climático para o cultivo de cana-de-açúcar e a
proximidade geográfica com a metrópole. Porém, o sistema fracassou, fazendo com que
Portugal cria-se em 1548 o Governo Geral para sobrepor ao poder do donatário, tendo
como figural central, o governador-geral com poderes defensivos, administrativos e
econômicos.
A solução açucareira
Portugal já era o maior produtor de açúcar antes da chegada ao Brasil, desde o séc. XV,
então é compreensível que tenham recorrido ao cultivo de cana de açúcar para viabilizar
o processo colonial, com a instalação de engenhos. Mediante a isso, foi a escolha
adequada para as condições ecológicas das terras tupiniquins, como um produto de
consumo tradicional no mercado europeu e podia atrair recursos como investimento
inicial e alagar o mercado consumidor português. Porém, os portugueses tiveram
problema relacionado ao transporte e fretes que foi mediado com a distribuição da
Holanda do açúcar brasileiro na Europa. Então, a empresa colonial encontrou na mão de
obra africana escravizada e a nativa o propulsor humano que garantiria a exploração
desse recurso natural.
Além da produção açucareira, havia outras lavouras e atividades econômicas que
movimentaram o mercador externo e interno. Como a produção de gêneros agrícolas, a
atividade da pecuária e além do padrão agrícola plantation. O responsável pela produção
açucareira era denominado como senhor de engenho, que detinha um enorme prestígio
social e possuía sob seu controle a propriedade obtida por sesmaria (engenho). Desse
modo, os engenhos eram constituídos por áreas florestais que poderiam fornecer
madeira, ter plantações de cana, a casa-grande, uma capela e a senzala. Além da fábrica
do açúcar, composta por moenda e a casa de purgar, e contava com uma área de lavoura
de subsistência. A sociedade açucareira era composta no topo da pirâmide social, com
os senhores de engenho, abaixo deles ficava os lavradores de cana. Esses grupos eram
geralmente compostos por homens brancos, de ascendência lusitana que detinha um
enorme poder sociopolítico e econômico. Depois, tinha-se as mulheres de elite que
administravam a casa e controlavam o trabalho dos escravos domésticos. Porém, esse
caráter patriarcal nem sempre vigorou, entre essas mulheres, existiu as que
comandavam engenhos (geralmente viúvas) e que estivessem no comando de
empreendimentos comerciais. Acerca disso, houve um verdadeiro mosaico de
composições familiares além da organização familiar típica do engenho, com mulheres
das classes baixas exercendo diversas atuações e traçando mecanismos de
sobrevivência, como sustentar filhos sozinhas e serem vendedoras de gêneros agrícolas
no comércio interno, dentre outras. Além disso, existiam diferentes tipos de famílias da
classe explorada, como dos africanos escravizados e dos indígenas que tiveram suas
terras expropriadas pelos portugueses. Esses últimos grupos, principalmente os
escravizados, formavam a base econômica da sociedade açucareira, onde se prevalecia
uma rígida divisão social, onde pessoas livres estavam no centro dessa pirâmide.
(1580-1640) - União Ibérica
Foi o período ao qual a Espanha dominou Portugal e suas colônias por razões dinásticas,
além de excluir os Países Baixo do negócio açucareiro do Brasil. O domínio espanhol
sobre Portugal, aboliu o Tratado de Tordesilhas, que favoreceu a interiorização do
território brasileiro na busca de metais preciosos. A autonomia portuguesa foi retomada
pelo duque de Bragança que foi coroado rei com o título de dom João IV, que instituiu o
Conselho Ultramarino, ampliando a fiscalização econômica sobre a colônia.
Séculos (XV- XVII) - Migrações forçadas das populações africanas
Montagem do tráfico atlântico submeteu as populações africanas a uma diáspora,
fazendo que diversos grupos étnicos fossem submetidos a escravidão, descaracterizados
como seres humanos, retirando sua dignidade e poder jurídico, sendo, portanto, tornados
como propriedade da sociedade mercantilista europeia.
1630 – Invasão Holandesa
Em 1630, a Holanda invade o Brasil com o objetivo de controlar o comércio do açúcar
brasileiro e apossar-se dos domínios ibéricos na América e África. O domínio holandês
se estendeu do litoral do Maranhão até o Sergipe, sob a administração do conde
Maurício de Nassau. Após sua saída devido a cobrança integral das dívidas dos
engenhos, por conta da crise econômica da época, ocorre a Insurreição Pernambucana
(1645-1654) que expulsa definitivamente os holandeses das terras brasileiras. Diante
disso, a expulsão acarretou a Holanda como rival comercial do açúcar brasileiro, após
apreender as técnicas de produção da cana de açúcar e aplicá-la em seu domínio
colonial nas Antilhas. Dessa forma, a competitividade leva a queda dos preços do
açúcar, levando mediante a esse cenário a primeira crise colonial, tirando da região
nordestina o posto de supremacia econômica da colônia.
Interiorização da colônia
Ocorreu um dinamismo nas atividades econômicas da colônia, voltadas tanto para o
mercado interno como o externo. Além disso, ocorreu o processo de deslocamento de
colonos para o interior, graças a pecuária e da procura por especiarias no Sertão.
Portanto, foi importante para a consolidação da ocupação portuguesa em regiões dentro
do território brasileiro, além de ter ampliado as fronteiras da colônia. Dentro desse
tópico, podemos destacar a ação bandeirante, expedições para procurar riquezas no
interior, além da captura de nativos para vender no sistema escravagista e do ataque aos
quilombos. Mediante a isso, podemos destacar as expedições voltadas a descoberta de
metais preciosos, tendo como resultado a descobrimento do ouro em Vila Rica, o que
permitiu o início da atividade mineradora na colônia.
Séculos (XVI-XVIII) - Apogeu da mineração e revoltas
A colonização passou por um apogeu econômico graças a descoberta do ouro, a
exploração desse minério se estruturou em grandes unidades produtoras, conhecidas
como lavras, que demandava uma enorme quantidade de recursos em forma de
investimentos e mão de obra escravizada. É válido mencionar que foi à mercê da
exploração de africanos escravizados, responsáveis pelo árduo trabalho minerador e
obrigados a entregar grandes quantidades de ouro aos senhores; alguns chegavam ser
alforriados como recompensa. Diante desse cenário, houve muitas resistências, tendo
fugas constantes com a criação de quilombos nas áreas interioranas.
1702 e 1720 – Intendência das Minas e Casas de Fundição
Formas administrativas de Portugal controlar a exploração do mineral, com a cobrança
do quinto da produção e forte controle da produção. Além de já apresentar sinais de
declínio lucrativo para Portugal da atividade mineradora.
1703 – Tratado de Methuen
Importante acordo entre Portugal e a Inglaterra, conhecido como “tratado dos panos e
vinhos”, que acabou por provocar o desenvolvimento industrial tardio do país devido a
enorme dívida portuguesa perante o capital inglês. Essa dívida e dependência seria uma
das heranças coloniais para o Estado brasileiro pós-independência.
Rebeliões na colônia portuguesa
Indicativos da insatisfação dos colonos com os interesses metropolitanos, apesar de não
reivindicarem independência.
1. Revolta de Beckman (1684-1685) - Maranhão
2. Guerra dos Emboabas (1707-1709) – Minas Gerais
3. Guerra dos Mascates (1710-1711) - Pernambuco
4. Revolta de Vila Rica (1720) – Ouro Preto
Referências bibliográficas:
VICENTINO, Cláudio. Olhares da história: Brasil e mundo / Cláudio Vicentino, José
Bruno Vicentino; colaboração de Saverio Lavorato Junior. - 1. Ed. – São Paulo:
Scipione, 2016.