Teoria Geral da Estupidez

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TEORIA GERAL DA ESTUPIDEZ

Article · April 2023

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Victor Amaro Burity da Silva


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TEORIA GERAL DA ESTUPIDEZ

Vítor Burity da Silva

Resumo

Neste artigo, apresentamos uma visão geral da teoria geral


da estupidez, proposta pelo economista italiano Carlo M.
Cipolla em seu ensaio "As Leis Fundamentais da
Estupidez Humana". Segundo Cipolla, a estupidez é uma
força universal e constante que afeta a história humana e
a sociedade, e que pode ser medida e classificada de
acordo com quatro leis básicas. Discutimos as implicações
e limitações desta teoria, bem como algumas críticas e
possíveis aplicações.

Palavras-chave

Estupidez, inteligência, comportamento humano, leis de


Cipolla.

Introdução

A estupidez é um conceito difícil de definir e quantificar,


mas parece estar presente em todas as épocas e culturas. O
que torna uma pessoa estúpida? Como a estupidez afeta o
indivíduo e a coletividade? Existe uma maneira de

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prevenir ou combater a estupidez? Estas são algumas das
questões que motivaram o economista italiano Carlo M.
Cipolla (1922-2000) a elaborar uma teoria geral da
estupidez, que expôs no seu famoso ensaio "As leis
fundamentais da estupidez humana", publicado
originalmente em 1976.

Cipolla foi um renomado historiador econômico,


professor da Universidade da Califórnia em Berkeley e da
Universidade de Pavia, na Itália. Ele estava interessado em
uma variedade de tópicos, como a história do dinheiro,
população, tecnologia e cultura. No seu ensaio sobre a
estupidez, demonstrou o seu sentido de humor e a sua
capacidade de síntese propondo uma teoria simples e
provocadora sobre um fenómeno complexo e universal.

Desenvolvimento

A teoria geral da estupidez de Cipolla baseia-se em quatro


leis fundamentais, que ele enuncia da seguinte forma:

1. Sempre e inevitavelmente cada um de nós


subestima o número de indivíduos estúpidos que
circulam pelo mundo.

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2. A probabilidade de uma pessoa ser estúpida é
independente de qualquer outra característica da
mesma pessoa.
3. Uma pessoa é estúpida se causa danos a outras
pessoas ou grupo de pessoas sem qualquer
vantagem para si mesma, ou mesmo sofrendo
danos.
4. As pessoas não estúpidas subestimam sempre o
potencial nocivo das pessoas estúpidas; As pessoas
não estúpidas esquecem-se constantemente de que,
em qualquer momento e lugar, e em qualquer
circunstância, tratar ou associar-se a indivíduos
estúpidos revela-se invariavelmente um erro
dispendioso.

A partir dessas leis, Cipolla elaborou um gráfico


bidimensional, onde o eixo horizontal representa os
benefícios ou danos que uma pessoa causa a si mesma, e o
eixo vertical representa os benefícios ou danos que uma
pessoa causa a outras. Neste gráfico, ele identificou quatro
tipos básicos de pessoas:

• Os inteligentes são aqueles que agem de forma a


beneficiar a si mesmos e aos outros. Eles estão no
quadrante superior direito do gráfico.

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• Os maus: são aqueles que agem de uma forma que
beneficia a si mesmos à custa dos outros. Eles estão
no quadrante inferior direito do gráfico.
• Os ingênuos: são aqueles que agem de forma a
prejudicar-se em benefício dos outros. Eles estão no
quadrante superior esquerdo do gráfico.
• Os estúpidos: são aqueles que agem de forma a
prejudicar a si mesmos e aos outros. Eles estão no
quadrante inferior esquerdo do gráfico.

Cipolla argumentou que os estúpidos são os mais


perigosos de todos os tipos, pois causam danos sem
motivo ou benefício, e são imprevisíveis e irracionais. Ele
também afirmou que a proporção de estúpidos é constante
em qualquer grupo humano, e que não depende de fatores
como inteligência, educação, classe social, gênero ou raça.
Ele sugeriu que a única maneira de lidar com os estúpidos
é evitá-los ou isolá-los, pois são incorrigíveis e
incontroláveis.

Conclusão

A teoria geral da estupidez de Cipolla é uma tentativa de


explicar e classificar um aspeto do comportamento
humano que tem implicações significativas para a história
e a sociedade. Embora seja uma teoria humorística e

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simplista, contém algumas verdades e perceções que
podem ser úteis para compreender e prevenir os efeitos
nocivos da estupidez. No entanto, também tem suas
limitações e críticas, pois não leva em conta a
complexidade e a diversidade de motivações,
circunstâncias e consequências das ações humanas. Além
disso, pode ser usado de forma abusiva ou discriminatória
para rotular ou desqualificar pessoas ou grupos que
discordam ou divergem de padrões dominantes ou
desejados.

Citações

• "A estupidez é uma variável independente."


(Cipolla, 1976, p. 11)
• "O estúpido é o tipo de pessoa mais perigoso que
existe." (Cipolla, 1976, p. 15)
• "A fração de estúpido é constante em qualquer
população humana." (Cipolla, 1976, p. 17)

Referências

• Cipolla, C. M. (1976). As leis fundamentais da


estupidez humana. Lisboa: Edições 70.

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