Fundamentos Teóricos e Legais Da Educação Básica

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Fundamentos Teóricos e Legais da Educação Básica - Giseli Novelli

Giseli Novelli

Fundamentos Teóricos e
Legais da Educação Básica
Fundamentos Teóricos e Legais da Educação Básica - Giseli Novelli

FUNDAMENTOS TEÓRICOS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO


BÁSICA

Olá pessoal!

A Gestão Democrática nos Sistemas de Ensino do é um dos princípios postos na Constituição


de 1988e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96. Este princípio se refere
a todo o siste-ma de ensino e para todas as instituições da Educação Básica nas etapas
da Educação Infantil, doEnsino Fundamental e do Ensino Médio. Portanto, todas as escolas
básicas devem ser administradastendo como princípio relações democráticas.

Em relação as escolas públicas estas devem respeitar este princípio organizando sua
administraçãodemocraticamente em conjunto com a comunidade escolar - professores
e professoras, alunos ealunas, pais e mães, familiares, comunidade escolar, equipe gestora,
equipes administrativas e to-dos os demais funcionários públicos ou prestadores de serviços
– são ativos e considerados sujeitos das decisões que envolvem a vida escolar. Estas
decisões devem ser coordenadas pelos membros da comunidade escolar valorizando a
participação de todos, a participação social.

A gestão democrática do sistema de ensino e das escolas visa a garantia da qualidade


da aprendizagem, por meio de atividades que considerem todos os protagonistas da
escola mediadores desse processo e de realizar uma educação emancipatória e que
fortaleça a cidadania.

Este é o tema que vamos tratar neste curso.


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Objetivos específicos
1. Analisar o Princípio da Gestão Democrática na Educação.
2. Compreender o processo de construção da Gestão Democrática no Sistema
de EnsinoBrasileiro e na Escola Básica.
3. Perceber os instrumentos e os elementos básicos para a efetivação da Gestão
Democráticana Escola Básica.

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Temas abordados nesse

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 4

1. PRINCÍPIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA. .................................................................. 4

1. 1 Educação Democrática e Gestão Democrática: o papel da Escola Básica. ...... 6

2. CONSOLIDAÇÃO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA BÁSICA ....................... 7

2. 1 Projeto Político Pedagógico ..................................................................................... 8

2. 2 Conselho de Escola ............................................................................................. 9

CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................. 10

MAPA MENTAL .................................................................................................................. 12

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 13
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INTRODUÇÃO
Neste curso o objetivo apresentar os encontros e desencontros na e para a efetivação da
gestão democrática no sistema de ensino da Escola Básica.

A Gestão Democrática é um princípio do sistema de ensino brasileiro e um modo de


gerência deste e das escolas, mas que não se restringe a uma técnica com passos
definidos a priori e com metas estabelecidas para seu alcance. Apesar de ser necessário
ter um planejamento pensado e refletido para que se efetivem relações que prezem pelo
diálogo e pela participação, a administração de instituições educativas de um modo
democrático fundamenta-se em participação e transparência.

A escola brasileira não apresenta o estabelecimento de relações administrativas


democráticas no seu histórico, assim sendo, realizar uma gestão com esses fundamentos
exige compreender que esta é um desafio para todos os educadores que estão na
escola.

Os princípios estabelecidos na Lei Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lei 9.394 de


1996, que são norteadores de toda a organização da Escola Básica brasileira, apresenta
as entradas que estrutu- ram os modelos administrativos de gestão escolar.

Neste curso vamos refletir sobre os princípios que estruturam a democracia escolar, bem
como a contextualização do histórico dos debates e ações que definiram a gestão
democrática como um dos princípios posto na legislação e também os encontros e
desencontros que teóricos e estudiosos do tema nos apresentam e que colaboram para
a efetividade e operacionalização dessa política na educação e no dia a dia da escola.

1. PRINCÍPIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA.


A atual LDB, 9.394 de 1996, é promulgada em um momento de abertura democrática da
sociedadebrasileira, em um momento de transição após a Ditadura Militar entre 1964 e 1985
– fato importante para compreender as atuais condições da efetivação da gestão
democrática no sistema de ensinoe na Escola Básica.

A Constituição Federal de 1988 defini a “gestão democrática do ensino público, na forma


da lei”como um de seus princípios:

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a
arte e osaber;
III. pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e
coexistência deinstituições públicas e privadas de ensino;
IV. gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
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V. valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma


da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso
público de provas e títulos, aos das redes públicas;

VI. gestão democrática do ensino público, na forma da lei; (grifo nosso)

VII. garantia de padrão de qualidade;

VIII. piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação


escolar pública, nos termos de lei federal.

IX. Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores


considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de
prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no
âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (BRASIL,
1988, p.8)

Em 1996 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394 reforça esse princípio:

Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:


I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
pensamento, a arte e o saber;
III. pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
IV. respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V. coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI. gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

A LDB 9.394/96 acrescenta na sua redação “e da legislação do sistema de ensino” (Art. 3º,
Inc. VIII),como percebe-se nas citações acima. É importante perceber este destaque, uma
vez que o proces-so de gestão democrática deve ocorrer não só nas escolas, mas também
em todo o sistema de en-sino. E isto envolve todo o sistema que organiza a educação no
país, tanto o sistema público como o sistema privado de ensino. Em relação a essa questão,
Gracindo (2007) alerta que:

“... a gestão democrática se estende desde os sistemas de ensino até as


escolas. Nesse sentido, é preciso que façamos uma reflexão de como
devem se organizar,tanto as secretarias e redes de ensino, quanto as escolas,
para a concretização deste princípio que rege o ensino, viabilizando a
participação dos diversos segmentos da escola e da comunidade na
delimitação das políticas de educação que sedesenvolvem em ambos
os locais – escolas e sistemas.(p.13)

Gracindo (2007) destaca, portanto, a importância de se estudar o processo de gestão da


educação,pois este, segunda ela não é um processo qualquer e faz referência não só a
escola, mas a gestãodemocrática nos sistemas de ensino. Para a referida autora “... tanto a
Constituição Federal, quanto a LDB, falam em “ensino público” e não em “escolas públicas”.”
(GRACINDO, 2007, P.13). Isso significaque cabe prestar atenção a interpretação da lei. Ela

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diz:

Portanto, se entendemos que o ensino público é sinônimo de escola


pública,então a gestão democrática está mesmo restrita à escola pública.
No entanto, seentendemos que o ensino público envolve tanto as escolas,
como os sistemas de ensino, isto é, as redes e Secretarias de Educação,
então, podemos falar também em gestão dos sistemas de ensino.
(GRACINDO, 2007, P.13).

A importância dessa distinção é a de que se consideramos que a gestão democrática se


estende atodo sistemas de ensino, escolas públicas terão sua gestão pautadas nesse
processo e as escola privadas necessitam ser orientadas e supervisionadas também por
este princípio, ou seja, o de par-ticipação da comunidade na organização da escola e do
papel e das funções da escola, bem comode todo sistema, público e privado.

1. 1 Educação Democrática e Gestão Democrática: o papel da Escola Básica.


A relação entre educadores e educadoras e alunos e alunas é o que há de mais importante
na consti- tuição da gestão democrática na escola, uma vez que é nesse espaço que se
celebra a aprendizagem, segundo Vitor Henrique Paro (1998). Para o referido autor é na
relação entre sujeitos, donos de sua subjetividade, na relação entre educadores e
educadoras e seus alunos e alunas que ocorre a cons-trução da emancipação humana,
espaço onde se consolida relações e que se constitui a humanidadee sendo assim, o papel
da gestão democrática é garantir a prática dessa construção emancipadora.

Para Paro (1998), existem bases fundantes para a realização da Gestão Democrática. De
acordo comele é fundamental compreender que a gestão democrática é uma gestão
compartilhada, e que sófará sentido se a prática social qualificar um processo educativo
que construa, como já dito na fraseacima, a transformação emancipatória.

Atenção
A fala do Professor Vitor Henrique Paro sobre a gestão democrática na
escola encontra-se nos vídeos em destaque a seguir:
https://www.youtube.com/watch?v=pGG3Or2Wh
https://www.youtube.com/watch?v=5n88ET1V1lI

Em ambos Paro (2014) nos alerta que não basta organizar instâncias coletivas, que em
termos deestrutura organizacional sejam realidade dentro da escola, como por exemplo, o
Conselho de Clas-se, o Conselho de Escola, Associação de Pais e Mestres.

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O papel da escola é, segundo ele (2014), é propiciar condições para que o aluno aprenda,
logo, paraele devemos questionar o papel da democracia na escola e a relação entre o
educador, a educadorae o aluno e a aluna, constituindo-se está a partir do respeito entre
ambos. Neste ponto específico,Paro (2014) afirma que é preciso ter disposição dentro da
escola e que apesar de em termos organi- zacionais a escola poder ter estas instancias
constituídas, as mesmas não se realizaram como partede uma gestão democrática se as
relações subjetivas que nela se realizam também não o forem.Logo, Paro (2014) destaca
que as instancias coletivas devem priorizar a participação coletiva e todosdevem saber qual
seu objetivo – o objetivo da escola.

Essas instâncias são instâncias políticas, local de sujeitos, local de participação. Paro (2014a)
afirma que a convivência nessas instâncias políticas pode ser autoritária, quando um
domina o outro e impede o diálogo e a manifestação das subjetividades.

2. CONSOLIDAÇÃO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA BÁSICA.


A LDB 9.394/96 afirma nos seus artigos 14 e 15 princípios para a participação na gestão
democrática e também graus progressivos de autonomia pedagógica, administrativa e
financeira. Vejamos o texto:

Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do


ensino público na educação básica, de acordo com as suas
peculiaridades e conforme osseguintes princípios:
I. participação dos profissionais da educação na elaboração do
projeto pedagógico da escola;
II. participação das comunidades escolar e local em conselhos
escolares ou equivalentes.

Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares


públicas de educação básica que os integram progressivos graus de
autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira,
observadas as normas gerais de direitofinanceiro público. (BRASIL, 1996, p.3).

Observando o texto dos artigos citados acima percebemos que, como já apresentado no
item ante- rior por meio da análise de Vitor Paro (2014), a escola deve refletir sobre a
participação de todos e todas que a estabelecem, garantindo espaços para atuação.

No artigo 14º. as normas dessa participação são explicitadas e o Projeto Pedagógico da


escola ga- nha destaque e exige uma construção coletiva. O referido artigo também
apresenta a exigência da organização de Conselhos Escolares e demais espaços
equivalentes que administrativamente sejam parte da escola.

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A seguir o artigo 15º. complementa o artigo anterior ao destacar a autonomia e a


necessidade desta formatar as três instâncias administrativas da escola: a pedagógica; a
administrativa; a financeira.

Em relação a gestão e consolidação da gestão democrática da escola pedagógica é


importante frisar então o papel fundamental das três instâncias citadas acima e refletir
sobre ele nos próximos itens:

• em relação a parte pedagógica: o Projeto Político Pedagógico.


• em relação a parte administrativa: os Colegiados.
• em relação a parte financeira: a Associação de Pais e Mestres.

Os três exemplos citados a seguir, segundo a lei, devem estar ocorrendo em cada unidade
educa- cional escolar. A participação ativa na construção do Projeto Político Pedagógico
da escola, a parti- cipação na organização administrativa nos Colegiados e a participação
nas decisões dos gastos de verbas são, principalmente, nas escolas públicas uma realidade.

Pense comigo
Analisando os três exemplos citados para a democratização da Escola
Básica, Projeto Político Pedagógico; Colegiados Deliberativos; Decisões
Financeiras; responda:
• Qual deles você analisa como sendo o mais atuante na escola, pensando nesta como seu
lugar de trabalho ou como local de estudo?
• Você sabe quais as especificidades de cada um deles?

Saiba mais
Para colaborar na resposta acesse o link abaixo sobre Gestão Democrá-
tica e Autonomia Pedagógica.
https://www.youtube.com/watch?v=2jO9LMgS86E

2. 1 Projeto Político Pedagógico.


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O Projeto Político Pedagógico (P.P.P.) deve ser pensado e construído pela própria escola e
tem a fi-nalidade de relacionar o político ao pedagógico, direcionando e melhorando a
organização interiorda escola. E, de acordo com a atual legislação, fortalecer a gestão
democrática da escola básica.

Todo Projeto Pedagógico é um projeto Político por representar um movimento participativo


de to- dos os integrantes da comunidade escolar na construção de uma prática
contínua de reflexão ediscussão das diversas questões administrativas da escola. Por isso,
só é possível entender o PPPcomo um instrumento fundamental na construção da gestão
democrática.

De acordo com Moacir Gadotti (2016), a escola atual existe uma preocupação com o
projeto da escola, com os planos de ensino, com o planejamento e também com a
avaliação. Para o referido autor podemos considerar esse fato como positivo, mas é
necessário ir mais além e perceber a di-mensão política desses conceitos, compreendendo
que não há neutralidade nas ações escolares. Por isso, segundo Gadotti (2016), é
extremamente enfatizar a dimensão política do projeto pedagógico ao destacarmos o
mesmo como “político-pedagógico”.

A construção do PPP é para Gadotti (2016) um desafio político, cultural e estrutural. É


necessário, segundo ele, enfrentar mudanças estruturais e também intervir nas relações
sociais e humanas que se estabelecem dentro de uma dada cultura escolar que apresenta
escolhas diferentes ou melhorque valoriza determinados saberes em relação a outros.

Gadotti (2016) compreende a escola como um local de relações socioculturais e faz um


destaque muito significativo sobre a construção do PPP e a função social da escola. Ele
cita Florestan Fernan- des para colaborar na reflexão. Vejamos suas palavras:

Florestan Fernandes (1920-1995) costumava repetir que a escola não


educava para a cidadania. Ele dizia que a estrutura de poder no Brasil era
arcaica e mantida pela classe dominante que barrava a consciência
crítica do povo. Essa estrutura político-social e econômica ainda é
dominante. Mas, a mesma sociedade que cria essa estrutura cria também
a sua reação. A contradição social existe. Por isso encontramos motivos para
ser otimistas. Um deles é o surgimento de uma escola cada vez mais
comprometida com um projeto político-pedagógico voltado para a
educação para e pela cidadania. (GADOTTI, 2016, p. 12).
O destaque dado a citação acima se realizou para frisar neste texto que a construção da
gestão democrática na Escola Básica e na sociedade brasileira não é algo mágico que
será realizado por meio de determinações postas na legislação. A construção do PPP é
uma constante reflexão sobre a estrutura social e econômica na qual encontra-se inserida
a escola e a clareza de que sem um movimento político cotidiano e planejado, refletido,
as transformações para o que se encontra pos- to na legislação não passarão de uma
mera prescrição.

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2. 2 Conselho de Escola.
O Conselho de Escola é um órgão colegiado que tem como função envolver a
comunidade no con- trole da gestão escolar, uma vez que representa a descentralizar da
gestão pública inserindo a po- pulação civil nas tomadas de decisões de questões que
historicamente eram exclusivas do Estado. O Conselho Escolar é o lócus de discussão e de
participação do debate das diversas questões que estão presentes no cotidiano escolar.

Para que o Conselho de Escola se efetive é importante destacar que sua existência em si
não ga- rante que a gestão da escola ocorra democraticamente, pois em uma sociedade
autoritária e não horizontalizada como a nossa podemos afirmar que existe a necessidade
de elaborar um planeja- mento que considere a participação como uma capacidade
em construção dentro e fora dos limites da escola.

O que devemos considerar é a existência de “... potencialidades e obstáculos da


participação da po- pulação na gestão das escolas públicas...”. (PARO, 1992, p.4).

Em relação aos obstáculos, Paro afirma a existência de tais mecanismos dentro da escola
como o Conselho de Escola, que deveria “... propiciar a participação mais efetiva da
população nas ativida- des da escola, parece não estar servindo satisfatoriamente a essa
função, em parte devido a seu caráter formalista e burocratizado. “(PARO, 1992, p. 5).

Paro (1992) nos ajudar a compreender que para os Conselhos de Escola se efetivarem
plenamente alguns condicionantes internos e externos a escola deve ser estudados,
refletidos e ser conteúdo dareflexão pela gestão democrática. São eles:

Condicionantes internos:

• materiais: condições objetivas de trabalho e de relação presentes nas escolas.


• institucionais: organização formal da escola relacionado a cargos hierárquicos
e seus provimentos e também relacionado a existência de mecanismos de
participação coletiva,como o próprio Conselho de Escola.
• político-sociais: diferentes interesses dos grupos participantes da escola e
necessidade de reconhecer a sua diversidade e legitimidade dos mesmos.
• ideológicos: diferentes concepções e crenças individuais e dos grupos que
compõem aescola.

E condicionantes externos:

• econômicos-sociais: condições objetivas de vida da população relacionadas a


trabalho, tempo, renda, meios de vida como moradia, transporte, entre outros.
• culturais: sobre à visão, interpretação, que a comunidade tem sobre a escola e
sobre a suaparticipação na mesma.
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• institucionais: relacionada aos movimentos sociais organizados na


comunidade e suaparticipação na vida escolar.

O fortalecimento dos Conselho de Escolas depende segundo Paro da análise de cada


um desses condicionantes, da realidade de cada escola, e do envolvimento da
comunidade para potencializar ou minimizar a atuação dos mesmos na e para a
efetividade da gestão democrática. Capacidade interna da escola, que de acordo com
Paro (1992), precisa ser construída.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394 em 1996
percebe-seque um novo paradigma administrativo é proposto para a organização da
administração escolar. Em 1996 o momento político era de intenso debate sobre a
construção de uma sociedade democrá-tica. A autonomia e a participação são pilastras
básicas das propostas que se constituem de orga- nização escolar e, a partir de então,
para tal, se faz necessário uma organização colegiada.

O fato mais interessante da gestão colegiada e autônoma é a responsabilidade. A partir


do momen- to que a comunidade escolar define seu espaço e as ações são delegadas,
iniciativa e responsabili- dade são novas exigências para a redistribuição de poderes
decisórios dentro da escola.

Mas, se o objetivo é a descentralização dos processos decisórios cabe perguntar se este


se efetivou desde a promulgação da LDB em 1996?

No decorrer do texto apontamos algumas dificuldades para a consolidação da gestão


democrática no cotidiano escolar. Inúmeros são os aspectos a serem repensados e
superados, mas o caminho e o objetivo já estão postos.

Cabe questionar como se apresenta a atuação e participação da comunidade local e


perceber o que deve ser revertido para a consolidação da gestão democrática na escola,
em uma análise conscien- te de nossa herança de escola e de Estado autoritário,
superando limites e construindo possibilida- des de participação – da participação na
constituição do Projeto Político Pedagógico, do Conselho de Escola e do uso dos Recursos
Financeiros.

Esse é um trabalho cotidiano de construção do Estado Democrático e da Escola Básica

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Democrática.
CONSTITUIÇÃO DE LDB 9.394 DE 1996
1988

ART. 206
GESTÃO Art. 3º
VI - gestão DEMOCRÁTICA
democrática do VIII - gestão
ensino público, na
NA ESCOLA democrática do ensino
forma da lei. BÁSICA público, na forma desta
Lei e da legislação dos
sistemas de ensino.

É importante notar que o


processo de gestão
democrática deve ocorrer não
só nas escolas, mas também
em todo o sistema de ensino

Gestão
– Democráti
Educação ca
Democráti
ca

LDB 9.394/96 afirma nos seus artigos 14 e 15


princípios para a participação na gestão
democrática e também graus progressivos de
autonomia pedagógica, administrativa e

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REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em
<http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.htm>. Acesso em 06 de
fevereiro de 2019.

. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394. 20 de dezembro de 1996.


Dispo-nível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em 04 de fevereiro
de 2019.

GRACINDO, Regina Vinhaes. Gestão democrática nos sistemas e na escola. – Brasília:


Universidade de Brasília, 2007. 72 p. Disponível em: <
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/11gesdem.pdf> . Acesso em 11 de fevereiro de 2019.

GADOTTI, Moacir. Dimensão política do projeto pedagógico da escola. Acervo Moacir


Gadotti. 2016. Disponível em <http://gadotti.org.br:8080/xmlui/handle/123456789/456>. Acesso
em 15 de fevereiro de 2019.

PARO, Vitor Henrique. Gestão da escola pública: a participação da comunidade. Revista


Brasileira deEstudos Pedagógicos. Brasília, v. 73, n. 174, p. 255-290, maio/ago. 1992.

. Gestão Democrática da Escola Pública. São Paulo: Ática, 1998.

. O que caracteriza uma escola democrática?. Gestão Escolar – 31.


Youtube, 13 de agosto de 2014. Disponível em
<https://www.youtube.com/watch?v=pGG3Or2Wh>. Acesso em: 11 de fevereiro de 2019.

. Gestão escolar e as várias facetas do espaço escolar. Nós da


Educa- ção - Vitor Henrique Paro (parte 1 de 3).TV Paulo Freire. Youtube, 17 de junho de 2014a. <
https://www.youtube.com/watch?v=5n88ET1V1lI >. Acesso em: 11 de fevereiro de 2019.

UNIVESP. Gestão Democrática e Autonomia Pedagógica (Parte 1/2). Youtube, 02 de junho


de 2010. <
https://www.youtube.com/watch?v=2jO9LMgS86E>. Acesso em: 12 de fevereiro de 2019.

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