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Estruturas das Bactérias:
A parede celular permite à célula bacteriana, resistir à variações osmóticas do
ambiente. A membrana celular em bactérias é formada, exclusivamente, por fosfolipídeos. 1. Gram-positivas: o Parede celular espessa composta por peptidoglicano (mureína). o Presença de ácidos teicoicos que ajudam na rigidez estrutural. o Ausência de membrana externa. o Retêm o corante cristal violeta, aparecendo roxas no teste de Gram. 2. Gram-negativas: o Parede celular mais fina com menos peptidoglicano. o Possuem uma membrana externa rica em lipopolissacarídeos (LPS), importante para a toxicidade e resistência. o Presença de proteínas porinas na membrana externa, que regulam a entrada de moléculas. o Não retêm o cristal violeta e, após descoramento, ficam vermelhas devido à safranina. Bactérias gram positivas e gram negativas absorvem de maneira idêntica o cristal violeta e o lugol. O álcool etílico que faz a diferenciação descolorindo apenas as gram negativas que posteriormente recebem coloração vermelha por conta da Safranina. Enterobactérias apresentam necessidades nutricionais simples, fermentam a glicose, reduzem nitrato, e são catalase e oxidase positivas. Biofilme O biofilme é uma estrutura complexa formada por microrganismos aderidos a uma superfície, cercados por uma matriz extracelular que eles mesmos produzem. Os biofilmes podem ou não ser formados por microorganismos patogênicos. Glicocálice O glicocálice é a camada externa presente em muitos microrganismos, composta principalmente por polissacarídeos, que pode variar em organização. Tipos de Glicocálice: 1. Cápsula: o Estrutura bem organizada e firmemente ligada à parede celular. o Ajuda na proteção contra fagocitose e aumenta a virulência de patógenos como Streptococcus pneumoniae. 2. Camada Limosa (Slime Layer): o Estrutura menos organizada e mais facilmente removível. o Contribui para a formação de biofilmes ao facilitar a adesão a superfícies. Funções do Glicocálice: 1. Proteção: o Contra desidratação, fagocitose e ação de antibióticos. 2. Adesão: o Permite que microrganismos se fixem a superfícies, essencial para a formação de biofilmes. 3. Armazenamento de Nutrientes: o Pode atuar como uma reserva de energia para o microrganismo. Relação entre Biofilme e Glicocálice • O glicocálice é uma das primeiras estruturas envolvidas na formação de biofilmes. Ele facilita a adesão inicial dos microrganismos e contribui para a coesão estrutural do biofilme. • A presença de glicocálice aumenta a resistência do biofilme, tanto a agentes antimicrobianos quanto a respostas do sistema imunológico. Taxonomia Bacteriana Staphylococcus Aureus é uma bactéria esférica, do grupo dos cocos gram- positivos, frequentemente encontrada na pele e nas fossas nasais de pessoas saudáveis. Contudo pode provocar doenças, que vão desde uma simples infecção até infecções graves. Os Quatro Postulados de Koch Os Postulados de Koch, permitiram reconhecer que muitas doenças tem origem microbiana. Bactérias e fungos quando virulentos, se manifestam nas cobaias susceptíveis, assim como fizeram nos hospedeiros de onde foram isolados. Os microorganismos isolados de feridas só podem reproduzir doenças em cobaias quando são virulentos. 1. Presença constante do microrganismo em indivíduos doentes: o O microrganismo suspeito deve estar presente em todos os casos da doença. o Ele não deve ser encontrado em indivíduos saudáveis. o Exemplo: Mycobacterium tuberculosis foi consistentemente encontrado nos pulmões de pacientes com tuberculose. 2. Isolamento e cultivo do microrganismo em cultura pura: o O microrganismo deve ser isolado do organismo doente e cultivado em laboratório em uma cultura pura. o Isso confirma que ele pode sobreviver e se reproduzir fora do hospedeiro. o Exemplo: Koch desenvolveu técnicas de cultura em ágar para isolar bactérias como o Bacillus anthracis. 3. Inoculação experimental deve reproduzir a doença: o Quando o microrganismo isolado é introduzido em um organismo susceptível (hospedeiro saudável), ele deve causar a mesma doença observada no hospedeiro original. o Exemplo: Koch demonstrou que animais inoculados com Bacillus anthracis desenvolviam o antraz. 4. Reisolamento do microrganismo a partir do organismo experimental: o O microrganismo deve ser recuperado do organismo infectado experimentalmente e identificado como sendo o mesmo isolado inicialmente. o Essa etapa confirma que o microrganismo foi o agente causal. Importância Histórica Os postulados foram um marco na história da microbiologia e ajudaram a: • Demonstrar que doenças eram causadas por microrganismos específicos, refutando teorias como o miasma. • Fornecer uma abordagem sistemática para identificar agentes etiológicos. • Estabelecer a base para o desenvolvimento de vacinas e tratamentos. Biossegurança A biossegurança refere-se ao conjunto de medidas destinadas a prevenir riscos inerentes às atividades dos laboratórios de assistência, ensino, pesquisa e desenvolvimento tecnológico, que possam comprometer a saúde dos profissionais e o meio ambiente. Os Quatro Níveis de Biossegurança (Nível de Contenção Biológica) Os níveis de biossegurança (NBs) variam de 1 a 4, sendo definidos com base no grau de risco dos agentes biológicos e no tipo de proteção necessária. 1. Nível de Biossegurança 1 (NB-1): • Risco: Baixo. o Agentes que não causam doenças em humanos saudáveis. o Exemplos: Escherichia coli não patogênica, Bacillus subtilis. • Instalações: o Bancadas simples de trabalho. o Lavatórios próximos ao local de trabalho. • Práticas: o Equipamentos de proteção individual (EPIs), como jalecos e luvas. o Regras básicas de higiene (ex.: lavar as mãos). • Objetivo: Proteção básica contra agentes de baixo risco. 2. Nível de Biossegurança 2 (NB-2): • Risco: Moderado. o Agentes que podem causar doenças leves ou moderadas; geralmente há tratamento disponível. o Exemplos: Salmonella spp., vírus da hepatite A, B e C. • Instalações: o Bancadas com cabines de segurança biológica (Classe II). o Acesso restrito ao laboratório. • Práticas: o Manipulação com equipamentos específicos. o Descontaminação de materiais antes do descarte. • Objetivo: Proteção contra agentes que apresentam risco moderado. 3. Nível de Biossegurança 3 (NB-3): • Risco: Alto. o Agentes que podem causar doenças graves ou fatais por transmissão respiratória; geralmente há tratamento limitado. o Exemplos: Mycobacterium tuberculosis, vírus da febre amarela, Francisella tularensis. • Instalações: o Laboratórios fechados com controle rigoroso de acesso. o Sistemas de ventilação específicos (fluxo de ar negativo). • Práticas: o Uso de máscaras respiratórias e trajes de proteção completos. o Descontaminação obrigatória de todos os materiais e superfícies. • Objetivo: Prevenir a exposição de trabalhadores e o escape de agentes para o ambiente.
4. Nível de Biossegurança 4 (NB-4):
• Risco: Máximo. o Agentes altamente perigosos que causam doenças fatais e não possuem tratamento ou vacina. o Exemplos: Vírus Ebola, vírus da febre de Lassa, vírus da varíola. • Instalações: o Laboratórios isolados, geralmente em edificações exclusivas. o Sistemas de contenção máxima (pressurização, câmaras de arlock, fluxos de ar HEPA). • Práticas: o Uso de trajes de contenção total com sistema autônomo de respiração. o Procedimentos rigorosos de entrada e saída do laboratório. • Objetivo: Conter agentes extremamente perigosos e prevenir qualquer exposição. Fases do Crescimento Microbiano O crescimento microbiano pode ser dividido em quatro fases principais: Lag, exponencial, estacionária e de morte. Na fase lag, os microorganismos se adaptam ao novo ambiente. A fase exponencial é caracterizada por um rápido aumento na população. A temperatura é um dos parâmetros mais importantes para controlar o crescimento microbiano. 1. Fase Lag (ou de adaptação) • Descrição: o Os microrganismos estão se adaptando ao novo ambiente. o Não há aumento significativo no número de células. o A atividade metabólica é alta, com síntese de enzimas e outros componentes necessários para o crescimento. • Importância: o Prepara as células para as condições do meio, ajustando-se ao pH, temperatura e disponibilidade de nutrientes. 2. Fase Log (ou exponencial) • Descrição: o As células começam a se dividir rapidamente em uma taxa exponencial. o O crescimento é constante e atinge o máximo, dependendo das condições ideais. o A relação entre o tempo e o aumento da população é linear em escala logarítmica. • Importância: o Período ideal para estudos de metabolismo e produção de biomassa ou metabólitos. 3. Fase Estacionária • Descrição: o O crescimento desacelera devido à limitação de nutrientes, acúmulo de resíduos tóxicos ou falta de espaço. o A taxa de divisão celular é igual à taxa de morte celular. • Importância: o Muitos microrganismos começam a produzir compostos secundários, como antibióticos, nesta fase. 4. Fase de Declínio (ou morte) • Descrição: o O número de células mortas supera o número de células vivas. o O ambiente torna-se desfavorável devido à escassez de nutrientes e acúmulo de substâncias tóxicas. • Importância: o Fase que pode ser usada para estudar mecanismos de morte celular ou respostas a estresses ambientais. Antimicrobianos Às vezes, ocorre uma confusão entre os termos desinfetante e antisséptico. Na verdade, ambos servem para desinfecção. Mas a diferença é que os antissépticos são próprios para uso na pele enquanto que os desinfetantes servem para superfícies e objetos em geral. Infecções A infecção nosocomial é aquela contraída durante a permanência do paciente em um estabelecimento de saúde. Na infecção exógena, o patógeno vem do ambiente hospitalar, enquanto que na endógena, vem do próprio paciente. Infecção endógena do tipo primáriao patógeno, obrigatoriamente, é da flora normal do paciente. Infecções Exógenas • Origem: Causadas por microrganismos provenientes do ambiente externo. • Fontes de Infecção: o Contato com superfícies contaminadas. o Alimentos ou água contaminados. o Vetores, como mosquitos (Aedes aegypti para dengue). o Transmissão de pessoa para pessoa (ex.: gotículas respiratórias). • Exemplos: o Gripe (transmissão por gotículas respiratórias). o Salmonelose (alimentos contaminados). o Tétano (Clostridium tetani a partir de lesões). Infecções Endógenas • Origem: Causadas por microrganismos já presentes no corpo do hospedeiro, geralmente na microbiota normal, que se tornam patogênicos. • Causas: o Imunossupressão (ex.: infecção por Candida albicans em pacientes imunocomprometidos). o Ruptura de barreiras anatômicas (ex.: infecção urinária por Escherichia coli do intestino). o Alterações na microbiota devido ao uso de antibióticos, permitindo o crescimento de organismos oportunistas. • Exemplos: o Infecções de feridas cirúrgicas (bactérias da pele). o Infecção do trato urinário (translocação de bactérias do trato intestinal). Ciclo Lítico e Lisogênico dos Vírus Os ciclos lítico e lisogênico descrevem duas estratégias que os vírus usam para se replicar dentro de células hospedeiras. Esses ciclos são especialmente estudados em bacteriófagos (vírus que infectam bactérias), mas podem ser aplicados a outros tipos de vírus. Ciclo Lítico: • Objetivo: Replicação rápida do vírus, resultando na morte da célula hospedeira. • Etapas: 1. Adsorção: O vírus se fixa à superfície da célula hospedeira. 2. Penetração: Injeta seu material genético na célula. 3. Biossíntese: Usa o maquinário celular para replicar seu DNA/RNA e produzir proteínas virais. 4. Montagem: Novas partículas virais são formadas. 5. Liberação: A célula é rompida (lise), liberando os novos vírus. • Resultado: Morte da célula hospedeira e disseminação rápida do vírus. Ciclo Lisogênico: • Objetivo: Integração silenciosa do material genético viral no genoma do hospedeiro, permitindo replicação viral passiva por longos períodos. • Etapas: 1. Adsorção e Penetração: Semelhante ao ciclo lítico. 2. Integração: O DNA viral integra-se ao DNA da célula hospedeira, formando o profago. 3. Replicação Passiva: O DNA viral é replicado junto com o genoma da célula hospedeira durante a divisão celular. 4. Ativação (opcional): Sob estímulos como estresse celular, o vírus pode sair do genoma e entrar no ciclo lítico. • Resultado: A célula permanece viva enquanto o vírus está "adormecido". Diferenças Principais
Característica Ciclo Lítico Ciclo Lisogênico
Efeito na célula Destruição (lise) Integração do genoma viral
Objetivo viral Replicação rápida Latência e replicação a longo prazo
Exemplo Bacteriófago T4 Bacteriófago lambda
Esses ciclos representam diferentes estratégias adaptativas dos vírus para
sobrevivência e propagação em diferentes condições.