Trabalho de neuro sobre ataxia de Freidriech
Trabalho de neuro sobre ataxia de Freidriech
Trabalho de neuro sobre ataxia de Freidriech
Introdução:
Genética:
Patogênese
Epidemiologia
● Ataxia hereditária mais comum. Metade dos casos gerais de ataxia hereditária
e por até ¾ dos indivíduos < 25 anos.
● Genética que causa a ataxia atinge indivíduos de origem europeia, norte-
americana, do Oriente Médio ou indiana.
● Idade de início: geralmente adolescência, mas varia entre 2 a 70 anos.
● A idade de início é importante preditor da gravidade geral da doença e da
velocidade de progressão. A taxa de progressão varia inversamente com a
idade de início. Revisão de mais de 1100 pacientes:
- início precoce (0 a 7 anos): 324 pacientes - mediana de 790 repetições
GAA
- início típico (8 a 14 anos): 438 pacientes - mediana de 70 repetições
GAA
- início intermediário (15 a 24 anos): 234 pacientes - mediana de 500
repetições GAA
- início tardio (>25 anos): 119 pacientes - mediana de 250 repetições
GAA
Clínica (de azul sao coisas que deveríamos saber, pq ele deve perguntar)
● A ataxia (marcha instável e descoordenada) progressiva de todos os quatro
membros e da marcha é uma característica quase universal, geralmente se
manifestando na adolescência. resultado da degeneração das colunas
posteriores da medula espinhal (envolvidas tb na propriocepção) e do trato
espinocerebelar (transmite informações proprioceptivas do corpo para o
cerebelo) e cerebelo
● Os reflexos tendinosos profundos eventualmente são perdidos (arreflexia -
degeneração dos neurônios sensoriais nos ganglios das raízes dorsais com
interrupção do arco reflexo) em aproximadamente 90% dos pacientes, mas
podem ser preservados por um período prolongado em crianças mais jovens.
● Fraqueza motora envolvendo os pés e as pernas ocorre em até 88% dos
pacientes, seguida posteriormente por fraqueza nas mãos e braços.-
degeneração trato corticoespinhal
● A disartria cerebelar é uma característica comum.
● Perda sensorial nos membros distais afeta 73% a 92% dos pacientes,
envolvendo predominantemente propriocepção e senso de vibração,
(degeneração das colunas dorsais da medula- fibras do trato gracil e
cuneiforme) refletindo disfunção da coluna posterior da medula espinhal, bem
como neuropatia axonal dorsal e periférica sensorial. Sensações de dor e
temperatura (vias espinotalâmicas)geralmente são preservadas.
● A disfagia ocorre em 27% a 64% dos casos.
● Acuidade visual reduzida e atrofia óptica (13 a 30%) - degeneração nervos
opticos
● Anomalias nos movimentos oculares (nistagmo, perseguição suave sacádica,
jerks de onda quadrada) - atrofia cerebelar, especialmente no nódulo cerebelar
(responsável pela coordenação dos movimentos oculares). O
comprometimento das vias cerebelares pode causar nistagmo horizontal e
dificuldades nos movimentos oculares, como os jerks de onda quadrada, que
são movimentos rápidos involuntários. NC 3 4 6
● Perda auditiva (8 a 22%) - degeneração dos nervos auditivos NC8
● Disfunção da bexiga (23 a 53%) - afeta as vias nervosas autonomas
● Cifoescoliose é comum e pode preceder os sintomas neurológicos
■ Fisiopatologia: A cifoescoliose é uma curvatura anormal da
coluna vertebral que ocorre devido ao enfraquecimento e à
atrofia muscular. Na Ataxia de Friedreich, os músculos
responsáveis pela estabilidade da coluna podem sofrer
degeneração devido à neuropatia motora. O enfraquecimento
muscular, especialmente dos músculos posturais, resulta na
formação de curvaturas vertebrais anormais.
■ Consequência: Com a progressão da doença, pode ocorrer um
desvio da coluna, levando à cifoescoliose, uma condição
comum em pacientes com AF.
● Neuropatia motora (Pes cavus, equinovarus, dedos em martelo) - A
degeneração dos neurônios motores nos gânglios da raiz dorsal e na
medula espinhal causa a neuropatia motora. pes cavus (pé arqueado),
deformidades equinovarus (pé voltado para baixo e para dentro) e dedos
em martelo (dedos curvados).
● Neuroimagem e alterações cerebrais
● Fisiopatologia: A Ataxia de Friedreich é associada à atrofia da
medula espinhal, do tronco cerebral e, em estágios mais avançados,
de áreas do cérebro, incluindo o cerebelo e os núcleos da base. A
análise de imagens cerebrais, como ressonância magnética, pode
revelar essa degeneração, especialmente nas primeiras fases da
doença, quando a atrofia ainda é discreta.
● Consequência: As imagens mostram áreas de perda de volume
cerebral, indicando a degeneração progressiva dessas regiões.
● Dor torácica
● Palpitações devido a arritmias
● Sintomas de insuficiência cardíaca, como dispneia e intolerância ao
exercício
Outros estudos indicaram que pacientes afetados tendem a ter repetições mais
longas no alelo GAA. A gravidade da cardiomiopatia não parece correlacionar-se
com a função neurológica
Avaliação e diagnóstico -
● Teste genético para detectar a expansão no intron do gene frataxin que causa
a ataxia de friedreich deve ser feito em todos o pacientes com ataxia
cerebelar progressiva e e herança autossômica recessiva. Entre os pacientes
com sintomas de ataxia de Friedreich e vitamina E normal, a porção que NÃO
tem a expansão dos alelos no FXN é menor que 1%.
● Níveis altos de frataxin no sangue ou nas células da mucosa oral, retirados
para amostra em imunoensaio podem identificar indivíduos com ataxia de
Friedreich e portadores pré sintomáticos, sendo eficaz em casos raros em que
o teste genético não foi capaz de identificar a mutação patogênica .
● Quando o diagnóstico é incerto, os níveis de vitamina E devem ser dosados.
Os níveis em pacientes com ataxia de friedreich são normais.
● A ausência de atrofia cerebelar no ressonância magnética, também sugere
diagnóstico de ataxia de Friedreich.
● Anormalidades Eletrocardiográficas ou ecográficas também podem servir de
suporte para diagnóstico de ataxia de friedreich.
Diagnóstico diferencial
Gerenciamento
● Cuidados Antecipatórios:
- Programa de Terapia Ocupacional e Fisioterapia: Deve ser iniciado o mais
cedo possível, com ajustes ao longo do tempo para lidar com a perda
progressiva de equilíbrio e controle motor fino. Deve conter dispositivos
adaptativos para ajudar na deambulação e nas atividades diárias serão
necessários conforme a doença progride.
- Avaliação Cardíaca Anual: Todos os pacientes devem ser avaliados
anualmente quanto a sinais de arritmias e cardiomiopatia. Alguns
especialistas sugerem que a avaliação inicial inclua ecocardiografia e
ressonância magnética cardíaca, seguidas por monitoramento anual com
ecocardiografia e exames de ECG ambulatorial. Para pacientes com sintomas
cardíacos (como palpitações), o monitoramento ambulatorial com ECG ou
com gravador de eventos é recomendado. O monitoramento se torna mais
frequente à medida que o paciente envelhece.
- Avaliação da Deglutição: A deglutição deve ser monitorada no início e
conforme necessário ao longo do tempo, com terapia de fala e deglutição
para pacientes com disfagia ou risco de aspiração.
- Rastreamento de Escoliose: Pacientes com ataxia de Friedreich devem ser
avaliados anualmente para detectar escoliose, especialmente em crianças.
Para pacientes adultos, o rastreamento deve ser feito no momento do
diagnóstico e periodicamente após.
- Avaliações Oftalmológicas e Audiológicas: As avaliações devem ser feitas no
momento do diagnóstico e a cada dois ou três anos, com encaminhamento
para especialistas em caso de perda de visão ou audição.
- Triagem para Diabetes: Pacientes devem ser monitorados anualmente para o
desenvolvimento de diabetes, pois a intolerância à glicose e o diabetes
mellitus são comuns na ataxia de Friedreich.
- Estudos Urodinâmicos: Devem ser realizados caso haja suspeita de disfunção
da bexiga, como urgência urinária ou incontinência.
- Estudo do Sono: Indicado para pacientes com suspeita de distúrbios do sono,
como apneia do sono.
- Aconselhamento Genético e Psicológico: É importante para as famílias, assim
como o apoio psicológico para ajudar os pacientes e familiares a lidarem com
a natureza crônica e progressiva da doença.
A dose recomendada é de 150 mg via oral uma vez ao dia, com o estômago
vazio (pelo menos uma hora antes das refeições). Testes de função hepática devem
ser feitos mensalmente nos três primeiros meses, e depois periodicamente conforme
necessidade.
Prognóstico
A maioria dos pacientes com ataxia de Friedreich morre entre os 30 e 40 anos, com
uma média de 37 anos, embora alguns pacientes possam sobreviver até a oitava
década.