Resumo_EducaçãoLiterária_Os Maias

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PORTUGUÊS

11.º ANO

Os Maias – Episódios da Vida Romântica,


de Eça de Queirós

Professora Sofia Couto

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Capítulo I

• O romance inicia-se com a referência à instalação da família Maia no Ramalhete, no


outono de 1875. A família é constituída apenas pelo avô Afonso – «um antepassado,
mais idoso que o século» – e pelo neto Carlos – «que estudava medicina em Coimbra»,
«rapaz de gosto e de luxo que passava as férias em Paris e Londres».
• O Ramalhete, durante longos anos desabitado, sofrera, entretanto, obras de
restauro, apesar da discordância de Vilaça, o procurador da família, para quem as
paredes do Ramalhete eram sempre fatais aos Maias. As obras de restauro e a
decoração são supervisionadas por Carlos, que, depois de concluído este processo de
renovação e já formado em Medicina, parte para uma viagem de um ano pela Europa.
Afonso, que fazia lembrar, segundo o seu neto, «um varão esforçado das idades
heroicas», instala-se no Ramalhete, esperando o regresso de Carlos.

Inicia-se, então, a longa analepse que evoca o passado de Afonso da Maia, da vida de
seu filho Pedro e da infância e formação de Carlos.

• Afonso, jovem apoiante do Liberalismo, é expulso de casa por seu pai, Caetano, ferrenho absolutista.
• Após voltar a Portugal aquando da morte do pai, Afonso conhece e casa-se com Maria Eduarda Runa, mas
regressa a Inglaterra por questões políticas, já com um filho – Pedro.
• Pedro (menino frágil e adoentado) recebe uma educação católica e retrógrada em Inglaterra, a cargo do
padre Vasques, por vontade expressa de sua mãe.
• A família regressa a Lisboa e ocorre a morte de Maria Eduarda Runa, que faz mergulhar Pedro numa
profunda depressão, iniciando uma vida devassa e boémia.
• Pedro, entretanto recuperado do luto, apaixona-se por Maria Monforte, mulher muito bela e elegante,
filha de um negreiro.
• Pedro e Maria casam-se às escondidas, contra a vontade de Afonso.

Capítulo II
• Pedro e Maria viajam em núpcias por Itália e instalam-se em Paris, onde nasce a primeira filha, Maria
Eduarda.
• Pedro e Maria levam uma vida social intensa e nasce o segundo filho, Carlos Eduardo.
• Maria consuma a sua traição a Pedro, fugindo com Tancredo e levando consigo a filha.
• Pedro procura o pai em Benfica, entrega-lhe o filho bebé e suicida-se.
• Afonso retira-se, com o seu neto, para Santa Olávia, a propriedade no Douro.

Capítulo III
• Carlos recebe uma educação britânica em Santa Olávia, sob a supervisão de Mr. Brown.
• Carlos e Eusebiozinho protagonizam a educação britânica e a educação tradicional portuguesa,
respetivamente.
• Carlos, contrariamente às expectativas, entra na Universidade de Coimbra, em Medicina.

Capítulo IV
• Carlos instala-se no «paço de Celas», em Coimbra, onde leva uma vida de boémia rodeado de amigos, em
constantes tertúlias supostamente intelectuais.
• Carlos desenvolve uma grande amizade com João da Ega, sobrinho de um amigo de infância de Afonso.
• Após a formatura em Medicina, o neto de Afonso viaja pela Europa durante 14 meses, período após o qual
se instala em Lisboa, onde pretende montar um luxuoso consultório e um moderno laboratório ( fim da
analepse inicial).
• Carlos recebe a visita de Ega em Lisboa e este comunica-lhe que está a escrever um livro – Memórias de
um Átomo.

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Capítulo V
• Assiste-se a um serão no Ramalhete, em que participam vários amigos: D. Diogo, o general Sequeira,
Cruges, Eusébio Silveira, o Conde Steinbroken e Taveira.
• Carlos inicia a sua atividade como médico.
• Ega e Raquel Cohen, mulher do banqueiro Cohen, vivem um romance clandestino e intenso.
• Carlos e a condessa de Gouvarinho encontram-se, pela primeira vez, na ópera do S. Carlos, local onde
Carlos pressente, desde logo, a interesse da condessa.

Capítulo VI
• Ega instala-se na Vila Balzac, chalet decorado de forma exótica e original.
• Após uma fase de grande interesse pela condessa de Gouvarinho, Carlos começa a aborrecer-se com os
arroubos apaixonados da sua amante.
• Assiste-se ao jantar no Hotel Central, organizado por Ega, em homenagem a Cohen e à integração de
Carlos na sociedade lisboeta, sendo neste momento que Carlos se cruza, pela primeira vez, com Maria
Eduarda, ficando completamente seduzido pela sua beleza e pelo seu porte.

Capítulo VII
• Carlos, no seu consultório, deixa-se contaminar pelo ócio e tédio lisboetas.
• Dâmaso toma-se presença assídua no Ramalhete e junto de Carlos, depois de se terem conhecido no jantar
do Hotel Central.
• Carlos convida Cruges a ir a Sintra, na tentativa de encontrar Maria Eduarda, que aí estava na companhia
de seu marido e de Dâmaso.

Capítulo VII
• Carlos, acompanhado de Cruges, vai a Sintra, que deslumbra os dois amigos pela beleza da paisagem.
• Carlos falha a tentativa de encontrar Maria Eduarda, que já regressara a Lisboa.
• Assiste-se ao episódio de Eusebiozinho, Palma Cavalão e das suas amigas espanholas.
• Cruges e Carlos encontram Alencar, o velho poeta romântico.
• Os três visitam Sintra – Seteais, o Paço, os hotéis (o Nunes, o Lawrence) – e decidem regressar a Lisboa.
Cruges, completamente frustrado e desiludido, percebe que se esqueceu das queijadas.

Capítulo IX
• Carlos vai a casa de Maria Eduarda, por intermédio de Dâmaso e na qualidade de médico, para ver Rosa,
a filha de Maria Eduarda que tinha ficado adoentada.
• No baile de máscaras em casa do Cohen, o banqueiro expulsa Ega por ter descoberto o seu caso com a
divina Raquel, sua mulher.
• Ega dorme nessa noite no Ramalhete e decide deixar Lisboa.
• Carlos continua, apesar de pouco entusiasmado, o seu romance com a Gouvarinho.

Capítulo X
• Assiste-se ao episódio das corridas de cavalos (corridas no hipódromo), marcadas pela apatia, pela falta
de brilho e pelo desajuste dos comportamentos, quer da assistência, quer dos participantes.
• Carlos procura desesperadamente Maria Eduarda e fica a saber, por Dâmaso, que Castro Gomes partira
para o Brasil.
• Maria Eduarda instala-se numa casa alugada à mãe de Cruges, na Rua de S. Francisco.
• A relação entre Carlos e a condessa de Gouvarinho atravessa uma fase de tédio e de saturação.
• Carlos recebe uma carta da Castro Gomes, pedindo-lhe que a visite no dia seguinte, por ter «uma pessoa
de família, que se achava incomodada». Carlos anima-se.

Capítulo XI
• A pedido de Maria Eduarda, Carlos vai a sua casa e constata que é Miss Sara, a governanta, que está
doente.

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• A condessa de Gouvarinho e o marido partem para o Porto.
• Carlos vai-se familiarizando com Maria Eduarda a pretexto das visitas como médico a Miss Sara.
• Dâmaso, ao aperceber-se da crescente intimidade entre Carlos e Maria Eduarda, pede explicações ao
amigo.

Capítulo XII
• Ega regressa de Celorico e instala-se no Ramalhete.
• Assiste-se a um jantar em casa dos condes de Gouvarinho, em que a condessa faz sentir a Carlos o seu
desagrado pela crescente proximidade entre ele e a brasileira.
• Maria Eduarda pede a Carlos que a ajude a encontrar uma casa onde possa passar o verão, sugerindo este
a casa de Craft, nos Olivais.
• Carlos e Maria Eduarda beijam-se pela primeira vez.
• Carlos confessa a Ega que está apaixonado, tendo este percebido que o seu amigo está a viver um «grande
amor […] absorvente, eterno, e para bem ou para mal, tornando-se daí por diante, e para sempre, o seu
irreparável destino».

Capítulo XIII
• Ega informa Carlos de que Dâmaso anda a difamá-lo a ele e a Maria Eduarda. Carlos fica furioso e, ao
encontrá-lo na rua, ameaça-o.
• Carlos e Maria Eduarda fazem uma visita à casa dos Olivais; depois da visita e do almoço, Carlos e Maria
Eduarda fazem amor.
• Carlos e a condessa de Gouvarinho terminam o romance.

Capítulo XIV
• Afonso parte para Santa Olávia.
• Maria instala-se na casa dos Olivais, rebatizada com o nome «Toca».
• Maria Eduarda e Carlos vivem intensamente a sua história de amor e planeiam fugir para Itália.
• Maria Eduarda visita o Ramalhete, durante a ausência de Afonso no Douro.
• Castro Gomes regressa inesperadamente do Brasil e encontra-se com Carlos, após ter recebido uma carta
anónima denunciando a relação entre Maria Eduarda e Carlos. É nesse momento que Castro Gomes revela a
Carlos que Maria Eduarda é sua amante e que Rosa, a filha de Maria, é fruto de um anterior relacionamento
com um irlandês, de nome Mac Gren.
• Maria Eduarda pede perdão a Carlos por não lhe ter contado a verdade.
• Apesar de inicialmente furioso, Carlos perdoa Maria Eduarda e pede-a em casamento.

Capítulo XV
• Maria Eduarda conta toda a sua vida, detalhadamente, a Carlos.
• Carlos narra tudo o que se passara a Ega, que lhe diz que seria melhor esperar que o avô morresse para
então se casar, uma vez que Afonso estava velho e débil e não aguentaria o desgosto.
• Assiste-se aos episódios dos jornais Corneta do Diabo e A Tarde – denúncia de um jornalismo corrupto e
sem escrúpulos.
• Maria Eduarda deixa a «Toca» e volta para Lisboa, para casa da mãe de Cruges.
• Carlos vê, pela primeira vez, o Sr. Guimarães, tio de Dâmaso.

Capítulo XVI
• Assiste-se ao episódio do sarau do Teatro da Trindade, marcado pela falta de qualidade artística e pela
presença de um público inculto e provinciano.
• Carlos e Ega vão ao sarau da Trindade ouvir Cruges e Alencar, que atuam nessa noite.
• O amigo de Carlos encontra o Sr. Guimarães, o tio de Dâmaso, que vive em Paris e trabalha num jornal
parisiense.

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• Ega e o Sr. Guimarães conversam sobre Dâmaso e, no final, o Sr. Guimarães entrega ao amigo de Carlos
um cofre com os papéis de Maria Monforte para ser entregue «ao Carlos da Maia, ou à irmã».
• Ega fica chocado com a verdade e decide pedir ajuda a Vilaça para contar tudo a Carlos.

Capítulo XVII
• Ega, sem coragem para revelar a verdade a Carlos, procura Vilaça e conta-lhe tudo.
• A abertura do cofre confirma a terrível verdade: Carlos e Maria Eduarda são irmãos.
• Afonso diz a Ega que sabe que Carlos tem um caso com Maria Eduarda.
• Apesar de já saber a verdade, Carlos continua a dormir em casa de Maria Eduarda, mas, progressivamente,
o amor dá lugar ao repúdio, ao «nojo físico».
• Afonso morre, esmagado por esta tragédia.
• Ega conta a verdade a Maria Eduarda, que parte, com Rosa, para Paris.
• Carlos deixa Lisboa e vai para Santa Olávia.

Capítulo XVIII
• Carlos e Ega partem para uma viagem à volta do Mundo.
• Passado ano e meio, Ega regressa a Lisboa, mas Carlos instala-se em Paris.
• Dez anos depois, Carlos regressa a Lisboa e peregrina com Ega pela capital. Tudo estava na mesma, ou
ainda mais decadente e decrépito, nada mudara.
• Carlos conta a Ega que Maria Eduarda tinha casado.
• O romance acaba com Carlos e Ega a correrem para apanharem o americano que os levaria a um jantar de
amigos, depois de terem construído a sua filosofia de vida: «Nada desejar e nada recear... Não se abandonar
a uma esperança – nem a um desapontamento».

 Principais Sequências Narrativas da Intriga Principal

1 – Carlos vê Maria Eduarda no Hotel Central. 7 – Guimarães faz revelações a Ega.


2 – Carlos visita Rosa, filha de Maria Eduarda, a pedido de Missa
8 – Ega transmite as revelações de Guimarães a Carlos.
Sara, a governanta. 9 – Carlos faz revelações a Afonso.
3 – Carlos conhece Maria Eduarda na casa desta. 10 – Carlos insiste no incesto, agora consciente.
4 – Carlos declara-se a Maria Eduarda. 11 – Carlos encontra Afonso no Ramalhete, depois da
5 – Carlos e Maria Eduarda consumam o incesto noite com Maria Eduarda.
inconscientemente. 12 – Afonso morre por apoplexia.
6 – Maria Eduarda encontra ocasionalmente Guimarães, 13 – Ega revela toda a verdade a Maria Eduarda.
tio de Dâmaso. 14 – Maria Eduarda parte para Paris.

Fonte: Preparação para o Exame Nacional – Português (11.º ano), Porto Editora.

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