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Tutoria 5- Nefropatias
Compreender a ITU na infância, quanto a:

1. Epidemiologia e Etiologias;

2. Fisiopatologia;

3. Quadro Clínico;

4. Diagnóstico;

5. Diagnósticos Diferenciais;

6. Tratamento;

7. Complicações;

8. Prevenção e Recorrência;

Infecção do Trato Urinário (ITU) na Infância


A infecção do trato urinário (ITU) é uma das infecções bacterianas mais comuns na infância,
afetando crianças de todas as idades. A seguir, são abordados os principais aspectos
relacionados à ITU em crianças, incluindo epidemiologia, etiologia, fisiopatologia, quadro clínico,
diagnóstico, diagnósticos diferenciais, tratamento, complicações e prevenção.

1. Epidemiologia e Etiologias
As ITUs são prevalentes em crianças menores de 15 anos, com uma incidência estimada de 9%
nesta faixa etária[3]. A infecção pode ocorrer em qualquer segmento do trato urinário e é mais
comum em meninos até o primeiro ano de vida; após essa idade, a prevalência aumenta
significativamente entre meninas devido à uretra mais curta[1][4]. Os principais agentes
etiológicos são bactérias, sendo Escherichia coli responsável por cerca de 80% dos casos[2]
[4]. Outros patógenos incluem Klebsiella, Proteus, e Enterococcus. Anomalias estruturais do
trato urinário, como o refluxo vesicoureteral (RVU), também são fatores predisponentes
importantes[1][2].

2. Fisiopatologia
A ITU geralmente ocorre por via ascendente, onde as bactérias colonizam a região periuretral e
ascendem até a bexiga e rins. Em recém-nascidos, a infecção pode ocorrer por via
hematogênica[2][4]. A presença de anomalias anatômicas ou funcionais no trato urinário pode
facilitar a infecção. A urina normalmente é estéril; no entanto, a colonização por uropatógenos
como E. coli leva à multiplicação bacteriana e à inflamação do trato urinário[4].

3. Quadro Clínico
Os sintomas da ITU variam conforme a idade:

Recém-nascidos e lactentes: podem apresentar febre, irritabilidade, dificuldade para se


alimentar e sinais de septicemia.

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Crianças mais velhas: frequentemente relatam dor ou queimação ao urinar (disúria),
aumento da frequência urinária (polaciúria), dor abdominal ou nos flancos e,
ocasionalmente, incontinência urinária[1][2].

4. Diagnóstico
O diagnóstico de ITU é realizado através da análise de urina e cultura. A presença de leucócitos
e nitritos na urina pode indicar infecção. A urocultura positiva com crescimento de um único
patógeno em concentrações adequadas é confirmatória[3][4]. É crucial considerar a história
clínica e os sintomas apresentados pela criança para um diagnóstico preciso.

5. Diagnósticos Diferenciais
Os diagnósticos diferenciais incluem:

Cistite intersticial

Infecções vaginais ou vulvovaginites

Doenças gastrointestinais que podem mimetizar sintomas urinários

Anomalias anatômicas do trato urinário que podem causar sintomas similares[2][4].

6. Tratamento
O tratamento da ITU envolve a administração de antibióticos apropriados com base no agente
causador identificado na urocultura. O tratamento deve ser iniciado rapidamente para evitar
complicações renais. Em casos de pielonefrite ou infecções recorrentes, pode ser necessário
um tratamento mais prolongado ou profilático[1][3].

7. Complicações
As complicações da ITU podem incluir:

Cicatrização renal devido a infecções repetidas

Hipertensão arterial

Insuficiência renal crônica em casos severos ou mal tratados

Sequelas relacionadas ao desenvolvimento físico e funcional da criança[1][4].

8. Prevenção e Recorrência
A prevenção das ITUs envolve práticas de higiene adequadas, incentivo à ingestão adequada de
líquidos e atenção às anomalias do trato urinário que possam predispor a infecções. É
importante monitorar crianças com histórico de ITUs para evitar recorrências; cerca de 40% das
meninas podem ter novos episódios após a primeira infecção[2][4]. A correção cirúrgica de
anomalias estruturais também pode ser necessária em casos graves.
Em resumo, a ITU na infância é uma condição comum que requer atenção cuidadosa para
diagnóstico precoce e tratamento adequado, visando minimizar complicações futuras e melhorar
a qualidade de vida das crianças afetadas.

Citations:
[1]
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/problemas-de-saúde-infantil/infecções-bacterianas-em-
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https://www.scielo.br/j/rpp/a/s7N7vJF86mjjXdCwBmymRgq/
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primaria-a-saude-colunistas/
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[7]
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https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/23183d-DC_Infec_TratoUrinario_Pediatria-
Atualiz2021.pdf

Compreender o protocolo de investigação de ITU de repetição na infância;

Protocolo de Investigação de ITU de Repetição na Infância


A infecção do trato urinário (ITU) de repetição em crianças é uma condição que requer
investigação cuidadosa para identificar causas subjacentes e determinar o tratamento
adequado. O protocolo de investigação envolve várias etapas, desde a anamnese até exames
laboratoriais e de imagem.

1. Anamnese Detalhada
A anamnese é fundamental para entender a história clínica da criança e identificar fatores de
risco. Aspectos a serem abordados incluem:

História de ITUs anteriores: Frequência, gravidade e tratamento das infecções passadas.

Sintomas atuais: Queixa de dor ao urinar, febre, urgência miccional, entre outros.

História familiar: Presença de doenças renais ou refluxo vesicoureteral na família.

Constipação intestinal: A constipação pode predispor a ITUs; avaliar hábitos intestinais é


crucial.

Exposição a fatores de risco: Atividade sexual em adolescentes e possíveis casos de


violência sexual em crianças.

2. Exame Físico
O exame físico deve incluir:

Avaliação do estado geral da criança.

Exame abdominal para verificar dor ou distensão.

Sinais de desidratação ou febre.

3. Exames Laboratoriais
Os exames laboratoriais são essenciais para confirmar a ITU e avaliar sua gravidade:

Exame de urina: A análise inicial deve incluir:

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Microscopia urinária para detectar leucócitos, nitritos e cilindros.

Urocultura: O padrão ouro para diagnóstico; deve ser realizada com coleta asséptica
(preferencialmente por cateterização ou punção suprapúbica em crianças sem controle
esfincteriano). O crescimento bacteriano maior ou igual a 100.000 UFC/mL confirma a
infecção[1][2].

4. Investigação por Imagem


Toda criança com ITU de repetição deve ser submetida a exames de imagem para identificar
anomalias estruturais:

Ultrassonografia (USG): Para avaliar rins e bexiga, detectar malformações ou obstruções. É


um exame não invasivo e sem radiação[1][3].

Cintilografia renal com DMSA: Indicada em lactentes com ITU febril ou em casos de
pielonefrite, para detectar cicatrizes renais[1][2].

Uretrocistografia miccional (UCM): Realizada se houver suspeita de refluxo vesicoureteral


ou anomalias detectadas na USG. Este exame avalia o fluxo urinário durante a micção e
identifica refluxos[2][3].

5. Avaliação Funcional do Trato Urinário


Além dos exames mencionados, pode ser necessário realizar:

Exames adicionais: Como hemoculturas em casos graves ou quando houver suspeita de


infecção sistêmica.

Avaliação da função renal: Exames laboratoriais que avaliam a função renal podem ser
realizados se houver suspeita de comprometimento renal.

6. Diagnóstico Diferencial
É importante considerar diagnósticos diferenciais como:

Cistite intersticial

Infecções vaginais

Anomalias anatômicas não detectadas

Doenças gastrointestinais que podem mimetizar sintomas urinários.

7. Tratamento e Profilaxia
Após a confirmação do diagnóstico, o tratamento deve ser iniciado imediatamente com
antibióticos apropriados. Em casos de ITUs recorrentes, pode-se considerar quimioprofilaxia
com antibióticos por um período determinado, especialmente se houver anomalias anatômicas
identificadas[1][2].

8. Monitoramento e Seguimento
O seguimento regular é crucial para monitorar a resposta ao tratamento e prevenir novas
infecções. As crianças devem ser reavaliadas após episódios de ITU para ajustar o tratamento
conforme necessário.

Este protocolo visa garantir uma abordagem sistemática na investigação da ITU de repetição em
crianças, visando identificar causas subjacentes e implementar estratégias eficazes para o

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manejo da condição.

Citations:
[1]
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2016/12/Nefrologia-Infeccao-Trato-Urinario.pdf
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[8]
https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/423-infeccao-urinaria-de-repeticaoaspectos-
atuais

Compreender a Síndrome Nefrótica na infância, quanto a:

1. Epidemiologia e Etiologias;

2. Fisiopatologia;

3. Quadro Clínico;

4. Diagnóstico;

5. Diagnósticos Diferenciais;

6. Tratamento;

7. Complicações;

8. Prevenção e Recorrência;

Síndrome Nefrótica na Infância


A síndrome nefrótica (SN) é uma condição clínica caracterizada por um conjunto de sinais e
sintomas que resultam de anormalidades na função renal, levando à perda excessiva de
proteínas na urina. Na infância, a síndrome nefrótica é uma das glomerulopatias mais comuns e
apresenta características específicas em termos de epidemiologia, etiologia, fisiopatologia,
quadro clínico, diagnóstico, diagnósticos diferenciais, tratamento, complicações e prevenção.

1. Epidemiologia e Etiologias
A síndrome nefrótica na infância é predominantemente idiopática, com cerca de 90% dos casos
classificados como Síndrome Nefrótica Primária (SNI). A incidência varia entre 2 a 7 casos por

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100.000 crianças por ano, sendo mais comum em meninos entre 2 e 6 anos, com um pico de
incidência no terceiro ano de vida[1][5]. As principais etiologias incluem:

Síndrome Nefrótica por Lesões Mínimas (SNLM): Representa aproximadamente 80% dos
casos de SNI em crianças.

Glomeruloesclerose Focal e Segmentar (GESF): Menos comum, mas importante para o


diagnóstico diferencial.

Causas secundárias incluem doenças sistêmicas como lúpus eritematoso sistêmico e


diabetes mellitus, embora sejam menos frequentes na infância[2][3].

2. Fisiopatologia
A fisiopatologia da síndrome nefrótica envolve a alteração da permeabilidade da membrana
glomerular, resultando em perda maciça de proteínas (proteinúria). Isso leva a:

Hipoalbuminemia: Devido à perda de albumina na urina.

Edema: Resultante da diminuição da pressão oncótica plasmática e retenção de sódio.

Hiperlipidemia: Ocorre como resposta compensatória à hipoalbuminemia[1][5].

Histologicamente, a SNLM é caracterizada pelo apagamento difuso dos podócitos na


microscopia eletrônica, enquanto a GESF apresenta esclerose focal em algumas áreas do
glomérulo[1].

3. Quadro Clínico
Os principais sinais e sintomas da síndrome nefrótica incluem:

Edema: Geralmente periorbital e nas extremidades; pode ser generalizado (anasarca).

Proteinúria maciça: Acima de 50 mg/kg/dia.

Hipoalbuminemia: Albumina sérica abaixo de 2,5 g/dL.

Hiperlipidemia: Aumento dos níveis de colesterol e triglicerídeos.

Outros sintomas podem incluir dor abdominal e hipertensão arterial em alguns casos[2][5].

4. Diagnóstico
O diagnóstico da síndrome nefrótica é baseado em critérios clínicos e laboratoriais:

Critérios Clínicos:

Presença de edema.

Proteinúria significativa.

Hipoalbuminemia.

Exames Laboratoriais:

Urocultura para excluir infecções urinárias.

Exame de sangue para avaliar níveis de albumina e lipídios.

A biópsia renal pode ser indicada em casos com características atípicas ou quando há suspeita
de causas secundárias[1][3].

5. Diagnósticos Diferenciais

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Os diagnósticos diferenciais incluem:

Glomerulonefrite aguda ou crônica

Doenças sistêmicas (lúpus eritematoso sistêmico)

Infecções (como hepatite ou HIV)

Doenças metabólicas (diabetes mellitus)

Anemia hemolítica[2][3].

6. Tratamento
O tratamento da síndrome nefrótica envolve:

Corticosteroides: Prednisona é o tratamento inicial padrão para SNLM; a maioria das


crianças responde bem.

Imunossupressores: Em casos refratários ou recorrentes.

Diuréticos: Para controle do edema.

Dieta: Redução do sódio e controle lipídico.

O manejo deve ser individualizado com acompanhamento regular para monitorar resposta ao
tratamento e possíveis efeitos colaterais[1][5].

7. Complicações
As complicações da síndrome nefrótica podem incluir:

Infecções devido à imunossupressão (especialmente infecções por pneumococos).

Trombose venosa devido ao estado hipercoagulável.

Insuficiência renal crônica em casos não tratados adequadamente.

Alterações no crescimento e desenvolvimento devido à doença crônica[1][3].

8. Prevenção e Recorrência
A prevenção da síndrome nefrótica primária não é possível devido à sua natureza idiopática. No
entanto, a identificação precoce e o manejo adequado das ITUs podem ajudar a prevenir
episódios recorrentes. A recidiva é comum em SNLM, com até 50% dos pacientes
apresentando novos episódios após o tratamento inicial. O seguimento regular com avaliação
clínica e laboratorial é essencial para manejo eficaz[1][2][5].

Em resumo, a síndrome nefrótica na infância é uma condição complexa que exige atenção
multidisciplinar para diagnóstico precoce, tratamento adequado e monitoramento contínuo para
prevenir complicações futuras.

Citations:
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br/midias/protocolos/pcdt_sindromenefroticaprimaria_criancasadolescentes-1.pdf
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https://www.msdmanuals.com/pt/casa/distúrbios-renais-e-urinários/distúrbios-da-filtração-
dos-rins/síndrome-nefrótica

Compreender a Glomerulonefrite Aguda na infância, quanto a:

1. Epidemiologia e Etiologias;

2. Fisiopatologia;

3. Quadro Clínico;

4. Diagnóstico;

5. Diagnósticos Diferenciais;

6. Tratamento;

7. Complicações;

8. Prevenção e Recorrência;

Glomerulonefrite Aguda na Infância


A glomerulonefrite aguda (GNA) é uma condição inflamatória que afeta os glomérulos renais,
levando a alterações na função renal e apresentação clínica característica. Na infância, a GNA é
frequentemente associada a infecções prévias, especialmente por estreptococos. A seguir, são
abordados os principais aspectos da GNA em crianças.

1. Epidemiologia e Etiologias
A GNA é mais comum em crianças entre 5 e 12 anos, sendo menos frequente em crianças
menores de 3 anos. A forma mais prevalente é a Glomerulonefrite Pós-Estreptocócica (GNPE),
que ocorre após infecções por estreptococos β-hemolíticos do grupo A, como faringite ou
impetigo. A GNA pode ser desencadeada por:

Infecções bacterianas: Principalmente por estreptococos.

Infecções virais: Como hepatite viral e HIV.

Doenças autoimunes: Como lúpus eritematoso sistêmico.

Exposição a toxinas: Medicamentos e substâncias químicas.

2. Fisiopatologia
A fisiopatologia da GNA envolve uma resposta imune mediada por anticorpos contra antígenos
presentes nos glomérulos, resultando em:

Depósitos de imunocomplexos: Esses depósitos causam inflamação e lesão glomerular.

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Ativação do sistema complemento: O que leva à hipocomplementemia.

Alterações na permeabilidade glomerular: Resultando em hematúria, proteinúria e retenção


de sódio.

Esses processos culminam em uma diminuição da filtração glomerular e sintomas clínicos


associados.

3. Quadro Clínico
Os sintomas da GNA podem variar, mas incluem:

Hematúria: Sangue na urina, que pode ser visível ou microscópico.

Proteinúria: Presença de proteínas na urina.

Edema: Inchaço, especialmente nas extremidades e ao redor dos olhos.

Hipertensão arterial: Devido à retenção de líquidos e sódio.

Sintomas gerais: Como fadiga, dor abdominal e mal-estar.

O início dos sintomas geralmente ocorre de uma a duas semanas após uma infecção
estreptocócica.

4. Diagnóstico
O diagnóstico da GNA é baseado em:

Anamnese: História de infecções recentes, presença de edema e hipertensão.

Exame físico: Avaliação do estado geral da criança e sinais de edema.

Exames laboratoriais:

Análise de urina: Para detectar hematúria, proteinúria e cilindros eritrocitários.

Exames de sangue: Para avaliar função renal (ureia e creatinina), níveis de complemento
(C3 e C4) e hemograma.

A biópsia renal é raramente necessária, mas pode ser realizada se o diagnóstico for incerto ou
se houver suspeita de outras condições.

5. Diagnósticos Diferenciais
Os diagnósticos diferenciais incluem:

Glomerulonefrite rapidamente progressiva

Síndrome nefrótica

Doença de Berger (nefropatia por IgA)

Púrpura de Henoch-Schönlein

Lúpus eritematoso sistêmico (glomerulonefrite lúpica)

6. Tratamento
O tratamento da GNA é geralmente conservador e pode incluir:

Controle da hipertensão: Com medicamentos anti-hipertensivos, se necessário.

Diuréticos: Para manejo do edema.

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Restrição de sódio: Para ajudar a controlar a pressão arterial e o edema.

Em casos graves ou com complicações, pode ser necessário o uso de corticosteroides ou


imunossupressores.

7. Complicações
As complicações da GNA podem incluir:

Insuficiência renal aguda

Hipertensão persistente

Edema pulmonar

Infecções secundárias devido à imunossupressão

Síndrome nefrótica secundária em alguns casos

8. Prevenção e Recorrência
A prevenção da GNA se concentra no tratamento adequado das infecções estreptocócicas para
evitar o desenvolvimento da doença. Após um episódio de GNA, as crianças devem ser
monitoradas quanto a sinais de recidiva ou complicações. Embora a maioria das crianças se
recupere completamente, algumas podem ter episódios recorrentes ou desenvolver doenças
renais crônicas ao longo do tempo.

Em resumo, a glomerulonefrite aguda na infância requer atenção cuidadosa para diagnóstico


precoce e manejo adequado, visando minimizar complicações futuras e melhorar o prognóstico
das crianças afetadas.

Citations:
[1]
https://sanarmed.com/infeccao-do-trato-urinario-em-pediatria-colunistas/
[2]
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[8]
https://www.scielo.br/j/jbn/a/MCvt3QYvp9WNDFfDsHbvQvz/

Compreender a HAS na infância, quanto a:

1. Semiotécnica;

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2. Parâmetros;

3. Causas;

4. Diagnósticos Diferenciais;

Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) na Infância


A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição que se caracteriza por níveis elevados de
pressão arterial e pode ter um impacto significativo na saúde das crianças. A seguir, são
abordados aspectos importantes da HAS na infância, incluindo semiotécnica, parâmetros,
causas e diagnósticos diferenciais.

1. Semiotécnica
A semiotécnica para a aferição da pressão arterial (PA) em crianças deve seguir um protocolo
rigoroso para garantir a precisão dos resultados:

Posição do paciente: A criança deve estar sentada ou deitada, com as pernas descruzadas,
pés apoiados no chão e dorso recostado. É essencial que a criança esteja relaxada e com a
bexiga vazia.

Equipamento: Utiliza-se um esfigmomanômetro apropriado para o tamanho da criança,


preferencialmente com manguito que não garroteie o membro.

Aferição: O braço deve estar ao nível do coração, com a palma da mão voltada para cima. A
técnica auscultatória é a mais recomendada. Deve-se realizar pelo menos duas medições
em momentos diferentes para confirmar o diagnóstico de hipertensão.

2. Parâmetros
Os parâmetros para definir a hipertensão em crianças variam conforme idade, sexo e altura. A
classificação é feita utilizando tabelas percentuais:

Pressão arterial normal: Menor que o percentil 90.

Pressão arterial elevada: Entre o percentil 90 e 95.

Hipertensão estágio 1: Entre o percentil 95 e 99.

Hipertensão estágio 2: Igual ou superior ao percentil 99.

Essas medições devem ser interpretadas em três ou mais ocasiões diferentes para um
diagnóstico preciso.

3. Causas
A hipertensão na infância pode ser classificada como primária ou secundária:

Hipertensão Primária: Geralmente ocorre em crianças acima de 6 anos, frequentemente


associada a fatores como obesidade, sedentarismo e histórico familiar positivo. Sua
prevalência tem aumentado nos últimos anos.

Hipertensão Secundária: Mais comum em crianças menores de 6 anos e pode ser causada
por:

Doenças renais (estenose da artéria renal, glomerulonefrite)

Malformações congênitas

Coarctação da aorta

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Endocrinopatias (como hiperaldosteronismo)

A identificação da causa subjacente é crucial para o tratamento adequado.

4. Diagnósticos Diferenciais
Os diagnósticos diferenciais da HAS na infância incluem:

Doenças Renais: Glomerulonefrite aguda ou crônica, doença renal policística.

Coarctação da Aorta: Pode causar hipertensão em membros superiores com pressão baixa
em membros inferiores.

Síndrome de Cushing: Causada por excesso de cortisol.

Feocromocitoma: Tumor que secreta catecolaminas.

Distúrbios Endócrinos: Hiperaldosteronismo primário ou secundário.

É fundamental realizar uma avaliação clínica completa e exames laboratoriais adequados para
excluir essas condições.

Em resumo, a hipertensão arterial sistêmica na infância é uma condição que requer atenção
cuidadosa na avaliação e manejo. A identificação precoce e o tratamento adequado são
essenciais para prevenir complicações futuras e promover a saúde das crianças afetadas.

A pressão arterial normal em crianças varia conforme a idade, sexo e altura. A classificação é
baseada em percentis, sendo que a hipertensão é definida quando os valores de pressão arterial
sistólica (PAS) e/ou diastólica (PAD) estão iguais ou superiores ao percentil 95 para a idade,
sexo e altura da criança.

Valores Normais de Pressão Arterial por Idade


Os valores máximos considerados normais para a pressão arterial em crianças são:

Até 6 anos: PAS < 110 mmHg / PAD < 75 mmHg

Entre 6 e 10 anos: PAS < 120 mmHg / PAD < 80 mmHg

Entre 10 e 14 anos: PAS < 125 mmHg / PAD < 85 mmHg

Entre 14 e 18 anos: PAS < 135 mmHg / PAD < 90 mmHg

Percentis
A hipertensão é classificada da seguinte forma:

Pressão Normal: PAS/PAD < percentil 90

Pressão Normal Alta: PAS/PAD entre percentil 90 e < percentil 95

Hipertensão Estágio 1: PAS/PAD ≥ percentil 95 e < percentil 99

Hipertensão Estágio 2: PAS/PAD ≥ percentil 99

Esses valores são utilizados para avaliar a pressão arterial em crianças e adolescentes,
destacando a importância de aferições regulares, especialmente em grupos de risco[1][2][4].

Citations:
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Discutir os impactos biopsicossociais das nefropatias em crianças.

As nefropatias em crianças têm impactos biopsicossociais significativos, afetando não apenas a


saúde física, mas também o bem-estar emocional e social das crianças e suas famílias. A seguir,
são detalhados esses impactos em diferentes dimensões.

Impactos Biopsicossociais das Nefropatias em Crianças

1. Impactos Biológicos

Tutoria 5- Nefropatias 13
As nefropatias podem levar a uma série de complicações físicas que afetam diretamente o
crescimento e o desenvolvimento da criança:

Crescimento Físico: A insuficiência renal pode comprometer o crescimento físico devido à


desnutrição, alterações hormonais e limitações na ingestão alimentar. Crianças com doenças
renais crônicas frequentemente apresentam atraso no crescimento e desenvolvimento.

Função Renal: A progressão da doença renal pode resultar em insuficiência renal crônica,
exigindo intervenções como diálise ou transplante renal. Isso implica em tratamentos
contínuos que afetam a qualidade de vida.

Comorbidades: As crianças podem desenvolver hipertensão arterial, anemia e distúrbios


eletrolíticos, que requerem monitoramento e tratamento constantes.

2. Impactos Psicológicos
Os aspectos emocionais e psicológicos são profundamente afetados pelas nefropatias:

Estresse e Ansiedade: O diagnóstico de uma doença crônica pode gerar estresse


significativo tanto para a criança quanto para os pais. O medo de procedimentos médicos,
hospitalizações frequentes e incertezas sobre o futuro podem levar a altos níveis de
ansiedade.

Autoimagem: As alterações físicas decorrentes da doença ou do tratamento (como edema


ou cicatrizes) podem impactar negativamente a autoimagem da criança, levando a
problemas de autoestima.

Desenvolvimento Emocional: A necessidade de lidar com uma condição crônica pode


interferir no desenvolvimento emocional normal da criança, dificultando a formação de
relações sociais saudáveis.

3. Impactos Sociais
As nefropatias também têm repercussões sociais significativas:

Isolamento Social: Crianças com doenças renais podem se sentir excluídas de atividades
normais da infância, como esportes ou brincadeiras, devido às limitações impostas pela
condição. Isso pode levar ao isolamento social e à dificuldade em fazer amigos.

Impacto Familiar: A doença renal de uma criança afeta toda a família. Os pais podem
experimentar estresse financeiro devido ao custo do tratamento e à necessidade de
ausentar-se do trabalho para cuidar da criança. Isso pode gerar tensões nas relações
familiares.

Acesso à Educação: As hospitalizações frequentes e as limitações físicas podem resultar


em faltas escolares, impactando o aprendizado e o desempenho acadêmico da criança.

4. Qualidade de Vida
Estudos mostram que crianças com insuficiência renal crônica frequentemente relatam uma
qualidade de vida reduzida em comparação com seus pares saudáveis. Aspectos como dor
durante os tratamentos (por exemplo, diálise), hospitalizações frequentes e limitações nas
atividades diárias contribuem para essa percepção negativa.

Conclusão

Tutoria 5- Nefropatias 14
As nefropatias na infância têm um impacto abrangente que vai além das complicações físicas. É
fundamental que profissionais de saúde considerem esses aspectos biopsicossociais ao tratar
crianças com doenças renais, garantindo um suporte integral que aborde não apenas as
necessidades médicas, mas também as emocionais e sociais. O diagnóstico precoce e o manejo
adequado são essenciais para melhorar a qualidade de vida dessas crianças e suas famílias.
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pediatria
[8]
https://sanarmed.com/infeccao-do-trato-urinario-em-pediatria-colunistas/

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