Aula Infecção Trato Urinário 2023
Aula Infecção Trato Urinário 2023
Aula Infecção Trato Urinário 2023
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BACTÉRIAS:
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
Prof. Felipe Messias
As infecções do trato urinário (ITU) representam problema de grande relevância clínica, não só pela elevada frequência com que
acometem mulheres e homens vivendo na comunidades, mas também por representar a primeira causa de infecção em pacientes
hospitalizados (INFECÇÃO NOSOCOMIAL)
1. Tipos de ITU
RESUMO DA AULA 1.1 Tipos de ITU
1.2 Tipos de ITU X exame clínico (exame clínico: sinais e
sintomas)
1.3 Tipos de ITU X exames complementares (laboratoriais)
2. Patógenos associados à ITU
2.1 Patógenos mais prevalentes e algumas características
2.2 Escherichia coli uropatogênica (UPEC) - características
gerais e fatores de virulência
ITU simples
• Quando ocorrem na ausência de causas anatômicas ou de
outros fatores predisponentes.
ITU complicada
• Associadas a anormalidades estruturais ou funcionais do trato
urinário e dos rins
Nefrolitíase
Definições
A infecção do trato urinário (ITU) é a forma mais comum de infecção bacteriana e
afeta as pessoas ao longo de toda a sua vida. O termo ITU abrange uma variedade de
entidades clínicas, desde a bacteriúria assintomática até a cistite, prostatite e
pielonefrite. As ITU podem ser também caracterizadas como simples ou complicadas
e como adquiridas na comunidade ou nosocomiais.
Adquiridas na comunidade
• Quando ocorrem em ambientes comuns.
Nosocomiais
• Associadas a sondagem vesical em ambientes de
confinamento
Sonda vesical de demora
Incidência de ITU
A ITU é mais frequente nas mulheres do que nos homens, exceto nas faixas etárias extremas. Durante o período neonatal, a
incidência de ITU é levemente maior nos homens do que nas mulheres, devido à maior frequência de anomalias congênitas
do trato urinário em bebês do sexo masculino. Após os 50 anos de idade, a incidência de ITU entre os homens passa a ser
quase tão alta quanto nas mulheres, provavelmente por causa da obstrução decorrente da hipertrofia prostática. Em
indivíduos com idade entre 1 e 50 anos, a ITU é predominantemente uma doença feminina. A ITU recorrente, assim como
na infecção inicial, é mais frequente entre as mulheres do que nos homens.
NOMES UTILIZADOS
ITU ALTA OU
PIELONEFRITE
URETERITE
PIELONEFRITE
NOMES UTILIZADOS
ITU BAIXA OU
CISTITE
CISTITE
URETRITE
Bacteriúria assintomática
Bacteriúria assintomática (BA) consiste na presença de bactérias na urina de
pacientes sem sintomas. A frequência de bacteriúria assintomática varia com idade,
sexo, atividade sexual e presença de alterações no trato urinário. Em mulheres
saudáveis, a prevalência de bacteriúria varia de 1 a 5% (antes da menopausa) a mais
de 15% em idosas.
Na gestação
O tratamento é impositivo para as mulheres grávidas por
causa do risco aumentado em desenvolver pielonefrite,
parto prematuro ou recém-nascido d e baixo peso, em
procedimentos urológicos com sangramento de mucosa
pois estes pacientes têm risco de bacteremia ou
septicemia.
Prostatite bacteriana
O termo se refere à inflamação da próstata, pequena glândula localizada
abaixo da bexiga que faz parte do sistema reprodutor masculino. Sua função
é produzir parte do líquido espermático, o sêmen. A forma mais comum de
inflamação da glândula é a chamada prostatite bacteriana aguda.
Quadro Clínico
A prostatite tem início súbito e, muitas vezes, os sintomas
iniciais ocorrem pelo corpo todo: febre, calafrios, mal-estar,
sensação de fraqueza e dores. Ao mesmo tempo, ou logo
depois, aparecem as manifestações específicas do trato
urinário, como dor e ardência ao urinar, frequência urinária
aumentada, vontade incontrolável de urinar
1. Tipos de ITU Cistite ou
1.2 Tipos de ITU X exame clínico Pielonefrite?
CISTITE PIELONEFRITE
▪ Aspecto da urina: turva e pode estar ▪ Quadros de cistite
avermelhada ▪ Febre elevada (superior a 38ºC),
▪ Disúria calafrios e dor lombar (TRÍADE
▪ Polaciúria CLÁSSICA)
▪ Febre não é comum
▪ Dor suprapúbica
Exame Físico
Sinal de Giordano
O sinal de Giordano é
utilizado na pesquisa de
pielonefrite ou litíase
renal. Para ser detectado,
deve ser realizado uma
percussão com a mão em
forma de punho no dorso do
paciente no nível da 11° e
12° costela, com uma mão
realizando o
amortecimento.
1. Tipos de ITU Cistite ou Pielonefrite?
1.3 Tipos de ITU X exames complementares (laboratoriais)
▪ Intestino humano
(microbiota)
▪ Pode ou não causar Intestinais
Extra
doença (oportunista) Intestinais
(Ágar Mac-Conkey)
Escherichia coli Bacilo Lactose positiva
Uropatogênica Gram - (fermenta lactose) / citrato negativo
(UPEC)
Família Enterobacteriace
(Ágar Mueller-Hinton)
Pseudomonas
Klebsiella Bacilo Lactose positiva
pneumoniae Gram - (fermenta lactose) / citrato positivo
Enterobacter Bacilo Lactose positiva
aerogenes Gram - (fermenta lactose) / citrato positivo
Pseudomonas Bacilo Não fermentador
aeruginosa Gram -
Candida
Staphylococcus Coco Catalase positiva (Ágar
saprophyticus Gram + Sabourad)
1 2 3 4
EPITÉLIO DA BEXIGA
2. Patógenos associados à ITU (para diagnóstico)
2.2 Escherichia coli Uropatogênica (UPEC) – fatores de virulência
Passo a passo da ilustração do slide anterior
1. Adesão ao epitélio da bexiga, através da fímbria do tipo 1 e também pode
ser pela fímbria P
2. Invasão na célula epitelial, através da fímbria do tipo 1.
3. Multiplicação bacteriana intracellular (INTRACELULAR FACULTATIVA).
Formação de comunidades bacterianas (proteção contra o sistema imune)
4. Esfoliação (degradação de células epiteliais) e apoptose: causado pela
exotoxina α-hemolisina, aumentando a disseminação da UPEC. Algumas
comunidade bacterianas intracelulares continuam intactas (possível causa
de infecção recorrente)
Bactérias flageladas podem sair da comunidade e voltar para o lúmen vesical ou podem
invadir células adjacentes. Nesse momento, há migração de leucócitos
polimorfonucleares. Infecções não tratadas podem progredir de forma ascendente até
alcançar os rins e próstata. O que vai depender? Expressão de flagelos e fímbria P (papel
importante na aderência ao epitélio renal). A inflamação é mediada por citocinas, cuja
produção é induzida pelo antígeno O, α-hemolisina etc. Pode atravessar epitélio renal,
atingir corrente sanguínea
3. Rotas de infecção Hematogênica ou
(ascendente e hematogênica) Ascendente?
ROTA
PODE CAUSAR HEMATOGÊNICA Alguns patógenos provenientes da via
SEPSE hematogênica:
▪ S. aureus
▪ M. tuberculosis
▪ Leptospira interrogans
(Leptospirose-zooonose)
• Nível de Higiene
• Uso de fraldas
Vantagens
anatômicas
masculinas
Homens apresentam
uma uretra
consideravelmente
maior em
comparação as
mulheres, o que
resulta em uma Padrão anatômico
condição de feminino
menores chances Uretra mais curta
e pouca distância
que as bactérias entre a vagina e o
consigam penetrar a ânus
bexiga
Gravidez
A infecção urinária durante a gravidez é um problema muito frequente devido
às alterações fisiológicas da gravidez, que favorecem a colonização do
trato urinário. Estes problemas afetam a qualidade de vida da mulher, além de
aumentar o risco de morbidade materna e fetal neste período.
IMPORTANTE: CATÉTER!
"O cateter urinário. O cateterismo é um importante fator predisponente para infecção. As bactérias podem ser levadas para a
bexiga durante a inserção do cateter. Enquanto o cateter encontra-se no local, as bactérias atingem a bexiga ao ficarem
aderidas entre a face externa do cateter e a uretra. A contaminação do sistema de drenagem do cateter por bactérias de outras
fontes também pode resultar em infecção. Amostras de urina da bexiga, para investigação laboratorial, podem ser coletadas
dos pacientes cateterizados conforme mostra a figura. A segunda parte (acima) é para a instilação de fluidos na bexiga. A urina
da bolsa coletora não deve ser testada, pois pode ter permanecido nesta durante várias horas."
5. Profilaxia na ITU
▪ Higiene pessoal, incluindo a higiene íntima no sentido ântero-posterior do períneo, evita a
migração de bactérias da região anal para a região periuretral
▪ Aumento da ingestão hídrica para 1,5 a 2 litros de líquido por dia contribui para a lavagem
vesical e dificulta a aderência da bactéria ao tecido vesical
▪ Micção com intervalos mais curtos evita a estase urinária, que contribui para a
proliferação de micro-organismos
▪ Prevenção contra doenças em que os patógenos atingem o rim por via hematogênica
Acesse: http://www.scielo.br/pdf/jbn/v34n2/11.pdf
Indicada para ITU de
repetição, ITU em gestante
etc.
Uro-Vaxom
(comercializada)
(cápsula/via oral)
Extrato bacteriano de 18
cepas UPEC
Solco-Urovac
(comercializada)
(supositório vaginal)
Cepas inativas (10 UPEC, 6 E.
Qualquer paciente pode receber a vacina? coli, Proteus, Klebsiella e
Enterococcus)
6. Mecanismo de controle da patogenicidade
Resposta adaptativa:
ilustração (eliminar bactérias
e neutralizar toxinas)
6. Resposta imune
Bactérias extracelulares
Relembrando…
Mulher de 24 anos chega ao serviço de emergência apresentando queixa
de dor no flanco e febre que surgiram há 1 ou 2 dias. A paciente relata que,
no decorrer da semana anterior, estava sentindo dor ao urinar. No
momento está febril e nauseada, mas sem vômito. A dor no flanco direito
é entorpecente, constante e não irradia, classificada pela paciente com
grau 7 numa escala de 0 a 10. Na noite anterior, a paciente tomou 600 mg
de ibuprofeno para facilitar o sono. Porém, na manhã de hoje, a dor ainda
persistia. Então, decidiu vir ao pronto socorro para ser examinada. A
paciente relata ter vida sexual ativa e seu último período menstrual
ocorreu há 1 semana. Nega ter secreções vaginais ou dor abdominal. Seus
sinais vitais incluem temperatura de 38,9°C, frequência cardíaca de 122
bpm (VR: 60-100 bpm) e pressão arterial de 119/78 mmHg (VR: 120/80
mmHg). Seu exame resultou significativo para dor à palpação junto ao
ângulo costovertebral (ACV) direito.
Bibliografia
Livros: biblioteca online (BO) e biblioteca física (BF)
BO BO
BF BO
BF