A Pedagogização Do Conhecimento PDF
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RECONTEXTUALIZAÇÃO
(realizações práticas)
Quero agora examinar aquilo que poderia ser chamado de lógica social desse
conceito. Por lógica social refiro-me ao modelo implícito do social, o da
comunicação, da interação e do sujeito inerente ao conceito. Eu diria que uma
análise da lógica social de competência revela:
Esses textos extraíram sua importância da relação com outros textos, por
exemplo, Chomsky e os gramáticos dos constituintes imediatos, Piaget e
o behaviorismo, Garfinkle e o funcionalismo estrutural, Lévi-Strauss e
suas estruturas inconscientes contra as particularidades dos grupos e
indivíduos.
1. Discurso
Modelos de desempenho
Espaço
Modelos de competência
Modelos de desempenho
Tempo
Modelos de competência
2. Avaliação
Modelos de competência
Modelos de desempenho
A ênfase aqui está naquilo que está faltando no produto. Vamos considerar
uma classe na qual o adquirente terminou de pintar uma casa. Provavelmente
o professor dirá “Que casa graciosa, mas onde está a chaminé?” Ou, se o
aluno desenhou uma pessoa, o comentário pode ser “Muito bem, mas seu
homem só tem três dedos!” Se a ênfase estiver naquilo que está ausente no
produto do adquirente, então os critérios serão explícitos e específicos, e o
adquirente tomará consciência de como reconhecer e realizar um texto
legítimo.
3. Controle
Modelos de competência
4. Texto pedagógico
Modelos de competência
Aqui o texto não é tanto o produto de um adquirente, pois esse produto indica
algo mais além dele próprio. Revela o desenvolvimento da competência do
adquirente, de modo cognitivo-afetivo ou social, e esses são os enfoques. O
professor opera com uma teoria de leitura do produto que o adquirente lhe
oferece (ou não). Essa teoria de leitura marca a atuação profissional do
professor e constitui recontextualização das ciências sociais e psicológicas, as
quais legitimam esse modo pedagógico. Conseqüentemente, o significado dos
signos de um adquirente não está ao alcance do adquirente, apenas do
professor Aqui o texto pedagógico é essencialmente o texto que o adquirente
produz, isto é, o texto pedagógico é o desempenho do adquirente. Esse
desempenho é expresso por meio de notas. A atuação profissional do
professor consiste em uma prática pedagógica explícita e no sistema de
atribuição de notas, que origina um possível trabalho de correção com uma
teoria diagnóstica correspondente, prática e distribuição de responsabilidades.
Modelos de competência.
6. Economia
Modelos de competência.
Modelos de desempenho
Singulares
Regiões
Genérico
O ESTADO E A RECONTEXTUALIZAÇÃO.
Instrumental (mercado)
Terapêutica
Identidades retrospectivas
Fundamentalista
Essa é uma identidade retrospectiva elaborada com base em recursos
religiosos fundamentalistas. Ela cria as condições para uma identidade não
ambígua, estável, intelectualmente inacessível, coletiva. Além disso, absorve o
eu em todas as suas manifestações, fornecendo-lhe um local livre de
instabilidades e ambigüidades correntes e futuras para análise crítica, relação e
comportamento. Ela também produz um isolamento considerável entre o
sagrado e o profano, permitindo a entrada no mundo profano sem sofrer os
efeitos de algum tipo de apropriação ou colonização. Em termos menos
metafóricos, ela estabelece uma forte separação entre influências
comportamentais e modernizadoras ou pós-modernizadoras. Assim, o
fundamentalismo islâmico possibilita a apropriação de tecnologias ocidentais
sem penetração intelectual. Mais próximo de nós, a ascensão de movimentos
religiosos fundamentalistas ocupa funções semelhantes. Também podemos
considerar o nacionalismo e o populismo como fundamentalistas, uma vez que
ambos recorrem a explicações mitológicas de origem, pertencimento, evolução
e destino.
Elitista
Identidades prospectivas
Essas identidades são essencialmente voltadas para o futuro. Elas podem até
mesmo utilizar e se sustentar em narrativas, mas tais recursos narrativos de
construção de identidade prospectiva situam a identidade no futuro. Os
recursos narrativos de identidades retrospectivas estabelecem e legitimam
essas identidades no e em torno do passado. Enquanto as identidades
descentradas se distanciam do coletivo, as identidades prospectivas apontam
para uma nova base de solidariedade voltada para aqueles a quem foi dado o
direito de serem reconhecidos. Nesse sentido, pode-se dizer que as
identidades prospectivas estão em processo de recentralização. Elas alteram a
base de reconhecimento e de relação coletiva. As identidades prospectivas são
lançadas por movimentos sociais, por exemplo, aqueles que tratam de gênero,
raça ou região. Em seu ponto de partida, elas são evangelizadoras e
confrontadoras. As identidades prospectivas compartilham com as identidades
fundamentalistas a consumação do eu no sentido de que as manifestações
envolvem toda a personalidade. As identidades prospectivas, a exemplo do que
acontece com as fundamentalistas, estão engajadas na conversão, assim
como as identidades fundamentalistas estão envolvidas em atividades
econômicas e políticas para preparar o desenvolvimento de seu novo potencial.
Embora algumas dessas identidades tenham características semelhantes, elas
são mutuamente exclusivas no sentido de que a adoção de uma exclui a
possibilidade de outras. (Pode haver inter-relação das identidades
fundamentalistas e identidades prospectivas). Esta classificação rigorosa
sugere bases sociais distintas e diferentemente especializadas. A posição de
classe social pode não fornecer tal base5 . Na verdade, essas identidades
podem bem ser significadoras de frações de classe em vez de identidades de
classes sociais propriamente ditas. Talvez fosse melhor identificar a posição
social dessas identidades, ou antes, a posição social que atua seletivamente
na sua construção em termos de campos de controle simbólico e economia
bem como das posições dentro de tais campos. À guisa de tentativa,
poderíamos sugerir o seguinte. As identidades terapêuticas e elitistas serão
provavelmente elaboradas por discursos pedagógicos e distribuídas em
agências especializadas no campo de controle simbólico. As descentradas.
(instrumentais) são selecionadas por aqueles no campo econômico que não
ocupam posições empresariais, por exemplo, as novas tecnologias da
informação. As fundamentalistas (no Ocidente) serão provavelmente
selecionadas por aqueles que têm uma base empresarial no campo econômico
ou uma base ameaçada naquele campo. As identidades prospectivas serão
mais provavelmente encontradas no campo de controle simbólico do que no
campo econômico. O que importa é que apenas uma das sete identidades
possíveis entre os três tipos é o tipo projetado, enquanto no campo de
identidades pedagógicas oficiais existe um movimento geral em direção ao tipo
projetado. Essa parece ser a base de oposição entre as identidades reguladas
pelo Estado e as identidades do tipo projetado, distribuídas pelo Estado; uma
resposta em termos educacionais ao capitalismo de transição, e o surgimento
de novas possibilidades de formação de identidade do tipo introjetado é
também um resultado desse mesmo tipo de capitalismo. Esse deslocamento
entre o princípio organizador de formação de identidade, dentro e fora da
educação oficial, pode bem ser uma condição importante para uma reavaliação
crítica das instituições educacionais e o princípio e foco de seus discursos. A
própria natureza diversa e contraditória das novas formações de identidade cria
uma base generalizada de resistência. Tal diversidade pode ser menos um
índice de fragmentação cultural como nas histórias pós-modernistas e mais um
ressurgimento cultural geral de rituais de subjetividade em novas formas
sociais. Pela primeira vez produzimos um discurso e uma cultura pedagógicos,
virtualmente seculares, e que são ao mesmo tempo uma recuperação do
sagrado . Isso não quer dizer que tais formas serão bem-vindas, patrocinadas
ou generalizadas.