02 - INFORMATIVOS STJ ATUALIZADO Ate 793

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SÚMULA N.

658 - O crime de apropriação indébita tributária pode ocorrer tanto em


operações próprias, como em razão de substituição tributária. (Terceira Seção. Aprovada
em 13/9/2023).

SÚMULA N. 659 - A fração de aumento em razão da prática de crime continuado deve


ser fixada de acordo com o número de delitos cometidos, aplicando-se 1/6 pela prática de
duas infrações, 1/5 para três, 1/4 para quatro, 1/3 para cinco, 1/2para seis e 2/3 para
sete ou mais infrações. (Terceira Seção. Aprovada em 13/9/2023). (Informativo n.
787)

SÚMULA N. 660
A posse, pelo apenado, de aparelho celular ou de seus componentes essenciais constitui
falta grave. (Terceira Seção. Aprovada em 13/9/2023). (Informativo n. 787)

SÚMULA N. 661
A falta grave prescinde da perícia do celular apreendido ou de seus componentes
essenciais. (Terceira Seção. Aprovada em 13/9/2023). (Informativo n. 787)

SÚMULA N. 662
Para a prorrogação do prazo de permanência no sistema penitenciário federal, é
prescindível a ocorrência de fato novo; basta constar, em decisão fundamentada, a
persistência dos motivos que ensejaram a transferência inicial do preso. (Terceira Seção.
Aprovada em 13/9/2023). (Informativo n. 787)

A impossibilidade de obtenção dos registros acerca dos dias não trabalhados ou das
horas compensadas não pode se tornar um óbice para descontar os dias não
trabalhados pelos servidores públicos em decorrência de greve. - Funcionário vai
ter os dias descontados sim, se você não se organizou foda-se.

Subtraído um só patrimônio, a pluralidade de vítimas da violência não impede o


reconhecimento de crime único de latrocínio.

A ausência de confissão formal e circunstanciada no curso da ação penal não


impede a remessa dos autos ao Parquet para avaliar a possibilidade de propositura
do acordo de não persecução penal, uma vez que essa confissão pode ser
formalizada perante o Ministério Público, no ato de assinatura do acordo.

Reconhecido, em recurso exclusivo da defesa, que a sentença condenou o réu por


fatos que não estavam descritos na denúncia, cabe ao Tribunal somente anular a
sentença e absolver o réu, mas não determinar o retorno dos autos ao
primeiro grau.

O fato de o réu mentir em interrogatório judicial, imputando prática criminosa a


terceiro, não autorização a majoração da pena-base.

A natureza jurídica das medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da


Penha é de tutela inibitória e não cautelar, inexistindo prazo geral para que ocorra a
reavalição de tais medidas, sendo necessário que, para sua eventual
revogação ou modificação, o Juízo se certifique, mediante contraditório, de
que houve alteração do contexto fático e jurídico.

Para fins de alcançar o requisito objetivo tutelado pelo Decreto Presidencial n.


11.302/2022 (pena máxima em abstrato não superior a 5 anos), deve-se
considerar apenas a pena do delito que se pleiteia o indulto e não o
somatório das penas da execução.
O fato de as guardas municipais não haverem sido incluídas nos incisos do art.
144, caput, da CF não afasta a constatação de que elas exercem atividade de
segurança pública e integram o Sistema Único de Segurança Pública. Isso,
todavia, não significa que possam ter a mesma amplitude de atuação das
polícias.

É possível a unificação das penas de reclusão e de detenção, na fase de execução


penal, para fim de fixação do regime prisional inicial. As duas são privativas de
liberdade, mesma espécie.

Só há nulidade pela falta de cientificação do acusado sobre o seu direito de


permanecer em silêncio, “em fase de inquérito policial”, caso demonstrado o
efetivo prejuízo.

Para a decisão de pronúncia, exige-se elevada probabilidade de que o réu seja


autor ou partícipe do delito a ele imputado, não se aplicando o princípio in dubio
pro societate.

Cabe à Defesa Técnica a análise de conveniência e oportunidade a respeito de


eventual recurso, no caso de conflito de vontades entre o acusado e o defensor.

No crime de estupro de vulnerável, é possível a aplicação da fração máxima de


majoração prevista no art. 71, caput, do Código Penal, ainda que não haja a
delimitação precisa do número de atos sexuais praticados, desde que o
longo período de tempo e a recorrência das condutas permita concluir que houve 7
(sete) ou mais repetições

O crime de apropriação indébita previdenciária, previsto no art. 168-A, § 1º, I, do


Código Penal, possui natureza de delito material, que só se consuma com a
constituição definitiva, na via administrativa, do crédito tributário, consoante o
disposto na Súmula Vinculante n. 24 do Supremo Tribunal Federal.

A reincidência pode ser admitida pelo juízo das execuções penais para análise da
concessão de benefícios, ainda que não reconhecida pelo juízo que prolatou a
sentença condenatória.

A Administração Pública é obrigada a divulgar, permanentemente, edital de


credenciamento em sítio eletrônico somente após a vigência da Nova Lei de
Licitações e Contratações Administrativas.

É possível a utilização, no ordenamento jurídico pátrio, de ações encobertas,


controladas virtuais ou de agentes infiltrados no plano cibernético, inclusive via
espelhamento do Whatsapp Web, desde que o uso da ação controlada na
investigação criminal esteja amparada por autorização judicial.

É inviável fixar, na esfera penal, indenização mínima a título de danos morais, sem
que tenha havido a efetiva comprovação do abalo à honra objetiva da pessoa
jurídica.

A recusa do detento em aceitar alimento que julga impróprio para consumo, quando
realizada de forma pacífica e sem ameaçar a segurança do ambiente carcerário,
não configura falta grave.

A reincidência específica como único fundamento só justifica o agravamento da


pena em fração mais gravosa que 1/6 em casos excepcionais e mediante
detalhada fundamentação baseada em dados concretos do caso.

A restituição imediata e integral do bem FURTADO não constitui, por si só, motivo
suficiente para a incidência do princípio da insignificância
As mesmas garantias e prerrogativas outorgadas aos Desembargadores dos
Tribunais de Justiça devem ser estendidas aos Conselheiros estaduais e distritais, no
que se inclui o reconhecimento do foro por prerrogativa de função durante o
exercício do cargo, haja, ou não, relação de causalidade entre a infração penal e o
cargo.

A superveniente aposentadoria da autoridade detentora do foro por prerrogativa


de função cessa a competência do Superior Tribunal de Justiça para o
processamento e julgamento do feito.

A inserção de dados falsos em sistema de dados federais não fixa, por si só, a
competência da Justiça Federal,a qual somente é atraída quando houver ofensa
direta a bens, serviços ou interesses da União ou órgão federal.

Não é possível a completa supressão e substituição total do nome registral, por


pessoa autoidentificada como indígena, por ausência de previsão legal, bem
como por respeito ao princípio da segurança jurídica e das relações jurídicas a
serem afetadas.

A confissão do réu, por si só, não autoriza a entrada dos policiais em seu domicílio, sendo
necessário que a permissão conferida de forma livre e voluntária pelo morador seja registrada
pela autoridade policial por escrito ou em áudio e vídeo.

A utilização do próprio filho para a prática de crimes, por se tratar de situação de risco ao
menor, obsta a concessão de prisão domiciliar.
Compete ao juízo estadual processar e julgar crime de estelionato contra fundo estrangeiro
no qual os atos desenvolvidos foram praticados em território nacional, ainda que diverso o
domicílio de sócio lesado.

Independentemente da extinção de punibilidade do autor, a vítima de violência


doméstica deve ser ouvida para que se verifique a necessidade de rorrogação/concessão
das medidas protetivas.

Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime de falsificação de documento


público, consistente na falsificação de identidades funcionais do Poder Judiciário da União.

A efetiva restrição de liberdade das vítimas é prescindível para a configuração do crime de


redução a condição análoga à de escravo.

Somente configura o crime de constituição de milícia privada se a atuação do grupo


criminoso se restringe aos delitos previstos no Código Penal.

Não incide a regra a continuidade delitiva específica nos crimes de estupro praticados com
violência presumida..

A aproximação do réu com o consentimento da vítima torna atípica a conduta de


descumprir medida protetiva de urgência.

No crime de furto contra empresa de segurança e transporte de valores, o prejuízo está


inserido no risco do negócio e não autoriza a exasperação da pena basilar, porquanto
ínsito ao tipo penal.

O exame de corpo de delito poderá, em determinadas situações, ser dispensado para a


configuração de lesão corporal ocorrida em âmbito doméstico, na hipótese de
subsistirem outras provas idôneas da materialidade do crime.
A aplicação da agravante prevista no art. 61, II, "f", (com abuso de autoridade ou
prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com
violência contra a mulher na forma da lei específica;) do Código Penal, em condenação
pelo delito do art. 129, § 9º, do CP, POR SI SÓ, NÃO CONFIGURA BIS IN IDEM.

O crime de "obter, mediante fraude, financiamento em instituição financeira" se consuma


no momento em que assinado o contrato de obtenção de financiamento mediante
fraude.

O intenso envolvimento com o tráfico de drogas constitui fundamento idôneo para


valorar negativamente a conduta social do agente na primeira fase da dosimetria da pena
no crime de homicídio qualificado.

A mera solicitação do preso, sem a efetiva entrega do entorpecente ao destinatário no


estabelecimento prisional, configura ato preparatório, o que impede a sua condenação
por tráfico de drogas.

É idônea a valoração negativa dos motivos do crime na hipótese em que o agressor se


utiliza de ameaças para constranger a vítima a desistir de requerer o divórcio e pensão
alimentícia em benefício dos filhos.

A ocorrência de crime permanente e a existência de situação de flagrância apta a mitigar a


garantia constitucional da inviolabilidade de domicílio justificam o ingresso dos policiais
em endereço diverso daquele contido na ordem judicial.

A absolvição na ação de improbidade administrativa em virtude da ausência de dolo e da


ausência de obtenção de vantagem indevida esvazia a justa causa para manutenção da
ação penal.

Incide a causa especial de aumento de pena prevista no § 3º do art. 334 do Código Penal
quando se tratar de descaminho praticado em transporte aéreo, não sendo relevante o fato
de o voo ser regular ou clandestino.

É inviável a aplicação do princípio da insignificância ao furto praticado quando, para além


do valor da res furtiva exceder o limite de 10% do valor do salário-mínimo vigente à
época dos fatos, o acusado é multirreincidente, ostentando diversas condenações
anteriores por crimes contra o patrimônio.

A utilização, por bacharel em direito, de seus conhecimentos acerca do exame da OAB para
participar de esquema de fraude a essa seleção justifica a valoração negativa da
culpabilidade do agente.

É idônea a mensuração da repercussão internacional do delito na majoração da pena-base


pelas consequências do crime.

Nos casos de estupro de vulnerável praticado em continuidade delitiva em que não é


possível precisar o número de infrações cometidas, tendo os crimes ocorrido durante
longo período de tempo, deve-se aplicar a causa de aumento de pena no patamar máximo
de 2/3.

A existência de doença cardíaca de que padecia a vítima configura-se como concausa


preexistente relativamente independente, não sendo possível afastar o resultado mais
grave (morte) e, por consequência, a imputação de latrocínio.
Cabivel a redução do prazo prescricional pela metade (art. 115 do CP) se, entre a sentença
condenatória e o julgamento dos embargos de declaração, o réu atinge a idade superior a
70 anos, tendo em vista que a decisão que julga os embargos integra a própria sentença
condenatória.

O delito de registro não autorizado da intimidade sexual (art. 216-B do CP) possui a
natureza de ação penal pública incondicionada.

A contratação de serviços espirituais para provocar a morte de autoridades não configura


crime de ameaça.

O princípio da insignificância é aplicável ao crime de contrabando de cigarros quando a


quantidade apreendida não ultrapassar 1.000 (mil) maços, seja pela diminuta
reprovabilidade da conduta, seja pela necessidade de se dar efetividade à repressão a o
contrabando de vulto, excetuada a hipótese de reiteração da conduta, circunstância
apta a indicar maior reprovabilidade e periculosidade social da ação.

A valoração do requisito subjetivo para concessão do livramento condicional - bom


comportamento durante a execução da pena (art. 83, inciso III, alínea a, do Código Penal) -
deve considerar todo o histórico prisional, não se limitando ao período de 12 meses
referido na alínea b do mesmo inciso III do art. 83 do Código Penal.

A audiência prevista no art. 16 da Lei n. 11.340/2006 tem por objetivo confirmar a


retratação, não a representação, e não pode ser designada de ofício pelo juiz. Sua
realização somente é necessária caso haja manifestação do desejo da vítima de se retratar
trazida aos autos antes do recebimento da denúncia

O interrogatório do réu é o último ato da instrução criminal. A inversão da ordem prevista


no art. 400 do CPP tangencia somente à oitiva das testemunhas e não ao interrogatório. O
eventual reconhecimento da nulidade se sujeita à preclusão, na forma do art. 571, I e II, do
CPP, e à demonstração do prejuízo para o réu.

A falta de intimação do servidor público, após a apresentação do relatório final pela


comissão processante, em processo administrativo disciplinar, não configura ofensa às
garantias do contraditório e da ampla defesa, ante a ausência de previsão legal.

Servidora pública que pede exoneração e fica inerte por mais de 3 anos até ingressar com
ação judicial requerendo declaração de nulidade do ato administrativo e a consequente
reintegração ao cargo, não tem direito à indenização de valores retroativos à exoneração,
por configurar enriquecimento sem causa.

É possível a aplicação analógica da teoria da continuidade delitiva (art. 71 do CP) no


âmbito do processo administrativo.

Os agentes políticos municipais se submetem aos ditames da Lei de Improbidade


Administrativa, sem prejuízo da responsabilização política e criminal estabelecida no DL n.
201/1967.

É prescindível a exigência de avaliação de desempenho para a ascensão funcional de


servidores no período em que estiverem afastados do cargo para exercício de mandato
eletivo federal.
Em atenção ao Tema 1199/STF, deve-se conferir interpretação restritiva às hipóteses de
aplicação retroativa da Lei n. 14.230/2021, adstringindo-se aos atos ímprobos culposos
não transitados em julgado.

É lícito ao órgão de trânsito indeferir o pedido de Carteira Nacional de Habilitação - CNH


ao condutor que, portador da Permissão para Dirigir, cometeu infração grave,
independentemente dessa infração ser qualificada como de natureza administrativa
ou na condução do veículo.

A Administração Pública pode inscrever em cadastros de restrição de crédito os seus


inadimplentes, ainda que não haja inscrição prévia em dívida ativa.

O Tribunal de Justiça não pode ser considerado autoridade coatora quando mero executor
de decisão do Conselho Nacional de Justiça.

É cabível a cobrança de taxa de ocupação de imóvel público, ainda que não haja prévia
formalização de ato ou negócio jurídico administrativo.

A divulgação científica não autorizada de imagem de paciente viola direitos de intimidade


e a ética médica, gerando responsabilização solidária entre os médicos autores do artigo e
a editora.

Não há usurpação de competência do Tribunal de Justiça local quanto à supervisão de


investigação contra detentor de prerrogativa de foro no âmbito de inquéritos civis e ações
de improbidade administrativa.

Verificado que a lesão é o resultado das agressões sofridas, a existência de concausa


anterior relativamente independente não impede a condenação pelo crime de lesão
corporal grave.

Apesar da pactuação de cláusulas gravosas, o acordo de colaboração premiada deve ser


visto na sua integralidade, como um corpo único, e passa a configurar, a partir de sua
homologação, um título executivo judicial.

Médico não pode acionar a polícia para investigar paciente que procurou atendimento
médico-hospitalar por ter praticado manobras abortivas, uma vez que se mostra como
confidente necessário, estando proibido de revelar segredo do qual tem conhecimento,
bem como de depor a respeito do fato como testemunha.

A ocultação de drogas na região pélvica, por si só, não constitui fundamento idôneo para
negativar a culpabilidade.

A proibição genérica de consumo de álcool imposta como condição especial ao apenado,


com o argumento geral de preservar a saúde mental do condenado ou prevenir futuros
crimes, deve vincular a necessidade da regra às circunstâncias específicas do crime
pelo qual o condenado foi sentenciado.

A mudança de entendimento jurisprudencial não autoriza o ajuizamento de revisão


criminal, ressalvadas hipóteses excepcionalíssimas de entendimento pacífico e
relevante.

Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes de produção de medicamentos


sem registro no órgão competente, mesmo na ausência de prova incontestável sobre a
transnacionalidade das condutas, contanto que haja indícios concretos de que as
matérias-primas foram adquiridas do exterior.

Compete ao Tribunal do Júri Federal julgar causa na qual há demonstração de interesse


federal específico em relação ao crime doloso contra a vida, ou quando há conexão deste
com crime federal.

incabível a conexão de processos quando ausente a exposição de um liame circunstancial


que demonstre a relação de interferência ou prejudicialidade entre as condutas
criminosas.

Os fundamentos utilizados na dosimetria da pena somente devem ser reexaminados se


evidenciado, previamente, o cabimento do pedido revisional.

Compete à Justiça Federal o julgamento de crime de falsidade ideológica, consistente no


fornecimento de informação inverídica a servidor da FUNAI, para fins de emissão de
Registro Administrativo de Nascimento de Indígena - RANI.

O juízo do domicílio da vítima em situação de violência doméstica é competente para


processar e julgar o pedido de medidas protetivas de urgência, independentemente de as
supostas condutas criminosas que motivaram o pedido terem ocorrido enquanto o autor e
a vítima encontravam-se em viagem fora do domicílio desta.

A reunião dos feitos por força de conexão não ostenta natureza absoluta, sendo adequado
excepcionar a sua incidência na hipótese em que a aplicação ensejaria um atraso na
tramitação de ação em estágio avançado (instrução encerrada).

Havendo solução de continuidade entre os mandatos, não exercidos de maneira


ininterrupta, cessa o foro por prerrogativa de função referente a atos praticados durante o
primeiro mandato.

Para fixação de indenização mínima por danos morais, nos termos do art. 387, IV, do CP,
não se exige instrução probatória acerca do dano psíquico, do grau de sofrimento da
vítima, bastando que conste pedido expresso na inicial acusatória, garantia suficiente ao
exercício do contraditório e da ampla defesa.

Na revisão criminal, por se tratar de ação exclusivamente defensiva, afastado o desvalor


atribuído às circunstâncias judiciais ou às agravantes, a pena deverá ser reduzida

No caso de recusa de oferecimento do acordo de não persecução penal pelo representante


do Ministério Público, o recurso dirigido às instâncias administrativas contra o parecer da
instância superior do Ministério Público não detém efeito suspensivo capaz de sustar o
andamento de ação penal.

A confissão do réu, por si só, não autoriza a entrada dos policiais em seu domicílio, sendo
necessário que a permissão conferida de forma livre e voluntária pelo morador seja
registrada pela autoridade policial por escrito ou em áudio e vídeo.

O exame de corpo de delito poderá, em determinadas situações, ser dispensado para a


configuração de lesão corporal ocorrida em âmbito doméstico, na hipótese de subsistirem
outras provas idôneas da materialidade do crime.
O depoimento testemunhal indireto não possui a capacidade necessária para sustentar
uma acusação e justificar a instauração do processo penal, sendo imprescindível a
presença de outros elementos probatórios substanciais.

Não há usurpação de competência do Tribunal de Justiça local quanto à supervisão de


investigação contra detentor de prerrogativa de foro no âmbito de inquéritos civis e ações
de improbidade administrativa.

Havendo juízo especializado para apurar e julgar crimes praticados contra criança e
adolescente, é este o competente independentemente do tipo de crime.

Nos casos em que houver a modificação do quadro fático-jurídico, e, ainda, em situações


em que houver a desclassificação do delito - seja por emendatio ou mutatio libelli -,
uma vez preenchidos os requisitos legais exigidos para o Acordo de Não Persecução Penal,
torna-se cabível o instituto negocial.

A receptação, em sua forma qualificada, demanda especial qualidade do sujeito ativo, que
deve ser comerciante ou industrial.
No caso, as instâncias consignaram a demonstração de que as peças retiradas dos carros
furtados/roubados seriam vendidas no estabelecimento comercial do acusado. Porém,
com relação aos outros réus, não se comprovou o exercício da atividade comercial
prestado de forma habitual, atraindo, quanto a eles, a desclassificação do crime qualificado
para receptação simples (art. 180, caput, do CP). (Informativo n. 771)

Nos termos do art. 111 da Lei de Execução Penal, as penas de reclusão e de detenção
devem ser consideradas cumulativamente, já que ambas são da mesma espécie, ou seja,
penas privativas de liberdade

Havendo norma estadual que expressamente institui ressalvas à apuração de


determinados delitos pela Central de Inquéritos, afasta-se a aplicação da Teoria do Juízo
Aparente na convalidação dos atos processuais em razão da ausência de dúvida razoável
no tocante ao órgão judiciário competente.

A absolvição na ação de improbidade administrativa em virtude da ausência de dolo e da


ausência de obtenção de vantagem indevida esvazia a justa causa para manutenção da
ação penal.

O fato de a referida dívida ativa estar garantida por contrato de seguro no bojo de
execução fiscal movida contra o contribuinte não descaracteriza a materialidade dos
crimes fiscais.

SÃO INADMISSÍVEIS AS PROVAS DIGITAIS SEM REGISTRO DOCUMENTAL ACERCA DOS


PROCEDIMENTOS ADOTADOS PELA POLÍCIA PARA A PRESERVAÇÃO DA INTEGRIDADE,
AUTENTICIDADE E CONFIABILIDADE DOS ELEMENTOS INFORMÁTICOS.

No caso em que a audiência para oitiva da vítima e da testemunha é realizada por meio de
videoconferência, a interpretação mais consentânea com o objetivo do disposto no art. 217
do CPP é a de que o réu também pode ser impedido de acompanhar os depoimentos.

É possível a aplicação da fungibilidade no uso do recurso de apelação em detrimento do


recurso em sentido estrito, desde que demonstradas a ausência de má-fé e a
tempestividade do instrumento processual.
O Ministério Público possui legitimidade para requerer, em ação civil pública, medida
protetiva de urgência em favor de mulher vítima de violência doméstica.

Sob pena de nulidade, a utilização da fundamentação per relationem demanda, ainda


que concisamente, acréscimos de fundamentação pelo magistrado ou exposição das
premissas fáticas que formaram sua convicção.

A decisão que homologa o arquivamento do inquérito que apura violência doméstica e


familiar contra a mulher deve observar a devida diligência na investigação e a
observância de aspectos básicos do Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero
do Conselho Nacional de Justiça, em especial quanto à valoração da palavra da vítima,
corroborada por outros indícios probatórios, que assume inquestionável importância.

Sem autorização judicial, é ilícita a solicitação de relatórios de inteligência financeira feita


pela autoridade policial ao COAF (atual UIF).

A participação dos órgãos de persecução estatal na gravação ambiental realizada por um


dos interlocutores, sem prévia autorização judicial, acarreta a ilicitude da prova.

O afastamento da prisão domiciliar para mulher gestante ou mãe de filho menor de 12


anos exige fundamentação idônea e casuística, independentemente de comprovação de
indispensabilidade da sua presença para prestar cuidados ao filho, sob pena de
infringência ao art. 318, inciso V, do CPP, inserido pelo Marco Legal
da Primeira Infância (Lei n. 13.257/2016).

A expedição de mandado de busca e apreensão de menor não autoriza o ingresso no


domicílio e a realização de varredura no local.

É cabível o acesso aos elementos de prova já documentados nos autos de inquérito policial
aos familiares das vítimas, por meio de seus advogados ou defensores públicos, em
observância aos limites estabelecidos pela Súmula Vinculante n. 14.

A mera sinalização do cão de faro, seguida de abordagem a suposto usuário saindo do


local, desacompanhada de qualquer outra diligência investigativa ou outro elemento
concreto indicando a necessidade de imediata ação policial, não justifica a dispensa do
mandado judicial para o ingresso em domicílio.

É cabivel a redução do prazo prescricional pela metade (art. 115 do CP) se, entre a
sentença condenatória e o julgamento dos embargos de declaração, o réu atinge a idade
superior a 70 anos, tendo em vista que a decisão que julga os embargos integra a própria
sentença condenatória.

Declinada a competência do feito para a Justiça estadual, não cabe à Polícia Federal
prosseguir nas investigações.

Apesar da pactuação de cláusulas gravosas, o acordo de colaboração premiada deve ser


visto na sua integralidade, como um corpo único, e passa a configurar, a partir de sua
homologação, um título executivo judicial.

Por constituir um poder-dever do Ministério Público, o não oferecimento tempestivo do


acordo de não persecução penal desacompanhado de motivação idônea constitui
nulidade absoluta.
Por ausência de previsão legal, o Ministério Público não é obrigado a notificar o
investigado acerca da proposta do Acordo de Não Persecução Penal. “a ciência da recusa
ministerial deve ocorrer por ocasião da citação, após o recebimento da denúncia, podendo
o acusado, na primeira oportunidade para manifestação nos autos, requerer a remessa dos
autos ao órgão de revisão ministerial.”

Embora o prazo de 30 (trinta) dias para o término do inquérito com indiciado solto (art.
10 do Código de Processo Penal) seja impróprio, sem consequências processuais
imediatas se inobservado, isso não equivale a que a investigação se prolongue por tempo
indeterminado, por anos a fio, devendo pautar-se pelo princípio da razoabilidade.

A "AUTÓPSIA PSICOLÓGICA" constitui prova atípica admissível no processo penal,


cabendo ao magistrado controlar a sua utilização no caso concreto.

Se a suposta prática de crime de peculato ocorreu por meio que deixou vestígios,
consubstanciada em fraude na escrituração contábil da municipalidade, mostra-se
indispensável a prova pericial, sob pena de ofensa ao art. 386, II, do Código de Processo
Penal.

É cabível a remição da pena pela aprovação no Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM,
ainda que o apenado já tenha concluído o ensino médio antes de dar início ao
cumprimento da pena, ressalvado o acréscimo de 1/3, com fundamento no art. 126, § 5º,
da Lei de Execução Penal.

Não é cabível a remição penal por aprovação no ENEM ao reeducando que já havia
concluído o ensino médio antes de ingressar no sistema prisional.

O tempo em que o apenado esteve afastado das suas obrigações no regime aberto, sob
atestado médico, pode ser computado como pena efetivamente cumprida.

Não cabe a remição ficta no trabalho de natureza eventual, porquanto não se pode
presumir que deixou de ser oferecido e exercido em razão do estado pandêmico.

A remição pelo trabalho pressupõe o exercício de atividade laboral mediante


subordinação e controle de horário, não se admitindo o auto controle de carga horária.

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