Geociências - Agrimensura - Polivalente

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O Colégio Integrado Polivalente (CIP) traduz-se pela participação efetiva de profissionais no

processo de promoção pessoal e de restituição da cidadania daquelas pessoas que em nosso próprio
território ou em outros não tiveram oportunidade de frequentar escola na idade apropriada. Instituir e
manter o Colégio exigem determinação e persistência da direção e professores envolvidos na “Qualidade
na arte de ensinar”.
Nascido originalmente em 15 de agosto de 1991 com o intuito de atender a comunidade num
contexto geral da educação, foi rapidamente ampliado e tem sido buscado por pessoas de várias
comunidades. Mantido pela Associação Educacional São Lázaro, o Polivalente no ano de 2001, obteve
junto a Secretaria de Educação e Conselho de Educação do Distrito Federal credenciamento e
autorização (Portaria nº 112 de 23 de março de 2001) para funcionamento dos Cursos Técnicos
em: Telecomunicações, Eletroeletrônica, Secretaria Escolar e Transações Imobiliárias. Também,
obteve credenciamento junto ao Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) e do
Conselho Federal de Corretores de Imóveis (COFECI), órgãos que fiscalizam o exercício das
profissões de Técnico em Transações Imobiliárias, Técnico em Telecomunicações e Técnico em
Eletroeletrônica.
Esses credenciamentos auxiliam os nossos alunos na conquista do emprego e dos caminhos para o
registro profissional. Firmou convênios com o Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), Instituto
Brasil Global (IEG), Instituto Evaldo Lodi (IEL), e trocou experiências com outras instituições de
ensino e empresas como: FURNAS, CEB, CELG, CEMIG, Brasil Telecom, NET, TELEPAR,
TELEMAR, TELEMONT-TO que deram aos alunos a chance de conhecer novas realidades,
proporcionando uma formação que alia teoria à prática.
Em fevereiro de 2002, o Polivalente obteve junto à Secretaria de Estado da Educação
e Conselho de Educação do Distrito Federal aprovação para funcionamento da Educação de Jovens e
Adultos (EJA) de ensino médio na modalidade à distância (Parecer 302/2001 e portaria 75 de 8 de
fevereiro de 2002) com o objetivo de atender aqueles que buscam conhecimento acadêmico e não tiveram
acesso à educação na época certa e têm pouca disponibilidade de tempo.
O êxito da Educação de Jovens e Adultos é positiva, pois muitos alunos já ingressaram em cursos
de nível técnico, tecnólogo superior, licenciaturas ou mesmo no mercado de trabalho. Em dezembro de
2003, foi implantado a Sede II do Colégio Integrado Polivalente no Distrito Federal, localizado na Av.
Santa Maria, CL 418 – lotes B e C, Santa Maria-DF, oferecendo Educação Infantil, Ensino
Fundamental, Ensino Médio e Curso Normal Nível Médio (Ordem de Serviço nº 98 de 15 de dezembro
de 2003).
Para firmar-se no competitivo mercado de educação básica e profissional, a instituição apostou,
desde a sua criação em uma filosofia de interação com o mercado. Para o futuro, a instituição investirá na
criação de novas unidades, não só no Distrito Federal, mas também em diversas partes do Brasil.

A educação pode contribuir para transformar relações sociais, econômicas, culturais e políticas,
de forma tal que assegure a todos, um ensino de qualidade, comprometido com a formação de cidadãos
conscientes de seu papel na sociedade.
Nessa perspectiva, coloca-se a serviço da preparação de indivíduos para uma inserção crítica e
criativa no mundo, fornecendo-lhes por meio da aquisição de conteúdos da socialização, o instrumental
necessário à participação organizada e ativa na democratização social.
Assim, o Colégio Integrado Polivalente tem por missão, como instituição educacional, a
formação de indivíduos cientes de sua responsabilidade social, baseada na aprendizagem cidadã, capazes
de aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.

Ao nortear suas ações educativas com base em teorias que se complementam, teoria crítico-social dos
conteúdos, teoria das aprendizagens significativas, e teoria da construção de competências, o Colégio
Integrado Polivalente elege os seguintes objetivos institucionais:
• Oferecer aos alunos uma educação de qualidade, voltada para as questões sociais, com vistas a
uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade;
• Favorecer a gestão participativa, numa construção coletiva das decisões/ações, por parte dos
diferentes segmentos da escola;
• Valorizar o profissional de educação através de condições favoráveis para o aperfeiçoamento
profissional, tratamento digno, ambiente respeitoso, recursos disponíveis para o exercício de sua
função;
• Contribuir para a realização de atividades com objetivos explicitamente educativos, criando
um ambiente propício para a elaboração do saber e a boa convivência;

• Avaliar de forma global e interativa as ações desempenhadas ao longo do ano letivo ou


período letivo;

• Valorizar os aspectos de desenvolvimento do discente na área motora,

cognitiva e afetiva;

• Divulgar e respeitar os direitos e deveres do cidadão dentro de uma visão crítica e


responsável da realidade social;

• Proporcionar aos alunos meios para construir novos conhecimentos, competências e


habilidades o que o fará mais funcional, mais complexo e mais capaz de resolver problemas;

• Favorecer o desenvolvimento de todas as capacidades, respeitando a diversidade e as


possibilidades dos diferentes alunos;

• Incentivar o processo contínuo de construção do conhecimento, que favoreça o


prosseguimento de estudos;

• Criar condições para que o aluno desenvolva habilidades e competências, para enfrentar os
desafios do mercado profissional;

• Planejar e avaliar a situação da prática educativa para direcionar as decisões e ações, que
priorizam a qualidade da educação oferecida.

Todos os cursos oferecidos via educação a distância pelo CIP são desenvolvidos por uma equipe
multidisciplinar e têm uma proposta pedagógica única, que combina momentos de interatividade online
com a utilização de várias mídias. O CIP mantém uma completa infraestrutura de produção (própria e ou
em parceria) especialmente voltada para o desenvolvimento de material de ensino permitindo que use da
mais avançada tecnologia para utilizar o canal de comunicação e a linguagem mais adequados ao assunto
proposto, o que confere uma dinâmica toda especial ao curso.
Um dos grandes diferenciais do CIP é a variedade de meios de aprendizagem oferecidos: CD-
ROM, acesso a nossa PLATAFORMA ONLINE para tutoria, manual de orientação do aluno, caderno de
atividades, exercícios disponibilizados e avaliados via online, chat e fóruns.
Vejamos algumas informações importantes que nortearão seus estudos tanto em relação ao curso
TÉCNICO EM AGRIMENSURA, ao profissional da área e ao material didático do componente curricular
GEOCIÊNCIAS.

Sobre o curso

O eixo tecnológico de INFRAESTRUTURA compreende tecnologias relacionadas à construção civil


e ao transporte. Abrange planejamento, operação, manutenção, proposição e gerenciamento de soluções
tecnológicas para obras civis, topografia, geotécnica, hidráulica, recursos hídricos, saneamento, transporte
de pessoas e bens e controle de trânsito e tráfego.
A organização curricular dos cursos contempla conhecimentos relacionados a: leitura e produção de
textos técnicos; estatística e raciocínio lógico; desenho técnico; ciência, tecnologia e inovação; investigação
tecnológica; empreendedorismo; tecnologias de comunicação e informação; desenvolvimento interpessoal;
legislação; normas técnicas; saúde e segurança no trabalho; gestão da qualidade e produtividade;
responsabilidade e sustentabilidade social e ambiental; qualidade de vida; e ética profissional.

Estruturação do curso

O curso TÉCNICO EM AGRIMENSURA pertence ao eixo tecnológico de INFRAESTRUTURA.


Nosso curso possui uma carga horária total de 1.440 horas e está disponível na modalidade de Educação
Profissional à Distância. Ele foi estruturado em 4 módulos contendo 4 componentes curriculares no módulo
I, 4 no módulo II, 4 no módulo III e 4 no módulo IV (total de 16 componentes curriculares).

MÓDULO I

• Informática Básica
• Levantamento Topográfico Planimétrico
• Geociências
• Manejo e Conservação dos Recursos Naturais

MÓDULO II

• Matemática Aplicada à Agrimensura


• Leis e Códigos Aplicados à Agrimensura
• Levantamento Topográfico Cadastral
• Desenho Técnico

MÓDULO III

• Hidrologia e Saneamento Ambiental


• Leitura e Produção de Textos Técnicos
• Prática de Agrimensura I
• Divisão, Demarcação e Georreferenciamento

MÓDULO IV

• Geodésia
• Planejamento Urbano e Ambiental
• Prática de Agrimensura II
• Prática de Agrimensura III

Perfil profissional de conclusão


• Executa levantamentos geodésicos e topográficos.
• Utiliza equipamentos e métodos específicos.
• Faz a locação de obras de sistemas de transporte, civis, industriais e rurais.
• Delimita glebas.
• Efetua aerotriangulação.
• Restitui fotografias aéreas para a elaboração de produtos cartográficos em diferentes sistemas de
referências e projeções.
• Interpreta dados de sensoriamento remoto, fotos terrestres e fotos aéreas de modo integrado a dados
de cartas, mapas e plantas.
• Utiliza ferramentas de geoprocessamento.
• Identifica elementos na superfície e pontos de apoio para georreferenciamento e amarração.
• Coleta dados geométricos.
• Executa cadastro técnico multifinalitário.
• Identifica métodos e equipamentos para a coleta de dados.
• Organiza e supervisiona ações de levantamento e mapeamento.

Campo de atuação
• Atividades de mapeamento e levantamento topográfico, de comercialização de equipamentos e
instrumentos específicos da função, de aerolevantamentos, de logística e distribuição de cargas.
• Forças Armadas.
• Concessionárias de serviços públicos.
• Agências reguladoras.
• Atividade autônoma.

Possibilidades de certificação intermediária em cursos de qualificação profissional no itinerário


formativo
• Editor de Maquetes Eletrônicas.
• Cadista para Construção Civil.

Possibilidades de formação continuada em cursos de especialização técnica no itinerário formativo


• Especialização técnica em georreferenciamento de imóveis rurais.
• Especialização técnica em cadastramento ambiental rural.
• Especialização técnica em monitoramento de estruturas.

Possibilidades de verticalização para cursos de graduação no itinerário formativo


• Curso superior de tecnologia em geoprocessamento.
• Curso superior de tecnologia em estradas.
• Curso superior de tecnologia em construção civil.
• Curso superior de tecnologia em topografia.
• Curso superior de tecnologia em agrimensura.
• Bacharelado em engenharia de agrimensura.
• Bacharelado em engenharia geodésica.
• Bacharelado em engenharia de topografia rural.
• Bacharelado em engenharia geográfica.
• Bacharelado em engenharia cartográfica.
O componente curricular GEOCIÊNCIAS foi elaborado com alguns itens que precisam ser
destacados para melhor compreensão de leitura e contextualização dos conteúdos abordados.

Momento de atiçar a curiosidade do estudante, propondo conceitos, fatos e situações


curiosas referente aos assuntos que estão sendo estudados.

Momento de fazer o estudante refletir sobre algum tema específico que deve ser
destacado, lembrado ou anotado como uma observação importante.

Momento de mostrar algumas aplicações dos conceitos estudados no material, em que o


estudante ao se tornar um profissional da área, perceberá que vários pontos abordados
nesse item serão úteis durante suas atividades como Técnico em Telecomunicações.

Momento destinado ao estudante para que ele possa pensar e tentar responder alguns exercícios
propostos visando verificar parte de sua abstração após a leitura completa do material.
Momento de apresentar sugestões de estudos complementares, com intuito de
propor um aprendizado contínuo e direcionado aos estudantes do curso.

São pequenos componentes educacionais (textos, vídeos, áudios, animações) que


disponibilizamos com intuito de agregar conteúdo, contextualizar o aprendizado e fortalecer a
retenção do conhecimento de forma objetiva e orgânica, melhorando o desempenho de nossos
estudantes e profissionais. Um recurso educacional utilizado para suportar um processo de
aprendizagem rápido, porém constante.
A pílula do conhecimento poderá ser aplicada como complementação teórica e prática
dos nossos cursos, como ferramenta de memorização e revisão de conteúdo sobre os aspectos
mais importantes do curso e/ou como reforço das ações de aprendizagem presenciais.

Se trata das respostas dos exercícios propostos do item “PENSE E RESPONDA”.

Contém as principais referências utilizadas como fonte de pesquisa para elaboração do


material.
GEOCIÊNCIAS
INTRODUÇÃO___________________________________________________________ 12
O PLANETA TERRA_______________________________________________________ 13
• Crosta Terrestre________________________________________________________ 14
RELEVO________________________________________________________________ 15
• Montanhas____________________________________________________________ 15
• Planaltos______________________________________________________________ 16
• Planícies_______________________________________________________________17
• Depressões_____________________________________________________________
17
HIDROGRAFIA___________________________________________________________
18
• Oceanos_______________________________________________________________ 19
• Mares_________________________________________________________________ 20
• Rios__________________________________________________________________ 20
• Lagos_________________________________________________________________ 20
• Lagoas________________________________________________________________ 21
• Lagunas_______________________________________________________________ 21
MINERALOGIA__________________________________________________________ 22
OS SOLOS______________________________________________________________24
• Gênese dos Solos________________________________________________________ 24
• Características Morfológicas do Solo_______________________________________ 25
• Propriedade Física do Solo_______________________________________________ 27
CLASSIFICAÇÃO DO SOLO_______________________________________________ 28
• Classificação quanto à Origem____________________________________________ 29
• Classificação da Capacidade de Uso do Solo_________________________________ 30
IMPACTO AMBIENTAL DO SOLO___________________________________________32
• Perigo de Extinção do Solo Produtivo______________________________________ 32
• Principais Causas do Impacto Ambiental no Solo____________________________ 32
• Queimadas Naturais: Impacto Ambiental do Solo____________________________ 33
• Principais Consequências do Impacto Ambiental no Solo______________________ 33
NA PRÁTICA ____________________________________________________________ 34
PENSE E RESPONDA_____________________________________________________ 35
CONHEÇA+____________________________________________________________36
PÍLULA DO CONHECIMENTO_____________________________________________37
GABARITO_____________________________________________________________37
REFERÊNCIAS___________________________________________________________37
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INTRODUÇÃO

Geociências é uma área que abrange disciplinas científicas sobre o estudo da Terra. As
geociências analisam rochas, atmosferas, placas tectônicas, oceanos, entre outras composições do
planeta. Por isso, profissionais do ramo têm conhecimentos de Geologia, Oceanografia, Topografia ou
Mineralogia, de acordo com a especialização escolhida. No currículo, matemática, física, química e
geografia se destacam no início do curso, que também pode ter disciplinas mais específicas como
paleontologia (ciência que estuda os fósseis e o passado da vida na terra), petrologia (trata da origem
e história das rochas), ou até mesmo hidrogeoquímica (o estudo das diferentes composições da água
no ambiente).
Quando não estão analisando amostras em laboratórios, profissionais de geociências partem
para campo. Realizam estudos tanto em desertos ou florestas quanto em áreas urbanas, auxiliando
especialmente grandes obras. De acordo com a especialização escolhida, geocientistas realizam
pesquisas sobre erosão do solo, análise topográfica de terrenos, terremotos e vulcões. Eles também
estudam as rochas, suas composições, exploram a analisam jazidas minerais, carvão, gás natural e
petróleo, além de analisarem o clima para compreenderem como todos os elementos e características
do planeta interagem entre si.
Tão intrigantes para o homem quanto outras disciplinas científicas, as geociências surgiram
com as primeiras civilizações da antiguidade, especialmente gregos e egípcios. Os filósofos gregos,
por exemplo, foram os primeiros a questionavam sobre a origem e composição de rochas,
características da terra, do mar e da atmosfera que os cercavam. Ao longo dos séculos, o aparecimento
de fósseis e tentativas de desvendar a ocorrência de terremotos, estimulou ainda mais os estudos na
área – muitas vezes contestados pelos dogmas da Igreja Católica.
Diversos cientistas elaboraram estudos nas áreas de geociências, e entre eles se destacou o
trabalho do escocês Charles Lyell, que em 1830 escreveu a obra “Princípios da Geologia”, em que não
só citava aspectos físicos, mas também químicos e biológicos da composição de elementos terrestres,
como rochas e fósseis. No século XX, o surgimento de diversas tecnologias permitiu a datação da
idade das rochas e com essa análise, cientistas puderam determinar características importantes da vida
na Terra.
Ao sugerir que há 200 milhões de anos os continentes estavam juntos em uma única massa
continental, o geofísico alemão Alfred Wegener se tornou mundialmente famoso e marcou para sempre
os estudos na área de geociências. Em 1915 ele publicou seu livro “A Origem dos Continentes e dos
Oceanos”. Entre outras ideias, ele defendia Teoria da Tectônica das Placas para descrever os
deslocamentos dos continentes ao longo dos anos.

O PLANETA TERRA

O Planeta Terra está situado na Via Láctea e faz parte do sistema solar, de todos os planetas
integrantes somente a Terra possui temperaturas favoráveis ao desenvolvimento e proliferação da vida,
isso por que nosso planeta não é muito quente e nem muito frio. Em circunstâncias normais a
temperatura média da Terra é de 15 ºC.
A Terra realiza diversos movimentos, porém os principais são os de rotação e translação. O
primeiro corresponde a um movimento que a Terra realiza em torno de si mesma e que requer vinte
quatro horas para ser concretizado, esse é responsável pelo surgimento dos dias e das noites.

O segundo corresponde ao movimento que a Terra realiza em torno do


sol e para completá-lo são necessários 365 dias e 6 horas e 366 dias nos anos
bissextos, as seis horas são somadas ao longo de quatro anos, totalizando 24
horas ou um dia. O movimento de translação é responsável pelo surgimento das
estações do ano, essa variação no clima corresponde às posições que a Terra se
encontra em relação ao sol em determinados períodos do ano.

O Planeta Terra é composto por camadas que partem desde a superfície terrestre até o núcleo,
desse modo são denominadas litosfera, crosta, manto, astenosfera, núcleo externo e núcleo interno.
Todas essas camadas são formadas por diferentes tipos de minérios e gases, embora os principais
sejam: ferro, oxigênio, silício, magnésio, níquel, enxofre e titânio.
Atualmente, a teoria mais aceita perante a classe científica é de que o planeta Terra teria sua
formação a partir do agrupamento de poeira cósmica, logo depois houve um aquecimento promovido
por grandes reações químicas, essa junção formou corpos maiores devido à gravidade. A gravidade
existente atraiu alguns gases formando assim uma espécie de atmosfera primitiva.
Os elementos que favorecem a vida na Terra são chamados de Biosfera ou “esfera da vida”, que é
composta pela litosfera, atmosfera e hidrosfera formada há aproximadamente 3,5 bilhões de anos. Os
elementos citados interagem entre si e com os seres vivos presentes no planeta Terra (animais, vegetais
e o homem).

Crosta Terrestre

A Crosta Terrestre é a menor e a mais externa entre as camadas do planeta Terra. É nela que
se realizam as transformações do relevo e onde se expressam morfologicamente todos os processos
internos e externos que ocasionam a sua formação e transformação.

Essa camada, com base em suas localizações, é dividida em oceânica, com altitudes que variam entre
5 e 10 quilômetros; e continental, com uma espessura que vai de 30 a 80 quilômetros (a maior parte
desse volume encontra-se abaixo do nível do mar).

A distância da Terra ao Sol é de 149.600.000 km. É a distância ideal para


que exista vida em nosso planeta, pois a temperatura da Terra possibilita a
existência de água em estado líquido.

Com base em suas composições, a crosta é novamente dividida em dois tipos ou camadas. A
camada sima, também chamada de crosta inferior, é composta majoritariamente por basalto, com
predomínio dos minerais silício e magnésio. A outra camada é chamada de sial (crosta superior),
composta por rochas sedimentares, granitos e outros tipos de rochas; os minerais predominantes são o
silício e o alumínio. Vale lembrar que, em contato com os oceanos, há apenas a crosta superior.
A crosta terrestre está em constante transformação. Ela sofre ações oriundas do interior do
planeta, denominadas de agentes endógenos ou internos, e ações oriundas de elementos localizados
acima da superfície, chamadas de agentes exógenos ou externos.
Entre os agentes endógenos, podemos destacar o tectonismo e o vulcanismo. Em linhas gerais,
a crosta terrestre não é composta por uma única porção de terras que envolve todo o planeta. Ela é, na
verdade, formada por inúmeras partes, chamadas de placas tectônicas, que estão sempre em
movimento graças à pressão exercida pelo magma localizado abaixo da crosta. Dependendo da forma
com que essas placas se movimentam e se interagem, ocorrem significativas mudanças no relevo do
planeta.
Entre os agentes exógenos, podemos destacar a ação dos ventos, das águas e do clima, que
alteram profundamente as composições químicas e físicas das rochas, atuando na modelagem do
relevo, ocasionando processos de erosão, sedimentação e muitos outros.
Por fim, é importante lembrar que a crosta terrestre não possui uma dinâmica independente. Sua
estruturação e transformações estão diretamente ligadas às demais camadas que compõem a Terra, que
são o manto e o núcleo.

Figura 1: A crosta é a camada mais fina que envolve superficialmente a Terra.

RELEVO
O relevo é a expressão e a modelagem da superfície terrestre, um resultado de uma infinidade
de acontecimentos que marcaram a história geológica da Terra, que se encontra em constante
dinamismo e transformação. Assim, ele expressa a sua história pelos seus desníveis, suas diferenças
de altitudes, suas fisionomias e todos os elementos que compõem e dão forma às paisagens.
Para melhor compreendermos a estrutura da superfície, foi elaborada uma classificação
responsável pela divisão do modelado terrestre em quatro diferentes formas de relevo: montanhas,
planaltos, planícies e depressões. Essas tipificações são importantes não apenas para o entendimento
do meio natural, mas da sua influência sobre as atividades humanas.

Montanhas

As montanhas são um tipo de relevo caracterizado pelas suas acentuadas elevações, ou seja, é
a parte da superfície que apresenta as maiores altitudes e as mais intensas declividades. Quando elas
se apresentam em um conjunto extenso, recebem o nome de cadeias montanhosas, que também podem
ser chamadas de cordilheiras.
Figura 2: Machu Picchu (Peru). Paisagem localizada nas montanhas da Cordilheira dos Andes.

Existem diferentes processos responsáveis pela formação das montanhas. Por isso, há quatro
tipos diferentes, classificados conforme a sua gênese: as vulcânicas, formadas pela ação e composição
dos vulcões; as dobradas, que são as mais comuns, sendo formadas pela constituição dos dobramentos
terrestres resultantes do tectonismo; as erodidas, formadas a partir da erosão de suas áreas de entorno
durante um lento processo de desgaste da superfície; e as falhadas, aquelas que surgem a partir
dos falhamentos dos blocos rochosos.
As montanhas dobradas são mais recorrentes porque são as mais jovens, com formação
provável durante o período terciário da Era Cenozoica e, portanto, com menos tempo para se
desgastarem e deixarem de ser montanhas. As formações mais famosas são desse tipo, como a
Cordilheira do Himalaia, na Ásia; os Andes, na América do Sul; os Alpes, na Europa; e as Rochosas,
na América do Norte.

Planaltos

Os planaltos são áreas com uma relativa altitude e uma superfície mais ou menos plana, com
limites bem nítidos, estes geralmente constituídos por escarpas ou serras. Apesar de serem entendidos
como áreas planas, suas superfícies são mais acidentadas do que as das planícies, com um maior
número de serras e ondulações em suas paisagens, além de ser o tipo de relevo onde encontramos as
chapadas.
Os planaltos, por serem geralmente mais altos dos que as planícies, apresentam o predomínio
de processos erosivos. Isso quer dizer que o desgaste do solo é maior do que o acúmulo de sedimentos,
que costuma se deslocar para áreas mais baixas. Quase sempre os planaltos estão cercados por
depressões relativas, tal como costuma ocorrer no território brasileiro.
Existem três tipos de planaltos: aqueles formados por rochas de origem vulcânica,
os basálticos; aqueles constituídos por rochas metamórficas e magmáticas intrusivas, os cristalinos; e
aqueles formados por rochas do tipo sedimentar, os sedimentares.

Planícies

São áreas com uma fisionomia plana, ou seja, com uma paisagem menos acidentada, que, por
possuírem altitudes menores do que os dois tipos anteriormente apresentados, recebem uma grande
quantidade de sedimentos. Estes são provenientes do desgaste de outras formas de relevo.

Figura 3: Em áreas de planície, os rios costumam apresentar mais “curvas”, chamadas de meandros.

As planícies são, em geral, o tipo de relevo mais propício para a ocupação humana. No entanto,
em regiões próximas a grandes cursos d'água, existem os riscos de enchentes, haja vista que os rios,
em períodos de cheia, podem expandir-se muito rapidamente sobre vastas áreas, pois não há uma
declividade muito acentuada no relevo capaz de deslocar rapidamente as águas para outras áreas. Essa
ocorrência é chamada de planícies de inundação.
Em geral, as planícies costumam ser litorâneas, embora nem toda área de litoral constitua uma
planície, e fluviais, próximas a leitos de rios. Uma planície fluvial muito conhecida no Brasil e no
mundo é a do Rio Amazonas, que, por ser quase que totalmente plana, possui um baixo potencial
hidroelétrico, uma vez que a declividade e a velocidade da água são baixas.

Depressões

São regiões que apresentam, quase sempre, pequenas altitudes e que são mais baixas do que o
nível do mar ou a região em seu entorno. Possuem, geralmente, uma superfície plana ou côncava, uma
vez que passaram por um longo período de erosão e que agora se caracterizam pela predominância do
acúmulo de sedimentos provenientes das regiões circundantes.
Existem dois tipos de depressões: as absolutas, que são aquelas que se encontram abaixo do
nível do mar, a exemplo da região do Mar Morto, a maior depressão absoluta do mundo; e as relativas,
aquelas que são mais baixas do que o relevo ao seu redor.
A formação das depressões costuma acontecer de duas formas: a primeira é pelo seu desgaste
ou erosão ao longo de milhares de anos, o que é causado pela sua composição menos resistente do que
a de outras áreas, e a segunda é pelos movimentos epirogenéticos da Terra, quando uma região
lentamente “afunda” em razão das forças endógenas do planeta.

Figura 4: O relevo é a representação da dinâmica natural do planeta Terra.

HIDROGRAFIA

Hidrografia é a ciência que estuda as águas existentes no planeta e suas propriedades físicas e
químicas, como movimento, cor, temperatura, transparência, volume etc. Conhecer a hidrografia de
uma região significa estudar o ciclo da água que provém da atmosfera ou do subsolo.
Ao entrar em contato com a superfície, a água pode escolher três caminhos: escorrer, infiltrar-
se no solo ou evaporar. O volume global de água no planeta é de aproximadamente 1,418 milhão de
km³ e abrange oceanos, mares, rios, lagos, geleiras, água no subsolo, lagoas e água na atmosfera.
A maior parte dessas águas está concentrada nos oceanos e mares, que ocupam 71% da área do
globo. A soma de suas águas resulta em um volume de 1,380 milhão de km3, correspondentes a 97,3%
de toda a água da Terra.
As águas continentais representam 2,7% das águas do planeta. A água doce congelada (geleiras
e calotas polares) corresponde a 77,2% das águas continentais; a água doce armazenada no subsolo -
lençóis freáticos e poços - corresponde a 22,4%; a água dos lagos e lagoas, 0,35%; a água da atmosfera,
0,04%, e a água dos rios, 0,01%.
Oceanos

Correspondem a uma vasta extensão de água salgada que cobre quase três quartos da superfície
da Terra. Cada uma das divisões maiores do oceano constitui-se em áreas geográficas isoladas em
regiões diferentes, sendo divididas pelos continentes e grandes arquipélagos em cinco grandes
oceanos:
• Pacífico: é o maior da Terra, com 180 milhões de km².
• Atlântico: é o segundo maior em superfície, com 82,4 milhões de km².
• Índico: é o terceiro maior em extensão, com 74 milhões de km².
• Glacial Ártico: com 13 milhões de km², formado por mar e geleiras ao redor do Círculo Polar
Ártico, seu descongelamento tem sido apressado pelo efeito estufa.
O Oceano Glacial Antártico constitui um prolongamento dos oceanos Pacífico, Atlântico e
Índico. Por essa razão, muitos cientistas, oceanógrafos e geógrafos não reconhecem a existência do
Oceano Antártico, considerando-o apenas uma junção de partes dos outros oceanos. É o único que
rodeia o globo completamente, com superfície de 20,3 milhões de km². Cada um desses oceanos
engloba diversos mares ou porções menores mais ou menos delimitadas por ilhas e por recortes do
litoral.
Existem razões para se pensar que, por muito tempo, houve um único oceano principal
(Pantalassa) e um único e gigantesco bloco de terras emersas (o supercontinente Pangeia), que reunia
América, África, Europa, Ásia e Oceania. Sua fragmentação iniciou-se na era Mesozoica, há cerca de
180 milhões de anos, dando origem aos atuais oceanos e continentes.

Os oceanos são importante fonte de recursos para o homem. Contêm grandes


reservas minerais, servem como fonte abundante de alimentos e são responsáveis pela
interação entre terra, atmosfera e água, que molda o clima mundial. Principal fonte e
repositório das águas pluviais, os oceanos ajudam a moderar as temperaturas do planeta.
Também contribuem para a limpeza do ar - organismos como as algas absorvem dióxido
de carbono e liberam oxigênio na atmosfera.
Mares

Partes de oceanos que são cercadas por ilhas ou terras são chamadas de “mar”. Oceanos, apesar
de poderem ser referidos como mares, são áreas extensas de água salgada, desobstruídos por
continente, enquanto mar pode ser qualquer corpo de água salgada e geralmente se refere a um corpo
de água salgada rodeado por terra.
Os mares se diferem dos oceanos quanto à dimensão e localização geográfica. Enquanto os
oceanos cobrem grandes extensões e envolvem todas as massas continentais, os mares são
considerados como parte dos oceanos, ocupando áreas mais reduzidas e com menores profundidades.
Um mar é uma extensão de água salgada conectada com um oceano. Além de apresentarem menores
profundidades que os oceanos, os mares apresentam também uma maior variação de salinidade,
temperatura e transparência das águas. Os cinco maiores mares são: Mar da China do Sul, Mar do
Caribe, Mar Mediterrâneo, Mar Bering e Golfo do México.

Rios

As águas resultantes das precipitações atmosféricas, dos degelos e alguns surgem da água que
brotam na forma de fontes contribuem para a formação dos rios. Um rio é um curso de água natural,
mais ou menos caudaloso, que deságua em outro rio, no mar ou em um lago. Os rios são considerados
o mais efetivo agente modificador da paisagem, dada a sua capacidade de erosão, transporte e
deposição. Servem de canais naturais de drenagem a uma bacia hidrográfica, ou seja, uma massa de
água interior que corre, na maior parte da sua extensão, à superfície terrestre. Mas os rios também
podem correr no subsolo em uma parte do seu curso.
No sentido geral, esses cursos naturais de água doce possuem canais definidos e fluxo
permanente, também chamado de perene, cujas águas correm durante todo o ano. Os rios também
podem ter fluxo sazonal (ou temporário), cujo regime d'água é intermitente - o leito fica seco em
algumas épocas do ano. Existem vários termos para designar rios e podemos citar: arroio, braço, canal,
córrego, desaguadouro, igarapé, regato, riacho, ribeira, ribeirão, paraná, vazante etc. São importantes
para a atividade humana, como vias de transporte e fontes de energia hidroelétrica e de água potável.
Também fornecem recursos alimentares através da pesca e de água para irrigação.

Lagos

São massas de águas confinadas, mais ou menos tranquilas e profundas. Os lagos têm em geral
origem natural e estão situados em depressões de rochas impermeáveis, produzidas por causas diversas
e sem conexão com o mar. Essas águas podem ser provenientes da chuva, de uma nascente local, de
cursos de água, como rios e geleiras, que deságuem nessa depressão.
Geralmente a água dos lagos é doce, mas existem importantes lagos salgados. Geologicamente,
a maior parte dos lagos da Terra é recente e, quanto a sua origem, os lagos podem ser formados por:
• Influências tectônicas: águas acumuladas nas deformações da crosta terrestre; resultam na
formação de lagos grandes e profundos.
• Atividades vulcânicas: águas que ocupam antigas crateras ou barragens efetuadas pelo
escoamento de lavas de vulcões extintos.
• Influência fluvial: ao longo de cursos de água onde os rios apresentam meandros, é comum o
aparecimento de lagos.
• Atividades glaciárias: tem sua origem relacionada com a ação das geleiras continentais e de
montanhas.
• Influência litorânea: associada ao surgimento de cordões arenosos que vão fechando
reentrâncias que acabam por separar e enclausurar massas de água salgada (residuais) do mar
aberto.
• Atividades mistas: resultante da combinação de diversos fatores capazes de represar certa
quantidade de água.

Lagoas

Depressões de formas variadas, normalmente circulares, de profundidade pequena. As lagoas


podem ser definidas como massas de água superficial de pequena extensão e profundidade, cercadas
por terra. Existem, no entanto, lagoas maiores que muitos lagos. Como exemplo, podemos citar a
lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, com cerca de 270 km de comprimento por 50 km de largura
média.

Lagunas

Do latim lacuna, as lagunas também chamadas de cisterna ou pântano. Caracterizam-se como


um ambiente de águas paradas, separadas do mar por uma barreira. Recebem ao mesmo tempo águas
doces dos rios e águas salgadas quando ocorre a ingressão das marés. Todas as lagunas têm uma ou
mais entradas, ou seja, uma conexão com o mar. As águas de uma laguna podem variar entre doce,
salobra (água de salinidade inferior à da água do mar) e salgada. Isso dependerá do tamanho das
entradas e da quantidade de água doce trazida pelos rios. Raras espécies de animais ou vegetais, que
suportam as alterações constantes das águas de uma laguna, vivem nesses locais.
MINERALOGIA

A mineralogia, ramo das geociências que tem por objetivo o estudo dos minerais, tem seus
paradigmas constituídos, praticamente, desde sua sistematização. Dessa forma, os parâmetros
descritivos dos minerais e os critérios de classificação não vêm sendo alvo de mudanças significativas
ao longo dos anos. De acordo com Dana (1981), a meta essencial da mineralogia é elucidar os aspectos
físicos, químicos e históricos da crosta terrestre, tendo como foco os materiais de ocorrência natural.
Um mineral pode ser definido como um “composto químico, via de regra, resultante de processos
inorgânicos, de composição química geralmente definida e encontrado naturalmente na crosta
terrestre”.
Tais estruturas, é dever enfatizar, são formadas fundamentalmente por processos geológicos, e
podem se formar tanto na Terra como em corpos extraterrestres. Madureira Filho et al. (2000) chamam
a atenção para o fato de cada tipo de mineral, como o quartzo (SiO2), constitui uma espécie mineral.
Geralmente os minerais apresentam-se no estado sólido, exceção feita à água e ao mercúrio, que se
apresentam no estado líquido em condições normais de pressão e temperatura. Quanto submetida ao
ponto de congelamento, no entanto, a água passa por um processo de cristalização, adquirindo assim
uma estrutura cristalina definida, propriedade fundamental de um mineral.
A estrutura cristalina conforma o que se conhece como cristal, um meio homogêneo no estado
sólido delimitado ou não por faces planas, que decorrem do arranjo regular dos átomos segundo redes
cristalinas. Formam-se assim os chamados corpos cristalinos, no qual sua organização atômica interna
se manifestará em sua geometria externa, o mineral cristalizado apresenta um arranjo interno
tridimensional que forma uma rede denominada retículo cristalino, formada pela repetição de celas
unitárias, as unidades atômicas ou iônicas fundamentais já dotadas das propriedades físico-químicas
do mineral completo.
Segundo Leinz (1963), no estado cristalino os minerais se organizam em sistemas fixos e
constantes, conservando-se invariáveis as distâncias entre os átomos que se repetem nas linhas e
fileiras, ou entre os planos formados pelas fileiras paralelas ou coplanares. Por exemplo, os átomos de
halita (NaCl) são organizados de modo que os íons positivos de Na e os negativos de Cl sejam dispostos
numa rede cúbica
Quando o arranjo molecular se dá de forma desordenada, estando a matéria disposta de forma
irregular e desprovida de ordem, formam-se os chamados minerais amorfos.
São minerais homogêneos em todas as suas faces, como as argilas, as opalas e os vidros
vulcânicos. Os dois últimos sólidos amorfos citados, com outros géis e carvões naturais, são
tendencialmente classificados como mineraloides, uma vez que a ausência de uma estrutura cristalina
definida não condiz com o conjunto de propriedades necessárias para a definição de um mineral. Uma
agregação natural de um ou mais minerais forma uma rocha; o conjunto de rochas existentes, por sua
vez, forma a crosta terrestre, sobre a qual se assentam os solos e as explorações biológicas e
antropogênicas.
As rochas são formadas pelos chamados minerais primários, que são aqueles gerados a partir
da cristalização do magma ou da lava vulcânica (quartzos, feldspatos, micas, anfibólios, piroxênios,
etc), ou que são recristalizados pelos processos metamórficos que acometem a crosta terrestre. A
alteração química da rocha dá origem aos minerais secundários ou neoformados (minerais de argila),
que partilham da constituição físico-química dos solos.
O mineral mais abundante na crosta terrestre é o O2, que responde por cerca de 46,4% de seu
peso, seguido do silício (Si), que perfaz em torno de 32,3% do peso das rochas silicáticas, seguido do
Al, Fe, Ca, Na, Mg, K, Ti, H e Mn, sendo os demais elementos químicos bastante escassos
comparativamente aos citados.
O carbono, por exemplo, que é parte fundamental dos tecidos biológicos, na crosta terrestre
apresenta a reduzida proporção de 0,02%, restringindo-se às rochas calcárias; o mercúrio (Hg)
encontra-se em concentrações da ordem de 0,08 ppm (partes por milhão); minerais de maior valor
como a prata (Ag) e o ouro (Au) encontram-se em proporções, respectivamente, de 0,07 e 5.10-7 ppm.
Dessa forma, entre todos os elementos químicos, apenas aqueles mais abundantes é que partilham mais
efetivamente da composição dos minerais e das rochas, embora elementos mais escassos possam
aparecer em condição acessória ou insignificante.
A grande maioria dos minerais é formada por combinações de diferentes elementos químicos,
sendo uma expressiva minoria formada por um único elemento químico, como o S (átomos de
enxofre), o Au (átomos de ouro) e o diamante (átomos de carbono).
Alguns minerais têm composição química constante, a exemplo do quartzo (SiO2,
independente do ambiente geológico de formação), ao passo que outros a apresentam variável, como
a olivina – (Mg, Fe)2 Si04 -, cujos átomos de ferro e magnésio podem apresentar variações, mantendo-
se sempre um átomo de silício e quatro de oxigênio (MADUREIRA FILHO, et al. 2000).
Os minerais ou rochas que apresentam interesse econômico ou algum apelo comercial são
designados minérios. Quando tal ordem de minerais se encontra em concentrações cuja exploração é
economicamente viável tem-se a existência de uma jazida; uma jazida submetida à exploração, seja
em atividade ou já em estado de exaustão, é chamada de mina.
A exploração econômica de um determinado mineral e sua utilidade para o homem lhe confere
o status de recurso. Sendo formado por processos geológicos, cuja abstração de sua escala temporal
está ancorada na interpretação do tempo profundo, os minerais adequam-se nos chamados recursos
não renováveis, ou seja, a capacidade de reposição através de processos naturais é incompatível com
o tempo histórico, implicando que a escassez e o esgotamento de determinados minerais no presente,
repercutam nas gerações posteriores, caso novas jazidas não sejam encontradas.
Na crosta terrestre, o conjunto de minerais é muito vasto, determinando a existência de uma
série de variações nos estoques litológicos, influenciando na denominação das rochas em consonância
à sua constituição mineral predominante. Diante do exposto, se faz conveniente estudar os elementos
gerais desse importante campo das ciências da Terra cujas interfaces com a Química são as mais
estreitas.

OS SOLOS

Gênese dos Solos

Ao longo da história da humanidade, o homem sempre conviveu intimamente com o solo.


Inicialmente, colhendo da terra seus produtos através do extrativismo e, com o passar dos tempos,
aprendendo a cultivá-lo, cada vez mais racionalmente, para a produção de bens de consumo; a utilizá-
lo como matéria-prima na fabricação de cerâmica e vidraria e como material de construção e substrato
para obras de engenharia civil e sanitária.
Sua identificação, seja no passado ou agora, segue o processo lógico de ordenamento das ideias,
buscando a organização do entendimento sobre os solos, no contexto do acervo de conhecimentos até
então disponível. Assim, o processo compreende comparação das suas aparências (morfologia) e/ou
de seus atributos não-aparentes, diante dos conceitos estabelecidos pela mente do homem com o intuito
de rememorar suas características, de perceber as relevantes relações entre atributos e comportamentos
e visualizar afinidades e diferenças entre solos. É claro que o conceito que se tem de algo complexo
como o solo reflete o conhecimento acumulado no transcorrer do tempo. Ele é, portanto, dinâmico.
Um exemplo pra entender esse dinamismo é relacionado a parte da antiga “terra vermelha de
cultura de primeira”, assim denominados alguns solos, passou a ser chamada de “terra roxa legítima”,
e depois de “latossolo roxo eutrófico”. A conceituação elaborada na mente do homem, para cada um
desses tipos de solo, sofreu sucessivas modificações para se ajustar ao conhecimento atual. Sua correta
identificação requer, com frequência, muita experiência, conhecimentos específicos e, eventualmente,
até análises sofisticadas que exigem técnicas e laboratórios especializados.
Contudo, ainda existe muita falta de conhecimento científico sobre nossos solos e de um
entendimento mais perfeito sobre o que de essencial existe de distinção entre seus vários tipos. Isso
tem dificultado a elaboração de uma taxonomia brasileira hierárquica que, abrangendo os solos
conhecidos, possibilite identificá-los segundo classes gerais, em níveis mais elevados, até repartições
segundo tipos mais específicos, bem discriminados e homogêneos.

Características Morfológicas do Solo

São características presentes e observáveis nos solos que permitem distinguir um determinado
tipo de solo dos demais. Algumas características rotineiramente observadas na descrição morfológica
de solos são:
COR - É de fácil identificação e possibilita fazer inferências a respeito do conteúdo de matéria
orgânica, tipos de óxidos de ferro, processos de formação, dentre outros. Para que se tenha um padrão
de identificação de cor do solo, utiliza-se a Carta de Cores de Munsell (Munsell Color Charts), que
considera as variações da cor em escalas de três componentes: matiz, valor e croma.
TEXTURA – a textura tem grande influência no comportamento físico-hídrico e químico do
solo, e por isso, sua avaliação é de grande importância para o uso e manejo dos solos utilizados para a
agricultura. É expressa pela proporção dos componentes granulométricos da fase mineral do solo,
areia, silte e argila. No Brasil, a classificação de tamanho de partículas utilizada segue o padrão
determinado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária):
• Argila (< 0,002 mm)
• Silte (0,002 - 0,05 mm)
• Areia fina (0,05 - 0,2 mm)
• Areia grossa (0,2 - 2 mm)
As frações mais grosseiras do que a fração areia são:
• Cascalho (2 - 20 mm)
• Calhau (20 - 200 mm)
• Matacão (> 200 mm)
Deve ser observada em campo, na descrição morfológica, mas seu valor definitivo é dado pela
análise granulométrica, realizada em laboratório.
ESTRUTURA - é o arranjo estabelecido pela ligação das partículas primárias do solo entre si
por substâncias diversas encontradas no solo, como matéria orgânica, ósidos de ferro e alumínio,
carbonatos, sílica, etc.
Este arranjo dá origem aos agregados ou peds, que são unidades estruturais separadas entre si
por superfícies de fraqueza. A estrutura tem grande influência no desenvolvimento de plantas no solo,
como sistema radicular, armazenamento e disponibilidade de água e nutrientes e resistência à erosão.
A estrutura é caracterizada conforme três aspectos:
• Tipo: laminar, prismática, colunar, blocos angulares, blocos subangulares, granular;
• Tamanho: muito pequena, pequena, média, grande muito grande;
• Grau de desenvolvimento: solta, fraca, moderada, forte.
CONSISTÊNCIA - a consistência diferencia a adesão e coesão de partículas do solo, que
podem variar em função da textura, matéria orgânica e mineralogia e deve ser observada em campo
em três condições de umidade:
• Consistência seca - avalia o grau de resistência à quebra ou esboroamento do torrão. É
classificada em solta, macia, ligeiramente dura, dura, muito dura, extremamente dura.
• Consistência úmida - é dada pela friabilidade do torrão ligeiramente úmido. É classificada em
solta, muito friável, friável, firme, muito firme, extremamente firme.
• Consistência molhada - é observada em amostras molhadas, amassadas e homogeneizadas nas
mãos. Avalia-se a plasticidade (capacidade do material em ser moldado), em três tipos: não
plástica, ligeiramente plástica e muito plástica e; a pegajosidade (capacidade de aderência), em
três tipos: não pegajosa, ligeiramente pegajosa e muito pegajosa.
POROSIDADE - a porosidade é visualizada no perfil de solo e deve ser descrita conforme a
quantidade e o tamanho dos poros.
• Quantidade: poucos, comuns ou muitos.
• Tamanho: pequenos, médios grandes ou muito grandes.
CEROSIDADE - a cerosidade pode ser visualizada em campo a olho nu ou com auxílio de lupa
na superfície dos agregados ou em laboratório, por análise micromorfológica. Ocorre nas superfícies
dos agregados ou nos poros. Tem aspecto de brilhante ou lustroso, resultante da deposição de material
inorgânico ou argila. A classificação é feita conforme dois aspectos:
• Grau de desenvolvimento: fraca, moderada ou forte.
• Quantidade: pouco, comum ou abundante.
NÓDULOS E CONCREÇÕES MINERAIS - são corpos cimentados diferentes da matriz do
solo e que podem ser destacados da mesma. Os nódulos não possuem organização interna. Já as
concreções são desenvolvidas em torno de um ponto, de forma concêntrica. Na descrição de campo,
devem-se considerar diversos aspectos dos nódulos ou concreções, tais como quantidade, tamanho,
dureza, forma, cor e natureza.
MINERAIS MAGNÉTICOS - é avaliada no campo pelo grau de atração magnética a um ímã
de bolso.
CARBONATOS - é detectado em campo pelo grau de efervescência da superfície do material
quando em contato com um pequeno volume de ácido clorídrico a 10 %.
MANGANÊS - é detectado em campo pelo grau de efervescência da superfície do material
quando em contato com um pequeno volume de peróxido de hidrogênio de 20 volumes.
SULFETOS - É comum serem observados em áreas de mangue ou com restrição de drenagem.
No campo, os compostos de sulfetos apresentam coloração amarelo dourada e odores característicos.
EFLORESCÊNCIAS - são observadas no campo como crostas de sais nas superfícies das
estruturas. Resultam do acúmulo de sais após evaporação, portanto são encontradas em condições de
solo seco.
COESÃO - é uma característica observada em campo pela dureza (duro, muito duro ou
extremamente duro) de horizontes subsuperficiais quando secos e friabilidade (friável a firme) quando
úmidos. A coesão é comumente presente em Latossolos e Argissolos Amarelos da Formação Barreiras,
na parte superior dos horizontes B.
Podem ser descritos dois graus de coesão em campo:
• Moderadamente coeso: material resistente à penetração de faca, martelo pedológico e trado.
Consistência dura quando seco e friável a firme quando úmido.
• Fortemente coeso: material resiste fortemente à penetração de faca, martelo pedológico e trado.
Consistência muito dura a extremamente dura quando seco e friável a firme quando úmido.

O maior enigma de nosso planeta é o seu interior, que foi pouco pesquisado, no
entanto, não é desconhecido, o homem através de tecnologias, como a utilização de
ondas sísmicas e campos magnéticos, monitora a parte interior da Terra. Após a
sondagem de seu interior, derivada de instrumentos científicos, cientistas verificaram
que o planeta possui três camadas: a crosta, com maior destaque, o manto e o núcleo, o
último é o mais misterioso, uma vez que sua profundidade impede que ocorra um estudo
mais detalhado, pois possui temperaturas elevadíssimas, cerca de 5 mil graus Celsius.

Propriedades Físicas Do Solo

Propriedades físicas do solo Os solos minerais são constituídos por uma mistura de partículas
sólidas de natureza mineral e orgânica, ar e água, formando um sistema trifásico, sólido, gasoso e
líquido. As partículas da fase sólida variam grandemente em tamanho, forma e composição química e
a sua combinação nas várias configurações possíveis forma a chamada matriz do solo. Considerando
o solo como um corpo natural organizado, portanto ocupando dado espaço, a recíproca da matriz do
solo forma a porosidade dos solos. Outro fator que interfere diretamente na porosidade dos solos refere-
se à maneira com que as partículas sólidas se arranjam na formação dos solos.
Duas propriedades físicas, hierarquicamente mais importantes, referem-se a textura do solo,
que é definida pela distribuição de tamanho de partículas, e a estrutura do solo definida pelo
arranjamento das partículas em agregados. A porosidade do solo, por sua vez, é responsável por um
conjunto de fenômenos e desenvolve uma série de mecanismos de importância na física de solos, tais
como retenção e fluxo de água e ar, e, se analisada conjuntamente com a matriz do solo, gera um grupo
de outras propriedades físicas do solo associadas às relações de massa e volume das fases do sistema
solo. Não menos importante são as propriedades associadas à reação mecânica do solo à aplicação de
forças externas.
A física de solos estuda e define, qualitativa e quantitativamente, as propriedades físicas, bem
como sua medição, predição e controle, com o objetivo principal de entender os mecanismos que
governam a funcionalidade dos solos e seu papel na biosfera. A importância prática de se entender o
comportamento físico do solo está associada ao seu uso e manejo apropriado, ou seja, orientar
irrigação, drenagem, preparo e conservação de solo e água.
A definição de um solo fisicamente ideal é difícil devido ao tipo e natureza das variações físicas
dos solos que ocorrem ao longo da profundidade do solo, na superfície da paisagem e ao longo do
tempo. Um exemplo clássico refere-se ao suprimento de água e ar que variam continuamente junto
com os ciclos de umedecimento e secagem, que ocorrem com a alternância de chuva e estiagem. Um
solo é considerado fisicamente ideal para o crescimento de plantas quando apresenta boa retenção de
água, bom arejamento, bom suprimento de calor e pouca resistência ao crescimento radicular.
Paralelamente, boa estabilidade dos agregados e boa infiltração de água no solo são condições físicas
importantes para qualidade ambiental dos ecossistemas.
O conceito de um solo fisicamente ideal é complexo e carece de melhor definição quantitativa.
No entanto, já há indicação clara de uma série de valores quantitativos de indicadores da qualidade
física de um solo, seja valores ideais, críticos ou restritivos ao crescimento de plantas ou na qualidade
ambiental.

CLASSIFICAÇÃO DO SOLO
Os solos são recursos naturais que se formaram depois de milhões de anos em constituição
como resultado da decomposição das rochas por ações do intemperismo. Podem ser classificados
conforme a origem e conforme a influência da vegetação e do relevo.

Classificação quanto à Origem

Quanto à origem, os solos são classificados em eluviais e aluviais.


• Eluviais: quando os solos se formam por rochas encontradas no mesmo local da formação, ou
seja, quando a rocha que se decompôs e se alterou para a formação do solo se encontra no
mesmo local do solo.
• Aluviais: quando os solos foram formados por rochas localizadas em outros lugares. Graças à
ação das águas e dos ventos, os sedimentos foram transportados para outro local.

Classificação quanto à Influência Externa

Quanto à influência externa, existe outra forma de classificação dos solos, também chamada
de classificação zonal, que divide os solos em zonais, intrazonais e azonais:

Zonais

São maduros, bem delineados e profundos.

São subdivididos em latossolos, podzois, solos de pradaria e desérticos.


• Latossolos: são solos pouco férteis, presentes geralmente em climas quentes e úmidos, com
profundidades superiores a 2 m;
• Podzois: são solos férteis, graças à acumulação de minérios, húmus e matéria orgânica, e são
próprios de climas frios e temperados;
• Solos de pradarias: são ricos em cálcio e matérias orgânicas, por isso, são extremamente
férteis. Estão presentes em regiões subúmidas de clima temperados;
• Desérticos: solos caracterizados por serem pouco profundos e pouco férteis. Próprios de
regiões desérticas.

Intrazonais

São solos bem desenvolvidos, além de serem bastante influenciados pelo local e pelos fatores
externos. Dividem-se em solos salinos e solos hidromórficos.
• Solos salinos: também chamados de halomórficos, caracterizam-se pelo alto índice de sais
solúveis, próprios de regiões áridas e próximas ao mar. Possuem uma baixa fertilidade.
• Solos hidromórficos: por estarem localizados próximos a rios e lagos, apresentam grande
umidade. Sua fertilidade depende do índice de umidade: quanto mais úmidos, menos férteis.

Azonais

Solos pouco desenvolvidos e muito rasos. Dividem-se em solos aluviais e litossolos.


• Solos aluviais: presentes em áreas de formação recente em planícies úmidas. Quando os seus
sedimentos são transportados, formam um solo de coloração amarela denominado de loess.
• Litossolos: presentes em locais com declives acentuados. Costumam estar posicionados
diretamente sobre a rocha formadora. São solos inférteis.

Figura 5: Os solos possuem diferentes formas de classificação.

Classificação da Capacidade de Uso do Solo

A ciência da conservação do solo e da água preconiza um conjunto de medidas objetivando a


manutenção ou recuperação das condições físicas, químicas e biológicas do solo, estabelecendo
critérios para o uso e manejo das terras, de forma a não comprometer sua capacidade produtiva. As
terras devem ser utilizadas em função da sua aptidão agrícola, que pressupõe a disposição adequada
de florestas ou reservas, cultivos perenes, cultivos anuais, pastagens, etc, racionalizando, assim, o
aproveitamento do potencial das áreas e sua conservação.
A capacidade de uso da terra pode ser conceituada como a adaptabilidade da terra às diversas
formas de utilização agrícola, sem que ocorra o depauperamento do solo pelos fatores de desgaste e
empobrecimento, através do seu uso. A determinação da capacidade de uso da terra envolve a
interpretação dos fatores que têm maior influência sobre o uso da terra, como a natureza do solo, a
declividade e a erosão, entre outros. Grupos de capacidade de uso:
• Grupo A: terras passíveis de utilização com culturas anuais, perenes, pastagens e/ou
reflorestamento e vida silvestre.
• Grupo B: terras impróprias para cultivos intensivos, mas ainda adaptadas para pastagens e/ou
reflorestamento e/ou vida silvestre, porém cultiváveis em casos de algumas culturas especiais
protetoras do solo.
• Grupo C: terras não adequadas para cultivos anuais, perenes, pastagens ou reflorestamento,
porém apropriadas para a proteção da flora e fauna silvestre, recreação ou armazenamento de
água.
Classes de capacidade de uso:
Classe I: terras cultiváveis, aparentemente sem problemas especiais de conservação;
Classe II: terras cultiváveis com problemas simples de conservação;
Classe III: terras cultiváveis com problemas complexos de conservação;
Classe IV: terras cultiváveis apenas ocasionalmente ou em extensão limitada, com sérios
problemas de conservação;
Classe V: terras adaptadas em geral para pastagens e/ou reflorestamento, sem necessidade
de práticas especiais de conservação, cultiváveis apenas em casos muito especiais;
Classe VI: terras adaptadas, em geral, para pastagens e/ou florestamento, com problemas
simples de conservação, cultiváveis apenas em alguns casos especiais de algumas culturas
protetoras do solo.
Classe VII: terras impróprias para cultura, pastagem ou reflorestamento, podendo servir
apenas como abrigo e proteção da fauna e flora silvestre, como ambiente para recreação, ou
para fins de armazenamento de água.
Subclasses de capacidade de uso:
• e: limitações pela erosão presente e/ou risco de erosão;
• s: limitações relativas ao solo;
• a: limitações por excesso de água.
A capacidade de uso dos solos pode ser definida tendo por base referencial uma propriedade
agrícola ou a bacia hidrográfica. O planejamento determinará as áreas mais apropriadas para o plantio
de culturas anuais, perenes, pastagem e reflorestamento, entre outras e determinará as medidas de
controle à erosão a serem adotadas. Cada tipo de solo tem sua aptidão, isto é, os solos devem ser usados
com culturas mais adequadas a sua capacidade de uso.
Assim como nos demais métodos de identificação de áreas mais vulneráveis, ou susceptíveis
ambientalmente, a classificação de uso do solo segundo a aptidão da região também utiliza ferramentas
de geoprocessamento para identificação de áreas para fins de planejamento e gestão de forma a garantir
a sustentabilidade ambiental das diversas atividades de exploração. Os SIG’s são atualmente
ferramenta indispensável no suporte à decisão aos órgãos gestores e na elaboração de um adequado
Zoneamento Ambiental.

IMPACTO AMBIENTAL DO SOLO

Impacto ambiental no solo representa ponto que se encontra em processo de ebulição nos
debates entre ruralistas e ambientalistas que travam batalhas ideológicas na política e opinião pública.
Existem formas diferentes que trazem esse tipo de degradação. Com o aumento da demanda mundial
por alimentos os produtores estimulam o número de tóxicos para fazer crescer e proteger a produção
que vai para a mesa dos consumidores, repletas de perigos à saúde que são negligenciados na imprensa
para não acontecer o pânico público.

Perigo de Extinção do Solo Produtivo

Em temos ecológicos o solo representa espécie de recurso que pode acabar. De forma principal
no que tange às produções de alimentos ao comércio ou para sobreviver. Conforme aumenta os níveis
de degradação nas terras que servem para produzir diminui o valor de oferta dos alimentos em mercado
que apenas cresce por conta da evolução geral da média das taxas populacionais no mundo.

Principais Causas do Impacto Ambiental no Solo

A agricultura representa principal causa do impacto ambiental que acontece e prejudica o nível
produtivo dos solos. Caso grande parte das culturas plantadas ao redor do mundo fosse orgânica os
danos negativos diminuiriam, em principal ao pensar que a presença de agrotóxico faz com o que
valores tóxicos ultrapassem os limites da terra para chegar aos lençóis freáticos e gerar danos para
grande número de espécies no habitat.
Entre o século XIX e XX quase noventa por cento da água do mundo era consumida por causa
da agricultura. Quando há fertilizantes no processo o nível tóxico prejudica o sistema que fornece
recursos para satisfazer a sede dos animais. Espécies que consomem com inseticidas têm chances de
prejudicar o organismo e desenvolver mal-estar. Ao longo prazo pode trazer espécies de câncer que
evoluem no corpo por causa do nível tóxico.

Para não perder dinheiro com a produção que precisa ser preparada por longos meses antes de
trazer a colheita, os produtores investem na prática de colocar inseticidas e evitar com que as pragas
ataquem e retirem o lucro que serve para a família sobreviver. Como forma de defesa o sistema de
produção ataca o solo e prejudica a qualidade das novas culturas a serem plantadas no terreno.

Queimadas Naturais: Impacto Ambiental do Solo

Ruralistas apontam que as queimadas naturais representam a grande parte das ocorrências do
gênero em terras nacionais de acordo com os principais índices que servem para medir a degradação
no Brasil. Porém, o aumento da temperatura também ocorre por causa do aumento das atitudes que
degradam a natureza e fazem a temperatura subir ao ponto de gerar queimadas “naturais” em zonas
circundantes ou distantes das grandes fontes de desmatamentos.

Figura 6: Queimadas naturais

Principais Consequências do Impacto Ambiental no Solo

De acordo com os especialistas usar níveis tóxicos para proteger as plantações representa fato
que prejudica de forma direta o ecossistema, em principal quando os produtores não seguem as
especificações da lei. Trabalhadores quando aplicam o remédio sem instrumentos de segurança básicos
ficam envenenados em curto prazo. Por causa do mercado de carne aumenta a tendência dos donos de
terras queimarem a natureza para abrir espaço aos pastos.
O ensino de Ciências foi incorporado aos currículos escolares somente no século XIX.
Até então, focava-se no ensino de línguas clássicas e matemática.
A forma de se entender as Ciências Naturais estava, até então, muito condicionada às
tradições e à forma como se via o mundo que nos rodeia. Entender as leis da Natureza era o
caminho para “dominar” a Terra e explorar os recursos disponíveis. Assim, as ciências eram vistas
de forma totalmente utilitarista. A Revolução Industrial levou ao reconhecimento de que a ciência
e a tecnologia tinham o poder de transformar a economia das sociedades, o que levou a formalizar
o ensino da Física, Química e Geologia, com a preocupação de formar indivíduos para ensinar
essas matérias.
Duas correntes de pensamento reinavam na época: a corrente que podemos chamar de
“utilitarista”, segundo a qual a ciência tinha um sentido mais prático e que deveria ajudar na
resolução dos problemas cotidianos, e aquela da ciência acadêmica voltada à formação de
cientistas. A década de 1950 é o marco para a transformação do ensino da Ciência e Tecnologia,
crescendo em todos os níveis, à medida que se reconhecia o poder transformador das ciências no
desenvolvimento econômico, cultural e social das nações. De fato, as Ciências da Natureza de que
tratamos aqui, Geologia, Geofísica, Meteorologia e Oceanografia, tiveram seus primeiros cursos
superiores criados nessa época

No Brasil Império o ensino das Ciências Naturais era incipiente, embora, desde a criação
do Colégio Pedro II, em 1837, as ciências já fizessem parte do currículo do ensino secundário.
Todavia, alguns requisitos essenciais para o bom ensino de Ciências eram ausentes, tais como a
ausência de atividades.

Assim como os estudos de campo permitem reconhecer a geologia do ambiente em que se


vive, as atividades observacionais orientam o olhar do aluno para questões ambientais, colaboram
para o entendimento dos mecanismos que governam a dinâmica terrestre e ajudam a desenvolver
o pensamento crítico. A perspectiva sistêmica de Ciência do Sistema Terra (CST) estabelece novos
modos de entendimento dos processos interativos que compõem a dinâmica planetária e as
múltiplas relações entre geosfera, hidrosfera (que inclui a criosfera, sólida), atmosfera, biosfera e
antroposfera e ajuda a construir uma visão aprimorada do passado, do presente e do futuro da
Terra. As atividades humanas são objeto de estudo de CST, uma vez que a biosfera e a antroposfera
estão incluídas.

A visão sistêmica das Ciências da Terra é, enfim, importante ponto de convergência para
integrar os conhecimentos de física, matemática, química e biologia e auxiliar o aluno a construir
o conhecimento. Assim, a oceanografia, como ciência que procura observar e explicar os
fenômenos físicos, químicos, geológicos e biológicos que se processam nos oceanos, possui forte
inter-relação com a geofísica e a meteorologia. Tais ciências, ligadas à tecnologia e à Engenharia
Oceânica, apresentam abordagem multidisciplinar, com alto potencial para colaborar em temas
o conhecimento. Assim, a oceanografia, como ciência que procura observar e explicar os
fenômenos físicos, químicos, geológicos e biológicos que se processam nos oceanos, possui forte
inter-relação com a geofísica e a meteorologia. Tais ciências, ligadas à tecnologia e à Engenharia
Oceânica, apresentam abordagem multidisciplinar, com alto potencial para colaborar em temas
ambientais. Consequentemente, as Ciências da Terra podem servir como uma introdução à vida e
às ciências físicas ou como um curso fundamental.

1. É a menor e a mais externa entre as camadas do planeta Terra. É nela que se realizam as
transformações do relevo e onde se expressam morfologicamente todos os processos internos e
externos que ocasionam a sua formação e transformação.
a) Manto.
b) Núcleo.
c) Mesosfera.
d) Atmosfera.
e) Crosta terrestre.

2. São áreas com uma relativa altitude e uma superfície mais ou menos plana, com limites bem nítidos,
estes geralmente constituídos por escarpas ou serras.
a) Montanhas.
b) Planaltos.
c) Planícies.
d) Rochas.
e) Desertos.

3. Com relação a estrutura morfológica do solo, é de fácil identificação e possibilita fazer inferências
a respeito do conteúdo de matéria orgânica, tipos de óxidos de ferro, processos de formação, dentre
outros, estamos falando de:
a) Cor.
b) Textura.
c) Porosidade.
d) Cerosidade.
e) Estrutura.

4. São solos bem desenvolvidos, além de serem bastante influenciados pelo local e pelos fatores
externos. Dividem-se em solos salinos e solos hidromórficos.
a) Azonais.
b) Zonais.
c) Extrazonais.
d) Intrazonais.
e) Hidrozonais.

5. São solos pouco desenvolvidos e muito rasos. Dividem-se em solos aluviais e litossolos.
a) Azonais.
b) Zonais.
c) Extrazonais.
d) Intrazonais.
e) Hidrozonais.

Vídeos:

• Curso Introdução À Geologia - Sistema Terra.


https://www.youtube.com/watch?v=Ni2zroD-BwA

• Sistema Terra
https://youtu.be/vMvPq5Wps1M

• A origem do universo | Teoria do BIG BANG


https://youtu.be/Bl8Q7Lt56y0
Esse item se trata de uma metodologia disponibilizada em nossa plataforma, a qual você
poderá acessar e aprender sobre conceitos importantes referentes aos conteúdos abordados
nesta apostila. Acesse nossa plataforma e veja a PÍLULA DO CONHECIMENTO sobre
GEOCIÊNCIAS!

QUESTÃO ALTERNATIVA
1 E
2 B
3 A
4 D
5 A

• EIDER, D.L. Tempo Geológico. São Paulo: Edgar Blucher Ltda, 1978.

• CLARK, S.P.Jr. Estrutura da Terra. São Paulo: Edgar Blucher & USP, 1973.

• DANA, J.H. Manual de Mineralogia. Vol. 1 e 2. Ao livro Técnico, 1969.

• Sistema brasileiro de classificação de solos anual de descrição e coleta de solos no


campo Natureza e propriedade dos solos.

• Manual de descrição e coleta de solos no campo.

• TEIXEIRA, W. Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.

• BRANCO, S.M.; A Deriva dos Continentes. São Paulo: Moderna:1992.

• POPP, J.H. Geologia Geral. Rio de Janeiro: LTC, 2009.

• DE CAMARGO, J. R. P. Notas de aula da disciplina de Instalações Elétricas de Baixa


Tensão do Curso de Engenharia Elétrica do IME, 2000.

• Norma ABNT NBR 5410, 2005.

• Norma ABNT NR-10, 2008.


Telefone
(61) 3083 9800

Endereço
Módulo I, Lotes 20/24, Residencial Santa Maria, Santa Maria – DF
http://www.colegiopolivalente.com.br/

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