Gestão educacional: Projetos, formação e tecnologia
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Gestão educacional - Paulo Sérgio Araújo
Sobre os Organizadores
Paulo Sérgio Araújo
Doutor em Ciência da Informação, Universidade Fernando Pessoa, Porto, Portugal. Mestre em Ciências da Religião, PUC - Minas. Graduado em Filosofia, PUC - Minas. Graduando em Engenharia de Software - Universidade Estácio de Sá. Professor de Filosofia e Iniciação a Pesquisa - Faculdade ISTA. Gestor de Projetos e Coordenador do Núcleo de Inovação Cocriação e Disrupção Educacional – NICDE – da Coordenadoria de Tecnologia da Secretaria Municipal de Educação de Betim - MG. Diretor, Proprietário e Fundador da Empresa Paideia Conexões Acadêmicas.
Daniely Rosa Lana Araújo
Mestranda em Criminologia pela Universidade Fernando Pessoa - Porto/Portugal. Professora de Metodologia Científica, Pesquisadora e Consultora Acadêmica. Formada em Letras e Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Especialista em Educação Inclusiva, Leitura e Produção de Texto e Estudos Africanos e Afrobrasileiros, com formações pela Universidade de Brasília; Unimontes e Universidade Federal de Minas Gerais.
1. Gestão de Conflitos e Inteligência Emocional em Equipes Multiprofissionais na Educação
Mariana Rosa[1]
Pedro Cunha[2]
1. Introdução
A reflexão que aqui se apresenta é parte de uma pesquisa mais ampla e aprofundada que esteve dedicada a investigar a relação entre a Gestão de Conflitos e a Inteligência Emocional em profissionais que trabalham em setores multiprofissionais na educação e que atuam na inclusão educacional no Brasil.
As recentes descobertas acerca da relação entre a Gestão de Conflitos e a Inteligência Emocional apontam novos horizontes para a educação do século XXI, afinal, na escola, despontam vários conflitos que desafiam os profissionais da educação a buscarem sempre métodos e estratégias para resolvê-los.
Na esfera educacional, as emoções desempenham uma função fundamental de conhecimento intrínseco do sujeito e de suas relações. Por isso, ao serem abordadas neste espaço, proporcionam um equilíbrio emocional que favorece o ambiente laboral. Quando aliada à gestão construtiva e colaborativa de conflitos, a Inteligência Emocional permite que pessoas e profissionais possam ser assertivos em suas proposições, com proatividade, usando a escuta ativa e acolhedora com empatia, e ter maior coesão com o grupo, pois os conflitos ativam as emoções, interferem na motivação e na atenção e tornam o outro passível de manipulação.
2. A relação entre Inteligência Emocional e Gestão de Conflitos na educação
A educação é fundamentada em princípios que buscam garantir a igualdade de oportunidades sociais e educacionais, cujos valores prescrevem a necessidade de acessibilidade, de inclusão, de garantia à gratuidade e de qualidade para todos.
Decorrendo de princípios de igualdade de oportunidades e comprometida com o desenvolvimento integral da pessoa humana, como formadora da sociedade, a educação prevê a formação integral do indivíduo como um cidadão crítico, consciente e autônomo. Isso significa que o indivíduo deve ser compreendido em todos os aspectos, ou seja, cognitiva, social, cultural e emocionalmente (Santuchi et al, 2022; Souza, 2020).
A escola é um espaço propício ao conflito, e nela despontam numerosos fatores que o desencadeiam, e este, por sua vez, é intrínseco à natureza humana, especialmente diante dos desafios diários de uma escola, como a inclusão, a formação de professores, a preparação para o futuro, o engajamento dos alunos, a saúde mental, a adaptação tecnológica, os recursos financeiros e o acesso equitativo (Cunha e Monteiro, 2018).
No contexto escolar, é primordial considerar as emoções do sujeito. Por serem indissociáveis ao ser humano (Damásio, 2013), elas desempenham um importante papel no ato pedagógico. As emoções, ao serem trabalhadas e aprimoradas, geram um ambiente propício ao aprendizado e ao equilíbrio emocional. Além disso, influenciam positivamente a saúde, o bem-estar e o desempenho dos profissionais da educação (Brantes e Gondim, 2022), bem como dos estudantes. Também por isso, gerenciar as emoções se refere à habilidade de dominar as competências emocionais (Nunes-Valente e Monteiro, 2016).
Cabe destacar que, na atualidade, a educação enfrenta transformações resultantes do avanço tecnológico e, nesse contexto, a escola acaba por requerer um novo perfil profissional dos seus agentes. Conforme Xavier (2022), à medida que a tecnologia avança, torna-se cada vez mais importante ter educadores intelectual e emocionalmente maduros, curiosos, entusiasmados e abertos, que saibam motivar e dialogar. Para o referido autor, o educador do século XXI integrará melhor as tecnologias com afetividade, humanismo e ética. Dessa maneira, o profissional será mais criativo, melhor orientador de processos de aprendizagem e melhor gestor de atividade de pesquisa, de experimentação e de projetos (Moran, 2008, cit. in Xavier, 2022).
Assim, o trabalho em equipe inserido num espaço de ações coletivas, relacionadas entre si direta e indiretamente, quando faz uso inteligente das emoções, conduz mais assertivamente a inúmeras relações conflituosas que a esse espaço são inerentes.
Nesse sentido, os conhecimentos acerca da Inteligência Emocional (IE) e da Gestão de Conflitos (GC) ganham relevância. Isso é observado em vários estudos que buscaram compreender a relação entre a IE e a GC em diversos contextos, como se vê nas pesquisas de Custódio (2021), Dantas (2017), Freitas (2016), Galvão (2020), Gonçalves e Cardim (2019), Maciel (2012), Romanos et al. (2022), Valente (2018) e Xavier (2022). É comum a esses trabalhos o que fora afirmado por Goleman (2011), segundo o qual indivíduos com elevada IE possuem habilidades de resolução de conflitos superiores e mantêm relacionamentos interpessoais mais saudáveis.
No campo educacional, as pesquisas quantitativas conduzidas por Freitas (2016) e Valente (2018) aprofundaram a compreensão sobre o tema Inteligência Emocional (IE), estabelecendo uma conexão com os Estilos de Gestão de Conflitos.
Em diferentes estudos, evidencia-se o contributo que a IE desempenha nas tomadas de decisões e na gestão construtiva de conflitos no ambiente escolar, abrangendo todas as etapas da formação: nos primeiros anos (Brantes e Gondim, 2022), no ensino fundamental em contexto inclusivo (Campos e Martins, 2012; David, 2015) e na gestão escolar (Souza, 2020).
No que diz respeito mais especificamente à Gestão de Conflitos, há uma maior ênfase na estratégia de mediação de conflitos, como se vê nos trabalhos de Amaral e Ramos (2018), Mejia, Benítez e Ramírez (2021), Moreno (2020), Oliveira e Rolim (2020) e Possato et al. (2016).
Concernente ao trabalho de equipes multiprofissionais na educação, há estudos acerca da atuação de equipe multidisciplinar na educação inclusiva, constatando-se que existe uma crescente necessidade e atuação de profissionais compondo equipes multidisciplinares na escola, voltadas em sua grande maioria para a inclusão, tal como constatado em Maekava (2020), Pertile, Rottava e Puker (2022), Silva e Mendes (2021) e Volante (2023).
Ainda assim, são escassos os estudos acerca da IE e da Negociação de Conflitos na escola e das relações entre IE e GC associadas ao trabalho de equipes multiprofissionais na educação, como apontado por Andrade et al. (2022), Paiva, Cunha e Lourenço (2011) e Paiva e Lourenço (2011).
3. Inferências legais
Em alguns documentos que norteiam a educação no Brasil, como a Base Nacional Comum Curricular, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, encontram-se menções à Inteligência Emocional como uma competência a ser cultivada nas escolas. Embora não seja explicitamente delineada como uma política pública, muitas iniciativas em escolas públicas vêm implementando programas para o desenvolvimento de habilidades emocionais, frequentemente categorizadas como competências interpessoais ou socioemocionais, conforme ressaltado por Brantes e Gondim (2022).
Há um movimento crescente nas escolas para reconhecer a importância de indivíduos emocionalmente inteligentes e capazes de lidar com as exigências da sociedade contemporânea (Brantes e Gondim, 2022; Souza, 2020). Ele é identificado por Branco (2004, cit. in Brantes e Gondim, 2022) como uma pandemia de iliteracia emocional
(p.4), termo que descreve a dificuldade afetiva e relacional presente nas escolas, tanto entre os alunos quanto entre os professores. Essa situação é parcialmente atribuída a uma mudança de enfoque teórico, que anteriormente se concentrava na inteligência lógico-matemática, mas que agora reconhece a importância da Inteligência Emocional, apesar de muitos currículos escolares ainda negligenciarem essa dimensão.
Conforme destacado por Souza (2020), a instituição educacional, vista como um ambiente voltado para a formação completa do indivíduo, é aquela que destaca a importância do cuidado, da solidariedade e da responsabilidade. Nessa circunstância, busca-se proporcionar o desenvolvimento intelectual, a expressão de ideias e a convivência respeitosa com os demais. A autora ainda destaca que a falta de uma educação de qualidade é o meio de responsabilizar uma sociedade violenta e desigual.
Além disso, a educação emocional implementada nos currículos é uma forma política de preparar o indivíduo para ser autônomo e menos dependente do Estado para a resolução de problemas. A ausência de competências como a resiliência, a empatia, a motivação, a solidariedade e a proatividade é perceptível nas relações de mau comportamento nas escolas, de violência, de ansiedade e de estresse, gerados por conflitos micro e macrossociais.
4. Equipe multiprofissional e inclusão
A inclusão plena de todos os estudantes no contexto escolar demanda uma abordagem abrangente que reconheça e incorpore a educação emocional como uma nova perspectiva na formação integral do indivíduo. A superação do modelo educacional que privilegia a transmissão de conhecimentos acadêmicos visando preparar para o mundo profissional em detrimento da preparação para a vida como um todo, incluindo as dimensões emocionais no processo educativo, ainda representa um desafio para a educação do século XXI (Lombardi, 2019; Maekava, 2020; Nunes-Valente e Monteiro, 2016).
Lombardi (2020) também argumenta que, nesse modelo, há pouca valorização do desenvolvimento da autoconsciência e da habilidade de gerenciar as emoções por parte dos estudantes. A autora ainda sugere que uma das razões para a crescente propensão das pessoas a enfrentarem doenças psíquicas, psicossociais e psicossomáticas nos tempos atuais é a falta de ênfase na conscientização e na promoção do autoconhecimento, uma lacuna que persistiu por décadas no ambiente escolar.
Leite (2019) respalda essa afirmativa, enfatizando que a formação integral do indivíduo transcende os meros conhecimentos acadêmicos, abrangendo aspectos como a dimensão afetiva, o respeito mútuo, a resolução de conflitos, a compreensão ética e estética, além do auxílio na educação em relação aos seus pares, suas culturas e sua espiritualidade. Para efetivar a inclusão em diferentes níveis de ensino, uma equipe multiprofissional deve implementar políticas que facilitem a acessibilidade e a permanência dos estudantes com necessidades especiais na escola.
No âmbito dos atendimentos, a comunicação aberta e a empatia são ferramentas cruciais para compreender as demandas dos alunos, familiares, professores e demais profissionais da educação. Uma equipe dotada de Inteligência Emocional e habilidades de Gestão de Conflitos está capacitada a decifrar nuances emocionais sem realizar avaliações precipitadas, favorecendo o diálogo como meio para auxiliar alunos, professores e demais membros da comunidade escolar na superação das dificuldades frequentemente enfrentadas nesse ambiente, como frustrações, raiva e medo (Lombardi, 2020; Souza, 2020).
Nesse contexto, é crucial que a equipe esteja atenta ao bem-estar de seus próprios membros, fomentando um ambiente de cuidado recíproco. Quando a Inteligência Emocional é adequadamente desenvolvida, os profissionais conseguem gerenciar o estresse e a ansiedade, o que resulta em decisões mais assertivas. Lima et al. (2022) e Vieira-Santos et al. (2018) ressaltam a importância de evitar ações individuais que possam comprometer a inclusão de todos os alunos, destacando a necessidade de os profissionais estarem alinhados com a política institucional da escola.
5. Equipes multiprofissionais na educação
Entendem-se como setores multiprofissionais da educação aqueles que são compostos por vários profissionais com diferentes formações e que trabalham em colaboração mútua em prol de um objetivo comum, formando, assim, uma equipe.
Por se tratar de uma equipe multiprofissional, Volante (2023) e Silva e Mendes (2021) apontam para uma característica primordial dessas equipes, o trabalho colaborativo, que deve convergir os saberes técnicos de cada profissional de modo a se distanciar dos atendimentos terapêuticos ou clínicos, que muitas vezes são esperados dessas equipes na escola. Também destacam que equipes multiprofissionais propõem inovações ao aprendizado e bem-estar na instituição, embora nem sempre trabalhem como equipe, o que requer uma mudança na filosofia do grupo.
Vale evidenciar que os profissionais das equipes multiprofissionais, independentemente do cargo, da formação e da função que ocupam na instituição, representam uma parte integrante da comunidade escolar. Nesse sentido, cabe destacar que, em todas as modalidades de ensino, exercem prática pedagógica e são pressionados pela necessidade de corresponder às demandas sociais em torno das relações e da convivência (Leite, 2019).
Outro aspecto relevante é que setores multiprofissionais na educação, como parte da gestão escolar, precisam ter claro seu papel na hierarquia organizacional. Sua função, como extensão desse segmento, é o trabalho colaborativo com outros setores da escola (Silva, 2022; Silva e Mendes, 2021; Volante, 2023), embora possam enfrentar o estigma de serem supervisores do trabalho docente e de punição aos estudantes, como destaca Souza (2020) ao se referir à atividade das coordenações pedagógicas. Segundo a autora, um desafio para as equipes multiprofissionais é romper com essa ideia que dificulta a qualidade do trabalho em conjunto em prol do ensino-aprendizagem e do bem-estar.
Sabendo que as emoções em um grupo são contagiosas e todos são impactados pelas emoções do outro (Goleman, 2011), para um bom relacionamento interpessoal e intergrupal, é necessário Inteligência Emocional. Nessa perspectiva, um profissional que sabe reconhecer suas habilidades, que sabe agir e se expressar de maneira coerente, desenvolve um trabalho em equipe muito melhor, contribuindo com um ambiente mais harmônico e com uma melhor atividade laboral (Lima et al., 2022).
Outra atividade em torno das equipes multiprofissionais da educação, destacada por Silva e Mendes (2021), Souza (2020) e Volante (2023), refere-se à proposição de ações de formação continuada, uma vez que essas equipes atendem diversas demandas e conhecem as carências que requerem reflexão e aprendizado do grupo escolar. De acordo com esses autores, a qualidade do ensino é notável quando os docentes continuam se aperfeiçoando. É por meio da formação continuada que se atualizam as necessidades discentes e se estabelecem mudanças na forma de ensinar e de aprender. Entretanto, essa ação deve, também, ser direcionada aos agentes e aos colaboradores de outros setores da escola, inclusive aos estudantes e seus familiares.
Uma vez que a IE pode ser aprendida e desenvolvida ao longo da vida (Goleman, 2011; Mayer, Caruso e Salovey, 2002), aprender sobre as emoções cria oportunidades para o autoconhecimento e para o respeito pelos próprios sentimentos e pelos sentimentos do outro, e, além de levar a pessoa a negociar em torno de interesses comuns, proporciona maturidade para reconhecer os próprios erros (Leite, 2019). Diante do exposto, a negociação de conflitos ganha destaque porque é um